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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E HUMANAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO FRANCISCO JEERSON ALVES DA COSTA

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E HUMANAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

FRANCISCO JEERSON ALVES DA COSTA

INVESTIMENTO EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO (P&D) E DESEMPENHO DAS FIRMAS: UM ESTUDO DA INDÚSTRIA QUÍMICA

MOSSORÓ 2020

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INVESTIMENTO EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO (P&D) E DESEMPENHO DAS FIRMAS: UM ESTUDO DA INDÚSTRIA QUÍMICA

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração

Orientador: Carlos Alano Soares de Almeida, Prof. Dr.

MOSSORÓ 2020

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© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira

responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°

9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

C837i Costa, Francisco Jeferson Alves da.

Investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e desempenho das firmas: um estudo da indústria química / Francisco Jeferson Alves da Costa. - 2020.

55 f. : il.

Orientador: Carlos Alano Soares de Almeida.

Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Administração, 2020.

1. Indústria Química. 2. Pesquisa e

Desenvolvimento. 3. Vendas. 4. Correlação. 5.

Regressão Linear Múltipla. I. Almeida, Carlos Alano Soares de, orient. II. Título.

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FRANCISCO JEERSON ALVES DA COSTA

INVESTIMENTO EM PESQUISA E DESENVOLVIMENTO (P&D) E DESEMPENHO DAS FIRMAS: UM ESTUDO DA INDÚSTRIA QUÍMICA

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Defendida em: 31 / 01 / 2020

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Carlos Alano Soares de Almeida, Prof. Dr. (UFERSA) Presidente

_________________________________________

Leonardo Andrade Rocha, Prof. Dr. (UFERSA) Membro Examinador

_________________________________________

Lucas Lucio Godeiro, Prof. Dr. (UFERSA) Membro Examinador

_________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao DEUS Criador de todas as coisas pelo dom da vida, pelo caminho que me fez chegar até aqui e fazer de mim quem sou e toda a força e garra para continuar em frente e em hipótese alguma desistir.

Agradeço a minha mãe Joana Alves, que guiada por DEUS, me ensinou, conscientemente ou não, a buscar sempre tudo que quiser. Agradeço à minha irmã Jaciara Alves pelo incentivo constante e pela paciência que sempre teve para comigo e a todos da minha família e amigos que direta e indiretamente me trouxeram até aqui.

Agradeço por Professor Doutor Carlos Alano Soares de Almeida pela toda orientação e por todo o apoio e dedicação depositado neste trabalho.

Agradeço a todas as pessoas que me estenderam a mão com emprego temporário e estágios e que me deram a condição financeira que permitiu que continuasse estudando e todas as pessoas que por causa disto conheci pelo aprendizado.

Agradeço a UFERSA pelo tempo que nela passei, a todos os professores que de uma forma ou de outra me ensinaram muito, seja através dos conteúdos, das suas posturas e atitudes ou mesmo através das pessoas que são.

Agradeço a todos que fizeram e sempre hão de fazer parte da turma de 2015.2 do curso de Administração da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, pelo coleguismo, pela amizade e por me ajudarem em momentos mais difíceis e de desamino.

A todos meu MUITO OBRIGADO, essa conquista não é só minha, é de cada um de vocês também. E estejam cientes que muitas mais conquistas estão por vir.

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“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.”

Martin Luther King

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RESUMO

As empresas encarando um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico têm investido cada vez mais em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). O objetivo deste trabalho é verificar a influência dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento sobre as vendas na indústria química. Utilizando como metodologia correlação e regressão linear múltipla em dados em painel, foi verificado o impacto que investimento em P&D tem sobre as vendas e feito um comparativo entre este impacto e o provocado por outras duas variáveis: número de funcionários e investimento em capital. A amostra consiste em 60 empresas, de 12 países, de base de dados do EU Scoreboard, analisadas de 2009 a 2018. Os resultados mostram que investimento em P&D tem impacto significativo nas vendas da indústria química, mas que é menor que as outras variáveis. Isso se deve por não ser possível separar investimento em P&D das outras.

Palavras Chave: Indústria Química; Pesquisa e Desenvolvimento; Vendas; Correlação;

Regressão Linear Múltipla.

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ABSTRACT

Companies facing an increasingly competitive and dynamic market have increasingly invested in Research and Development (R&D). The objective of this work is to verify the influence of investments in Research and Development on sales in the chemical industry.

Using multiple linear regression and correlation as a methodology in panel data, the impact that investment in R&D has on sales was checked and a comparison was made between this impact and that caused by two other variables: number of employees and investment in capital. The sample consists of 60 companies, from 12 countries, from the EU Scoreboard database, analyzed from 2009 to 2018. The results show that investment in R&D has a significant impact on sales in the chemical industry, but that it is less than the other variables.

This is because it is not possible to separate investment in R&D from others.

Keywords: Chemical Industry; Research and Development; Sales; Correlation; Multiple Linear Regression.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Impacto de melhoria, invenção e inovação ... 19

Figura 2 Trajetórias da inovação incremental e da inovação radical ... 20

Figura 3 Octógono da inovação ... 26

Figura 4 Hierarquia de decisão estratégica ... 31

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Investimento em P&D X Vendas ... 47 Gráfico 2 Funcionários X Vendas ... 47 Gráfico 3 CAPEX X Vendas ... 48

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Categorias dos produtos químicos ... 17 Quadro 2 Nível de tecnologia dos setores empresariais ... 33

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Estatística descritiva ... 45 Tabela 2 Correlação entre as variáveis ... 46 Tabela 3 Resultado da regressão ... 48

