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Rev. esc. enferm. USP vol.21 número3

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Academic year: 2018

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T R A B A L H O D E E Q U I P E M U L T I P R O F I S S I O N A L E M SAÚDE M E N T A L E M C E N T R O S D E SAÚDE — C O N T R I B U I Ç Ã O DO E N F E R M E I R O *

Sônia Barros **

BARROS, S. Trabalho de equipe multiprofisional em saúde mental em centros de saúde: contribuição do enfermeiro. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, 2/(3) :221-224, dez. 1987.

Propõe-se, no presente artigo, que o enfermeiro de saúde pública, trabalhando em Centros de Saúde e Postos de Saúde, em programas de sub-programas dirigidos à demanda interna das unidades básicas e a grupos específicos da comunidade, desen-volva ações de saúde mental.

UNITERMOS: Equipe de atendimento ao paciente. Saúde mental. Centros dc saúde.

T R A V E L B E E (1979) define a enfermagem em saúde mental como sendo um processo interpessoal, em que o enfermeiro assiste o indivíduo, a família e a comunidade, tanto na promoção da saúde mental como na prevenção da doença mental e os ajuda a enfrentar as experiências desta doença.

De acordo com esta definição, o enfermeiro assiste o indivíduo nos diversos níveis de atenção à saúde, entretanto, na nossa realidade, o enfermeiro psiquiátrico só tem desempenhado suas funções nas institui-ções de atenção terciaria, ou seja, nos hospitais.

Recentemente tivemos a inserção do profissional enfermeiro nas equi-pes dos Ambulatórios da Coordenadoria de Saúde Mental do Estado de São Paulo, e na definição de suas atribuições, os conhecimentos da enfer-magem de saúde pública foram conjugados aos da enferenfer-magem

psi-quiátrica.

Na proposta de atuação dos enfermeiros nos Ambulatórios, escrita por um grupo de enfermeiras de diversas instituições, estão inseridas atividades próprias, bem como atividades que podem ser executadas pelo enfermeiro sozinho ou juntamente com outros profissionais da equipe, de acordo com a capacitação profissional de cada enfermeiro.

* Palestra proferida em Sorocaba-SP, durante o Treinamento em Saúde Mental promovido pelo Departamento Regional de Saúde e Ambulatório Regional de Saúde Mental, em 23-4-86, quando a autora era enfermeira da Divisão de Ambulatórios da Coordenadoria de Saúde Mental do Estado de São Paulo.

** Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professor Assistente do Departamento de Enferma-gem Materno-Infantil e Psiquiátrica da Escola de EnfermaEnferma-gem da U S P — disciplina Enfer-magem Psiquiátrica.

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Estas atividades estão agrupadas nos seguintes itens:

1. treinamento, orientação e supervisão do pessoal auxiliar;

2. atendimentos individuais e de emergência;

3. atividades grupais;

4. criação e manutenção de um espaço institucional para o atendi-mento de pacientes psicóticos e outros em surtos;

5. atendimento domiciliar.

Nas unidades básicas ( U B s ) , centros de saúde e postos de saúde, o enfermeiro psiquiátrico não integra a equipe de saúde mental. É, pois, imprescindível que o enfermeiro de saúde pública das UBs e seu pessoal auxiliar atuem na família e na comunidade, desenvolvendo atividades de saúde mental. O enfermeiro de saúde pública é um profissional valioso e eficiente para atuar na área de saúde mental, pois está acostumado a trabalhar em meios sociais diferentes e com todos os grupos de idade.

É necessário que o enfermeiro de saúde pública esteja alerta sobre a importância dos aspectos de saúde mental e que estes estejam integrados em todas as atividades de enfermagem de saúde pública dos serviços de saúde; importante, também, que treine seu pessoal auxiliar para esta integração, dentro dos recursos existentes.

Entendemos que as ações de saúde mental do enfermeiro das UBs podem estar integradas em atividades diversas das quais a seguir, são dados alguns exemplos.

