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O LÚDICO NA APRENDIZAGEM: CONTRIBUIÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS PARA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA.

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Academic year: 2022

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LEITE, Charlene Costa Pontes1 CEI, Helena Bergamaschi2 POSSE, Magali Paraguassú3

RESUMO

Este trabalho intenciona-se a discutir sobre o lúdico da criança com uma abordagem das contribuições para o desenvolvimento psicopedagógico para aprendizagem da criança, tendo como objetivo principal, investigar de que forma o lúdico pode influenciar o desenvolvimento da criança

.

Utilizaremos como metodologia a pesquisa bibliográfica e nos pautaremos nas contribuições teóricas de Tizuko (1994), Vygotsky (1984), Ausubel (1978) e Santos (1997). Objetivamos ainda a realizar uma abordagem conceitual sobre desenvolvimento psicopedagógico, além de conceituar a lúdico e a aprendizagem e apresentar propostas da utilização do lúdico nas diferentes fases do desenvolvimento psicopedagógico da criança, bem como apresentaremos propostas de brincadeiras que contribuam no desenvolvimento psicopedagógico da criança.

Desta forma, este estudo proporcionará uma leitura mais consciente acerca da importância do aprendizado através da ludicidade para o desenvolvimento da criança em sua totalidade.

Palavras-Chave: Desenvolvimento Psicopedagógico; Ludicidade; Criança.

ABSTRACT

This work intends to discuss the child's play with an approach to the contributions to the psycho-pedagogical development for children's learning, with the main objective of investigating how the playful can influence the development of the child. We will use as a methodology the bibliographic research and we will base ourselves on the theoretical contributions of Tizuko (1994), Vygotsky (1984), Ausubel (1978) and Santos (1997). We also intend to carry out a conceptual approach on psych pedagogical development, in addition to conceptualizing play and learning and presenting proposals for the use of play in the different phases of psychopedagogical development of the child, as well as present proposals for play that contribute to the psych pedagogical development of the child. In this way, this study will provide a more conscious reading about the importance of learning through playfulness for the development of the child as a whole.

Key words: Psych pedagogical Development; Ludicidade; Child

1 Graduanda do Curso de Psicopedagogia Clínica e Institucional do Centro Universitário São Camilo-ES, chalenecosta@hotmail.com.

2 Graduanda do Curso de Psicopedagogia Clínica e Institucional do Centro Universitário São Camilo-ES, helenabcei@hotmail.com .

³Magali Paraguassú Posse: Especialista, Centro Universitário São Camilo-ES, magaliposse@saocamilo-es.br.

Centro Universitário São Camilo Espírito Santo Cachoeiro de Itapemirim – ES, de janeiro de 2018.

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INTRODUÇÃO

Partindo da premissa de que o lúdico é considerado em desenvolvimento e que o brincar se constitui como uma forma de atividade do ser humano, nas primeiras etapas de sua vida e que as relações entre o brincar e o desenvolvimento infantil são intrínsecas, esta pesquisa partiu do pressuposto de que o lúdico na aprendizagem da criança contribui para o desenvolvimento psicopedagógico da criança em todo seu processo de formação, principalmente em relação à vida escolar.

A escolha deste tema justifica-se pela necessidade oportunizar a compreensão da importância do lúdico para o desenvolvimento psicopedagógico da criança, levando em consideração que esta se encontra em um universo de descoberta, em constante aprendizado, apropriando-se de conhecimentos de vivências culturais, sociais, afetivas que vão contribuindo para sua formação.

O psicopedagogo é a oportunidade em que as relações sociais se intensificam e a utilização das atividades e de jogos contribuem para o processo educativo pedagógico, em que conteúdos possam ser ensinados mediados por atividades lúdicas e prazerosas para as crianças.

Ressalta-se a importância do tema ainda, considerando que o psicopedagógico está presente no desenvolvimento da criança, no agir, na formação do ego da criança, nas motivações, na emoção, valores e também como contribuição para construção de sua autoestima.