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 14

1.1 PERGUNTA DE PESQUISA ... 15

1.2 OBJETIVOS ... 15

1.2.1 Objetivo geral ... 15

1.2.2 Objetivos específicos... 15

2. REVISÃO DE LITERATURA ... 16

2.1 A Indústria Química ... 16

2.2 Inovação ... 18

2.2.1 Características da Inovação ... 18

2.2.2 Inovação de Produto ... 21

2.2.3 Inovação de Processos ... 21

2.2.4 Inovação de Marketing ... 22

2.2.5 Inovação Organizacional ... 24

2.3 Gestão da Inovação ... 25

2.4 Pesquisa e Desenvolvimento ... 28

2.4.1 Pesquisa e desenvolvimento e desempenho das firmas ... 32

3. METODOLOGIA ... 34

3.1 Tipo de Pesquisa ... 34

3.2 Método de pesquisa ... 35

3.3 Definição das variáveis ... 37

3.4 Coeficiente de Correlação de Pearson ... 37

3.5 Regressão Linear ... 39

3.6 Teste de Hausman ... 41

3.7 Teste de Heterocedastecidade ... 42

3.8 Teste de Autocorrelação Serial ... 42

3.9 Elasticidade ... 43

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 51

6 REFERÊNCIAS ... 52

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1. INTRODUÇÃO

Os tempos modernos se mostraram um verdadeiro desafio para as organizações, provavelmente (GONÇALVES, 1997) o mais difícil de todos. Tempos esses tão obscuros, que trazem tantas dificuldades, podem também ser maravilhosos para as empresas que tiverem a capacidade de lidar com tais entraves. Existem várias formas de se conseguir isso, uma é através das atividades de pesquisa e desenvolvimento.

Muitos setores da indústria, o farmacêutico, por exemplo, usa da P&D como seu principal recurso, tendo em vista que as empresas competem neste ramo de modo a obterem patentes, garantindo uso exclusivo de determinada fórmula e isso só é possível com investimentos maciços em Pesquisa e Desenvolvimento. Com isto, tais empresas procuram obter uma vantagem competitiva considerável sobre todas as demais empresas do segmento.

Outro segmento industrial que, com certeza, para a qual a P&D é de extrema importância é a indústria química (SHREVE e BRINK JR. 1997). E não tinha como não ser, ao se notar que a base de toda a indústria é a química, uma das ciências mais importantes e com uma enorme base experimental. O presente estudo visa analisar o impacto deste da P&D no rendimento da indústria química.

Tal setor é fundamental para o crescimento da civilização. Com o crescimento do homem enquanto indivíduo e da sociedade enquanto civilização, a indústria química se desenvolveu para acompanhar a humanidade e satisfazer as novas necessidades que este crescimento trazia. Porém foi só no século XIX que a química foi entendida como atividade industrial. O crescimento desta indústria assim como seu enorme sucesso tem dois pontos como base: a descoberta de novos produtos e de materiais (em ensaios dentro dos laboratórios) e a sua transposição para a escala industrial (DE BRITO e PONTES, 2010).

A indústria química é de suma importância para a sociedade, sua manutenção e desenvolvimento, é aquela que transforma os materiais presentes na natureza em forma bruta em substâncias que podem ser utilizadas pelos demais setores produtivos de maneira que possam transformá-los em produtos comercializáveis. Seus efeitos estão presentes nos mais diversificados produtos e áreas da vida cotidiana, da indústria automobilística, passando pela produção de remédios, produção de defensivos agrícolas, à construção civil, e mais uma

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infinidade de outas áreas da produção, todos usam como base os insumos disponibilizados pela indústria química.

1.1 PERGUNTA DE PESQUISA

Todo este trabalho se baseará em uma questão fundamental: os investimentos em P&D influenciam as vendas da indústria química? Será na busca de uma resposta para esta pergunta que este trabalho se resumirá, com a finalidade de descobrir em que proporção o investimento em P&D afeta o desempenho das firmas deste determinado setor.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Este estudo tem como objetivo geral verificar a influência dos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento sobre as vendas na indústria química.

1.2.2 Objetivos específicos

Para que se consiga atingir o objetivo geral, esta pesquisa terá os seguintes objetivos específicos:

1) Conhecer os investimentos feitos pela indústria química em P&D;

2) Identificar os resultados das vendas das empresas do setor químico;

3) Correlacionar os investimentos em P&D com as vendas da indústria química.

4) Verificar através de regressão o impacto do investimento em P&D nas vendas da indústria química e comparar este impacto com o número de funcionários e investimento em capital.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Pesquisa e desenvolvimento parece ser um tema de fácil entendimento, mas não é assim que realmente é. Não se pode fazer qualquer estudo em P& sem ter noção real do que trata. E não é possível falar dos investimentos em P&D na indústria química, ou relacionada a qualquer outra área sem sabermos o que é inovação, visto que pesquisa e desenvolvimento é um tema muito próximo desta gigantesca área. Assim sendo, este tópico definirá alguns conceitos imprescindíveis para o estudo em questão que são de suma importância para o entendimento do tema.

2.1 A Indústria Química

Ao longo dos séculos, o homem deixou de ser cada vez menos selvagem e cada vez mais civilizado, assim como suas necessidades que passaram a ser cada vez menos primitivas e cada vez mais refinadas. Antes uma cama de folhas era mais que suficiente para os primeiros homens, hoje, uma cama sofisticada com molas pode ser pouco para atender os caprichos de algumas pessoas. Foi para atender essas necessidades que a indústria surgiu e não seria diferente com aquela da química.

Hoje, a indústria química é uma das mais poderosas e abrangentes dos dias de hoje. Tal ramo industrial se caracteriza “pelo sistema de fabricação, que depende diretamente de processos químicos para produzir materiais a serem utilizados nos produtos fabricados”

(SANTOS et. al., 2005). É ela a responsável por muitos dos produtos que temos em casa atualmente e que vemos em nosso cotidiano: petroquímicos, agroquímicos, produtos de farmácia, polímeros, tintas, vestimentas e inúmeras outras coisas mais. Exceto produtos alimentícios que necessariamente se enquadra nesta indústria, todo e qualquer outro produto que seja fabricado em massa e que precise de algum tratamento, processo ou transformação química para ser produzido é produto de tal indústria.

Esta indústria usa de produtos básicos, ou matérias-primas, que são encontradas diretamente na natureza e que se transformam, por meio de tratamentos químicos, para criar produtos intermediários que, por sua vez, serão ainda transformados em produtos prontos para o consumo, estes últimos são os produtos refinados, que já se encontram prontos para serem

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consumidos (SANTOS et. al., 2005). O Quadro 1 dá exemplos de produtos pertencentes a cada uma dessas três categorias.

