• Nenhum resultado encontrado

Relatório de Estabilidade Financeira

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório de Estabilidade Financeira"

Copied!
22
0
0

Texto

(1)

Relatório de Estabilidade Financeira

Banco Central do Brasil - Outubro, 2017

Elaboração: Assessoria Econômica ABBC

(2)

 Com ênfase nos riscos e nas perspectivas para o sistema bancário, o relatório de estabilidade financeira do Banco Central apresenta o panorama recente dos indicadores mais relevantes. O primeiro semestre de 2017 foi marcado pela recuperação cíclica da economia, pela forte queda da taxa de inflação e da taxa básica de juros. Ao mesmo tempo, evidenciaram-se alguns sinais positivos no mercado de crédito, principalmente nas concessões para as famílias. Já o processo de desalavancagem das empresas e os critérios restritivos na concessão de empréstimos diante da piora na qualidade das carteiras refletem-se no desempenho ruim desse segmento.

 Os níveis de liquidez das instituições financeiras apontam patamar confortável que atenderia a um aumento de demanda de recursos com o aquecimento da economia, mas também para eventuais choques de liquidez. No semestre, a queda da liquidez do sistema foi motivada pela redução do estoque dos ativos líquidos, com a redução das captações e o aumento dos desembolsos em cenário de estresse por perdas motivadas pela migração de uma parcela de estoque de operações compromissadas com títulos próprios para fundos e outros ativos fora do SFN. O alongamento dos vencimentos das captações e o encurtamento do prazo residual das operações de crédito com as condições mais restritivas nas concessões indicam uma melhoria para o nível de liquidez de longo prazo.

 Os indicadores de riscos de crédito apresentam evolução distinta. Enquanto a taxa de inadimplência média das carteiras mostra-se comportada, há aspectos negativos como o aumento das reestruturações e o estoque elevado de ativos problemáticos. O Banco Central entende que pela adversidade do cenário econômico, a constituição líquida das provisões é satisfatória, o que contribui para a mitigação do risco para a estabilidade financeira.

 A piora na qualidade do crédito é mais evidente nas empresas de grande porte, com aumento da sua participação dos ativos problemáticos, com destaque para os setores de“Transportes”, “Construção, Madeira e Móveis” e “Varejo”. Nos financiamentos imobiliários das famílias, esse tipo de ativo apresentou aumento relevante. Como consequência, houve intensificação no processo de baixas a prejuízo e de retomada de imóveis.

Sumário

Base: 1º semestre de 2017

(3)

 Houve no período redução da quantidade de instituições com rentabilidade abaixo da proxy para taxa livre de risco, embora esse total ainda permaneça elevado. Os resultados foram favorecidos pelo crescimento da margem líquida, por conta da redução do custo de captação com a queda da Selic e das despesas de provisão. Contudo, a remuneração dos estoques deverá também se reduzir, tornando-se necessário o aumento da demanda do crédito para manutenção do bom resultado de intermediação financeira dos bancos. O Banco Central assinala que a superação deste cenário dependerá da retomada do crescimento do crédito e da revisão dos modelos de negócios dos bancos médios.

 Ao longo do semestre, a solvência do sistema apresentou indicadores consistentes. A base de capital foi fortalecida pela incorporação de resultados, emissões de instrumentos elegíveis a Capital Nível II e ligeiro recuo dos ativos ponderados pelo risco, particularmente os de crédito.

A necessidade projetada de capital para a plena implementação de Basileia III em 2019 reduziu-se pela metade. Em linha, a projeção do Índice de Basileia, considerando a plena implementação de Basileia III, apresentou crescimento de 1,3 p.p. em relação a dez/16, atingindo 15,5%.

 O nível de concentração para as operações de crédito aproxima-se bastante do que é considerado elevado pela abordagem de Herfindahl- Hirschman, com a participação de mercado das quatro maiores instituições aproximando-se de 78,6%. Após a crise de 2008, as fusões, aquisições e privatizações contribuíram para a elevação da concentração. Espera-se que uma melhora no ambiente econômico doméstico possa ajudar a aumentar a concorrência.

Sumário

Base: 1º semestre de 2017

(4)

Riscos para a estabilidade financeira

 No curto prazo, as carteiras ainda podem exibir aumentos nos ativos problemáticos de grandes empresas, contudo o volume das provisões constituídas seria confortável, mitigando os riscos para a estabilidade financeira.