No sentido de responder a problemática dessa pesquisa. Como a ludicidade influenciaria no desenvolvimento da criança? Objetivamos fazer abordagens conceituais sobre o lúdico e a aprendizagem, além de investigar as possibilidades da utilização do lúdico nas diferentes fases do desenvolvimento psicopedagógico da criança, bem como apresentar propostas de brincadeiras que contribuam no desenvolvimento psicopedagógico da criança.

Para atingirmos os nossos propósitos, optamos pela metodologia pesquisa bibliográfica, tomando por base as contribuições de Ausubel (1978), Santos (1997), Tizuko (1994) e Vygotsky (1984) visando um conhecimento mais profundo da problemática em estudo.

Os autores pesquisados são unânimes em reconhecerem o papel do psicopedagogo como mediador da construção do conhecimento da criança , sendo

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corresponsáveis por proporcionarem situações de aprendizagens envolvendo o lúdico, incluindo as brincadeiras em seu estudo, onde a criança aprende brincando e no ato da brincadeira desenvolva habilidades importantes como: atenção, memória, imitação, imaginação, criatividade, proporcionando ainda o desenvolvimento da personalidade nos aspectos da afetividade, motricidade, inteligência e sociabilidade.

Segundo Santos esses aspectos de afetividade sociabilidade e entre outros são de estrema importância. Porque é um processo evolutivo para a criança e também para o desenvolvimento de um sujeito de direito, ou seja, a necessidade humana que não pode ser vista como diversão. Santos destaca essa importância.

O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para a saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento (SANTOS, 1997, p.12).

Isto é, a ludicidade no processo de aprendizagem e nas práticas psicopedagógicas são metas como: domínio do conhecimento do processo de aprendizagem, auxilio no desenvolvimento e na dificuldade da criança.

A LUDICIDADE E A APRENDIZAGEM: FATOR ESSENCIAL AO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.

De acordo com SANTOS (1997) “a ludicidade é assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo, a essência da infância e seu uso permitiu um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento.

Santos enfatiza o lúdico na aprendizagem como um processo historicamente evolutivo para infância e sua valorização, visto que, a criança não era vista como sujeito de direito, a partir, do momento que a infância foi valorizada ela foi reconhecida

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como uma etapa importante na vida do indivíduo. Por esta razão os jogos e brincadeiras tiveram uma grande ascensão.

O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural que colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita o processo de socialização, expressão e construção do conhecimento. (SANTOS, 1997, p. 12). Ou seja, a ludicidade está efetivamente ligada ao desenvolvimento da criança e é uma ferramenta indispensável para a aprendizagem. Isto é, a criança aprende no prazer de brincar nos momentos que a alicerçam o sujeito como: o faz de conta, que é o momento de imaginação vivenciado por meio da sua criação, da literatura infantil, da fantasia e com a não seriedade do mundo.

Por meio da brincadeira, a criança pequena exercita capacidades nascentes, como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas, possibilitadas especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente. Ao brincar, a criança passa a compreender as características dos objetos, seu funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo tempo, ao tomar o papel do outro na brincadeira, começa a perceber as diferenças perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior característicos de seu pensamento verbal. (OLIVEIRA, 2002, p. 160).

Podemos então ressaltar que a brincadeira para o processo de aprendizagem da criança é primordial, pois por meio do lúdico a criança conhece o mundo em sua volta. Isso quer dizer que a criança absorve novas ideias, conceitos que podem ser instruídos na capacidade em que outras ideias enfatiza a estrutura cognitiva do sujeito proporcionando uma nova informação de modo que esta adquira significado a estrutura cognitiva, esse processo chama-se de aprendizagem significativa, ou seja, aprendizagem só é significativa se o conteúdo descoberto estabelecer ligações a conceitos que favorecem novas aprendizagens relevantes já existentes na estrutura cognitiva. Isto é, por recepção ou por descoberta, aprendizagem só é significativa, se o novo conteúdo se incorporar, de forma não-arbitrária e não-literal, à estrutura cognitiva.