Quadro 1 Categorias dos produtos químicos

PRODUTOS BÁSICOS, INTERMEDIÁRIOS, REFINADOS E PARA CONSUMO

Produtos Quantidades

aproximadas Materiais fabricados

Básicos 20 produtos

Etileno, propeno, butadieno, benzeno, gás sintético, acetileno, amônia, ácido sulfúrico, hidróxido de

sódio, cloro, entre outros.

Intermediários 300 produtos

Metanol, cloreto de vinila, estireno, ureia, formaldeído, óxido de etileno,

ácido acético, e diversas outras substâncias.

Substâncias químicas refinadas e produtos

para o consumidor

Milhares de produtos

Plásticos, farmacêuticos, pigmentos, solventes, fertilizantes, fibras, cosméticos e vários outros produtos.

Adaptado de: Santos et. al (2005)

A globalização vem, nos últimos anos, afetando cada vez tal indústria, que se transforma bastante para se adequar a estas mudanças tão grandes e rápidas, seja se especializando em determinado produtos ou ramo, seja padronizando produtos. De uma forma ou de outra, uma coisa se torna evidente, a dependência da inovação presente nesta indústria, tendo em vista que esta é um dos pilares do negócio.

O setor industrial químico é de suma importância para a sociedade, sua manutenção e desenvolvimento, os produtos por ela fabricados têm participação em todos os ramos da atividade industrial (SANTOS et. al., 2005). É aquela que transforma os materiais presentes na natureza de forma bruta, em substâncias que podem ser utilizadas pelos demais setores produtiva de maneira que possam transformá-los em produtos comercializáveis. Seus efeitos estão presentes nos mais diversificados produtos e áreas da vida cotidiana, da indústria automobilística, passando pela produção de remédios, produção de defensivos agrícolas, à

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construção civil, e mais uma infinidade de outas áreas da produção, todos usam como base os insumos disponibilizados pela indústria química.

2.2 Inovação

Um problema que afeta às organizações de hoje é a obsolescência. Os produtos, processos, estratégias e sistemas organizações têm vida útil cada vez menor e cada vez mais rápido são passados para trás por substitutos melhores, mais modernos e, muitas vezes, mais baratos. Um conceito que se tornou chave nas organizações atuais foi o de inovação.

A inovação, de acordo com a segunda edição do Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, seria “ato ou efeito de inovar”, em que inovar é “tornar novo” em uma definição livre, diz respeito ao ato ou o efeito de tornar novo. Inovação pode ser descrita também, conforme Dicionário Aurélio, como novidade. A ideia de tornar novo pode ser aplicada em qualquer âmbito da vida e não é de diferente nas organizações.

Este é um tema bastante abrangente e estudado e não é por menos, tendo em vista a sua importância. Conforme Scherer e Carlomagno (2009), os estudos acerca de inovação remetem às ideias de Schumpeter, para quem tinha a função de “impulsionar o progresso econômico através do progresso técnico”. Schumpeter ainda estabeleceu a divisa conceitual entre duas formas de descobertas: inovação e invenção, sendo que a primeira sempre gera um ganho econômico. Em outras palavras, inovação não somente algo novo, mas sim, algo novo que traz algum benefício para a empresa (SCHERER e CARLOMAGNO, 2009).

Tigre (2006), por outro lado, define inovação como “a efetiva aplicação de uma invenção”, que por sua vez, “se refere à criação de um processo, técnica ou produto inédito”.

Assim sendo, não pode haver inovação sem invenção. O mesmo autor, ainda salienta que inovação pode ser caracterizada como qualquer ideia prática ou objeto que um indivíduo perceba como novo. Esta é uma visão menos instrumentalista e mais subjetiva, deixando a cargo de cada pessoa definir para si o que é ou não algo novo. Não precisando ser necessariamente novo para o mercado ou pais (TIGRE, 2006), desde que a percepção desta ideia ou objeto o seja.

2.2.1 Características da Inovação

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Em estudos sobre administração as classificações de inovação podem ser dá a partir dos de determinados aspectos, dependendo somente da abordagem empregada. A primeira dimensão diz respeito à intensidade da inovação e a classifica como melhoria, esta pode ser ou não considerada inovação, invenção – conceito já trabalhado em tópicos anteriores – e inovações incremental e radical, conforme Scherer e Carlomagno (2009). Pode-se dizer que estes tipos caracterizam a inovação a partir do grau de mudança trazido (TIGRE, 2006). A Figura 1 expressa bem o impacto causado por uma melhoria, invenção e uma inovação, ao mesmo tempo que os diferencia.

Uma melhoria é uma ação em que o “o grau de novidade é pequeno, mas há um impacto mensurável nos resultados, diferente da inovação” (SCHERER e CARLOMAGNO, 2009). Os mesmos autores afirmam que este tipo de inovação está associado a “redução de custos e refinamento dos produtos e serviços existentes com foco na otimização do negócio existente”.

Porém nem toda melhoria pode ser considerada inovação, ainda segundo Scherer e Carlomagno (2009). A Figura 1 expressa bem o impacto causado por uma melhoria, invenção e uma inovação.

Figura 1 Impacto de melhoria, invenção e inovação

Fonte: Scherer e Carlomagno (2009)

Tigre (2006) esclarece que a inovação incremental é aquela “mais gradual e elementar”

e que abrangem “melhorias feitas no design ou na qualidade dos produtos, aperfeiçoamentos em layout e processos, novos arranjos logísticos e organizacionais e novas práticas de suprimentos e vendas”. Explicando, esta seria uma inovação para melhorar o que já se tem, mantendo o cerne e características importantes do produto ou processo. Por fim, as inovações incrementais são continuas e não necessariamente deveriam das atividades de P&D.

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Quanto à inovação radical, é possível dizer que é o exato oposto da inovação incremental, pois ocorre quando “rompe as trajetórias existentes, inaugurando uma nova rota tecnológica” (TIGRE, 2006). Este tipo de inovação se caracteriza pela descontinuidade, ou seja, há uma quebra total no que vinha sendo feito e quase sempre advém da pesquisa e desenvolvimento. (TIGRE, 2006). A Figura 2 demonstra a diferença nas trajetórias de inovação, em ambos os casos.

