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«A eliminação das doenças tropicais negligenciadas em África é possível»

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SEXTA CONFERÊNCIA DOS MINISTROS

DA SAÚDE DA UNIÃO AFRICANA

22-26 DE ABRIL DE 2013

ADIS ABEBA, ETIÓPIA

CAMH/Exp/5(VI)

TEMA: “IMPACTO DAS DOENÇAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DNT) E DAS DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS (DTN) NO DESENVOLVIMENTO DE ÁFRICA”

Plataforma Continental para o controlo e a eliminação

das doenças tropicais negligenciadas até 2020

«A eliminação das doenças tropicais negligenciadas em

África é possível»

Março de 2013 SA9437 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Tele: +251-115 517 700 Fax: +251-11-5 517844

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P á g . (i) Índice ... Error! Bookmark not defined.

Prefácio ... i

Introdução ... 1

Características comuns das doenças tropicais negligenciadas ... 2

Principais doenças tropicais negligenciadas ... 2

Consequências das doenças tropicais negligenciadas ... 3

Desafios a enfrentar... 3

Novas abordagens estratégicas ... 4

Profilaxia das doenças tropicais negligenciadas ... 4

Agenda estratégica de luta contra as doenças tropicais negligenciadas em África ... 8

Missão e Objectivos da Plataforma Continental ... 8

Monitorização e avaliação ... 9

Bibliografia ... 7

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CAMH/Exp/5(VI) P á g

Prefácio

Embora o peso das doenças infecciosas tenha diminuído no mundo, as doenças tropicais negligenciadas (DTN) constituem ainda um grande problema para a saúde pública e um obstáculo para o desenvolvimento em África. As DTN continuam a flagelar as populações mais pobres e mais marginalizadas em África, as comunidades com acesso limitado aos cuidados de saúde, à educação assim como a outros recursos. Uma vez que as mulheres e as crianças são atingidas de uma forma desproporcionada por estas doenças devastadoras, as mulheres são frequentemente vítimas de estigmatização, na sequência de manifestações deformadoras das DTN, ao passo que as crianças, que são infectadas com frequência durante os primeiros anos de infância, são susceptíveis de sofrer as consequências das DTN no seu desenvolvimento, diminuindo igualmente a sua qualidade de vida e a sua produtividade na idade adulta.

Estamos numa viragem decisiva no âmbito da luta contra as doenças tropicais negligenciadas. A 30 de Janeiro de 2012, os dirigentes mundiais na área da saúde, incluindo 13 companhias farmacêuticas, a Fundação Bill e Melinda Gates, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Ministros da Saúde dos países onde as DTN são endémicas anunciaram, na Declaração de Londres, um compromisso sem precedentes, totalizando 785 milhões de Dólares dos Estados Unidos para o controlo ou a eliminação de 10 DTN em 2020. É chegado o momento de os governos africanos, actores chave da saúde em África, criarem, em complemento destes compromissos, um ambiente propício para a passagem rápida à escala e durabilidade do esforço mundial de luta contra as DTN, através de um quadro estratégico sólido e de um aumento dos compromissos financeiros. Os governos de alguns países africanos e os seus parceiros realizaram progressos significativos em matéria do controlo e eliminação das DTN em determinadas zonas endémicas. Em particular, o controlo e a eliminação da dracunculose, geralmente designada «verme da Guiné», e da oncocercose foram bem-sucedidos. Todavia, outras DTN permanecem endémicas em alguns países africanos e continuam a devastar comunidades e reduzir consideravelmente a produtividade nacional.

A OMS preconiza seis estratégias ou intervenções para a luta contra essas doenças: a quimo-prevenção, a intensificação do apoio aos pacientes, a luta anti-vectorial e contra o hospedeiro intermediário, a disponibilização de água potável, o reforço da higiene e do saneamento do meio, a saúde pública veterinária e o reforço das capacidades de controlo das MTN. Embora uma destas abordagens possa ser privilegiada na luta contra uma doença ou um grupo de doenças específicas, as estatísticas mostram que a luta é mais eficaz quando cinco destas estratégias estão associadas e aplicadas ao nível local. A Plataforma Continental para o controlo e a eliminação das doenças tropicais negligenciadas até 2020, sob o título «A eliminação das doenças tropicais negligenciadas em África é

possível» anunciam os mesmos objectivos que os da OMS.

