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Caderno de Questões PSICOLOGIA

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Academic year: 2021

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2020

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA PARAÍBA COMISSÃO PERMANENTE DE CONCURSOS - COPEC

PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO PARA RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL

INSTRUÇÕES 1 Este Caderno de 25 Questões compreende a Prova de Psicologia.

As questões de 01 – 10 (Saúde Coletiva), 11 – 25 (Conteúdo da Área Específica de Psicologia).

2 Cada questão objetiva apresenta cinco opções de resposta, das quais apenas uma é correta.

3 Interpretar as questões faz parte da avaliação; portanto, não adianta pedir esclarecimentos aos Fiscais.

4 Utilize qualquer espaço em branco deste Caderno para rascunhos e não destaque nenhuma folha.

5 Os rascunhos e as marcações feitas neste caderno não serão considerados para efeito de avaliação.

6 Você dispõe de, no máximo, quatro horas para responder as questões e preencher o cartão de respostas.

7 Antes de se retirar definitivamente da sala, devolva ao fiscal o cartão de respostas e este caderno.

É terminantemente proibido sair com este caderno de questões até que se conclua o horário das provas.

LEIA COM ATENÇÃO.

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SAÚDE COLETIVA 1ª Parte: 01 a 10

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Questão 01 1

Ao final de 2010, como fruto de um grande acordo tripartite envolvendo Ministério da Saúde, Conass e Conasems, foi publicada a Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010, que estabelece diretrizes para organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS), no âmbito do SUS no qual consta a seguinte conceituação das RAS: “São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado” (BRASIL, 2010, p.9).

A respeito das Redes de Atenção à Saúde (RAS), é correto afirmar que:

a) A atenção de urgência e emergência é considerada uma porta de entrada para as ações e os serviços de saúde nas RAS.

b) Tem como característica a formação de relações verticais entre os pontos de atenção, tendo a Atenção Básica como centro de comunicação.

c) O cuidado na RAS é visto por uma atenção contínua e integral dos usuários, considerando suas necessidades avaliadas por uma equipe multiprofissional.

d) Tem como centro de comunicação a atenção especializada que permite a organização das ações e estratégias em saúde.

e) A Atenção Básica é a porta de entrada para a RAS e por isso deve incorporar principalmente tecnologias duras no cuidado em saúde.

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Questão 02

LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990: Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS}

e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.

Com base nesta lei, analise as afirmativas abaixo:

I. A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.

II. O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários com igual proporção de representatividade. Os usuários (25%), representantes do governo (25%), trabalhadores de saúde (25%) e prestadores de serviço (25%).

III. As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em Caderno de Questões

PSICOLOGIA

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2020 regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.

É correto o que se afirma em:

a) I e II.

b) II e III.

c) Apenas a I.

d) I e III.

e) Apenas a II.

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Questão 03

A construção da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) iniciou-se a partir do atendimento das diretrizes e recomendações de várias conferências nacionais de saúde e das recomendações da organização Mundial da saúde (OMS).

Um dos seus objetivos atuais é incorporar e implementar a PNPIC no SUS, na perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e recuperação da saúde, com ênfase na Atenção Básica, voltada para o cuidado continuado, humanizado e integral em saúde (BRASIL, 2015).

Com base nesta temática, marque a alternativa correta quanto às diretrizes desta política.

a) Incentivo à inserção da PNPIC em todos os níveis de atenção, com ênfase na atenção especializada.

b) Desenvolvimento de estratégias de qualificação em PIC para profissionais no SUS, em conformidade com os princípios e diretrizes estabelecidos para a educação permanente.

c) Divulgação e informação dos conhecimentos básicos da PIC para principalmente os gestores dos serviços em saúde, considerando as metodologias propostas de cuidado em saúde de cada município.

d) Articulação com a Política Nacional de Atenção à Saúde das comunidades ribeirinhas e demais políticas do Ministério da Saúde.

e) Monitoramento dos fitoterápicos por parte dos gestores e profissionais de saúde que atuam com esta prática integrativa.

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Questão 04

A Atenção Domiciliar (AD) é uma forma de atenção à saúde, oferecida na moradia do paciente e caracterizada por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, com garantia da continuidade do cuidado e integrada à Rede de Atenção à Saúde. Com abordagens diferenciadas, esse tipo de serviço está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a necessidade do paciente, esse cuidado em casa pode ser realizado por diferentes equipes. Considerando esta afirmativa analise o caso abaixo:

Dona Maria, 76 anos, com história de quedas, resultando em fratura de fêmur direito há três meses. A médica da USF realizou visita junto à enfermeira e registrou no prontuário que: a idosa já está deambulando (com pequena dificuldade), apresentando perda de peso e estável clinicamente.

Considerando o relato da idosa e a atenção domiciliar, marque os profissionais que deverão prestar assistência nesta fase frente ao seu quadro clínico:

a) Profissionais da UPA.

b) Profissionais do Programa Melhor em Casa.

c) Profissionais da ESF e NASF.

d) Profissionais da equipe de apoio de atenção domiciliar.

e) Profissionais da equipe do SAMUR.

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Questão 05

As equipes de saúde da Atenção Básica, seus trabalhadores, têm que estar abertos para perceber as peculiaridades de cada situação que se apresenta, buscando agenciar os tipos de recursos e tecnologias (leves, leve-duras e duras) que ajudem a: aliviar o sofrimento, melhorar e prolongar a vida, evitar ou reduzir danos, (re)construir a autonomia, melhorar as condições de vida, favorecer a criação de vínculos positivos, diminuir o isolamento e abandono (BRASIL, 2013).

