TAVA RUIM. MAS PARECE QUE PIOROU...

OS APUROS

DE PENÉLOPE

ATRIZ FALA AO METRO SOBRE MATERNIDADE, TRABALHO E SUA AVERSÃO AO FACEBOOK

^{PÁG. 13}

O PELÉ DISSE ISSO?

QUE BOM! SE ELE ESTÁ APOSTANDO NA ALEMANHA,

É POSSÍVEL QUE ELA NÃO CHEGUE...

Felipão, técnico da Seleção, sobre o palpite de Pelé, notório pé-frio

^{PÁG 15}

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SÃO PAULO

Terça-feira,

26 de novembro de 2013 Edição nº 1.680, ano 7

sunny

hazy

snow rain partly

sunny cloudy sleet thunder part sunny/

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thunder showers windy

RECICLE A INFORMAÇÃO: PASSE ESTE JORNAL PARA OUTRO LEITOR

Radial Leste praticamente parada ontem; às 10h, a CET registrou o recorde de congestionamento do ano durante a manhã, com 156 km de lentidão | EVALDO FORTUNATO/FUTURA PRESS

TAVA RUIM.

MAS PARECE QUE PIOROU...

Com chuva, obras, protestos e 22 acidentes, lentidão no

trânsito bate recorde e fica acima do normal o dia todo

^{PÁG. 02}

Vereador

Aurélio Miguel tem o sigilo quebrado

Homicídios caem, mas latrocínios e assaltos aumentam

Notas nas redações do Enem pioram

Em casa, Genoino deve seguir regras

Objetivo é investigar denúncia de enriquecimento ilícito e ligação com a máfi a dos fi scais. Ele nega

^{PÁG. 03}

Roubos seguidos de morte cresceram 32% na comparação com 2012

^{PÁG. 04}

Queda atinge alunos das escolas públicas e particulares

^{PÁG. 07}

Ele não pode sair nem dar entrevista.

Petista aguarda decisão do STF

^{PÁG. 06}

Brian Griffin

(1999-2013)

Astro de ‘Uma Família da Pesada’

morre atropelado

PÁG. 12

SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013 www.metrojornal.com.br

|02| {FOCO}

1 ^FOCO

O jornal Metro circula em 24 países e tem alcance diário superior a 20 milhões de leitores. No Brasil, é uma joint venture do Grupo Bandeirantes de Comunicação e da Metro Internacional. É publicado e distribuído gratuitamente de segunda a sexta em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, ABC, Santos e Campinas, somando mais de 480 mil exemplares diários.

Editado e distribuído por Metro Jornal S/A. Endereço: rua Tabapuã, 81, 14º andar, Itaim, CEP 04533-010, São Paulo, SP. Tel.: 3528-8500. O jornal Metro é impresso na Plural Editora e Gráfica Ltda.

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Adoniran nos sinais do Bixiga

Os semáforos do bairro receberam uma sinalização especial para homenagear os 31 anos da morte de Adoniran Barbosa, referência no samba paulista | MARCELO D’SANTS/FRAME/FOLHAPRESS

Dos 5,7 km de novas faixas exclusivas de ônibus que deveriam ter sido entregues ontem, apenas 900 metros, na avenida Imirim, na zo- na norte, foram ativados pe- la CET (Companhia de Enge- nharia de Tráfego).

A chuva que atingiu São Paulo no final de sema- na impediu a pintura nos trechos das avenidas Mer- cúrio e Senador Queirós, na região central; das avenidas Afrânio Peixoto e Abraão Ri- beiro e do viaduto Pacaem- bu, na zona oeste; e da ave-

nida Raimundo Pereira Magalhães, na zona norte.

Segundo a CET, os tre- chos serão sinalizados e ati- vados nos próximos dias.

Motos e bicicletas

A companhia também pro- meteu implantar 59 novos bolsões de espera para mo- tos e bicicletas na cidade até o final do ano.

Serão 26 nas avenidas Antártica, Sumaré e Paulo VI, na zona oeste e 33 nas avenidas Nove de Julho e Ti- radentes, no centro. METRO

Ônibus. Falta de pintura impede operação de faixas

O paulistano viveu ontem um verdadeiro dia de caos no trânsito. Com chuva, 22 acidentes em vias importan- tes, algumas obras e semá- foros quebrados, motoristas levaram até duas horas para percorrer trechos que nor- malmente levariam, no má- ximo, 30 minutos.

Entre as vias que fica- ram parcialmente bloquea- das por conta de acidentes estão as duas marginais, a radial Leste, e as avenidas 23 de Maio, Bandeirantes e Marquês de São Vicente,

Para piorar, um protes- to de vigilantes bloqueou as avenidas Paulista e Bri- gadeiro Luis Antônio, além de ruas no centro. Às 10h, o trânsito travou. A cidade re- gistrou 156 km de filas, re- corde de lentidão para o pe- ríodo da manhã no ano.

No período da tarde,

os índices de congestio- namento pioraram ainda mais. Às 12h, o gráfico de lentidão da CET (Compa- nhia de Engenharia de Trá- fego) já registrava 185 km de filas - três vezes acima

da média para o dia e para o horário.

Em Pinheiros, a queda de uma árvore na rua An- tônio de Gouveia Giudice, em Pinheiros, bloqueou totalmente a via, na altu- ra da rua Orobó, nos dois sentidos.

Na região do Itaim, o maior problema eram as obras nos corredores de ôni- bus das avenidas Nove de Ju- lho e Juscelino Kubitschek.

Na Nove de Julho, a fila de carros ia da praça 14 Bis, na Bela Vista, até a altura da

rua Renato Paes de Barros.

Às 18h30 a cidade che- gou a registrar 260 km de congestionamento. O re- corde histórico são 309 km, registrados às 18h30 do dia 14 de novembro, véspera de feriado. No horário, a marginal Tie- tê mantinha o pior índice de lentidão da cidade, com 16,9 km de filas, no senti- do Ayrton Senna.

Trânsito. Lentidão bateu recorde durante a manhã e índice ficou muito acima da média durante todo o dia

RECORDES DE LENTIDÃO

43,4 86,8 130,2 173,6 217 260,4 303,8 km

8h

7h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h

Histórico TARDE

309 km

14/11/13, às 18h Histórico

MANHÃ

249 km

23/05/12, às 10h ontem

média

Manhã Entre-pico Tarde

PICOS

156

^km

Recorde de 2013

260

^km

185

^km

Chuva, 22 acidentes e

obras travam São Paulo

MÁRCIO ALVES

METRO SÃO PAULO

“Ontem foi um inferno.

Saí de Guarulhos às 10h e perdi um almoço às 12h em Pinheiros porque atrasei”

LETÍCIA SAMPAIO, 22 ANOS, ESTUDANTE

“Peguei a marginal Pinheiros toda travada.

Tinha carros quebrados e um acidente”

SÉRGIO NETO, 19 ANOS, ESTUDANTE

“Estava impossível de andar em São Paulo.

Fiquei travado na 23 de Maio por mais de 1 hora”

EVERTON PACHECO, 27 ANOS, ADVOGADO

“Pela Bandeirantes as obras do metrô foram o maior problema.

Levei mais de uma hora parado na via ”

JEFFERSON MOREIRA, 31 ANOS, ESTILISTA

260 km

foi o índice de lentidão registrado às 18h30. A extensão é o triplo da média para o dia e horário.

O Saresp (Sistema de Avalia- ção de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), que será realizado hoje e ama- nhã, terá um número re- corde de participantes. São 2.468.742 de alunos, O nú- mero subiu porque o Estado adotou a idade de 7 anos co- mo nova meta para alfabeti- zação. Fazem as provas alu- nos do 2⁰, 3⁰, 5⁰, 7⁰ e 9⁰ anos do fundamental, e do 3⁰ do ensino médio. METRO

Saresp.

