CONFORTO AMBIENTAL
Doris C.C.K. Kowaltowski Marcella Deliberador
2011 Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, UNICAMP
Processo de projeto
para uma arquitetura bioclimática
Conforto ambiental
Bem estar físico
relacionado com as
condições do ambiente
em
que o ser humano vive, seja interno ou externo às edificações.
Envolve vários aspectos: térmico, visual, acústico, ergonômico,
qualidade do ar, entre outros.
Objetivos do conforto ambiental:
Busca de qualidade ambiental nos edifícios e espaços abertos
Eficiência energética, máxima qualidade e mínimo consumo:
uso de estratégias passivas
Redução do impacto ambiental:
Conforto ambiental:
Conforto ambiental
Luminoso
Acústico
Térmico
Funcional
O projeto deve atender todos os aspectos desses
confortos
Conforto Luminoso
Para análise e avaliação da qualidade luminosa, deve-se considerar:
Níveis de iluminação
Uniformidade e níveis de contraste Distâncias entre o usuário e o objeto Presença de ofuscamentos
Uso das cores nas superfícies
Elementos internos e externos de proteção da insolação direta Iluminação artificial suplementar
Essencial para:
Z percepção visual e psicológica Z orientação espacial
Z segurança física
Z orientação no tempo
Conforto Luminoso
problemas físicos: dor de cabeça; problemas de visão; contração da musculatura; visão turva; perda de equilíbrio; sonolência. problemas subjetivos: desatenção; fadiga mental; menor atenção (problema
de aprendizado escolar) falhas na leitura; irritabilidade; baixa produtividade; ofuscamento; risco de acidentes; mal estar.
Diretrizes de Projeto:
Orientação e localização adequadas das aberturas Dimensionamento adequado das aberturas
Cores claras das superfícies internas Mesclar iluminação artificial
Proteger as aberturas de insolação excessiva
Cuidado com a proximidade de vegetação às aberturas Níveis de iluminação uniforme
Cuidado com o ofuscamento
Luz de duas direções, localização adequada de aberturas, colocação de cortinas
Tadao Ando
Conforto Acústico
Essencial para:
Comunicação verbal Atividades;
Descanso
Análise da qualidade acústica inclui:
Níveis de ruído máximo recomendados
Níveis de ruídos internos e externos observados Levantamento das fontes de ruído
Isolamento, absorção e barreira Interferências entre atividades
Conforto Acústico
problemas físicos:
perda da capacidade auditiva; aceleração da pulsação,
sobrecarga do coração;
aumento da pressão sangüínea,
e estreitamento dos vasos;
contração da musculatura; descarga de hormônios;
visão turva, perda de equilíbrio; danificação de órgãos. problemas emocionais: problema de comunicação; fadiga mental; menor atenção; nervosismo, irritabilidade; frustração; conflitos sociais; baixa produtividade; falta de privacidade; mal estar.
identificar as causas do problema:
ruído de impacto;
localização da edificação em relação à vizinhança: vozes, trânsito, rádio alto, atividade industrial;
Conforto
Acústico
Conforto Acústico
Soluções adequação
identificar as fontes sonoras do
entorno e as atividades;
posição e dimensionamento
das aberturas;
uso de dispositivos e outras
soluções: barreiras e materiais isolantes.
Conforto Acústico
Soluções adequação
identificar as fontes sonoras e
as atividades;
forma do ambiente;
uso de materiais construtivos
absorventes;
colaboração do usuário.
Conforto Acústico
TIPO DE
MATERIAL BAIXA FREQÜÊNCIA
ALTA
FREQÜÊNCIA
Poroso Pouca absorção Grande absorção
Projetos
Sala São Paulo
Epidauro, Grécia - 300 a.C. 135m diâmetro
18
Pesquisas – conforto ambiental
Discussão mandatária para atingir arquitetura de qualidade Pesquisas “mão na massa”
Uso de simulações no processo de projeto Criar hábitos na formação
Necessita de laboratórios sofisticados Pesquisadores:
E a sustainabilidade?
