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Análises não destrutivas de bens culturais

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Academic year: 2022

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(1)

Relatório de Atividades de Pós-Doutorado (Parte B)

Análises não destrutivas de bens culturais

Suene Bernardes dos Santos

Supervisora: Profa. Dra. Márcia de Almeida Rizzutto

Departamento de Física Nuclear Universidade de São Paulo

Período: 01/05/2013 a 30/04/2014

São Paulo, 30 de junho de 2014

(2)

ANEXO B

(3)

Relatório técnico das análises por Fluorescência de Raios X realizadas na obra de Rego Monteiro

Dra. Márcia de Almeida Rizzutto

Grupo de Física Aplicada com Aceleradores Medidas Arqueométricas Contato: rizzutto@if.usp.br Equipe: Elizabeth A.M. Kajiya

Dra. Suene Bernardes

1. Introdução

As análises científicas realizadas por metodologias físicas e químicas em objetos de arte e do patrimônio cultural são de interesse para restauradores, conservadores, arqueólogos, historiadores, etc., pois permitem obter informações sobre o processo de manufatura, os pigmentos utilizados, o estado de conservação, etc. Estas informações ajudam na avaliação de tratamentos para o processo de conservação e restauro, em alguns casos também fornece dados para identificação do período histórico e também podem auxiliar na identificação de falsificações.

As análises não destrutivas, onde não há retirada de amostras, são muitas vezes empregadas dado que estes objetos de arte e do patrimônio cultural possuem valores histórico-culturais associados únicos e financeiros altos.

No caso de analises de pinturas de cavalete as análises científicas permitem determinar a composição química dos elementos presentes nos diferentes pigmentos, e a identificação de possíveis retoques ou intervenções realizadas posteriormente.

Este relatório apresenta os resultados obtidos de análises de Fluorescência de Raios X realizadas na obra de Rego Monteiro do acervo do Palácio do Governo do Estado de São Paulo.

2. Obra estudada Título: (figura 1) Autor: Rego Monteiro Técnica: Pintura em tela Data: 1924

Dimensões:

Registro:

(4)

Fig. 1. Imagem da obra de Rego Monteiro com luz visível.

(5)

3. Fluorescência de Raios X

A Fluorescência de Raios X (XRF X-Ray Fluorescence) é uma técnica de análise não destrutiva, que vem sendo muito utilizada em arqueometria para investigar a composição elementar dos materiais presentes e dos pigmentos presentes na obra.

Neste caso será utilizada para caracterizar os pigmentos presentes na pintura de cavalete analisada. Na análise de fluorescência de Raios X os fótons de raios X de um tubo de raios X interagem com os elétrons orbitais de um átomo, de material do objeto a ser analisado, e são retirados de um orbital mais interno, criando uma vacância, promovem estes elétrons para níveis excitados no rearranjo eletrônico esta vacância será preenchida por um elétron de um orbital mais externo e nesta transição emitem raios X característicos dos elementos presentes na amostra. Por ser uma técnica de análise elementar, a Fluorescência de Raios X não identifica a composição química dos compostos presentes na amostra, apenas seus elementos constituintes.

3.1. Fluorescência de Raios X - Parte Experimental

Para as análises utilizou-se um sistema portátil de Fluorescência de Raios X, constituído por um tubo de raios X da Amptek®, com filamento de Prata (voltagem 30 kV e corrente de 5 A), e um detector Si-Drift também da Amptek® (figura 2). Durante as medidas o sistema de XRF é posicionado bem próximo à obra sem tocá-la e nem causar nenhum tipo de dano.

Fig. 2. Sistema portátil de Fluorescência de Raios X utilizado nas análises.

2.2. Pontos analisados

Foram medidos 28 pontos em diferentes regiões identificados como P1 até P28, distribuídos em diferentes pigmentos. Os pontos foram marcados na figura 3 e detalhados no quadro 1.

Os pigmentos utilizados nas tintas foram caracterizados em relação aos elementos característicos (principais) identificados em cada cor da obra estudada. Os elementos identificados: S(enxofre), Cl (Cloro), Ar(Argônio), K (potássio), Ca(Cálcio), Ti (Titânio), Cr (Cromo), Manganês (Mn), Ferro (Fe), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Arsênio (As) e Ba (Bário).

Detector de raios X Tubo de raios X

(6)

Fig. 3. Imagem da obra com os pontos medidos por XRF.

(7)

Quadro 1 – Especificação dos pontos medidos na pintura de cavalete do artista Rego Monteiro.

Espectros Posição medida - detalhe 130130ac P1 – pigmento preto + branco 130130ad P2 – pigmento preto + branco

130130ae P3 – pigmento amarelo

130130af P4 – pigmento amarelo claro*

130130ag P5 – pigmento marrom do olho 130130ah P6 – pigmento vermelho do peito

130130ai P7 – pigmento branco do peito 130130aj P8 – pigmento vermelho do peito**

130130ak P9 – pigmento vermelho médio 130130al P10 – pigmento vermelho do seio

130130am P11 – pigmento amarelo da bochecha do menino 130130an P12 – pigmento do olho do menino**

130130ao P13 – pigmento amarelo do braço do menino 130130ap P14 – pigmento branco do braço do menino 130130aq P15 – pigmento amarelo escuro 130130ar P16 – pigmento amarelo escuro da perna 130130as P17 – pigmento amarelo escuro da perna 130130at P17 – pigmento amarelo escuro da perna 130130au P18 – pigmento branco da perna 130130av P19 – pigmento marrom claro 130130ax P20 – pigmento vermelho da saia 130130ay P21 – pigmento vermelho + branco da saia

130130az P22 – pigmento branco

130130ba P23 – pigmento marrom claro 130130bb P24 – pigmento marrom escuro

130130bc P25 – pigmento branco

130130bd P26 – pigmento preto

130130be P27 – pigmento preto

130130bf P28 – pigmento preto

* Ponto de restauro

** Possíveis pontos de restauro.

2.3. Resultados e discussão - XRF

Nesta obra foram investigados os seguintes pigmentos: branco, vermelho, amarelo, preto e marrom. A seguir são mostrados alguns espectros de XRF, gráficos radar e fotos das medidas dos diferentes pigmentos. Os espectros mostram a área dos elementos presentes em cada tinta, que é proporcional à sua intensidade.

(8)

Um gráfico de radar, também conhecido como gráfico de estrela, plota os valores de cada categoria (elemento) ao longo de um eixo separado (um eixo para cada elemento) que inicia no centro do gráfico e termina no anel externo. Estes gráficos exibem os valores da variável em relação a um ponto central. Os elementos são representados nos diferentes eixos, que se ligam ao centro do gráfico. Ele fornece uma ideia global da situação em um determinado ponto e permite análises comparativas entre vários pontos considerando as suas composições elementares. As áreas utilizadas na confecção dos gráficos estrela foram normalizadas pela área do elemento Ar (pico de Argônio no espectro), presente no ar.

