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Keywords: school Physical Education; High School; remote learning; amplified health.

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Academic year: 2022

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EDUCAÇÃO FÍSICA E SAÚDE AMPLIADA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS DESENVOLVIDAS DURANTE A PANDEMIA

DA COVID-19

Physical Education and amplified health: an experience report of pedagogical possibilities developed during the Covid-19 pandemic

Angélica Caetano da Silva Colégio Pedro II1 Vitor Abdias Cabót Germano

Colégio Pedro II2 Nathalia Gaspar Perestrello Menezes

Colégio Pedro II3

Resumo: O presente trabalho trata-se de um relato de experiência de professores do Colégio Pedro II, instituição Federal localizada no Rio de Janeiro, no ano letivo de 2020. Tem como objetivo descrever a abordagem do tema “saúde ampliada” nas aulas de Educação Física escolar do Ensino Médio de forma remota, dentro de um contexto pandêmico. Buscou-se utilizar de diferentes propostas didáticas, aproximadas da realidade do(a) estudante, desconstruindo o conceito de saúde como ausência de doenças. O relato tem por finalidade apresentar algumas ferramentas de ensino para reflexão, construídas com e para os alunos.

Palavras-chave: Educação Física escolar; Ensino Médio; ensino remoto; saúde ampliada.

Abstract: The present article is an experience report of teachers at Colégio Pedro II, a federal institution located in Rio de Janeiro, in the 2020 academic year. It aims to describe the approach of the theme “amplified health” in high school Physical Education classes remotely, whitin a pandemic context. We attempt to use different didactic proposals, closer to the student’s reality and deconstructing the concept of health as the default of disease. The report aims to present some teaching tools for reflection, built with and for the students.

Keywords: school Physical Education; High School; remote learning; amplified health.

1 angelicarural@gmail.com; Doutorado em Educação Física pela Universidade Federal do Espírito Santo; Professora do Colégio Pedro II/RJ.

2 vitor.germano.1@cp2.edu.br; Mestrado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Campus Rio Claro ; Professor do Colégio Pedro II/RJ.

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SILVA, Angélica Caetano da; GERMANO, Vitor Abdias Cabót; MENEZES, Nathalia Gaspar Perestrello.

Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, ago./dez. 2021, p. 01 - 10.

Recebido em: 19/09/2021

INTRODUÇÃO

Há quase dois anos estamos vivenciando uma pandemia

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causada por um vírus denominado SARS-CoV-2, identificado em um mercado de venda de animais silvestres na cidade de Wuhan, China, aos 31 de dezembro de 2019. A COVID-19, como assim tornou-se conhecida, é uma doença que pode apresentar diferentes sintomas (não padronizados ainda) e gravidades (desde sintomas mais leves, podendo evoluir até situações mais graves). A transmissão acontece de uma pessoa doente para outra pela proximidade, sem uso de barreiras físicas, via aerossol e por meio de superfícies contaminadas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

Diante dessa nova realidade pandêmica, tanto o Brasil como os demais países precisaram tomar medidas bastante restritivas para evitar que as pessoas fossem e continuassem sendo contaminadas. Dentre as estratégias, o isolamento social e o distanciamento social tornaram-se, desde o início da pandemia, medidas necessárias para diminuir a transmissão. O isolamento social foi indicado e adotado quando as pessoas não podiam sair de suas casas como forma de evitar a proliferação do vírus.

Escolas, universidades, shoppings, academias esportivas, lojas, transportes intermunicipais, interestaduais realizados por táxis ou aplicativos foram inicialmente interrompidos ou fechados como estratégia de contenção da pandemia, em acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e dos decretos estaduais e municipais (AGÊNCIA BRASIL, 2020). E, para adequar-se à nova rotina de trabalho em isolamento e distanciamento ocasionado pela pandemia da COVID- 19, muitos estabelecimentos, empresas e instituições públicas suspenderam total ou parcialmente suas atividades, passando a operar na modalidade de home office, também chamado de teletrabalho ou trabalho remoto.

Com relação à educação, não foi diferente. O Ministério de Educação lançou duas portarias, n. 343 e 345, de 17 de março e 22 de março de 2020, respectivamente, dispondo sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais

4 Quando o número de pessoas infectadas por determinada doença aumenta numa região específica chamamos esse f enômeno de surto. Se o número de surtos aumentar vertiginosamente, atingindo várias regiões de uma cidade ou estado, alastrando-se pelo país dizemos que o surto se transformou numa epidemia. Por sua vez se a epidemia avançar, atingindo vários países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decreta a ocorrência de uma pandemia.

