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Juiz(a) de Direito: Dr(a). Daniella Aparecida Soriano Uccelli. Vistos. 1-Recebo a manifestação de fls. 122 como emenda à petição inicial; anotese.

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DECISÃO Processo nº: 1003408-79.2017.8.26.0650

Classe - Assunto Ação Civil Pública - Irregularidade no atendimento

Requerente: Ministério Público do Estado de São Paulo

Requerido: PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS e outro

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Daniella Aparecida Soriano Uccelli

Vistos.

1-Recebo a manifestação de fls. 122 como emenda à petição inicial; anote-se.

2-O Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio desta demanda, requereu a concessão da tutela provisória de urgência de natureza antecipada a fim de que: a) seja suspenso o contrato nº 49/2016, celebrado entre o Município de Valinhos e a concessionária Autoparque do Brasil Empreendimentos e Serviços Ltda., sob pena de multa diária de R$ 10.000,00, até que os parquímetros instalados em trinta e oito logradouros da cidade sejam atualizados para aceitarem pagamento por meio de cédulas, e não somente de moedas de metal, devolverem troco e disponibilizarem ao usuário a opção de aquisição da fração de tempo de trinta minutos, conforme oferecido no aplicativo da concessionária, pelo preço de R$ 0,80; b) alternativamente, no caso de impossibilidade técnica, seja apresentada solução alternativa que assegure tais direitos ao usuário, como a disponibilização de funcionários para trocar cédulas por moedas e vender cartões recarregáveis, com crédito equivalente à tarifa mínima de R$ 0,80, mediante pagamento em dinheiro ou com cartão bancário de crédito e/ou débito; c) ainda alternativamente, a concessionária Autoparque do Brasil Empreendimentos e Serviços Ltda. disponibilize, no prazo de quinze dias, prepostos ou empregados em todos os parquímetros da cidade, nos dias e horário de estacionamento rotativo, para que procedam à troca do dinheiro em

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cédula por moedas e devolvam troco aos usuários na medida da necessidade do uso de cada qual; d) por fim, a concessionária Autoparque do Brasil Empreendimentos e Serviços Ltda. reprograme os cartões recarregáveis disponibilizados aos usuários, para permitir o livre carregamento em valor exato ao pretendido uso, e se abstenha de cobrar qualquer pelo valor pela aquisição do cartão recarregável.

Os documentos de fls. 42/77 revelam que, por meio do contrato nº 49/2016, o Município de Valinhos contratou a pessoa jurídica Autoparque do Brasil Empreendimentos e Serviços Ltda. para "concessão onerosa para implantação, exploração, administração e gestão das áreas de estacionamento regulamentado (AER) pago em vias, áreas, logradouros públicos e bolsões de estacionamentos fechados do município", de acordo com o que foi definido no Decreto Municipal nº 9.465/17, reproduzido a fls. 86/92.

Já os documentos de fls. 96/100 conferem plausibilidade às alegações do autor no sentido de que os parquímetros já instalados aceitam pagamento somente por meio do uso de cartão recarregável do tipo pré-pago, de aplicativo próprio ou de moedas, mas não em notas, que, nesta última hipótese, não há retorno de troco aos usuários, bem como que não há oferta de tarifa correspondente a trinta minutos de parada nos parquímetros, mas somente por meio do aplicativo.

Por outro lado, conforme se extrai dos documentos de fls. 24/25 e 29/30, quando instado a prestar informações requisitadas pelo Ministério Público acerca do tema, o Município de Valinhos limitou-se, essencialmente, a sustentar a modicidade da tarifa cobrada dos usuários e a justificar que os parquímetros não retornam troco "pois todo valor depositado é convertido em tempo de estacionamento".

Ocorre que, conforme sustentado na inicial, é sabido que nos dias atuais é bastante reduzida a circulação de moedas, bem como que nem todos os usuários do serviço poderão, pelos mais variados motivos, ter condições de ter acesso ao aplicativo de pagamento eletrônico, o que limita sobremaneira o acesso dos usuários ao serviço.