 Movimentação entre os componentes dos índices relativos aos ativos problemáticos na carteira de crédito às famílias, com o aumento das reestruturações e leve queda da inadimplência. A carteira de crédito imobiliário apresenta aumento de risco, com intensificação das baixas a prejuízo e a retomada de imóveis dos inadimplentes.

 Riscos globais não se materializaram, com a menor percepção de que o Federal Reserve acelere o ritmo de normalização monetária, o que traria reflexos negativos para países emergentes. O gradualismo tem sido assegurado pela inflação baixa. A percepção de risco favorável permaneceu mesmo após a sinalização da redução gradual do seu balanço.

 Pesquisa junto às instituições financeiras classificou os riscos políticos e fiscais como mais prováveis e com maior impacto na estabilidade financeira.

Fonte: Banco Central do Brasil

(5)

Captações Externas

 A representatividade das captações externas em relação às captações totais manteve-se estável em níveis relativamente baixos, respondendo por 15,4% em junho– sendo 7,0% livres, 2,5% vinculadas e 5,9% mantidas no exterior –, patamar semelhante ao segundo semestre de 2016.

 Em linha com os demais indicadores econômicos, houve retração do estoque em dólares de 7,5% na comparação com junho de 2016, com as captações livres encolhendo 7,10% e as vinculadas diminuindo 7,3%.

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

7,0

2,5 5,9

2 3 4 5 6 7 8 9 10

jun/12 set/12 dez/12 mar/13 jun/13 set/13 dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15 mar/16 jun/16 set/16 dez/16 mar/17 jun/17

%

Perfil das captações externas

Percentual da captação total

Captações externas que ingressam (livres) Captações externas que ingressam (vinculadas) Captações externas mantidas no exterior

85,3 31,0

0 20 40 60 80 100 120 140

jun/11 out/11 fev/12 jun/12 out/12 fev/13 jun/13 out/13 fev/14 jun/14 out/14 fev/15 jun/15 out/15 fev/16 jun/16 out/16 fev/17 jun/17

Evolução do estoque (US$ bilhões)

Capt. Externas que ingressam (livres) Capt. Externas que ingressam (vinculadas)

(6)

0 5 10 15 20 25 Depósitos à vista

Depósitos judiciais Depósitos poupança Outros com liquidez imediata Com vencimento de 1 a 30 dias Com vencimento de 30 dias a 1 ano Com vencimento superior a 1 ano

%

Perfil das captações internas

jun/17 dez/16

Funding doméstico

 Representando 84,6% da captação total, o funding doméstico mostrou aumento de 3,04 p.p. das captações de depósito a prazo no primeiro semestre de 2017. Como contrapartida, houve redução de 2,77 p.p. na participação das operações compromissadas com títulos próprios, por causa da aplicação da Resolução 4.527/16. As LCAs também perderam representatividade no período.

 Destaca-se também a recuperação do estoque da caderneta de poupança (aumento de 0,47 p.p. entre dez/17 e jun/17), o que contribuiu para a perspectiva de maior estabilidade do funding, uma vez que clientes com este perfil tendem a ter relacionamento mais estável com os bancos.

Mereceram ainda menção as captações líquidas positivas dos fundos de investimento.

 A estrutura de vencimentos das captações domésticas no primeiro semestre de 2017 mantém a tendência de alongamento dos prazos, com a diminuição da participação dos instrumentos de liquidez imediata (25,4%) e depósitos à vista (4,8%) em junho. Por sua vez, observa-se aumento de contribuição de captações com vencimento superior a 30 dias, saindo de 34,6% em dezembro de 2016 para 36,3% em junho de 2017.

Fonte: Banco Central do Brasil

0 5 10 15 20

Poupança Depósitos a prazo Compromissadas com títulos privados Empréstimos e repasses Captações externas Outros instrumentos Depósitos judiciais LCI Dívida subordinada LCA Depósitos à vista DI

%

Funding doméstico

jun 2017 dez 2016

Fonte: Banco Central do Brasil

(7)

Liquidez de curto prazo - IL

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

 O índice de liquidez de curto prazo (IL), que mensura a proporção de ativos líquidos para cobrir as necessidades de caixa de curto prazo em um cenário de estresse (semelhante ao LCR da Resolução 4.401/17), encerrou junho em 2,19– 0,17 p.p. abaixo do fechamento de 2016.