Branco

P25

Discussão:

Zn: o espectro mostra o pico do Zn intenso (elemento chave) e pode estar relacionado ao pigmento branco de zinco (ZnO).

O Mn e o Fe estão mais evidentes no espectro do ponto P22 (gráfico vermelho) e podem estar vinculados ao marrom, discutido posteriormente. Este ponto foi medido próximo à região marrom.

O gráfico estrela, normalizado pelo Ar, mostrou que o Zn com maior área. Em menor área temos:

S, Cl, K, Ca e Fe, que podem estar vinculados a base de preparação, mistura de tintas existente na paleta e/ou da própria tela.

Ainda observa-se traços de elementos como: Cr, Mn e As.

(9)

Preto

P27

Discussão:

Os elementos permaneceram os mesmos nos diferentes pontos de preto medidos (P26,P27,P28), ocorrendo apenas variações nas suas intensidades.

O Zn pode estar vinculado ao branco. O P apareceu somente no pigmento preto.

Os elementos Ca e P (aparecerem como elemento chave) e podem estar relacionados à utilização do pigmento preto Ivory black/Bone black (Ca3(PO4)2 ).

Os gráficos estrela do pigmento preto apresentaram a mesma forma, mostrando maiores áreas de Zn, seguido de Ca, Fe, S, P, Cl e K.

O pico de Ar mais intenso no ponto P26 indica que a amostra foi posicionada mais distante do tudo de raios X durante a tomada de dados, consequentemente, os elementos medidos apresentaram picos menos intensos.

O elemento Ba aparece nos espectros.

(10)

Vermelho

P21

Discussão:

Em relação ao pigmento preto, o vermelho apresentou maiores intensidades de Fe, menores intensidades de Ca e ausência de P e Ba. Ocorreram grandes variações nas intensidades de Fe do pigmento vermelho (elemento chave), vinculadas aos diferentes tons preparados pelo artista.

Zn: proveniente do branco.

Fe: pode estar relacionado ao vermelho (Terra ou ocre – Fe2O3 + sílica ou Hematita Fe2O3).

Si: pode estar relacionado ao vermelho (Terra ou ocre – Fe2O3 + sílica).

O radar mostrou dois modelos obtidos para o pigmento vermelho, com e sem As.

(11)

Amarelo

P3

Discussão:

Ocorreram alterações nas variações na intensidade dos elementos. A composição química dos pigmentos amarelo e vermelho são muito semelhantes, diferenciando apenas pela ausência de As nos pontos amarelos. O gráfico estrela também mostrou a semelhança de comportamento das duas cores.

Zn: está vinculado ao branco.

Fe e Si: podem estar relacionados ao amarelo (ocre/ Limonite Fe2O3 + sílica).

(12)

Amarelo de restauro: P4

P4

Discussão:

O ponto de restauro apresentou maiores teores de Ti, um pouco de Cu e ausência de Mn, apresentando um radar bem diferente dos outros tons de amarelo.

(13)

Marrom

P23

Discussão:

O marrom apresentou mais área de Mn (elemento chave) do que nas outras cores, possivelmente proveniente do castanho ocre (Fe2O3MnO2.nH2O + argila).

Zn - proveniente do branco de Zn

Este pigmento não apresentou P, Ti, Ba, Ni e Cu.

(14)

Olhos

P5

P12

Mn e Fe do P5:

possivelmente vinculados ao castanho ocre (Fe2O3MnO2.nH2O + argila).

P e Ca do P12:

possivelmente vinculados ao preto Bone black (Ca3(PO4)2).

O gráfico estrela do ponto P12 apresentou o mesmo comportamento do pigmento preto (P27), enquanto o do ponto P5 é uma mistura dos radares dos pigmentos preto e marrom (P27 e P23).

O ponto 5 apresentou maiores intensidades de Mn e Fe quando comparada aos outros tons de marrom, consequência do tom mais escuro do olho.

(15)

2.4. Conclusões

Os elementos S, Cl, K, Ca, Mn, Fe e Zn foram encontrados em todos os pigmentos medidos por XRF. Entretanto ocorreram variações nas intensidades destes elementos, dependendo do tom preparado pelo artista.

Os gráficos estrela dos P8 e P12 (identificados inicialmente como possíveis restauro) foram semelhantes aos dos pigmentos vermelho e preto, respectivamente, mostrando que estes provavelmente não são pontos de restauro. Eles também não apresentaram elevados teores de Ti, presente no ponto P4 restaurado. Imagens de infravermelho e UV são necessárias para confirmar esta afirmação.

O quadro 2 mostra as possíveis composições dos pigmentos utilizados pelo autor da obra estudada. O artista não utilizou branco de Pb e nem branco de Ti. As analises de fluorescência de raios X mostraram os pigmentos identificados nesta pintura de cavalete, mas para melhor caracterizar a palheta do artista é necessário estudar outras obras deste para melhor entende-lo e caracteriza-lo.

Tabela 2. Possíveis pigmentos utilizados na obra analisada, elementos-chave que os caracterizam por fluorescência de raios X, composição química e período de utilização [1].

COR PIGMENTOS ELEMENTOS COMPOSIÇÃO PERÍODO DE USO Branco Branco de

Zinco Zn ZnO século XIX/ ainda em

uso

vermelho Ocre Fe e Si Fe2O3.nH2O+ sílica Antiguidade/ ainda em uso.

Amarelo Ocre Fe e Si Fe2O3.nH2O + sílica Antiguidade/ ainda em uso.

Preto Negro de osso P e Ca Ca3(PO4)2 + C + MgSO4

Antiguidade/ ainda em uso.

Marrom Ocre Fe e Mn Fe2O3. MnO2.nH2O + argila

Antiguidade/ ainda em uso.

Referências

1. STUART, B.; “Analytical Techniques in Materials Conservation”. Ed.: John Wiley & Sons Ltd, England, 2007.

(16)

Relatório das Análises por Fluorescência de Raios X e Imageamento, realizadas na obra

“Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras”

Eliseu Visconti

Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado

Dra. Márcia de Almeida Rizzutto Dra. Suene Bernardes Msda Elizabeth A.M. Kajiya

Duane P. C. Mota

Grupo de Física Aplicada com Aceleradores Medidas Arqueométricas Contato: rizzutto@if.usp.br

1 Introdução

As análises científicas realizadas por metodologias físicas e químicas em objetos de arte e do patrimônio cultural são de interesse para restauradores, conservadores, arqueólogos e historiadores, pois permitem obter informações sobre o processo de manufatura e sobre o estado de conservação da obra. Estas informações podem ajudar na avaliação de tratamentos para o processo de conservação e restauro dos objetos.

No caso de estudos de pinturas de cavalete, as análises científicas permitem determinar a composição química dos elementos presentes nos diferentes pigmentos e identificar possíveis retoques e/ou intervenções realizadas posteriormente. Estas pesquisas podem fornecer dados importantes para a identificação do período histórico da obra e auxiliar na identificação de falsificações.

