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Permanecer na Fé, no Amor e na Esperança

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Permanecer na Fé, no Amor e na Esperança

Por Silvio Dutra

Out/2019

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A474

Alves, Silvio Dutra

Permanecer na fé, no amor e na esperança Silvio Dutra Alves – Rio de Janeiro, 2019.

56p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Fé I. Título.

CDD 252

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“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.” (I Coríntios 13.13)

Estas palavras não se referem a algo que tenha sido da invenção do apóstolo Paulo, mas são parte do ensino de nosso Senhor Jesus Cristo, e que se comprovam como verdadeiras na experiência dos crentes.

Permanecer é mais do que simplesmente estar, que pode ser presente agora e não depois.

Permanecer é continuar, persistir, perseverar, indicando a qualidade de ser constante e sempre em progresso. Não se pense que permanecer em seu sentido bíblico se refira ao que está parado, pois ainda que estável, não sujeito à aniquilação, está sempre em movimento crescendo e aumentando rumo à perfeição.

Então, estas três realidades (fé, amor e esperança) permanecem entre os crentes em todas as gerações, ainda que alguns dons sobrenaturais extraordinários do Espírito Santo possam não estar presentes (profecia, línguas, curas, etc) tanto quanto se encontravam na Igreja Primitiva.

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Na constância da fé, do amor e da esperança, cumpre-se o propósito divino relativo à formação do corpo de Cristo. As pedras vivas não devem ser movimentadas da posição que ocupam no templo do Espírito Santo, e para tanto, necessitam de constância na missão que devem cumprir.

A fé vem nomeada em primeiro lugar, porque se requer a confirmação da fé, porque é por ela que todas as portas para as demais graças são abertas, de modo que sem fé é impossível agradar a Deus.

Paulo coloca o amor por último no texto de I Cor 13.13 porque depois que tudo for cumprido e o reino de Deus se manifestar em sua plenitude em glória, já não haverá mais necessidade de fé e esperança, porque o veremos assim como Ele é. Sobretudo o amor permanecerá e prosseguirá, porque Deus é amor em essência, de modo que este jamais poderá acabar.

No nosso título, entretanto, colocamos o amor na sequência da fé porque é por meio dela que chegamos ao amor de Deus, que é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo. E é por meio do aumento da fé, no crescimento na graça e no conhecimento de Jesus, que o amor também aumenta em nós.

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E por fim, a esperança é especialmente necessária porque não somente alimenta a fé, como é nela que se fundamenta o nosso amor, porque com a experiência do cuidado e da provisão de Deus por nós, conforme a adquirimos nas tribulações, sabemos que Ele continuará a nos fazer bem para todo o sempre e mais e mais até o ponto de nos introduzir na glória celestial, de modo que temos esperança que todas as boas promessas que nos tem feito em Sua Palavra serão integralmente e fielmente cumpridas.

Quando a igreja perde o foco nestas coisas essenciais, ela pode degenerar em práticas religiosas ou mesmo procedimentos seculares, que nada tenham a ver com o propósito divino, e inclusive chegarem ao ponto de ser uma verdadeira abominação para o Senhor.

Aquele que é constante na fé, no amor e na esperança, tem a promessa da manifestação da Trindade divina em seu viver, e desta forma, dificilmente será desviado da piedade.

Não é sem motivo que instantemente somos ordenados na Palavra a permanecer em Jesus, a permanecer na obediência aos Seus mandamentos, a permanecer no amor, a perseverar na fé, a ser fortes na esperança.

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“1 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.

2 Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.

3 Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado;

4 permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.

5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

6 Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.

7 Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.

8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.

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9 Como o Pai me amou, também eu vos amei;

permanecei no meu amor.

10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.” (João 15.1-10)

“54 Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.

55 Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.

56 Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.

57 Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim viverá.” (João 6.54-57) A permanência do crente na fé, no amor e na esperança é sempre o resultado da sua permanência no próprio Jesus, uma vez que aqui não se trata de uma relação de partes independentes, mas de uma relação vital em plena unidade, conforme nosso Senhor o exemplificou pela ilustração da Videira Verdadeira, e da nossa participação em Sua vida

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por nos alimentarmos do Seu corpo e do Seu sangue, representados na Ceia pelo pão e pelo vinho. E a qualidade da vida que aqui se nomeia é eterna, espiritual, celestial e divina, que só pode ser conhecida por meio da fé.