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enquanto durasse a situação de pandemia do novo Coronavírus. Como efeito, ocorreu a suspensão das aulas e os decretos foram sendo renovados, fazendo com que professores e as escolas tivessem que se ajustar rapidamente às diferentes formas de ensinar e aprender, em casa e de casa. Nesse sentido, o uso de tecnologias e as aulas remotas emergiram como alternativas para o seguimento das atividades letivas de 2020, também no Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, lugar de onde falamos. Assim, a instituição reorganizou as atividades pedagógicas de todas as disciplinas, cursos e níveis de ensino em encontros síncronos e assíncronos, obedecendo a distribuiç ão de carga horária conforme as especificidades. Cabe ressaltar, que as adaptações para o meio remoto foram realizadas objetivando contemplar todos os estudantes do colégio e não prejudicar a saúde física e mental dos mesmos.

Tratando-se das aulas de Educação Física para o Ensino Médio, objeto deste relato, a equipe de Educação Física do campus

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Centro, buscando preservar as principais características presentes no Projeto Político Pedagógico Institucional (PPPI) do Departamento de Educação Física (DEF) do Colégio Pedro II, optou pelo trabalho pedagógico com o tema saúde no início de suas atividades educativas remotas.

Além deste intento, houve uma preocupação em não adotar uma educação bancária, com aulas expositivas, conhecimento centrado na figura docente e a cultura do silêncio. “Na concepção bancária que estamos criticando, para qual a educação é o ato de depositar, de transferir, de transmitir valores e conhecimento [...]” (FREIRE, 2020, p. 82). Neste caso, pensando nos moldes atuais, poderia ser caracterizado pela disponibilização de manuais e/ou materiais para os estudantes, bem como a apresentação de slides, vídeos e outros formatos de tecnologias digitais, sem propiciar a escuta e o diálogo entre todos os envolvidos no processo de ensino.

Opondo-se ao modelo tradicional de ensino, as propostas pedagógic as presentes neste relato partiram de uma perspectiva dialógica e problematizadora (FREIRE, 2020), ou seja, o conhecimento é construído por meio do diálogo entre todos

5 Atualmente, o Colégio Pedro II, situado no município do Rio de Janeiro, Niterói e Duque de Caxias,

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SILVA, Angélica Caetano da; GERMANO, Vitor Abdias Cabót; MENEZES, Nathalia Gaspar Perestrello.

Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, ago./dez. 2021, p. 01 - 10.

Recebido em: 19/09/2021

os envolvidos e o objeto de estudo emerge da realidade social, e não de alguém (docente ou instituição) que simplesmente impõe o que será abordado.

Ademais, outros aspectos norteadores do PPPI do DEF, o qual está ancorado nos princípios pedagógicos e procedimentos didáticos propostos pelos estudos culturais da Educação Física (NEIRA, 2019), também foram contemplados, sendo eles: a valorização dos conhecimentos dos/as estudantes, a ancoragem social dos conhecimentos, justiça curricular, evitar o daltonismo cultural – os quais são materializados por meio dos procedimentos didáticos, como mapeamento, aprofundamento, ampliação, ressignificação, registro e avaliação.

O objetivo deste relato de experiência é apresentar uma possibilidade de trabalho com o tema saúde, desenvolvido com as turmas do Ensino Médio do Colégio Pedro II durante o primeiro semestre de 2021(ano letivo de 2020, para a instituição).

O momento pandêmico vivido por todos nós intensifica reflexões sobre horizontes consolidados para uma compreensão de saúde que ao mesmo tempo em que deixa de fazer parte da utopia de uma saúde perfeita, enfatiza os condicionantes sociais no entendimento de saúde e elementos que poderíamos afirmar como “produtores de saúde”. À pergunta de como se produz a doença, substitui-se por como se produz saúde, apesar de muitas influências prejudiciais.