As técnicas analíticas não destrutivas, onde não há retirada de amostras, são importantes de serem empregadas devido ao objetos de arte possuírem valores histórico- culturais elevados.

Este relatório apresenta os resultados obtidos pela análise de Fluorescência de Raios X e imageamento realizadas na obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras de Eliseu Visconti” do acervo do Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado (MAB/FAAP).

(17)

Eliseu Visconti

As obras realizadas por Eliseu Visconti (1866-1944) tiveram diversas inspirações e diferentes professores, no Brasil, Victor Meirelles (1832-1903), José Maria de Medeiros (1849-1925), Henrique Bernardelli (1858-1936) e Rodolfo Amoedo (1857-1941). Na Europa entrou em contato com diversos artistas e professores como Eugène Samuel Grasset (ca. 1841-1917), Williem-Adolphe Bouguereau (1825-1905) e Gabriel-Joseph-Marie-Augustin Ferrier (1847-1914).

Os principais pintores contemporâneos ao artista, brasileiros ou estrangeiros que desenvolveram sua carreira artística no Brasil, foram Almeida Júnior (1850-1899), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Belmiro de Almeida (1858-1935), Castagneto (1851-1900), Antônio Parreira (1860-1937) e Henrique Campos Cavalleiro (1892- 1975).

2 Técnicas analíticas

2.1 Fluorescência de Raios X

A Fluorescência de Raios X (FRX ou XRF – X-Ray Fluorescence) é uma técnica de análise não destrutiva, que vem sendo muito utilizada para investigar a composição elementar dos materiais presentes em diferentes objetos do patrimônio histórico cultural. Neste estudo, utilizou-se esta técnica para caracterizar os pigmentos constituintes de uma pintura sobre tela. Por ser uma técnica de análise elementar, a Fluorescência de Raios X não identifica a composição química dos compostos presentes nas amostras, apenas seus elementos constituintes.

Para as análises utilizou-se um sistema portátil de Fluorescência de Raios X, constituído por um tubo de raios X, de anodo de Prata da Amptek® (figura 1) e um detector semicondutor de Si-Drift. Durante as medidas, o equipamento é posicionado próximo ao objeto sem tocá-lo e sem causar nenhum tipo de dano a este.

(18)

Figura 1. Sistema portátil de Fluorescência de Raios X utilizado nas análises.

2.2 Análises por meio de Imageamento:

As técnicas por meio de imageamento são formas importantes de documentação, registro e estudo do patrimônio como fonte de informações fidedignas. Resultando em um conjunto de dados característicos, exclusivos, tornando-se documento da própria obra.

Luz Visível - permite registrar a obra, a paleta cromática e detalhes estilísticos. O sistema utilizado consiste em uma câmera digital de alta resolução e diversas lentes, para reprodução legítima da obra, principalmente o registro das cores utilizando uma tabela de cor (Color Checker1) com valores RGB ("Red, Green e Blue") conhecidos.

Luz Rasante – Nesta técnica utiliza-se luz tangencial à obra com o objetivo de realçar características desta como relevos, pinceladas, asperezas de superfície, etc.

Fotografia de Fluorescência Visível com Radiação de Ultravioleta (UV) - Técnica fotográfica em que é registrada a fluorescência de determinadas substâncias gerada pela radiação UV que incide na pintura. A emissão de fluorescência de uma

1Color Checker é uma cartela que possui os valores de referências padrão para cada cor e deste modo permite aferir as cores das fotos .

Detector de raios X Tubo de raios X

(19)

determinada substância, é devido a interação da radiação UV com os materiais existentes na obra, e deste modo é possível obter informações superficiais da camada pictórica detectando anomalias na policromia, áreas retocadas onde há difícil distinção entre estas e a pintura original e possíveis materiais utilizados pelo artista.. A visualização de áreas de retoques, restaurações e intervenções recentes são visíveis pelas diferentes fluorescências que se apresentam sobre tons azulados diferentes. Se os vernizes que cobrem a obra são muito antigos e espessos haverá uma fluorescência esverdeada que é produzida quando se projeta sobre eles os raios UV.

Reflectografia de Infravermelho (IV) - A fotografia de reflectografia de IV é uma técnica não destrutiva, na qual a imagem é obtida através de uma câmera digital com sensor CCD, sem filtro interno de infravermelho além de filtros IV acoplados á lente. Requerem-se ainda lâmpadas halógenas incidindo sobre o objeto. A câmera utilizada opera as faixas do espectro UV, Luz Visível, e IV próximo (NIV) 380nm – 1000nm de comprimento de onda. A imagem observada resulta da conjunção dos fenômenos de reflexão, absorção e transmissão da camada superficial revelando peculiaridades escondidas. A visualização dos desenhos depende de dois aspectos:

contraste e transparência.

O contraste esta relacionado ao material utilizado no desenho e a refletividades com relação à base de preparação. A transparência esta relacionada com a camada pictórica e depende da composição dos pigmentos. Quando o meio para desenhar é à base de carbono sua absorção do IV é alta e aumenta a diferença da refletividade com a base de preparação. Neste caso é possível que o desenho seja bem visível mesmo que a capa pictórica seja pouco transparente.

3 A obra

A obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” é uma pintura à óleo sobre tela com registros de autoria do artista Eliseu Visconti e dimensões de 52x54mm.

A obra pertence ao acervo do Museu Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (MAB/FAAP). A figura 2 mostra a fotografia da obra com Luz Visível.

(20)

Figura 2. Fotografia com Luz Visível da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras”

de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP (Foto: Elizabeth Kajiya).

3.1 Documentos de registro de restauro:

Juntamente com a documentação da obra [1] existe um registro de restauro de 25 de julho de 1990 de Thomas C. Brixa. Nas informações desta documentação constam o seguinte parecer da obra, bem como a proposta de restauro realizado:

“Parecer:

A obra demostra inúmeros retoques antigos que oxidaram e ficaram visíveis como manchas escuras.

Observam-se ainda inúmeras áreas com desprendimento de pigmento.

O verniz está escurecido por oxidação.

(21)

(Obs.: a pintura já foi reentelada em restauro anterior.)

Proposta de restauro:

Consolidação das camadas pictóricas frágeis.

Remoção do verniz oxidado e dos retoques antigos.

Nivelamento e isolamento das lacunas.

data: São Paulo, 25 de julho de 1990.

Thomas C. Brixa Restaurador”

4 Medidas Realizadas:

4.1 Medidas de Imageamento

Foram realizadas medidas de fotografias com luz visível, luz rasante, fluorescência visível com ultravioleta e reflectância de infravermelho.

4.2 Medidas com a técnica de FRX

A figura 3 mostra os 60 pontos medidos identificados na pintura de Eliseu Visconti. Os detalhes da descrição de cada ponto medido pode ser vista na tabela 1. Os pontos P42, P54, P59 e P60 foram previamente identificados pela conservadora2 do museu como pontos de intervenção e serão discutidos posteriormente.