Figura 2 Trajetórias da inovação incremental e da inovação radical

Fonte: Tigre (2006)

Também é possível classificar as inovações conforme as mudanças nas estruturas internas dos produtos, estas são descritas como modular e arquitetônica (KUSUNOKI, 2008).

A primeira é aquela em que há mudança nos componentes do sistema, enquanto na segunda a mudança ocorre nos “vínculos entre os componentes” ainda conforme este mesmo autor.

Estas dimensões são importantes aspectos da inovação e merecem ser levadas em consideração.

É conhecido por todos o valor que a inovação tem para as organizações e como ela pode melhorá-las ou destruí-las – neste último caso, a falta de inovação. O Manual de Oslo (2006) explica que existem quatro tipos de inovação: de produto, de processo, de marketing e organizacional.

Cada tipo de inovação busca atingir um setor específico das organizações, porém seu objetivo central é sempre o mesmo: a criação de invenções, buscando desenvolver as organizações. E desenvolvimento envolve a busca constante pelo novo que, no meio

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empresarial, quase sempre significa a busca incansável por se obter melhores resultados. Cada tipo de inovação o faz a sua própria maneira.

2.2.2 Inovação de Produto

O Manual de Oslo (2006, p. 57) define este tipo de inovação como sendo:

Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais.

Em outras palavras, tal inovação, segundo o manual, é a entrada constante de novos produtos e técnicas melhores ou totalmente novas se comparados ao que já havia. Diz respeito à introdução crescente e sempre mais veloz de produtos melhores e com funções extras, que acelera a obsolescência, acelerando assim o processo de repetição do ciclo: produtos novos surgem mais rapidamente, os produtos velhos ficam obsoletos mais depressa, obrigando o surgimento sempre mais veloz de um produto que o substitua. Assim, se mantem este ciclo constante e inquebrável.

Mas este tipo de inovação diz respeito a mais do que a pura melhoria de produtos.

Tendo em vista que “as inovações de produto podem utilizar novos conhecimentos ou tecnologias, ou podem basear-se em novos usos ou combinações para conhecimentos ou tecnologias existentes” (MANUAL DE OSLO, 2006). O termo “produto” abrange tanto bens como “serviços” conforme explica o Manual. Ou seja, não diz respeito apenas a criação de novos conhecimentos, mas também ao rearranjo dos já existentes para a criação de um bem ou serviço novo e melhor.

Estendendo esta ideia ao que permite que estas coisas sejam possíveis, fala-se de uma grande aliada da inovação de produtos: a inovação de processos, próximo tipo a ser tratado.

2.2.3 Inovação de Processos

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Na busca incessante pelo melhor desempenho obter melhores produtos nem sempre é suficiente ou mesmo necessário. Se um bom processo existir as melhorias nos produtos se tornam mais fáceis de serem alcançadas, o contrário é também é verdadeiro. É na necessidade de uma melhoria constante nos processos que a inovação de processos entra.

De acordo com o Manual de Oslo (2006), a inovação de processos é “a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado”. Incluindo

“mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares” (MANUAL DE OSLO, 2006).

Isto significa que todo e qualquer método ou software que melhore a produção e a distribuição de bens e serviços é inovação de processo. O Manual de Oslo (2006) enfatiza que este tipo de inovação pode gerar a redução dos custos, melhorar a qualidade dos produtos existentes ou ainda possibilitar a criação de novos.

Um exemplo bastante claro e conhecido deste tipo de inovação se deu quando no início de 1914, Henry Ford implantou a linha de montagem móvel e aumentou drasticamente a produção de veículos automotores, de um modo jamais experimentado até a época. Tal feito foi imitado por todos os seus concorrentes e foi por muito tempo o que havia de mais moderno em fabricação de automóveis. Mas, como não podia deixar de ser, a inovação de processos chegou até este tipo de linha de montagem, que eventualmente, foi ultrapassada por outros modelos, como o Toyota, por exemplo. O que não significa que a linha de montagem de Ford caiu em desuso, ela foi apenas atualizada, por assim dizer.

Mudanças nos processos pode ser uma grande ferramenta quando se trata de vantagem competitiva, o exemplo de Ford prova isso. Mas ela precisa ser constante, a obsolescência é real e perigosa, que também se origina da inovação. A tomada de espaço do modelo Toyota do modelo Ford, é um excelente exemplo.

Em outras palavras, os processos precisam de aperfeiçoamento constante, isto é inovação de processos. E com a melhoria dos processos, vem a melhoria da produção, que isto necessita um método cada vez melhor. Aqui entra nosso terceiro tipo de inovação e que será tratado no tópico a seguir: a inovação de marketing.

2.2.4 Inovação de Marketing

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Mais uma vez, para definir este tipo de inovação será usado o Manuel de Oslo (2006), devido a sua importância e por ser amplamente aceito. Este manual conceitua a inovação de marketing como sendo “uma inovação de marketing é a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços”.

Tal tipo de inovação é aquele que busca atender da melhor forma as necessidades dos clientes. Seria aquela busca de se adaptar as necessidades dos clientes, que variam com o passar do tempo. Isto se dá por meio da abertura de novos mercados, mudança de posicionamento de um produto frente ao seu mercado, entre outras que buscam aumentar as vendas.

Ainda segundo o Manual de Oslo (2006) a diferença básica entre “inovação de marketing comparada com outras mudanças nos instrumentos de marketing de uma empresa é a implementação de um método de marketing que não tenha sido utilizado previamente pela empresa”. Ou seja, a inovação de marketing é a aplicação de método ou modelo que nunca fora antes, algo que seja completamente novo. Sejam desenvolvidos pela própria empresa ou adotados de outras, se o método for novo para a organização, ainda assim, será considerado inovação de marketing.

Em resumo, a inovação em marketing é toda aquela atitude voltada ao marketing que nunca tinha sido aplicada antes pela empresa, seja ela qual for. Um layout de um produto nunca experimentado, um tipo de propaganda diferente, um slogan incomum, tudo isso se enquadra neste tipo de inovação.

