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Secagem de casca de caroço de algodão em leito fixo.

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CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA QUÍMICA

SECAGEM DE CASCA DE CAROÇO DE ALGODÃO EM L E I T O FIXO

THOMPSON FERNANDES MARIZ

Campina Grande - Paraíba março de 1986

(2)

THOMPSON FERNANDES MARIZ

SECAGEM DE CASCA DE CAROÇO DE ALGODÃO EM L E I T O FIXO

Dissertação a p r e s e n t a d a ao C u r s o M e s t r a d o em E n g e n h a r i a Química U n i v e r s i d a d e F e d e r a l da Paraíba, cumprimento âs exigências p a r a

tenção do G r a u de M e s t r e

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Operações e P r o c e s s o s

PROFESSOR ORIENTADOR: O d e l s i a L e o n o r S a n c h e z de A l s i n a CAMPINA GRANDE 1986 de da em ob

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SECAGEM DE CASCA DE CAROÇO DE ALGODÃO EM LEITO FIXO

THOMPSON FERNANDES MARIZ

Dissertação A p r o v a d a em 1 2 . 0 3 . 86

Componente d a Banca

Campina G r a n d e março/86

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meus p a i s , irmãos e e s p o s a , p e l o amor

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AGRADECIMENTOS

à P r o f e s s o r a O d e l s i a L e o n o r S a n c h e z de A l s i n a , p e l a

contribuição n o s t r a b a l h o s de computação, p e l a orientação,

a m i z a d e e a p o i o a realização d e s t e t r a b a l h o .

Ao D e p a r t a m e n t o de E n g e n h a r i a Química, p o r me t e r c o n

c e d i d o l e c i o n a r apenas uma d i s c i p l i n a d u r a n t e o período do

C u r s o de Põs-Graduação. Ao Núcleo de T e c n o l o g i a de A r m a z e n a m e n t o do DEAg e , em e s p e c i a l , ao P r o f . Mário E . R . M . C a v a l c a n t i M a t a p e l o a p o i o n a concessão de m a t e r i a l bibliográfico e e q u i p a m e n t o s de laboratório. Ao P r o f . M i c h e l F o s s y , p e l o s r e l e v a n t e s serviços pres_ t a d o s ao c u r s o e , p o r c o n s e g u i n t e , aos a l u n o s do M e s t r a d o . Ao S e n h o r J o s e M a r q u e s d a Cunha, p e l a a j u d a p r e s t a d a no laboratório, ao S e n h o r G e r a l d o M a r i n h o de F i g u e i r e d o , p £

l a doação da c a s c a de caroço de algodão e a S r a . M a r i a J o s e

B e z e r r a C a v a l c a n t i , p e l a atenção d i s p e n s a d a aos a l u n o s do

(7)

A c a s c a de caroço de algodão ê um s u b p r o d u t o da indús_

t r i a de extração de óleos v e g e t a i s , o b t i d a com c e r c a de

1 3 , 7 1 de u m i d a d e em b a s e s e c a apôs operação de d e s c o r t i c a m e n

t o . Ê um m a t e r i a l heterogéneo, f i b r o s o e de a l t a p o r o s i d a d e .

Sua produção é b a s t a n t e e l e v a d a e. p o s s u i eficiência de q u e i ^

ma da o r d e m de 8 7 1 , c o n s t i t u i n d o - s e , p o r t a n t o , em m a t e r i a l

factível de s e r u s a d o em c a l d e i r a s ou em s e c a d o r e s de grãos

como combustível s u b s t i t u t o da l e n h a e do óleo de petróleo.

Sabe-se que a eficiência de q u e i m a dos resíduos a u m e n t a com

a diminuição do t e o r de u m i d a d e com um c o n s e q u e n t e melhora,

m e n t o no balanço térmico e, p o r t a n t o , a secagem f a v o r e c e em

g e r a l o balanço económico de q u a l q u e r e q u i p a m e n t o o u i n s t a l a

ção i n d u s t r i a l que v e n h a a u s a - l o como combustível. A c a s c a

tem s i d o u t i l i z a d a como ração a n i m a l e, s e n d o a s s i m , p r e c i s a

s e r a r m a z e n a d a em condições i d e a i s , de modo que não se dete_

r i o r e sob a ação de f u n g o s e o u t r o s m i c r o o r g a n i s m o s que

agem n o s m a t e r i a i s a r m a z e n a d o s com t e o r e s de u m i d a d e eleva_

d o s , o que j u s t i f i c a r i a p o r sí só, a secagem de c a s c a com

v i s t a s a comercialização como ração a n i m a l . Nosso o b j e t i v o ,

f a c e ao e x p o s t o a c i m a , f o i l e v a n t a r as c u r v a s de secagem,em

condições d i s t i n t a s de t e m p e r a t u r a e vazão do a r , u m i d a d e

i n i c i a l da a m o s t r a e e s p e s s u r a do l e i t o , p r o p o n d o equações

(8)

cinético da c a s c a s u b m e t i d a a secagem. 0 e s t u d o , além de

c o n t r i b u i r p a r a o c o n h e c i m e n t o da secagem d o s m a t e r i a i s p a r

t i c u l a d o s em g e r a l , f o r n e c e r a parâmetros básicos necessários

p a r a p o s t e r i o r m o d e l a g e m e p r o j e t o de s e c a d o r e s indus_

(9)

The c o t t o n s e e d h u l l i s a b y - p r o d u c . t f r o m e x t r a c t i o n i n

d u s t r y o f v e g e t a l o i l s , o b t a i n e d w i t h an a v e r a g e o f 1 3 . 7 1 o f

h u m i d i t y on t h e d r y b a s i s a f t e r t h e c u t t i n g o p e r a t i o n . I t i s

an h e t e r o g e n e o u s m a t e r i a l , f i b r o u s w i t h h i g h p o r o s i t y . I t

has g r e a t p r o d u c t i o n and i t - s b u r n i n g e f f i c i e n c e i s 8 7 1 , the_

r e f o r e , i t i s f e a s e a b l e t o be u s e d i n s t e a m g e n e r a t o r o r i n

s e e d d r y e r s s u b s t i t u t i n g t h e wood and t h e p e t r o l as a f u e l .

The b u r n i n g e f f i c i e n c e o f t h e r e s i d u e increases as f a r as t h e

h u m i d i t y d e c r e a s e s so i n g e n e r a l t h e d r y i n g w i l l f a v o u r t h e

e c o n o m i c b a l a n c e o f e i t h e r e q u i p m e n t o r i n d u s t r i a l p l a n t

t h a t w i l l i n t e n d t o use t h e m as a f u e l . The h u l l has b e e n

u s e d as a n i m a l r a t i o n so i t s h o u l d be s t o r e d u n d e r i d e a l c o n d i t i o n s i n o r d e r t o a v o i d t o be s p o i l t f r o m t h e f u n g u s and o t h e r m i c r o o r g a n i s m t h a t a c t i n g on s t o r e d m a t e r i a i s w i t h h i g h l e v e i o f h u m i d i t y , w h e r e t h i s w o u l d j u s t i f y t h e d r y i n g b e f o r e t o be t r a d e d as a n i m a l r a t i o n . Our p u r p o s e , a c c o r d i n g t o w h a t was m e n t i o n e d a b o v e , w e r e t o o b t a i n t h e d r y i n g c u r v e s a t d i f f e r e n t t e m p e r a t u r e s , a i r o u t l e t , i n i t i a l h u m i d i t y o f t h e s a m p l e and t h e b e d t h i c k n e s s i n o r d e r t o p r o p o s e e q u a t i o n s t h a t w i l l p r e d i c t t h e k i n e t i c b e h a v i o u r o f t h e h u l l , when a r e s u b m i t e d t o d r y i n g . The s t u d y , b e y o n d o f t h e c o o p e r a t i o n f o r t h e k n o w l e d g e o f t h e d r y i n g o f t h i s t y p e o f mate_ r i a l i n g e n e r a l , w i l l p o s s i b l y g i v e t h e n e c e s s a r y b a s i c p a r a

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A A l t u r a do L e i t o (cm)

An C o e f i c i e n t e que depende da g e o m e t r i a da partícula, equa

ção 5 . 3 Ao C o n s t a n t e da equação 4.11 A^ C o n s t a n t e da equação 4.11 A2 C o n s t a n t e da equação 4.11 a^ C o n s t a n t e da equação de H e n d e r s o n a C o e f i c i e n t e l i n e a r , equação 5 . 8

Bn C o e f i c i e n t e que depende da g e o m e t r i a da partícula, equa.

ção 5 . 3

b C o e f i c i e n t e a n g u l a r , equação 5 . 8

b ^ - C o n s t a n t e da equação de H e n d e r s o n

C C o n s t a n t e da equação D.04, m o d e l o BET

C^ C o n d u t i v i d a d e hidráulica ( s ) , equação 2.7

Cm^ C a p a c i d a d e específica isotérmica de massa n a região I ,

m o d e l o L u i k o v

C1TI2 C a p a c i d a d e específica isotérmica de massa n a região I I , m o d e l o L u i k o v D C o e f i c i e n t e de difusão líquida (m / s ) - - 2 Do C o e f i c i e n t e de difusão l i q u i d a p a r a E=0 (m / s ) - 3 d D e n s i d a d e r e a l da agua (kg/m ) 3 d l D e n s i d a d e p a r c i a l da agua (kg/m ) E E n e r g i a de ativação ( J k g )