Pesquisas em:
Interações complexas, sociais e técnicos Conforto, custo, eficiência energética,
materiais, desempenho
Conhecimento científico aplicado à construção civil Necessita de equipe multidisciplinar, especializado Processo de projeto alterado
http://www
.wbdg.org/wbdg_approach.php
Processo integrado Processo tradicional
Inspiração da natureza:
Comparação e inspiração
Entender a estrutura de fenômenos naturais Não é simples analogia
(YEANG, 2004) Evitar traduções literais
The flexible photovoltaics
Permits energy to be collected from motion Leaves moving in the wind
High Performance – alto desenpenho?
Exemplo arquitetura escolar:
Good teachers and motivated students can overcome inadequate facilities and
perform at a high level almost anywhere, but a well-designed facility can truly enhance performance and make education a more enjoyable and rewarding experience.
A high performance school is:
Healthy Comfortable Energy Efficient Material Efficient
Easy to Maintain and Operate Commissioned
Environmentally Responsive Site A Building That Teaches
Safe and Secure Community Resource Stimulating Architecture
Conforto Térmico
Depende essencialmente do clima Características do clima:
Temperaturas médias (bulbo úmido e seco) Temperaturas máximas e mínimas
Velocidade e orientação dos ventos predominantes Umidade do ar e precipitação
Distribuição anual dos parâmetros Macro e Micro clima
Recomenda-se a
Arquitetura Bioclimática
Conforto Térmico
Arquitetura e Clima
Repensar a atualidade!
Aprendendo com aArquitetura Vernacular
Observação e Experiência prática
x
Bernhard Tschumi blue condo
Aprendendo do vernáculo:
Massa térmica alta
Proteção solar incorporada
Aproveitamento da radiação solar Uso de materiais naturais
Escolha consciente da forma Proteção contra vento
Espaços de transição Captar os ventos
Localização das aberturas
Proteção contra temperaturas elevadas ou muito baixas Planejamento urbano
Orientação das ruas Gabaritos
Escolha do sítio
Atenção!
Nem todo vernáculo é confortável.
Não vamos romantizar
M
MEETTHHOODDOOLLOOGGYY OOFF BBIIOOCCLLIIMMAATTIICC DDEESSIIGGNN.. V
Conforto Térmico
Elemento principal do bem estar Desconforto causa:
sonolência,
alteração de batimentos cardíacos, aumento de sudação
apatia e desinteresse pelo trabalho
Elementos do desconforto:
temperaturas extremas (frio ou calor) falta ou excesso de ventilação
umidade excessiva com temperatura elevada radiação térmica
insolação direta
superfícies aquecidas
Projeto Bioclimático
Assegurar o bem estar em dadas condições climáticas Qualidade ambiental, sustentabilidade
Valorizar técnicas e soluções locais, regionalismo Valorizar tecnologias avançadas
Ecourban 22@, Barcelona, Spain William McDonough + Partners
Aplicação de tecnologias avançadas :
Novas: formas materiais Praticas usos Esquemas equipamentosExemplo: Commerzbank Frankfurt: Norman Foster Omega Center for Sustainable Living
Rhinebeck, NY - BNIM Architects
Office for Urban Development and the Environment (BSU)
Outras definições: arquitetura bioclimática
O projeto de edificações e espaços urbanos
que levam em conta o clima e condições
climáticas para atender o conforto térmico das pessoas.
Considera elementos arquitetônicos, evita
sistemas mecânicas. Estes são vistos com suporte e não solução.
