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Rev. adm. empres. vol.20 número4

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Academic year: 2018

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Rees, Ra y. A Economia dd empre-sa pública . 1. ed. do orig . Public enterp r ise ec onomics . Zaha r, 1979. 250 p. Trad . da 1. ed. in gle-sa, 1976.

Qu ando o setor pú bl ico passa a ser respon sável por um terço das im-portaç ões, dois terços da poupan-ça fina nceira e quase igual parcela dos investimentos da ec onomia brasil eira, a discussão sobre a at uação do Estado como empresá-ri o não pode mais perm anecer limi-ta da aos aspectos políticos e ideo-lógicos da questão.

A possibilidade e a necessi dade do co ntrole das empresas estatai s - em um momento em que o pró-prio Governo parece incap az de íazê-lo - é uma qu estão pol ít ica , para c ujo encaminham ento a so-ciedade brasileira deverá ser capaz de entender e ma nifestar -se so bre aspectos técn icos do problema . Nesse sentido, não deve ser negli -genciada a co ntrib uição que a teo-ria econômica pode dar ao deba te ao introduzir parâmetros objetivos na análise do desempenh o das em -presas públicas .

No contexto apo ntad o , avu lta o interesse desta obra do :)rof. Ray Rees na qual - sem abandonar o prisma privilegia do pela li terat ura de fo ca lizar a em presa pública co-mo expres são socio lógica e políti-ca da ação estat al - o autor ded ica-se a esten der a an ál ise ao enfoque econ ômico, abordan do aspec tos te óricos da determi nação de preços nest e tipo de em pre sa. além de questões co mo lucrat

ivi-Rev . Adm. Emp.,

dade, tri butaç ão e distribu içã o de re nda.

Os objetivos que se espera sejam alcança dos pela em presa pú -blica , o co nfli to ent re eles e as suges tões de co mo a an álise econô -m ica pode con tribui r pa ra o co ntro le da s em presas estat ai s consti -t ue m a preocupaç ão dos primeiros ca pítulos.

A opção do autor de enfati zar o caráter norma tivo da empresa pú-bl ica, em uma visão européia que se contrapõe ao enfoqu e "positi-vo" norte-amer icano - no qual a corporação estatal é vista como produ tora de servicos de utilidade pública, co m metas próprias e res-tr ições extern as - con stitui obs tá-culo à ap roxi mação da análise em-preendida à reali dade concret a brasileira, onde as empresas públi · cas atu am com autonomi a que as aproxi ma do modelo americano.

Outra premissa releva nte no tra-balho de Rees é a do papel que a descentralização re presenta no processo de control e das empresas públi cas.

O

autor indica que a at uação do economista deve es tar volt ada para a procu ra de proced i-mentos descentrali zados, para a busca de objetivos co nflit antes com um mínimo cu sto de co ntrole . Na verdade, ao colocar no centro da discussão a desce ntral ização de control e, de modo tão am plo que permit isse às empresas pú blicas a dete rm inaçã o de seus própri os preços, de acordo com reg ra s ge-ra is, Rees remete a questão à dis-cussã o de pol ít ica s pú blicas.

O livro aborda a empresa esta tal como instru me nto da pol íti ca go-vernam enta l e discut e como o con-tro le pod e garantir que os tomado-res de decisão aja m em consonâ n-ci a com uma esca la de preferên-c ias definida a nível sopreferên-cif"l l r que ate nda ao " in teresse nacional" . Quanto a este, Rees destaca qu a-tro de seus predicados :1gados à empresa pública : a efi ci ência eco-nôm ica de sua operação, vista sob os aspectos ad m in ゥ ウ エイ 。ᄋセ [ カッL@ tec no-lógico e alocnt ivo; a lucratividade como elemen to que propicia a in-de pen dên cia fi na nceira da inin-de- inde-pendê ncia estatal em relaç ão ao Tesouro Nacion al ; a função dessas

Rio de Janeiro, 20(4): 80-86,

em presas na distribuição de ren da e os efei tos macroecon ômic os dessa modalida de de ação es tat al, part icularme nte em relação a pre· ços, salários e bal anço de ppga-mentos.

Ao enfa ti zar o problema de con -trol e, o autor fi xa-se na es tru tura político -instit uci onal da Inglaterr a e - nesse aspecto - as co loca-çõ es carece m de ad aptaloca-ções para transposi ção à nossa reali da de, revestindo- se, porém , de v alor ilustrativo das proposições.

A seg un da parte da ob ra dese nvo lve te mas relac ionados à econo -m ia da e-mpresa pública. Nesse sentido, o livro abarca a problemá-tica da determinação de preços e in vest imentos em diferentes sit ua-ções alt ernat ivas denominadas "segundas melhores" (second best) economias. 1

Atnda :10 campo teórico, Rees apresenta modelos que incorpo-ra m a trib uta ção e objetivos de dis-trib ui ção de ren da à fo rm ulação de polí ticas de determ inação de pre-ços na empresa pública . Fi na lme n-te, tais polí ticas e q uestões re lati-vas à capacidad e prod utiva são an alisa das em co ndições de incer-teza.