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G V e l o c i d a d e m a s s i c a s u p e r f i c i a l (kg/m h ) , equação 2.22 H Umidade a b s o l u t a do a r Hr Umidade r e l a t i v a do a r -y J F l u x o c a p i l a r líquido, equação 2.7 L E s p e s s u r a da p l a c a , equação 2.3 m Massa de a r no c i l i n d r o 1 , f i g u r a 4 . 1 m^ Nova massa de a r no c i l i n d r o 1 , f i g u r a 4 . 1 Massa de a r no c i l i n d r o 2, f i g u r a 4 . 1

n Número de t e r m o s de uma s e r i e a que p e r t e n c e

n Número de camadas a d s o r v i d a s , m o d e l o BET

P Pressão ( C a p i l a r ou T o t a l ) ( N n f2) Pa Pressão p a r c i a l do v a p o r Pa Pressão de v a p o r do líquido n a t e m p e r a t u r a do gãs P^ Pressão no c i l i n d r o 1 , f i g u r a 4 . 1 P 2 Pressão no c i l i n d r o 2, f i g u r a 4 . 1 q C o n s t a n t e da equação 2 . 1 R . C o n s t a n t e do V a p o r de a g u a ( J k g ) r C o o r d e n a d a e s p a c i a l ( r a i o , c m ) , equção 2 . 1 S Saturação do s o l i d o , equação 2.9 T T e m p e r a t u r a do a r (9C ) Ts T e m p e r a t u r a do s o l i d o , equação 2.22 T-^ T e m p e r a t u r a de e n t r a d a do a r , equação 2.22 T 2 T e m p e r a t u r a da saída do a r , equação 2.22 t Tempo de secagem ( m i n o u s e g u n d o ) U T e o r de. u m i d a d e do p r o d u t o ( b s ) d e c i m a l U+ Relação de u m i d a d e ( b s ) d e c i m a l U T e o r de u m i d a d e médio no c o r p o ( b s ) d e c i m a l Ue T e o r de u m i d a d e de equilíbrio ( b s ) d e c i m a l

(13)

Um Umidade de monocamada, m o d e l o BET

V Vazão do a r de secagem (m / h )

V i V e l o c i d a d e i n t e r s t i c i a l da água, equação 2.8

V^ V o l u m e de a r no c i l i n d r o 1 , f i g u r a 4 . 1

V 2 V o l u m e de a r no c i l i n d r o 2, f i g u r a 4 . 1

W' Peso da a m o s t r a em função do tempo ( g )

Wi Peso i n i c i a l da a m o s t r a ( g ) Wf Peso f i n a l da a m o s t r a ( g ) Ws Peso s e c o da a m o s t r a ( g ) K C o n s t a n t e de Secagem C o e f i c i e n t e s f e n o m e n o l o g i c o s e P o r o s i d a d e

an Raízes da função de B e s s e l de o r d e m z e r o , equação 2.5

X C a l o r l a t e n t e de vaporização da água, equação 2.22

«• - 3

p Massa específica do s o l i d o (kg/m )

D e n s i d a d e a p a r e n t e da a m o s t r a (kg/m )

en Parâmetros da equação a que p e r t e n c e

<f> P o t e n c i a l de u m i d a d e da equação D. 03

4 ( t ) P o t e n c i a l de umidade de transição e n t r e as regiões I e

I I , da equação D.03

(14)

Í N D I C E CAPÍTULO I - Introdução 01 CAPÍTULO I I - Revisão da L i t e r a t u r a 05 2 . 1 , - T e o r i a da Difusão Líquida 08 2.2 - T e o r i a C a p i l a r 12 2.3 - T e o r i a de L u i k o v 15 2.4 - O u t r a s T e o r i a s 18

2.5 - Equações de Secagem Empíricas 20

2.6 - Secagem em Camada E s p e s s a 24 CAPÍTULO I I I - E q u i p a m e n t o s U t i l i z a d o s 26 3.1 - P r o j e t o e Construção da Câmara de Secagem 26 3.2 - Descrição dos E q u i p a m e n t o s 27 CAPÍTULO I V - M a t e r i a l e Métodos 30 4.1 - M a t e r i a l U t i l i z a d o 30 4.2 - Determinação da P o r o s i d a d e 3 2 4.3 - L e v a n t a m e n t o das C u r v a s de Secagem 3 7 4.4 - T r a t a m e n t o dos Dados E x p e r i m e n t a i s . 3 9 4.5 - Determinação da Umidade I n i c i a l . . . . 40 4 . 5 . 1 - Método da E s t u f a 4 1 4.5.2- M e t o d o do D e s s e c a d o r I n f r a - v e r m e l h o LP 1 5 . . . 4 1

4 . 5. 3-Comparação dos Métodos 42

4.6 - Determinação da Umidade R e l a t i v a do

(15)

b r i o 4 4

CAPÍTULO V - R e s u l t a d o s e Discussões 46

5.1 - Influência da Umidade I n i c i a l da

A m o s t r a . 49

5.2 - Influência da Vazão do A r de Seca

gem • • • • 4 9 5.3 - Influência da T e m p e r a t u r a do A r de Secagem .• 55 5.4 - Influência da A l t u r a do L e i t o 59 5.5 - A n a l i s e e Correlação dos R e s u l t a d o s 65 CAPÍTULO V I - Conclusão... 79 CAPÍTULO V I I - Sugestões P a r a P e s q u i s a s F u t u r a s 81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 82

APÊNDICE A - T a b e l a s de Dados O b t i d o s n a Câmara de Seca

gem 91

APÊNDICE B - P r o g r a m a de Computação 106

APÊNDICE C - T a b e l a s O b t i d a s no C o m p u t a d o r U t i l i z a n d o a

equação 5.2 109

(16)

C A P Í T U L O I I N T R O D U Ç Ã O

A c a s c a de caroço de algodão ê um s u b p r o d u t o da indús_

t r i a de extração de óleos v e g e t a i s e é h o j e c o m e r c i a l i z a d a

u n i c a m e n t e Como f a r e l o ( t o r t a ) de algodão ou m i s t u r a d o a es

t e , d e s t i n a d o a ração a n i m a l . Sua produção, s e g u n d o o R e l a t o

r i o ESTUDO DO PRODUTO: FURFURAL ( 1 9 8 1 ) , ê de c e r c a de 10.000

a 15.000 tonèlada/ano no e s t a d o da Paraíba, e s t a n d o a mesma

a t r e l a d a a produção de algodão, q u e p o r s u a v e z , e s t a condi_

c i o n a d a a o s períodos c h u v o s o s da região. A c a s c a ê o b t i d a na indústria com c e r c a de 13,7% de u m i d a d e em b a s e s e c a , JORDÃO ( 1 9 7 1 ) , d e p o i s da operação de d e s c o r t i c a m e n t o . D u r a n t e a p a s s a g e m p e l a s superfícies c o r t a n t e s d a s b a r r a s do d e s c o r t i c a d o r a c a s c a ê r o m p i d a , s e p a r a n d o - s e d a s amêndoas p o r m e i o de p e n e i r a s vibratórias e s e p a r a d o r de a r . M u i t a s indústrias, d a d a a g r a n d e q u a n t i d a d e de

c a s c a o b t i d a e sem nenhuma o u t r a a l t e r n a t i v a de u s o , pref£

rem não p r o c e s s a r a separação e n t r e c a s c a e amêndoas . Com

i s t o , sequência ã operação de d e s c o r t i c a m e n t o : a trituração,

c o z i m e n t o e p r e n s a g e m mecânica. De s o r t e que a t o r t a h o j e

c o m e r c i a l i z a d a na Paraíba, t e m g r a n d e p e r c e n t a g e m de c a s c a

em s u a composição.

Segundo DUNNING ( 1 9 4 8 ) , o p o t e n c i a l i n d u s t r i a l de u s o

(17)

d o i s g r u p o s . 0 g r u p o I c o m p r e e n d e a q u e l e s u s o s nos q u a i s a

c a s c a ê e m p r e g a d a como e n c h i m e n t o ou c a r g a , sem nenhum t r a t a

m e n t o prévio, t a i s como: u s o como ração a n i m a l , como c o n d i

c i o n a d o r de s o l o s e u s o em plásticos fenõlicos. O g r u p o I I

c o m p r e e n d e a q u e l e s u s o s n o s q u a i s os m u i t o s c o n s t i t u i n t e s da

c a s c a são a l t e r a d o s p o r p r o c e s s o s químicos, a s s i m como: c a s

ca como f o n t e de obtenção de t a n i n a , c e l u l o s e , c a r b o h i d r a

t o s , f u r f u r a l , ácido acético, m e t a n o l e g a s e s , d e p o i s de uma

operação chamada " D e s t r u c t i v e D i s t i l a t i o n " .

A c a s c a de caroço de algodão contém p e n t o s a n a s , c e l u

l o s e , l i g n i n a s , t a n i n a s , vários p i g m e n t o s e r e s i n a s . Segundo

SAKOSHCHIKOV e t a l i i ( 1 9 3 4 ) , a t a n i n a , p i g m e n t o s , r e s i n a s e

um p o u c o de c i n z a s podem s e r extraída d a s c a s c a s de caroço de

algodão com água q u e n t e .

A c a s c a de caroço de algodão , m a t e r i a l de constituição

f i b r o s a , sem f o r m a d e f i n i d a e m u i t o heterogénea, p o s s u i po

d e r calorífico de 2800 K c a l / K g com uma eficiência de q u e i m a

da o r d e m de 8 7 % , além de p r o d u z i r , em c a l d e i r a NEPAN, 10.000

K g / h o r a de v a p o r p a r a uma alimentação de 2500 K g / h o r a de c a s

c a , s e g u n d o PEREIRA ( 1 9 8 5 )

Dada s u a g r a n d e q u a n t i d a d e e s e u p o d e r calorífico, po

demos a d m i t i r a p o s s i b i l i d a d e de u t i l i z a - l a como combustível

sólido, t e n d o em v i s t a , o mau a p r o v e i t a m e n t o d e s s e resíduo

a g r o - i n d u s t r i a l e s e r o B r a s i l , a i n d a , u m país d e p e n d e n t e da

importação de petróleo, e n c o n t r a n d o - s e empenhado em p r o g r a _

mas de substituição de f o n t e s de e n e r g i a . D e s t e modo, e s t u

dos q u e v i s a m a poupança de combustível d e r i v a d o do petróleo,

t e m p a r t i c u l a r i n t e r e s s e .