2 Identificados pela conservadora responsável pelo acervo do MAB/FAAP, Maria Cristina Ribeiro dos Santos.

(22)

Figura 3. Pontos medidos com a técnica de FRX na obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP .

Tabela 1. Nomenclatura e especificação dos pontos medidos por FRX na obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti

Espectros Posição medida - detalhe

130808ac P1 – amarelo do muro

130808ad P2 – amarelo do muro

130808ae P3 – amarelo do muro

130808af P4 – verde claro do muro

130808ag P5 – verde claro do muro

130808ah P6 – amarelo do canto da casa

130808ai P7 – verde escuro do canto direito 130808aj P8 – verde escuro do canto direito

130808ak P9 – verde da janela

130808al P10 – branco da casa

130808am P11 – verde da janela

130808an P12 – branco da casa

130808ao P13 – verde + amarelo

(23)

130808ap P14 – marrom da ponta do telhado

130808aq P15 – verde médio, acima do muro

130808ar P16 – marrom escuro

130808as P17 – marrom + vermelho

130808at P18 – marrom + verde

130808au P19 – marrom escuro

130808av P20 – verde bandeira

130808ax P21 – verde morro inferior

130808ay P22 – marrom claro, avermelhado

130808az P23 – marrom

130808ba P24 – canto inferior esquerdo

130808bb P25 – canto inferior esquerdo

130808bc P26 – canto inferior esquerdo

130809ac P27 – marrom escuro, borda do telhado

130809ad P28 – marrom médio do telhado

130809ae P29 – marrom (fundo verde)

130809af P30 – verde + azul

130809ag P31 – amarelo da árvore

130809ah P32 – salmão da árvore

130809ai P33 – verde claro

130809aj P34 – vermelho da flor

130809ak P35 – vermelho + branco da flor

130809al P36 – verde escuro, com azul

130809am P37 – verde escuro

130809an P38 – verde abacate (verde + amarelo)

130809ao P39 – azul do canto esquerdo

130809ap P40 – amarelo + verde

130809aq P41 – azul do canto esquerdo

130809ar P42 – verde escuro, acima da casa*

130809as P43 – verde + azul da montanha

130809at P44 – rosa da montanha

130809au P45 – branco

130809av P46 – azul +rosa

130809ax P47 – azul do céu

130809ay P48 – azul do céu

130809ax P49 – rosa da montanha

130809ba P50 – laranja da árvore

130809bb P51 – rosa da montanha

130809bc P52 – verde escuro da árvore

130809bd P53 – verde + amarelo

130809be P54 – verde*

130809bf P55 – rosa do céu

(24)

130809bg P6 – azul da montanha

130809bh P57 – azul da borda superior

130809bi P58 – verde escuro do canto direito

130809bj P59 – rosa*

130809bk P60 – rosa*

* Ponto de intervenção

5 Resultados e discussões das medidas realizadas

5.1 Imageamento

As figuras de 4 a 9 mostram os recortes das fotografias com luz visível, luz rasante, luz UV e de infravermelho da obra estudada. As fotografias permitem observar os resultados obtidos pelas diferentes técnicas de imageamento.

As imagens com luz rasante das figuras 4 a 9 mostram que é possível observar diferentes pinceladas ao longo da obra e camadas de tinta com espessuras variadas.

Nesta pintura, as fotos obtidas com luz UV apresentaram tonalidade violeta em praticamente toda obra, dificultando a identificação de pontos de intervenções3, indicando a presença de uma camada espessa de verniz.

Nas fotografias obtidas com a técnica de infravermelho, figuras 4 a 9, é possível observar a presença de pontos escuros que, em alguns casos, podem indicar pontos de intervenção.

3 Restauro, retoque, repintura, etc.

(25)

Figura 4. Fotografia com luz visível (A), luz rasante (B), luz UV (C) e infravermelho (D) do canto superior esquerda da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP (Foto: E.Kajiya).

Figura 5. Fotografia com luz visível (A), luz rasante (B), luz UV (C) e infravermelho (D) da região da montanha da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti (foto: E.Kajiya)

P54

P59 e P60 P59 e P60

A B

C D

A B

C D

P54 P55 P55

(26)

Figura 6. Fotografia com luz visível (A), luz rasante (B), luz UV (C) e infravermelho (D) da região superior direita da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP (Foto:E.Kajiya).

Um exemplo desta dificuldade foi observado na tonalidade rosa do céu das, que apresentou fluorescência muito semelhante tanto para os pontos com intervenção (P59 e P60, figuras 5C e 6C) e como para os pontos sem intervenção (P55, figura 4C)2. Nestas mesmas figuras, as fotografias de refletância de infravermelho resultaram em observações diferentes. Na região do ponto P55, embora na imagem UV pode-se observar uma tonalidade violeta, não há evidencias na imagem de infravermelho de região escura. Por outro lado há um tom escuro na região dos pontos P59 e P60 na imagem infravermelho.

A região verde do ponto P54 da figura 4 mostra o tom escuro na fotografia de infravermelho reafirmando o ponto de intervenção identificado previamente2. Na figura 6, a região identificada como intervenção na imagem UV, apresenta uma região escura na imagem de infravermelho.

Na região do ponto P42,identificado como intervenção3,da figura 7 é possível observar por meio da imagem de infravermelho uma região escura.

A B

C D

Intervenção Intervenção

P59 e P60 P59 e P60

(27)

Figura 7. Fotografia com luz visível (A), luz rasante (B), luz UV (C) e infravermelho (D) da região central da obra Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti (Foto: E. Kajiya).

Figura 8. Fotografia com luz visível (A), luz rasante (B), luz UV (C) e infravermelho (D) do canto inferior direito da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP (Foto: E. Kajiya).

A B

C D

A B

D C

P42

(28)

Na figura 8 foi possível observar que existem alguns pontos muito escuros na imagem de infravermelho que coincidem com os tons escuros de marrom e de verde.

Figura 9. Fotografia com luz visível (A), luz rasante (B), luz UV (C) e infravermelho (D) da região da casa da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP (Foto: E.Kajiya).

A figura 9C apresenta diferentes tons na região branca da casa, principalmente na região circulada no qual não existe o tom violeta.

Não foi possível identificar a presença ou a ausência da assinatura do artista com as técnicas de imageamento utilizadas.

A B

C D

(29)

5.2 Fluorescência de Raios-X (FRX)

Nesta análise foram investigados os diferentes pigmentos existentes na obra:

branco, amarelo, verde, azul, marrom, laranja e vermelho. A seguir são apresentados os resultados das análises de FXR dos diferentes pontos analisados bem como uma discussão sobre os elementos químicos encontrados em cada ponto. Um espectro de FRX (gráfico de contagens de raios X emitidos pelo material analisado por energia dos raios X) permite identificar os elementos químicos presentes na amostra analisada e a quantidade deste elemento é determinada pela área do pico do elemento identificado, que é proporcional à sua concentração presente no pigmento.