Uma oport una introdução

teóri-セ。@ é repre sentada pela apresent a-ção de al gumas das idéias básicas da eco nomia do bem -estar, part i-cularmente daq uelas que geram conseqü ên cias releva nt es para as políti cas das empresa s públicas. Co m plem en t am est a exposi ç ão propo siçõ es de cl assifi caçã o de uma esca la de situ ações altern ati-vas abert as à economia ("pri meira mel hor " e segunda melhor" si t ua -ções).

A an álise - parti ndo de algu-mas co locações gera is da eco no-m ia do beno-m-estar ex plicitadas ao nível da eco nomi a co m o um todo . ou sej a, ao nível de eq uilíbrio geral - é estendida pa ra condicões de equilíbrio parcial . A abor da gem é

vo ltada, nesse con texto, para al-guns problemas resultantes da ten-tativa de aplicar pri ncípios de cu sto margin al às pol íticas de pr eços das empresas públicas.

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Objeções advindas da teor1a do segundo melhor - decorrentes da não-correspondência ent re a pn meira melhor economia e o mundo rea l - são discutidas no capítulo em que Rees prossegue na análise das críticas ao emprego do custo marginal na determinação de pre-ços .

A teor1a desenvolvida até este porto da obra é voltada para a efi -ciência alocativa e pressupõe que o formulador de polít1cas seja indi-ferente em relação

à

distribuição de renda - ou seja , capaz de obter qualquer distribuição desejada pela transferência de montantes fixos, sem modificar as condições margi-nais - ass:'Tl como em relação ao lucro, pela possibilidade de finan -ciar quaisquer déf icits, via impos-tos, ou repassar quaisquer superá-vits. Outra suposição implícita é a da eficiência tecnológica, conside-rada sempre presente na produção da empresa pública. Na verdade, a impossibilidade prática de se ga-ran: :r a realização de tais pressu-postos leva o autor a completar a tentativa de formular políticas des-centralizadas de preços e investi-mentos pela introdução de objeti-vos de lucrat ividade, distribuição de renda e eficiência tecnológica . Rees analisa como definir políticas que atendam a essas preocupa-ções com uma perda mínima de eficiência econômica e discute co-mo opoíacionalizar tais políticas em combinações com as segundas melhores regras obtidas no desen-volvimento dos tópicos preceden-tes. ·

A obra dedica -se, ainda, a abor-dar a teoria do custo de cap ital da empresa pública ·- fundamental para a avaliação de investimentos - ·· e a estudar a deterlf'inação de preços e investimento em cond i-ções de incerteza, tanto de deMan-da, quanto de custo dos bens pro-duz idos, concluindo por apresen-tar um modelo que trata simulta-neamente de política de preços e · da política de investimentos .

Em que pese ser uma ッ「イセ@ desti-nada a economistas e estudantes de economia - um bom entendi-mento da teoria econôm ica é o principal pré-requisito apontado pelo autor para a compreensão do

livro - A Economia da empresa pública const itui, particularmente pelo seu caráter teór ico, uma opor-tuna contribuição ao debate que se trava sobre os reflexos em nossa economia da atuação das empre -sas públicas.

Henrique Fingermann

(Trabalho elaborado sob a orienta-ção acadêmica do Prof. Eurico Korff.l

1 A expressão "segunda melhor" -

defini-da em contraposição a "pnme1ra melhor economia " - aplica -se a uma snuação em que pelo menos uma das suposições que definem esta última é violada .

Lopes, Joao do Carmo & Rossetti , José Paschoal . Moeda e bancos .

São Paulo, Atlas, 1980. 326 p .

Este livro tem um objetivo bastante específico : pretende preencher a falha na literatura econômica brasi-leira · no tocante a livros-textos in-trodutórios sobre economia mone-tária. Ele consta dos capítulos que se seguem:

No capítulo 1 os autores discu-tem as funções da moeda nas eco-nomias modernas, bem como dis-correm sobre sua evolução históri-ca, desde a forma de mercadoria até a bancária.

No capítulo 2 são apresentadas as diversas teorias da demanda de moeda, numa ordem, dentro do possível, cronológica. São expos-tas a versão clássica, keynesiana (com destaque para a contribuição de Tobinl, o modelo de Baumol e a abordagem neo-quantitativista, ao mesmo tempo em que são aponta -das as diferenças entre tais teorias. Concluem o capítulo mostrando as dificuldades inerentes

à

determina-ção empírica da fundetermina-ção de deman-da monetária .

O capítulo 3 aborda a oferta mo-netária. Supõem os autores seres-ta uma variável exógena e, como tal, sob controle das autoridades monetárias . São feitos estudos comparativos entre a moeda e ou-tros ativos financeiros , seguindo-se a exposição detalhada de como se dá a criação de moeda pelos

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