(18)

03

s e u b a i x o t e o r u m i d a d e , p a s s a a t e r g r a n d e importância na

m e d i d a em que p a r a f i n s de comercialização como ração a n i m a l

ou q u a l q u e r o u t r o u s o , e l a p r e c i s a s e r a r m a z e n a d a dc f o r m a '

a e v i t a r a deteriorização como produção de f u n g o s e ação de

o u t r o s m i c r o o r g a n i s m o s , f a t o comumente o b s e r v a d o nos galpões

das f a b r i c a s onde e a r m a z e n a d a com t e o r e s de u m i d a d e e l e v a

d o s . A operação secagem p a s s a a s e r i m p o r t a n t e também se ob_

s e r v a r m o s a n e c e s s i d a d e de m e l h o r a r a eficiência de q u e i m a

da c a s c a , que pode s e r o b t i d a d i m i n u i n d o s e u t e o r de umidade,

a e x e m p l o do bagaço de c a n a que s a i das moendas com 551 de

u m i d a d e e é s e c a d o de f o r m a a f i c a r com c e r c a de 4 0 1 , permi_

t i n d o um m e l h o r c o n t r o l e e m a i o r eficiência na operação das

c a l d e i r a s e com i s t o e c o n o m i a de combustível.

E s t a p e s q u i s a v i s a d a r uma contribuição ao c o n h e c i m e n

t o a c e r c a da secagem de m a t e r i a i s p a r t i c u l a d o s (heterogê

n e o s ) , além de a p r e s e n t a r como a l t e r n a t i v a de u s o o u como

f o r m a de m e l h o r a p r o v e i t a r e s t e resíduo, m e l h o r a n d o a e f i

ciência e p o r t a n t o o balanço térmico, n a utilização como

combustível em d i v e r s o s e q u i p a m e n t o s , como s e c a d o r e s de grãos

em u n i d a d e s agrícolas, na complementação das n e c e s s i d a d e s

energéticas das i n d u s t r i a s g e r a d o r e s d e s s e s resíduos, e t c .

O p r e s e n t e t r a b a l h o l i m i t a - s e apenas a v e r i f i c a r a

influência das variáveis: u m i d a d e i n i c i a l da a m o s t r a , t e m p e r a

t u r a e vazão do a r de secagem e e s p e s s u r a da camada, num l e i _

t o f i x o com e s c o a m e n t o de a r p e r c o l a n t e .

Vamos p r o p o r equações que p r e - d i g a m , com b o a margem de

segurança, a cinética de secagem da c a s c a de caroço de a l g o

dão, de f o r m a que possamos u t i l i z a r e s s a s ' informações p a r a

(19)
(20)

05

C A P Í T U L O I I

R E V I S Ã O D A L I T E R A T U R A

A operação unitária de secagem de s e m e n t e s agrícolas

e de m a t e r i a l higroscópico c a p i l a r p o r o s o ê de f u n d a m e n t a l

importância na E n g e n h a r i a Agrícola, Química, Hidráulica e

e t c . , c o n s t i t u i n d o - s e b a s i c a m e n t e de remoção de u m i d a d e da

superfície e do i n t e r i o r do sólido.

Na determinação da variação do t e o r de u m i d a d e com o

tempo p a r a um m a t e r i a l , o b t e m o s uma c u r v a na q u a l se pode

o b t e r a v e l o c i d a d e de secagem ( F i g . 2 . 1 ) . O b s e r v a n d o e s t a

f i g u r a , p e r c e b e - s e que a c u r v a contém d u a s z o n a s d i s t i n t a s :

período a v e l o c i d a d e c o n s t a n t e e período a v e l o c i d a d e de_

c r e s c e n t e .

Segundo COULSON $ RICHARDSON ( 1 9 7 4 ) , no período a ve

l o c i d a d e c o n s t a n t e , a u m i d a d e v a p o r i z a p a r a a c o r r e n t e de

a r e o f a t o r que c o n t r o l a é o c o e f i c i e n t e de transferência

p o r convecção através do f i l m e g a s o s o . P a r a e x p l i c a r a

remo-ção de u m i d a d e no período a v e l o c i d a d e d e c r e s c e n t e , d u a s

i d e i a s p o l a r i z a m a discussão: uma é a t e o r i a da difusão e a

o u t r a ê a t e o r i a da c a p i l a r i d a d e . Na p r i m e i r a supõe-se que

a v e l o c i d a d e do m o v i m e n t o da água p a r a a i n t e r f a c e com o a r

é g o v e r n a d a p o r equações s e m e l h a n t e s as de transferência de

c a l o r , e n q u a n t o que na t e o r i a c a p i l a r se supõe que as f o r .

(21)

1.75 0.10 0.15 0.20 UMIDADE L I V R E • 0.25 FIGURA 2.1 - CURVA DE S E C A G E M . A B

-B C

B -PERÍODO DE V E L O C I D A D E CONSTANTE PERÍODO DE V E L O C I D A D E D E C R E S C E N T E TEOR CRITICO DE UMIDADE

(22)

0 7

r e s u l t a m da existência de p o r o s d i m i n u t o s e n t r e as d i v e r s a s

partículas.

VAN ARSDEL ( 1 9 6 3 ) e BROOKER e t a l i i ( 1 9 7 4 ) , c i t a m os

m e c a n i s m o s p r o p o s t o s p a r a e x p l i c a r a migração da u m i d a d e d e n t r o do s o l i d o que se s e c a : 1 - Difusão líquida, d e v i d a ao g r a d i e n t e de c o n c e n t r a ção . 2 - Difusão de v a p o r , d e v i d a ao g r a d i e n t e de pressão p a r c i a l de v a p o r ( c a u s a d a p e l o g r a d i e n t e de tempe r a t u r a ) 3 - F l u x o de líquido e de v a p o r , d e v i d o s a diferenças de pressão t o t a l , c a u s a d a s p o r pressão e x t e r n a , contração, a l t a t e m p e r a t u r a e c a p i l a r i d a d e . 4 - E s c o a m e n t o p o r efusão ( e s c o a m e n t o de K n u d s e n ) . 0 c o r r e q u a n d o o c a m i n h o l i v r e das moléculas de v a

p o r f o r da mesma o r d e m de g r a n d e z a que o diâmetro

- " . dos p o r o s . 5 - M o v i m e n t o de líquido, d e v i d o â força g r a v i t a c i o n a l . 6 - Difusão s u p e r f i c i a l . Segundo K I T I C ( 1 9 8 2 ) , t o d o s os m e c a n i s m o s p r o p o s t o s se podem a g r u p a r em d o i s g r a n d e s g r u p o s : difusão n a f a s e de v a p o r o u t r a n s p o r t e n a f a s e líquida. B a s e a n d o - s e n o s m e c a n i s m o s p a r a o m o v i m e n t o de agua em sólidos, v a r i a s t e o r i a s f o r a m p r o p o s t a s p a r a e x p l i c a r es

se fenómeno: t e o r i a da difusão líquida, t e o r i a c a p i l a r , t e o

r i a da vaporização-condensação, t e o r i a de L u i k o v , t e o r i a de

P h i l i p e DE V r i e s , t e o r i a de B e r g e r e P e i e t e o r i a de F o r

(23)

A t e o r i a do m o d e l o d i f u s i o n a l e d o m o d e l o c a p i l a r , f o

ram d e s e n v o l v i d as em f o r m a p a r a l e l a . WHITAKER (1 9 7 7 ) a p r c s e n

t a uma revisão de ambos p o n t o s de v i s t a , a s s i n a l a n d o que

h i s t o r i c a m e n t e o m o d e l o d i f u s i o n a l f o i a d o t a d o p e l o s c i e n t i s t a s l i g a d o s à E n g e n h a r i a Química, e n q u a n t o q u e o m o d e l o c a p i l a r , p e l o s E n g e n h e i r o s de S o l o s , C e r a m i s t a s e a t i v i d a d e s a f i n s . Os p e s q u i s a d o r e s l i g a d o s a secagem e armazenamen t o s d e grãos de c e r e a i s t e m c o n s i d e r a d o a difusão, em s e u s d i f e r e n t e s a s p e c t o s , o m e c a n i s m o básico de s e c a g e m , c o n s i d e r a n d o n o r m a l m e n t e a força m o t r i z o g r a d i e n t e de c o n c e n t r a ção d e u m i d a d e o u o g r a d i e n t e de pressão de v a p o r . D e n t r e a v a s t a l i t e r a t u r a q u e a b o r d a as t e o r i a s da di fusão e d a c a p i l a r i d a d e , p o d e - s e c i t a r como r e p r e s e n t a t i v o s

os t r a b a l h o s de SHERWOOD ( 1 9 3 1 ) , HENRY ( 1 9 3 9 , 1 9 4 8 ) , CASSIE

( 1 9 4 0 ) com e n f o q u e d i f u s i o n a l , o s de HAINES (1927),CEAGLSKE

e HOUGEN ( 1 9 3 7 ) , PEARSE e t a l i i ( 1 9 4 9 ) u t i l i z a n d o a t e o r i a

c a p i l a r .