A importância de tematizar a perspectiva da saúde ampliada considera diferentes dimensões do sujeito e da vida, por um lado a ampliação do entendimento da saúde como experiência do sujeito (centrado não apenas numa dimensão negativa, mas também incorporando uma dimensão positiva de vida boa, bem-estar) e por outro lado, a ampliação do conceito de saúde no que diz respeito aos condicionantes socioambientais, tais como moradia, saneamento básico, segurança, acesso ao lazer, atravessados pelos marcadores de raça e gênero.

Uma compreensão de saúde ampliada não é um elemento novo na história da Educação Física escolar, pois mesmo nos anos 40 e 50, alguns autores buscaram já questionar um entendimento de saúde baseado na ausência de doença, ampliando a compreensão de saúde e mesmo o papel da Educação Física:

Morais (1945) vai, inclusive, estabelecer relações entre a saúde e a f elicidade ao argumentar que a preocupação do homem é ser f eliz, e essa f elicidade

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poderia traduzir-se em saúde integral, isto é, f ísica, moral e espiritual (BRACHT, 2019, p. 110)

Destacamos também que o tema da saúde serviu de base para o discurso legitimador da Educação Física escolar desde o final do século XIX até meados do século XX. Ainda que o esporte tenha adentrado também o discurso legitimador da área, amparado tanto pelo ideal de saúde quanto como de formador integral do sujeito na perspectiva biopsicossocial, a saúde nunca deixou de ser um saber de legitimação da área, portanto, passível de contextualização, crítica e atualização. Juntamente com o trabalho pedagógico que buscou ampliar o entendimento de saúde a partir da Educação Física, as concepções de corpo se entrelaçaram com o tema da saúde, tanto teoricamente quanto na proposta pedagógica realizada junto aos estudantes a partir de nossa intervenção.

Para o diálogo e fundamentação teórica das práticas pedagógicas descritas neste relato, nos baseamos nas contribuições de Walter Bracht (2019) e Amauri Aparecido Bássoli de Oliveira (2004). O primeiro faz um percurso sobre o significado de saúde hegemônico no campo da Educação Física escolar e como suas mudanças se deram em virtude das mudanças sociais no último século e nas últimas décadas.

Quando buscamos saber quais significados de saúde os estudantes nos

apresentavam, em sua maioria, as narrativas eram condizentes com os discursos que

já legitimaram a Educação Física, ou seja, a saúde era basicamente a ausência de

doença e que a exercitação física racional, regular e metódica era um grande antídoto

para as enfermidades da era moderna. Nosso papel, como professores de Educação

Física, foi de construir conjuntamente com os estudantes, a crítica da equação

atividade física = saúde e saúde = ausência de doenças, considerando não somente

as contribuições do campo da saúde coletiva, a qual traz à tona elementos que

influenciam um entendimento ampliado sobre a saúde (desemprego, presença do

Estado com políticas públicas, diferenças de classe, questões de gênero e raça), mas

também as contribuições da Salutogenia (BÁSSOLI DE OLIVEIRA, 2004). Esta busca

ampliar os sentidos e significados das experiências corporais para além de suas

estruturas básicas sistematizadas e racionalizadas. A perspectiva da Salutogenia é

compreendida como importante para o campo da Educação Física escolar pois traz a

visão de uma saúde ampliada, “visualizada e tratada dentro das condições de

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SILVA, Angélica Caetano da; GERMANO, Vitor Abdias Cabót; MENEZES, Nathalia Gaspar Perestrello.

Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, ago./dez. 2021, p. 01 - 10.

Recebido em: 19/09/2021

resistências que todos nós possuímos e que podemos desenvolver ao longo de nossas vidas” (BÁSSOLI DE OLIVEIRA, 2004, p. 243).

Para tanto, foram implementadas diversas propostas didáticas a fim de promover “diferentes leituras de mundo” a partir do tema da saúde. Alguns exemplos das atividades realizadas foram: análise de vídeos, imagens e podcast sobre a temática, promoção de live para os/as estudantes, realização de trabalhos e pesquisas em grupo, além das diversas ferramentas disponibilizadas pela plataforma Moodle, como tarefas, discussão de fóruns e registro de atividades em diferentes formatos. A seguir, serão apresentadas algumas propostas utilizadas.