Além disso, os documentos de fls. 33/37 evidenciam a limitação do acesso dos usuários ao cartão recarregável pré-pago, que, ao que consta, é comercializado somente na sede da concessionária em Valinhos "ou com os monitores da empresa

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espalhados pela cidade" – ou seja, não há sequer indicação precisa dos locais em que tais pessoas poderão ser encontradas pelos usuários que, distantes da sede da concessionária, pretenderem adquirir o aludido cartão. E é evidente que isso pode causar prejuízos ao usuário que se deslocar do local em que estacionou o veículo a fim de adquirir o cartão, que poderá ser penalizado caso demore a retornar ou não consiga comprar o referido cartão.

Não bastasse isso, é certo que nem sempre o usuário necessitará fazer uso do tempo de estacionamento que lhe for concedido em substituição ao troco não fornecido pelos parquímetros quando do pagamento por meio de moedas.

Diante disso, em cognição sumária, é possível constatar que há prejuízo ao acesso dos usuários ao serviço prestado pela pessoa jurídica Autoparque do Brasil Empreendimentos e Serviços Ltda., com a conivência do Município de Valinhos, que vem permitindo que a prestação ocorra nessas condições.

Assim, e tendo em vista que a medida pode ser revertida a qualquer tempo, concedo a tutela de urgência de natureza antecipada, com fundamento no artigo 294, parágrafo único, e no artigo 300, "caput", do Código de Processo Civil, para:

a) determinar a suspensão dos efeitos do contrato nº 49/2016, celebrado entre o Município de Valinhos e a concessionária Autoparque do Brasil Empreendimentos e Serviços Ltda., até que os parquímetros instalados em trinta e oito logradouros da cidade sejam atualizados para aceitarem pagamento por meio de cédulas, e não somente de moedas de metal, devolverem troco e disponibilizarem ao usuário a opção de aquisição da fração de tempo de trinta minutos, conforme oferecido no aplicativo da concessionária, pelo preço de R$ 0,80, o que deverá ser feito no prazo de trinta dias, sob pena de multa diária de R$ 8.000,00;

b) alternativamente, desde que comprovada, também no prazo máximo de trinta dias, a impossibilidade técnica de cumprimento da determinação anterior, determinar que o Município de Valinhos e a concessionária Autoparque do Brasil Empreendimentos e Serviços Ltda. apresentem, no prazo de quinze dias, solução alternativa que assegure aqueles direitos ao usuário, como a disponibilização de funcionários para trocar cédulas

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por moedas e vender cartões recarregáveis, com crédito equivalente à tarifa mínima de R$ 0,80, mediante pagamento em dinheiro ou com cartão bancário de crédito e/ou débito, sob pena de multa diária de R$ 8.000,00;

c) ainda alternativamente, determinar que a concessionária Autoparque do Brasil Empreendimentos e Serviços Ltda. disponibilize, no prazo de quinze dias, prepostos ou empregados em todos os parquímetros da cidade, nos dias e horário de estacionamento rotativo, para que procedam à troca do dinheiro em cédula por moedas e devolvam troco aos usuários na medida da necessidade do uso de cada qual, sob pena de multa diária de R$ 8.000,00;

d) sem prejuízo, determinar que o Município de Valinhos providencie o que for necessário à regulamentação e à fiscalização do cumprimento dos preceitos impostos à concessionária, e dê publicidade acerca das medidas aos usuários do serviço, por meio de publicações na internet e em jornais impressos de circulação local;

e) por fim, determinar que a concessionária Autoparque do Brasil Empreendimentos e Serviços Ltda. reprograme os cartões recarregáveis disponibilizados aos usuários, para permitir o livre carregamento em valor exato ao pretendido uso, e se abstenha de cobrar qualquer pelo valor pela aquisição do cartão recarregável.

Por outro lado, indefiro o requerimento formulado a fls. 16, primeiro parágrafo, parte final, por ausência de previsão legal.

3-Citem-se e intimem-se os réus para que apresentem contestação no prazo legal, bem como para que deem cumprimento a esta decisão.

4-Este processo tramita eletronicamente. A íntegra do processo (petição inicial, documentos e decisões) poderá ser visualizada na internet, sendo considerada vista pessoal (art. 9º, § 1º, da Lei Federal nº 11.419/2006). Para visualização, acesse o site www.tjsp.jus.br, informe o número do processo e a senha anexa. Petições, procurações, defesas etc, devem ser trazidos ao Juízo por peticionamento eletrônico.

Int.

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DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA.

Referências

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