 Os números sinalizam que o nível de liquidez encontra-se em patamar confortável, o suficiente não só para atender a um aumento de demanda de recursos originado por uma eventual retomada da atividade econômica, como também para suportar eventuais choques de liquidez.

 A queda do IL no semestre foi motivada pela redução nominal do estoque dos ativos líquidos, com a redução das captações e o aumento dos desembolsos projetados em cenário de estresse por perdas motivadas pela migração de uma parcela de estoque de operações compromissadas com títulos próprios para fundos e outros ativos fora do SFN.

 Os conglomerados financeiros que respondem por 98,1% do total de ativos do sistema bancário apresentam IL≥ 1. Na comparação com o semestre anterior, não houve aumento de instituições com índice inferior a 1.

2,19

1,50 1,65 1,80 1,95 2,10 2,25 2,40

jun/12 set/12 dez/12 mar/13 jun/13 set/13 dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15 mar/16 jun/16 set/16 dez/16 mar/17 jun/17

Evolução

15

3 8 14 18

72

15

3

10 13 17

73

IL < 0,8 0,8 ≤ IL <

1,0

1,0 ≤ IL <

1,2

1,2 ≤ IL < 1,6 1,6 ≤ IL < 2,0 IL ≥ 2,0

Distribuição IL

Quantidade de instituições

dez-16 jun-17

(8)

Liquidez estrutural - ILE

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

 Ao apurar a disponibilidade de fundos estáveis nas instituições financeiras para financiar as suas atividades de longo prazo, o índice de liquidez estrutural (ILE), métrica similar ao Net Stable Funding Ratio,aumentou 0,04 p.p. no semestre para 1,11. O alongamento dos vencimentos das captações e o encurtamento do prazo residual das operações de crédito, com as condições mais restritivas nas concessões, indicam uma melhoria para o nível de liquidez de longo prazo.

 A estrutura atual de fundingdas IFs minimiza cenários que possam afetar a estabilidade financeira, sendo que o colchão de liquidez permite o direcionamento de recursos para ativos de menor liquidez, suportando uma eventual– e esperada – retomada do crédito.

 Na análise individual, os bancos que respondem por 83,7% dos ativos totais do sistema mantiveram o ILE superior a 1,0. Em comparação com o semestre anterior, o número de bancos que se encontram mais expostos ao risco de liquidez (ILE<1,0) reduziu-se de 32 para 27, sendo que destes apenas 9 apresentam liquidez insuficiente para suportar um estresse no curto prazo.

1,11

1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12

jun/12 set/12 dez/12 mar/13 jun/13 set/13 dez/13 mar/14 jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15 mar/16 jun/16 set/16 dez/16 mar/17 jun/17

Evolução

10 8

14

21

12 10

55

9

4

14

20

14

7

63

ILE < 0,8 0,8 ≤ ILE <

0,9

0,9 ≤ ILE <

1,0

1,0 ≤ ILE <

1,1

1,1 ≤ ILE <

1,2

1,2 ≤ ILE <

1,3

ILE ≥ 1,3

Distribuição

Quantidade de instituições

dez-16 jun-17

(9)

Gap Crédito/PIB

 A medida do hiato do crédito amplo em relação ao PIB – agregado composto pelo estoque gerado no sistema bancário obtido no exterior e do financiamento via mercado de capitais – serve como sinalização de uma eventual acumulação de risco. Valores positivos indicam que o crescimento supera a tendência de longo prazo. O Comitê de Basileia apresenta gaps superiores a 2,0 p.p. como gatilho para acionar a utilização do colchão de adicional de capital contracíclico (ACCP).

 Segundo levantamento feito pelo BIS, o Brasil está entre os 26 países com gap de crédito amplo/PIB abaixo de 2,0 p.p.. O crescimento do crédito abaixo da tendência de longo prazo, com ou sem variação cambial, e a dinâmica do estoque de crédito, que ainda permanece em retração, não mostram uma futura necessidade de acionar o ACCP.

