DIÁLOGO
“DIÁLOGO CONSIGO MESMO/ com a noite/ os
astros/ os mortos/ as ideias/ o sonho/ o passado/ o mais que futuro/ Escolhe teu diálogo/ e/ tua me-lhor palavra/ ou/ teu meme-lhor silêncio./ Mesmo no silêncio e com o silêncio/ dialogamos”, versou o escritor mineiro Carlos Drummond de Andrade na obra “Discurso de primavera e algumas sombras” (1977). O poeta, alheio ao amanhã irascível que hoje se confi gura, louvava em palavras o diálogo com o ser amado, o semelhante — mas desejava também tecer conversações com o diferente, o indiferente, o oposto, o adversário.
Na era da virtualidade, onde sociabilidades se constroem em 280 caracteres, o diálogo anda cá e lá parecendo impossível: discordâncias facilmente se convertem em bloqueios. Em meio ao isolamen-to que nos obriga ao digital, no entanisolamen-to, recuperar o sentido do verbo dialogar se mostra urgente. “Estamos vivendo um momento em que o diálogo como manifestação humana fundamental é algo cada vez mais raro. Desse modo, um passeio, ain-da que breve, pelo modo como ele emerge como gênero literário e fi losófi co na Antiguidade Grega é sempre bem vindo”, destaca Maria Aparecida de Paiva Montenegro, professora do curso de Filosofi a da Universidade Federal do Ceará.
“O diálogo surge mais como gênero no âmbito da comédia, sobretudo da comédia siciliana, data-da do séc V aC. Destacam-se aí os nomes de Sófron e Epicarmo, poetas que privilegiavam a represen-tação de cenas cotidianas, cujos personagens eram em grande parte pessoas comuns, ao invés de reis, heróis ou divindades, como se vê nas tragédias. Se-gundo testemunho de Diógenes Laércio, tais poetas
Obra “Brincando de ser só”, do artista catarinense Susano Correia.
teriam infl uenciado sobremaneira o estilo de Pla-tão”, explica a pesquisadora.
Na Grécia Antiga, Platão utilizou o diálogo na construção do conhecimento. “O diálogo como gê-nero fi losófi co registrado pela letra de Platão (pre-servado em sua totalidade), imortaliza Sócrates como uma espécie de herói fi losófi co, cujo adversá-rio não é o guerreiro Troiano ou Meda, mas a igno-rância e a impáfi a de quem não sabe que nada sabe. Ademais, permite inserir o leitor em um debate do qual ele não participou, acompanhando, quase como que ao vivo, o desenrolar de uma discussão cujo desfecho muitas vezes pode parecer insatisfa-tório, posto que não chega a uma defi nição acabada acerca dos temas examinados, mas que preserva a fi losofi a, antes de tudo, como ato, como forma de viver”, complementa Maria Aparecida.
Mas, afi nal, o que conceitua o diálogo? Todas as experiências sociais, nas quais os homens agem e interagem entre si, são dialógicas? “O diálogo é uma prática que envolve a busca por entendimen-to, é uma busca por entender a posição do outro e também por fazer com que a sua posição seja en-tendida. Nesse sentido, o diálogo é também uma prática que se realiza entre iguais ou quando se tem uma relação horizontal”, conceitua a escrito-ra e descrito-ramaturga Helena Vieiescrito-ra. “As situações in-formais de conversa são também dialógicas, mas nem toda situação comunicacional é necessaria-mente um diálogo. A situação de uma venda, por exemplo, não busca diálogo — busca a adesão do cliente. No cotidiano, as situações comunicacionais são mistas, o que assegura que as pessoas possam assumir uma abertura corporal, uma atenção ética de tentar estabelecer esses diálogos”.
Para Helena, é fundamental destacar que o diálo-go não é uma panaceia — existem questões princi-piológicas que apenas o entendimento entre pessoas ou grupos não é capaz de solucionar. “O racismo, por exemplo, não é uma questão de desentendimento. O racismo perpassa as posicionalidades estrutu-rais — nesse sentido, não é o diálogo que vai con-seguir resolver o racismo, mas pode engajar pes-soas na luta antirracista. Outro aspecto importante
de observarmos é quando o diálogo é usado como tentativa de amansamento das reivindicações dos oprimidos. O diálogo é uma modalidade de atuação política, ele não é toda a atuação política. Considerar que todos os nossos problemas se resolveriam com diálogo signifi caria dizer que todos os nossos proble-mas são fruto de incompreensão e desentendimento. Nossos problemas são também da ordem da econo-mia, da estrutura. O diálogo pode cooperar, mas não é a única solução”, defende.
