Documento Orientador da Equipa Diocesana da Pastoral Familiar de Aveiro

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Documento Orientador da EDPF 1

Documento Orientador da Equipa Diocesana da Pastoral Familiar de Aveiro

Enquadramento Geral

Este documento tem como base as indicações do Sr. Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, nomeadamente “Orientações para a Celebração do Matrimónio – Documento de Trabalho” e pretende ser uma proposta de orientação para o trabalho da Equipa Diocesana da Pastoral Familiar, cuja missão é de organizar e ajudar a concretizar a ação Pastoral Familiar na Diocese de Aveiro.

O Secretariado Diocesano de Pastoral Familiar articulará três equipas: Equipa Diocesana de Preparação para o Matrimónio; Equipa Diocesana de Pastoral Familiar; Equipa Diocesana para a aplicação do Cap. VIII da Exortação Apostólica Amoris Laetitia. O presente documento foca-se somente na proposta das orientações da Equipa Diocesana da Pastoral Familiar, as restantes áreas serão objeto de futuras edições ou documentos próprios.

Missão da Pastoral Familiar

A Pastoral Familiar (adiante mencionada com a sigla PF) “É toda a ação ou intervenção da Igreja em favor da Família, acompanhando-a, passo a passo, nas diversas etapas da sua formação e desenvolvimento, através das suas estruturas e dos seus responsáveis e agentes.” (Familiaris Consortio, 1981, nº 65).

A missão da PF, no seu sentido lato, é anunciar o Evangelho da Família como “resposta às expectativas mais profundas da pessoa humana: a sua dignidade e plena realização na reciprocidade, na comunhão e na fecundidade.” (Amoris Laetitia, 2016, n.º 201).

Resumindo, como diz o Sr. Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, será “ajudar os casais a viverem o amor”.

Destinatários

A ação da PF destina-se a todas as famílias e a todas as situações familiares.

Objetivos Gerais da Pastoral Familiar

● Promover no percurso catecumenal dos jovens o anúncio do Matrimónio como vocação ao amor e preparação remota e imediata;

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● Promover o acolhimento, integração e acompanhamento das famílias nas suas comunidades e criar estruturas de apoio ao crescimento da relação familiar e vocação matrimonial;

● Promover o acompanhamento, discernimento e integração de situações de fragilidade, de acordo com o Capítulo VIII da Exortação Apostólica Amoris Laetitia.

Pastoral Familiar

Entendendo a PF como “...toda a ação ou intervenção da Igreja em favor da Família” (Familiaris Consortio, 1981, nº 65), é fundamental definir o que se entende por Família, para compreender o que se pode fazer, em termos pastorais, para ajudar as famílias de hoje a crescerem no amor para se tornarem “mesmo na sua fragilidade, luz na escuridão do mundo” (Amoris Laetitia, nº 66).

A Família é um centro de amor, diz-nos o Papa Francisco, onde reina a lei do respeito e da comunhão, mas as famílias podem ser muito diferentes entre elas: podem ser casais unidos em Matrimónio, casais em união de facto, famílias monoparentais (por viuvez, situações de fratura ou outras), famílias jovens (com ou sem filhos), famílias de idade (já sem filhos em casa), avós que vivem com os netos e os educam, famílias de divorciados/recasados, famílias alargadas, famílias desenraizadas, famílias em crise... Todas estas famílias necessitam do olhar misericordioso da Igreja e de respostas, necessariamente diferenciadas, às suas necessidades e anseios.

Assim, a PF dirige-se não apenas aos casais unidos em Matrimónio, mas a todas as famílias às quais a Igreja pode oferecer um porto seguro onde se sintam acolhidas e valorizadas, assim como a todas as famílias que pretendam ser integradas nas suas comunidades paroquiais. A PF deve acompanhar casais que querem fazer caminho no discernimento da sua vocação ao amor. Na paróquia, família de famílias, deverão ser cultivadas a solidariedade, a partilha e a entreajuda entre famílias. A nível paroquial, e/ou arciprestal e/ou diocesano deverão ser oferecidos momentos de encontro, debate e formação tendo como objetivo o crescimento no amor.

«…um desafio da Pastoral Familiar é ajudar a descobrir que o Matrimónio não se pode entender como algo acabado» (AL 218).

Partindo da preparação para o Matrimónio e sobretudo do sacramento recebido, o acompanhamento pós-Matrimónio, deve ajudar os casais a manter vivo na vida familiar, o reconhecimento do dom, do compromisso assumido e em sensata perseverança. Nas famílias surgidas do casal unido pelo sacramento do Matrimónio, esta sensata perseverança, concretiza-se convidando à leitura da Palavra e à oração, no seio familiar. É preocupação da PF, que estas famílias tomem perfeita consciência da sua vocação de Igreja doméstica, ou primeira comunidade cristã, no catecumenato dos mais novos, apoio nas fragilidades e, por último, testemunho do amor de Deus.