Número de alunos bate recorde

Dólar + 0,21%

(R$ 2,28) Bovespa

- 1,02%

(52.263 pts) Euro - 0,39%

(R$ 3,08) Selic

(9,5% a.a.)

Salário mínimo (R$ 678) Cotações

Twitter

Sexismo e preconceito

Em sua conta no microblog, a presidente Dilma Rousseff aproveitou a

comemoração ontem do “Dia Mundial da Não Violência contra a

Mulher” para afirmar que a sociedade brasileira ainda é sexista

e preconceituosa. Para a presidente, qualquer forma de preconceito

contra a mulher envergonha a sociedade.

Será que piorou?

SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013

www.metrojornal.com.br

{FOCO} |03|◊◊

A Justiça autorizou a quebra de sigilo fiscal do vereador Aurélio Miguel (PR). O pedi- do foi feito pela Promotoria do Patrimônio após o audi- tor Eduardo Barcellos dizer que o vereador recebia di- nheiro de um dos integran- tes da máfia dos fiscais.

A investigação aponta que os servidores cobravam propina de construtoras pa- ra que pagassem menos ISS.

Segundo a Promotoria, fo- ram desviados R$ 500 mi- lhões dos cofres públicos.

O processo contra o ve- reador corre em segredo de Justiça. O Metro Jornal apu- rou que foram aceitos os ar- gumentos do MP (Ministério Público) de que há indícios na denúncia do fiscal para apurar se o parlamentar en-

riqueceu ilictamente.

A Justiça autorizou o aces- so do MP aos ganhos de uma empresa do vereador e de seus dados fiscais. Além de Aurélio, outros quatro verea- dores já foram citados nas investigações: Nelo Rodolfo (PMDB), Paulo Fiorilo (PT), Eliseu Gabriel (PSB) e Anto- nio Donato (PT).

Em nota, Aurélio Miguel disse que, “está muito tran- quilo”, pois, no ano passa- do, já havia oferecido à Justi- ça e ao MP o seu sigilo fiscal e bancário. À época, ele era suspeito de cobrar propi- na para evitar multas a em- preendimentos imobiliários.

Fraude no ISS. Vereador é suspeito de ter recebido dinheiro da máfia dos fiscais

Promotor Roberto Bodini | MARCOS BIZZOTTO/FUTURA PRESS

Justiça quebra sigilo

de Aurélio Miguel

O promotor Roberto Bodini disse ontem que deverá pe- dir a quebra de sigilo bancá- rio e fiscal de ao menos qua- tro construtoras suspeitas de pagar propina a fiscais.

Segundo ele, a medida será solicitada à Justiça ca- so as empresas não queiram contribuir com as investiga- ções. Quatro construtoras começarão a ser ouvidas na quinta-feira: BKO, Tarjab, Tecnisa e Trisul. Todas elas foram, citadas em depoi- mentos dos fiscais.

Representantes da cons- trutora Alimonti e da in- corporadora Brookfield também serão ouvidos pos- teriormente. A Brookfield já se apresentou, por meio de um representante, e confir- mou ter pago propina, mas disse que foi coagida.

O fiscal Luís Alexandre Magalhães disse em entre- vista ao “Fantástico”, da TV Globo, que as próprias em- presas procuravam os fiscais para participar do esquema.

As empresas alegam que eram alvo de extorsão.

As construtoras informa- ram que ainda não foram notificadas pelo MP e, por isso, não vão se manifestar por enquanto.

Ontem, Magalhães foi ouvido pela Promotoria do Patrimônio Público no in- quérito que apura a sua evo- lução patrimonial. Maga- lhães tem um salário de R$

13 mil e acumulou R$ 19 milhões no período em que atuou na prefeitura, segun- do o MP.

Além dele, também foi interrogado o fiscal Eduar- do Barcellos. Segundo o ad- vogado dele, Eduardo Bada- ró, o auditor deu as mesmas informações que já havia passado em depoimento an- terior. METRO

Promotoria também quer acesso a dados de quatro construtoras

HENRIQUE BEIRANGÊ

METRO SÃO PAULO

R$ 500 mi

é o valor que , segundo o MP, foi desviado dos cofres públicos com o esquema de fraudes do ISS.

SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013 www.metrojornal.com.br

|04| {FOCO}

Pelo quinto mês consecuti- vo, o número de homicídios caiu na capital. Em outu- bro, foram registrados 108 assassinatos, ante 150 em setembro, segundo dados divulgados ontem pela SSP (Secretaria de Segurança Pública). No acumulado do ano - janeiro a outubro - a que da é de 8,5%. Foram 977 nos 10 primeiros meses des- te ano, ante 1.068 no mes- mo período de 2012.

Os outros indicadores, no entanto, continuam a su- bir. A quantidade de latro- cínios (roubos seguidos de morte) tiveram aumento de 32% nos 10 primeiros me- ses deste ano, na compara- ção com o mesmo período de 2012. Foram 119 casos entre janeiro e outubro des- te ano, ante 90 crimes des- se tipo no mesmo período do ano passado. Roubos e furtos também tiveram alta nos 10 primeiros meses des- te ano (veja quadro).

“Os dados de homicídios dolosos revelam que volta- mos a taxa de 10 por 100 mil habitantes, a menor do país. Isso é uma ótima notí- cia”, afirma o sociólogo Re- nato Sérgio de Lima, inte- grante do Fórum Brasileiro

de Segurança Pública. Se- gundo Lima, para reduzir a quantidade de roubos segui- dos de morte, é preciso me- lhorar o trabalho de investi- gação da polícia. “É preciso aprofundar as investigações contra as quadrilhas”.

Os dados da secretaria mostram que a tendência da capital se repete no restante do Estado, com queda no nú- mero de homicídios nos 10 primeiros meses do ano (de 3.835 para 3.699) e alta nos latrocínios (de 287 para 318).

Disque denúncia

A partir da meia noite de ontem, vítimas de roubo de veículos já podem re- gistrar boletins de ocor- rência eletronicamente.

Daqui a 15 dias, quando também será possível re- gistrar ocorrências de rou- bo a pedestres. Os registros podem ser feitos no ende- reço www.ssp.sp.gov.br. O serviço atende outros 11 ti- pos de ocorrências como furtos, perdas, ameaça, e desaparecimentos.

Violência. Número de roubos seguidos de morte na cidade aumentou 32% nos dez primeiros meses do ano

90

119 1.068 977

36.863 41.071

CRIMES NA CAPITAL

HOMICÍDIOS

FURTOS DE VEÍCULOS ROUBOS DE VEÍCULOS

ROUBOS

JAN. A OUT./2013 JAN. A OUT./2012

-8,5 %

32 %

9 %

2 %

11,4 %

12 %

VARIAÇÃO

95.998 104.610

165.067 168.628

LATROCÍNIOS

36.977 41.465

FURTOS

é o número de veículos levados por bandidos, entre janeiro e outubro de 2013

83.447

é a quantidade de bancos roubados neste ano

103

é a quantidade de

estupros registrados por dia em São Paulo

8

Homicídios caem, mas roubos e latrocínios sobem na capital

‘É preciso investigar os roubos’

O crescimento de latro- cínios preocupa. Mos- tra que o Estado não está conseguindo melhorar a investigação de roubos.

O latrocínio é uma de- corrência desse tipo de crime. Hoje não há ne- nhum estudo em anda- mento sobre a dinâmica dos roubos, nem da polí- cia, nem na academia. É preciso aprofundar as in- vestigações contra as qua- drilhas e investir na eli- minação dos desmanches, destino da maior parte dos carros roubados. Sa- bemos que grande parte dos latrocínios está ligada a roubos de carros. Já com relação a homicídios, os números são bons e mos- tra que invertemos a ten- dência de alta.