A ) Programa de assistência à criança, com enfoque educativo ou de orientação dinâmica dirigido aos pais, abordando questões tais como:

— aleitamento materno;

— modificações e problemas referentes ao desenvolvimento;

— oferecimento de recreação, bem como estímulo ao desenvolvi-mento psicomotor da criança;

— relacionamento pai-filho.

Essas orientações podem ocorrer nos grupos educativos durante a consulta de enfermagem ou em grupos específicos, juntamente com um técnico da equipe de saúde mental.

B ) Programa de assistência à gestante.

O trabalho de saúde mental pode ser desenvolvido em grupo e abor-dar diversos temas:

— preparo da mãe para o parto;

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— discussão da sensibilização emocional decorrente do estado gesta-cional como momento crítico no desenvolvimento da mulher;

— desempenho do papel de mãe, principalmente na primeira gra-videz.

C ) Sub-programa de controle de hanseníase e tuberculose.

São doenças que ainda estigmatizam socialmente o indivíduo e a família e cujo aparecimento pode ocasionar crises no grupo familiar. É importante que seja dada a estes indivíduos, a oportunidade de se infor-mar, discutir e verbalizar problemas. N o grupo podem ser incluídos:

— orientação segura sobre a etiología da doença;

— discussão da possibilidade de cura;

— detecção da ansiedade;

— problemas de readaptação social e familiar;

— discussão do prejuízo financeiro e da repercussão psicológica;

— encaminhamentos se necessário.

D ) Programa de assistência ao adulto.

O adulto com problemas orgânicos pode apresentar, associados a estes problemas, fatores emocionais que muitas vezes são desencadeantes do quadro orgânico ou são agravantes do mesmo.

Sugerimos aqui a formação de grupos de hipertensos, diabéticos, alcoolistas, cardíacos, mulheres em climaterio, entre outros.

O enfermeiro ainda pode atuar com ações de Saúde Mental dirigi-das a grupos específicos da comunidade, como por exemplo, nos cuidados ao pré-escolar e escolar, quando o enfermeiro desenvolve função educa-tiva junto a professores e pais, sobre criança com problemas de escola-ridade, atraso mental, problemas de má pronúncia, timidez e gagueira e, ainda, sobre educação sexual.

— Outros grupos da comunidade.

O enfermeiro promove e participa de palestras e debates sobre saúde mental, junto aos grupos organizados da comunidade, como sociedades de amigos do bairro, sindicatos, clubes de mães, conselhos de saúde e outros.

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BARROS, S. Mental health team work in health centers: nurse's contribuition. Rev. Esc. Enf. USP, São Paulo, 2/(3):221-224, Dec. 1987.

The author suggests that the public health nurse working in health centers, now in charge of mental health activities, insert in the actual health programs and sub-programs, aspects of mental health.

It also refers to the need of including such aspects in the training and orien-tation of the nursing personnel.

UNITERMS: Patient care team. Mental health. Health centers.

R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

T R A V E L B E E , J. Intervención en enfermería psiquiátrica. Cali, Carvajal, 1979. 257p.

B I B L I O G R A F I A C O N S U L T A D A

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comunidade. Enf. Novas Dimens., São Paulo, 4(5):258-67, 1978.

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O R G A N I Z A C I Ó N M U N D I A L . D E L A S A L U D . Organización de servicios de salud mental en los países en desarrollo. Ginebra, 1975. 44p. (Séries de Informes Técnicos, 564). SAO P A U L O (Estado). Secretaria do Estado da Saúde. Coordenadoria de Saúde Mental.

Divi-são de Ambulatórios de Saúde Mental. «Proposta de atuação dos enfermeiros nos ambula-tórios de saúde mental.» A r q . Coord. Saúde Ment. Est. S. Paulo, Franco da Rocha, 46 (supl.: 9-30, jan./jun. 1986.

Proposta de trabalho para equipes multiprofissionais em unidades básicas e em ambulatórios de saúde mental. A r q . Coord. Saúde Ment. Est. S. Paulo, Franco da Rocha, 43 (n* e s p . ) : 1-41, 1983.

Referências

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