I S I M P Ó S I O B I B L I O T E C A E D E S E N V O L V I M E N T O C l J L T U R A L
ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
PAICE: Projeto de Ação Integrada - Cultura/Educação
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
se beneficia amplamente do acervo,
seja pela dificuldade em manusear
corretamente as fontes de informação,
seja pela dificuldade em utilizar os
elos de ligação com esse acervo.
O PAICE - Projeto de Ação
In-tegrada Cultura/Educação surgiu des-sa constatação. Fundamentou-se, para sua elaboração, na necessidade de in-troduzir o usuário na metodologia de
consulta a material documental e de
orientá-lo na utilização da biblioteca como laboratório de pesquisa
biblio-gráfica. Foi proposto como um
pro-grama de treinamento de usuários in-tegrando as atividades curriculares das
Escolas Municipais com os recursos
oferecidos pelas unidades de leitura do Departamento de Bibliotecas Públicas,
do Município de São Paulo. Esse
Departamento é responsável pelo
aten-dimento ao público adulto e jovem a
partir de 15 anos (a parcela
infanto-juvenil da população paulistana é
atendida pelo Departamento de Biblio-tecas Infante-Juvenis).
O trabalho objetiva transmitir a
ex-periência vivida abrangendo a fase
conceitual, a preparação de material didático, a aplicação prática, e a ava-liação dos resultados.
2.
PAICE:
ETAPA
PRELIMINAR
2 .1 E s t u d o de s i t u a ç ã o e d e l i m i t a ç ã o d e c l i e n t e l a
Cientes de que:
o universo de freqüentadores da
Biblioteca Pública é diversificado e que não se conseguiria atingir a todos;
todas as unidades de leitura do
Departamento de Bibliotecas
Pú-blicas contam com um número
ex-pressivo de estudantes entre a sua clientela;
as escolas públicas, municipais ou
estaduais, não possuem, na sua
maioria, bibliotecas ou mesmo sa-las de leitura adequadas;
um órgão municipal deveria se di-rigir primeiramente a entidade da mesma esfera governamental;
considerando ainda:
que as unidades do Departamento
de Bibliotecas Públicas possuem
Um acervo destinado a um público acima dos 15 anos;
que os usuários com: maior
difi-culdade no manuseio das-fontes de
informação, são em sua maioria,
estudantes do 1.0 ano colegial,
de-.cidiu-se elaborar um programa de
treinamento, integrando os recur-sos de escola e biblioteca, dirigido a alunos de 8. a série de 1. o grau
das Escolas Municipais, futuros
leitores das unidades do Departa-mento de Bibliotecas Públicas.
2 . 1 .1 O b j e t i v o s
proporcionar o conhecimento do
recurso biblioteca, esclarecendo quanto ao uso de seus instrumen-tos de acesso e materiais;
apresentar os diferentes tipos de fontes de informação bibliográfi-cas: dicionários, enciclopédias, pe-riódicos, atlas, e sua utilização; ensinar o correto manuseio de li-vro: índices, sumários, texto, iden-tificação de obra, etc.;
desenvol ver uma postura crítica
para o reconhecimento de textos
e adequação das obras às finalida-des para as quais são procuradas;
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 15 (3/4) : 58·69, jul.jdez. 1982
P A l C E : P r o j e t o
d e A ç ã o
I n t e g r a d a
C u l t u r a / E d u c a ç ã o
HGFEDCBA
J a n e ta Z a id m a n C h a r a tz * * R o s a M a r ia S a r ti* *
L u iz a E s p in d o la 8 a s to s * *
o
tr a b a lh o o b je tiv a tr a n s m itir u m a e x p e r iê n c ia v iv id a , a b r a n g e n d o afa s e c o n c e itu a l, a p r e p a r a ç ã o d e m a te r ia l d id á tic o , a a p lic a ç ã o p r á
ti-c a e a a v a lia ç ã o d o s r e s u lta d o s .
1. INTRODUÇÃO
Cientes de que o sucesso de uma
biblioteca não deve ser medido
so-mente por dados estatísticos de
fre-qüência, mas também pelo binômio
leitor/informação recuperada, os bi-bliotecários vêm sentindo a necessida-de de instituir programas de treina-mento de usuários.