Os pigmentos utilizados pelo artista nesta obra foram correlacionados aos elementos característicos de cada cor. Os elementos identificados foram: Si (Silício), S (Enxofre), Cl (Cloro), K (Potássio), Ca (Cálcio), Ti (Titânio), Cr (Cromo), Fe (Ferro), Co (Cobalto), Zn (Zinco), Se (Selênio), Sr (Estrôncio), Ba (Bário), Hg (Mercúrio), Pb (Chumbo) e Cd (Cadmio). O elemento Ar (Argônio) está presente em todos os espectros analisados, pois está relacionado ao Argônio presente no ar que é excitado durante as medidas, e deste modo, não pertence aos pigmentos analisados.

Elementos Ca e Ti

O elemento Ca aparece em todos os pontos medidos4, apresentando áreas mais intensas nos pontos P42, P54, P59 e P60 (figura 10). É evidente que existe uma forte correlação entre o Ca e o Ti destes pontos, exceto para o ponto P54 que é um ponto verde escuro5. Os pontos P42, P54, P59 e P60 foram previamente identificados pela conservadora2 como pontos de intervenção, sugerindo que intensas áreas dos elementos Ca e Ti podem estar vinculados a pontos de intervenção da obra.

No entanto, deve-se salientar que as pequenas áreas de Ti, região do gráfico de barras destacada em verde na figura 10, obtidas em alguns pontos analisados podem ser devido à sobreposição das linhas de Ba (elemento presente em todos os pontos medidos) com as linha de Ti. A foto da figura 11 exemplifica a medida realizada com o equipamento de FRX portátil no pigmento azul acima da casa (ponto 42).

4 O elemento Ca pode estar vinculado com à base de preparação da tela ou nivelamento realizado principalmente na intervenção ocorrida na obra em 1990 .

5 O elemento Ti está vinculado ao pigmento branco de titânio (TiO2), que pode estar em menor quantidade ou ausente em pontos com pigmentação escura.

(30)

Figura 10. Gráficos de barra das áreas dos picos dos elementos Ca e Ti medidos por FRX, normalizadas pela área do elemento argônio.

Figura 11. Fotografia da analise com o sistema de FRX portátil do pigmento azul acima da casa da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP (ponto 42).

(31)

Branco

A figura 12 mostra os gráficos de barra das áreas de Zn, Ba e S normalizadas pelas áreas do argônio, presente no ar. Os três elementos foram encontrados nos 60 pontos medidos, indicando que estes elementos são constituintes da paleta do artista. Os pontos branco da casa (P10) e azul claro (P56), selecionados em vermelho, apresentaram intensas áreas dos três elementos enquanto os pontos marrom escuro (P19) e o ponto verde da árvore (P53) apresentaram menores áreas de Zn, Ba e S simultaneamente. Estes resultados indicam que o branco utilizado pelo artista na obra estudada pode ser o branco Litopônio (ZnS + BaSO4) ou pela combinação dos brancos de Zinco (ZnO) e de Bário (BaSO4).

Figura 12. Áreas dos picos dos elementos Zn, Ba e S dos diferentes pontos medidos pela técnica de FRX, normalizadas pela área do elemento argônio.

(32)

No entanto os pontos P42, P54, P59 e P60 apresentaram as menores áreas para os três elementos discutidos, sugerindo que as intervenções (previamente identificadas pela conservadora2) foram realizadas com outros pigmentos. Isso fortalece a presença de maiores quantidades de Ca e Ti nos pontos de intervenção.

A figura 13 mostra a comparação dos espectros dos pontos P10 e P19 que são, respectivamente, um ponto claro e um ponto de marrom escuro. Esta comparação auxilia a afirmação que o ponto P10 que apresentou maiores áreas de Zn, Ba e S está vinculada ao branco Litopônio (ZnS + BaSO4) ou pela combinação dos brancos de Zinco (ZnO) e de Bário (BaSO4), enquanto os pontos escuros, por exemplo o P19, apresentou menores áreas dos mesmos elementos. Obesrva-se no espectro o pico do Ar que está presente no ar, e os elementos Fe e Cr mais intensos no ponto 19 que estão relacionados ao pigmento marrom, discutidos posteriormente.

200 400 600 800 1000 1200

Channel

0 20 40 60 80 100

C ou nt s

1/2

0.005 0.010 0.015

Energy (MeV)

P19 P10

Figura 13. Comparação dos espectros dos pontos P10 e P19 medidos com a técnica de FRX. O ponto P19 não tem Ti.

Ba/Ti

Ba

C o n t a g e n s

Energia (MeV)

Canais

Ca Ba/Ti

Ba

Cl K

Sr S

Zn

Sr Fe

Ca

Fe Ar

Cr

Zn

Cr

Hg Se Hg

(33)

Verdes

O grafico da figura 14 mostra as áreas obtidas no espectro de FRX para o elemento Cr nos diferentes pontos medidos. Observa-se consideráveis áreas de Cr nos pontos P7, P8, P36, P37, P38, P52 e P58 que estão relacionadas aos pigmentos verdes com tons mais escuros.

Figura 14. Áreas dos picos do elemento Cr dos pontos medidos por FRX normalizadas pela área do elemento argônio.

A comparação entre os gráficos radares dos pigmentos verdes pode ser vista na figura 156. Os pontos P4 e P5, medidos no muro, apresentaram pequenos teores de Cr por se tratarem de tons claros, além de apresentarem pequenas áreas de Ti, que pode ser devido à interferência com o Ba. Os pontos P7, P8 e P58 apresentaram os gráficos radares semelhantes entre si, com ausência de Ti e maiores áreas de Cr quando comparadas aos pontos P4 e P5. Os gráficos estrela dos tons escuros das árvores, P36, P37, P38 e P52, diferem do verde escuro do muro apenas pela presença de Si e pouca diferença nas áreas dos outros elementos medidos. O ponto identificado como intervenção, P54, resultou em um gráfico radar consideravelmente diferente dos outros pontos de verde, com menor área de Ba, maior área de Ca e ausência dos elementos: Ti, Co e Si.

Os gráficos estrelada figura 16 mostram os pontos medidos no branco da casa (P10 e P12) e da flor (P45) e os pontos de pigmentação verde claro da janela da casa (P9 e P11) e do céu (P47), chamados neste relatório de verde água. Nestes pontos foram

6 O Um gráfico de radar, também conhecido como gráfico de estrela, plota os valores de cada categoria (elemento) ao longo de um eixo separado (um eixo para cada elemento) que inicia no centro do gráfico e termina no anel externo. Estes gráficos exibem os valores da variável em relação a um ponto central. Os elementos são representados nos diferentes eixos, que se ligam ao centro do gráfico. Ele fornece uma ideia global da situação em um determinado ponto e permite análises comparativas entre vários pontos considerando as suas composições elementares.

(34)

identificados os elementos: S, Cl, K, Ca, Ti, Fe, Zn, Sr, Ba e Cd. O elemento Co foi observado apenas no ponto 45, que fica próximo ao azul da montanha, sugerindo que na medida deste ponto mediu-se simultaneamente o pigmento azul.