Fonte: Banco Central do Brasil

-3,00

-55 -35 -15 5 25

Irlanda Espanha Reino Unido Grécia Itália EUA Alemanha Brasil Rússia África do Sul Austrália Coréia França Argentina Japão Suíça Turquia México Chile Canadá Cingapura China

2016

-1,80 -4,29

-10 -5 0 5 10 15

dez/96 dez/97 dez/98 dez/99 dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 dez/08 dez/09 dez/10 dez/11 dez/12 dez/13 dez/14 dez/15 dez/16

p.p.

com variação cambial sem variação cambial

(10)

Crédito

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

 O crédito bancário doméstico apresentou por um longo tempo um ritmo cadente. Observa-se que em junho houve reversão na tendência de queda no estoque, tanto em termos nominais como em termos reais. O crescimento do crédito ainda é negativo para as empresas (PJ com evolução anual de -7,33%), contudo tem se tornado mais ameno desde o início do ano. A variação anual do estoque da carteira PF passou a mostrar uma leve tendência de aceleração, especialmente por conta do aumento nas concessões de crédito consignado, não consignado e financiamento de veículos.

 Apesar disso, a inadimplência das empresas elevou-se 0,6 p.p. na comparação com o primeiro semestre de 2016, encerrando junho em 3,6%.

Na comparação marginal, a inadimplência das operações de crédito dos bancos privados apresentou queda de 0,4 p.p.. Essa retração foi pontual, especialmente nas grandes empresas, influenciada pela baixa para prejuízo de uma operação de um banco privado e pela reestruturação de operações de uma empresa em recuperação judicial nos bancos públicos. No caso das PME a queda ocorreu por conta de menor taxa de passagem dos créditos em atraso para inadimplência.

 Diante das incertezas do cenário atual, verifica-se uma postura mais conservadora por parte das instituições financeiras, apresentando-se mais criteriosas na concessão do crédito e concedendo-o em patamar aquém àquele vigente antes da crise.

-7,33 4,30

-12 -7 -2 3 8 13

jun/14 ago/14 out/14 dez/14 fev/15 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

%

Evolução anual

PJ PF

3,6 6,7

1,7 0,0

1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0

jun/14 ago/14 out/14 dez/14 fev/15 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

%

Inadimplência

PJ Pequenas e Médias Grandes

(11)

Índice de Cobertura - IC

 Os indicadores de riscos de crédito apresentam evolução distinta. Enquanto a taxa de inadimplência média mostra-se comportada, a qualidade das carteiras evidencia aspectos negativos, como o aumento das reestruturações e o nível elevado de ativos problemáticos.

 O nível de provisões em relação à inadimplência elevou-se no primeiro semestre de 2017 para 1,84. Já o índice de cobertura em relação à carteira de ativos problemáticos subiu de 0,83 para 0,85. O Banco Central entende que por conta da adversidade do cenário econômico, a constituição líquida das provisões contribui para a mitigação do risco para a estabilidade financeira.

 Na análise do comportamento dos ativos problemáticos o relatório aponta que: (1) inadimplência pressionou o indicador até mai/17 e foi a grande contribuição para a queda em jun/17; (2) a carteira adimplente classificada com risco entre E e H manteve-se praticamente estável; e (3) a parcela referente às reestruturações continua responsável por boa parte do incremento (notadamente nos bancos públicos comerciais).

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

3,9 5,3 7,3

3 4 5 6 7 8

jun/14 ago/14 out/14 dez/14 fev/15 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

%

Carteira de ativos problemáticos

Operações inadimplentes

Operações inadimplentes ou reestruturadas

Operações inadimplentes, reestruturadas ou classificadas entre "E" e "H"

1,84

0,85 0,7

0,9 1,1 1,3 1,5 1,7 1,9

jun/14 ago/14 out/14 dez/14 fev/15 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

IC

Inadimplência Ativos problemáticos

(12)

Inadimplência, provisões, baixas para prejuízo e ativos problemáticos

 A média para as operações inadimplentes ficou em 3,74%, com redução marginal, porém ainda mantendo comportamento ascendente a partir do início da recessão. Por sua vez, as provisões e as operações classificadas em “E-H” mostram evolução semelhante, fechando o primeiro semestre de 2017 respectivamente em 6,90% e 6,98% do total da carteira. Já o nível de provisões apresenta-se inferior à carteira de ativos problemáticos, o que é justificável dado que nem todas as operações assim classificadas serão baixadas para prejuízo.

 A trajetória dos créditos baixados para prejuízo segue em alta, com a última mensuração de jun/16 indicando 3,80% do total da carteira.

Contudo, caso o comportamento das operações inadimplentes sustente um processo de estabilidade ou arrefecimento, as operações baixadas para prejuízo podem mostrar uma evolução mais favorável.