2 . 1 . - T e o r i a d a Difusão Líquida

Os p r i m e i r o s t r a b a l h o s de importância no campo d a c i _

nética d e secagem f o r a m d e s e n v o l v i d o s p o r SHERWOOD ( 1 9 2 9 a ,

1 9 2 9 b , 1 9 3 0 , 1 9 3 2 ) , que propõe e x p l i c i t a m e n t e q u e o m o v i m e n

t o de agua d e n t r o de um s o l i d o o c o r r e p o r um m e c a n i s m o de

difusão líquida, p e r m i t i n d o a aplicação da l e i de F i c k p a r a

p r e d i z e r a v e l o c i d a d e de secagem d e m a t e r i a i s , e x p r e s s a d a c o

(24)

09 em que U = t e o r de u m i d a d e ( b . s ) D = c o e f i c i e n t e de difusão líquida ( m2/ s ) t = tempo ( s ) r ' = c o o r d e n a d a e s p a c i a l q =.0, p a r a p l a c a p l a n a q = 1 , p a r a c i l i n d r o q = 2 , p a r a e s f e r a v Em g e r a l , o c o e f i c i e n t e de difusão líquida ê c o n s i d e r a d o c o n s t a n t e e as v e z e s d e p e n d e n t e da t e m p e r a t u r a , s£

gundo uma equação do t i p o A r r h e n i u s :

D = Do Exp (-E/RT) ( 2 . 2 ) em que ~ 2 Do = c o e f i c i e n t e de difusão p a r a E=0 (m / s ) E = e n e r g i a de ativação ( J k g ) 3 1 — 1 R = c o n s t a n t e do v a p o r de agua ( 0 , 4 6 2 0 x 10 j k g K )

CRANK ( 1 9 7 5 ) a p r e s e n t a as s e g u i n t e s soluções analíti_

c a s d a equação 2 . 1 , com c o e f i c i e n t e de difusão c o n s t a n t e ,

distribuição i n i c i a l u n i f o r m e e c o n t r o l e d i f u s i o n a l i n t e r n o ,

i s t o é, t e o r de u m i d a d e na superfície c o n s t a n t e :

(25)

u + = " Uc Uc n=0

kj2

E x p [ ^ i I

=

^ - ] ( 2 . 3 ) em que U+ = relação de u m i d a d e ( b . s ) a d i m e n s i o n a l r j = t e o r de u m i d a d e médio no c o r p o ( a m o s t r a ) U i = u m i d a d e i n i c i a l da a m o s t r a Ue = u m i d a d e de equilíbrio ( v a l o r na superfície e x t e r n a ) t = tempo ( s ) L = s e m i - e s p e s s u r a (m)

E s t a equação supõe que a secagem se da a p a r t i r de am

bas as superfícies. Quando a secagem se da a p a r t i r de uma s u

perfície, L é a e s p e s s u r a t o t a l . P a r a t e m p o s de secagem I o n gos b a s t a u s a r o p r i m e i r o t e r m o da equação, o b t e n d o - s e p o r derivação: dU T T2 D (U-Ue) • ( 2 . 4 ) d t ' 4 L2 b - C i l i n d r o I n f i n i t o U+ = P - Ue = ? _ 4 E [. - D a n 2 t ] ( 2 . 5 ) U i - Ue i r2 an n = l em que r = r a i o e q u i v a l e n t e (cm) an = R a i z e s da função de B e s s e l de ordem z e r o

(26)

11 c - E s f e r a I I + U - Ue 6 v 1 c r - D n 2 n2 t , f. 0 U = UT O ê =

~P~

L n T ^ P

E

2 — ] ( 2 . 6 ) n-1 O m o d e l o d i f u s i o n a l s o f r e u críticas', d e v i d o as d i s c r e pâncias o b s e r v a d a s e n t r e os v a l o r e s e x p e r i m e n t a i s e p r e d i t o s .

As p r i n c i p a i s f a l h a s podem s e r atribuídas â consideração do

c o e f i c i e n t e de difusão c o n s t a n t e ( i n d e p e n d e n t e da t e m p e r a t u

r a e do t e o r de u m i d a d e ) e ã modificação da f o r m a e t a m a n h o

do sólido d u r a n t e a secagem.

Van A r s d e l , c i t a d o p o r CHEN $ JOHNSON ( 1 9 6 9 ) , a f i r m a m

que n o período a v e l o c i d a d e d e c r e s c e n t e os c o e f i c i e n t e s não

p o d e r i a m s e r c o n s i d e r a d o s constantes, já q u e na f a s e f i n a l des_

t e período h a v i a discrepâncias e n t r e os v a l o r e s teóricos e

o b s e r v a d o s .

CHEN § JOHNSON ( 1 9 6 9 ) a f i r m a que o que c o n t r i b u i u p a r a

as discrepâncias o b s e r v a d a s ê a contração d o s m a t e r i a i s b i o _

lógicos d u r a n t e a secagem. ALSINA $ QUIRINO ( 1 9 8 3 ) o b s e r v a

ram a influência do e n c o l h i m e n t o do s a b u g o de m i l h o d u r a n t e

a secagem.

BABBIT ( 1 9 5 0 ) a f i r m a que o c o e f i c i e n t e de difusão a t r a

vós do sólido d e p e n d e da pressão e não da concentração. A r e

lação e n t r e pressão e concentração nem sempre ê l i n e a r , p o r c a u s a da c o m p l e x i d a d e d o s fenómenos de sorção. As equações,

em t e r m o s de concentração, devem s e r e v i t a d a s , p o r q u e f a l h a m

(27)

o c o r r e r s i m u l t a n e a m e n t e .

M e l h o r a m e n t o s do m o d e l o d i f u s i o n a l l e v a n d o em c o n t a

d i t a s variáveis t e m s i d o p r o p o s t o s e são c i t a d a s b r e v e m e n t e

no p o n t o 2.4.

2.2 - T e o r i a C a p i l a r

CEAGLSKE $ HOUGEN ( 1 9 3 7 ) e COMINGS § SHERWOOD ( 1 9 3 4 ) ,

p o s t u l a m q u e n a secagem de sólidos g r a n u l a r e s ° f l u x o de

água está t o t a l m e n t e d e t e r m i n a d o p o r forças c a p i l a r e s e é i n

d e p e n d e n t e d a concentração de água. C o n s i d e r a m que a u m i d a d e

c o n t i d a n o s interstícios e n a superfície do sólido está s u

j e i t a a m o v i m e n t o s p o r g r a v i d a d e e c a p i l a r i d a d e .

Um m a t e r i a l p o r o s o p o s s u i uma e s t r u t u r a i n t e r i o r m u i t o

c o m p l e x a , f o r m a d a p o r p o r o s de d i f e r e n t e s t a m a n h o s i n t e r c o m u

n i c a d o s , c u j a secção t r a n s v e r s a l v a r i a g r a n d e m e n t e . S o b r e a

superfície e x i s t e m a b e r t u r a s de p o r o s de t a m a n h o s v a r i a d o s .

A m e d i d a que se r e t i r a água p o r evaporação se f o r m a um me

n i s c o em c a d a p o r o , que d e s e n v o l v e forças c a p i l a r e s c a u s a n d o

uma tensão i n t e r f a c i a l e n t r e a superfície e o sólido. E s t a s

forças c a p i l a r e s possuem c o m p o n e n t e s p e r p e n d i c u l a r e s a s u p e r

fície do sólido e f o r n e c e m a força i m p u l s o r a p a r a o movimen

t o d a água através d o s p o r o s em direção a superfície.

A i n t e n s i d a d e d a s forças c a p i l a r e s d e p e n d e da c u r v a t u

r a do m e n i s c o , a q u a l e função da secção t r a n s v e r s a l do p o r o .

Os p o r o s p e q u e n o s d e s e n v o l v e m forças c a p i l a r e s m a i o r e s que os

(28)

13

t r a i r água d o s p o r o s m a i o r e s .

HOUGEN ( 1 9 4 0 ) v e r i f i c o u e x p e r i m e n t a l m e n t e que o f l u x o

de água pode i r da direção de concentração m a i s a l t a p a r a a

m a i s b a i x a . MILLER Ç MILLER ( 1 9 7 5 ) , c i t a d o s p o r ALVARENGA e t

a l i i ( 1 9 8 0 ) , e x p l i c a m o f a t o d i z e n d o que a força q u e i n d u z o

e v e n t o é um g r a d i e n t e de tensão.

LUIZ $ SAMPAIO ( 1 9 8 1 ) concluíram, n a secagem de mate_

r i a i s g r a n u l a r e s , que os p o r o s m e n o r e s d r e n a m água dos po

r o s m a i o r e s em q u a l q u e r direção. E n t r e t a n t o , como n o r m a l m e n

t e o f l u x o de a r na secagem i n c i d e s o b r e a superfície i n f e

r i o r do l e i t o p o r o s o , num s e c a d o r de f l u x o c r u z a d o , a d i r e _

ção do f l u x o de água ê p r e f e r e n c i a l m e n t e v e r t i c a l e, p a r a que

i s t o o c o r r a , é necessário que as forças c a p i l a r e s s u p e r e m o

p e s o da c o l u n a de líquido e n t r e a b a s e e o t o p o do m e i o p o r o

so .

A t e o r i a c a p i l a r é" b a s e a d a no c o n c e i t o de p o t e n c i a l c a

p i l a r , que pode s e r d e f i n i d o como a diferença de pressão e n

t r e a água e o a r n a i n t e r f a c e ãgua-ar p r e s e n t e no c a p i l a r .

Segundo BAVER e t a l i i ( 1 9 7 2 ) , a c u r v a t u r a na i n t e r f a c e é

p r o d u z i d a p e l a tensão s u p e r f i c i a l da água.

A equação de f l u x o c a p i l a r líquido ê dada, segundo

P H I L I P Ç DE VRIES ( 1 9 5 7 ) , p o r :

3

= Ch. p. VU ( 2 . 7 ) em q u e , C^ = C o n d u t i v i d a d e hidráulica ( s ) • " ' - 3 p = Massa específica do s o l i d o , s e c o (kgm )

(29)

C o n s i d e r a n d o um m e i o p o r o s o como uma m i s t u r a , LUIZ Ç SAMPAIO ( 1 9 8 1 ) , e s c r e v e r a m a equação da c o n t i n u i d a d e p a r a a f a s e líquida do s e g u i n t e modo: = - d i v ( d l x V i ) ( 2 . 8 ) onde d l ê a d e n s i d a d e p a r c i a l d a a g u a , t ê o t e m p o , V i e a v e l o c i d a d e i n t e r s t i c i a l da a g u a . D e s i g n a n d o p o r e a p o r o s i d a d e , p o r S a saturação e p o r d a d e n s i d a d e r e a l d a a g u a , o b t i _ v e r a m : d l = e x S x d ( 2 . 9 ) Como d u r a n t e a secagem o e s c o a m e n t o ê m u i t o l e n t o , p u d e r a m g e n e r a l i z a r a l e i de D a r c y , u s a n d o a s e g u i n t e hipótese: e S V i = Ch g r a d ( P - X ) ( 2 . 1 0 ) onde C^ é a c o n d u t i v i d a d e hidráulica, X e a a l t u r a do p o n t o em relação ã b a s e do m e i o p o r o s o e P é a pressão c a p i l a r . C o n s i d e r a n d o os p o n t o s ao l o n g o do e i x o de s i m e t r i a do m e i o

p o r o s o , d i s s e r a m que as variáveis S, C^ e P dependem s o m e n t e

de X e t . A pressão c a p i l a r e d e f i n i d a p e l a diferença de

(30)

15

e u s a n d o as equações 2.8, 2.9 e 2 . 1 0 , t e r e m o s :

E = - 3 rCu9P 1 + 8 C h ( 2 . 1 1 )

A equação 2.11 e a.equação d i f e r e n c i a l a p r o p r i a d a p a r a

o e s t u d o da transferência de massa d u r a n t e a secagem de meios

p o r o s o s , s e g u n d o LUIZ § SAMPAIO ( 1 9 8 1 ) .