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Isto é, a aprendizagem significativa do processo de informação resulta em mudança, tanto da nova informação adquirida como no aspecto relevante da estrutura cognitiva, ou seja, três aspectos relevantes que destacam essa aprendizagem, são eles: representacional, de conceitos e proposicional.

A aprendizagem representacional é a identificação, em significado, de símbolos com seus referentes objetos, eventos e conceitos. Os símbolos passam a significar, para o indivíduo, aquilo que seus referentes significam. Por exemplo a aprendizagem representacional da palavra "bola" ocorre, para uma criança pequena, quando o som dessa palavra (que é potencialmente significativo, mas ainda não possui significado para a criança) passa a representar, ou torna-se equivalente, a uma determinada bola que a criança está percebendo naquele momento e, portanto, significa a mesma coisa que o objeto (bola), em si, significa para ela.

A aprendizagem de conceitos é uma aprendizagem representacional, pois conceitos são, também, representados por símbolos particulares e por representarem abstrações dos atributos criteriais, ou seja, Ausubel (1978, p. 89) define conceitos como "objetos, eventos, situações ou propriedades que possuem atributos criteriais comuns e são designados, em uma dada cultura, por algum signo ou símbolo aceito".

Por exemplo, quando a criança adquire o significado mais genérico da palavra "bola", esse símbolo serve, também, como significante para o conceito cultural "bola”, isto é, a equivalência é estabelecida entre símbolo e os atributos criteriais comuns a múltiplos exemplos do referente, a bola, no caso, ou melhor conceito são obtidos através por dois processos: formação e assimilação. A formação ocorre em crianças de idade pré- escolar e enquanto por assimilação predomina a criança em idade escolar e em adultos. Isto é, estimula-la através do uso de conceitos relevantes, já existentes na estrutura cognitiva (obtidos pelo processo de formação), na definição dos atributos essenciais de novos conceitos.

Na aprendizagem proposicional a tarefa não é aprender significativamente o que palavras isoladas ou combinadas representam, e sim aprender o significado de ideias em forma de proposição. Por exemplo, para que se possa aprender os significados de uma proposição verbal é preciso antes aprender os significados de seus termos componentes, ou o que esses termos representam. Ou seja, uma proposição significativa que expressa oralmente uma sentença obtendo os significados dos conceitos envolvidos, interage com ideias relevantes, determinadas na estrutura cognitiva e, dessa interação, surgem os significados da nova proposição.

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Segundo Ausubel (1978, p. 146-147), “a compreensão genuína de um conceito ou proposição implica na posse de significados claros, precisos, diferenciados e transferíveis”. Isto é, o significado real para o indivíduo (significado psicológico) emerge quando o significado potencial (significado lógico) do material de aprendizagem converte-se em conteúdo cognitivo diferenciado e idiossincrático por ter sido relacionado, de maneira substantiva e não arbitrária, e interagido com ideias relevantes existentes na estrutura cognitiva do indivíduo. Ele argumenta que uma longa experiência em realizar exames faz com que os alunos se habituem a memorizar, não só proposições e fórmulas, mas também causas, exemplos, explicações e maneiras de resolver "problemas típicos". Propõe, então, que, ao se procurar evidências de compreensão significativa, a melhor maneira de evitar a

"simulação da aprendizagem significativa" é formular questões e problemas de maneira nova e não familiar que requeira máxima transformação do conhecimento adquirido.

