• Nenhum resultado encontrado

J. bras. psiquiatr. vol.59 número3

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "J. bras. psiquiatr. vol.59 número3"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

CARTA

Por um consenso conceitual e metodológico nas

pesquisas em depressão pós-parto

For a conceptual and methodological consensus on postpartum depression

research

Amaury Cantilino

1

Prezado editor,

Agradecemos o interesse e as considerações feitas por Figueira et al. a respeito do nosso es-tudo.

Num país de dimensões continentais como o Brasil, certamente são encontrados fatores relacionados à cultura e a condições socioeconômicas que podem impactar nos resultados de pesquisas epidemiológicas. Contudo, da mesma maneira que Figueira et al., ponderamos em nossa discussão que os instrumentos utilizados na coleta de dados, assim como o período de pós-parto avaliado e sítios de abordagem das puérperas, também podem ser responsáveis por diferenças nas taxas do diagnóstico averiguado1.

Parece relevante que uma das condições clínicas mais estudadas da psiquiatria, como é a depressão pós-parto, ainda padeça de considerável carência de consenso em importantes questões que guiariam a metodologia das diversas pesquisas. Qual o período do pós-parto ideal para que se realize triagem? Deve-se diagnosticar como depressão pós-parto apenas aqueles quadros incidentes no puerpério? Até que mês após o parto se pode considerar que uma condição clínica tem relação com ele?

O problema instalado é que cada pesquisador acaba utilizando sua própria perspectiva para projetar seu estudo. Isso gera grande diiculdade de comparação entre os resultados. Até onde conhecemos, para a averiguação da prevalência de depressão pós-parto no Brasil, há os sete estudos citados no artigo em tela1 somados à pesquisa de Figueira et al.2. Se quiséssemos

realizar uma metanálise, não conseguiríamos obter sequer dois deles com metodologia igual. Assim, além de podermos promover dados atualizados no futuro, apontamos para a necessi-dade de criarmos “consensos metodológicos” no sentido de termos dados comparáveis entre centros e percebermos melhor quais variáveis realmente fazem a diferença.

REFERÊNCIAS

1. Cantilino A, Zambaldi CF, Albuquerque TLC, Paes JA, Montenegro ACP, Sougey EB. Postpartum depression in Recife – Brazil: prevalence and association with bio-socio-demographic factors. J Bras Psiquiatr. 2010;59(1):1-9.

2. Figueira P, Correa H, Malloy-Diniz L, Romano-Silva MA. Edinburgh Postnatal Depression Scale for screening in the public health system. Rev Saude Publica. 2009;43(Suppl 1):79-84.

1 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Programa de Saúde Mental da Mulher.

Recebido em 13/7/2010 Aprovado em

25/7/2010

Endereço para correspondência: Amaury Cantilino Av. Domingos Ferreira, 2.160, sala 108, Boa Viagem 51111-020 – Recife, PE

Referências

Documentos relacionados

Espanto dos estudantes de Medicina, tão afeitos ao rigor da terminologia médica, e confu- são para os que estão se especializando na patologia mental, Elie Cheniaux faz excelente

The Persian Bipolar Spectrum Diagnostic Scale and mood disorder questionnaire in screening the pa- tients with bipolar disorder. Arch

Methods: Thirty-ive adults (19 men and 16 women; mean age of 31.74 years) diagno- sed with ADHD according to DSM-IV with a semi-structured interview (K-SADS PL) were asked to ill

Os capítulos quatro, cinco e seis seguem o modelo do capítulo anterior, apresentando ao leitor, de forma breve, as características clínicas das patologias abordadas, que

Most of the patients had a poor disease course, with long symptomatic periods, particularly depressive episodes, and signiicantly impaired social and occupational functioning..

Finalmente, estudamos uma população atendida em uma instituição privada e que certamente não relete o peril socio- econômico de toda a população brasileira (por exemplo, em

Como o próprio artigo explica, esse instrumento foi desenvolvido para avaliar a intensidade dos sintomas depressivos, não sendo um instrumento diagnóstico, ainda que um ponto de corte

Exceto pelos ilmes de Shirley Temple, Rin-Tin-Tin e, possivelmente, Xuxa, o cinema sempre foi o veículo por excelência dos transtornos mentais – cognitivos, psicóticos,