“31 Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos;

32 e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8.31,32)

“10 Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras.

11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim;

crede ao menos por causa das mesmas obras.

12 Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” (João 14.10-12)

“22 A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia.

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23 Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor.” (Atos 11.22,23).

“21 E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia,

22 fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus.

23 E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.” (Atos 14.21-23)

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.

Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.” (Gálatas 5.1)

“13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.

14 Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.”

(Efésios 6.13,14)

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“Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor.”

(Filipenses 4.1)

“21 E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas,

22 agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar- vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis,

23 se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro.” (Colossenses 1.21,23)

Já por estes poucos textos podemos observar o quanto desagrada a Deus que sejamos inconstantes, sobretudo na nossa fé, amor e esperança.

Ele sempre se queixou da inconstância do amor de Israel com severas ameaças contra eles para que emendassem o seu comportamento.

Há muitos na própria Igreja de Cristo que pensam é algo normal amar o mundo tanto

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quanto se ama a Deus. Muitos consentem com o pensamento de que é possível servi-lo enquanto se mantém um coração dividido. Que é normal viver pecando e de vez em quando aproximar-se do altar divino para confessar e buscar perdão.

Como isto poderia ser consentido com a posição em que o crente foi colocado para ser testemunha da verdade, da santidade, da fé e do amor?

Mas, com o tipo de ministração que se ouve por quase todas as partes, em que o genuíno ensino bíblico acerca destas coisas e das demais que são necessárias para um viver em piedade, como poder-se-ia esperar coisas melhores e estas relativas à salvação?

“4 Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá?

Porque o vosso amor é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.

5 Por isso, os abati por meio dos profetas; pela palavra da minha boca, os matei; e os meus juízos sairão como a luz.

6 Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.

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7 Mas eles transgrediram a aliança, como Adão;

eles se portaram aleivosamente contra mim.”

(Oseias 6.4-7)

Josué e Calebe, diferentemente disto, foram fixados como exemplo de perseverança fé, sem a qual não é possível agradar a Deus.

“11 Certamente, os varões que subiram do Egito, de vinte anos para cima, não verão a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, porquanto não perseveraram em seguir- me,

12 exceto Calebe, filho de Jefoné, o quenezeu, e Josué, filho de Num, porque perseveraram em seguir ao SENHOR.” (Números 32.11,12)

“34 Tendo, pois, ouvido o SENHOR as vossas palavras, indignou-se e jurou, dizendo:

35 Certamente, nenhum dos homens desta maligna geração verá a boa terra que jurei dar a vossos pais,

36 salvo Calebe, filho de Jefoné; ele a verá, e a terra que pisou darei a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em seguir ao SENHOR.”

(Deuteronômio 1.34-36)

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Na direção contrária ao testemunho de Josué e Calebe nós temos o registro nas Escrituras para a desonra de Salomão, que na sua velhice se desviou de seguir fielmente o Senhor:

“4 Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era de todo fiel para com o SENHOR, seu Deus, como fora o de Davi, seu pai.

5 Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e a Milcom, abominação dos amonitas.

6 Assim, fez Salomão o que era mau perante o SENHOR e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai.” (I Reis 11.4-6) Nosso culto é racional (Romanos 12.1). Deus não quer pessoas crédulas que obedecem por obedecer, pois quando assim se age, geralmente não há real obediência, porque devemos conhecer a razão de tudo aquilo em que cremos.

Há motivo para cada ordenança divina.

Devemos buscar o conhecimento do caráter e pessoa de Jesus, para que possamos imitá-lo.

Conforme diz o apóstolo Pedro:

“14 Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois. Não vos

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amedronteis, portanto, com as suas ameaças, nem fiqueis alarmados;

15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós,

16 fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência, de modo que, naquilo em que falam contra vós outros, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo,” (I Pedro 3.14-16).

Observe que ele diz que a nossa esperança em Cristo não é sem motivo. Há razões que podem e devem ser apresentadas a qualquer um que nos pedir que as apresentemos para justificar a nossa fé em Jesus.

Por que devemos crer somente nEle para a salvação?

Por que devemos perseverar em meio às tribulações suportando com paciência todos os sofrimentos e injustiças que nos possam ser infligidos?

E assim, relativamente a qualquer indagação sobre a nossa fé, devemos estar preparados não somente para responder a outros, mas a nós

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mesmos, na busca de uma confirmação de fé que seja cada vez mais forte e inabalável.