Testes de compreensão devem, no mínimo, ser escritos de maneira diferente e apresentados em um contexto, de certa forma, diferente daquele originalmente encontrado no material instrucional. Solução de problemas, sem dúvida, é um método válido e prático de se procurar evidência de aprendizagem significativa. Talvez seja, segundo Ausubel, a única maneira de avaliar, em certas situações, se os alunos, realmente, compreenderam significativamente as ideias que são capazes de verbalizar. Ele mesmo, porém, chama atenção para o fato de que se o aprendiz não for capaz de resolver um problema, isso não significa, necessariamente, que tenha apenas memorizado os princípios e conceitos relevantes à solução do problema, pois esta envolve, também, o uso de outras habilidades, além da compreensão. Outra possibilidade é solicitar aos estudantes que diferenciem ideias relacionadas, mas não idênticas, ou que identifiquem os elementos de um conceito ou proposição de uma lista contendo, também, elementos de outros conceitos e proposições similares. Além dessas, outra alternativa para verificar a ocorrência de aprendizagem significativa é a de propor ao aprendiz uma tarefa de aprendizagem, sequencialmente dependente da outra, a qual não possa ser executada sem uma genuína compreensão da precedente.

Ou melhor, reflete que a aprendizagem conceitos e proposições potencialmente significativos sob ideias mais gerais e inclusivas já existentes na estrutura cognitiva.

Segundo Ausubel (1978, p. 58), como a estrutura cognitiva, em si, tende a uma organização hierárquica em relação ao nível de abstração, generalidade e

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inclusividade das ideias, a emergência de novos significados conceituais ou proposicionais reflete, mais tipicamente, uma subordinação do novo conhecimento à estrutura cognitiva.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES LUDICAS QUE BENEFICIAM O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

O ambiente psicopedagógico, lugar em que as atividades lúdicas possam associar benefícios à prática pedagógica, de modo a possibilitar o desenvolvimento da criança, pois, em relação ao processo da aprendizagem proporciona a construção da reflexão, da autonomia, da personalidade, da criatividade.

Destacamos duas atividades lúdicas como instrumento que ajudam no desenvolvimento da criança e no processo da aprendizagem, os jogos simbólicos e os jogos de regras, tendo em consideração todo o diálogo já estabelecido acerca da influência destes na aprendizagem das crianças.

O Jogo simbólico começa a ser observado na criança quando a linguagem começa a ser adquirida, isso por volta de um ano e meio de idade, até aproximadamente os seis e sete anos de idade. O jogo simbólico tem o aspecto corporal do imaginário, apesar de nele prevalecer o imaginário, a atividade psicomotora exercida acaba por prender a criança à realidade. Na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de conta", mas quando expressa corporalmente as atividades ela precisa respeitar a realidade concreta e as relações do mundo real. Por essa via, quando a criança estiver mais velha, é possível estimular a diminuição da atividade centrada em si própria, para que ela possa adquirir uma socialização crescente. Algumas características dos jogos simbólicos são liberdade de regras (menos as criadas pelas crianças), desenvolvimento da imaginação e da fantasia, ausência de objetivo explícito ou consciente para a criança, lógica própria com a realidade assimilação da realidade ao "eu". É nessa fase que a criança tem uma tendência imitativa com o mundo real.

Nos jogos simbólicos existem algumas características em relação às brincadeiras das crianças que são estabelecidas por oito categorias:

• A primeira fala da projeção de esquemas, simbólicos em objetos novos, ou seja, a criança simboliza o que é familiar a ela a um objeto qualquer, por

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exemplo, uma criança diz para sua boneca vai chorar e ela mesma imita o ruído do choro.

• A segunda é da projeção de esquema de imitação em novos objetos, ou seja, as crianças imitam outras pessoas, por exemplo: O pai dirigindo seu carro, isso é o jogo e não a imitação pura, pois, em vez de imitar diretamente o modelo (o pai dirigindo), as crianças inventam por meio de elementos adequados que intervém como simbolizantes, há uma dissociação completa entre simbolizante e o simbolizado, então se entende que a criança quando finge que está dirigindo é o simbolizado, quando ela pega uma tampa de panela e simboliza o volante, a criança está fazendo ações simbolizantes.