O vernáculo pode fornecer bons exemplos mas
Relação com o conceito da sustentabilidade:
Arquitetura passiva solar:
Uso eficiente da energia solar
Arquitetura ativa solar:
Coletores solares Conversão elétrica Painéis fotovoltaicos Energia renovável: Vento Ondas Água
Gás metano de resíduos sólidos
Arquitetura sustentável:
Conceito de minimizar impactos ambientais:
Matérias e sua manufatura
Evitar materiais tóxicos e reduzir consumo de energia Técnicas construtivas: minimizar danos ambientais Escolher os sítios com cuidado
Uso e ocupação:
redução de consumo de água e energia Reciclagem de materiais e resíduos
Demolição de construções (ciclo de vida)
Arquitetura auto-suficiente:
Independência do sistema de fornecimento de infra-estrutura Aproveitar de recursos locais
Aprendendo com alguns projetistas
“verdes” da atualidade :
J. Baldwin Steve Baer John Boeker
João Filgueiras Lima Glenn Murcutt Michael Pawlyn William McDonough Micheal Sorkin N. Tombasis James Wines Ken Yeang Robert Ries
Sir Norman Foster Mick Pierce
Procedimentos do Projeto bioclimático:
Escolha e análise do local Definição das atividades
Programa de necessidades detalhado Caracterização do clima Definição da forma e implantação Estudo de insolação Áreas envidraçadas Coberturas Ventilação Técnica construtiva Materiais de construção Vegetação Água
Análise do local
Levantamento visual e fotográfico
TopografiaConstruções existentes Perfil do local
Análise das interferências
Edificações, árvores, topografia e outros
acidentes que possam afetar:
a radiação direta e indireta (sombras) a direção ou velocidade dos ventos
Início = consciência climática:
Levantamento de dados principais do clima
temperatura de bulbo seco temperatura de bulbo úmido temperatura de globo
temperaturas máximas e mínimas distribuição anula dos fenômenos direção e velocidade do vento precipitação (chuva, neve etc..) micro e macro clima
Na programação arquitetônica
Dados climáticos
do local:
Princípios de
arranjo urbano
Princípios
bioclimáticos
para a
edificação
Clima Quente e Úmido
1. Habitações leves e permeáveis aos ventos. 2. Disponibilidade de ventilação natural.
Clima Quente e Seco
1. construções compactas e impermeáveis ao vento seco
2. paredes e telhados com alta inércia térmica 3. pequenas aberturas
Definição de locais e microclimas
Definir o tratamento de
espaços ao exterior
Richard Meier
Ilha de calor e
micro clima urbano
Clima urbano:
ilhas de calor e de
Forma e implantação:
Escolher :
Analisar as funções nos espaços internos:
Exigências térmicas conforme atividade:
metabolismo, agrupamentos, vestimenta
Horários de ocupação
Locais de ocupação
High Tech High International, San Diego USA David Stephen Design
Definir funções no meio exterior:
Atividades previstas:
Circulação de pedestres Circulação de veículos e
estacionamentos
Lugar de recreio, jogos
horários, prioridades,
tratamento
arquitetônico
Yocha-de-He Preparatory School, Brooks, California, USA
Gordon H. Chong & Partners
Manassas Park Elementary School + Pre-K, Manassas Park VA , VMDO Architects, P.C.
Manitoba Hydro Place, Winnipeg MB , Canada’ Smith Carter Architects and Engineers
Métodos de proteção de área envidraçadas
Etude de Brise-soleil
lycée Robert Doisneau Corbeil-Essonnes
Estudar a insolação
Movimento da Terra:
Translação
Órbita elíptica, porém com centros muito próximos, quase circular.
Plano da eclíptica, contém o sol e o plano da órbita da Terra.
Eixo da Terra é inclinado e não coincide com o plano da eclíptica.
Rotação
A terra gira sob seu eixo.
Ambos movimentos combinados determinam as estações do ano.
TRAJETÓRIA DO SOL
Azimute: é a medida angular tomada a partir da orientação norte
do observador no plano do horizonte
Altura solar: é a medida entre o horizonte e a posição do Sol
acima do horizonte
Fonte: Concepts in Architectural Lighting Egan, M. David
Transferidor Solar
Cartas Solares
Representações gráficas da trajetória aparente do sol na abóbada celeste.
Latitude
Descrevem o azimute, a altura do sol, época do ano e hora do dia.