Leia o texto abaixo:

“A capacidade de acolhida e escuta das equipes de saúde, aos pedidos, demandas, necessidades e manifestações dos usuários no domicílio, nos espaços comunitários e nas unidades de saúde é um elemento-chave para resolutividade na Atenção Básica” (CAMPOS, 2003).

Considerando o trecho acima, identifique o tipo de tecnologia que o autor se refere no processo do cuidado na Atenção Básica.

a) Tecnologia leve em saúde.

b) Tecnologia leve-dura em saúde.

c) Tecnologia dura em saúde.

d) Tecnologia mista em saúde.

e) Tecnologia da informação em saúde.

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Questão 06

Para implantar práticas e processos de acolhimento visando a melhorar a acessibilidade do usuário e a escuta dos profissionais, não são suficientes ações normativas, burocráticas nem discursivas. Além disso, apesar de ser útil e até necessária em alguns tipos de unidades, não basta ter uma recepção e um profissional para acolher os usuários, pois o acolhimento não se reduz a uma etapa nem a um lugar (BRASIL, 2013).

Levando em consideração o acolhimento na Atenção Básica leia atentamente as afirmativas abaixo:

I. O acolhimento como diretriz é um processo que demanda de transformações intensas na maneira de funcionar a Atenção Básica, exigindo um conjunto de ações articuladas, envolvendo usuários, trabalhadores e gestores.

II. O acolhimento dos usuários exige que a equipe reflita sobre o conjunto de ofertas que ela tem apresentado para lidar com as necessidades de saúde da população.

III. As necessidades dos usuários durante o acolhimento têm baixo impacto no reconhecimento de riscos e vulnerabilidades e realização e acionamento de intervenções por parte da equipe que atuam na Atenção Básica.

É correto o que se afirma em:

a) Apenas a I.

b) I e II.

c) II e III.

d) I e III.

e) I, II e III.

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Questão 07

O Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB) constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde, atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Básica (eAB) (BRASIL, 2017). Quanto às competências dos profissionais que atuam no Nasf-AB analise as afirmativas abaixo:

I. Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na Atenção Básica à que estão vinculadas.

II. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto sanitários.

.

III. Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de todos os ciclos de vida, e da coletividade.

É correto o que se afirma em:

a) I e II.

b) II e III.

c) I e III.

d) I, II e III.

e) Apenas a I.

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Questão 08

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiência acumulada por um conjunto de atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como movimentos sociais, população, trabalhadores e gestores das três esferas de governo. As atribuições dos profissionais das equipes que atuam na Atenção Básica deverão seguir normativas específicas do Ministério da Saúde, bem como as definições de escopo de práticas, protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, além de outras normativas técnicas estabelecidas pelos gestores federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.

São atribuições comuns a todos os membros das Equipes que atuam na Atenção Básica:

a) Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades.

b) Cadastrar e manter atualizado o cadastramento e outros dados de saúde das famílias e dos indivíduos no sistema de informação da Atenção Básica vigente e de outros níveis de atenção, utilizando as informações sistematicamente para a análise da situação de saúde.

c) Realizar o cuidado integral à saúde da população adscrita, no âmbito da Unidade Básica de Saúde, não sendo possível no âmbito domiciliar e demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros).

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2020 d) Participar do acolhimento dos usuários, proporcionando atendimento humanizado, identificando as necessidades de intervenções de

cuidado e agendamento das consultas conforme disponibilidade da equipe.

e) Realizar consultas clínicas, planos de cuidado e atividades de grupos na UBS, garantindo um atendimento integral a todos os usuários cadastrados naquele território.

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Questão 09

Leia atentamente a história de Dona Clélia.

Dona Clélia, acompanhada de sua nora Sebastiana, procura a Unidade de Saúde da Família, queixando-se que não consegue dormir devido às dores nas costas. A paciente é encaminhada pelo acolhimento da eSF para a consulta de enfermagem, onde a residente de medicina acompanhava os atendimentos. Ana Maria, enfermeira da USF, ao indagar a paciente sobre o motivo das dores, recebe como resposta: - "É velhice doutora".

Ao realizar o exame físico, a enfermeira observa que a acompanhante não permite que Dona Clélia levante a blusa. Discretamente, solicita ficar à sós com a paciente para a realização de alguns procedimentos. Após a saída da acompanhante, a enfermeira solicita autorização para retirar a blusa da senhora e observa equimoses nas costas, sugestivas de violência doméstica.

Ao indagar Dona Clélia sobre as manchas, ela encobre seu rosto com as mãos e com lágrimas no rosto desabafa: -"Meu filho perdeu a cabeça, mas ele é um bom menino...".

Histórias como as de Dona Clélia são comuns no contexto das equipes de Saúde da Família, diante de situações tão complexas é natural que a equipe fique em dúvida em como manejá-las. Deste modo, é possível solicitar apoio matricial de profissionais de outras especialidades para auxiliar na construção do cuidado.

Com base nesta problemática, assinale a alternativa que corresponde ao Apoio Matricial:

a) O apoio matricial oferece apenas retaguarda assistencial às equipes de referência no território de uma única equipe de saúde.

b) O apoio matricial deve realizar apenas o suporte técnico-pedagógico às equipes de referência, não sendo possível participar do projeto terapêutico da paciente.

c) As diretrizes do apoio matricial não devem prever critérios para acionar o apoio matricial em casos assistenciais, uma vez que é papel do apoio apenas as atividades de gestão.

d) O apoio matricial deve realizar a retaguarda assistencial de todo o território de uma equipe e oferecer suporte técnico-pedagógico a mais de uma equipe de referência.

e) O apoio matricial serve de retaguarda assistencial para as equipes de referência, ofertando suporte técnico-pedagógico conforme as necessidades das equipes.