Bibliotecas têm, entre seus muitos objetivos, a plena utilização de seus recursos. Os bibliotecários, em
parti-cular os que lidam diretamente com o
público, constatam que o usuário não
** Diretora da Biblioteca Mário de Andra-de - CRB-8/1067.
**
Departamento de Bibliotecas Públicas Seção de Planejamento e Normas -CRB-8/973.**
Diretora da Divisão de Processos Téc-nicos do Departamento de Bibliotecas Públicas - CRB-8/1281.Janeta Zaidman Charatz, Rosa Maria Sarti, Luiza Espindola BastosxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
orientar no uso de uma metodolo-gia para a pesquisa bibliográfica;
ensinar, através da elaboração de
resumos, a utilização crítica da in-formação.
2 .YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA2 E l a b o r a ç ã o d o p r o g r a m a A análise da situação na qual se
incluiam a delimitação de clientela e
os objetivos levou à elaboração do
programa de treinamento,
encaminha-do à Secretaria Municipal de
Educa-ção, sob a forma de uma proposta de projeto.
2 . 2 . 1 A Secretaria Municipal de
Educação, representada pelo Setor de
Atividades Escola-Biblioteca do
De-partamento de Planejamento,
Orienta-ção e Controle (DEPLAN) acolheu o
projeto denominando-o PAICE
-Projeto de Ação Integrada Cultural
Educação e sugerindo a inclusão do
treinamento de professores.
2.2.2 Através de reuniões entre
os responsáveis pelo projeto das
Se-cretarias envolvidas (Cultura e
Edu-cação), decidiu-se pela não inclusão do
treinamento para professores, devido
a uma série de entraves burocráticos,
que poderiam adiar a execução do
projeto.
2.2.3 Com o projeto publicado
no Diário Oficial do Município,
cou-be ao DEPLAN definir as Escolas
participantes. As mesmas foram
esco-lhidas segundo a área de influência de cada uma das Bibliotecas Ramais per-tencentes ao Departamento.
2.2. 4 Para a consecução dos
ob-jetivos propostos considerou-se
neces-sário dividir o PAICE em três etapas.
Duas delas sob a forma de módulos
informativos e a terceira se
constitui-ria num trabalho prático.
2.2.5 Foram escolhidos, por
pro-fessores de Estudos Sociais e
represen-tantes do DEPLAN, quatro temas
bá-sicos para o trabalho a ser
apresenta-do na 3.a etapa.
3.
PAICE:
DESENVOLVIMENTO
3 .1 P r i m e i r a e t a p a
Essa etapa, realizada na Bibliote-ca Mário de Andrade, constituiu-se de
um dos módulos informativos,
abor-dando o uso da Biblioteca e seus re-cursos. Os alunos, ao lado de
profes-sores e orientadores educacionais,
as-sistiam, no auditório, a uma palestra
expositiva sobre' o manuseio de
catá-logos, obras de referência e diferentes
tipos de fontes de informação. Com o
apoio de álbum seriado, de um
audio-visual, e de apostila, todos
pertinen-tes ao assunto desenvolvido,
bibliote-cários com experiência didática
pro-curavam ilustrar e movimentar a
pa-lestra.
Cuidou-se de exemplificar as
in-formações dadas e após um intervalo,
os alunos e professores, divididos em
grupos pequenos, realizavam uma
vi-sita orientada, acompanhados por
bi-bliotecários. Nessa oportunidade
ma-nuseavam catálogos, dicionários,
enci-clopédias, periódicos, microformas,
etc. Sumários e índices de livros e
obras de referência foram mostrados
e ressaltada a sua importância como
meio de localizar a informação.
60 Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 15 (3/4) : 58·69, jul./dez. 1982
PAICE: Projeto de Ação Integrada - Cultura/Educação
3. 2 S e g u n d a e t a p a
Realizada nas salas de aula das es-colas inscritas, foi também constituída de um módulo informativo
apresenta-do por bibliotecários com experiência
didática. Esse módulo surgiu da
ne-cessidade de' introduzir o estudante
nos procedimentos básicos da
pesqui-sa bibliográfica. Sua apresentação,
acompanhada do uso de álbum
seria-do e apostila, ocorreu, deviseria-do a
pro-blemas de ordem administrativa, após
um intervalo de quinze dias da
con-clusão da primeira.