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

3,74 3,80

2,5 2,7 2,9 3,1 3,3 3,5 3,7 3,9 4,1

jun/14 ago/14 out/14 dez/14 fev/15 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

%

Operações inadimplentes Baixa para prejuízo 6,90

6,98 8,11

4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5

jun/14 ago/14 out/14 dez/14 fev/15 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

%

Provisões Operações classificadas em "E-H" Carteira de ativos problemáticos

(13)

Fonte: Banco Central do Brasil

Baixas a prejuízo

 No primeiro semestre, o volume total de baixas a prejuízo somou R$

119,2 bilhões, correspondente a 3,8% da carteira ativa. Este percentual representou uma alta de 0,6 p.p. em relação ao primeiro semestre de 2016 e está em patamar similar ao observado em junho de 2011.

 Esta variação foi impactada pela alta das baixas a prejuízo do crédito para Pessoas Jurídicas (PJ), especialmente por conta das pequenas e médias empresas, que subiram 1,8 p.p. e finalizaram o semestre em 7,7%.

 Da mesma forma, as baixas a prejuízo na carteira para Pessoas Físicas (PF) apresentaram alta de 0,4 p.p. em relação a 2016, terminando junho em 3,9%. Neste caso, o setor de crédito para financiamento de veículos

* em R$ bilhões

** em % do crédito total

58,7 68,0 83,8 79,0 76,8

99,9

119,2

3,8% 3,7% 3,9%

3,1%

2,7%

3,2%

3,8%

0,00%

0,50%

1,00%

1,50%

2,00%

2,50%

3,00%

3,50%

4,00%

0 20 40 60 80 100 120

jun/11 jun/12 jun/13 jun/14 jun/15 jun/16 jun/17

SFN

Baixas a prejuízo* % das operações de crédito**

1,2%

7,7%

3,6%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

jun/11 jun/12 jun/13 jun/14 jun/15 jun/16 jun/17

PJ

% do total das operações de crédito

Grandes Pequenas e Médias PJ

4,0%

2,1%

3,9%

2%

3%

4%

5%

6%

jun/11 jun/12 jun/13 jun/14 jun/15 jun/16 jun/17

PF

% do total das operações de crédito

Veículos Consignado PF

(14)

Empresas em Recuperação Judicial

 O volume de recuperações judiciais, apesar de elevado, encontra-se em patamar inferior ao do ano anterior.

 A geração operacional de caixa (EBITDA) das companhias abertas apresentou leve aumento no primeiro semestre de 2017, com a capacidade de pagamento das empresas seguindo estável, mesmo que ainda não seja observada melhora efetiva da economia.

* Até Agosto/2017 Fonte: Serasa Experian

757

874 828

1.287

1.863

685

2012 2013 2014 2015 2016 2017*

Requerimentos de RJ acumulados

3,0 1,3

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0

0 2 4 6 8 10 12

dez/05 jul/06 fev/07 set/07 abr/08 nov/08 jun/09 jan/10 ago/10 mar/11 out/11 mai/12 dez/12 jul/13 fev/14 set/14 abr/15 nov/15 jun/16 jan/17

Índice de cobertura de juros e EBITDA

(mediana)

Índice de cobertura de juros (mediana) EBITDA

Fonte: Banco Central do Brasil

(15)

Crédito PJ – Ativos Problemáticos

 O reflexo do ambiente econômico adverso fica mais evidente quando analisamos os ativos problemáticos dos diversos setores da economia. A piora no risco fica mais perceptível entre as empresas de grande porte, cujo percentual de ativos problemáticos subiu de 4,90% em dezembro de 2016 para 5,98% em junho de 2017. Para as empresas de pequeno e médio portes não houve variação no mesmo período de comparação, mantendo-se os 14,03%. Não só a inadimplência como as reestruturações se elevaram no período, de modo que os setores de “Transportes”,

“Construção, Madeira e Móveis” e “Varejo” registraram os maiores aumentos.