Enfim, se for novo para empresa e envolver marketing é marketing de inovação. Se extrapolar do marketing para os outros aspectos da empresa, então terá aquele que, provavelmente, é o mais amplo dos tipos de inovação: a organizacional, que será trabalhada no tópico seguinte.

Inovações em marketing podem ser de três formas: em posicionamento de produto, em promoção de produtos e em fixação de preços. A inovação em posicionamento diz respeito a novos canais de vendas, sejam eles de bens ou serviços; aquela em promoção de produtos se refere ao uso de novos conceitos, técnicas e canais para promover o produto: seria um novo jeito de fazer propaganda, um jamais realizado pela empresa; e por fim, a inovação em fixação de preços se dá no uso de novas estratégias de fixação de preço, visando a

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comercialização de bens e serviços de uma empresa. Isto não se aplica a mudanças sazonais.

(MANUAL DE OSLO, 2006).

2.2.5 Inovação Organizacional

Quando toda uma organização se firma na ideia de inovar, existe a inovação organizacional, ideia ampla e extremamente importante. O Manual de Oslo (2006) define este tipo de inovação como “uma inovação organizacional é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas”.

A partir deste conceito entende-se que a inovação aqui é geral, envolve toda a organização, da forma como faz negócios à maneira como se organiza o local de trabalho, seria um novo jeito de a organização existir.

As práticas envolvidas nesta inovação são as mais diversas. “Inovações organizacionais podem visar à melhoria do desempenho de uma empresa por meio da redução de custos administrativos ou de custos de transação, estimulando a satisfação no local de trabalho (e assim a produtividade do trabalho), ganhando acesso a ativos não transacionáveis (como o conhecimento externo não codificado) ou reduzindo os custos de suprimentos. ” (MANUAL DE OSLO, 2006)

Ainda segundo Manual de Oslo (2006, p. 62):

Os aspectos distintivos da inovação organizacional, comparada com outras mudanças organizacionais em uma empresa, é a implementação de um método organizacional (em práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas) que não tenha sido usado anteriormente na empresa e que seja o resultado de decisões estratégicas tomadas pela gerência.

Assim como a inovação de marketing, o que difere inovação de mudança é a novidade.

Se for a primeira vez que é usada é inovação, se for usada uma segunda é mudança. Com base nisto, pode-se afirmar que inovação está extremamente ligada a pioneirismo. Sair na frente inovando não é apenas uma vantagem competitiva, mas também necessário para que seja inovador.

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Assim como a inovação de marketing, a organizacional se dá em três aspectos: em práticas de negócios, na organização do local de trabalho e nas relações externas. A inovação organizacional em prática de negócios diz respeito à implementação de métodos que alterem a rotina da empresa e procedimentos que guiam o trabalho. (MANUAL DE OSLO, 2006)

No que diz respeito à na organização do local de trabalho o Manual de Oslo (2006, p.

62), esclarece:

As inovações na organização do local de trabalho envolvem a implementação de novos métodos para distribuir responsabilidades e poder de decisão entre os empregados na divisão de trabalho existente no interior das atividades da empresa (e unidades organizacionais) e entre essas atividades. Participam também novos conceitos para a estruturação de atividades, tais como a integração de diferentes atividades de negócio.

Esta é uma inovação na distribuição de poder na organização, passando pelas tarefas e atividades, até a forma como este pode é exercido. Esta seria uma inovação mais profunda, que poderia alterar a cultura e política organizacionais.

2.3 Gestão da Inovação

A inovação, assim como qualquer coisa que possa vir a se tornar um recurso de importância para as organizações precisa ser gerenciada: esta é a gestão da inovação. Silva, Bagno e Salerno (2014) sustentam que a “gestão da inovação deve ser consolidada por um sistema gerencial que habilite a organização a inovar de forma sistemática, visando, sobretudo, sobrevivência e aumento da competitividade organizacional no longo prazo”.

Para que os processos de inovação sejam bem-sucedidos “uma complexa gama de atividades deve acontecer de forma coordenada e sincronizada” (STEFANOVITZ e NAGANO, 2009). Os autores ainda ressaltam que se a inovação deve ser vista como um processo pelas organizações tem que ser gerenciada como tal. Processo este, que segundo Silva, Bagno e Salerno (2014), é através do “qual as organizações transformam ideias em bens, serviços ou processos novos ou significativamente melhorados com o objetivo de progredir, competir ou diferenciarem-se com sucesso no mercado. ” Assim sendo, o processo de gerenciar a inovação envolve, conforme Stefanovitz e Nagano a “busca de uma abordagem estratégica para a inovação e para o desafio de sua gestão; desenvolvimento e utilização de

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mecanismos e estruturas de implementação efetivos; desenvolvimento de um contexto organizacional que suporte a inovação; construção e manutenção de interfaces externas efetivas. ”

Alguns fatores influenciam drasticamente a implementação da gestão da inovação:

tipos, estágio da inovação, escopo da inovação e tipo da organização (CARVALHO, REIS e CAVALCANTE 2011). Um processo, muitas vezes, é específico para determinado ambiente e organização e só se aplica a eles, e a inovação como processo não poderia ser diferente, neste sentido. Em outras palavras, por mais que adira a “fórmulas prontas”, ainda caberá a cada organização encontrar sua própria forma de inovar.

Scherer e Carlomagno (2009), explanam que apesar de haver vários tipos de inovações que demandam processos que transformam ideias em resultados concretos, todos têm em comum elementos que carecem de administração para que a empresa seja mais eficaz enquanto inovadora. Com base nisto, os mesmos autores apresentam a ideia do octógono da inovação, “ferramenta desenhada tanto para o diagnóstico do potencial inovador como para a gestão de empresas inovadoras” (SCHERER e CARLOMAGNO, 2009). A Figura 3 demonstra o octógono da inovação e suas oito dimensões.