RENATO SÉRGIO DE LIMA

Membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Análise

MÁRCIO ALVES

METRO SÃO PAULO

Plaza Sul. PM é baleado em assalto a shopping

O delegado Paulo de Castro, responsável pelas investiga- ções sobre a morte de Joa- quim Marques, de 3 anos, quer saber se a mãe do me- nino, Natália Ponte, de 29 anos, e o padrasto, Guilher- me Longo, de 28, possuem outras linhas telefônicas, além das já informadas pa- ra a polícia.

Castro pediu autorização à Justiça, ontem, para que as operadoras informem todas as linhas de telefone que estão sob os nomes dos suspeitos. Antes, o delegado já havia pedido à Justiça a quebra do sigilo de ambos.

Segundo Castro, a infor- mação é importante para uma nova reconstituição.

Na sexta-feira passada, ocor- reu a primeira reconstitui- ção, na casa da família, em

Ribeirão Preto. O casal in- formou o sumiço da criança à polícia no dia 5 de novem- bro. O corpo foi encontra- do cinco dias depois, no rio Pardo, em Barretos

Esta semana, o delega- do deve chamar novamente

o casal para depor, além de familiares e policiais que os atenderam na ocorrência.

Ontem de manhã, Castro ouviu uma amiga de Natá- lia, que informou que Gui- lherme tratava bem seu en- teado. METRO

Joaquim: Polícia investiga se suspeitos têm outros telefones

Imagens da reconstituição foram divulgadas ontem | ALFREDO RISK/FUTURA PRESS

O pai do vendedor Ewerton Leandro de Castro Noguei- ra, de 25 anos, afirmou on- tem acreditar que os segu- ranças do Vitrini Show, na Vila Matilde, sejam respon- sáveis pela morte do filho.

Ewerton foi encontrado morto por espancamento após sair da casa noturna na madrugada de anteontem.

Segundo testemunhas, ele havia se envolvido em uma briga e seguranças da boate o levaram a uma área reser- vada. Em nota, a casa notur- na negou as agressões.

O corpo de Ewerton foi enterrado na manhã de on- tem, na Vila Alpina. A mãe do jovem, em estado de choque, não foi ao velório.

METRO

Vila Matilde.

‘Seguranças mataram meu filho’, diz pai

Um policial militar de fol- ga ficou ferido em uma ten- tativa de assalto a um shop- ping na zona sul da capital, na tarde de ontem.

Um funcionário de uma loja de artigos de surf no shopping confirmou que seis criminosos entraram no estabelecimento e rou- baram o estabelecimento.

Quatro deles estavam arma- dos, segundo a testemunha.

Eles levaram óculos, aces- sórios e dinheiro dos clien- tes da loja. Depois, fugiram e encontraram o policial à paisana, que acabou atin- gido por um tiro ao tentar prender os criminosos.

A assessoria de imprensa do shopping Plaza Sul afir- mou que o policial foi ba- leado no momento em que os bandidos tentavam fugir, já do lado de fora do centro

de compras. Segundo a Po- lícia Militar, o disparo atin- giu a cabeça do homem de raspão. Ele foi socorrido, le- vado ao Hospital São Pau- lo e passa bem. Segundo o shopping, “o local foi fecha- do temporariamente para ação investigativa da polí- cia”, mas “não houve outros feridos, nem foram feitos reféns”.

Foram deslocados para o local da ocorrência carros da Rota (tropa de elite da PM), do GOE (Grupo de Ope- rações Especiais), da Polícia Civil e helicópteros.

Os policiais fecharam to- das as entradas, mas não conseguiram localizar os suspeitos. Algumas pessoas que saíram do estabeleci- mento chegaram a ser revis- tadas. Até as 22h, ninguém havia sido detido. METRO

SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013

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{BRASIL} |05|◊◊

Uma falha nos freios po- de ser a causa do descar- rilamento do trem da ALL (América Latina Logística) anteontem, na cidade de São José do Rio Preto, inte- rior do Estado. A composi- ção destruiu duas casas que ficavam à margem da linha férrea e danificou outras duas, que foram interdita- das pela Defesa Civil.

Até agora, já foram confir- madas oito mortes. Entre as vítimas estão duas crianças e uma gestante. Outras oito pessoas ficaram feridas.

Nove vagões tombaram quando a composição, car- regada de milho, passava pe- la área urbana de São José do Rio Preto. Dois deles caíram sobre os imóveis.

Segundo a Polícia Civil, todas as vítimas participa- vam de um churrasco. Qua- tro mortos eram da mesma família.

Um dos peritos que apu- ram as causas do acidente informou que dados colhi- dos junto ao computador de bordo da composição indi-

cam que o descarrilamento ocorreu minutos depois de o maquinista realizar um tes- te obrigatório no sistema de freios. Segundo o perito, o maquinista tem que fazer es- se teste a partir de uma quilo- metragem percorrida.

A investigação também le-

va em conta possíveis falhas nos dormentes da ferrovia, já que o local registra focos de incêndio constantes.

De acordo com os bombei- ros que atuaram nas opera- ções de resgate dos feridos e retirada dos corpos, a popula- ção do bairro descarta lixo ir-

regularmente naquele trecho da ferrovia.

O laudo final com as pro- váveis causas do tombamen- to dos vagões de cargas de- ve ser concluído no prazo de 30 dias. Ainda não há prazo para retirada das partes que tombaram.

Velocidade

Responsável pela investi- gação do caso, o delega- do Hélio Fernandes dos Reis disse que solicitou informações do computa- dor de bordo da locomo- tiva para averiguar qual era sua velocidade no mo- mento do acidente. No tre- cho, o limite é de 40 km/h.

Segundo testemunhas, o trem seguia acima desse patamar no momento do descarrilamento.

Em nota, a ALL infor- mou que a velocidade dos trens é controlada por sa- télite. A composição envol- vida no acidente, segundo a concessionária, respeita- va o limite previsto para uma área urbana. As cau- sas do acidente serão in- vestigadas por meio de uma sindicância.

A ANTT (Agência Nacio- nal de Transportes Terres- tres), que regula o setor de transportes no país, enviou um equipe para acompa- nhar as investigações da Po- lícia Civil. METRO

Tragédia. Vagões que transportavam milho destruíram dois imóveis em São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

Até agora, polícia confirmou a morte de oito pessoas, sendo quatro da mesma família. Laudo sairá em 30 dias

Trem descarrilou quando passava por área urbana de São José do Rio Preto | EDSON SILVA/FOLHAPRESS

Falha em freio pode ter causado descarrilamento

Imagens de câmera podem ajudar investigação

Imagens de uma câmera de segurança localizada pró- xima ao local do acidente podem ajudar a perícia na confirmação da velocida- de média do trem que des- carrilou em São José do Rio Preto, no interior do Estado.

Em área urbana, a compo- sição não poderia estar aci- ma dos 40 km/h, segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

O vídeo, que já foi solici- tado pelo delegado respon- sável pelo caso, poderá le- var os peritos a confirmar se a falha no sistema de freios foi causa do acidente ou se o problema foi gerado após o tombamento dos va- gões de carga. A câmera es- tá instalada na garagem de um imóvel vizinho aos des- truídos na tragédia.

O delegado também não descarta pedir um exame para saber se o maquinista estava alcoolizado no mo- mento do acidente.