Verde claro do muro Verde escuro do muro Verde escuro das árvores

Intervenção árvore Foto: medida P54

Figura 15. Gráficos radares do pigmento verde claro do muro (P5), verde escuro do muro (P7), verde escuro da árvore (P36) e um ponto verde de interevenção (P54). A figura também mostra uma foto do ponto 54 medido na obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP.

Os gráficos radares obtidos para o pigmento verde água (P9, P11 e P47) não apresentaram o elemento Cr discutido anteriormente sugerindo que este pigmento não possui os mesmos elementos químicos do pigmento verde. No entanto, os gráficos radares do pigmento verde água são muito semelhantes aos do pigmento branco da obra (P10, P12 e P45). A existência de Ti em todos os pontos medidos sugere que os pontos mencionados podem ser possíveis pontos de intervenção, embora suas quantidades de Ca não sejam tão elevadas (figura 10). A semelhança dos gráficos radares também pode ser devido a uma mistura bastante pigmento branco e pouco verde (alta diluição) ou pela utilização de material orgânico não identificado pela técnica de fluorescência de raios X.

A figura 17 mostra diferentes fluorescências para o pigmento branco da casa e verde da janela, embora seus radares tenham sido semelhantes.

(35)

Branco da casa Branco da casa Branco da flor

Verde água da janela Verde água da janela Verde água céu

Figura 16. Gráficos radares do pigmento branco (P10, P12 e P45) e verde água (P9, P11 e P47).

As áreas dos elementos obtidos por FRX foram normalizadas pela área do elemento argônio.

Figura 17. Fotografia da região da casa com luz visível (A) e com luz ultravioleta (B) da obra

“Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP.

P9 P11

P9 P11

B

A

(36)

Amarelo

A figura 18 mostra os gráficos radares do pigmento amarelo analisado. Os pontos P3 e P31 são bastante semelhantes entre si e com todos os pontos de amarelo

“puro” medidos, tendo como elementos chave deste pigmento o Cd e S sugerindo assim a utilização do pigmento de amarelo de Cádmio (CdS). O ponto P40 apresentou, além dos mesmos elementos do amarelo, o Cr, possivelmente proveniente do pigmento verde utilizado na mistura formando assim um amarelo esverdeado. A figura 19 mostra as fotos das medidas com FRX dos pontos amarelo P6 e P40.

Figura 18. Comparação dos gráficos radares do pigmento amarelo (P3 e P31) com o amarelo esverdeado (P40).

Figura 19. Fotografia dos pontos P6 e P40 medidos com a técnica de FRX nos pigmentos amarelo e amarelo esverdeado, respectivamente da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP

Azul

O pigmento azul predomina no ponto P21 que apresenta maior área de Co (figura 20), indicando a utilização do pigmento de azul de Co nesta obra. Os pontos

(37)

marcados em vermelho nos gráficos de barra da figura 20 representam o pigmento azul misturado com outros pigmentos, como o verde, branco e rosa, por exemplo, o que justifica a variação do cobalto para os pigmentos identificados como “azuis” na obra. Os pontos P43, P44 e P46 foram medidos nos pigmentos “azuis” da montanha.

Figura 20. Áreas dos picos do elemento Co dos pontos medidos por FRX, normalizadas pela área do elemento argônio.

A figura 21 mostra os gráficos radares de pontos de azul com verde, P39 e P41, que apresenta Cr e Co sugerindo o azul-esverdeado e de pontos da montanha, P21 e P56, que apresentaram maiores quantidades de Co e pequenas quantidades de Selênio (Se).

Azul com verde Azul com verde

Azul com rosa e verde Azul com rosa e verde

Figura 21. Gráficos radares do pigmento azul com verde (P39 e P41) outros tons de azul (P21 e P56) da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP.

(38)

Rosa

No pigmento rosa do céu e da montanha foram identificados os elementos: S, Cl, K, Ca, Ti, Cr, Fe, Co, Zn, Sr, Ba e Cd, que estão presentes na paleta do artista. As quantidades destes elementos são pequenas. A figura 22 mostra os gráficos estrela dos pontos P55, P51, P46, P59 e P60, sendo os três primeiros bastante semelhantes entre si.

Os pontos 59 e 60 são pontos previamente identificados como intervenção pela conservadora2 e apresentaram radares bem diferentes dos demais pontos de rosa, apresentando ausência de Co e elevados teores de Ca e Ti (figura 10).

Intervenção Intervenção Foto: medida P55

Figura 22. Gráficos radares de diferentes tons de rosa (P55, P51 e P46) e dois pontos de intervenção no pigmento rosa (P59 e P60). A figura também mostra a foto da medida do ponto P55 da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP.

Vermelho e laranja

Observa-se pelos gráficos da figura 23 a presença de mercúrio e selênio nos pontos vermelhos (P34 e P35) e nos pontos marrons avermelhados (P17, P18, P19, P22, P23, P28). Os gráficos de barra mostram uma forte correlação entre os elementos Hg e

(39)

Se destes pontos. Os pontos com tom de laranja (P32 e P50) apresentaram apenas Se, Cd e maiores áreas de K. O ponto P22 é uma mistura de marrom avermelhado com laranja, apresentando Hg, Se e maior área de K.

Figura 23. Áreas dos picos dos elementos Hg, Se, K e Cd dos pontos medidos por XRF, normalizadas pela área do elemento argônio.

Os pontos com tons de laranja apresentaram elevados teores de Cd e ausência de Hg nos tons mais puros (P32 e P50). A correlação dos elementos Hg e Se indicam uma

(40)

possível combinação de vermelhão (HgS) com laranja (CdSSe) para atingir os tons desejados.

Os elementos K e Cd estão presentes em todos os pontos medidos, indicando que são constituintes da paleta do artista. As áreas obtidas para o elemento Cd oscilam consideravelmente entre os pigmentos medidos pois está vinculado a mais de um pigmento (laranja de CdSSe e amarelo de CdS).

Marrom

Os tons mais escuros de marrom (P14, P16, P19 e P27) apresentaram maiores quantidades de Fe (Figuras 24 e 25), identificados pela conservadora3 como pinceladas na camada superior. O pigmento utilizado foi possivelmente um óxido de ferro (Fe2O3).

Figura 24. Fotografia da obra evidenciando os pontos 14, 16, 19 e 27 com tonalidades de marrom escuro da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP.

Figura 25. Áreas dos picos do elemento Fe dos pontos medidos por XRF, normalizadas pela área do elemento argônio.

P19 P16

P14 P27

(41)

A figura 26 mostra os gráficos estrela dos diferentes tons de marrom. Os pontos 19 e 23 representam tons avermelhados, sendo o primeiro mais escuro com adição de verde e, por isso, contém mais Fe e Cr. Os marrons avermelhados (P17, P18, P19, P22, P23 e P28) foram discutidos anteriormente e apresentaram Se e Hg, provenientes dos pigmentos vermelhão e laranja. Os radares dos pontos P14 e P27 representam os tons mais escuros, sem Hg e Se. O Co e o Cr dos radares são provenientes dos pigmentos azul e verde, respectivamente, utilizados para atingir os tons desejados pelo artista.