Figura 3 Octógono da inovação

Fonte: Scherer e Carlomagno (2009)

Os próprios Scherer e Carlomagno (2009) explicam cada uma destas dimensões:

Estratégia da inovação:

Muitas empresas possuem planejamento estratégico, mas não possuem estratégia. A estratégia é mais que um simples plano. É um processo continuado de decisões, um fio condutor das ações, uma clara definição a seguir. Para otimizar a contribuição da

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inovação nos resultados da empresa, é necessário alinhar estratégia de negócios coma estratégia de inovação. (p.23)

Cultura da inovação:

A cultura de uma organização é algo difuso e intangível. Refere-se às normas aceitas por todos, às crenças e aos valores comuns que dão forma e comportamento das pessoas na organização. [...] A dimensão cultura trata, portanto, das ações que a alta gestão empreende para criar um ambiente que estimule a inovação. [...] No octógono da inovação, a dimensão cultural trata também do modo como a empresa comunica e estimula as pessoas a correrem riscos e questionarem paradigmas existentes. (p.24)

Liderança para a inovação:

Uma cultura de inovação bem desenvolvida demanda lideranças comprometidas com a inovação. [...] Se a alta administração não estiver comprometida com a inovação, ou se o discurso do novo não se consubstanciar na prática, a inovação não será prioridade. [...] os líderes de uma organização inovadora devem ser pessoas desafiadoras, que sejam capazes de assumir riscos, respaldados pela alta gestão.

(p.25)

Pessoas para a inovação:

Para que uma empresa possa ter inovação em suas artérias e veias, o papel principal cabe aos colaboradores. A seleção da melhor estrutura não é suficiente sem as pessoas não estiverem preparadas e adequadamente estimuladas para inovar. Uma equipe se forma com indivíduos competentes, motivados, compromissados e que aceitam desafios. [...] Além de preparar pessoas e fomentar a diversidade, a empresa precisa articular mecanismos de incentivo e reconhecimento para a inovação. (p. 25- 26)

Estrutura da inovação:

A estrutura organizacional é outro aspecto que inibe ou alavanca a inovação. A alta gestão precisa ter conhecimento de que uma empresa inovadora possui uma estrutura que possibilita a criatividade, a interação e a aprendizagem. Algumas empresas centralizam as atividades de inovação numa área de pesquisa e desenvolvimento designando um responsável [...] pela condução das atividades.

Outras se organizam por times ou por projetos, enquanto ainda tem aquelas em que a inovação é atribuição de todos sem nenhuma estrutura específica. (p.26)

Processo da inovação:

A dimensão do processo trata da forma como a empresa gera novas ideais, como avalia, experimenta e seleciona em quais investir. [...] as empresas que utilizam ferramentas de gestão de projetos, que avaliam sistematicamente as iniciativas de potencial inovador e que têm um processo estruturado de transformação de ideias em inovações podem otimizar seus investimentos em inovação. (p. 27)

Funding para a inovação:

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Os investimentos destinados à inovação indicam a relevância dada pela alta gestão para as atividades de desenvolvimentos de novos produtos, processos, serviços e negócios. [...] Empresas que pouco promovem atividades de inovação investem menos de 1% do seu faturamento em inovação [...]. Um percentual entre 1% e 3%

representa valores significativos para a maioria dos setores, enquanto um percentual de até 12% é característico de empresas de base tecnológica. [...] Normalmente, a empresa aloca recursos para seus projetos diversos a partir de seu orçamento anual, O critério de alocação, geralmente, se baseia na extrapolação dos valores gastos no passado, de forma proporcional ao aumento das cifras de negócio. [...] É importante ressaltar que o financiamento das atividades pode ter outras fontes e se alicerçar em parcerias, repartindo os custos e os riscos. [...] Alianças estratégicas com fornecedores, clientes e, até, concorrentes, podem viabilizar atividades de pesquisa e desenvolvimento cujo volume de recursos envolvidos seria inviável de ser custeado por uma única empresa. (p. 28-29)

Relacionamentos para a inovação:

Durante muitos anos, as inovações tecnológicas ocuparam as estratégias das empresas e, consequentemente, as páginas de jornal e revistas e pesquisas acadêmicas. As empresas se preocupavam em manter uma área de pesquisa e desenvolvimento, que era a única fonte de ideias para as inovações. A um grupo de iluminados cientistas e engenheiros era dada a função de pensar; os demais eram os executores. [...] O que se busca hoje é a inovação aberta, a inovação em rede, a gestão de uma cadeia de inovação, na qual a empresa se concentra naquilo que domina e inclusive terceiriza fases com outros agentes. (p.30)

Segundo o octógono da inovação é através da aplicação adequada de cada uma destas oito dimensões que é possível obter uma gestão da inovação de qualidade, viabilizando toda a vantagem competitiva que um bom uso das atividades de inovação é capaz de trazer.

2.4 Pesquisa e Desenvolvimento

A inovação como visto nos tópicos anteriores pode se dá apenas na maneira como os processos são realizados, caso da inovação organizacional, ou como resultado de algum novo produto, processo ou técnica. Porém, esta inovação deve muito à pesquisa e desenvolvimento.

Almeida et al. (2018), afirmam que a pesquisa e desenvolvimento é uma importante atividade de inovação, que influencia diretamente no crescimento das firmas, e interfere positivamente na produção e desenvolvimento econômico. A P&D pode ser vista como a geradora do conhecimento que apoia o desenvolvimento da inovação (MORAES e GARCIA, 2004).

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O setor de pesquisa e desenvolvimento visa a criação de novos conhecimentos tecnológicos afim de produzir novos produtos (ERNST, HOYER e RÜBSAAMEN, 2010).

Segundo Shreve e Brink Jr. (1997) “é indispensável dedicar muita atenção e despender muito dinheiro com incessante pesquisa e desenvolvimento (P&D) ”, afim de “garantir o progresso, propiciar lucros contínuos e substituir os processos e o equipamento obsoletos”.

A pesquisa e o desenvolvimento experimental (P&D) engloba o trabalho criativo empregado de maneira sistemática, visando o aumento do volume de conhecimento, que vai desde o conhecimento do homem, passando pela cultura e a sociedade, assim como a utilização desses conhecimentos para novas aplicações (MANUAL DE FRASCATI, 2013).