O objectivo da Plataforma Continental é o controlo e a eliminação das DTN até 2020, tendo em vista a protecção de milhões de pessoas das consequências físicas, sociais e económicas das DTN. Estes desafios levaram mais de 30 países africanos a elaborar estratégias e planos nacionais plurianuais, privilegiando a abordagem de uma luta integrada e da implementação de planos que visam acelerar o controlo e a eliminação das DTN.

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P á g . ii

Gostaria de convidar os Estados-membros da União Africana para realizar campanhas que visam a prevenção e a luta contra as doenças tropicais negligenciadas, com um impacto nefasto na vida pública, constituindo um obstáculo para a realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, através da implementação dos objectivos estratégicos anunciados na referida Plataforma Continental.

Estamos numa viragem decisiva na luta contra estas doenças e podemos contar com o apoio dos nossos parceiros internacionais. Juntos podemos controlar e eliminar com êxito as DTN como problema de saúde pública em África até 2020.

Dr. Mustapha Sidiki Kaloko

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CAMH/Exp/5(VI) P á g . 1

A- Introdução

1. As doenças tropicais negligenciadas constituem um grupo de doenças entre as mais frequentes em 2,7 biliões das pessoas mais pobres do mundo, vivendo com menos de 2$EU por dia1. Estas doenças foram, na sua maioria, erradicadas em quase todos os países desenvolvidos ou ricos. Não obstante os terríveis sofrimentos e as incapacidades permanentes que elas provocam, estas doenças são frequentemente menos visíveis em relação a outras doenças e despertam pouca atenção dos governos e, por conseguinte, são, por várias vezes, negligenciadas. Elas persistem exclusivamente nas comunidades mais pobres e mais marginalizadas que vivem nas regiões tropicais e subtropicais. Elas assolam os locais onde não há água potável nem meios de saneamento satisfatórios, onde as condições de habitação são deploráveis e onde o acesso aos cuidados de saúde é limitado. As crianças e as mulheres grávidas estão particularmente expostas às doenças tropicais negligenciadas2.

2. Não existe uma definição padrão e global das doenças tropicais negligenciadas, sendo que as doenças que fazem parte deste grupo podem, por conseguinte, variar, de acordo com as classificações. Há duas abordagens para a definição deste termo: a primeira consiste em insistir na negligência como característica principal, ao passo que a segunda abordagem baseia-se nas características comuns das doenças e no seu impacto na pobreza e no desenvolvimento 3.

3. Actualmente foram recenseadas 17 principais doenças tropicais negligenciadas, podendo, na sua maioria, ser prevenidas ou eliminadas. Estas doenças afectam milhões de pessoas, sobretudo nas comunidades desfavorecidas, provocando uma dor física intensa, grandes deformações em termos de estética e uma incapacidade severa. Algumas destas doenças são muito mortíferas. Há meios simples e eficazes para fazer um combate global contra o primeiro grupo destas doenças (oncocercose, bilharziose, geohelmintíases e filariose linfática), mas não contra o segundo grupo (úlcera de Buruli, tripanossomíase humana africana e leishmaniose). Este segundo grupo exige sólidos sistemas de vigilância de base comunitária, o que permitirá uma detecção precoce de casos e um tratamento rápido dos pacientes, por forma a prevenir a incapacidade ou a morte.

4. Durante estes últimos anos, as doenças tropicais negligenciadas tornaram-se mais importantes, tendo despertado uma maior atenção aos níveis continental e internacional.

No âmbito internacional, foi recuperado o interesse e surgiu um novo esforço para a luta contra as DTN, que se materializou em grandes eventos, tais como a Declaração de Londres, em Janeiro de 2012, o Apelo de Acra sobre as DTN bem como o compromisso dos parceiros visando a eliminação de uma dezena de DTN até 2020, o que se traduziu por um importante crescimento da doação de medicamentos assim como pelo aumento de recursos financeiros para as DTN. Tudo isto acarreta novos desafios para a África. De onde surge a urgência de os governos dos países africanos atribuírem prioridade às DTN nas

1 Hotez PJ, Molyneux DH, Fenwick A, Kumaresan J, Sachs SE, Sachs JD, et al. Control of neglected tropical diseases. N.

Engl. J. Med. 2007 sept 6;357(10):1018-1027.