Nessa introdução, abordou-se a
técnica de pesquisa, destacando-se as
fases de delimitação e conceituação do tema, a busca do material nas biblio-tecas e a forma de seu arrolamento: levantamento bibliográfico.
Enfatizou-se a importância do exame das obras,
através das fontes chaves dos
docu-mentos: índices, sumários, resumo
dos capítulos e o próprio texto, como meio de seleção do que é de real in-teresse para o trabalho. A leitura dos
textos, a importâncias dn seu
fecha-mento e de anotações relevantes para um resumo também foram abordadas.
Ainda nesse módulo mostrou-se a
estrutura de apresentação do trabalho
- introdução, desenvolvimento,
con-clusão - e a forma de citar as fontes
consultadas.
3 . 3 T e r c e i r a e t a p a
Essa fase previa a elaboração de
um trabalho a ser realizado pelo
alu-no, como atividade extra-classe, nas
bibliotecas de sua escolha, tendo como
orientação as noções recebidas nas
etapas anteriores e descritas nas apos-tilas.
Os bibliotecários das unidades
procuradas eram responsáveis pela
su-pervisão das pesquisas, auxiliando
. quando necessário, num trabalho de
observação direta do desembaraço ou
dificuldade mostrada pelos alunos.
3 .4 M a t e r i a l d e a p o i o
Denominou-se material de apoio
todo aquele utilizado como orientação para alunos e professores.
3 . 4 .1 A p o s t i l a s
Como instrumento de apoio às
pa-lestras expositivas, um grupo de
bi-bliotecários com experiência
pedagó-gica anterior, elaborou apostilas
ilus-tradas. As apostilas, distribuídas a
to-dos os participantes, entre alunos,
pro-fessores e bibliotecários, tinham entre
seus objetivos também a fixação dos
conhecimentos obtidos.
A da l.a etapa, contendo
informa-ções sobre bibliotecas, seus recursos
e a utilização de todo o material
exis-tente, A da 2.a etapa, trazendo
subsí-dios para a realização de uma
pesqui-sa bibliográfica, orientando quanto à
busca do material, fichamento de
obras, leitura de textos, elaboração de resumos e redação final do trabalho.
3 . 4 .2 Á l b u n s s e r i a d o s
Nas etapas realizadas na "Mário
de Andrade" e nas escolas
participan-tes, utilizou-se, como auxílio à
expo-sição feita pelos bibliotecários, o
ál-bum seriado, Seu conteúdo destacava
os principais pontos abordados,
ilus-trando-os.
Revista Brasileira de Blblioteconomia e Documentação 15 (3/4) : 58·69, jul./dez. 1982
i,lll
Janeta Zaidman Charatz , Rosa Maria Sarti, Luiza Espindola Bastos PAICE: Projeto de Ação Integrada - Cultura/Educação
3 . 4 . 3YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAB i b l i o g r a f i a b á s i c a
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Elaborou-se uma bibliografia bá-sica, distribuída aos professores,· sobre os quatro temas por eles indicados, listando obras disponíveis em todas as Bibliotecas Públicas envolvidas no
Frojeto.
3 . 4 .4 P r o g r a m a d e v i s i t a
Como primeira orientação aos alu-nos e professores distribuiu-se o pro-grama da visita à Biblioteca Mário de Andrade (I.a etapa), com indicação dos setores e horário das atividades a serem desenvolvidas.
3 . 5 M a t e r i a l c o m p l e m e n t a r
Considerou-se como material com-plementar todo aquele destinado ao controle administrativo do Projeto.
3 . 5 .1 R o t e i r o d a v i s i t a
Os bibliotecários encarregados do acompanhamento dos alunos na
visi-ta às dependências da Biblioteca Má-rio de Andrade receberam um roteiro, indicativo dos pontos a serem
desta-cados, bem como das explicações a
serem dadas sobre os materiais e ser-viços.
4.