O Manual de Frascati (2013) afirma ainda que “P&D abrange três atividades: a pesquisa básica, a pesquisa aplicada e o desenvolvimento experimental” (MANUAL DE FRASCATI, 2013). A pesquisa básica diz respeito, segundo o Manual “a trabalhos experimentais ou teóricos desenvolvidos principalmente com a finalidade de adquirir novos conhecimentos sobre os fundamentos de fenômenos e fatos observáveis, sem considerar uma aplicação ou uso particular”. Já a pesquisa aplicada “consiste igualmente em trabalhos originais empreendidos com o objetivo de adquirir novos conhecimentos” (MANUAL DE FRASCATI, 2013), porém “ela é principalmente direcionada a um objetivo prático determinado”

(MANUAL DE FRASCATI, 2013). Por fim, o desenvolvimento experimental diz respeito a

“trabalhos sistemáticos com base em conhecimentos existentes obtidos pela pesquisa ou experiência prática, para lançar a fabricação de novos materiais, produtos ou dispositivos, para estabelecer novos procedimentos, sistemas e serviços ou para melhorar os já existentes em P&D” (MANUAL DE FRASCATI, 2013).

Segundo o Manual de Frascati (2013, p. 22):

P&D é uma atividade ligada a certo número de outras atividades fundamentadas na ciência e na tecnologia. Ainda que estas atividades estejam estreitamente ligadas a P&D através do fluxo de informações que concernem às operações, às instituições e à equipe de funcionários, elas não devem ser levadas em conta no momento da medição de P&D.

É possível examinar a pesquisa e desenvolvimento e suas atividades relacionadas sob duas óticas: o conjunto das atividades científicas e tecnológicas (ACT) e os processos de inovações científicas e tecnológicas (MANUAL DE FRASCATI, 2013). Qualquer que seja a

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ótica, pode ser usada no desenvolvimento das atividades e técnicas das organizações, principalmente, nas que possuem base tecnológica – caso da indústria química.

As ATC, segundo o Manual de Frascati (2013) “incluem, além de P&D, educação e formação científicas e tecnológicas (CTET), além de serviços científicos e técnicos (STC)”.

Já as atividades de inovação tecnológica “são o conjunto de diligências científicas, tecnológicas, organizacionais, financeiras e comerciais, incluindo o investimento em novos conhecimentos, que realizam ou destinam-se a levar à realização de produtos e processos tecnologicamente novos e melhores” (MANUAL DE FRASCATI).

Como explanado até então, a pesquisa e desenvolvimento caminha lado a lado da inovação, toda e qualquer atividade em P&D mantida e financiada por empresas é considerada inovação (MANUAL DE OSLO, 2006). Pode-se, então, considerar a P&D um importante instrumento de desenvolvimento tecnológico nas empresas, devendo ser vista como a administração de produtos e processos (MORAES e GARCIA, 2004).

Ghaffar e Khan (2014) enfatizam que P&D é um conceito que é exigido por quase todas as empresas, de um jeito ou de outro, e como forma de sobreviver em mercado cada vez mais competitivo, existe uma demanda cada vez maior de pesquisa e desenvolvimento. Os mesmos autores salientam outro ponto importante da pesquisa e desenvolvimento: esta permite que as empresas evitem a imitação por parte de seus concorrentes – fato este que trará vantagem competitiva – e, consequentemente, maior retorno financeiro.

O setor responsável pelas atividades de pesquisa e desenvolvimento tem que ser gerenciado de maneira a realizar os objetivos da estratégia da empresa como um todo MORAES e GARCIA, (2004). Segundo Moraes e Garcia (2004):

Conduzidas pela necessidade de redução de custos e pela diminuição do ciclo de vida dos produtos, as organizações têm intensificado seus esforços na melhorais de seus processos essenciais como desenvolvimento de produtos, fabricação e serviços ao cliente. Estas organizações reconhecem que as performances dos principais processos afetam suas possibilidades para atingir seus objetivos de lucro, crescimento, redução de custos e aumento de sua participação no mercado. [...]

análises de estratégias e processos de negócios de organizações indicam que, para sustentar seu crescimento e lucratividade via novos produtos, as organizações devem aumentar significativamente seus processos de P&D.

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Os autores, corroborando com os postulados de Matheson e Matheson (1998), ainda acrescentam que não é possível “fazer escolhas de P&D sem pensar nas implicações para marketing, serviços, manufatura e finanças”. Há poucos assuntos de administração estratégica que não nascem do contexto de P&D. Em outras palavras, não é possível desvencilhar as estratégias em pesquisa e desenvolvimento daquelas dos demais setores do negócio, tendo em vista, os reflexos que esta pode trazer para as demais. Além disto, pode ser vista “relação entre P&D e algumas informações, como por exemplo: lucro, faturamento e patentes”

(HUNGARATO e TEIXEIRA, 2012). Existe, portanto, “a necessidade de uma visão única e inseparável do que é definido na estratégia de negócio com as premissas para a condução das atividades de P&D” (MORAES e GARCIA, 2004). A Figura 4 demonstra a relação entre P&D e aspectos das decisões estratégicas.

Figura 4 Hierarquia de decisão estratégica

Fonte: Matheson e Matheson (1998)

Quando o foco é na indústria química, Shreve e Brink Jr (1997) enfatizam que “algumas das características marcantes são as modificações de processos, as novas matérias-primas, os novos produtos e os novos mercados. A pesquisa cria ou utiliza estas modificações”

(SHREVE e BRINK JR. 1997). Neste setor, a P&D trás, ainda conforme Shreve e Brink Jr.

(1997, p. 18), benefícios e resultados importantes como:

1. Processos novos e melhorados.

2. Custos mais baixos e preços mais baixos para os produtos.

3. Novos serviços e novos produtos anteriormente desconhecidos.

4. Transformação de materiais raros em materiais comerciais de utilidade prática.

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5. Suprimento adequado de substâncias anteriormente só obtidas como subprodutos.