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Questão 10

Dona Clélia (história relatada acima), acompanhada de sua nora Sebastiana, procura a Unidade de Saúde da Família, queixando-se que não consegue dormir devido às dores nas costas. A paciente é encaminhada pelo acolhimento da eSF para a consulta de enfermagem, onde a residente de medicina acompanhava os atendimentos. Ana Maria, enfermeira da USF, ao indagar a paciente sobre o motivo das dores, recebe como resposta: - "É velhice doutora".

Ao realizar o exame físico, a enfermeira observa que a acompanhante não permite que Dona Clélia levante a blusa. Discretamente, solicita ficar à sós com a paciente para a realização de alguns procedimentos. Após a saída da acompanhante, a enfermeira solicita autorização para retirar a blusa da senhora e observa equimoses nas costas, sugestivas de violência doméstica.

Ao indagar Dona Clélia sobre as manchas, ela encobre seu rosto com as mãos e com lágrimas no rosto desabafa: -"Meu filho perdeu a cabeça, mas ele é um bom menino...".

Diante do caso, avalie as alternativas e assinale a que corresponde a conduta correta a ser realizada pela profissional de saúde e residente no momento sequencial desta consulta, considerando os pressupostos da Clínica Ampliada e Humanização em Saúde.

a) A enfermeira deverá acionar o SAMU, por ser considerado um caso de urgência, encaminhando a paciente a um atendimento hospitalar, além de acionar também a delegacia da mulher para averiguação da denúncia.

b) As profissionais deverão realizar escuta qualificada, acolher e apoiar a demanda, registrar em prontuário o exame físico, prescrever medicamentos sintomáticos, informar os direitos da paciente e notificar as autoridades competentes.

c) A conduta deverá ser baseada no tratamento medicamentoso e sintomático das dores da paciente, visto que não há comprovação da suspeita de violência, orientando a procurar a delegacia caso necessite.

d) A enfermeira deverá encaminhar para uma avaliação psicológica para que a usuária possa desabafar sobre seus problemas familiares, além de também encaminhar para o NASF para averiguação da denúncia.

e) A abordagem da profissional deverá ser focada no cuidado psiquiátrico, portanto deverá ser encaminhada para uma prática integrativa como a Terapia Comunitária para abordagem do sofrimento mental de forma coletiva.

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CONHECIMENTO ESPECÍFICO 2ª Parte: 11 a 25

NÃO SOMOS LIXO

Por: Carlos Eduardo (Cadu), Morador de rua em Salvador

Não somos lixo.

Não somos lixo e nem bicho.

Somos humanos.

Se na rua estamos é porque nos desencontramos.

Não somos bicho e nem lixo.

Nós somos anjos, não somos o mal.

Nós somos arcanjos no juízo final.

Nós pensamos e agimos, calamos e gritamos.

Ouvimos o silêncio cortante dos que afirmam serem santos.

Não somos lixo.

Será que temos alegria?

Às vezes sim...

Temos com certeza o pranto, a embriaguez,

A lucidez dos sonhos da filosofia.

Não somos profanos, somos humanos.

Somos filósofos que escrevem

Suas memórias nos universos diversos urbanos.

A selva capitalista joga seus chacais sobre nós.

Não somos bicho nem lixo, temos voz.

Por dentro da caótica selva, somos vistos como fantasmas.

Existem aqueles que se assustam.

Não somos mortos, estamos vivos.

Andamos em labirintos.

Depende de nossos instintos.

Somos humanos nas ruas, não somos lixo.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012, p. 8).

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Questão 11

O Decreto Presidencial nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009, institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua (PSR) e a criação do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da referida política nacional. A atual política define a PSR como grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados, a inexistência de moradia convencional regular e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória. Dessa forma, observando que as condições de vulnerabilidade vivenciadas pela população em situação de rua, além das questões psicossociais geradoras de sofrimentos físicos e emocionais, possibilitam riscos maiores para a saúde desse grupo, representa-se um desafio a efetivação de políticas de saúde que deem conta dessa complexidade.

Frente a este contexto, identifique a alternativa abaixo que descreve sobre a estruturação dos Consultórios na Rua (CnaR)?

a) Os Consultórios na Rua são formados por profissionais da área médica e prestam atenção integral à saúde de uma referida população em situação de rua in loco. As atividades são realizadas de forma itinerante desenvolvendo ações compartilhadas junto a equipe de médicos da saúde da família integradas às Unidades Básicas de Saúde (UBS).

b) Os Consultórios na Rua, instituídos pela Política Nacional de Atenção Básica, integram o componente atenção básica da Rede de Atenção Psicossocial, porém não há a obrigatoriedade de seguir os fundamentos e as diretrizes definidos na PNAB, uma vez que lidam com uma população bem específica e diferenciada.

c) Os Consultórios na Rua lidam com os diferentes problemas e necessidades de saúde da população em situação de rua, desenvolvendo ações compartilhadas e integradas também com as equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dos serviços de Urgência e Emergência e de outros pontos de atenção, de acordo com a necessidade do usuário.

d) As equipes dos Consultórios na Rua deverão atender de oitenta a mil pessoas em situação de rua, cumprindo carga horária mínima semanal de 10 horas, tendo horário de funcionamento adequado às demandas das pessoas em situação de rua, podendo ocorrer em período diurno e noturno e em qualquer dia da semana.

e) O profissional dos Consultórios na Rua precisa ter habilidades e competências para trabalhar junto a usuários de álcool, crack e outras drogas, agregando conhecimentos básicos sobre Redução de Danos, quanto ao uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas.