Dois guindastes estão no local para realizar a retira- da dos escombros dos imó- veis atingidos Caminhões estão retirando o milho que era transportado pelo trem da ALL (América Lati- na logística). A estimativa é de que os vagões que tom- baram transportavam, no total, cerca de 400 tonela- das do grão. METRO

A ministra Eliana Calmon pediu ontem aposentadoria do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ela seria apo- sentada compulsoriamente em 5 de novembro do ano que vem, quando irá com- pletar 70 anos.

De acordo com o STJ, a ministra deixará a corte no dia 18 de dezembro. Com a saída de Eliana Calmon, se- rá aberta uma vaga de juiz para o TRF (Tribunal Re- gional Federal). A ministra também faz parte da Corte Especial e do Conselho de Administração do Superior Tribunal de Justiça.

Entre os anos de 2010 e 2012, ela ocupou o posto de corregedora do CNJ (Conse- lho Nacional de Justiça). Foi nesse período que afirmou que havia “bandidos escon- didos atrás de togas no judi- ciário”. METRO

Saída. Eliana Calmon pede aposentadoria do STJ

O Brasil precisa construir cerca de 5,2 milhões de moradias para zerar o défi- cit habitacional. O número foi apresentado ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

De acordo com o levan- tamento, embora ainda ex- pressivo, esse déficit apre- sentou queda nos últimos cinco anos. Entre 2007 e 2012, ele caiu de 10% para 8,5% na comparação com o total de domicílios.

Na avaliação dos técni- cos do Ipea, essa melhora no quadro foi obtida graças ao crescimento da oferta de moradias. Em 2007, eram 55,9 milhões. Hoje, são 62,9 milhões, o que corresponde a uma alta de 12,6%.

Quando analisada de acordo com a renda média das famílias brasileiras, a pesquisa mostra que aque- las cuja ganho mensal é de R$ 2 mil representam 73,6%

do déficit habitacional nas

cidades do país.

Hoje, essa camada da po- pulação ocupa imóveis em condições precárias, com membros dividindo cômo- dos pequenos. A maioria afirmou que, se pudesse, mudaria para um local me- lhor e que gostaria de dei- xar o aluguel.

O estudo ainda revela que a valorização do mer- cado imobiliário afeta cada vez mais o orçamento das famílias. Hoje, 3,7% do total de imóveis alugados no país são ocupados por brasilei- ros que comprometem até 30% da renda para pagar o locador. METRO BRASÍLIA

Brasil. Déficit habitacional é de 5,2 milhões de casas

Um helicóptero de proprie- dade da Limeira Agropecuá- ria, empresa do deputado estadual Gustavo Perrella (PDT-MG), filho do senador e ex-presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, foi apreendi- do na tarde do último sába- do, na região serrana do Es- pírito Santo, com cocaína.

Quatro pessoas foram presas, entre elas o piloto.

Segundo a Polícia Federal, o helicóptero saiu de São Paulo e transportava co- caína para dentro do Espí- rito Santo.

No momento da chega- da da polícia, os cerca de 455 quilos de drogas já es- tavam prontos para se- rem despachados em dois carros. Também foram apreendidos R$ 16 mil que, segundo a polícia, era fru- to da venda da droga.

Segundo a polícia, as características da cocaína, como o índice de pureza,

indicam que a droga seria destinada à exportação.

A carga foi avaliada em R$ 7 milhões.

Em entrevista coletiva na tarde de ontem em Be- lo Horizonte, Gustavo Per- rella disse que denunciou o piloto por furto da aerona- ve. Ele afirmou que o fun- cionário não estava autori-

zado a usar o helicóptero e que não sabia do uso para o transporte de cocaína.

O piloto, funcionário da empresa há um ano e era considerado experiente. O deputado disse desconhe- cer relações do funcionário com o tráfico e afirmou que ele foi demitido por justa causa ontem. METRO

Helicóptero de deputado é apreendido com cocaína

PF apreendeu 455 kg de cocaína | DIVULGAÇÃO/POLÍCIA FEDERAL NO ESPÍRITO SANTO

2,29 mi

de domicílios brasileiros estão ocupados por moradores que comprometem mais de 30% da renda com despesas de aluguel.

SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013 www.metrojornal.com.br

|06| {BRASIL}

Nº DE CARGOS: PLANALTO DÁ DE 10X0 NA CASA BRAN- CA. O Palácio do Planalto emprega atualmente 4,6 mil funcionários, exata- mente dez vezes mais que os 460 servidores da Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, que administra o maior or- çamento do mundo (US$

11 trilhões). Se contar os funcionários da Vice-Pre- sidência e das secretarias, todos na conta da Presi- dência da República, o nú- mero de servidores do Pla- nalto sobe para 8.861.

POR NOSSA CONTA. Milha- res de cargos foram cria- dos no Planalto para se- rem distribuídos sem concurso a dirigentes e militantes do PT, e a seus apadrinhados.

FARRA BIZARRA. É tanta gente sem ter o que fa- zer, nem mesa para ocu- par, no Planalto, que eles se revezam em so- fás e cadeiras destinados a visitantes.

SUPERLOTAÇÃO. Outro si- nal de superlotação no Pa- lácio do Planalto pode ser percebido nos restauran- tes dos funcionários. As filas são impressionantes.

‘ULTRAJADOS’, EMIRADOS VÃO À FORRA CONTRA TE- MER. Os Emirados Árabes ficaram enfurecidos com o governo do Brasil, que não se desculpou nem desautorizou o que cha- ma de “ultraje” ao qual foi submetido seu minis- tro de Economia, Sultan Al Mansoori. Ele teve as malas revistadas pela Po- lícia Federal no aeropor- to de Guarulhos (SP), em desrespeito a tratados de imunidade diplomática dos quais o Brasil é sig-

natário. Irritados, deram o troco: submeteram à revista a comitiva do vi- ce-presidente Michel Te- mer na visita oficial a Abu Dhabi.

E NA COPA? O chefe de protocolo dos Emirados Árabes questionou o em- baixador brasileiro João de Mendonça Neto sobre como o Brasil sediará a Copa.

NADA FEITO. O chanceler Luiz Figueiredo passou batido: não acionou mi- nistro da Justiça, nem pe- diu à superintendência da PF-SP para apurar o caso.

COM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS WWW.CLAUDIOHUMBERTO.COM.BR

PODER SEM PUDOR

Beabá no ‘rebolation’

A ex-deputada Ângela Gua- dagnin (PT-SP), aquela que dançou “rebolation” pela impunidade do mensalão, certa vez interrompeu uma exposição do então minis- tro Antonio Palocci (Fazen- da), em uma audiência pú- blica, quando ele afirmou que as agências regulado-

ras devem prestar contas ao povo, através dos seus representantes.

- V. Exa. está se referindo ao executivo, não?

- Não, deputada; nes- se caso – ensinou Paloc- ci – os representantes do povo são deputados e senadores.

“NÃO VAI FALAR NADA?”

JOSÉ DIRCEU, DO PRESÍDIO DA PAPUDA, COBRANDO UMA

ATITUDE SOLIDÁRIA DE LULA

Política

Luiz Figueiredo | DIVULGAÇAO

CLÁUDIO HUMBERTO

CLAUDIO.HUMBERTO

@METROJORNAL.COM.BR

A casa do ex-ministro José Dirceu, condenado no pro- cesso do mensalão, foi colo- cada à venda ontem. A casa também poderá ser alugada.

O imóvel, de cerca de 500m², fica na avenida Re- pública do Líbano, perto do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Dirceu teria pago R$ 1,6 milhão pela casa, em 2009. No local ainda funcio- na a J.D Assessoria e Consul- toria. O escritório já contou com 15 funcionários, mas agora só há uma recepcio- nista atendendo no local.