Cumpre a c r e s c e n t a r que é f r e q u e n t e a afirmação de que

o t r a n s p o r t e c a p i l a r , como único m e c a n i s m o de m o v i m e n t o de

u m i d a d e , não t e m s i d o a p l i c a d o a m a t e r i a i s biológicos, jã

que p o r s i so ê i n s u f i c i e n t e p a r a e x p l i c a r o c o m p o r t a m e n t o ,

e s p e c i a l m e n t e no período p e n d u l a r e últimos estágios de s e c a

gem, s e g u n d o WHITAKER ( 1 9 7 7 ) .

2.3 - T e o r i a de L u i k o v

Do p o n t o de v i s t a da termodinâmica dos p r o c e s s o s i r

reversíveis, a t e o r i a de L u i k o v propõe que a agua move-se em

m e i o s c a p i l a r e s - p o r o s o s , em condições isotérmicas, s o b a ação

de um g r a d i e n t e de p o t e n c i a l de transferência de m a s s a . E s t e

p o t e n c i a l de transferência de massa f o i c r i a d o p o r a n a l o g i a

com a força m o t r i z de transferência de c a l o r , o g r a d i e n t e de

t e m p e r a t u r a , LUIKOV ( 1 9 6 6 ) .

LUIKOV e t a l i i ( 1 9 6 6 ) , s e g u n d o BROOKER e t a l i i ( 1 9 7 4 ) ,

(31)

v a n d o em consideração os m e c a n i s m o s de difusão, efusão, c o n

vecção de v a p o r e difusão e convecção dc água no i n t e r i o r do

m e i o p o r o s o , p r o p u s e r a m o s e g u i n t e m o d e l o de s e c a g e m : 3U 3 t = V 2 K i i U + V2 K1 2 T + V2 K1 3 P ( 2 . 1 2 ) 3T 3 t = V 2 K2 i U + V2 K2 2 T + V2 K2 3 P ( 2 . 1 3 ) — = V2 K3 1 U + V2 K3 2 T + V2 K3 3 P ( 2 . 1 4 ) 31 em que U = T e o r de u m i d a d e do p r o d u t o , d e c i m a l ( b . s ) T = T e m p e r a t u r a do p r o d u t o ( K ) -2 P = Pressão t o t a l (N.m ) K i j = C o e f i c i e n t e s fenomenolõgicos ( i = j ) K i j = C o e f i c i e n t e s c o m b i n a d o s ( i 4 = j ) V2 = O p e r a d o r de L a p l a c e

Uma v e z que o g r a d i e n t e de pressão t o t a l so é* s i g n i f i _

c a t i v o n a secagem p a r a t e m p e r a t u r a s do p r o d u t o bem a c i m a da

f a i x a e m p r e g a d a p a r a secagem de grãos, e m a t e r i a i s biológicos

(32)

17 ali | | = V2 K2 1 U + V2 K2 2 T ( 2 . 1 6 ) As equações a c i m a f o r a m a p l i c a d a s p a r a vários p r o d u t o s p o r HUSAIN e t a l i i ( 1 9 7 2 ) , c i t a d o s p o r BROOKER e t a l i i ( 1 9 7 4 ) , os q u a i s c o n c l u i r a m que o e f e i t o c o m b i n a d o de t e m p e r a t u r a e u m i d a d e na a n a l i s e da secagem de grãos sõ ê r e q u e r i d o p a r a

um número m u i t o l i m i t a d o de grãos. P o r t a n t o , as equações 2.15

e 2.16 t o r n a m - s e :

~ = v2 K n U . ( 2 . 1 7 )

f | = V2 K2 2 T ( 2 . 1 8 )

Por o u t r o l a d o , n a p r a t i c a , os g r a d i e n t e s de t e m p e r a t u

r a no p r o d u t o não são c o n s i d e r a d o s . A s s i m as equações a c i m a

se t r a n s f o r m a m n a última simplificação das equações de Luikov:

| ^ = v2 K n U ( 2 . 1 9 )

3 t

(33)

r e , g e r a l m e n t e , p o r difusão, o c o e f i c i e n t e K u 6 s u b s t i t u i _

do p e l o c o e f i c i e n t e de difusão. Como, m u i t a s v e z e s , o c o e f i

c i e n t e de difusão e c o n s i d e r a d o c o n s t a n t e a equação 2.19 f i _

ca r e d u z i d a ã equação 2.1 c u j a s soluções, e x p r e s s a em t e r

mos do t e o r de u m i d a d e m é d i o , estão d a d a s p e l a s equações 2.3,

2.5 e 2.6.

2.4 - O u t r a s T e o r i a s

E x i s t e m n a l i t e r a t u r a v a r i a s t e o r i a s m a i s c o m p l e x a s

de s e c a g e m , d e n t r e e l a s , podemos c i t a r as de P h i l i p e DE

V r i e s , H e n r y , B e r g e r e P e i , W h i t a k e r e F o r t e s e Okos.

HENRY ( 1 9 3 9 ) , c o n s i d e r a a difusão simultânea de c a l o r

e massa e, pressupõe que os p o r o s t e n h a m uma r e d e contínua

de espaços incluídos no s o l i d o . C o n s i d e r a , a i n d a , p o r c o n

veniência matemática, q u e o t o t a l de v a p o r no s o l i d o v a r i a

l i n e a r m e n t e de a c o r d o com a concentração de água e a tempe.

r a t u r a .

WHITAKER ( 1 9 7 7 ) , propõe uma t e o r i a de difusão em sõli_

dos que t e m em c o n t a a transferência de q u a n t i d a d e de movi_

m e n t o , c a l o r e m a s s a , p a r a a formulação d a s equações d i f e _ r e n c i a i s r e s u l t a n t e s que r e g e m o p r o c e s s o de secagem. 0 c o n j u n t o de equações r e s u l t a n t e s r e p r e s e n t a um m o d e l o compl£ xo e m u i t o difícil de m a n e j a r p e l a q u a n t i d a d e de variáveis i n d e p e n d e n t e s e a d i f i c u l d a d e de i m p o r condições de c o n t o r no necessárias p a r a r e s o l v e r o s i s t e m a . Em l i n h a s g e r a i s , as t e o r i a s de P H I L I P $ DE VRIES ( 1 9 5 7 ) e BERGER § P E I ( 1 9 7 3 ) , s e g u n d o ALVARENGA e t a l i i

(34)

19

( 1 9 8 0 ) , c o n s i d e r a m que água se move em m e i o s p o r o s o s básica

m e n t e p o r m e i o d o s m e c a n i s m o s de difusão líquida c c a p i l a r i

d a d e .

Com b a s e n o s c o n c e i t o s de termodinâmica de p r o c e s s o s i r

reversíveis, FORTES $ OKOS ( 1 9 7 8 ) , p r o p u s e r a m um m o d e l o que

i n c o r p o r a a m a i o r i a d a s p e s q u i s a s m a i s r e c e n t e s de fenómenos

de s e c a g e m , s e g u n d o MARTINS 5 MATA ( 1 9 8 4 ) , a c e i t a n d o o p r i n

cípio de equilíbrio l o c a l e a v a l i d a d e d o s s e g u i n t e s i t e n s :

1 . A equação de G i b b s para condições de não equilíbrio;

2. As l e i s fenomenolõgicas l i n e a r e s ;

3. As relações f u n d a m e n t a i s de O n s a g e r ;

4. Um s i s t e m a pode s e r t o m a d o como contínuo;

5. A água m i g r a n a s f a s e s de líquido e de v a p o r ;

6. A razão de transferência de c a l o r e massa é m a i s

l e n t a q u e a razão de mudança de f a s e ; e

7. O princípio de C u r i e ê válido.

FORTES § OKOS ( 1 9 7 8 ) a c e i t a m q u e p a r a os m e i o s p o r o s o s

a equação d a s i s o t e r m a s de adsorção ê f u n d a m e n t a l e que ê

e s t a a relação básica que g o v e r n a o m e c a n i s m o de s e c a g e m . A

força m o t r i z p a r a o m o v i m e n t o isotérmico, t a n t o do líquido

q u a n t o do v a p o r , ê um g r a d i e n t e do t e o r de u m i d a d e de equilí^

b r i o e não o t e o r d e u m i d a d e . A s s i m , o t e o r de u m i d a d e d e

equilíbrio é a p r e s e n t a d o como uma e s c o l h a m a i s n a t u r a l p a r a

o p o t e n c i a l de t r a n s p o r t e de massa que o c o n c e i t o p r o p o s t o

p o r L u i k o v .

Todas e s t a s t e o r i a s s o f r e m limitações, e p o r t a n t o , d i f i

c u l t a m suas aplicações num c a s o r e a l . I n d e p e n d e n t e de q u a l

(35)

pode d i v i d i r - s e n a s d u a s e t a p a s : secagem a v e l o c i d a d e c o n s

t a n t o , com c o n t r o l e e x t e r n o na transfcrência' de massa c , se

cagem a v e l o c i d a d e d e c r e s c e n t e , com c o n t r o l e i n t e r n o o u m i x

t o na transferência de m a s s a .