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Questão 12

Com base no Manual sobre o cuidado à saúde junto a população em situação de rua do Ministério da Saúde, a fase do diagnóstico instrumentaliza o planejamento das ações da equipe do Consultório na Rua, com vistas a reconhecer as especificidades das subáreas identificadas no território, com fluxo e perfil diferenciados, nas quais os processos de trabalho devem ser focados, gerando práticas orientadas às demandas de cada uma das realidades observadas. Assim contextualizado, o diagnóstico deve possibilitar à equipe um olhar focado em um tripé: território, grupo social e singularidade do sujeito.

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Marque, abaixo, a alternativa que melhor descreve sobre o item “território” deste tripé.

a) Diz respeito ao reconhecimento específico por parte da equipe do Consultório na Rua, das variáveis sociais, culturais e econômicas que caracteriza um bom planejamento de ação para a equipe.

b) É importante quando se pensa em território, elencar-se sobre quais são os dispositivos de tratamento voltados para a medicalização e a terapeutização da população em situação de rua, a partir da identificação dos equipamentos existentes no território sejam eles governamentais e não governamentais.

c) A equipe do Consultório na Rua realiza especificamente a marcação dos espaços físicos em que os sujeitos, moradores de rua, estão localizados em uma determinada cidade, região ou país.

d) A noção de território é compreendida em suas várias dimensões, tais como o “território físico” (material, visível e delimitado), o

“território como espaço-processo” (construído cultural e socialmente, de forma dinâmica) e o “território existencial” (referido às conexões produzidas pelos indivíduos e grupos na busca de sentidos para a vida). Na prática, é importante perceber como essas diferentes perspectivas coexistem, se interpenetram e, às vezes, se tensionam.

e) No campo da saúde pública, o território é considerado uma variável com pouca representatividade na compreensão do conceito de risco e condições de vida que cercam as pessoas em seus contextos sociais.

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Questão 13

Segundo estudos apontados por Scarparo e Guareschi (2019) o trabalho social não tem sido a perspectiva mais frequentes nas escolhas profissionais de psicólogos. A Psicologia Comunitária na medida em que se considera a comunidade como uma categoria de análise e intervenção relevante no campo da psicologia, este tem sido um campo que denota diversidades tanto na esfera filosófica quanto na política, tendo em vista os contextos de inserção e os projetos sociais e políticos que legitimam suas práticas (FREITAS apud SCARPARO; GUARESCHI, 2019). Desse modo, para compreender as articulações contemporâneas entre psicologia e comunidade, é relevante considerar o conceito de comunidade e as construções protagonizadas pela psicologia neste espaço.

A partir da literatura exposta acima, identifique, abaixo, a alternativa correta que esboça sobre a atuação da Psicologia Comunitária no contexto da América Latina.

a) A Psicologia Social Comunitária está baseada na minimização do caráter histórico-crítico e generalista de atuar uma vez que tem sido um campo de trabalho no qual a interlocução com os movimentos sociais e com outros saberes não vem se consolidando nas últimas décadas.

b) A Psicologia Comunitária dedica-se a estudar, compreender e intervir no cenário de questões psicossociais que caracterizam uma comunidade. Salienta-se por sua praticidade e pela diversidade das opções teóricas e intencionalidades que estruturam seus fazeres.

c) A Psicologia Comunitária como disciplina só foi assim denominada em 2005 e o conceito de comunidade como categoria de análise das ciências psicológicas somente foi utilizado a partir de 2010. Até então, o estudo das comunidades era mais afeito, principalmente, aos campos da sociologia e da antropologia.

d) A aproximação entre a psicologia e as comunidades de classes populares surgiram numa tentativa de cristalizar as práticas psicológicas clínicas individuais como relevância social.

e) Existe diferenças evidentes entre as práticas de Psicologia Comunitária nos EUA e na América Latina. Na América Latina, revelaram a adoção de intervenções estruturadas na psiquiatria clínica comunitária, na perspectiva ecológico-contextual e na psicologia organizacional, entre outras.

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Questão 14

Para Maria de Fátima Quintal de Freitas, da Universidade Federal do Espírito Santo, a temática da inserção do psicólogo na comunidade pressupõe uma relação que se estabelece entre dois pólos. De um lado, há o profissional de psicologia, com sua formação e os conhecimentos adquiridos, com os instrumentais que aprendeu e adotou como recursos para os seus trabalhos, e com a sua visão sobre o mundo e o homem. De outro, encontra-se a comunidade, os setores da população, com sua dinâmica e características próprias, inserida em um contexto sócio-político-geográfico, e vivendo em um tempo histórico determinado. Esta comunidade vive uma conjunção de forças, pressões e desafios das mais diferentes naturezas e, tendo ou não clareza concreta disto, muitas vezes influencia e apresenta limitações e, também, desafios ao cenário ideológico dominante, quando, por exemplo, tenta sobreviver e resistir na sua luta cotidiana.