O ex-ministro foi preso no último dia 15, condena- do pelo STF (Supremo Tribu- nal Federal) no julgamento do mensalão. Ele cumpre a pena em Brasília, com di- reito ao regime semiaberto.

METRO

Casa de José Dirceu no Ibirapuera está à venda

Fachada da casa de José Dirceu | DARIO OLIVEIRA/FUTURA PRESS

Enquanto aguarda a decisão do STF sobre a concessão de- finitiva de prisão domiciliar, o deputado licenciado José Ge- noino (PT-SP) não pode usu- fruir de plena liberdade. Ge- noino está na casa da filha, em Brasília, para onde foi le- vado depois de receber alta médica no domingo.

O novo executor da seten- ça, juiz Bruno Ribeiro, proibiu Genoino de sair da residência da filha e de dar entrevistar, entre outras coisas (veja ao la- do). Caso as regras não sejam cumpridas, o benefício pode ser retirado.

Genoino sofre de proble- mas cardíacos, precisou ser internado na última quinta- -feira no Instituto de Cardio- logia do Distrito Federal após passar mal no presídio da Pa- puda. Os exames apontaram que houve ‘picos de pressão’, que precisam ser controlados por medicamentos.

O laudo elaborado por uma junta de cardiologistas foi entregue a Joaquim Bar- bosa, mas a decisão ainda não tem data para ocorrer.

Aposentadoria

A comprovação da gravidade da doença de Genoino tam- bém é aguardada pela Câ- mara dos Deputados. O PT

espera o laudo médico pa- ra pressionar o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a conceder, por ofício, a apo- sentadoria por invalidez. A previsão era que a aposenta- doria só fosse avaliada em ja- neiro, quando vence a licença de saúde do deputado.

Na quinta-feira, a Mesa Diretora se reune para deci- dir pela abertura de proces- so de perda de mandato de Genoino.

Jefferson

O delator do mensalão, Ro- berto Jefferson, alegou on- tem ‘cansaço’ com a espe-

ra em ser preso e prometeu se entregar à Polícia Federal assim que seja expedido o mandado de prisão. O depu- tado foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão pelos cri- mes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e cum- prirá a pena em regime se- miaberto. METRO BRASÍLIA

Mensalão. Desde domingo, deputado do PT está na casa de um das filhas em Brasília e aguarda decisão do presidente do STF sobre o pedido definitivo de prisão domiciliar

Genoino está sem escolta na casa da filha | BRUNO STUCKERT/FOLHAPRESS

Em casa, Genoino tem de obedecer regras

A Vara de Execuções Penais impõe alguns procedimentos

• Trânsito.

O condenado fica impedido de sair de casa, salvo se o destino for o hospital.

• Postura.

É proibido o consumo de bebidas alcóolicas, conceder entrevistas e portar armas.

• Saúde.

A ficha médica precisa estar sempre atualizada.

• Disponibilidade.

Deverá comparecer à Justiça sempre que for chamado.

Restrições

AMB critica postura de Barbosa

A troca do juiz responsável pela execução das penas do mensalão foi criticada pe- lo presidente eleito da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), João Ricardo dos Santos Costa. Por decisão do presidente do STF, Joaquim Barbosa, o juiz da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal Ademar Vasconcelos foi substituído pelo juiz Bru- no Ribeiro, que tem um per- fil mais rigoroso.

A decisão teria sido moti- vada pela concessão de prisão domiciliar e a permissão de uma entrevista dada pelo de- putado licenciado José Genoi- no (PT-SP).

“A Constituição não diz que o presidente do Supre- mo pode trocar juiz, em qualquer momento, num canetaço”, protestou Costa.

METRO BRASÍLIA

SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013

www.metrojornal.com.br

{BRASIL} |07|◊◊

A nota dos alunos de esco- las públicas e particulares na redação do Enem (Exa- me Nacional do Ensino Mé- dio) caiu entre 2011 e 2012, segundo balanço divulgado ontem pelo MEC (Ministé- rio da Educação).

A pontuação varia de 0 a 1.000. Em 2011, os estu- dantes de escolas particula- res obtiveram, em média, 612 pontos. No ano passa- do, 602,16.

Já entre os alunos de es- colas públicas, a nota na redação caiu de 512, em 2011, para 495,54, no ano passado.

Os dados incluem so-

mente escolas em que mais de 50% dos estudantes do 3^o ano do ensino médio reali- zaram o Enem. Atingiram essa média 11.239 (60,7%) do total de 18.511 institui- ções de ensino.

Nas outras quatro áreas avaliadas, os alunos da re- de pública melhoraram em

ciências humanas, ciências da natureza e matemática.

Na área de linguagens, o desempenho foi pior.

Já a média de pontuação dos alunos de escolas parti- culares cresceu apenas em ciências humanas.

Segundo o ministro da Educação, Aloizio Merca- dante, a média das escolas públicas sempre é menor porque a rede pública tem 2 milhões de estudantes, enquanto no ensino priva- do há cerca de 300 mil.

As notas Enem 2012, por escola, podem ser consul- tadas no site do www.inep.

gov.br. METRO

Educação. Entre 2011 e 2012, média de estudantes de escolas privadas caiu 9,8 pontos. Na rede pública, queda foi de 16,4 pontos

Nota de alunos na redação

do Enem piora

As cenas de correria nas praias da zona sul do Rio de Janeiro durante os feria- dos da Proclamação da Re- pública e da Consciência Negra, na semana passada, assustaram cariocas e turis- tas. Além disso, os episódios mancharam a imagem da cidade para o exterior.

Na sexta-feira, o consula- do americano no Rio emitiu um alerta sobre o aumento da violência na capital flu- minense nos últimos dias.

O comunicado oficial cita os últimos casos de arrastões

nas praias cariocas.

De acordo com o órgão, a recomendação é para turis- tas e americanos que moram no Rio. Eles pedem que os ci- dadãos em viagem ao Brasil procurem informações nos consulados e na embaixada.

A nota explica que o au- mento de crimes contra tu- ristas é maior nas áreas on- de ficam as praias e outros pontos turísticos. Segundo o comunicado, os crimino- sos buscam telefones celula- res, joias, bicicletas, bolsas e carteiras. METRO RIO

Correria assustou banhistas no Arpoador | BRUNA PRADO/METRO RIO - 20/11/13

Turismo. EUA alertam americanos sobre

arrastões na praia do Rio

Quatro PMs acusados de tor- turar, matar e ocultar o cor- po do pedreiro Amarildo de Souza continuarão presos preventivamente, enquan- to o caso é investigado pe- la Justiça. A 8ª Câmara Cri- minal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido de habeas corpus para os policiais militares Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Vic- tor Vinicius Pereira da Silva e Douglas Roberto Vital Ma- chado. Na sentença, o de- sembargador Marcus Qua- resma Ferraz afirma que os bons antecedentes dos sus- peitos não são suficientes para a liberação.

Amarildo desapareceu no dia 14 de julho, quan- do foi levado à sede da UPP (Unidade de Polícia Pacifica- dora) da Rocinha, na zona sul do Rio. Ao todo, 25 PMs foram denunciados por en- volvimento no caso, entre eles o comandante da UPP.

METRO RIO

Amarildo. TJ nega habeas corpus e PMs seguem presos

“Os melhores do setor público competem muito em igualdade de condições com o setor privado.”

MINISTRO ALOIZIO MERCADANTE

SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013 www.metrojornal.com.br

|08| {ECONOMIA}

O número de tentativas de fraudes contra os consumi- dores brasileiros bateu re- corde histórico e ultrapas- sou 224 mil ocorrências em outubro. Isso represen- ta uma tentativa de frau- de a cada 12 segundos no país, de acordo com a Sera- sa Experian.