 Para o Banco Central, a estabilização dos ativos problemáticos e movimentos favoráveis na pré-inadimplência indicam que a materialização de risco nas empresas de pequeno portes estaria próxima do seu final, principalmente devido à diminuição do estoque de operações nesse segmento. Já para as empresas de grande porte, acredita-se que há potencial de alta tanto para a pré-inadimplência como para os ativos

Fonte: Banco Central do Brasil

3,44 4,59 8,85

2 3 4 5 6 7 8 9 10

jun/14 set/14 dez/14 mar/15 jun/15 set/15 dez/15 mar/16 jun/16 set/16 dez/16 mar/17 jun/17

%

Ativos problemáticos

Operações inadimplentes

Operações inadimplentes ou reestruturadas

Operações inadimplentes ou reestruturadas ou classificadas entre E e H

14,03

5,98

1 3 5 7 9 11 13 15

jun/14 out/14 fev/15 jun/15 out/15 fev/16 jun/16 out/16 fev/17 jun/17

%

Classificação por porte

Empresas de pequeno e médio porte Empresas de grande porte

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

Por setor

(16)

Crédito PF – Inadimplência ajustada

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

 O relatório do Banco Central indica estabilidade na qualidade da carteira de PF no semestre. Contudo, as instituições financeiras continuam recorrendo às reestruturações. Esse movimento – que usualmente ocorre de forma mais intensa nos meses de encerramento de semestre – levou à queda da inadimplência no mês de junho. A autoridade monetária destaca ainda que o volume de reestruturações ocorridas em jun/17 foi o maior de toda a série iniciada em 2012.

 O percentual de ativos problemáticos sobre o total da carteira de financiamento imobiliário apresentou aumento relevante no primeiro semestre (0,38 p.p.), responsável por 4,94% da carteira. O crédito não consignado continua respondendo pela maior fatia dos ativos problemáticos, 12,36%, embora com retração de 0,99 p.p. durante 2017.

 Vale destacar que, embora a inadimplência tenha reduzido, o percentual de ativos problemáticos sobre o total da carteira de financiamento imobiliário apresentou aumento relevante no primeiro semestre. Como consequência, houve intensificação no processo de baixas a prejuízo e de retomada de imóveis. Por fim, o maior volume de imóveis retomados levou ao aumento do saldo contabilizado pelos bancos em bens não de uso próprio (cerca de 1,0% da carteira ativa).

3,9 5,3 7,3

3 4 5 6 7 8

jun/14 ago/14 out/14 dez/14 fev/15 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

%

Carteira de ativos problemáticos

Operações inadimplentes

Operações inadimplentes ou reestruturadas

Operações inadimplentes, reestruturadas ou classificadas entre "E" e "H"

4,94 10,14 12,36

3 5 7 9 11 13 15

jun/14 ago/14 out/14 dez/14 fev/15 abr/15 jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

%

Ativos problemáticos

Principais modalidades

Imobiliário Cartão de Crédito Não Consignado

(17)

Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)

 Observa-se a recuperação do resultado do sistema bancário, com o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) alcançando 12,5% em junho, um aumento de 0,9 p.p. em relação a dez/16. O processo foi favorecido pelo crescimento da margem líquida, com a redução do custo de captação, por causa da queda da Selic, e das despesas de provisão.

 Já a distribuição de frequência do ROE aponta diminuição da quantidade de instituições com rentabilidade inferior à proxy para taxa livre de risco, embora o total de instituições abaixo deste parâmetro ainda permaneça elevado. Ademais, 30 instituições apresentaram prejuízo. O Banco Central assinala que a superação deste cenário dependerá da retomada do crescimento do crédito e da revisão dos modelos de negócios dos bancos médios de crédito que possuem capacidade mais restrita de diversificação de receitas.

São desconsiderados resultados não recorrentes e utilizou-se como proxy para taxa livre de risco a média anual da Selic acumulada nos últimos 36 meses, multiplicada por 0,85 para minimizar efeitos tributários. O prazo de 36 meses foi definido com base no prazo médio da carteira de crédito, principal fonte de receita do sistema bancário. Em decorrência do histórico de aquisições realizadas pelos grandes bancos e da relevância dos ágios decorrentes, foi incluído o valor das despesas de amortização de ágio líquido de tributos no ajuste de resultados não recorrentes.

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

29

60

41 30

51 50

RSPL < 0 0 < RSPL < 0,85 * Selic RSPL > 0,85 * Selic

Distribuição do ROE anual

Quantidade de IFs

dez/2016 jun/17 12,5

11,0

6 8 10 12 14 16 18

jun/11 out/11 fev/12 jun/12 out/12 fev/13 jun/13 out/13 fev/14 jun/14 out/14 fev/15 jun/15 out/15 fev/16 jun/16 out/16 fev/17 jun/17

%

ROE anual ajustado

Acumulado em 12 meses

ROE anual ajustado proxy para taxa livre de risco

(18)

Margens de crédito: bruta e líquida e despesas de provisão

 A queda da taxa Selic tende a afetar de forma positiva o custo de captação e, consequentemente, a rentabilidade bruta do crédito. Contudo, a remuneração dos estoques deverá também se reduzir, tornando-se mais evidente a necessidade do aumento da demanda do crédito para manutenção do bom resultado de intermediação financeira dos bancos.