PROPOSTAS REALIZADAS Noções sobre saúde

Discutiu-se que a OMS atualmente ampliou o conceito de saúde. Se antes ela já foi conceituada como a ausência de doenças, atualmente, para além de uma perspectiva mais individual, a saúde é também social e psicoemocional. Muitas pessoas pensam que saúde é estar magro, com os exames em dia, fazendo atividade física, mas saúde não é só isso, é também ter relações boas nas nossas instâncias da vida, como o trabalho, como um sistema de saneamento básico de qualidade, como um sistema de saúde que nos promova de fato saúde. Foi ressaltado que saúde não é só fazer atividade física, mas é também se sentir com bem-estar, não sofrer preconceitos, ter uma qualidade de vida, ter igualdade nos direitos à saúde, à educação, acesso a emprego, entre outros elementos.

Podcast sobre saúde ampliada, na visão dos professores

Para introduzir o conceito de saúde ampliada criamos um podcast com perguntas e respostas, com a participação dos professores da própria equipe de Educação Física, objetivando nos aproximar mais dos alunos e trazer o conceito inicial.

Corpo, saúde e estética

Iniciou-se as reflexões a partir deste grande tema. De acordo com Bracht

(2019), o tema da saúde e o da concepção de corpo se condicionam mutuamente. Ao

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longo dos anos, constatou-se que as noções de corpo, saúde e estética, foram se modificando. Portanto, os discursos legitimadores sobre o papel da Educação Físic a também sofreram alterações. Neste sentido, conversas foram realizadas, possibilitando a reflexão sobre como nos apresentamos nas redes sociais? Qual imagem desejamos que seja reconhecida de nós nas mídias? A partir dessa demanda, uma live sobre corpo, consumo e linguagem na web foi organizada com um professor- pesquisador nesta área.

Estética, gordofobia e saúde

A partir das discussões sobre saúde e corpo, entramos na discussão sobre gordofobia – racismo – gordofobia médica e a diferença entre gordofobia x pressão estética. Nesta ocasião, solicitamos que os estudantes enviassem memes e imagens sobre o tema, para discutirmos nos encontros síncronos. Além dos memes enviados, foi organizada uma live com uma professora-pesquisadora do corpo gordo, com perguntas e dúvidas feitas pelos estudantes que participaram, enviadas à palestrante.

A discussão sobre gordofobia e racismo partiu de conteúdo digital (Ellen Valias – atleta de peso). Ellen se autodenomina uma mulher preta, gorda, estudante de Educação Física, que defende a prática de atividades físicas não pelo emagrecimento, mas para o bem-estar. Continuamos com a prática de algumas posições de yoga (O que é saudação ao sol por exemplo), considerando Vanessa Joda – professora do “Yoga para todos” e militante gorda. A proposta aqui foi desconstruir junto aos alunos a linearidade de que um corpo magro é sinônimo de saúde e vivenciar diferentes posições de Yoga a partir de uma aula gravada com Vanessa Joda.

Podcast sobre saúde e racismo

Compreendendo que a perspectiva da saúde ampliada apresenta diferentes

determinantes sociais, foram convidados/as professores e professoras para

discutirem as relações entre saúde, gênero e raça. Evidenciou-se que o fenômeno

ocasionado pelo racismo estrutural é extremamente prejudicial para a saúde da

população negra, como afirma Werneck (2016). De acordo com a pesquisadora,

fatores como a moradia, saneamento básico, educação, direito ao lazer, entre outros

aspectos influenciam diretamente esse grupo, sobretudo as mulheres que são a base

da pirâmide social (WERNECK, 2016).

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SILVA, Angélica Caetano da; GERMANO, Vitor Abdias Cabót; MENEZES, Nathalia Gaspar Perestrello.

Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, ago./dez. 2021, p. 01 - 10.

Recebido em: 19/09/2021

Saúde mental e práticas holísticas

O cenário atual pandêmico despertou a atenção do mundo para a saúde mental. Problemas como ansiedade, depressão, entre outros de caráter psicológic o estão presentes nos nossos alunos e corpo de profissionais. Sendo assim, precisam ser debatidos. Buscando trazer possibilidades de contribuir positivamente para a saúde mental, falamos sobre práticas de respiração, meditação e yoga, convidando professores especialistas nesta área para estarem conosco, propondo tais vivências.

Foi um espaço de troca, onde todos puderam falar como estavam se sentindo e o que acharam das experiências com atividades holísticas, além de possibilitar o encontro com práticas corporais integrativas que buscam romper com uma perspectiv a biomédica.