AVALIAÇÃO
3 . 5 .2 R o t e i r o d o s á l b u n s
s e r i a d o s
Considerou-se necessário efetuar, com vistas a corrigir deficiências e a um possível replanejamento (manten-do-se as condições e os processos sa-tisfatórios), uma avaliação em dois níveis: uma análise da efetividade da aprendizagem, avaliando-se o desem-penho dos alunos participantes; uma análise qualitativa do PAICE julgan-do-se o valor da iniciativa emrelação aos seus objetivos e ao próprio siste-ma de avaliação.
dice de 43,5% de respostas certas. A
redução na porcentagem de acerto
dessa, questão em relação às demais, deve-se à sua estrutura assoei ativa,
com opções. ligadas entre si. Uma
opção incorreta anulava a questão.
Considerou-se satisfatório o ren-dimento dos alunos com referência à
l.a etapa. Os dados de desempenho
avaliados através do questionário
mos-traram-se positivos, Como
comple-mentação do processo avaliativo des-sa primeira etapa utilizou-se também o trabalho de observação direta dos bibliotecários e professores envolvi-dos, refletido em relatórios e atas de reuniões. Notou-se, por parte dos alu-nos, uma inibição inicial que desapa-receu durante o desenvolvimento dos trabalhos, e um entusiasmo crescente.
DEPLAN apontou como ponto
nega-tivo dessa etapa uma excessiva repe-tição de informações. Sua duração foi considerada extensa pelos bibliotecá-rios. Os alunos relutaram em sair da Biblioteca, atraídos que estavam pelos' recursos audiovisuais -' cursos de línguas, diapositivos, música - e pela
programação cultural do momento:
"Encontro com escritores".
4 .2 S e g u n d a e t a p a
As características e objetivos des-sa etapa - introdução aos procedi-mentos básicos da pesquisa bibliográ-fica - exigiam um processo avalia-tivo de natureza prática; optou-se, em decorrência, por medir a aprendiza-gem através da observação direta da desenvoltura do aluno quando da sua ida à Biblioteca' para a realização da pesquisa, presença que marcaria o iní-cio da 3.a etapa.
62 Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 15 (3/4) : 58-69, jul./dez. 1982 Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 15 (3/4) : 58-69, jul-ldez. 1982 63 Os bibliotecários responsáveis
pe-las explanações da 1.a e 2. a etapas re-ceberam um roteiro para uso dos ál-buns seriados, com o intuito de tornar simultâneas a apresentação e a ilus-tração.
4 .1 P r i m e i r a e t a p a
Com o objetivo de. verificar se as noções básicas e práticas para o uso da Biblioteca haviam sido assimiladas, optou-se pela aplicação de um ques-tionário, constituído de dez questões:
seis sobre orientação quanto ao uso da biblioteca (4 práticas e 2 conceituais) ;
três sobre o uso do catálogo; uma sobre a escolha adequada da fonte de informação.
O questionário foi aplicado quan-do da ida quan-do bibliotecário às escolas para o cumprimento da 2. a etapa.
Dos 681 participantes da primeira etapa, 542 responderam ao questioná-rio, o que corresponde a um índice de 20,5% a menos no universo a ser ava-liado. As questões práticas registra-ram um índice de 90% de acerto e as conceituais uma média de 58%.
O aprendizado no manuseio do
catálogo mostrou-se satisfatório com 91% de respostas corretas.
A questão abordando a escolha da fonte de informação apresentou um
ín-3 . 5 . ín-3 Q u a d r o s d e c o n t r o l e
Elaboraram-se quadros de controle com a finalidade de permitir aos coor-denadores o acompanhamento da exe-cução do projeto.
Q U A D R O D E C O N T R O L E E S T A T í S T I C O D A P R I M E I R A E T A P A
DIA/M~S PERIODO N.O DE ALUNOS N.o DE PROF. N.o DE BIBLlOT. TOTAL
----.laneta Zaidman Charatz, Rosa Maria Sarti, Luiza Espindola BastosxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Essas observações, resultado do
trabalho direto do bibliotecário de
atendimento, seriam registradas em
formulário elaborado de maneira a
trazer subsídios para avaliar tanto a 2.a como a 3.a etapa. Seus itens abor-dariam dados relativos ao
desembara-ço e independência do aluno na
ma-neira de se conduzir na Biblioteca, ao manuseio de catálogos e fontes de
in-formação e à metodologia empregada
para a elaboração da pesquisa.
Toda aprendizagem pressupõe
condições propícias para o seu pleno
aproveitamento. A 2.a etapa que
de-pendia principalmente do interesse dos diretores e professores das Escolas,
teve uma apresentação excelente em
algumas Escolas, bastante
prejudica-da em outras e até não realizada em
algumas.