2.5 - Equações de Secagem Empíricas

Na t e n t a t i v a de c o r r e l a c i o n a r os d a d o s e x p e r i m e n t a i s

de um dado m a t e r i a l s u b m e t i d o a s e c a g e m , de f o r m a que se

p o s s a e n c o n t r a r uma equação, o u mesmo um m o d e l o , r e p r e s e n t a

t i v o da cinética de secagem d e s s e m a t e r i a l , os p e s q u i s a d o

r e s , q u e t r a t a m da operação unitária de s e c a g e m , têm d i f u n

d i d o uma enorme q u a n t i d a d e de m o d e l o s matemáticos e equações

empíricas e semi-empíricas, d e r i v a d o s d o s m o d e l o s clássicos

p r o p o s t o s .

BRUNELLO e t a l i i ( 1 9 8 4 ) , no e s t u d o p r e l i m i n a r da se

cagem de uma p a s t a celulósica b r a n q u a d a de e u c a l i p t o , em l e i _

t o f i x o , c o n c l u i r a m que as c u r v a s de secagem dependem da tem

p e r a t u r a e v e l o c i d a d e do a r de s e c a g e m , da u m i d a d e i n i c i a l

da a m o s t r a e do l e i t o , v e r i f i c a n d o , a i n d a , que o m o d e l o

que m e l h o r r e p r e s e n t a o fenómeno é o da c a p i l a r i d a d e .

Na secagem de grãos de a r r o z com c a s c a , GUNTHER e t

a l i i ( 1 9 8 3 ) , u t i l i z a r a m d o i s m o d e l o s d e r i v a d o s da 2- l e i de

F i c k , p a r a g e o m e t r i a de p l a c a p l a n a e e s f e r a , t o m a n d o os

q u a t r o p r i m e i r o s t e r m o s d a s séries 2.3 e 2.6, p a r a condições

isotérmicas m a i s um t e r m o de correção, e c o n c l u i r a m que ê

(36)

21 ca cm monocamada, u s a n d o m o d e l o s isotérmicos d e r i v a d o s da l e i de F i c k . V I L L A e t a l i i ( 1 9 7 9 ) a d a p t a r a m um m o d e l o matemático , p a r a p r e d i z e r o p r o c e s s o de secagem d a s r a s p a s de m a n d i o c a , a p a r t i r d o s t r a b a l h o s de THOMPSON e t a l i i ( 1 9 6 8 ) . 0 m o d e l o a p r e s e n t o u b o a previsão d a s condições e x p e r i m e n t a i s , p o d e n do s e r u s a d o p a r a p r o j e t a r s i s t e m a s de secagem de r a s p a s de m a n d i o c a , d e i x a n d o - s e com 1 3 % de u m i d a d e e em condições de a r m a z e n a m e n t o e comercialização.

Uma simplificação da equação em c o o r d e n a d a s esféricas,

séries 2.6, t e m s i d o u s a d a p a r a p r e d i z e r a secagem de grãos .

Ao invés de um número i n f i n i t o de t e r m o s , s o m e n t e o p r i m e i _ r o ê e m p r e g a d o p a r a c a l c u l a r a t a x a de s e c a g e m , s e g u n d o BROOKER e t a l i i ( 1 9 7 4 ) . Com i s t o t e m - s e : U+ ;- ( 6 /T T2) Exp ( - K t ) ( 2 . 2 0 ) em q u e . K = D. i r2/ r2 = c o n s t a n t e de secagem ( s ) t = tempo ( s ) U+ = relação de u m i d a d e d e c i m a l ( b . s ) THOMPSON e t a l i i ( 1 9 6 8 ) , d e s e n v o l v e u p a r a o m i l h o um

m o d e l o de secagem em camada f i n a , p a r a o i n t e r v a l o de tempe

r a t u r a de 333 a 422 K:

(37)

cm que B1 = - 4,10497 + 0,008784 T 02 = 1 , 6 6 2 0 9 . I O9 Exp (-5 , 9 4 1 8 0 . I O "2 T ) S i m u l a n d o a s e c a g e m de m i l h o em v a r i a s condições, com o o b j e t i v o de p r e d i z e r o desempenho de s e c a d o r e s , THOMPSON e t a l i i ( 1 9 6 8 ) concluíram q u e os s e c a d o r e s de f l u x o c r u z a d o s u p e r s e c a m os grãos no l o c a l de e n t r a d a do a r e os s u b s e c a m no l o c a l de saída do a r do s e c a d o r .

A secagem de resíduos agrícolas e a g r o - i n d u s t r i a i s não

e m u i t o d i f u n d i d a , e n t r e t a n t o , já e x i s t e m t r a b a l h o s n e s s e

s e n t i d o como e o c a s o d a p a s t a de e u c a l i p t o , f e i t a p o r BRU

NELLO e t a l i i ( 1 9 8 4 ) , da c a s c a de a m e n d o i n , c a s c a de a r r o z ,

c a s c a de caroço de algodão e p a l h a de m i l h o , f e i t a p o r ALSI_

NA $ QUIRINO ( 1 9 8 3 ) , da secagem do s a b u g o de m i l h o , f e i t a

também p o r ALSINA $ QUIRINO ( 1 9 8 3 ) , do bagaço de c a n a , f e i

t a p o r MARANHÃO ( 1 9 7 9 ) , RAJAGOPAL ( 1 9 8 3 ) , VALENÇA $ MASSARA

N I ( 1 9 8 1 , 1 9 8 2 ) e MEDEIROS $ MASSARANI ( 1 9 8 2 , 1 9 8 3 ) .

VALENÇA 5 MASSARANI ( 1 9 8 2 ) , v e r i f i c a r a m que os r e s u l

tádos e x p e r i m e n t a i s da secagem de bagaço de c a n a , em camada

d e l g a d a , podem s e r e x p r e s s o s p e l a equação de TSAO $ WHEELOCK

( 1 9 6 7 ) : U+ = U i Exp ( ( -Gn A T/CAm X ) t ) ( 2 . 2 2 ) em que C = 0,095 ( g ) 2 ,3 (9C ) / ( c m ) 3,5 . ( m i n ) 0,5 C a l

(38)

2 3 m = 0 , 9 0 n = 1,30 A T = ( T - Ts)m = ( ( T rT s) - ( T2- Ts) ) / l n ( T ^ ) / ( T ^ ) E s t a equação f o i t e s t a d a p a r a camadas e n t r e 4,6 e 14 cnr de a l t u r a , t e m p e r a t u r a s do gãs n a alimentação e n t r e 105 ~ - 2 e 2 2 09C e vazões m a s s i c a s do a r e n t r e 0,26 e 0,90 g/cm .min. O t e m p o de secagem o b t i d o a p a r t i r da equação 2.22 m o s t r o u que o r e g i m e de t a x a variável é r a p i d a m e n t e a t i n g i d o na se

cagem de bagaço de c a n a em camada d e l g a d a .

FARINATTI $ SUAREZ ( 1 9 8 3 ) e s t u d a n d o a cinética de se

cagem de s e m e n t e s de algodão , e n c o n t r a r a m que e n q u a n t o o c a

roço i n t e i r o a p r e s e n t a um c o m p o r t a m e n t o não f i c k i a n o , as

c u r v a s de secagem da s e m e n t e d e s c a s c a d a são bem r e p r e s e n t a

das p e l a solução da l e i de F i c k p a r a e s f e r a s . Atribuíram e n

tão e s s a a n o m a l i a â h e t e r o g e n e i d a d e da s e m e n t e i n t e i r a ,

a r g u m e n t o reforçado p e l o f a t o de que o t e o r de u m i d a d e de

equilíbrio d o e n d o s p e r m a é menor que o c o r r e s p o n d e n t e da

c a s c a , de a c o r d o com as i s o t e r m a s de equilíbrio higroscópi_

co p o r e l e s d e t e r m i n a d a s .

Um e s t u d o do c o m p o r t a m e n t o d u r a n t e a secagem da c a s c a

i s o l a d a , p o d e r i a e l u c i d a r e s t a s e o u t r a s questões r e l a c i o n a

das com a cinética do caroço i n t e i r o , s e n d o e s t e um d o s ob_

j e t i v o s que n o s p r o p u s e m o s ao p l a n e j a r o p r e s e n t e t r a b a l h o .

SHARMA e t a l i i ( 1 9 8 2 ) num e s t u d o s o b r e secagem de

a r r o z e BRUNELLO ( 1 9 7 4 ) , na secagem de m a l t e v e r d e de c e v a

(39)

e o i n t e r i o r do grão.

COURA § ALSINA ( 1 9 8 5 ) p r o p u s e r a m p a r a a cinética de

secagem da c a s c a de caroço de algodão, em camada d e l g a d a , a

p a r t i r de um m o d e l o d i f u s i o n a l , uma equação análoga as s o l u

ções em série da l e i de F i c k : U+ = 9! Exp ( - K t ) + ( 1 - e O V _ LE x p [ - ( ( 2 n + l ) + l ) K t ] L n n = l 2 ( 2 . 2 3 ) \

Os v a l o r e s dos parâmetros da equação 2.23 , e n c o n t r a d o s

m e d i a n t e regressão nãò l i n e a r , f o r a m de 0,133 p a r a 9 j e

0,0273 m i n ^ p a r a K ( c o n s t a n t e de s e c a g e m ) , com um d e s v i o

padrão da o r d e m de 0,019. Os 8 j d a equação 2.23 são os p a r a

m e t r o s da equação, t o t e m p o e U+, a razão de u m i d a d e d e c i _

m a l (b . s ) .

2.6 - Secagem em Camada E s p e s s a

A secagem de um sé grão i n d i v i d u a l m e n t e ou de uma só

camada de grãos não a l t e r a as condições do a r s i g n i f i c a t i v a

m e n t e . E n t r e t a n t o , q u a n d o os grãos são a m o n t o a d o s d e n t r o de

um s e c a d o r f o r m a n d o camadas e s p e s s a s , o a r que p a s s a p o r es

sas camadas se m o d i f i c a . Sua t e m p e r a t u r a d i m i n u i ao c e d e r

c a l o r sensível p a r a os grãos e s u a u m i d a d e a u m e n t a ao r e c e

(40)

25

t e n c i a l dc secagem d i m i n u i .