 Para o Banco Central, mesmo em cenário de não retomada do crescimento do crédito, a margem deverá manter sua recuperação ao longo de 2017. Este fato, acrescido ao efeitos da reorganização de infraestrutura e pessoal, reforça a tendência de recuperação da rentabilidade para o próximo período.

 Também destaca-se que as despesas de provisão líquida apresentaram retração para R$ 109,0 bilhões em junho, tanto na margem (-1,9%) quando em comparação com junho de 2016 (-10,4%).

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

Fonte: Banco Central do Brasil

109,0

0 20 40 60 80 100 120

jun/11 out/11 fev/12 jun/12 out/12 fev/13 jun/13 out/13 fev/14 jun/14 out/14 fev/15 jun/15 out/15 fev/16 jun/16 out/16 fev/17 jun/17

Despesas de provisão líquida

R$ bilhões

7,98

3,94 2

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

jun/11 out/11 fev/12 jun/12 out/12 fev/13 jun/13 out/13 fev/14 jun/14 out/14 fev/15 jun/15 out/15 fev/16 jun/16 out/16 fev/17 jun/17

%

Margens de crédito

magem bruta de crédito margem líquida de crédito

(19)

Cobertura de Despesas Administrativas por Receita de Serviços

 No tocante às despesas operacionais, a reorganização de infraestrutura e de pessoal de alguns bancos de maior porte, com cortes significativos no número de agências e funcionários, além da sinergia em processos de aquisições, aumentaram o potencial de contenção de custos.

 As despesas com pessoal cresceram 4,6% nos últimos doze meses, enquanto as demais despesas administrativas retraíram-se 1,5% para o mesmo período de comparação, finalizando junho em R$ 120,9 bilhões e R$ 99,0 bilhões, respectivamente.

 Mesmo com o aumento do total acumulado de despesas, ressalta-se que também houve um aumento de 0,9 p.p. no índice de cobertura de despesas administrativas por receita de serviços, apontando uma maior eficiência das instituições financeiras de modo geral.

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

104,9 111,9 115,6 119,4 120,9

94,6 97,1 100,5 100,8 99,0

0 50 100 150 200

jun/15 dez/15 jun/16 dez/16 jun/17

Acumuladas em 12 meses

R$ bilhões

Despesas com pessoal Demais despesas administrativas

63,1%

64,0%

64,8%

65,4%

65,7%

63,0%

63,5%

64,0%

64,5%

65,0%

65,5%

66,0%

jun/15 dez/15 jun/16 dez/16 jun/17

Índice de cobertura

Acumulado em 12 meses

(20)

Solvência

 Os índices de capitalização permanecem bastante superiores aos requerimentos regulatórios. A Razão de Alavancagem reportou a mesma dinâmica, apresentando indicadores muito superiores ao requerimento mínimo em discussão (3,0%), a vigorar a partir de janeiro de 2018.

 Ao longo do semestre, a solvência apresentou indicadores consistentes. A base de capital foi fortalecida pela incorporação de resultados, emissões de instrumentos elegíveis a Capital Nível II e ligeiro recuo dos ativos ponderados pelo risco, reflexo da contração do RWA de crédito.

 Os índices de Capital Principal e PR1 evoluíram 0,4 p.p. e 0,6 p.p., respectivamente, em 12 meses. Junho apresentou valores de 12,7% e 13,7%

para estes índices, na ordem. Por sua vez, o índice de Basileia fechou o mês em 17,4%, 0,9 p.p. acima do apurado no mesmo período de 2016.

 A necessidade projetada de capital para a plena implementação de Basileia III em 2019 reduziu-se 50,5% para R$10,1 bilhões em jun/17, equivalente a 1,7% do PR projetado. Em linha, a projeção do Índice de Basileia, considerando a plena implementação de Basileia III, apresentou crescimento de 1,3 p.p. em relação a dez/16, atingindo 15,5%.