2

Ibid

3 Hotez PJ Ph.D. Forgotten People, Forgotten Diseases: The Neglected Tropical Diseases and Their Impact on Global

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P á g . 2

suas políticas e aumentarem os orçamentos nacionais com vista à implementação dos programas de luta contra as DTN.

B- Características comuns das doenças tropicais negligenciadas

5. Sete características principais são comuns para as doenças tropicais negligenciadas:

 as doenças tropicais negligenciadas são um sinal de pobreza e de exclusão, sendo que a pobreza facilita a presença e a propagação das doenças tropicais negligenciadas;

 As doenças tropicas negligenciadas afectam as populações menos visíveis e com pouco peso político;

 As doenças tropicais negligenciadas não se propagam em todo o mundo;

 As doenças tropicais negligenciadas são a causa da estigmatização e da discriminação, principalmente para as mulheres e as raparigas;

 as doenças tropicais negligenciadas têm um grande impacto na morbidade e na mortalidade;

 as doenças tropicais negligenciadas não suscitam grande interesse para a investigação;

 existem soluções eficazes e realistas para o combate, prevenção e, eventualmente, a eliminação das doenças tropicais negligenciadas.

C- Principais doenças tropicais negligenciadas

6. A OMS4 enfatiza actualmente 17 doenças tropicais negligenciadas ou grupos de doenças endémicas. Eis a lista dessas doenças, embora não seja exaustiva: Dengue, Raiva, Tracoma, Úlcera de Buruli, Treponematoses endémicas (buba), Lepra, Doença de Chagas (tripanossomíase americana), Tripanossomíase humana africana (doença de sono), Leishmanioses, Cisticercose, Dracunculose (verme da Guiné), Equinococose (hidatidose), Trematódes de origem alimentar, Filariose linfática (elefantíases), Oncocercose (cegueira do rio), Schistosomiase (bilharziose) e Geohelmintíases (helmintíases transmitidas pelo sol).

7. A maioria destas 17 doenças tropicais negligenciadas são doenças parasitárias provocadas por protozoários ou helmintos. Algumas são transmitidas por animais domésticos, outras por vectores tais como mosquitos. Outras doenças ainda, como a dracunculose, são transmitidas através da contaminação da água, ao passo que as geohelmintíases são transmitidas pelos ovos presentes nos excrementos das pessoas infectadas. Podemos classificar as doenças tropicais negligenciadas em duas grandes categorias:

 as doenças endémicas crónicas, tais como a oncocercose, contra as quais existe um tratamento que, embora eficaz e menos dispendiosos, não é sempre acessível;

 as doenças potencialmente mortais, tais como a tripanossomíase humana africana, para as quais a única possibilidade é uma despistagem activa e um tratamento numa fase precoce.

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CAMH/Exp/5(VI) P á g . 3

Figura 1: Países que apresentam uma co-endemicidade de 5 a 7 doenças tropicais negligenciadas. Fonte: Hotez PJ, Fenwick A, Savioli L, Molyneux DH. Resgatar biliões de pessoas infectadas, através do controlo das doenças tropicais negligenciadas. Edições Lancet. 2 de Maio de 2009;373(9674):1570-1575

D- Consequências das doenças tropicais negligenciadas

8. As doenças tropicais negligenciadas têm como consequências:

 deficiência, em particular nas crianças: atraso do desenvolvimento físico e cognitivo nas geohelmintíases e na Schistosomíase;

 deformações causadas pela lepra, filariose linfática (elefantíases), leishmaniose cutâneo-mucosa, úlcera de Buruli ;

 cegueira na oncocercose e no tracoma;

 mortes na tripanossomíase humana africana, leishmaniose visceral (co-infecção leishmaniose visceral – infecção com VIH/SIDA).