Um m o d e l o matemático c o m p l e t o que p o s s a s i m u l a r o p r o

c e s s o dc secagem n e s s a situação d e v e c o n t e r equações que c a l

c u l e m t o d a s as variações de t e m p e r a t u r a e u m i d a d e , t a n t o pa

r a o p r o d u t o como p a r a o a r , V I L E L A ( 1 9 7 7 ) , c i t a d o p o r MAR

TINS S, MATA ( 1 9 8 4 ) .

E x i s t e m , h o j e , vários m o d e l o s matemáticos d e s e n v o l v i d o s

que r e l a c i o n a m o t e o r de u m i d a d e da m a t r i z s o l i d a com a a l t u

r a da camada, o tempo de s e c a g e m , a vazão e a t e m p e r a t u r a do

a r . T o d o s , e n t r e t a n t o , presupõem.condições e simplificações

que os l i m i t a m , q u a s e s e m p r e , aos p r o d u t o s e s t u d a d o s . Não

o b s t a n t e , vários p e s q u i s a d o r e s lançam mãos d e s t e s m o d e l o s pa_

r a simulação de secagem em s e c a d o r e s de t i p o s d i v e r s o s . A m £

d e l a g e m matemática, que c o m p r e e n d e as equações r e p r e s e n t a t i _

v a s d o s balanços de massa e de e n e r g i a p a r a a m a t r i z sólida

e p a r a o a r , da secagem de q u a l q u e r p r o d u t o estará s e m p r e a

d e p e n d e r da c o n f i a b i l i d a d e d e s t a s equações como também das

p r o p r i e d a d e s físicas e n v o l v i d a s , t a i s como p o r o s i d a d e , c a p a

c i d a d e calorífica, u m i d a d e de equilíbrio, e t c .

Na m a i o r i a das m o d e l a g e n s é u t i l i z a d a uma equação empí_

r i c a de secagem em camada f i n a . Daí a importância de d i s p o r

de uma equação p a r a a cinética, o b t i d a em condições o p e r a c i o

n a i s s e m e l h a n t e s e que forneça um a j u s t e com exatidão s u f i _

c i e n t e como f o i a s s i n a l a d o no capítulo I . 0 p r e s e n t e t r a b a l h o

tem como o b j e t i v o p r i n c i p a l o b t e r , a p a r t i r de medições ex

(41)

CAPÍTULO I I I

EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

3.1 - P r o j e t o e Construção d a Câmara de Secagem

P a r a obtenção dos d a d o s , p r o j e t o u - s e e c o n s t r u i u - s e uma

câmara de secagem de l e i t o f i x o , com diâmetro de 17,8 cm e

a l t u r a de 80 cm, que p o d i a s e r p e r c o r r i d a p o r c o r r e n t e a s c e n

d e n t e de a r a q u e c i d o ( F i g . 3 . 1 ) . P a r a uma m e l h o r d i s t r i b u i ^

ção do f l u x o de a r de s e c a g e m , a d a p t o u s e uma peça t r o n c o

--cônica ( f u n i l ) na e n t r a d a da câmara, c o l o c a n d o s o b r e e s t a ,

uma t e l a de arame com e s f e r a s de v i d r o u n i f o r m e , e m p i l h a d a s

a l e a t o r i a m e n t e .

• ' A câmara, i s o l a d a com cordão de a m i a n t o , p o s s u i s e i s

f u r o s , três em c a d a l a d o , d i s t a n c i a d o s p o r o i t o centímetros .

No s e u i n t e r i o r , d o i s centímetros a c i m a dos d o i s p r i m e i r o s

f u r o s , e x i s t e uma saliência com vedação de a s b e s t o p a r a f i

x a r o s u p o r t e c o n t e n d o a a m o s t r a . Nos d o i s p r i m e i r o s f u r o s , e s _ tão os t e r m o p a r e s de c o n t r o l e de t e m p e r a t u r a , t e m p e r a t u r a de b u l b o úmido e t e m p e r a t u r a de b u l b o s e c o do a r de secagem ( r e ferência t e m p e r a t u r a a m b i e n t e ) . C o n f o r m e a a l t u r a do l e i t o com q u e se e s t i v e r t r a b a l h a n d o , c o l o c a - s e n o s f u r o s s u p e r i o r e s , o u t r o s d o i s t e r m o p a r e s que medirão as t e m p e r a t u r a s de b u l b o úmido e b u l b o s e c o do a r de saída. A t e m p e r a t u r a de b u l b o s e c o do a r de saída é l i d a num r e g i s t r a d o r , as o u t r a s

(42)

27

t e m p e r a t u r a s de b u l b o úmido e b u l b o s e c o são l i d a s num m i l i

voltímetro, que as d i s t i n g u e m p o r m e i o de c h a v e s c l e t o r a .

A f a i x a de t e m p e r a t u r a do ar' com que se t r a b a l h o u na

câmara f o i de 38 a 82 'C, v a r i a n d o a vazão do a r em 120,160,

1 8 0 , 200 e 240 m3/h e a a l t u r a da camada em 1,0; 3,0; 5,0 e

10,0 cm.

3.2 - Descrição dos E q u i p a m e n t o s

0 c o n j u n t o de e q u i p a m e n t o s u t i l i z a d o s p a r a f u n c i o n a

• m e n t o da câmara e obtenção d o s d a d o s r e q u e r i d o s na mesma e

f o r a d e l a , são:

01 - C o m p r e s s o r R a d i a l , t i p o exportação , f a b r i c a d o pe

l a Lavagem A m e r i c a n a G a r a n t i a , d o t a d o de m o t o r

assíncrono trifásico, t i p o S100 L 2 , com 4 CV e

2920 RPM, f a b r i c a d o p e l a Metalúrgica Abramo Eber_

l e S/A - C a x i a s do S u l - I n d . B r a s i l e i r a . 2 02 - Manómetro DOX, c a p a c i d a d e de 2 kg/cm , f a b r i c a d o p e l a IMC - Indústria B r a s i l e i r a . 03 - Rotâmetro, t i p o R2-V.C HASTE, c a p a c i d a d e de 400 7 m / h , f a b r i c a d o p e l a OMEL/SA - I n d . B r a s i l e i r a . 04 - A q u e c e d o r de A r , t i p o RM 2 5 6 0 . 9 , com 22,5 KW, f a b r i c a d o p e l a PALLEY - I n d . B r a s i l e i r a . 05 - C o n t r o l a d o r de T e m p e r a t u r a P r o p o r c i o n a l , t i p o P300, f a i x a de operação e n t r e 20-200 9C , f a b r i c a d o pe

(43)

TOS CIENTÍFICOS - CG - LTDA - I n d . B r a s i l e i r a .

07 - Milivoltímetro, t i p o MD-045, f a b r i c a d o p e l a EQUI

PAMENTOS CIENTÍFICOS DO BRASIL - I n d . B r a s i l e i r a .

08 - A u t o - T r a n s f o r m a d o r Variável, t i p o 2/6 B, com INV

240 e OUT de 0 - 2 8 0 , f a b r i c a d o p o r THE SUPERIOR ELE

TRIC Co. BRISTOL CONN-USA.

09 - Balança M e t t l e r PC 4 4 0 , c a p a c i d a d e de 420 g , com

precisão de l e i t u r a dc 0,001 g , f a b r i c a d o p e l a

METTLER INSTRUMENT AG-Suiça.

10 - D e s s e c a d o r I n f r a - v e r m e l h o L P - 1 5 , f a b r i c a d o p e l a

METTLER INS - TRUMENT AG - Suiça.

11 - Balança, t i p o T r i p l e Beam, c a p a c i d a d e de 2610 g com precisão de l e i t u r a de 0,1 g , f a b r i c a d o p e l a OHAUS - USA. 12 - E s t u f a de Secagem, m o d e l o 315SE, f a b r i c a d o p e l a FANEM -São P a u l o - I n d . B r a s i l e i r a . 13 - T e r m o p a r e s , t i p o f e r r o - c o n s t a n t a n . 14 - Picnômetro de Comparação a a r , f a b r i c a d o p e l o Nu

c l e o de A r m a z e n a m e n t o do DEAg da UFPb , com c a p a c i _

(44)

A — C o m p r e s s o r Radial 8 — R o t í m e t r o C — A q u e c e d o r de Ar D - C a m a r a de S e c a g e m E - C h a v e S e l e t o r a : 1 - T e m p e r a t u r a b. u. de 2 - t e m p e r a t u r a b. s. de 3 - T e m p e r a t u r a b. u. de F — M i l i voltímetro D i g i t a l G - C o n t r o l a d o r de T e m p e r a t u r a H - R e g i s t r a d o r ( T e m p e r a t u r a b. s. de s e n d a ) entrada entrada s a í d a V/ B F I G U R A 3.1 - E S Q U E M A DA A P A R E L H A G E M

(45)

CAPÍTULO I V MATERIAL E MÉTODOS

4.1 - M a t e r i a l U t i l i z a d o

0 m a t e r i a l u t i l i z a d o f o i a c a s c a de caroço de n l g o

dão, com predominância do t i p o herbáceo m i s t u r a d o com pequ£

nas q u a n t i d a d e s de c a s c a de algodão híbrido, c o l h i d a no es

t a d o em que s a i da d e c o r t i c a d o r a , numa indústria de Campina

G r a n d e .