Esta ação de acompanhamento pós-Matrimónio, é comum a todos os agentes de pastoral - sacerdotes e equipas paroquiais, arciprestais -, e seu fundamento advém da missão de ajudar a tornar fecundo o sacramento do Matrimónio e a viver o amor de Deus no casal e na Família.

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Documento Orientador da EDPF 3 As famílias nascidas de casais unidos pelo Matrimónio, assim como as outras unidas sem o sacramento do Matrimónio, são igualmente destinatárias e sujeitos ativos da PF, embora a preparação e a vivência espiritual cristã requeiram uma abordagem adequada.

O desafio da PF consiste em saber gerar uma cultura do Matrimónio e da Família.

Acompanhamento de situações de dificuldade

As famílias, nos dias de hoje, existem em diversas formatações. É também missão da PF acolher e evangelizar as que estão em situações específicas ou em momento de dificuldade por motivos variados, não só resultantes de situações naturais (como a viuvez, a perda de um membro familiar...), como também de opções pessoais (o divórcio, famílias monoparentais, a migração, segunda união, entre outros...).

Cabe à PF, mostrar que o amor fraterno de Deus está presente no seio da Família, mesmo nestes momentos difíceis, pois o lar é a primeira Igreja, a Igreja doméstica. A caminhada cristã implica passagens por desertos muitas vezes imprevisíveis e que só o acolhimento baseado em Cristo, nos faz ser capazes de os enfrentar.

O amor deve ser o “norte” da PF, na sua missão evangelizadora, afinal são famílias, evangelizando famílias.

A PF deve procurar levar a todos a presença amiga, a simpatia, a ajuda concreta e a proposta da certeza de que Deus a todos ama como filhos e a todos quer em Sua casa.

Estrutura Orgânica:

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Equipa Diocesana

A equipa diocesana da PF, nomeada pelo Senhor Bispo, para um período de 3 anos, será formada por cinco casais e um assistente espiritual. Terá um casal coordenador, um casal secretário e tesoureiro, um casal responsável pela ligação aos movimentos, um casal responsável pela comunicação e um casal suplente de apoio aos outros casais. Todos os casais deverão assumir a ligação a uma ou mais equipas arciprestais. Outros papéis como, por exemplo suporte informático, coordenação com outras entidades e operacionalização dos objetivos do plano deverão ser distribuídos de acordo com a disponibilidade e capacidade de cada casal. A equipa deverá reunir- se ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente sempre que necessário. Cabe ao casal coordenador representar ou fazer-se representar nas reuniões com o secretariado da PF, com a Pastoral Diocesana, com o Departamento Nacional da Pastoral Familiar e demais solicitações institucionais relevantes para a boa concretização dos objetivos propostos.

Objetivos

● Dinamizar a PF através de uma estrutura organizada, suportada em equipas arciprestais e paroquiais:

o Dinamizar as equipas existentes;

o Incentivar e apoiar a constituição de equipas onde não existam;

o Promover formação de agentes da PF;

o Construir uma rede de contactos da PF;

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● Assegurar a articulação entre equipas da PF da Diocese e estruturas nacionais da PF e movimentos relacionados com a Família;

● Assegurar a articulação das ações realizadas pelas equipas da PF e/ou movimentos no âmbito da Família no calendário diocesano;

● Promover, a nível diocesano, ações de valorização da Família;

● Divulgar e dinamizar a nível diocesano as ações de PF promovidas a nível nacional;

● Criar e dinamizar presença na comunicação social;

● Assegurar a continuidade do trabalho da PF.

Equipa Arciprestal

A equipa arciprestal da PF deverá ser constituída por um casal representante de cada equipa paroquial ou interparoquial de PF (Casal de Ligação) e assistida pelo delegado Arciprestal da PF. A equipa terá um período de serviço de 3 anos.

Objetivos

● Representar a equipa nas reuniões da PF a nível diocesano;

● Divulgar, promover e articular ações da PF junto das equipas paroquiais;

● Receber e avaliar as informações vindas das paróquias (ex.: necessidades; movimentos carismáticos integrados na paróquia…);

● Assegurar a articulação com as equipas paroquiais e movimentos locais relacionados com a Família;

● Promover a ligação entre as equipas paroquiais/interparoquiais e a equipa diocesana.

● Outros que as equipas proponham.

Equipa Paroquial ou Interparoquial

A equipa paroquial ou interparoquial da PF deverá ser constituída pelo Pároco, ou seu delegado, e um grupo de casais. Esta equipa deverá integrar, se possível, alguns casais que façam parte de Movimentos Católicos ligados à Família. Deverá ser indicado o casal de ligação com a equipa arciprestal. A equipa terá um período de serviço de 3 anos.

Objetivos

● Conhecer as famílias;

● Avaliar as necessidades da paróquia em termos de PF e transmiti-las à Equipa Arciprestal da PF;

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● Representar a equipa nas reuniões da Equipa Arciprestal da PF;

● Promover e divulgar ações locais de PF;

● Divulgar e promover e a participação nas iniciativas propostas no âmbito da PF.