Dialogar é, sobretudo, assumir riscos: na constru-ção de um território comum entre sujeitos, onde as diferenças são também celebradas, é preciso aceitar que podemos sair desses encontros modifi cados — ou mesmo mal interpretados. Como se busca esse entendimento, então? “Esse é um dos grandes desa-fi os”, continua Helena. “Eu tenho pensado no diálogo como um investimento político incessante, ou seja, um esforço contínuo — sobretudo daqueles que têm posição mais privilegiada — de exercitar a escuta. As posições de cada sujeito são múltiplas, então o mesmo sujeito pode ocupar muitas posições e elas podem estar em suspensão em alguns momentos. É preciso, então, que quando a gente constate uma si-tuação de desigualdade fundamental numa tentativa de diálogo, aquele que ocupa nessa relação a face do-minante construa o esforço para considerar legítimo o que o outro está dizendo”, sugere a escritora.
“O errôneo senso comum de que o diálogo é im-possível, principalmente no campo político, precisa ser confrontado. “Sabe por quê? Porque a gente nem tentou dialogar tanto assim. É necessária uma pos-tura ética que priorize o entendimento e não a polê-mica. A gente vive numa sociedade em que as trocas se davam de maneira unilateral: o livro dizia, o jornal dizia, as pessoas conversavam só nos seus círculos mais próximos. Ainda não construímos estrutu-ras que nos permitam realizar essas trocas todas”, enfatiza Helena. Os caminhos de fala e escuta são múltiplos. “O que eu chamo de generosidade inter-pretativa é o que vai ajudar a construir no outro uma prática para interpretar melhor. Diálogo tem a ver com dialogicidade, um regime de troca — meu pro-cesso de fala, mas também meu propro-cesso de escuta no interior dessas práticas”, fi naliza.
D I Á L O G O
O ARTISTA
Mais do que simples expressão, a arte é um delicado canal de interação e um elemento vital para o desenvolvimento humano. É assim que Susano Correia conceitua o seu trabalho. Natural de Florianópolis, ele começa a se consolidar como um dos expoentes da nova geração de artistas visuais do País. Formado em licenciatura em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em 2015, o jovem popularizou seus trabalhos pelas redes sociais, o que deu ao artista projeção nacional e possibilidade para dedicação exclusiva à arte.
Desde então, Susano desenvolve uma linguagem pictórica contemporânea, com preocupações didáticas, e usa meios democráticos para expor suas obras ao grande público. Com isso, atrai em suas exposições também um público que não tem o hábito de frequentar museus. Em meados de 2019, mudou seu ateliê para a maior cidade da América Latina, São Paulo, que é também um importante polo cultural, com a fi nalidade de expandir os horizontes, buscar novas experiências e contatos no meio artístico. Site: www.susanocorreia.com.br
É necessária uma postura
ética que priorize o
entendimento e não a
polêmica”
Helena Vieira, escritora
O POVO MAIS
MAIS.OPOVO.COM.BR
Leia também entrevista com poeta e pesquisador Rômulo Silva sobre diálogo e invenção de
estruturas de escuta na sociedade brasileira.
S U P E R
NOVAS
Por JULLY LOURENÇO
DUAS SÉRIES, SOBRE MODA, que me dispus a assistir
e não passei dos primeiros 15 minutos: “Girlboss” (2017) e “Halston” (2021), as duas da Netflix.
A primeira, tentei várias vezes. O meu confronto são com os palavrões (além de desnecessários, ditos o tempo todo, algumas vezes, de forma pedante) da moça, em cena. Dito isso, confesso: tenho o livro! O título, publicado em 2014, pela própria Sophia Amoruso.
Sobre o segundo, que me levou a citar o primeiro, talvez tenha ido além dos 15 minutos. É envolvente quando surge a “ligação”, mesmo que súbita, do famoso estilista norte-americano (o senhor halstonstyle.com) e a ex-primeira dama dos Estados Unidos (EUA), eterna Jackie (foto). Depois dessa parte, o convite - não que não tenha sido feito antes, mas é mais reforçado - é com avisos prévios: moda, glamour, sexo e drama. Acho que não estava preparada para o gole desse drink, na noite. Quem sabe outro dia (mas esse eu vou ver!).
