CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA Curso de Ciências Econômicas – 7º Período
A RELEVÂNCIA ECONÔMICA DA MATRIZ ENERGÉTICA SUSTENTÁVEL: UMA ANÁLISE DO POTENCIAL BRASILEIRO
FERENTE AS TENDÊNCIAS DO SETOR DE ENRGIA
Ariel Pollo Ballerini RA: 4018927
Ribeirão Preto Fevereiro/2020
1. Resumo;
Energia é um insumo essencial para a sustentação das atividades econômicas de um país, seja através da energia elétrica ou de combustíveis. Sendo assim, é importante repensar a constituição da matriz energética utilizada, e analisar quais as fontes geradoras de energia que a compõem. Isso porque o contexto global pede pela utilização de fontes renováveis de energia, para que causem o menor impacto ambiental possível, não esgotem os recursos do planeta e mantenham o desenvolvimento econômico das nações.
Dentro do contexto brasileiro, pode-se observar que há uma grande participação de fontes renováveis na matriz energética. Devido ao grande território e aos diversos biomas do país, alguns insumos de energia se tornam cada vez mais proeminentes, como a biomassa, a eólica e a solar, assim como as hidrelétricas que já possuem grande participação no setor.
Portanto, o presente trabalho possui o objetivo de analisar a atual matriz energética brasileira, verificando seu potencial de produção de energia limpa. Através da coleta de dados e estudo bibliográfico, serão destacados pontos como a viabilidade econômica, os impactos ambientais e a posição brasileira no contexto de produção de energia global.
2. Introdução;
Para dar início à discussão, é preciso compreender do que se trata a matriz energética de um país. Esta é composta por um conjunto de fontes geradoras de energia, que pode ser utilizada de formas distintas (combustíveis de automóveis, gerar eletricidade, aquecer alimentos, etc).
Dentro da economia nacional, observa-se que todos os setores demandam determinada quantidade de energia. Alguns mais do que outros, como por exemplo os
setores industrial e de transporte, cuja procura projetada para 2027 pelo Plano Decenal de Expansão de Energia é de 32% do que é produzido, enquanto a máquina pública possui uma demana de apenas 1% (EPE, 2017). Essa relação demonstra a relevância que o setor energético possui frente à economia, tornando importante o seu estudo e análise para melhor eficiência do crescimento e desenvolvimento do país.
Atualmente, as economias ao redor do globo mantém uma grande dependência das fontes de energia não renováveis, como o petróleo, carvão mineral e gás natural. Essa relação é provinda de períodos que retratam a primeira Revolução Industrial, a qual tornou possível o aumento da produtividade das indústrias (e até mesmo a criação destas em determinados setores).
No entanto, tal dependência já se demonstrou arriscada para as economias contemporâneas. Toma-se como exemplo as crises do petróleo que ocorreram ao longo das últimas décadas, as quais impactaram diretamente as economias submissas a este insumo. Quedas na produção de petróleo e embargos, como aqueles realizados pelos países árabes em 1973, refletem sobre o nível de preços e geram distorções no sistema econômico. “A necessidade de obter tal produto contribuiu fundamentalmente para a interrupção da boa fase que as economias atravessavam, sendo verificadas quedas no nível de atividade e na taxa de crescimento, além de uma substancial inflação.” (DE MELO, p. 11, 2008).
Se atentando à realidade brasileira, é perceptível que nossa relação de dependência parte para outro insumo gerador de energia: a água. Representando cerca de 65,2% da matriz energética do Brasil (EPE, 2017), a hidráulica aproveita o grande potencial hídrico do país, mas acaba sofrendo as consequências de mudanças climáticas, como períodos de seca. Tais situações prejudicam a produção energética das usinas, trazendo a necessidade de se recorrer às termoelétricas. “ Alguns fatores operacionais e
climáticos como a sazonalidade das chuvas e as baixas pluviométricas dos últimos anos são parte do problema, por terem demandado acionamentos frequentes das usinas termelétricas.” (LEÃO, 2019).
Assim, é pertinente realizar uma análise ao que se refere à importância da diversificação da matriz energética do país, reconhecendo a necessidade de aplicação de tecnologias que possibilitam o fornecimento sustentável de geração de energia, seja pelo custo-benefício de tal modalidade, pelo contexto climático global, ou até mesmo pela preocupação com o nível de recursos disponíveis.
3. Justificativa, com síntese da bibliografia fundamental;
Com o propósito de verificar a pertinência do estudo, serão realizadas análises relacionadas a três vertentes: a escasses dos recursos, o custo envolvido na geração de energia limpa e o impacto ambiental das fontes. Dessa forma, é possível demonstrar o potencial energético brasileiro, dentro do contexto global do setor em questão.