A partir, então, das pesquisas realizadas por Freitas (1998) sobre a inserção do profissional psicólogo na comunidade, identifique a alternativa abaixo que explana como esta inserção pode ser construída na prática (início, estratégias, instrumentos).

a) O trabalho de entrada do psicólogo na comunidade depende do comprometimento do psicólogo em oferecer sua ajuda, para que minimize os problemas e sofrimentos emocionais. Desde do ano 2000 até os dias de hoje, as práticas de assistência psicológica na comunidade estão pautadas na filantropia, são realizadas de maneira voluntária, não remunerada e firmemente convictas do seu papel político e social junto a esses setores da população.

b) A inserção do/a psicólogo/a ocorreu por obrigatoriedade no poder estatal para compreender sobre as temáticas e problemáticas vividas por grandes parcelas da população desfavorecidas. Fato este, em que os profissionais da psicologia resistiram para adentrar nos bairros populares para fazer entrevistas, aplicar questionários, aplicar escalas e vários outros instrumentos importados de outros contextos e modelos.

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c) A inserção do/a psicólogo/a foi construída sob a égide de que o trabalho desenvolvido pelo mesmo requeria uma atuação que estivesse implicado em ver a população como desamparada por natureza, desvalida ou com espécime exótico digno de estudos.

Desta forma, a atuação do profissional da saúde mental poderia ocorrer de forma harmônica e equilibrada.

d) Vários têm sido os instrumentos utilizados e/ou construídos pelos/as psicólogos/as na comunidade. Dentre esses instrumentos alguns devem ser evitados para preservar/manter a constituição de vínculos interpessoais, como por exemplo: realizar conversas informais acontecidas nos bares, padarias, pontos de ônibus, caminhando nas ruas, cujos conteúdos vão fornecendo indícios sobre a dinâmica existente na comunidade e sobre o tipo de interação e vínculo que os moradores vão criando.

e) O profissional de psicologia precisa lidar com grupos e suas diversas características: espontaneidade, variação na quantidade, composição dos seus membros, distanciamento, lideranças, hierarquias e distorções comunicacionais. Conhecimento contínuo e atualizado sobre a dinâmica e a vida comunitárias, cujas alterações vão imprimindo novas diretrizes para o trabalho. É dirigido, orientado e balizado pelas necessidades e demandas coletivas da população, que podem ter incidências e reflexos na vida particular das pessoas.

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Questão 15

A Política Nacional de Saúde Mental está pautada na Lei Federal nº 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

A partir desta Lei Federal, que é também conhecida como a Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira, quais foram alguns dos direitos adquiridos pela pessoa com transtorno mental?

a) Ter a garantia de oferta de serviços pautados por um modelo asilar e segregador; receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental; ter garantia de sigilo nas informações prestadas; ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis.

b) Ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades; ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

c) Ter espaços para tratamento do “ser interior” por meio do enclausulamento; ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; ter garantia de sigilo nas informações prestadas.

d) Os direitos adquiridos pelas pessoas com transtorno mental estão voltados para a oferta, preferencialmente, de serviços amplos como: hospitais psiquiátricos e manicômios judiciários; ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

e) A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, por policial militar ou federal, médico psiquiatra ou da saúde da família, e por laudo psicológico, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.

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Questão 16

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados objetivando ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica, fornecendo suporte à Equipe de Saúde da Família, com ênfase na territorialização e regionalização (Portaria MS n. 154, de 24 de janeiro de 2008). A principal ferramenta de trabalho do NASF é o apoio matricial prestado às equipes de saúde da família de um território adscrito. Para isso, prevê investimento em nove áreas estratégicas dentre as quais figura a saúde mental, em função da magnitude epidemiológica dos transtornos mentais. É nessa área estratégica que está previsto o ingresso de psicólogos. Embora possam escolher entre três categorias profissionais (psicólogos, psiquiatras e terapeutas ocupacionais), em sua maioria, os gestores municipais têm contratado prioritariamente psicólogos como profissionais de referência na saúde mental (MINISTÉRIO DA SAÚDE, apud OLIVEIRA, 2019e).

Segundo a portaria em questão, identifique a alternativa, abaixo, que descreve sobre a prática/ação do profissional da saúde mental, o/a psicólogo/a, no NASF.

a) O psicólogo no NASF deve deixar a critério do médico de família, da Equipe Saúde da Família, realizar a intervenção em saúde mental, pois este, último, é que pode melhor orientar sobre as práticas dos casos de transtornos mentais severos e persistentes, uso abusivo de álcool e outras drogas, pacientes egressos de internações psiquiátricas, pacientes atendidos nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), tentativas de suicídio, situações de violência intrafamiliar.

b) O psicólogo fomenta práticas que levem aos procedimentos psiquiátricos e medicamentos à psiquiatrização e à medicalização de situações individuais e sociais, comuns à vida cotidiana. Desta forma, prioriza-se um atendimento de qualidade e eficiência.

c) O profissional de saúde mental do NASF deve atuar de forma independente da rede de atenção psicossocial, assim como, também, com às equipes de Saúde da Família, pois o NASF por si só, pode contribuir para reinserção social dos usuários e para uma melhor utilização das potencialidades dos recursos comunitários na busca de melhores práticas em saúde.

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2020 d) O profissional de saúde mental do NASF desenvolve ações de mobilização de recursos comunitários, buscando constituir espaços de reabilitação psicossocial na comunidade, deve funcionar sob a lógica da atenção psicossocial, como oficinas comunitárias, destacando a relevância da articulação intersetorial – conselhos tutelares, associações de bairro, grupos de autoajuda etc.

e) Cabe ao psicólogo no NASF realizar atendimento, prioritariamente, clínico e individual de caráter ambulatorial para facilitar o estreitamento dos vínculos familiares rompidos, tomando-os como parceiros no tratamento e buscando constituir redes de apoio e integração.