A c a s c a de caroço de algodão é um m a t e r i a l f i b r o s o ,

heterogéneo e de a l t a p o r o s i d a d e . Sua composição, s e g u n d o

DUNNING ( 1 9 4 8 ) , em b a s e s e c a :

P e n t o s a n a s 2 1 , 0 0 %

C e l u l o s e 3 5 , 1 0 %

L i g n i n a s 1 6 , 8 0 %

DUNNING § LATHROP ( 1 9 4 5 ) , a p r e s e n t a m v a l o r e s m é d i o s ,

t o m a d o s de vários a u t o r e s , do que s e r i a a composição da

c a s c a , em b a s e s e c a : P e n t o s a n a s 2 9 , 5 0 % C e l u l o s e 4 3 , 9 0 % L i g n i n a s 2 1 , 9 5 % C i n z a s 1,80% Proteínas... 3,30%

(46)

31

F i b r a C r u a 49 ,20$

Ac. Acético p o r h i d r o l i s e . 5,00%

A l c o o l - B e n z c n o p o r extração. 5,10°

Numa análise e l e m e n t a r a p r o x i m a d a da c a s c a de caroço

de algodão, o b t e m - s e a s e g u i n t e composição, s e g u n d o PEREIRA

( 1 9 8 5 ) : C a r b o n o 5 1 , 0 5 % Hidrogénio 6,52% Oxigénio 41 ,70% C i n z a s : 1 , 50% A variação n a composição da c a s c a é d e v i d o a m u i t o s f a t o r e s , t a i s como o r i g e m da s e m e n t e , c l i m a , s o l o , tempo de c o l h e i t a do algodão, condições de a r m a z e n a m e n t o e d o s

métodos de análises, SAKOSHCHIKOV $ IVANOVA ( 1 9 3 4 ) .

Segundo DUNNING ( 1 9 4 8 ) a d e n s i d a d e , que d e p e n d e do em

- 3 p a c o t a m e n t o , e a p r o x i m a d a m e n t e 10 l b / f t e, s e g u n d o PEREIRA

( 1 9 8 5 ) , o p o d e r calorífico ê de 2800 K c a l / K g . No m a t e r i a l

que u t i l i z a m o s não f o i d e t e r m i n a d a a composição. Porém, as

p r o p r i e d a d e s físicas r e l e v a n t e s p a r a a interpretação d o s dai

dos cinéticos da secagem f o r a m d e t e r m i n a d a s : p o r o s i d a d e ,den

s i d a d e a p a r e n t e do l e i t o , d e n s i d a d e r e a l d a c a s c a e h i g r o s c o

p i c i d a d e .

A h i g r o s c o p i c i d a d e f o i d e t e r m i n a d a em t r a b a l h o s ante_

r i o r e s : COURA $ ALSINA ( 1 9 8 4 ) e ALSINA e t a l i i ( 1 9 8 5 ) , e os

r e s u l t a d o s podem s e r c o n s u l t a d o s no apêndice D. A p o r o s i d a

-de e a d e n s i d a d e po-dem s e r d e t e r m i n a d a s s i m u l t a n e a m e n t e â

(47)

ção a a r . 0 método se d e s c r e v e no p o n t o s e g u i n t e .

Dada a h e t e r o g e n e i d a d e da c a s c a de caroço dc algodão,

com f o r m a i n d e f i n i d a e de difícil m a n u s e i o , t o r n a - s e impôs

sível a verificação ou determinação do s e u diâmetro e q u i v a

l e n t e . As p r o p r i e d a d e s termofísicas: c a l o r específico, d i f u

s i d a d e e c o n d u t i v i d a d e térmica não f o r a m m e d i d a s , jã que no

p r e s e n t e t r a b a l h o não é l e v a d o em c o n t a o t r a n s p o r t e de e n e r

g i a , c o n s i d e r a n d o em p r i m e i r a aproximação condições isotêrmi_

c a s . Como será d e m o n s t r a d o n o s capítulos s e g u i n t e s , o e f e i t o

de t e m p e r a t u r a não e apreciável , a não s e r p e l a influência

na u m i d a d e de equilíbrio. Porém será necessário

considerã-- l o s em e s t u d o s f u t u r o s v i s a n d o simulação e m o d e l a g e m , a s s u n t o s o b r e o q u a l v o l t a r e m o s no capítulo V I I s o b r e sugestões p a r a t r a b a l h o s f u t u r o s . 4.2 - Determinação d a P o r o s i d a d e A p o r o s i d a d e é d e f i n i d a p e l a razão do v o l u m e de espaços v a z i o s ao v o l u m e do l e i t o . C o n f o r m e a definição, a p o r o s i d a -de se r e l a c i o n a com a d e n s i d a d e do m a t e r i a l m e d i a n t e â e q u a

ção (GUSTAFSON § HALL ( 1 9 7 2 ) ) :

e = 1 - ( PA/ P ) ( 4 . 1 ) em que e = p o r o s i d a d e ( d e c i m a l ) 3 = d e n s i d a d e a p a r e n t e (kg/m ) 3 p = d e n s i d a d e r e a l (kg/m )

(48)

33

A d e n s i d a d e a p a r e n t e ê d e f i n i d a como a massa de sóli_

do d i v i d i d a p e l o v o l u m e do l e i t o , e a d e n s i d a d e r e a l , d e f i

n i d a p e l a massa do s o l i d o d i v i d i d a p e l o v o l u m e do sólido.

Vários t r a b a l h o s de determinação dc p o r o s i d a d e têm s i _

do f e i t o s u t i l i z a n d o o método de DAY ( 1 9 6 4 ) . Na f i g u r a 4.1

a p r e s e n t a m o s um esquema do a p a r e l h o que e um picnômetro de

comparação a a r . 0 princípio do método b a s e i a - s e na s u p o s i _

ção de c o m p o r t a m e n t o de gás i d e a l e condições isotérmicas.

0 método de operação c o n s i s t e no s e g u i n t e :

I n i c i a l m e n t e t o d o o s i s t e m a se e n c o n t r a a pressão at_

mosférica. I n j e t a - s e a r no c i l i n d r o 1 , v e r f i g u r a 4 . 1 , a t r a

vés de um c o m p r e s s o r de a r , com a válvula de conexão f e c h a'

d a . N e s t e i n s t a n t e t e r e m o s no c i l i n d r o 1 : P1V1 = mRT ( 4 . 2 ) em que

_ 2

P^ = pressão no c i l i n d r o 1 (N.m ) 3 V^ = v o l u m e de a r no c i l i n d r o 1 (m ) m = massa de a r no c i l i n d r o 1 ( k g ) R = c o n s t a n t e específica do gás ( J . k g "^.K ) T = t e m p e r a t u r a ( K ) Ao a b r i r m o s a válvula de admissão de a r do c i l i n d r o 1 p a r a o c i l i n d r o 2, que p o r s u a v e z estará r e p l e t o de c a s c a s , t e r e m o s no c i l i n d r o 1 : P2V1 = m l R T ^ '

(49)
(50)

35 e no c i l i n d r o 2 P2V2 = m2RT em q u e - 2 P2 = pressão no c i l i n d r o 2 (N.m ) V2 = v o l u m e de a r no c i l i n d r o 2 ( m3) m-^ = n o v a massa de a r no c i l i n d r o 1 ( k g ) m2 = massa de a r no c i l i n d r o 2 ( k g )

Como as pressões m e d i d a s sao r e l a t i v a s â atmosférica

e o v o l u m e de ambos c i l i n d r o s é o mesmo, segue q u e :

V

V

1

=

(

P

i -

P

P

/ P

2 t

4

-

3

)

onde P' é i g u a l a pressão r e l a t i v a m e d i d a . Como V2/V-^

i g u a l a p o r o s i d a d e , t e m - s e :

A d e n s i d a d e a p a r e n t e f o i c a l c u l a d a d i v i d i n d o a massa

de c a s c a de caroço de algodão c o n t i d a no c i l i n d r o 2 p e l o vo_

lume do c i l i n d r o . C o n h e c i d a s a p o r o s i d a d e e a d e n s i d a d e apa

r e n t e , a d e n s i d a d e do s o l i d o se c a l c u l a a p a r t i r da equação

4 . 1 .

Foram f e i t a s c i n c o experiências com a m o s t r a s de u m i d a

des d i f e r e n t e s e , c o n f o r m e t a b e l a 4 . 1 , v e r i f i c a - s e a p e n a s

(51)

de u m i d a d e , mas s u f i c i e n t e p a r a a c o r d a r com r e s u l t a d o s c n

c o n t r a d o s na l i t e r a t u r a p a r a o u t r o s t i p o s dc m a t e r i a i s : po

r o s i d a d e d e c r e s c e n t e com o a u m e n t o do t e o r de u m i d a d e .

CHUNG 5 CONVERSE ( 1 9 7 1 ) , c i t a d o s p o r ALMEIDA e t a l i i

( 1 9 7 9 ) , e s t u d a r a m o e f e i t o do t e o r de m i l h o e t r i g o s o b r e as p r o p r i e d a d e s físicas e, c o n s t a t a r a m que a p o r o s i d a d e de c r e s c e l i n e a r m e n t e com o a u m e n t o do t e o r de u m i d a d e . E s t a ocorrência f o i c o n s t a t a d a p o r WRATTEN e t a l i i ( 1 9 6 9 ) , ao es t u d a r e m a p o r o s i d a d e de grãos de a r r o z médios e l o n g o s . PRADO e t a l i i ( 1 9 7 9 ) v e r i f i c a n d o a p o r o s i d a d e de se m e n t e de c a c a u d u r a n t e o p r o c e s s o de s e c a g e m , em camadas f i _ n a s , c o n c l u i r a m e n t r e o u t r a s c o i s a s , que a relação p o r o s i d a _ de v e r s u s t e o r de u m i d a d e v a r i a com a t e m p e r a t u r a do a r de s e c a g e m , e que a p o r o s i d a d e t o r n a - s e m a i s a l t a p a r a t e m p e r a t u r a s m a i o r e s . ALMEIDA e t a l i i ( 1 9 7 9 ) c o n c l u i r a m , p a r a amêndoas de c a c a u , que a p o r o s i d a d e d e c r e s c e l i n e a r m e n t e , t a n t o com o a u m e n t o do t e o r de u m i d a d e , q u a n t o com o a u m e n t o d a massa

específica a p a r e n t e . MATA $ FILHO ( 1 9 8 4 ) c o n c l u i r a m , p a r a

s e m e n t e s de mamona e de a l g a r o b a , q u e p o r o s i d a d e c r e s c e l i _

Referências

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