O segundo episódio traz um desfile de moda histórico: “Versailes”, o “olimpo” dos fashionistas.
Razão 2: como o Studio 54 e o conceito de cultura da noite andaram lado a lado. Bônus: atmosfera anos 1970 no ar. Parêntese: apesar da família do estilista ter “alfinetado” a produção assinada pela plataforma de streaming como “um relato fictício e impreciso” - traz artigo da PR Newswire -, baseada apenas no livro de Steven Gaines, “Simplesmente Halston: A História Não Contada” (1991), o legado da sua história para a moda dos anos 1970 e 1980 reacende no mundo todo.
Desdobramento: em casadinha com o momento, os Arquivos HALSTON lançarão uma linha de produtos sem fins lucrativos limitada, autossustentável e icônica baseada na arte original que financiará o programa de bolsas de estudo e a continuidade dos Arquivos com o objetivo de garantir que o legado HALSTON continue vivo nas futuras gerações de estudantes de Moda. (via PR Newswire).
“LINHAS CRUZADAS”:
A CHEFE, UM CHAPÉU
E O TODO HALSTON
NOTAS
SOBRE
NOTAS
Sem querer, topei com
isso diversas vezes: “você ‘precisa’ de cinco hobbies”: 1. para fazer dinheiro; 2. para manter a forma; 3. para manter a criatividade; 4. para construir seu conhecimento; 5. para evoluir seu
mindset. A fase é: achar paixão (pelo que faz).
É também de mudanças! Cleo, por exemplo, virou morena iluminada com Redken. “Essa mudança para mim é uma forma de externalizar as minhas transformações internas dos últimos tempos”, diz. A técnica escolhida por Rodrigo Lima - embaixador da marca e responsável pela transformação no visual da artista - foi a color melting, que utiliza tons intermediários para fundir as cores, resultando em um degradê tridimensional da raiz às pontas, sem sinais de marcação. Espie no online. #AbdominalHipopressivo - Guiado por respiração, ajuda a reduzir a circunferência da barriga. Pesquise na caixa de fi ltros do stories: jaquefernandescf. É personal trainer. Tem também a @ bibifi tnessofi cial, educadora física. FOTOS REPRODUÇÃO Halston (1932-1990) por Andy Warhol (1928-1987)
O QUE É, O
QUE É?
A nova fragrância masculina de @carolinaherrera! Sua fórmula é vegana e traz um frasco - que ilude, à primeira vista, por imagem - em forma de skate. (Fougère Frutado e Amadeirado).
CABELO DE FASES
Tem vezes que o meu cabelo é mais oleoso. Tem vezes que está seco, principalmente nas pontas. Por isso não me prendo a um único tipo de shampoo. Atendo à necessidade - do fi o - em cada momento. Aprendi com Ricardo dos Anjos, na última vinda dele a Fortaleza. Para cada “humor”, uma linha específi ca. (Sabemos que usando itens da mesma família, o tratamento ganha muito mais potência). Recentemente, foi a vez da turma do Match Agente Antioleosidade, de O Boticário. Usei, inicialmente, shampoo (R$ 31,90, 250ml) e condicionador (R$ 36,90, 250ml). Que cheiro! Não sabia se estava mesmo lavando o cabelo ou em uma “nuvem” de perfume. Mais um ponto: a textura do condicionador é rapidamente absorvida pelos fi os, sem pesar. Novidade chega também com shampoo antirresíduos (R$ 34,90, 250ml), tônico antirebote (R$ 69,90, 100ml), shampoo a seco (R$ 39,90, 150ml) e máscara (R$ 56,90, 250ml). O que garante: “fi os sem oleosidade por 48 horas”.
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M A R C U S
LAGE
Silvana Soriano, carioca, residente em Miami, é quem assina a série. A artista, que pinta desde criança, leciona Artes Plásticas no condado fl oridian. O leitmotiv é a interpretação de conhecidos adágios, escritos em quatro idiomas: Creole, Espanhol, Português e Inglês of course. By the way... é impossível não lembrar de Leonardo Mota, autor do maior adagiário brasileiro, além do Velho Pieter Bruegel,
holandês, signatário do Manto Azul, um múltiplo cenário, com mais de uma centena de antigos ditados neerlandeses. Confi ram, vale a pena. Pisando em Ovos, de Silvana Soriano, é uma homenagem para Anna Maria Maiolino, artista-plástica ítalo-brasileira, viúva de Rubens Gerchman.