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Questão 17

Na visão dos pesquisadores Eduardo Henrique Passos e Tadeu Paula Souza, a Redução de Danos (RD) é um método construído pelos próprios usuários de drogas e que restitui, na contemporaneidade, um cuidado de si subversivo às regras de conduta coercitivas. Os usuários de drogas são corresponsáveis pela produção de saúde à medida que tomam para si a tarefa de cuidado. Reduzir danos é, portanto, ampliar as ofertas de cuidado dentro de um cenário democrático e participativo (2011, p. 8).

Sob a defesa dos pesquisadores citado acima marque, abaixo, a alternativa que elencam os principais recursos que favorecem a prática da RD como uma estratégia ampliada de clínica com ofertas concretas de acolhimento e cuidado para as pessoas que usam drogas:

a) A Redução de Danos se torna uma estratégia ampliada de clínica com ofertas concretas de acolhimento e cuidado para pessoas que usam drogas, dentro de arranjos de cogestão do cuidado, tendo como um dos principais desafios a construção de redes de produção de saúde que incluam os serviços de atenção do próprio Sistema Único de Saúde, Emergências Hospitalares e internações breves, Estratégias de Saúde da Família, Centros de Atenção Psicossocial – AD. Na atual conjuntura, há, ainda, impasses político-institucionais que colocam desafios para a continuidade desse movimento, que vem ao longo dos anos ganhando novos contornos e novas direções.

b) As Organizações Não Governamentais (ONGs) fragilizaram a história da Redução de Danos no Brasil, já que, a partir delas, os redutores de danos não puderam contar com o assessoramento financeiro da máquina estatal. Uma vez que, gerou ainda mais o crescimento da política antidrogas, hegemônica no poder estatal. Mesmo que houvesse o avanço em serviços substitutivos de saúde mental, como os Centros de Atenção Psicossocial – AD, ou seja, voltados para atendimento das pessoas que usam as drogas.

c) A Associação Brasileira de Redutores de Danos (ABORDA), fundada em 1996, teve como função capacitar e articular os Programas de Redução de Danos, inserindo redutores de danos e usuários de drogas nos contextos de organização política. A ABORDA adotou a postura de distanciamento das ONGs, para adquirir maior liberdade de atuação no tocante a autonomia para gerir as políticas de RD, como também, para articular a necessidade dos redutores de danos de alcançarem ambiente favorável para se desenvolverem os Programas de Redutores de Danos junto a instituição estatal.

d) A Redução de Danos (RD) foi adotada como estratégia de saúde pública pela primeira vez no Brasil no município de Santos-SP no ano de 1989, quando altos índices de transmissão de HIV estavam relacionados ao uso indevido de drogas injetáveis. A Redução de Danos foi ao longo dos anos se mostrando pouco eficaz para a pessoas vivendo com HIV e por este motivo foram remanejadas para trabalhar, especificamente, com o foco das diversas demandas de ofertas em saúde para a população de usuários de drogas.

e) A diversificação das ofertas em saúde para usuários de drogas sofreu significativo impulso quando, a partir de 2003, as ações de RD deixam de ser uma estratégia exclusiva dos Programas de DST/AIDS e se tornam uma estratégia norteadora da Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas e da Política de Saúde Mental. Esse processo de ampliação e definição da Redução de Danos como um novo paradigma ético, clínico e político para a política pública brasileira de saúde de álcool e outras drogas implicou em uma articulação positiva e promissora com as políticas antidrogas que tiveram suas bases fundadas no período ditatorial.

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Questão 18

A Política Nacional de Saúde Mental é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério da Saúde, que compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo país para organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em saúde mental. Abrange a atenção a pessoas com necessidades relacionadas a transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo etc, e pessoas com quadro de uso nocivo e dependência de substâncias psicoativas, como álcool, cocaína, crack e outras drogas. Logo, a Política de Saúde Mental garante para os indivíduos em situações de crise atendimento em qualquer serviço da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), formada por várias unidades com finalidades distintas, de forma integral e gratuita, pela rede pública de saúde.

Considerando, então, a recente publicação, por parte do Ministério da Saúde, da Nota Técnica nº 11/2019 – CGMAD/DAPES/SAS/MS, que faz esclarecimentos sobre as mudanças na Política Nacional de Saúde Mental e nas Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas, assinale abaixo, a alternativa que cita os novos serviços (pontos de atenção) que foram ampliados na Rede de Atenção Psicossocial.

a) A Rede de Atenção Psicossocial conta com os serviços dos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, em suas diferentes modalidades, Serviço Residencial Terapêutico (SRT), Unidade de Acolhimento (adulto e infanto-juvenil), Serviços de Cuidados Paliativos.

b) A Rede de Atenção Psicossocial foi ampliada e passa a contar, também, com Hospitais Psiquiátricos, Hospitais-dia, Unidades Ambulatoriais (Ambulatório Multiprofissional de Saúde Mental), Centro de Atenção Psicossocial - IV-AD e Comunidades Terapêuticas.