Nesse tipo de ocorrên- cia, documentos falsos ou roubados são usados por criminosos para firmar ne- gócios sob falsidade ideo- lógica ou mesmo obter cré- dito com a intenção de não honrar os pagamentos.

O recorde no mês passado foi puxado, principalmen- te, pelo aumento de ocorrên- cias perto do Dia das Crian- ças. Nesse período, o risco de fraudes tende a ser maior.

Entre janeiro e outubro deste ano, ocorreram 1,81 milhão de tentativas de fraude. No mesmo período do ano passado, foram 1,76 milhão de registros e, no mesmo período em 2011, 1,63 milhão.

Telefonia lidera casos O setor de telefonia liderou as ocorrências (110.470) e respondeu por 49,3% do to- tal das investidas contra o consumidor realizadas em outubro de 2013, alta em re- lação aos 40,2% registrados pelo setor no mesmo mês de 2012.

O setor de serviços – que inclui construtoras, imobiliá- rias, seguradoras e serviços em geral (salões de beleza, pacotes turísticos etc.) – atin- giu em outubro 59.743 tenta- tivas de fraude, o maior valor do ano até agora.

O setor bancário é o ter- ceiro do ranking de regis-

tros em outubro de 2013.

Embora não tenha sido re- corde histórico, bancos e fi- nanceiras atingiram 36.411 tentativas, 16,3% do total, o maior valor em 12 me- ses. No mesmo período de 2012, o setor respondeu por 22,6% dos casos, segun- do a pesquisa. METRO

Roubo de identidade. Foram registradas 224.025 ocorrências pela Serasa Experian no mês passado. A cada 12 segundos, uma pessoa foi alvo desse tipo de crime no país

• Não fornecer dados pessoais para estranhos

• Não fornecer ou confirmar informações pessoais por telefone

• Não perder de vista seus documentos de identificação.

Na loja, não deixar que levem seus cartões bancários para longe de sua presença

• Tomar cuidado ao digitar a senha do cartão de débito/crédito na hora de realizar pagamentos

• Não informar os números dos seus documentos quando preencher cupons para participar de sorteios ou promoções

• Evitar realizar transacções financeiras em computadores conectados em redes públicas

• Não fazer cadastros em sites que não sejam de confiança. Fique atento às dicas de segurança da página, como a presença do cadeado de segurança

• Cuidado com dados pessoais nas redes sociais que podem ajudar os golpistas a se passar por você

• Manter atualizado o antivírus do seu computador

D IC A S

REGISTROS (entre janeiro e outubro) DIVISÃO POR SETOR (em %)

2011 2012 2013

1,63 milhão

1,76 ^milhão 1,81 ^milhão

TENTATIVAS DE FRAUDES EM ALTA

Telefonia 49,3 Serviços*

26,7 Bancos e financeiras

16,3 Varejo 6,2 Demais 1,5 TOTAL EM

OUTUBRO

224.025

FONTE: SERASA *CONSTRUTORAS, IMOBILIÁRIAS, SEGURADORAS E SERVIÇOS EM GERAL (SALÕES DE BELEZA, PACOTES TURÍSTICOS ETC.)

Tentativa de fraude contra consumidor é recorde em outubro

A poucos dias da Black Fri- day, que acontece na pró- xima sexta-feira, o Procon- -SP ampliou a lista de sites não recomendados para compras, com a inclusão de mais três portais de comér- cio eletrônico: Baratoajato.

com.br, Myamivendas.com e Miamicelular.com.

Com isso, subiu para 325 as lojas virtuais na “lista ne- gra” do órgão de defesa do consumidor. Desse total, 99 ainda estavam no ar na data de sua inserção na lista, que pode ser consultada no site www.procon.sp.gov.br.

A inclusão dos sites ocor- re após o órgão ter recebi- do reclamações de consu- midores. A principal queixa contra as lojas virtuais é a não entrega dos produtos adquiridos.

Os administradores fo- ram notificados e não res- ponderam ou não foram encontrados. Assim, foi im-

possível qualquer tentativa de intermediação entre as partes.

Segundo o Procon-SP, es- ses fornecedores não são lo- calizados no banco de dados de órgãos como Junta Co- mercial, Receita Federal e Registro BR, responsável pe- lo registro de domínios no Brasil. METRO

Economistas de instituições financeiras mantiveram a perspectiva de que a Selic se- rá elevada em 0,5 ponto per- centual amanhã, encerrando o ano a 10%, mas passaram a ver um aperto monetário maior em 2014.

Pesquisa divulgada on- tem pelo Banco Central mos- trou a expectativa para o ano que vem agora é de que a ta- xa básica de juros encerre a 10,50%, ante a projeção de 10,25% feita semana ante- rior. Os economistas esperam uma alta de 0,25 ponto per- centual logo em janeiro, com outra também de 0,25 ponto em dezembro.

O cenário de inflação al- ta, perto do teto da meta do governo, de 6,5%, vêm sus- tentando as expectativas de aperto monetário. Em no- vembro, o IPCA-15 (Índice Na-

cional de Preços ao Consumi- dor Amplo-15) acelerou a alta a 0,57%, acumulando em 12 meses 5,78%.

A expectativa para a infla- ção neste ano foi reduzida le- vemente a 5,82%, ante 5,84%

na semana anterior. Para 2014, a projeção é de IPCA a 5,92%, ante 5,91%.

Entretanto a projeção pa- ra o dólar ao final deste ano, cuja alta vem alimentando os temores inflacionários, subiu a R$ 2,30, ante R$ 2,27 ante- riormente. METRO

Não entrega de produto é principal queixa | MOACYR LOPES JUNIOR/FOLHAPRESS

Comércio on-line. ‘Black lista’

do Procon chega a 325 lojas

Selic. Mercado prevê aperto monetário maior em 2014

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Au- rélio Mello disse ontem que deveria ficar para o próximo ano o julgamento das cerca de 400 mil ações que pedem a correção das perdas nas ca- dernetas de poupança nos planos econômicos dos anos 1980 e 1990. A votação está marcada para amanhã.

Para o ministro, o ideal se- ria deixar toda a apreciação do assunto para a primeira sessão do tribunal em 2014, para evitar uma possível in- terrupção do julgamento em 2013 e retomada em 2014.

“Não é questão para ser julgada ao término do ano judiciário. Devemos ouvir os que farão a sustentação da tribuna, os relatores e julgar de forma continuada”, dis- se o ministro no intervalo

da audiência pública sobre o programa Mais Médicos.

Já o ministro Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) reforçou que o gover- no tem “grande preocupa- ção” com os impactos desse julgamento. Segundo o go- verno, o prejuízo para os ban- cos seria de R$ 149 bilhões.

“Há uma preocupação evi- dente, os números estão aí.

O próprio Banco Central tem indicado, por exemplo, a pos- sibilidade de restrição de cré- dito decorrente da necessi- dade de aporte de recursos”, disse o ministro, que tam- bém participou da audiência sobre o Mais Médicos. METRO

Ministro do STF defende

adiar análise sobre poupança

Para Mello, julgamento de planos deveria ficar para 2014 | DIVULGAÇÃO/STF

Confira as dicas do Procon

• Procure no site a

identificação da loja (razão social, CNPJ, telefone e outras formas de contato além do e-mail).

• Desconfie de ofertas vantajosas demais.

• Imprima ou salve todos os documentos que demonstrem a compra e

a confirmação do pedido, como comprovante de pagamento, contrato e anúncios.

• Instale programas de antivírus e o firewall e os mantenha atualizados em seu computador.

• Nunca realize transações online em lan

houses, cybercafés ou computadores públicos.