O principal aspecto negativo foi
a ausência de participação do elemen-to docente da própria Escola Munici-pal. Muitos diretores e professores
alegaram desconhecimento quanto à
ida de bibliotecários às Escolas no dia previsto para a realização dessa fase. Alguns fatores administrativos foram responsáveis por essa falha de comu-nicação. Outro senão, devido ao des-conhecimento da dinâmica administra-tiva da escola, foi a convocação' dos participantes para um período de três horas. A avaliação da etapa anterior
e a apresentação da etapa em curso,
além esclarecimentos adicionais que
se fizeram necessários, não
preenche-ram o tempo programado.
Compareceram às bibliotecas 202
alunos, o que correspondeu a um
de-créscimo de 63% em relação aos que
PAICE: Projeto de Ação Integrada - Cultura/Educação
assistiram ao módulo informativo da
2.a etapa. Em relação à primeira, a
queda foi de 70%.
Considerando-se que a ida à
Bi-blioteca para a elaboração do trabalho final estava ligada à distribuição de tarefa pelo professor, ao empenho da
Escola e do próprio aluno e ao seu
tempo livre, atribuiu-se essa queda a diferentes fatores. Constatou-se, entre eles, os seguintes:
não identificação do usuário como
participante do P AlCE quando da
ida à Biblioteca, embora solicita-' do que o fizessem;
grande distância entre a escola e / ou residência do aluno e a biblio-teca;
escolha, por parte do aluno, de
bibliotecas mais próximas à sua
residência e/ou escola, como as in-fantis e até de outros municípios; escolha, por parte do aluno, da sa-la de leitura de sua escola; tempo excessivo decorrido entre a
explanação na sala de aula e o
comparecimento do aluno à
Bi-blioteca;
proximidade de provas e férias; conseqüência dos aspectos
negati-vos que cercaram a explanação da
2.a etapa.
Não se observou, nos formulários,
uniformidade nas informações sobre o
desempenho dos alunos participantes.
Entre os poucos pontos em
comum, notou-se maior
aproveita-mento nos que compareceram em
gru-pos, organizados pela própria Escola e
acompanhados por professores ou
responsáveis pelas Salas de Leitura.
Também os alunos que receberam,
dos professores, bibliografia e orien-tação quanto à pesquisa a ser feita,
apresentaram desempenho superior ao
dos usuários da mesma faixa etária e formação equivalente. A grande
difi-culdade constatada nos alunos foi a
falta de capacidade de abstração para,
a partir, de um tema, desenvolver a
pesquisa de forma ordenada.
A maior utilização do livro como fonte de informação foi uma constan-te entre todos os participantes, como também o foi a dificuldade na'
elabo-ração de resumos e Iichamentos de
obras.
Alguns alunos não dispensaram a
orientação do bibliotecário, demons-trando dificuldade, nas bibliotecas de livre acesso, em localizar as obras nas estantes.
Um elemento de interferência na
apreciação foi a modalidade de
traba-lho em equipe, recomendada pela
maioria dos professores. Esse fato im-pediu que a observação direta do
de-sembaraço de cada aluno fosse
com-pleta.
Sentiu-se a necessidade de uma
prévia orientação a professores e
di-retores. O conhecimento teórico do
bibliotecário aliado à didática do pro-fessor poderiam ter evitado as falhas ocorridas nessa etapa.
4.3
YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
T e r c e i r a e t a p aA realização da 3.a etapa foi difi-cultada devido a diversos pontos crí-ticos surgidos durante o seu
desenvol-vimento. De acordo com a proposta
inicial do projeto a introdução
práti-ca do aluno nos procedimentos
bási-cos da pesquisa bibliográfica seria
Iei-ta através da elaboração de texto
dis-sertivo sobre temas relacionados ao
conteúdo programático da disciplina
de Estudos Sociais para a 8.a série.
A dispersão na escolha dos temas,
que, dos quatro previstos inicialmente, passaram a ser do livre arbítrio de ca-da professor, tornou inoperante a bi-bliografia preparada a princípio.