CLICKS
IPSIS LITTERIS
Bruno e Josmara Furtado com o afilhado Antonio, bênção de Juliana e Mario Filgueiras
Spotted. Mario Menescal, vitorioso na advocacia, e Senhora
VALENTINE`S
DAY
A data surgiu em 1949, não em fevereiro, sendo
uma invenção do saudoso João Dória, pai do governador de São Paulo. Desta feita, nada de restaurantes lotados. Fazer o quê? Se virar com os caterings de plantão, ou com os chefs revelação...
Seria the greatest love of all, o de Wallis e Eduardo
VIII? Afi nal, ele trocou o trono do então império onde Sol não se põe. Ou seriam Mumtaz e Shah Jahan?
Plácido de Carvalho fez um castelo para a italiana
Pierina Rossi, que foi vendido para o Romcy.
Lúcia, viúva de Michel Asly, um cavalheiros mais
elegantes da nossa sociedade, dentre os sucessos matrimoniais da colônia, dribla a saudade cuidando de uma creche, para uma centena de crianças.
O que Salomão escreveu, em Cantares, creio não
servir de clichê: ‘Ás éguas, do Faraó, te comparo’.
Para Vera e René Freire, que fi zeram 61 de vida a
2: ‘o importante é a constância, normalidade, nada fantasioso, sinceridade acima de tudo’.
Tudo indica que Izabela Fiuza e Márcio Meneses
jantarão juntos, sendo notícia festejada.
Na história do Abolição, um dos mais afi nados eram
dona Luiza e Virgílio Távora. Consta que, vindo dela, ele deferia in totvm.
Imperdoável não mencionar Héloise Argenteuil
e Pierre Abélard, Julieta e Romeu franceses, uma das escalas no Père Lachaise. O trágico romance culminou com a castração dele e no claustro de ambos.
Inês e Vasco Vasconcelos computando 36, ao todo,
sendo legendas que inspiram..
Sheakespeare grifou, acerca da Dark Lady: ‘mesmo
sem ser bonita, ainda é bela.’
A rainha Vitoria, que protagonizou um conto
de fadas com o rei Albert. Segundo arriscam estudiosos, teve por Abdul Karim um amor platônico.
No judiciário, saliento a fi dalguia de Guirlanda e do
desembargador Paulo Ponte.
Da Medicina: Beatriz e Manoel Viana. Outros, dentre os Galerianos: os Henrique
Vasconcelos, os Renan Viana e os Tom Prado.
Das patotas de ontem e hoje: Fabia e João
Cesar, Juliana e Liberato Barroso, Alessandra e Daniel Moura.
Do Interclubes, a menção vai para Fatinha e
Jardson Cruz, donos de super timming.
Para não dizer que não falei da press: Clovis
e Sra. Holanda.
‘Agora, pois, permaneçam a fé, a esperança e o amor. Porém, o maior deles é o amor.(1 Cor.13:13)
A vida deve ser um eterno quebrar de paradigmas. Sugestão de monografi a: os espumantes da Serra Gaúcha. Alguns, de tão primorosos, tornaram-se avis raras nas prateleiras do País. Exempli gratia: o Maximo Boschi. Com 36 meses, produzido no método tradicional, ganhou o ‘chapeau’ da cearensidade, de passagem pelo Sul. Falo de papilas experts no assunto, gente que não bebe rótulo. A explosão de perlages, nas versões brut e extra brut, contam com o estopim da uvas Chardonnay (60% ) e Pinot Noir (40%). Brevemente falarei dos tintos, safra
envelhecida por
década. Uma data
interessante será 2022: 360 anos do vin mousseux. Antes de Dom Pérignon, exatamente 36 anos, o médico inglês, Dr. Christopher Merret apresentou o processo da Segunda
Fermentação à Royal Society. (Registros narram que o religioso inventou o muselet, a gaiola de arame).