• A terceira é a assimilação simples de um objeto a outro, é quando a criança pega papel picado e joga para cima dizendo que está chovendo muito hoje.

• A quarta é a assimilação do corpo do sujeito ao de outro ou a qualquer objeto, nessa categoria faz o jogo de imitação, ela imita um bebê, um cachorro, um leão.

• Na quinta fala da combinação simples, a criança faz construção de cenas completas do seu meio social, até a invenção dos seres imaginários sem modelo, um exemplo que podemos observar nessa categoria é o que Oliveira diz:

O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe boa, forte e confiável.

(OLIVEIRA, 2000, p. 19).

Com esse tipo de brincadeira a criança se intenciona no mundo dos adultos, imitando atividades, conduta e costumes, permitindo que sejam criados processos de desenvolvimento, internalizando o real e promovendo o desenvolvimento cognitivo, social, afetivo, da sua personalidade.

• Na sexta categoria são as combinações compensatórias, a criança reage contra um medo ou realizam o que não pode fazer através do jogo, a compensação torna-se a liberação de tensões ou emoções reprimidas, um exemplo é quando a

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criança faz um personagem morrer, mas depois reviver, pois ela tem medo da morte.

• Na sétima categoria fala das combinações liquidantes, é quando a criança passa por situações difíceis ou desagradáveis, ela pode compensá-la ou aceita-lá, procurando viver mediante uma transposição simbólica, exemplo: uma criança se machuca e se consola protegendo tudo, com emoções e dores, em outra criança esse jogo simbólico faz assimilar o real ao eu.

• A oitava e última categoria fala das combinações simbólicas antecipatórias, é a forma extrema do simbolismo lúdico, trata-se de receber uma ordem ou um conselho e antecipar simbolicamente as consequências de desobediência ou da imprudência, no caso de recusar em aceitar, um exemplo é quando a mãe de uma criança adverte do perigo de entrar na piscina sem a presença de um adulto, com isso a criança inventa uma história de um menino que certa vez se afogou na piscina e morreu por desobedecer a sua mãe, então a uma assimilação lúdica com uma antecipação que funciona como uma representação adaptada.

Sendo assim, as atividades lúdicas, como os jogos simbólicos, na prática educativa contribuem tanto na formação psicomotora, como também na formação do eu das crianças, desta forma, os valores morais como honestidade, fidelidade, perseverança, hombridade, respeito ao social são adquiridos.

A brincadeira do faz de conta proporciona na criança um contato com sentimentos de alegria, sucesso, realizações de seus desejos, bem como o sentimento de frustração, esse jogo de emoções ajuda a estruturar sua personalidade e a lidar com suas angústias.

O psicopedagogo deve proporcionar a estimulação da imaginação da criança ou apresentar diversas atividades lúdicas que beneficiam o seu desenvolvimento educacional, por exemplo, cantos com brinquedos, papéis para a reprodução de uma história e desenhos, fazer atividades com objetos de largo alcance para que a criança possa inventar suas próprias brincadeiras e deixar a imaginação da criança fluir.

Na fase de seis, sete anos de idade o jogo simbólico começa a declinar, tem o início da passagem do egocentrismo, que é a tendência de o indivíduo concentrar-se em si mesmo, considerando o mundo exclusivamente sob o seu ponto de vista, para a reciprocidade que é a troca entre as crianças, à cooperação fica mais intensa e a socialização começa a aflorar. Sendo assim o jogo de regras começam a fazer parte

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da rotina das crianças, iniciam-se a partir dos seis anos. Esse jogo passa a existir quando a criança abdica da fase egocêntrica e permite desenvolver os relacionamentos afetivo-sociais.