Cuidados

10,5%

ao ano é a nova projeção dos economistas para a taxa básica de juros no final do ano que vem, segundo pesquisa do BC

Dívida pública federal supera R$ 2 trilhões

A dívida pública federal teve aumento de 1,69%

em outubro, para R$ 2,02 trilhões, segundo o Tesou- ro Nacional. Com a alta, a dívida bateu novo recor- de histórico para todos os meses. A série tem início em janeiro de 2004.

A dívida pública subiu por conta da emissão lí- quida de títulos públicos (acima do valor dos ven- cimentos) em R$ 15,2 bi- lhões, além das despesas com juros – que soma- ram R$ 17,5 bilhões em outubro. Somente a dí- vida interna teve cresci- mento de 1,91% no mês passado, para R$ 1,93 tri- lhão. METRO

Recorde

SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013 www.metrojornal.com.br

|10| {MUNDO}

A conferência de paz para encerrar o conflito na Síria será realizada em 22 de ja- neiro, segundo comunica- do divulgado ontem por um porta-voz do secretário-ge- ral da ONU, Ban Ki-moon.

O objetivo da conferên- cia, conhecida como “Gene- bra 2”, é implementar o Co- municado de Genebra, de 30 de junho de 2012, que prevê a criação de um ór- gão de governo de transi-

ção com poderes executivos completos, incluindo sobre entidades militares e de se- gurança, com base no con-

sentimento mútuo.

A expectativa do encon- tro é levar o governo sírio e a oposição à mesa de nego- ciações, pela primeira vez, após quase três anos de con- flito. Não há informações sobre quem vai participar do encontro, nem se o Irã se- rá convidado -- uma questão que já provocou divisões en- tre EUA e Rússia. No entan- to, Ki-moon espera que “to- dos os parceiros regionais e

internacionais demonstrem apoio significativo para ne- gociações construtivas”.

Kerry

o secretário de Estado nor- te-americano, John Kerry disse ontem: “Estamos cons- cientes de que os obstáculos para uma solução política são muitos, e vamos entrar na conferência sobre a Síria com os olhos bem abertos”, disse Kerry. METRO

A Arábia Saudita e outros países da região do Gol- fo elogiaram com reservas e clima de tensão o acordo nuclear provisório firmado entre o Irã e o Ocidente.

Aliada dos Estados Uni- dos, a Arábia Saudita, que disputa influência política com o Irã no Oriente Médio, se preocupa com a possibi- lidade de o adversário de- senvolver armas atômicas.

O reino disse que vai espe- rar os próximos passos para que se garanta o direito de todos os Estados da região à energia nuclear para fins pacíficos.

Mais cedo, o Catar e o Ku- wait também aprovaram o tratado.

Israel classificou o acor- do como “um erro históri- co”. Mas o primeiro-minis- tro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que envia- rá a Washington uma equi-

pe para conversar sobre o acordo nuclear.

Os dirigentes da Arábia Saudita e de outros países governados por sunitas na região temem que a apro- ximação do xiita Irã com o Ocidente alivie a pressão so- bre Teerã e dê aos iranianos mais liberdade de atuação.

Eles dizem que o Irã já domina o governo xiita do Iraque, usa o Hezbollah na Síria e no Líbano e dá apoio aos xiitas no Bahrein e aos rebeldes do Iêmen.

Os dois únicos países ára- bes amigos do Irã, a Síria e o Iraque, elogiaram de pronto o acordo no domingo, que

também foi bem recebido pela Autoridade Palestina.

Os Emirados Árabes e o Bah- rein também apoiaram.

Omã, que foi o local das negociações secretas entre os EUA e Irã que abriram o caminho para o acordo, es- pera que o pacto contribua para a paz na região. METRO

Irã. Além de Israel, que quer dar palpite na resolução com as potências, preocupação com uma possível escalada armamentista na região do Oriente Médio aumenta cada vez mais

Prédio do reator de fabricação russa na usina nuclear de Bushehr | GETTY IMAGES

Acordo nuclear cria tensão e incerteza

REPRODUÇÃO/IIEE

O que o acordo nuclear com o Irã significa? Elisa- beth Braw, do Metro In- ternacional, falou com Mi- chael Elleman, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos. Elleman é um respeitado observador do Irã com bons contatos, tan- to no lado iraniano quanto com os norte-americanos.

Em que medida o acordo é importante?

É um acordo provisório, mas é um passo importan- te. Em primeiro lugar, esta- belece contato entre os EUA e o Irã. Também determina quais instituições manterão contato com o país e seus parceiros de negociação.

Por último, eles concordam em suspender a construção de seu reator nuclear.

O que acontece com o controle?

Com este acordo, o Irã se compromete a inspeções diárias ao invés de duas vezes por semana, que é o que nós tínhamos an- tes. Os inspetores também vão conhecer todos os en- genheiros e cientistas, o que é muito importante, porque se você conhece as pessoas, você vai perceber se eles estão faltando. Em outras palavras, seria mui- to difícil para o Irã iniciar um programa nuclear se- creto agora. METRO

MICHAEL ELLEMAN

“Seria muito difícil para o Irã iniciar um programa nuclear secreto agora”

Honduras: oposição vai às ruas

Encontro sobre Síria tem data

Manifestante da oposição protesta nas ruas | TOMAS BRAVO/REUTERS

A candidata à presidência de Honduras Xiomara Cas- tro se recusou ontem a acei- tar os resultados parciais que mostram a vitória do seu rival conservador, Juan Hernandez, do Partido Na- cional. Um grupo de mani- festantes do Partido Libre foi às ruas.

Castro, esposa do líder deposto Manuel Zelaya, e sua equipe, disseram ontem que uma pesquisa de boca de urna encomendada pe- lo seu partido mostrou que ela estava ganhando. Eles

alegaram fraude e acusa- ram a autoridade eleitoral hondurenha de manipular o resultado.

A contagem parcial di- vulgada pela autoridade eleitoral do país dá ao can- didato do Partido Nacional Juan Hernandez 34,19% dos votos, enquanto Xiomara Castro teve 28,83%, de acor- do com dados divulgados na tarde de ontem.

A contagem preliminar foi baseada na abertura de 58% das urnas. Um funcio- nário do tribunal eleitoral

disse que os dados de conta- gem de votos de locais dis- tantes ainda estavam che- gando à capital.

“Vamos defender o nosso triunfo nas urnas e, se ne- cessário vai tomar as ruas“, disse Zelaya.” Até que se prove o contrário, temos triunfo em nossas mãos. “

“Vamos buscar uma re- contagem urna por urna, cabine por cabine, cidade por cidade”, acrescentou Ze- laya. “Estamos lutando con- tra uma oligarquia no go- verno de Honduras.” METRO

A pena de morte por ape- drejamento a condenados por adultério está sendo inserida na lei afegã, disse ontem uma autoridade do país, no mais recente sinal de que direitos adquiridos a alto custo desde a derru- bada do Taliban, em 2001, estão sendo suprimidos à medida que as forças estran- geiras deixam o país.

“Nós estamos trabalhan- do no esboço de um códi- go penal da sharia (código religioso islâmico), no qual

a punição para adultério, se houver quatro testemu- nhas, é o apedrejamento”, disse Rohullah Qarizada, do comitê da sharia que elabo- ra o texto da lei e diretor da Associação de Advogados Afegãos Independentes.