THE ELIXIR
OF LIFE
FOTOS DIVULG
A
QUADRÃO
POR
DANIEL BRANDÃO
HORÓSCOPO
PERSONARE
www.personare.com.br a.martins@personare.com.brPEIXES
20 DE FEVEREIRO A 20 DE MARÇOAQUÁRIO
21 DE JANEIRO A 19 DE FEVEREIROCAPRICÓRNIO
22 DE DEZEMBRO A 20 DE JANEIROSAGITÁRIO
22 DE NOVEMBRO A 21 DE DEZEMBROESCORPIÃO
23 DE OUTUBRO A 21 DE NOVEMBROLIBRA
23 DE SETEMBRO A 22 DE OUTUBROVIRGEM
23 DE AGOSTO A 22 DE SETEMBROLEÃO
23 DE JULHO A 22 DE AGOSTOCÂNCER
21 DE JUNHO A 22 DE JULHOGÊMEOS
21 DE MAIO A 20 DE JUNHOTOURO
21 DE ABRIL A 20 DE MAIOÁRIES
21 DE MARÇO A 20 DE ABRILSeu senso crítico tende a afl orar e pode fazer com que melhore determinadas situações, mas cuidado para não magoar o entorno, devido à tensão com Urano. Lua e Saturno conjuntos entre si formam trígono com o Sol no eixo amizades-comunicação, fazendo com que seu discurso seja moderado.
O contexto atual envolve a necessidade de fl exibilizar o pensamento e desapegar de conceitos ultrapassados, devido a Urano tensionado. O senso de responsabilidade coletiva tende a se elevar frente à harmonia de Lua e Saturno com o Sol no circuito dos relacionamentos, valorizando as parcerias.
O desafi o é lidar com propostas que mexam com o dia a dia, devido a Urano tensionado. Uma postura prudente e com argumentos bem fundamentados benefi cia o trato social, facilitando parcerias, como indica o encontro Lua-Saturno no setor comunicativo, em trígono com o Sol na casa dos relacionamentos.
Procure ser econômica no usufruto do lazer, sem avareza, como alerta a tensão com Urano. Critério e disciplina são premissas adotadas na gestão dos assuntos materiais, otimizando recursos e processos ligados ao dia a dia, como sinaliza a conjunção Lua-Saturno e os trígonos de ambos com o Sol.
Devido a Urano tensionado, cuidado para que o foco excessivo nas demandas. Seu senso de responsabilidade pode afl orar e lhe leva a se empenhar em prol das obrigações, já que Lua e Saturno se encontram no setor do trabalho e formam trígono com o Sol na área material.
Mesmo que o senso de responsabilidade defi nam as prioridades, Urano tensionado alerta para a necessidade de arejar a mente e prevenir o estresse. Lua e Saturno conjuntos no setor do cotidiano formam trígono com o Sol na casa do trabalho, apurando o olhar sobre as demandas e os processos.
O planejamento das ações pede senso estratégico, bem como capacidade de administrar os atritos interpessoais que afl oram com Urano tensionado na área de amizades. Lua, Saturno e Sol harmonizados no circuito de crise tendem a apurar seu entendimento sobre os desafi os.
O comportamento irreverente de algumas pessoas pode lhe incomodar, devido a Urano tensionado. Busque se libertar de preconceitos. A Lua encontra Saturno e com ele forma trígono com o Sol no circuito da intimidade, fazendo com que você adote uma postura mais recolhida e cuidadosa com a vida familiar.
Urano tensionado alerta quanto ao impacto de certas posturas . Procure exercitar a diplomacia. O encontro entre Lua e Saturno no setor de crise sugere um amadurecimento que tende a lhe ajudar a contornar obstáculos na vida familiar, visto que ambos formam trígono com o Sol na área doméstica.
O trígono com o Sol pode lhe ajudar a descobrir pontos a serem valorizados nas pessoas que integram seu círculo de amigos, embora Urano tensionado alerte contra radicalismos. Um olhar criterioso é direcionado para as questões sociais, devido ao encontro Lua-Saturno na área de amizades.
Urano tensionado na área familiar exige prudência na extroversão do pensamento crítico para evitar problemas. Lua, Saturno e Sol harmonizam suas energias entre seu signo e o setor social, fazendo com que se tenha usufruto responsável dos prazeres e das redes virtuais para extrair signifi cados.
Cruzadinha
O que é e como jogar
1. O jogo é constituído de 81 quadrados numa grade de 9 x 9 quadrados, subdivivida em nove grades menores de 3 x 3 quadrados. 2. Cada fileira (vertical e horizontal) deverá conter números de 1 a 9. 3. Cada grade menor, de 3 x 3 quadrados, deverá conter números de 1 a 9.
4. nas fileiras horizontais e verticais da grade maior, cada número deverá aparecer uma só vez.