Segundo Piaget existe dois tipos de regras, as transmitidas e as espontâneas, as regras transmitidas passam de gerações a gerações, ou seja, as regras de um jogo que o pai de uma criança jogava quando era criança vão ser as mesmas de quando o seu filho jogar, por exemplo, os jogos de mesa, como: baralho, dama, xadrez, os de quadra e os de tabuleiro. Já os jogos de regras espontâneos são aqueles que as regras são feitas na hora de jogar, auxilia uma socialização entre os mais velhos e os mais novos, como também entre as crianças de uma mesma geração.

Os jogos de regras são classificados em:

• Sensório-motor, que incluem as atividades como, corridas, jogo de bolinha de gude, de bola.

• Intelectual, incluem os jogos que beneficiam o cognitivo da criança, como jogos de tabuleiros, como dama, jogos de varetas, jogo da memória.

Ao jogar esses dois tipos de jogos, a criança tem a oportunidade de competir, cooperar, além de auxiliar a socialização dela com os colegas e melhorando seu desenvolvimento e rendimento escolar.

Destaca-se que o jogo de regra tem a finalidade de ajudar a criança a desenvolver os seus aspectos sociais, morais, cognitivos, políticos e emocionais.

Esses tipos de jogos, entre outras coisas, preparam as crianças para futuras atividades de trabalho, chamam atenção, concentração, instiga a autoestima e desenvolve relações de confiança consigo mesmo e com as outras pessoas. Deste modo, colabora para que a criança trabalhe sua relação com o mundo, dividindo espaços, experiências com outras pessoas.

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA APRENDIZAGEM

Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do

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grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem. (BOSSA, 1999, p.23).

A mediação caracteriza-se pelo estímulo, pela condução do desenvolvimento da criança, no modo com que se relaciona com ela, que por sua vez, aprende e colabora no fazer.

Mediar o conhecimento de uma criança, abrir caminhos para suas descobertas e aprendizagens, não é tarefa fácil, exige do psicopedagogo a busca do melhor, lidar com as crianças é entrar no mundo delas a procura do que lhe desperta interesse, ou seja, o psicopedagogo tem um papel fundamental em esclarecer as dificuldades existentes na criança, pois ele é o mediador da construção do conhecimento, aquele que auxilia no processo do ensino aprendizagem. Nesse sentido entendemos que, a psicopedagogia, é como algo para além do repasse de conteúdos escolares, mas, sobretudo, um jogo de relações entre as emoções, os afetos, com a construção do conhecimento da criança, no processo de ensino aprendizagem, o afeto ganha destaque, pois ela quando se sente feliz, amada, acolhida, ela aprende muito melhor.

O papel do psicopedagogo é fazer uma análise da situação, diagnosticando os problemas e as causas que o levam a não aprender. Para tanto, deverá investigar todos os fatores envolvidos como: orgânicos, cognitivos, emocionais e ambientais, relacionando esses fatores á três vertentes; o indivíduo, a família e a escola. Sendo que a família desempenha um papel decisivo na aprendizagem.

O psicopedagogo deve proporcionar a criança projetos de intervenções, através das brincadeiras, sempre com respeito que é primordial para um bom relacionamento, possibilitando a criança se tornar protagonista do seu próprio fazer e produtor de cultura.

Goés acrescenta que:

A atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira, precisam ser melhorados, compreendidos e encontrar maior espaço para ser

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entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade potencial de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesse processo. (GOÉS, 2008, p 37).

Sendo assim, incluir o brincar permite aos psicopedagogos intervir de maneira adequada, não deve descaracterizar a distração que o lúdico proporciona, pois, a brincadeira é uma ferramenta pedagógica essencial para a formação da criança. O psicopedagogo deve estimular a criança durante as brincadeiras, para que ela possa expressar o que está sentindo.

Desta forma, o lúdico passa a ser um instrumento muito importante para a mediação do processo do ensino aprendizagem das crianças, pois elas aprendem brincando, trocam suas experiências, ideias e adquirem novos conhecimentos.