O estudo da Ciência Econômica é relacionado, por definição, com a escassez de recursos naturais que o nosso planeta possui, frente às necessidades inacabáveis do consumo humano. “Costuma-se dizer que as necessidades humanas são ilimitadas, o que contrasta com o montante de recursos disponíveis para satisfazê-las, os quais são limitados. Assim, o problema econômico fundamental consiste em distribuir esses recursos escassos entre fins alternativos.” (JESUS DE SOUZA, 1997, p. 20).
Já é de conhecimento geral que matérias primas como petróleo, carvão e gás natural, possuem reservas que eventualmente serão esgotadas. Por essa razão, o economista apresenta uma papel importante na discussão de alternativas para substituir esses recursos, de forma a evitar a dependência dos mesmos e garantir a manutenção do
desenvolvimento econômico. Pensando na realidade nacional, “o Brasil dispõe de grande potencial energético, com destaque para as fontes renováveis de energia (potencial hidráulico, eólico, de biomassa e solar).” (TOLMASQUIM, 2016, p. 29).
O segundo viés relevante para o estudo em questão, é a viabilidade econômica da produção de energia alternativa (renovável).
Nos últimos anos, as vantagens econômicas passaram a figurar entre os pontos positivos dessas fontes. A evolução tecnológica e o ganho de escala experimentado principalmente pelas energias eólica e solar, além de outras opções renováveis, resultou em investimentos no ano de 2011 da ordem de 237 bilhões de dólares, um crescimento de 6,5% em relação a 2010 e mais de 30% em relação a 2009 [...] (BAITELO, 2012, p. 71)
Como apontado por Ricardo Baitelo, as tecnologias relacionadas à geração de energia limpa se desenvolvem cada vez mais, dado o grande potencial gerador e sua renovabilidade. Além da redução do custo conforme a melhora tecnológica, é um tipo de empreendimento que atrai diversos tipos de investidores, o que pode apresentar grande rentabilidade.
Por fim, a última vertente a se analisar é a respeito dos impactos ambientais causados pela utilização de tais usinas geradoras de energia. Conforme explanado por Baitelo (2012):
As energias renováveis, notórias pelo seu elevado potencial de utilização, são consideradas a principal solução para a mitigação de gases de efeito estufa no mundo e, em muitos casos, capazes de minimizar impactos socioambientais decorrentes da implantação de usinas e sistemas convencionais – como no caso de grandes empreendimentos hidrelétricos e termelétricos.
O custo ambiental é uma variável que deve ser avaliada na hora de se definir e implantar uma estrutura geradora de energia. Por mais que apresentem um baixo nível de emissão de gases poluentes, as hidrelétricas, por exemplo, danificam o ambiente em seu entorno, tanto pelo alagamento causado pelo reservatório, quanto a desregularização
do habitat da fauna local. Portanto, é necessário a pesquisa e a análise referente a fontes de geração de energia que não apenas sejam renováveis, mas que também apresentam o menor impacto ambiental possível, para que os recursos naturais possam ser preservados para gerações
futuras.
4. Objetivos;
O presente estudo tem como objetivo analisar a atual matriz energética brasileira, verificando seu potencial de produção de energia limpa. Através da coleta de dados e estudo bibliográfico, serão destacados pontos como a viablidade econômica (e sua importância), os impactos ambientais e as vantagens em relação a melhor administração dos recursos escassos.
5. Métodos e Material;
A metodologia da pesquisa será a de levantamento de referencial bibliográfico, com coleta de dados provindos de pesquisas realizadas por institutos e órgãos públicos relacionados à área do tema.
6. Forma de análise dos resultados;
Será realizada uma análise descritiva dos dados coletados, relacionando-os com o contexto econômico dentro da proposta do tema.
7. Plano de trabalho e Cronograma de execução;
Referências Bibliográficas
Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Agência Nacional de Energia Elétrica. Brasília, 2002.
BERMANN, Célio e col. Setor Elétrico Brasileiro e a Sustentabilidade no Século 2:
Oportunidades e Desafios. 2. ed. Brasília, 2012.
EPE. MATRIZ ENERGÉTICA E ELÉTRICA. 2019, Disponível em:
http://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica . Acesso em: 18 de jan. de 2020.
LEÃO, Rafael. A Agenda de 2030 das Nações Unidas e as Energais Renováveis no Brasil. Brasília, 2019
JESUS DE SOUZA, Nali. Introdução à Economia. 2. ed. São Paulo: Atlas S.A., 1997.
TOLMASQUIM, M.; GUERREIRO, A.; GORINI, R. Matriz Energética Brasileira.
2007.
VENTURA FILHO, Altino. O Brasil no Contexto Energético Mundial. NAIPPE/USP.
vol 6. Brasília, 2009