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

12,7 13,7 17,4

10 12 14 16 18

jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

%

Índices de capitalização

Índice de Capital Principal Índice de PR1 Índice de Basileia

4,5 6,0 10,5

3 5 7 9 11

jun/15 ago/15 out/15 dez/15 fev/16 abr/16 jun/16 ago/16 out/16 dez/16 fev/17 abr/17 jun/17

%

Exigência regulatória

Requerimento de CP Requerimento de PR1 Requerimento de Basileia

(21)

Concentração do SFN

 Os índices de Herfindahl-Hirschman (IHH) e RC4 são utilizados como acessórios na avaliação de níveis de concentração econômica. O IHH é obtido pelo somatório do quadrado da participação de cada IF no mercado considerado. A metodologia considera que mercados que registram valores para o IHH situados entre 0 e 1.000 são de baixa concentração; entre 1.000 e 1.800 de moderada concentração; e acima de 1.800 de elevada concentração. Já o RC4 representa a participação acumulada das quatro maiores instituições de mercado.

 A concentração do sistema bancário brasileiro manteve-se em patamares considerados moderados durante o início de 2017: 1741,1 para as operações de crédito, 1638,5 para os depósitos e 1541,8 para os ativos.

 O nível de concentração para as operações de crédito aproxima-se bastante do que é considerado elevado, fato corroborado pelo RC4 de 78,6%

para este componente. Por sua vez, os depósitos apresentaram retração do IHH e relação a dezembro de 2016 e embora ainda esteja em classificação moderada, a concentração deste componente para os quatro maiores do segmento ficou em 76,7%, uma retração de 1,0 p.p. no trimestre. Por sua vez, o componente de ativos manteve crescente seu RC4, atingido 73,0% em junho, com o IHH acompanhando a alta.

 Após a crise de 2008, foram observadas fusões, aquisições e privatizações, contribuindo para a concentração. Espera-se que uma melhora no ambiente econômico doméstico possa ajudar a aumentar a concorrência.

Fonte: Banco Central do Brasil Fonte: Banco Central do Brasil

1.451,8 1.741,1 1.638,5

800 900 1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 1.500 1.600 1.700 1.800

dez/07 jun/08 dez/08 jun/09 dez/09 jun/10 dez/10 jun/11 dez/11 jun/12 dez/12 jun/13 dez/13 jun/14 dez/14 jun/15 dez/15 jun/16 dez/16 jun/17

IHH

Ativos Operações de crédito Depósitos

73,0%

78,6%

76,7%

50%

55%

60%

65%

70%

75%

80%

dez/07 jun/08 dez/08 jun/09 dez/09 jun/10 dez/10 jun/11 dez/11 jun/12 dez/12 jun/13 dez/13 jun/14 dez/14 jun/15 dez/15 jun/16 dez/16 jun/17

RC4

Ativos Operações de crédito Depósitos

(22)

Assessoria Econômica

assessoriaeconomica@abbc.org.br

Av. Paulista, 949 - 6º andar Bela Vista - CEP: 01311-100 São Paulo – SP

Telefone: (5511) 3288-1688 Fax: (5511) 3288-3390

www.abbc.org.br

Referências

Documentos relacionados

O petróleo existe na Terra há milhões de anos e, sob diferentes formas físicas, tem sido utilizado em diferentes aplicações desde que o homem existe. Pela sua importância, este

insights into the effects of small obstacles on riverine habitat and fish community structure of two Iberian streams with different levels of impact from the

As análises serão aplicadas em chapas de aços de alta resistência (22MnB5) de 1 mm de espessura e não esperados são a realização de um mapeamento do processo

A agenda de atividades pode ser considerada um dos instrumentos que contribuem para o sucesso ou fracasso da proposta de disseminação dos resultados. Essa é

Então são coisas que a gente vai fazendo, mas vai conversando também, sobre a importância, a gente sempre tem conversas com o grupo, quando a gente sempre faz

2 Denominação fictícia dada às escolas vinculadas.. dificultam a efetiva recuperação da aprendizagem dos alunos, além de investigar os efeitos sobre o desempenho

Em que pese ausência de perícia médica judicial, cabe frisar que o julgador não está adstrito apenas à prova técnica para formar a sua convicção, podendo

O setor de energia é muito explorado por Rifkin, que desenvolveu o tema numa obra específica de 2004, denominada The Hydrogen Economy (RIFKIN, 2004). Em nenhuma outra área