6. Liberdade dos consumidores locais frente a monopólios estrangeiros.

7. Estabilização dos negócios e dos empregos industriais.

8. Maior pureza dos produtos.

9. Produtos com desempenho de maior qualidade.

Se o investimento em P&D visa garantir lucros futuros, a falta dele pode fazer com que a empresa fique para trás com relação às empresas que investem pesado nestas atividades.

Shreve e Brink Jr. (1997) alertam que faltando “este tipo de investigação, ou pesquisa, voltada para o futuro, uma empresa ficará para trás na evolução competitiva do seu ramo”. O que evidencia, mais uma vez, a importância da pesquisa e desenvolvimento, não somente como forma de se obter vantagem competitiva, mas como forma de sobrevivência.

Em 1993, foi sancionada no Brasil a Lei n° 8.661/93, que criou o Programa de Desenvolvimento Tecnológico da Indústria (PDTI) e o Programa de Desenvolvimento Tecnológico da Agricultura (PDTA). (ARAÚJO, 2010). Foi a primeira lei deste tipo no país.

Em 2005, a atual lei de incentivo à pesquisa e desenvolvimento foi criada no Brasil, a Lei n°

11.196/05, que ficou conhecida como a Lei do Bem. Araújo (2010), afirma que a “principal mudança introduzida pela Lei do Bem foi a dedutibilidade dos gastos em P&D à proporção de 1,6 da base tributária, eliminando-se o mecanismo baseado no crédito tributário. Com isso, a Lei do Bem acabou com qualquer tipo de restrição ao usufruto dos créditos tributários. Todavia, a possibilidade de carryforward também foi eliminada. ”

2.4.1 Pesquisa e desenvolvimento e desempenho das firmas

A relação entre a pesquisa e desenvolvimento e o desempenho das firmas vem sendo evidenciada por inúmeros estudos. Almeida et al. (2018) Ghaffar e Khan (2014); Hungarato e Teixeira (2012); e Rocha et al. (2016), o que prova que as atividades de P&D podem ser um excelente fator de destaque das organizações.

Porém a forma como a P&D afeta o desempenho das firmas varia e alguns fatores influenciam este retorno, o grau de tecnologia apresentado pela empresa, é um deles. Ou seja, empresas de altamente tecnológicas tendem a obter retorno mais satisfatório do que aquelas que possuem baixo nível tecnológico (HUNGARATO e TEIXEIRA, 2012). E é justamente, segundo Almeida et al. (2018) nas empresas mais próximas da fronteira tecnológica que a

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competição por inovações se dá de forma mais intensa. Porém conforme, os mesmos autores, essa competição entre as empresas mais tecnológicas, acaba se tornando uma barreira para aquelas que se encontram mais distantes da fronteira, pois para estas os investimentos em P&D aumentam muitos os custos de oportunidade. O Quadro 2, apresenta os setores empresariais de acordo com seu nível de tecnologia.

Quadro 2 Nível de tecnologia dos setores empresariais

Intensidade do setor Pesquisa e Desenvolvimento

Ramo empresarial

Alta

Aeroespacial; Biotecnologia; Hardware de computador; Serviços informáticos; Defesa; Equipamento de escritório eletrônico;

Prestadores de cuidados de saúde; Internet; Artigos de lazer;

Equipamento médico; Produtos farmacêuticos; Semicondutores;

Programas; Tecnologia Hardware e equipamento; Equipamento de telecomunicações.

Média-alta

Autopeças; Automóveis; Veículos comerciais e caminhões;

Produtos químicos de commodities; Recipientes e embalagens;

Industriais Diversificados; Componentes elétricos &

Equipamento; Equipamento eletrônico; Serviços financeiros;

Artigos domésticos e Construção de casas; Maquinaria industrial; Bens pessoais; Produtos químicos especiais; Serviços

de suporte; Pneus; Viagem e Lazer.

Média-baixa

Energia alternativa; Bebidas; Telecomunicações de linha fixa;

Produtores de Alimentos; Varejistas em geral; Meios de comunicação; Equipamento, serviços e distribuição de petróleo;

Tabaco.

Baixa

Alumínio; Bancos; Materiais de construção; Eletricidade;

Varejistas de Alimentos e Medicamentos; Silvicultura e papel;

Gás, Água e Utilitários; Ferro e aço; Seguro de vida; Mineração;

Telecomunicações móveis; Metais não ferrosos; Seguro Não Vida; Produtores de petróleo e gás; Serviços e investimento

imobiliário; Serviços de transporte.

Adaptado de: EU R&D SCOREBOARD (2018)

Almeida et al. (2018) afirmam que empresas com possuem grande comprometimento em P&D tem maior taxa de crescimento. Desses gastos, algo em torno de 50% é somente para

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pagar pessoal qualificado (ALMEIDA ET AL. 2018). Porém Ghaffar e Khan (2014) enfatizam que o desempenho de uma empresa supera o custo de se investir em pesquisa e desenvolvimento, em outras palavras, as atividades de P&D se pagam por si só e ainda são compensadas pelos benefícios trazidos.

3. METODOLOGIA

Este campo tem por objetivo descrever a metodologia utilizada na pesquisa necessária para se chegar aos objetivos, quais os conceitos que serão adotados por esta pesquisa e embasará a análise toda, e quais modelos foram usados para correlacionar os investimentos em P&D na indústria química e seu desempenho em vendas. Tendo em vista, que a base para a produção de ciência é a experimentação, seja ela dedutiva – do geral para o específico – ou indutiva – do específico para o geral. Sabendo que não é possível, analisar cada uma das inúmeras empresas da indústria química, esta pesquisa será indutiva, para que de uma amostra se evidencie o todo.

3.1 Tipo de Pesquisa

A pesquisa é o motor do mundo, um número esmagador de todas as feitas se dá por meio dela, sendo de uma importância inestimável. Em resumo, não se faz ciência, sem se fazer pesquisa. Gil (2008) define pesquisa como sendo “o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos”.

Segundo o autor a pesquisa é um processo estruturado e racional pelo qual se expõe e responde um problema proposto. Esta é uma pesquisa quantitativa, que visa através de métodos matemáticos resolver o problema proposto. Segundo Fonseca (2002, p. 20):

Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem

Referências

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