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2020

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c) Os novos pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial que foram construídas conjuntamente entre os gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) formam as Enfermarias Especializadas em Hospital Geral, Hospital Psiquiátrico, Hospital-Dia, Atenção Básica, Urgência e Emergência.

d) A Rede de Atenção Psicossocial amplia com os novos seguintes pontos de atenção: Ambulatório Multiprofissional de Saúde Mental - Unidades Ambulatoriais Especializadas, Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), Programa de Volta para Casa (PVC).

e) O novo ponto de atenção da Rede de Atenção Psicossocial é a Atenção Básica, com o/a psicólogo/a junto à equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), com o objetivo de ser o articulador com outros pontos de atenção da Rede.

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Questão 19

A portaria No 1.028, de 1o de julho de 2005, diz respeito às determinações das ações que visam à redução de danos sociais e à saúde, as quais decorrem do uso de drogas, produtos ou substâncias causadoras de dependência. Quanto aos conteúdos necessários às ações de informação, educação e aconselhamento, marque a alternativa correta:

a) Orientação sobre prevenção e conduta em caso de overdose.

b) Orientação para prática do sexo seguro.

c) Informações sobre os possíveis riscos e danos relacionados ao consumo de produtos, substâncias ou drogas que causem dependência.

d) Divulgação dos serviços públicos e de interesse público, nas áreas de assistência social e de saúde.

e) Todas as alternativas estão corretas.

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Questão 20

A Reforma Psiquiátrica teve base nas críticas ao modelo psiquiátrico, as quais se consolidaram no século XX, pós guerra. Daí em diante, os hospitais psiquiátricos passaram a ser alvo da atenção pública e as políticas de humanização começaram a ser pensadas. Acerca da reforma psiquiátrica, assinale a alternativa correta:

a) Esvaziar os manicômios é suficiente e implica, necessariamente, em mudar o trato com a loucura.

b) Esvaziar os manicômios não é suficiente, mas implica, necessariamente, em mudar o trato com a loucura.

c) Esvaziar os manicômios é suficiente para o movimento, mas não implica, necessariamente, em mudar o trato com a loucura.

d) Esvaziar os manicômios é o único objetivo da luta antimanicomial e assim que todos forem esvaziados, a luta acabará.

e) Esvaziar os manicômios é importante, mas o principal é o reconhecimento da alteridade e a mudança do paradigma biomédico para o biopsicossocial.

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Questão 21

De acordo com o Manual sobre o cuidado à saúde junto a população em situação de rua, a equipe de saúde para a população em situação de rua de Belo Horizonte criou o índice de autonomia (IA) para avaliação do nível de vulnerabilidade do usuário. O IA varia de 0 a 6 pontos e, quanto maior, menos medidas são necessárias a serem tomadas pela equipe. Acerca desse índice, assinale a alternativa correta:

a) Quando o índice apresenta um valor de 0 a 2, isto significa que o caso não apresenta risco e nada precisa ser feito.

b) Quando o índice apresenta um valor de 3 a 4, é necessário discutir o caso em reunião ampla da abordagem conjunta.

c) Quando o índice apresenta um valor de 5 a 6, o caso precisa ser discutido só em reunião de equipe.

d) Quando o índice apresenta um valor de 0, não há sinal de doenças físicas ou mentais graves.

e) Quando o índice apresenta um valor de 2, há problemas físicos e mentais incapacitantes.

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Questão 22

A Psicologia social comunitária tem como ocupação estudar, entender e intervir nos fenômenos psicossociais. Seu objetivo é despertar uma consciência crítica e contribuir para formação da identidade social e individual do sujeito. Acerca desta área psicológica, assinale a alternativa correta:

a) A origem da psicologia social comunitária remonta à área da pesquisa e aos âmbitos acadêmicos.

b) A origem da psicologia social comunitária remonta à área da Psiquiatria social preventiva e dinâmicas e psicoterapias grupais c) A origem da psicologia social comunitária remonta à área da psicologia do trabalho.

d) A origem da psicologia social comunitária remonta aos programas do governo federal.

e) A origem da psicologia social comunitária remonta ao trabalho da Associação Brasileira de Psicologia Social.

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Questão 23

A técnica dos grupos operativos começou a ser sistematizada por Pichon-Rivière, médico psiquiatra, a partir de uma experiência no hospital de Las Mercedes, em Buenos Aires, por ocasião de uma greve de enfermeiras. Esta greve inviabilizaria o atendimento aos pacientes portadores de doenças mentais no que diz respeito à medicação e aos cuidados de uma maneira geral. Diante da falta do pessoal de enfermagem, Pichon-Rivière propõe, para os pacientes "menos comprometidos", uma assistência para com os "mais comprometidos". A experiência foi muito produtiva para ambos os pacientes, os cuidadores e os cuidados, na medida em que houve uma maior identificação entre eles e pôde-se estabelecer uma parceria de trabalho, uma troca de posições e lugares, trazendo como resultado

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2020 uma melhor integração. Pichon-Rivière começou a trabalhar com grupos na medida em que observava a influência do grupo familiar em seus pacientes. Neste sentido, marque a alternativa abaixo que descreve sobre a teoria desenvolvido de Pichon-Rivière a respeito dos Grupos Operativos.

a) Para Pichon-Rivière, o objeto de formação do profissional deve instrumentar o sujeito para tomada de consciência individual.