Marrom avermelhado escuro Marrom avermelhado

Marrom escuro Marrom escuro

Figura 26. Gráficos radares do marrom escuro (P14 e P27), marrom avermelhado (23) e marrom avermelhado escuro (P19).

Chumbo

O elemento chumbo foi medido apenas em dois pontos, um verde (P33) e um vermelho (P34) em pequenas quantidades, como mostra a figura 27, o que sugere uma pequena contaminação, uma vez que não faz parte da paleta do artista. O espectro do ponto 34 pode ser visto na figura 28.

(42)

Figura 27. Áreas dos picos do elemento Pb dos pontos medidos por FRX normalizadas pela área do elemento argônio.

500 1000 1500 2000

Channel

0 10 20 30 40 50 60 70

C ou nt s

1/2

0.005 0.010 0.015 0.020 0.025

Energy (MeV)

P34

Figura 28. Espectro do ponto vermelho P34 medido com FRX.

6. Conclusões

As imagens com luz UV apresentaram tonalidade violeta em praticamente toda a obra, dificultando a identificação de pontos de intervenção. Entretanto, as comparações entre as imagens de infravermelho e as de luz ultravioleta, auxiliaram na identificação da existência de possíveis pontos de intervenção, geralmente escurecidos na imagem de

Pb

C o n t a g e n s

Energia (MeV)

Canais

Ca

Ba Cl Pb

K

Sr

S Zn Sr

Fe Ca

Fe Ar

Zn

Cr

Hg

Se Hg

Ag Cd

(43)

infravermelho. Em relação à assinatura do artista, não foi possível identificar a presença ou a ausência da mesma nesta obra com as técnicas de imageamento utilizadas.

As análises com a técnica FRX permitiram caracterizar e identificar os elementos presentes nos pigmentos: Si (Silício), S (Enxofre), Cl (Cloro), K (Potássio), Ca (Cálcio), Ti (Titânio), Cr (Cromo), Fe (Ferro), Co (Cobalto), Zn (Zinco), Se (Selênio), Sr (Estrôncio), Ba (Bário), Hg (Mercúrio), Pb (Chumbo) e Cd (Cádmio). O elemento Ca aparece em todos os pontos medidos nesta obra apresentando áreas mais intensas em alguns pontos. Os elementos Ca e Ti foram encontrados em maiores quantidades em pontos previamente identificados como intervenções pela conservadora2 (P42, P59 e P60). Ficou evidente na analise de FRX que existe uma forte correlação entre os elementos Ca e Ti nos pontos previamente identificados como de intervenção, sugerindo que intensas áreas dos elementos Ca e Ti podem estar vinculados a pontos de intervenção ocorridos na obra. O elemento Ti também foi encontrado nos pontos (P9 a P12 e P43 a P48), mas não apresentaram elevados níveis de Ca, dificultando a indicação de possíveis intervenções. As elevadas áreas de Ca podem estar relacionadas à utilização de materiais de nivelamentos. O elemento chumbo foi medido apenas em dois pontos nesta obra e em pequena quantidade, o que sugere uma pequena contaminação, uma vez que este elemento não faz parte da paleta do artista nesta obra.

Os elementos S, Cl, K, Ca, Fe, Zn, Ba e Sr foram encontrados em todos os pontos medidos por FRX e, deste modo, estão vinculados à paleta do artista.

Resumidamente a tabela 2 mostra as possíveis composições dos pigmentos utilizados na confecção desta obra, compatíveis com o período sugerido à esta (século XX).

Tabela 2. Possíveis pigmentos utilizados na pintura sobre tela, elementos-chave que os caracterizam por fluorescência de raios X, composição química e período de utilização [2].

COR PIGMENTOS ELEMENTOS COMPOSIÇÃO PERÍODO

Branco Litopônio Zinco e Bário

Ba, Zn, S Zn e Ba

BaSO4 + ZnS ZnO e BaSO4

Séc. XIX/atualidade Séc. XIX/atualidade Azul Azul de cobalto Co e Al CoO.Al2O3 Séc. XVIII/atualidade Marrom Oxido de ferro Fe Fe2O3 Séc. XVIII/atualidade

Verde Óxido de cromo Veridian

Cr Cr

CrO3

Cr2O3.2H2O Séc. XIX/atualidade

Vermelho Vermelhão Hg e S HgS Séc XIII/atualidade

Amarelo Cádmio Cd e S CdS Séc. XIX/atualidade

Laranja Cádmio-Selênio Cd e Se CdSSe Séc. XIX/atualidade

(44)

Vale ressaltar que analise de radiografia da obra poderia permitir complementar o trabalho e fornecer informações invisíveis a olho nu, e deste modo tentar obter informações adicionais que colaborem com a investigação e com o esclarecimento de dúvidas ainda restantes.

Referências

1. Documentação da obra “Paisagem Copacabana – Ladeira dos Tabajaras” de Eliseu Visconti - acervo MAB/FAAP

2. STUART, B.; “Analytical Techniques in Materials Conservation”. Ed.: John Wiley &

Sons Ltd, England, 2007.

_______________________________

Dra. Márcia de Almeida Rizzutto

______________________________

Msda Elizabeth A.M. Kajiya

_______________________________

Dra. Suene Bernardes

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Duane P. C. Mota

São Paulo, 04 de novembro de 2013.

(45)

1

Relatório das Análises por Fluorescência de Raios X e Imageamento, realizadas em Pintura

sobre Metal

Dra. Márcia de Almeida Rizzutto Msda Elizabeth A. M. Kajiya

Dra. Suene Bernardes Msc. Pedro H.O.V. Campos

Grupo de Física Aplicada com Aceleradores- Medidas Arqueométricas Contato: rizzutto@if.usp.br

INTRODUÇÃO

O objetivo desta pesquisa é caracterizar os materiais empregados na pintura sobre suporte metálico, identificando e caracterizando os pigmentos, a liga do metal ou o metal.

As metodologias desta pesquisa baseiam-se nas seguintes técnicas analíticas:

Pesquisas sobre a História da técnica da arte – direcionam questões relacionadas às técnicas e materiais usados por artistas.

Análises Instrumentais científicas – permitem a caracterização elementar e a identificação dos materiais constitutivos na obra, bem como o estado de conservação desta. Análises feitas com fluorescência de raios X e técnicas de imageamento.

História da Técnica da Arte

Historicamente é considerado que, a partir da primeira metade do século XVI, a prática de pintar sobre metal foi difundida por toda Europa, de acordo

MAR

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(46)

2 com Komanechy1. Apesar de que, a primeira referência na tratadística a um processo de aplicação de pigmento sobre metal data do  século  VIII,  no  “Lucca   Manuscript”,  neste  caso,  a  técnica  é  descrita como de aplicar um verniz oleoso pigmentado sobre folhas metálicas com objetivo de imitar folha de ouro.