Isto é, que o psicopedagogo tende de verificar o potencial de aprendizagem para melhores possibilidades de conhecer a natureza do processo de aprendizagem das crianças, ou seja, um processo que constrói o aprendiz e a intervenção entre o sujeito e o conhecimento. Isso tem por intermédio um esforço pessoal e próprio. Esse intermédio exige que o psicopedagogo recorra teorias que lhe permitam aprender de forma lúdica esse processo com as influências afetivas para favorecer o seu desenvolvimento de ensino. Ou seja, o processo de ensino aprendizagem, com vista a superação das dificuldades de aprendizagem, ou melhor o psicopedagogo procura o fortalecimento dos processos do ego e da sua construção de conhecimento e facilitação do desenvolvimento das funções cognitivas , isto é, o psicopedagogo permite ao sujeito que não aprende fazer-se cargo de sua marginalização e aprender, a partir da mesma, transformando-se para integrar-se na sociedade, mas dentro da perspectiva da necessidade de transformá-la. Isto é, levar a criança a projetar personagens, possibilitando detectar possíveis causas de suas dificuldades de aprendizagem, através da análise dos aspectos manifestos e latentes de sua elaboração, bem como a análise de sua escrita, levantar as possíveis causas de dificuldade de aprendizagem da criança no campo afetivo-cognitivo e a problemática emocional subjacente à aprendizagem quanto aos obstáculos que emergem na relação com o conhecimento, analisar os esquemas de pensamento utilizados pelo sujeito, na estruturação das estórias, bem como os aspectos relacionados com sua

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função semiótica, ou seja, os recursos disponíveis quanto aos significantes e significados, ou melhor a análise desse conteúdo envolve a leitura o aparato teórico psicanalítico e a percepção do examinador que conduz a lançar mão de critérios subjetivos para a análise. Neste aspecto, a referida análise deve ser processada que esteja de posse desses conhecimentos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pudemos constatar, diante das contribuições dos estudiosos mencionados nesse trabalho, que a brincadeira é uma ferramenta psicopedagógica fundamental para o processo de ensino aprendizagem da criança, pois a aprendizagem se efetiva a partir do que se vivencia e experimenta, ela aprende brincando e o psicopedagogo como mediador da construção do conhecimento da criança, beneficiando assim o desenvolvimento psicopedagógico da criança.

Verificaram-se duas das muitas atividades que permeiam o universo da criança que contribuem para auxiliar o desenvolvimento de ensino aprendizagem dela, os jogos simbólicos e os jogos de regras, ferramentas pedagógicas que ajudam no desenvolvimento da personalidade e as relações sociais da criança. Assim, é essencial e imprescindível que o psicopedagogo continue o uso das atividades lúdicas, bem como as atividades que facilitem o desenvolver da aprendizagem tendo como ponto de vista o desenvolvimento social, cultural, cognitivo e afetivo.

Entendemos que o psicopedagogo é a área do conhecimento que estuda como as pessoas constroem o conhecimento, buscando decifrar como ocorre o processo de construção do conhecimento da criança. Assim ele se propõe a: identificar os pontos que possam estar dificultando essa aprendizagem; atuar de maneira preventiva para evita-los e, ainda, propiciar estratégias e ferramentas que possibilitem facilitar o aprendizado.

Isto é, a psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma demanda – a dificuldade de aprendizagem, ou melhor, a investigação da dificuldade da criança no processo de aprendizagem. Ou seja, a teoria de Ausubel apresenta tanto aspectos indutivos como dedutivos, o que, aliás, seria de se esperar pois, em termos de aprendizagem e solução de problemas, é questionável a existência de abordagens puramente indutivas ou dedutivas. Isso significa que aprendizagem

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significativa é um conceito de grande atualidade, embora tenha sido proposto há mais de cinquenta anos. Fica também claro que esse conceito tem significados originais precisos que subjazem a qualquer das visões aqui apresentadas.

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Referências

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