Deus criou todas as coisas para um determinado propósito, e especialmente a humanidade para um fim preciso, de se prover nela de filhos que o adorem e glorifiquem eternamente.

Como isto poderia ser atingido sem perseverança em amar a Deus em santidade de vida?

Não servimos a Deus precipuamente para obter coisas necessárias por meio da Sua provisão, mas para glorificarmos o Seu nome por meio da nossa transformação à Sua imagem e semelhança para a obra de promulgação do evangelho.

Quando não é o Reino de Deus e a Sua justiça que se encontram em primeiro lugar em nossas expectativas, podemos ter a certeza de que nossas prioridades estão completamente incorretas, e por melhores que sejam as nossas intenções, estaremos no mínimo equivocados.

É por meio da confirmação da nossa vocação e eleição que podemos ter a certeza de estarmos praticando as coisas que são realmente relativas ao reino de Deus e aos Seus interesses.

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De modo que somos convocados a crescer espiritualmente para atingirmos tal objetivo, conforme somos instruídos em várias passagens das Escrituras e especialmente nesta do apóstolo Pedro, que destacamos a seguir:

“1 Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo,

2 graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor.

3 Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude,

4 pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo,

5 por isso mesmo, vós, reunindo toda a vossa diligência, associai com a vossa fé a virtude; com a virtude, o conhecimento;

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6 com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança; com a perseverança, a piedade;

7 com a piedade, a fraternidade; com a fraternidade, o amor.

8 Porque estas coisas, existindo em vós e em vós aumentando, fazem com que não sejais nem inativos, nem infrutuosos no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

9 Pois aquele a quem estas coisas não estão presentes é cego, vendo só o que está perto, esquecido da purificação dos seus pecados de outrora.

10 Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum.

11 Pois desta maneira é que vos será amplamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

12 Por esta razão, sempre estarei pronto para trazer-vos lembrados acerca destas coisas, embora estejais certos da verdade já presente convosco e nela confirmados.” (II Pedro 1.1-12)

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Há uma obra que foi iniciada no crente na conversão e que deve prosseguir até a sua perfeição em glória, e é nisto que a operação do Espírito Santo está empenhada principalmente:

“10 Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.

11 A ele seja o domínio, pelos séculos dos séculos. Amém!” (I Pedro 5.10,11)

“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6)

“12 Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor;

13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2.12,13)

Agora, se toda a nossa obra estiver desprovida da fé, da esperança e sobretudo do amor espiritual, celestial e divino, todo o nosso esforço será para pouco ou nada, uma vez que

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isto deve vir antes de tudo o mais. Tudo o que fizermos deve ser feito não propriamente por nós mas pela graça de Jesus, e para o propósito exclusivo de glorificar a Deus Pai.

Foi por este motivo que o apóstolo lembrou à Igreja de Corinto que estava repleta de dons espirituais, mas que era falha neste ponto, o que lemos em I Coríntios 13:

“1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.

2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência;

ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.

3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.

4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, 5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal;

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6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;

7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

8 O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão;

havendo ciência, passará;

9 porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.

10 Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado.

11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino;

quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.

12 Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face.

Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.

13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.”

A perseverança na fé, no amor e na esperança é ordenada por Jesus e todos os apóstolos, e a sua

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falta é repreendida naqueles que são inconstantes:

“2 Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações,

3 sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.

4 Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.

5 Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.

6 Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando;

pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento.

7 Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa;

8 homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos.” (Tiago 1.2-8)

“Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo.” (Marcos 13.13)

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“11 Este é o sentido da parábola: a semente é a palavra de Deus.

12 A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos.

13 A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, creem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam.

14 A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer.

15 A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra;

estes frutificam com perseverança.” (Lucas 8.11- 15)

“É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma.” (Lucas 21.19)

“40 Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.

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41 Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas.

42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.”

(Atos 2.40-42)

“5 Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, 6 que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento:

7 a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade;

8 mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça.” (Romanos 2.5-8)

“1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;

2 por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus.

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3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança;

4 e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.

5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.”

(Romanos 5.1-5)

“10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.

11 No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor;

12 regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes;”

(Romanos 12.10-12)

“1 Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais;

2 por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão.

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3 Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,

4 e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (I Coríntios 15.1-4)

“8 o qual também nos relatou do vosso amor no Espírito.

9 Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;

10 a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus;

11 sendo fortalecidos com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria,

12 dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz.