Bilhões foram investidos no país para a promoção dos direitos humanos em mais de 12 anos de guerra, e os doadores temem que o pro- gresso obtido, em especial para as mulheres, possa es- tar sendo eliminado. METRO

Afeganistão. Pena de

apedrejamento pode voltar

“Estamos conscientes de que os obstáculos para uma solução política são muitos”

JOHN KERRY, SECRETÁRIO DE

ESTADO DOS ESTADOS UNIDOS

Vladimir Putin visita o Papa

O papa Francisco e o presidente russo Vladimir Putin se reuniram ontem e falaram sobre o Oriente Médio e os problemas enfrentados pelos cristãos | CLAUDIO PERI/REUTERS

ARÁBIA SAUDITA

AFEGANISTÃO TURCOMENISTÃO

IRAQUE

IRÃ

ONDE FICA

O acordo nuclear com o Irã vai reduzir o risco de uma guerra no Oriente Médio

SÃO PAULO, TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2013 www.metrojornal.com.br

|12| {CULTURA}

2 ^CULTURA

Brian Griffin (1999-2013)

Adeus em

‘Uma Família da Pesada ’

Um dos principais personagens da série de animação do canal pago Fox, o cachorro Brian Griffin morreu após ser atropelado por um carro

no episódio exibido anteontem nos Estados Unidos. Dublado por Seth

MacFarlane – o criador do show –, o cão já foi substituído por outro, Vinnie, dublado por Tony Sirico (o Paulie “Walnuts”

Gautieri da série “Família Soprano”). Acontece que a série é tão non-sense que não surpreenderia se Brian voltasse a atormentar

seus antigos donos alguns capítulos adiante na trama.

Um mistério dentro de outro mistério. Assim deveria ter si- do a publicação de ‘O Chama- do do Cuco’, romance policial de estreia do desconhecido ex-militar Robert Galbraith.

O segredo, no entanto, não tardou a vir à tona: a verdadei- ra autora era ninguém menos que J.K. Rowling, a mente por trás da série “Harry Potter” e do romance adulto “Morte Sú- bita”, lançado ano passado.

O pseudônimo foi a manei- ra encontrada por ela para ex- plorar uma persona narrativa masculina e um novo gênero literário com o mesmo gosto de liberdade que qualquer es- critor iniciante.

A farsa se provou válida diante das várias críticas elo- giosas recebidas pelo livro, que só agora chega ao Brasil após a editora Rocco – respon- sável pela publicação do bru- xinho no país – ter comprado os direitos da obra acreditan-

do estar diante de uma sur- presa literária desconhecida.

Rowling se vale de seu ta- lento para criar personagens cativantes na tarefa de revelar ao leitor o protagonista Cor-

moran Strike, soldado que, após perder a perna no Afe- ganistão, vira um detetive fa- lido. No fundo do poço, ele re- cebe o caso que pode mudar sua vida: investigar o suposto

suicídio de uma supermodelo.

Com a ajuda da esperta se- cretária Robin, Strike passeia com desenvoltura por teste- munhas e pistas em meio às ferramentas tecnológicas de hoje. Esses artifícios já esta- vam presentes na saga sueca

“Millenium”, mas com uma truculência da qual Rowling passa longe. Seu objetivo é criar um livro de detetive clás- sico, capaz de manter o leitor vidrado, algo obtido com su- cesso pela autora, que agora prepara uma série com a du- pla de investigadores.

J.K. Rowling em festa de caridade neste mês | DANNY E. MARTINDALE/GETTY IMAGES

Literatura

Livro do Ano do Prêmio São Paulo é de Daniel Galera

Além do título, conquista- do ontem à noite, o autor levou ainda R$ 200 mil pelo romance “Barba En- sopada de Sangue”. Na ca- tegoria de autor estrean- te, venceram o mineiro Jacques Fux (menos de 40 anos) e a paulista Paula Fábrio (mais de 40 anos), respectivamente pelos li- vros “Antiterapias” e “Des- norteios”. Cada um levou R$ 100 mil. METRO

Beneficente

Trio Wanderer faz concerto na Sala SP

O trio francês executa Schubert e Beethoven ho- je, às 21h, dentro da série Tucca, com renda voltada ao tratamento de crianças com câncer. Na Sala São Paulo (pça. Julio Prestes, 16, tel.: 3367-9500. De R$

80 a R$ 160). METRO

Fãs brigam por papel em novo ‘Star Wars’

Oliver (esq.) não foi adiante na audição de domingo | KIERON MONKS/METRO INTERNACIONAL

Na manhã de anteontem, um estádio de rugby muito, mui- to distante atraiu jovens com os olhos brilhantes diante da oportunidade de integrarem a franquia cinematográfica de maior sucesso da história.

Era uma manhã congelante de domingo quando as audi- ções para o novo filme da sa- ga “Star Wars” começaram na periferia de Londres.

Os candidatos respondiam a dois chamados de persona- gens “bonitos, espertos e atlé- ticos”: uma garota na faixa dos 17-18 anos e um rapaz en-

tre 19 e 23 anos. Uma espe- rança semirracional garantiu que as filas – iniciadas às 6h – se alongassem para fora do es- tádio Twickenham no horário de início das audições, às 11h.

“Achei que valia tentar”, diz Nathan Maccauley, um estudante de San Francis- co. Apesar de ter sentido um

“clima competitivo”, ele acha que seu conhecimento sobre a franquia pode render uma chance. “Precisei pegar três trens para chegar aqui”, ex- plica Colby, um músico fã do personagem caçador de re-

compensas Boba Fett.

Apesar de levar horas até o atendimento nas barracas das audições, a estada por lá não passava de minutos. “Apenas perguntaram minha idade e que experiência eu tinha”, disse um garoto sem sorte.

Às 13h, o cinismo se espa- lhava entre os rejeitados. “Is- so deve ser só uma jogada pu- blicitária’, disse Oliver. Foi quando ele soube que dois de seus amigos passaram para a segunda etapa – e uma nova esperança se espalhou entre os fiéis. METRO INTERNACIONAL

Autor testa romance em ‘Nossos Ossos’

‘Nossos Ossos’ traz traços da vida do autor | VIRGINIA RAMOS/DIVULGAÇÃO

Após uma vasta produção de narrativas curtas que lhe ren- deu um Jabuti por “Contos Negreiros”, em 2006, Marceli- no Freire, se aventura no ro- mance pela primeira vez em

“Nossos Ossos”. A história é puxada por Heleno, drama- turgo pernambucano de 60 e poucos anos que decide levar o corpo de um michê de São Paulo para a terra natal dele.

A trama reverbera expe- riências do próprio autor de 46 anos. “Faço muito esse si- mulacro. Também sou de uma família de nove filhos, [da cidade] de Sertânia, che-

guei desempregado a São Paulo... Nesse momento [do romance] precisava ter um chão um pouco mais assenta- do para conseguir um fôlego maior”, justifica ele. “Já havia abandonado projetos demais no buraco negro do meu com- putador, mas encontrei essa história que me interessou muito e gostei de conviver

mais com os personagens.”

Um de seus desafios foi amarrar o vai-e-vem dos capí- tulos pela história de forma a guiar e surpreender o leitor.

Freire cumpriu a tarefa se va- lendo da escrita fortemente oralizada e de leitura rápida já característica de sua obra.

“O romance dilui a paula- da dos contos, mas não tem jeito, ele carrega esse meu ou- vido para a construção dessa prosa sonora. Fui costurando essa história aos poucos, por- que a escrita também escre- ve”, conclui ele, que finalizou o livro em dois anos. METRO

‘O CHAMADO DO CUCO’

ROBERT GALBRAITH

ED. ROCCO 448 PÁGS.

R$ 40 (BROCHURA)

Mistério revelado

Lançamento. Escrito por J.K. Rowling sob pseudônimo, policial ‘O Chamado do Cuco’ chega ao Brasil reunindo elementos que fizeram da série ‘Harry Potter’ um sucesso internacional

‘NOSSOS OSSOS’

MARCELINO FREIRE ED.RECORD

128 PÁGS.

R$ 28

AMANDA QUEIRÓS

METRO SÃO PAULO