Azimute:
ângulo em relação ao norte = 0º a 360ºAltura solar:
ângulo com o horizonte = 0º a 900ºÉpoca do ano / dias
Horas
PENETRAÇÃO DE SOL PELA JANELA - SOL NO PISO
Fonte: Geometria da Insolação Frota, Anésia Barros
GRÁFICO AUXILIAR PARA O TRAÇADO DE MÁSCARAS
Fonte: Geometria da Insolação Frota, Anésia Barros
β
dAVALIAÇÃO DA PROTEÇÃO PROPORCIONADA POR BRISES
Fonte: Uso das cartas solares Diretrizes para arquitetos Bittencourt, Leonardo
OPÇÕES DE BRISES HORIZONTAIS PARA UMA MESMA MÁSCARA
Fonte: Uso das cartas solares Diretrizes para arquitetos Bittencourt, Leonardo
Estudar a insolação dos planos e
espaços com relógio de sol
Insolação e controle
Beiral
Coberturas
Reduzir área
área mais exposta ao sol =
ganho de calor
Generoso beiral
proteção das paredes
Facilitar saída de ar quente:
Varandas e Beirais generosos
House in Regensburrg Thomas Herzog
Regensburg,Alemanha 1977-79
Coberturas de Laje:
Detalhamento
Sombreamento de tetos e aberturas
para saído de ar
Ventilação
Rugosidade da
Ventilação
Canalizar os ventos
Captar o vento
Forma em planta
Projetar sistemas de ventilação
Entradas e saídas
Área e formas de
controle, segurança
Lelé, Hospital de Rede Sarah em SalvadorHospital Sarah – Rio de Janeiro
Soluções em corte
Facilitar a ventilação
cruzada
Levar em conta
Técnica Construtiva
Determinar parâmetros:
Rugosidade das paredes externas
Espessura Captar ventos
Inclinação das paredes
Controlar insolação
Decidir sobre materiais, espessuras e
técnicas construtivas, calcular:
Coeficiente de absorção, emissividade,
resistência térmica e amortecimento
Materiais:
O desempenho térmico de uma construção depende de:
Propriedades termo-físicas dos materiais e componentes
Verificar quais componentes serão responsáveis pelos
maiores ganhos térmicos
Controle da energia solar incidente
Controle da energia solar absorvida.
Controle da transmissão térmica e radiação
solar
CARACTERÍSTICAS TERMO-FÍSICAS: EXEMPLOS
ARGILA:
PROPRIEDADES TÉRMICAS
condutividade térmica (w/(m.k)_ 0.90 – 1.05
Densidade ( kg/m3)_ 1300 – 1600 1800 - 2000
Calor especifico (kj/kg.k)_ 0.92
Absorção de radiação solar (αα)_ 0.65 – 0.80 Emissividade (εε)_ 0.85 – 0.95
Boa resistência e durabilidade estrutural Boas condições como material de vedação Produção econômica em grande escala Baixa resistência à umidade (maciço)
CARACTERÍSTICAS TERMO-FÍSICAS: EXEMPLOS
CONCRETO:
PROPRIEDADES TÉRMICAS
condutividade térmica (w/(m.k)_ 1.75
Densidade ( kg/m3)_ 2200 - 2400 Calor especifico (kj/kg.k)_ 1.00
Absorção de radiação solar (αα)_ 0.65 – 0.80 Emissividade (εε)_ 0.85 – 0.95
Boa adaptabilidade para vedação Pouca deterioração
Alta resistência mecânica Alta resistência à umidade
CARACTERÍSTICAS TERMO-FÍSICAS: EXEMPLOS
AÇO e FERRO
: PROPRIEDADES TÉRMICAS
Alta condutividade térmica (w/(m.k)_ 55
Alta densidade ( kg/m3)_ 7800 Calor especifico (kj/kg.k)_ 0.46
Absorção de radiação solar (αα)_ 0.25 Emissividade (εε)_ 0.25
Baixo grau de corrosão, exceto em umidades Boa preservação nas superfícies expostas Boa resistência e durabilidade
Péssimo isolante acústico
Elementos construtivos
e vegetação
acondicionamento de
espaços exteriores
sombreamento,
absorção da radiação
solar
Importância da Água
Considerações
:
Estudos de conforto ambiental com eficiência
energética
Avaliar a funcionalidade
Dimensões dos espaços e seu relacionamento
Qualidade da construção
Disposição adequada de equipamentos
Cooperação de todos que freqüentam os ambientes
Perceber e Participar:... Abrir e fechar janelas,
Manutenção e renovação
Aumentar a qualidade dos projetos e das construções
Considerar melhor o contexto
Mais sensibilidade em relação ao sítio
Aumentar a precisão dos detalhes
Reduzir desperdícios
Conhecer os hábitos das pessoas / usuários:
usos
Participação na operação e manutenção
Aprender sempre, incrementalmente
Preparar para mudanças:
robustez - durabilidade generosidade