13 Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor,”

(Colossenses 1.8-13)

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“Perseverai na oração, vigiando com ações de graças.” (Colossenses 4.2)

“8 Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho;

9 pelo qual estou sofrendo até algemas, como malfeitor; contudo, a palavra de Deus não está algemada.

10 Por esta razão, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória.

11 Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele;

12 se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará;

13 se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.”

(II Timóteo 2.8-13)

Como a nossa fidelidade na obra do evangelho sempre haverá de levantar fortes oposições dos espíritos das trevas, que poderão atuar diretamente ou através da instrumentalidade

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de ímpios, com o intuito de nos fazer retroceder ou até mesmo de sermos paralisados em nosso avanço, sobretudo em nossos esforços espirituais para ganhar almas para Cristo e edificá-las na verdade, pois o próprio Deus dispôs em Seu decreto eterno que a salvação dos pecadores deveria ser feita em meio a uma grande luta entre a semente da mulher (Cristo e a Igreja) e a semente da serpente (Satanás, os demônios e os ímpios réprobos), de maneira que devemos estar armados em nosso pensamento quanto à necessidade de estarmos revestidos da graça de Jesus para poder suportar com paciência estas oposições e perseguições, e prosseguir adiante na obra de proclamação do evangelho em todo o mundo.

“10 Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança,

11 as minhas perseguições e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra, – que variadas perseguições tenho suportado! De todas, entretanto, me livrou o Senhor.

12 Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (II Timóteo 3.10-12)

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“35 Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão.

36 Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa.

37 Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará;

38 todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma.”

(Hebreus 10.35-38)

“1 Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, 2 olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus.

3 Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.” (Hebreus 12.1-3)

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“10 Irmãos, tomai por modelo no sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do Senhor.

11 Eis que temos por felizes os que perseveraram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo.”

(Tiago 5.10,11)

“Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulação, no reino e na perseverança, em Jesus, achei-me na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus.” (Apocalipse 1.9)

“1 Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:

2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;

3 e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.

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4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.

5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.” (Apocalipse 2.1-5)

Ainda que a perseverança na fé seja elogiada pelo Senhor, caso não seja acompanhada pela perseverança no amor, como era o caso da Igreja de Éfeso, não pode existir uma aprovação completa por parte de Jesus, uma vez que a fé visa principalmente ao amor, pois este procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé não fingida (I Timóteo 1.5). De modo que a fé sempre deve atuar pelo amor (Gálatas 5.6).

“10 Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.

11 Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” (Apocalipse 3.10,11)

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O crente deve perseverar até o fim porque este é o caráter mesmo da nova aliança que foi estabelecida pelo Pai com o Filho, para que os eleitos pudessem ser unidos à Trindade sem correrem o risco de serem lançados fora. Ora, se o próprio Deus fez a promessa que nos daria um coração de carne no lugar de um pedra, para que jamais nos afastássemos dEle, como poderíamos pensar em um outro modo de viver que fosse diferente do modo de estarmos completamente unidos ao Senhor e dependendo dEle para tudo?

“38 Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.

39 Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos.

40 Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.

41 Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma.”

(Jeremias 32.38-41).

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“6 Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas.

7 Porque, se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, de maneira alguma estaria sendo buscado lugar para uma segunda.

8 E, de fato, repreendendo-os, diz: Eis aí vêm dias, diz o Senhor, e firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá,

9 não segundo a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os conduzir até fora da terra do Egito; pois eles não continuaram na minha aliança, e eu não atentei para eles, diz o Senhor.

10 Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei;

e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

11 E não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo:

Conhece ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior.

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12 Pois, para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei.

13 Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer.”

(Hebreus 8.6-13).

“25 Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.

26 Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.

27 Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.” (Ezequiel 36.25-27).

Temos então a doutrina da perseverança dos santos pela qual aprendemos nas Escrituras que todo eleito perseverará até o fim porque este trabalho de perseverança para a salvação foi prometido e é garantido e realizado pelo próprio Deus. Como diz o autor de Hebreus que os eleitos não são daqueles que retrocedem na fé para a perdição eterna.

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“35 Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão.

36 Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa.

37 Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará;

38 todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma.