O principal entrave para a realiza-ção da 3.a etapa, segundo relatório de DEPLAN, foi "a supressão dos con-tatos iniciais entre o Grupo de
Traba-lho de DEPLAN-46 e os professores
de Estudos Sociais".
A avaliação dessa etapa e da
aprendizagem no seu todo, dar-se-ia
através do exame, pelo professor, dos trabalhos escritos, além do preenchi-mento de um formulário, a ser
elabo-rado pelo GT do DEPLAN-46 e de
um relatório dos bibliotecários.
, A avaliação dessa etapa prendeu-se ao exame dos relatórios .finais dos
bibliotecários, já que a conclusão
quanto aos trabalhos e à tabulação
dos dados obtidos através dos
formu-lários permaneceu no âmbito da
Se-cretaria de Educação. Os relatórios dos bibliotecários sintetizaram todas as observações já expostas nos itens
4.1 e 4.2.
5·
CONCLUSÃO
Mesmo não tendo havido o
retor-no considerado ideal na 3.a fase,
po-demos afirmar ter sido o PAICE uma
experiência válida.
A volta expontânea de muitos dos
participantes do projeto, o interesse
Janeta Zaidman Charatz, Rosa Maria Sarti, Luiza Esplndola Bàstos PAICE: Projeto de Ação Integrada ~ Cultura/Educação
YXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Q U A D R O D A 1 .a E T A P A : B I B L I O T E C A M Á R I O D E A N D R A D E
xwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
de alguns professores em lhe' darcon-tinuidade e estendê-lo a classes a par-tir da 5. a série, o interesse por parte de outras escolas em participar desse programa e em receber as apostilas, mostraram: a importância de se dar prosseguimento ao P AlCE.
Estudando-se os pontos positivos e negativos do projeto procedeu-se à sua reformulação.
Decidiu-se por um plano único, de gerenciamento centralizado e realiza-ção descentralizada. A inscrição no programa seria de iniciativa do pró-prio diretor da escola, motivado por visitas do bibliotecário da sua região - o critério a ser usado seria o da proximidade da Escola em relação à Biblioteca. Optou-se por apresentar apenas um módulo informativo, divi-dido em 2 fases: visita de bibliotecá-rios às escolas e o recebimento de alunos nas bibliotecas.
da biblioteca pública procurar inte-grar-se à Escola para, em projetos conjuntos, participar do esforço edu-cativo.
Segundo R. A. Davies 1, para que a biblioteca adquira eficiência do pon-to de vista pedagógico, seu programa deve desenvolver-se como componente do plano educativo global.
A experiência adquirida com o Pai-ce fundamenta a sugestão de se incluir nas propostas curriculáres das Esco-las Públicas programas de treinamen-to no uso de Bibliotecas e em pesqui-sa bibliográfica para estudantes. Se-rão assim ampliados os recursos da aula e dos livros de texto, proporcio-nando aos estudantes o desenvolvi-mento de um espírito crítico e criativo.
É importante não esquecer de W. Chase 2, que caracterizou a educação tradicional como "educação 2 x 4: aquela que se desenvolve entre as 2 capas do livro de texto e as 4 paredes da sala de aula".
6.
BIBLIOGRAFIA
1. DA VES, Ruth Ann.
La Biblioteca
escolar;
propulsora de Iaeduca-cion.
2. Cf. R. Ann Davies. Op. cit. p. 43.
ORDE;M DIA ETAPA B.M.A.
Dia da Semana Hora Período Bibliotecários Lotação Função OBS.
/
1
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V --
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Q U A D R O DE. B I B L I O T E C Á R I O S ' E N V O L V I D O S
BIBLIOTECÁRIOS FUNÇÃO DIAS DIVISÃO/
SEÇÃO
I
V --
--'
A biblioteca pública, ao empreen-der um projeto de treinamento de es-tudantes, não minimizou o papel da biblioteca escolar como instrumento eficaz para complementação do pro-cesso educativo e como laboratório de aprendizagem. Num país em desenvol-vimento, onde recursos públicos de-vem ser somados, justifica-se o fato
3.
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Janeta Zaidman Charatz, Rosa Maria Sarti, Luiza Espindola Bastos PAICE: Projeto de Ação Integrada - Cultura/Educação
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7
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ORDEM BIBLIOTECAS ESCOLAS NÚMERO PROVÁVEL
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