Defende a ideia de que no grupo operativo durante a aprendizagem possibilita que o condutor do grupo tenha uma visão unilateral do processo. Dependendo das situações, a aprendizagem centrada nos processos grupais coloca em evidência a possibilidade de uma nova elaboração de conhecimento, não há a evidência nos estudos realizados que a integração seja algo presente.

b) A técnica do grupo operativo pressupõe a tarefa explícita (aprendizagem, diagnóstico ou tratamento), a tarefa implícita (o modo como cada integrante vivencia o grupo) e o enquadre que são os elementos fixos (o tempo, a duração, a frequência, a função do coordenador e do observador). O processo grupal se caracteriza por uma dialética na medida em que é permeado por contradições, sendo que sua tarefa principal é justamente analisar essas contradições. O autor utiliza uma representação para mostrar o movimento de estruturação, desestruturação e reestruturação de um grupo, que é o cone invertido.

c) Na concepção de Pichon-Rivière, o grupo operativo se apresenta como um espaço de trocas entre os indivíduos participantes, pois eles passam a estabelecer relações de afinidade, que vão se constituindo paulatinamente, na medida em que começam a partilhar objetivos comuns. Fora dos espaços grupais estes indivíduos participantes não se vinculam em seus outros espaços sociais. O vínculo é sigiloso.

d) A técnica de grupo operativo propõe a presença e intervenção de um observador, que indaga e problematiza, estabelecendo algumas articulações entre as falas e os integrantes, sempre direcionando o grupo para a tarefa comum. O observador analisa os pontos emergentes, o movimento do grupo em torno da tarefa e os papéis desempenhados pelos integrantes.

e) O vínculo é uma estrutura complexa de relação que vai sendo internalizada e que possibilita ao sujeito construir uma forma de interpretar a realidade própria de cada um. Nos trabalhos em grupo, a concepção de vínculo para Pichon-Rivière, corresponde na relação que foi estabelecida do participante com seus familiares de origem. A psicologia social privilegia o grupo como unidade de interação; neste sentido, o grupo operativo é considerado como uma estrutura operativa que possibilita aos integrantes meios para que eles entendam como se configuraram as suas relações com seus familiares de origem.

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Questão 24

Segundo a professora Alice Beatriz B. Izique Bastos, da Universidade Metodista de São Paulo e da Universidade Gama Filho, a teoria e prática do Grupo Operativo de Enrique Pichon-Rivière, em relação aos papéis no grupo, pode-se dizer que alguns são fixos, enquanto outros emergem no decorrer do processo, articulando-se com as necessidades e com as expectativas tanto individuais quanto grupais, podendo alternar-se. Assinale a alternativa abaixo que cita os papéis exercidos no grupo operativo que são emergidos no decorrer do processo grupal.

a) Os líderes são as pessoas que falam livremente, estabelecem interações com os outros integrantes e partilham experiências comuns. Os observadores são aqueles que realizam as identificações e de diferenciações dos integrantes do grupo. Os integrantes são os que trabalham com a subjetividade e com a singularidade dos membros do grupo. Estes últimos, também tem a função de indagar os seus integrantes para melhor perceberem suas próprias questões.

b) No grupo operativo, se faz presente o ouvidor que exercita a escuta e possibilita torná-la cada vez mais apurada, favorecendo desta forma a elaboração de conflitos, a transformação de modos de posicionamento frente ao próprio sofrimento, possibilitando insights e transformações significativas. O observador auxilia o ouvidor na investidura da escuta qualificada nas instituições, identifica como está estruturada uma específica linguagem e, portanto, como integrantes estão sujeitos às leis de funcionamento dessa linguagem.

c) Nos grupos operativos, o/a psicólogo/a opera como auxiliar de produção de emergências de falas dos sujeitos. Este papel é primordial pois este profissional pode de forma prática psicanalisar as pessoas da instituição em que está sendo realizado o grupo operativo, com o objetivo de aplicar as regras de funcionamento da linguagem implícita. O observador lê os discursos dos integrantes, para registrar nos registros diários, para auxiliar a função do/da psicólogo/a em sua função análise do sujeito.

d) O porta-voz é o integrante que explicita o que está implícito, colaborando com a tarefa. O bode-expiatório aparece quando explicita algo que não tem a aceitação do grupo. Já o líder de mudança surge no momento em que o que foi explicitado pelo porta-voz é aceito pelo grupo contribuindo para o movimento dialético grupal.

e) Para Pichon-Rivière, o/a psicólogo/a é articulador da saúde mental e do fomento ao processo de aprendizagem. O diretor ou gestor da instituição que está sendo foco do trabalho desenvolvido pelo grupo operativo e, este, auxilia o/a psicólogo/a no sentido de poder (re)pensar o papel da aprendizagem numa nova ótica em direção à promoção de saúde e, consequentemente, às possibilidades de mudança de seus integrantes diante das respectivas dificuldades e conflitos.

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Questão 25

Com base no Código de Ética Profissional do Psicólogo, aprovada pela Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) Nº010/2005, este em sua introdução afirma que tem por missão primordial assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social da categoria. Traduzem-se em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos fundamentais. Um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de normas e imutável no tempo. As sociedades mudam, as profissões transformam-se e isso exige, também, uma reflexão contínua. É preciso contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais. Independentemente de seu lugar institucional ou não, é vedado ao psicólogo:

a) Abdicar de receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento de serviços.

b) Prestar esclarecimentos aos pacientes/clientes a respeito de sua prática profissional científica por ser exclusiva do psicólogo.

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2020

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c) Revelar a outros, sobre faltas éticas, violação de direitos, crimes ou contravenções penais praticados por seus pacientes/clientes durante a prestação de serviço profissional.

d) Opor-se com organizações que exerçam atividades diferentes do profissional psicólogo.

e) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações.

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