E- Desafios a enfrentar

9. Para sustentar e expandir os sucessos alcançados na luta e prevenção, é preciso:

Apoio internacional: os países, as instituições e as ONG´s devem manter o seu apoio bilateral e encorajar outros doadores para prestarem o seu apoio;

Luta contra as doenças tropicais negligenciadas: nesta luta afigura-se importante tomar em consideração factores ambientais, tais como a permeabilidade das fronteiras, o crescimento demográfico, as migrações, o urbanismo, os deslocamentos dos animais domésticos e dos vectores assim como as alterações climáticas;

Reacção rápida às informações relativas à epidemiologia, transmissão e controlo das doenças tropicais negligenciadas;

Melhoria de competências: a redução de competências em matéria da luta antivectorial, tratamento das doenças e dos aspectos veterinários da saúde pública se fazem sentirem alguns países. Por isso, os Estados-membros deverão melhorar a suas capacidades em termos de recursos humanos, com vista à realização das actividades necessárias;

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P á g . 4

Disponibilização de medicamentos curativos e preventivos nos países afectados pelas doenças tropicais negligenciadas;

Desenvolvimento da investigação com vista à finalização e utilização de novos medicamentos (contra a tripanossomíase humana africana, as leishmanioses, etc.), medicamentos que devem ser fornecidos gratuitamente, incluindo novas vacinas, em particular contra a dengue, e novos instrumentos de diagnóstico, tais como as técnicas da biologia molecular (PCR, RT-PCR).

F- Novas abordagens estratégicas

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10. Para a prevenção e a luta contra as DTN, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza seis estratégias: i) quimo-prevenção; ii) tratamento intensivo das doenças;, iii) luta anti-vectorial; iv) garantia do fornecimento de água sem riscos sanitários assim como de meios de saneamento e de higiene; v) implementação de medidas de saúde pública veterinária; e vi) reforço das capacidades de controlo das DTN. As medidas tomadas para a redução do impacto de cada DTN devem basear-se na associação de cinco abordagens estratégicas. A estas seis estratégias é preciso acrescentar a garantia do fornecimento de água sem riscos e de meios de saneamento e de higiene.

11. Para sustentar os benefícios sanitários, será conveniente integrar e aplicar as estratégias acima referidas no quadro dos programas sanitários nacionais dos países onde as DTN são endémicas.

G- Profilaxia6 das doenças tropicais negligenciadas

12. Um programa de controlo ideal7 deve ser uma luta «integrada», a ser levada a cabo a todos níveis da cadeia epidemiológica: pessoas infectadas, vectores, reservatórios de parasitas, meio ambiente, etc.

13. Já foram elaborados programas e abordagens para a eliminação das doenças tropicais negligenciadas. Podemos distinguir dois grandes métodos de luta: (i) administração massiva de medicamentos ou quimioprofilaxia colectiva; (ii) luta directa contra a contaminação humana por parasitas para os quais nenhum tratamento eficaz nem/ou facilmente administrável através da quimioprofilaxia colectiva é disponível. Estas duas abordagens são claramente complementares e devem ser combinadas, se essa estratégia for julgada útil para a eliminação e se as circunstâncias o permitirem, com vista a romper totalmente a cadeia de transmissão das doenças.

5 Agir para a redução do impacto das doenças tropicais negligenciadas, Primeiro relatório da OMS sobre as doenças

tropicais negligenciadas, Organização Mundial da Saúde 2011

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Vide Tabela em anexo 2

7 Cuzin L, Delpierre C. Epidemiologia das doenças infecciosas. EMC (Elsevier SAS, Paris), Doenças infecciosas [Internet].

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H- Agenda estratégica de luta contra as doenças tropicais

negligenciadas em África: Missão e Objectivos da Plataforma

Continental

14. Missão: assegurar uma liderança eficaz e participar na prevenção e na luta contra as DTN em África.

15. Visão: uma África livre das DTN.

16. Objectivo estratégico: Reduzir a morbidade e a incapacidade originadas pelas doenças tropicais negligenciadas, através do reforço das perspectivas da realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e além, incluindo a melhoria da saúde e da situação socioeconómica dessas pessoas.