Sudoku
B R I N C A R
A b i d o r A l
Praga
Cinquenta radialistas no Ceará já perderam a vida por causa dessa praga chamada Covid-19. O levantamento foi divulgado pelo sindicato da categoria. Uma certeza: isso nem de longe lembra uma gripezinha.
Filha do Camões
DivULg
A
çãO
muito legal o quadro “Flor do Lácio” que o pro-grama ancorado por Jocélio Leal, nas manhãs da POvO/CBn, leva ao ar. nas quartas, com uma flor de pessoa, a jornalista Daniela nogueira. A moça, inclusive, faz doutorado em Linguística na UFC. É a fraca!!
em alta
Falando no o PoVo, quem acompanha o POvO + está adorando tantas reportagens especiais e interessantes. virou ponto de leitura obrigatório não só para assinantes, mas para quem quer encontrar informação de qualidade e análise. Com toque de charme.
goleada
A Tv Jangadeiro comemorou, e muito, a grande audiência que obteve ao transmitir o clássico-rei que encerrou o Campeonato Cearense no Estado. Deu de goleada no seu principal rival: a Tv verdes mares que, desta vez, ficou na banheiraaaaa.
Coração de leão
O secretário da Casa Civil, Chagas vieira, ganhou injeção de ânimo a mais, durante sua recuperação da Covid-19, que pegou pela segunda vez (eita, fase!). Foi o tricampeonato do seu clube de coração, o Fortaleza.
a outra
Um dos bons destaques da turma de reportagem da Tv verdes mares é Kílvia muniz. Além de se mostrar segura nos flashes ao vivo, não enche o saco do telespectador com linguiça e dá informação. Ela até lembra a querida Eveline Frota, que já foi da emissora.
setentão
De volta ao Jornal Jangadeiro, da Tv Jangadeiro, o jornalista nonato Albuquerque. Porque
C R Ô N I C A S
Por TÉRCIA MONTENEGRO ESCRITORA E FOTÓGRAFA
Coluna publicada quinzenalmente. Na próxima semana, Izabel Gurgel
MISTÉRIOS
MASCULINOS
“O QUE QUER UMA MULHER?”, perguntava-se Freud, há mais
de um século. A mim, a resposta sempre pareceu evidente, embora longa e complexa. Quanto aos homens, porém, creio que ninguém se ocupou de investigar seus possíveis mistérios – mas eles despon-tam, inequívocos, se entro, por exemplo, numa loja de ferragens. Vejo ali instrumentos alienígenas, objetos surreais para a minha experiência feminina. Materiais de construção ou equipamentos agrícolas em geral vêm associados a um território viril.
Penso em colheitadeiras, plainas, formões, discos e rebolos, bro-cas diamantadas, bigornas, tenazes... e o que dizer de um arco de pua ou um jogo de raspilhas em aço temperado? A testosterona pul-sa em peças para marcenaria e soldagem, todas espul-sas ferramentas de design que parecem ao mesmo tempo rudimentares e futuristas. Não vou mencionar com detalhes o léxico libidinoso de instrumen-tos como chaves de fenda ou abridores de rosca: observo grampos de alumínio, gabaritos com
furos chanfrados, fresas – e coisas de ar fran-camente sádico, como um kreg jig (pesquisem), uma morsa mecânica de base giratória, uma chave extensível com garra...
Ah, mas essa estranheza é mero resultado cultu-ral, dirão alguns. Afi nal, se durante a infância eu ti-vesse usado fantasias de pirata tanto quanto as de baila-rina, hoje poderia manejar um martelo sem me sentir numa espécie de missão viking. E certamente, se houvesse brincado com tratores em miniatura, estaria mais apta a regular uma ensiladei-ra, em caso de necessidade – ou desejo.
O hábito é fundamental para criar familiaridade com um assun-to, concordo. Mas, ainda assim, acho que os mistérios masculinos são subestimados. Eles estão aí, e quase ninguém fala a respeito. O motivo, suponho, é a primazia feminina na área: mulheres
tra-dicionalmente são tidas como criaturas enigmáti-cas – talvez por sugestão de sua anatomia
sexual, que parece secreta em compara-ção com a dos homens.
Pensando bem, a sabedoria clássica deve ter lá suas razões... Lembro quantas pito-nisas, ciganas e feiticeiras me antecederam, elaborando conhecimentos oblíquos – e não vamos esquecer que a esfinge era fêmea, o que significa que o mistério mais