Trabalho em grupo sobre saúde

Com o objetivo de identificar o que os alunos compreenderam sobre o tema saúde, dividimos a turma em grupos que apresentariam um dos subtemas discutidos em aula - saúde física, mental, individualizada, ampliada e coletiva. A proposta foi que eles descrevessem e, através de um vídeo, demonstrassem dentro de suas casas, como estava sendo pensar em saúde, ao longo da pandemia, ou seja, quais experiências positivas os estudantes buscavam para se sentirem saudáveis e tornarem seu senso de coerência mais forte (BRACHT, 2019).

Desafios fora da tela

Considerando o estudante como um sujeito integral, que é constituído pelas dimensões física, mental, emocional, energética e espiritual, práticas de experimentações foram orientadas aos estudantes. Nessa proposta, o movimento humano não é concebido como uma série de repetições mecânicas de gestos técnicos, que considera apenas a funcionalidade orgânica do corpo, mas como forma de conhecer o mundo, tratando-o como experiência estética, “nem movimento sem pensamento, nem movimento e pensamento e sim, movimentopensamento”

(BRACHT, 1999 apud BRACHT, 2019).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A saúde é um tema fundamental no campo da Educação Física escolar.

Historicamente, a vinculação da Educação Física com a saúde sustentou-se por décadas à noção biológica, ao exercício físico e à performance. A proposta deste relato de experiência é dar visibilidade às práticas pedagógicas realizadas durante o ensino remoto que buscam ir além das noções supracitadas, trazendo para o campo da Educação Física escolar uma concepção denominada de saúde ampliada, que considera tanto a dimensão subjetiva dos sujeitos quanto a importância dos fatores socioambientais.

Ainda em ensino remoto ocasionado pela pandemia, buscamos possibilitar novas formas de se relacionar e de ler o mundo, a partir de experiências corporais que, consideram o cuidado com a promoção da saúde, numa visão abrangente e complexa, em favor da ampliação de recursos pessoais e coletivos para lidar com os processos saúde-doença.

Como retorno dos alunos, tivemos os relatos de melhoria no bem-estar, ampliação da visão sobre o tema saúde em seu contexto social, no que lhes é ofertado e no que o indivíduo pode proporcionar a si mesmo. Este olhar mais amplo possibilita enxergar o que talvez não seja a sua realidade, mas que acontece com o próximo.

Não há intenção aqui que esse relato de experiência seja um guia ou manual, mas que se apresente como possibilidades refletidas e construídas com e para os estudantes.

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA BRASIL. Veja as medidas que cada estado está adotando para combater a covid-19. Agência Brasil: Brasília, 2020. Disponível em:

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-03/veja-medidas-que-cada- estado-esta-adotando-para-combater-covid-19. Acesso em: 17 de set. 2021.

BÁSSOLI DE OLIVEIRA, Amauri Aparecido. O tema saúde na Educação Física escolar: uma visão patogenética ou salutogenética? In: KUNZ, E. HILDEBRANDT- STRAMANN (org.) Intercâmbios Científicos Internacionais em Educação Física e esportes. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004.

BRACHT, Valter. A Educação Física escolar no Brasil: o que ela vem sendo e o

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SILVA, Angélica Caetano da; GERMANO, Vitor Abdias Cabót; MENEZES, Nathalia Gaspar Perestrello.

Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, ago./dez. 2021, p. 01 - 10.

Recebido em: 19/09/2021

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Projeto Político Pedagógico Institucional. Colégio Pedro II: Rio de Janeiro, 2018. Disponível em:

http://www.cp2.g12.br/blog/humaita1/files/2020/07/Ed.-F%C3%ADsica.pdf . Acesso em: 17 de set. 2021.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 73 ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Coronavírus - Como é transmitido? Governo Federal.

Brasil, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/coronavirus/como-e- transmitido. Acesso em: 16 de set. 2021.

NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física Cultural: inspiração e prática pedagógica.

2ª ed. Jundiaí:Paco, 2019.

WERNECK, J. Racismo institucional e saúde da população negra. Revista Saúde Sociedade. São Paulo, v.25, n.3, p.535-549, 2016. Disponível em:

https://www.scielo.br/j/sausoc/a/bJdS7R46GV7PB3wV54qW7vm/?lang=pt&format=ht

ml. Acesso em: 18 de set. 2021.

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