I- Princípios directores e objectivos estratégicos

17. Os princípios directores e as prioridades estratégicas são apresentados na tabela que se segue:

Tabela 1: Resumo dos princípios directores e dos objectivos estratégicos

Princípios directores Objectivos estratégicos

1. Reforçar a apropriação, pelos Estados-membros, da advocacia, coordenação e da parceria

1.1 Reforçar os mecanismos de coordenação do programa de controlo das DTN ao nível nacional;

1.2 Reforçar e promover as parcerias que visam o controlo, a eliminação e a erradicação das doenças tropicais negligenciadas específicas ao nível nacional;

1.3 Melhorar o desempenho do programa das DTN e da utilização das lições aprendidas para a melhoria da advocacia assim como a sensibilização eficaz da melhoria de intervenções específicas;

1.4 Reforçar a advocacia, a visibilidade e a rastreabilidade das intervenções de controlo, eliminação e erradicação das DTN a todos os níveis. 2. Reforçar a planificação baseada em resultados, mobilização de recursos e durabilidade das intervenções da luta contra as DTN

2.1. Melhorar as abordagens estratégicas de mobilização de recursos junto dos parceiros, a todos os níveis, em prol das intervenções da luta contra as DTN;

2.2. Reforçar a integração e as conexões do programa das DTN nos planos nacionais e nas reformas sanitárias dos Ministérios da Saúde, tendo em vista uma melhor integração dos mecanismos de financiamento, tais como as linhas orçamentais consagradas à luta contra as DTN;

2.3. Desenvolver e actualizar as políticas, directivas e os instrumentos de orientação para a implementação do programa das DTN;

2.4. Integrar o género na planificação operacional do controlo e eliminação de DTN específicas.

3. Fazer o escalonamento do acesso às intervenções,

3.1. Fazer o escalonamento das intervenções de quimioterapia preventiva integrada, incluindo as HTS, a oncocercose, a Schistosomíase e a tracoma;

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tratamento e reforço das capacidades de prestação dos serviços do programa das DTN

3.2. Fazer o escalonamento das intervenções de tratamento de doenças, particularmente a cisticercose, a raiva e a THA; 3.3. Introduzir a luta antivectorial integrada para o controlo ou a

eliminação de DTN específicas;

3. 4. Reforçar capacidades a todos os níveis do sistema nacional de saúde (incluindo as comunidades) para a implementação e a coordenação da luta contra as DTN. 4. Renforcer le suivi, l’Evaluation, la surveillance et la recherche opérationnelle dans le domaine des MTN

4.1. Renforcer le suivi et l’évaluation des activités de lutte contre les MTN ;

4.2. Renforcer le système de surveillance des MTN dans le système sanitaire existant ;

4. 3. Promouvoir la recherche opérationnelle sur les MTN.

J- Monitorização e Avaliação

18. O Plano de Acção das DTN será implementado no seio do sistema nacional de saúde existente. Os indicadores da luta contra as DTN serão monitorizados e declarados, a todos os níveis, através dos sistemas de notificação existentes.

19. Os indicadores a serem monitorizados são os seguintes:

a- Avaliação do impacto da morbidade das DTN

 Estimativa precisa da população actualmente afectada e da população exposta, a fim de determinar as pessoas que serão visadas pelas intervenções.

b- Abordagem integrada e todas as multi-intervenções da luta contra as doenças  Vários Estados-membros que adoptaram uma abordagem integrada, que

inclui a concepção, elaboração e implementação de estratégias de multi-intervenções aplicadas em situações locais e em função das possibilidades locais.

c- Reforço do sistema de cuidados de saúde e de desenvolvimento de capacidades

 Taxa de cobertura da administração colectiva de medicamentos nos países abrangidos pelo programa de quimioterapia preventiva e de luta contra a transmissão;

 Taxas nacionais de prevalência e de incidência das DTN;

 Montante de recursos financeiros disponíveis para uma acção nacional.

d- Reforço da gestão integrada de vectores e do desenvolvimento de capacidades  Vários países dotados de políticas nacionais de gestão integrada de vectores;

 Vários países endémicos que fazem a implementação, monitorização e avaliação da gestão integrada dos vectores.