Informações similares são descritas por Teófilo no século XII, Eraclius no século XIII, e por Cennino Cennini nos século XV, nota-se que nestes casos, não se trata de uma pintura como aconteceu no século XVI2. Segundo Komanecky a pintura a óleo sobre ligas de cobre teve origem na Itália, sendo a técnica depois difundida para os países do norte da Europa. Giorgio Vasari (1511-1574),   em   “As Vidas dos mais excelentes arquitetos, pintores e escultores   italianos   de   Cimabue   aos   nossos   dias”, indica que Sebastiano Del Piombo (1485-1547) também utilizava suportes metálicos. Entretanto, Maltese (aput Veiga, 2010), indica que a origem da pintura sobre metal pode ter ocorrido  nos  Países  Baixos,  onde  Karel  van  Mander  em  “O  Livro  das  pinturas”  

(1604) descreve que Hans Rottenhammer (1564-1623), quando chegou em Roma começou a pintar sobre suportes de metal, à moda dos Holandeses.

O metal mais comum utilizado nos séculos XVI e XVII era a lâmina de cobre ou ligas de cobre. Uma das características desse material é ter uma superfície regular e lisa, facilitando o manuseio das pinceladas para pequenos detalhes na pintura. Tradicionalmente, na obtenção das folhas metálicas, as chapas de cobre ou as ligas de cobre eram trabalhadas à frio, numa superfície de madeira ou areia, martelada e/ou prensada no rolo, isso depende do propósito original da produção do suporte, com maior ou menor nível de acabamento (Veiga, 2010).

O preparo da superfície das chapas metálicas consistia em, fazer uma abrasão com pedra-pomes e cinzas de arvores, ou misturas a base de mercúrio, ou sal e vinagre, com objetivo de obter melhor adesão da camada pictórica. Usava-se também alho como desengordurante e tensioativo ajudando à adesão da pintura. Em alguns casos a chapa de cobre era revestida por outros metais tais como o estanho, chumbo, e zinco. Outro processo de manufatura que era aplicada na camada preparatória era o uso de óleo com um pouco de pigmento (Veiga, 2010).

1 KOMANECKY, Michael; HOROVITZ, Isabel; EASTAUGH,Nicolas- Antwerp artist and the practice of painting on Cooper, 1998.

2 VEIGA, Rita. Oil painting on tinplate by Francisco José Resende. 2010.

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(47)

3 Fluorescência de Raios X

A Fluorescência de Raios X (FRX ou XRF – X-Ray Fluorescence) é uma técnica de análise não destrutiva, que vem sendo muito utilizada para investigar a composição elementar dos materiais presentes em diferentes objetos do patrimônio histórico cultural. Neste estudo, utilizou-se esta técnica para caracterizar os pigmentos constituintes de uma pintura sobre metal. Por ser uma técnica de análise elementar, a Fluorescência de Raios X não identifica a composição química dos compostos presentes nas amostras, apenas seus elementos constituintes.

Para as análises utilizou-se um sistema portátil de Fluorescência de Raios X, constituído por um tubo de raios X, com filamento de Prata e um detector semicondutor de Si-Drift. Durante as medidas o sistema de XRF é posicionado bem próximo ao objeto sem tocá-lo e sem causar nenhum tipo de dano a este.

Análises por meio de Imageamento:

As técnicas por meio de imageamento são formas importantes de documentação, registro e estudo do patrimônio como fonte de informações fidedignas. Resultando em um conjunto de dados característicos, exclusivos, tornando-se documento da própria obra.

Luz Visível - permite registrar o estado de conservação da pintura, composição, paleta cromática, morfologia/texturas e detalhes estilísticos, como também, a reprodução fidedigna da obra. O sistema utilizado consiste em uma câmera digital de alta resolução e diversas lentes, para reprodução legítima da obra com o auxílio de uma tabela de cor (Color Checker3).

Reflectografia de Infravermelho (IV) - A reflectografia de IV é uma técnica óptica não destrutiva, na qual a imagem é obtida através de uma câmera digital com sensor CCD e filtros IV acoplados á lente. Requerem-se ainda lâmpadas halógenas incidindo sobre o objeto. A câmera utilizada opera

3 Color Checker é um gerenciamento de cores. Possui três referências padrão: escala de cinza; 24 cores e um para o balanço de branco, que permite aferir as cores das fotos.

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(48)

4 entre as faixas do espectro UV, Luz Visível, e IV próximo (NIV) 380nm – 1000nm de comprimento de onda. A imagem observada resulta da conjunção dos fenômenos de reflexão, absorção e transmissão da camada superficial revelando peculiaridades escondidas. A visualização dos desenhos depende de dois aspectos: contraste e transparência.

O contraste esta relacionado ao material utilizado no desenho e a refletividades com relação à base de preparação. A transparência esta relacionada com a camada pictórica e depende da composição dos pigmentos.

Quando o meio para desenhar é à base de carbono a absorção do IV é alta e aumenta a diferença da refletividade com a base de preparação. Neste caso é possível que o desenho seja bem visível mesmo que a capa pictórica seja pouco transparente.

Fotografia de Fluorescência Visível com Radiação de Ultravioleta - Técnica fotográfica em que é registrada a fluorescência de determinadas substâncias gerada pela radiação UV que incide na pintura. Este fenômeno em geral, consiste na excitação de uma determinada substância ao incidir sobre ela uma radiação UV e, consequentemente, a emissão imediata dessa energia mediante radiações de longitudes de onda distintas daquela radiação incidente.

Deste modo permitem visualizar informações superficiais da camada pictórica detectando anomalias na policromia e áreas retocadas onde há difícil distinção entre estas e a pintura original. Estas diferenças são acusadas pelas diferentes fluorescências quando os retoques foram aplicados muito tempo depois da elaboração da pintura e, sobretudo, quando executado sobre a capa de verniz.

Se os vernizes que cobrem a obra são muito antigos e espessos haverá uma fluorescência esverdeada que estes produzem quando se projeta sobre eles os raios UV.

Luz Rasante – Nesta técnica com luz tangencial a obra é possível realçar todas as asperezas da superfície, deformações do suporte, relevos, ductos das pinceladas, fungos, etc.

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(49)

5 ANÁLISES DA OBRA

Características da obra – Pintura a óleo sobre metal, de autoria e ano desconhecido, medindo 464 x 356 mm (figuras 1 e 2). Trata-se de uma temática de alegoria Franciscana.

FRENTE DA OBRA

Figura 1: Fotografia com Luz Visível da parte frontal da obra estudada - Acervo particular (Foto: Elizabeth Kajiya, Pedro Campos, 2013).

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(50)

6 VERSO DA OBRA

Características do verso suporte oxidado, manchado, abrasões generalizadas, chassi empenado e quebrado.

Figura 2: Fotografia com Luz Visível do verso da obra estudada - Acervo particular (Foto: Elizabeth Kajiya, Pedro Campos, 2013).

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Referências

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