39 Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma.” (Hebreus 10.35-39)

Ora, se as realidades espirituais foram assim dispostas pela soberania de Deus, quanto à segurança eterna da nossa salvação, como poderíamos admitir que podemos abandonar a nossa confiança em Cristo, e deixarmos de andar conforme a Sua vontade, observando e cumprindo os Seus mandamentos? E o pior de tudo, fazendo-o por uma deliberada insolência em confrontação Àquele que nos chamou e salvou, sob o argumento de que podemos andar de forma descuidada, uma vez que já nos foi garantida a entrada no céu por causa da nossa fé em Jesus? Os que assim procedem deveriam

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duvidar da qualidade da fé que supõem que os salvou, uma vez que a fé verdadeira não abusa da paciência, do amor, da bondade e da longanimidade de Deus. Ao contrário, encontra mais do que duplo motivo para gratidão e fidelidade no fato de saber que sem qualquer merecimento foi objeto de uma salvação segura e eterna, pelo alto preço que foi pago por Jesus.

Todos éramos inimigos vis e indignos desta graça, e se Deus se dispôs a nos salvar por causa do Seu amor, como poderíamos admitir sequer o pensamento de viver de modo desobediente a Ele, e ainda por cima, nos gloriando na Sua misericórdia e bondade? Por um pai ser bom amoroso o filho deve ser rebelde e ruim, por saber que o pai não o expulsará de casa?

Assim, a perseverança, a constância, a permanência a que somos convocados e ordenados é aquela que se refere a um viver santo e piedoso conforme definido nas Escrituras, e em plena submissão à vontade do Senhor, andando nós em humildade, mansidão, misericórdia, verdade, justiça e em tudo o mais que se encontra na própria pessoa de Jesus.

Se o que esperamos é que este corpo mortal seja revestido da imortalidade no dia do arrebatamento da Igreja, quando receberemos

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um novo corpo glorificado, se o que esperamos é que sejamos desvestidos completamente do velho homem, e revestidos com perfeição da nova criatura, se esperamos ser perfeitamente santos assim como Deus é santo, como poderíamos admitir um modo de viver desordenado contra as coisas que nos são ordenadas como uma consequência normal e natural da nova condição que alcançamos em Cristo Jesus?

Ora, se a aliança que Deus fez conosco em Jesus Cristo é uma aliança de amor, então é algo que deve durar para sempre, porque onde há verdadeiro amor por alguém é para todo o sempre.

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Apêndice:

O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação Estamos inserindo esta nota em forma de apêndice em nossas últimas publicações, uma vez que temos sido impelidos a explicar em termos simples e diretos o que seja de fato o evangelho, na forma em que nos é apresentado nas Escrituras, já que há muita pregação e ensino de caráter legalista que não é de modo algum o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Há também uma grande ignorância relativa ao que seja a aliança da graça por meio da qual somos salvos, e que consiste no coração do evangelho, e então a descrevemos em termos bem simples, de forma que possa ser adequadamente entendida.

Há somente um evangelho pelo qual podemos ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais

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do evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.

Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar a seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da nossa salvação.

Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.

Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.

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Como estes que foram redimidos se encontravam debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual eternas.

Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do Seu sangue, porque a lei determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento substitutivo.

Importava também que este Substituto de pecadores, assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.

Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria ser alguém divino para realizar tal obra.

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Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para realizar a obra de redenção.

O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?

Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.

Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue do próprio Deus.

Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.

Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o

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nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua vida em nós.

Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.

Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser

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transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.

Tanto é assim, que para que tenhamos a plena convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza espiritual e santa que recebemos na conversão.

Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.

Isto pode ser visto claramente em várias passagens bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.

À luz desta verdade, percebemos que mesmo as enfermidades que atuam em nossos corpos

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físicos, e outras em nossa alma, são o resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.

Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas imperfeições e transgressões.

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Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus, mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da sua salvação.

É possível que alguém leia tudo o que foi dito nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e que foi citada de forma resumida no primeiro deles, a saber:

“Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”

Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e

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Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e os crentes apenas os beneficiários.

O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem salvos para serem santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.

Então, preste atenção neste ponto muito importante, de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com

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Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto venha a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a glória celestial.

A salvação é por graça porque alguém pagou inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.

E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.

Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.

Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.

Agora, nada disso é possível sem que haja arrependimento. Ainda que não seja ele a causa

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da nossa salvação, pois, como temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.

Então, não há salvação pela fé onde o coração permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo santo para a glória de Deus.

Desde que haja arrependimento não há qualquer impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e completamente avessa aos valores eternos e celestiais.

Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessados em demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através de sua falsa religiosidade, e autoengano,

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