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CAMH/Exp/5(VI) P á g . 7 Bibliografia

1. OMS: Trabalhar para ultrapassar o impacto global das doenças tropicais negligenciadas. Primeiro relatório da OMS sobre as doenças tropicais negligenciadas 2010.

2. OMS: Agir para a redução do impacto das doenças tropicais negligenciadas - Resumo. REH, 2011, 86, 113-120.

3. Fournols H. Défice da Investigação e Desenvolvimento (R&D) no domínio das doenças negligenciadas. In Santé Internationale. Les enjeux de santé au Sud.

Dominique Keroedan (dir.). Paris. Presses de Sciences Po, 2011, pp 503-513.

4. OMS: Zonas Negligenciadas: Relatório da 3ª Conferência, Novembro de 2010. REH, 2011, 86, 367-370.

5. DNDi 2010. Relatório Anual. Drugs for Neglected Diseases Initiative, 2011.

6. Cuzin L, Delpierre C. Epidemiologia das doenças infecciosas. EMC( Elsevier SAS, Paris), Maladies infectieuses [Internet]. 2005 [cité 2010 oct 25]; 8-001-D-10. Available from: http://www.em-consulte.com/article/37156

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Anexos

Anexo 1: Directrizes para a quimioprofilaxia das sete doenças tropicais negligenciadas com maior prevalência

Doença Medicamento e dosagem

Limite de implementação

População elegível Frequência de administração Filariose linfática em zonas onde a oncocercose é também endémica Ivermectine, em função tamanho da pessoas (utilização da toesa para as crianças) + Albendazole 400 mg ≥ 1% de prevalência Qualquer população em risco, excepto as mulheres grávidas, as mulheres em aleitamento na primeira semana depois do parto e crianças com menos de 90 cm (15kg)

Uma vez por ano

Filariose linfática em zonas endémica de oncocercose Diéthylcarbamazine: 6mg/kg + Albendazole 400mg ≥ 1% de prevalência Qualquer população em risco, excepto as mulheres grávidas e crianças menores de 2 anos

Uma vez por ano

Oncocercose Ivermectine, em função do tamanho da pessoas (utilização da toesa para as crianças) ≥ 40% de prevalência ou ≥ 20% de nódulos palpáveis Qualquer população em risco, excepto as mulheres grávidas, as mulheres em aleitamento na primeira semana depois do parto e as crianças com menos de 90 cm(15kg)

Uma vez por ano

Schistosomíase Praziquantel 400 mg ou Mébendazole 500 mg Presença de infecção Crianças em idade escolar e população em risco, excepto as crianças menores de 4 anos < 10% de prevalência na comunidade: duas vezes por ano no ensino primário; 10-50% de prevalência: a cada 2 anos; >50% de prevalência: todos os anos; 20-50% de prevalência: uma vez por ano; ≥ 50% de prevalência: duas vezes por ano Geohelmintíases (Ascaridíase, Ancilostomose, Tricocefalose) Albendazole 400mg ou Mébendazole 500mg

≥ 20% de infecção Crianças em idade pré-escolar e escolar, mulheres em idade reprodutiva e adultas em alto risco, excepto crianças menores e mulheres grávidas durante o primeiro trimestre. Tracoma Azithromycine, 20mg/kg Prevalência de tracoma activo >5% em crianças de 1 a 9 anos Qualquer população em risco, excepto crianças menores de 6 meses

Uma vez por ano

Adaptado de: Hotez PJ, Molyneux DH, Fenwick A, Kumaresan J, Sachs SE, Sachs JD, et al. Control of neglected tropical diseases. N. Engl. J. Med. 2007 sept 6 ;357(10) : 1018-1027

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CAMH/Exp/5(VI) P á g . 9 Anexo 3: Medicamentos antelmínticos recomendados pela OMS no quadro da quimioterapia

preventiva

ALB = albendazole; MBD = mebendazole; DEC = diethylcarbamazine (citrate); IVM = ivermectin; PZQ = praziquantel; LEV = levamisole; PYR = pyrantel

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