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Avaliação do Risco de Extinção dos Xenartros Brasileiros. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

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Academic year: 2021

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Avaliação do Risco

de Extinção dos

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3 INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

Presidente

Cláudio Carrera Maretti

Diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade

Marcelo Marcelino de Oliveira

Coordenador Geral de Manejo para Conservação

Rosana Junqueira Subirá

Coordenador do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros

Leandro Jerusalinsky

Eduardo Giovani Guimarães/DCOM Ian Felix/CPB

Projeto Gráfico

Diagramação

Imagens (capa)

Bradypus variegatus - Gileno Xavier Choloepus didactylus - Fábio Röhe Euphractus sexcinctus - Kena Silva

Avaliação do Risco de Extinção dos Xenartros Brasileiros / editor Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Brasília, DF: ICMBio; 2015. 250p. :il. color. ; 24cm.

ISBN: XXXXXXXXX

1. Biodiversidade brasileira. 2. Conservação. 3. Espécies ameaçadas. I. ICMBio. II. Título. III. Série.

CDD: XXXXXX Dados Internacionais de catalogação na Publicação - CIP

Bibliotecário Responsável: XXXXX Amely B. Martins/Marcos de S. Fialho

Ponto Focal

Flávia R. Miranda

Coordenador de taxón

Myrmecophaga tridactyla - Teresa Anacleto Tamandua tetradactyla - Teresa Anacleto

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www.icmbio.gov.br

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Avaliação do Estado de Conservação de Pilosa e Cingulata no Brasil ... 07

Avaliação do Risco de Extinção de Bradypus torquatus Illiger, 1811 ... 13

Avaliação do Risco de Extinção de Bradypus tridactylus Linnaeus, 1758 no Brasil ... 25

Avaliação do Risco de Extinção de Bradypus variegatus Schinz, 1825 no Brasil ... 35

Avaliação do Risco de Extinção de Choloepus didactylus (Illiger, 1811) no Brasil ... 55

Avaliação do Risco de Extinção de Choloepus hoffmanni Peters, 1858 no Brasil ... 65

Avaliação do Risco de Extinção de Cyclopes didactylus (Linnaeus, 1758) no Brasil ... 75

Avaliação do Risco de Extinção de Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758 no Brasil ... 89

Avaliação do Risco de Extinção de Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) no Brasil ... 107

Avaliação do Risco de Extinção de Cabassous chacoensis Wetzel, 1980 no Brasil ... 119

Avaliação do Risco de Extinção de Cabassous tatouay (Desmarest, 1804) no Brasil ... 127

Avaliação do Risco de Extinção de Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) no Brasil ... 141

Avaliação do Risco de Extinção de Dasypus hybridus (Desmarest, 1804) no Brasil ... 153

Avaliação do Risco de Extinção de Dasypus kappleri Krauss, 1862 no Brasil ... 163

Avaliação do Risco de Extinção de Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 no Brasil ... 173

Avaliação do Risco de Extinção de Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758 no Brasil ... 185

Avaliação do Risco de Extinção de Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) no Brasil ... 197

Avaliação do Risco de Extinção de Priodontes maximus (Kerr, 1792) no Brasil ... 209

Avaliação do Risco de Extinção de Tolypeutes matacus (Desmarest, 1804) no Brasil ... 225

Avaliação do Risco de Extinção de Tolypeutes tricinctus (Linnaeus, 1758) ... 237

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7 Esta seção da série “Estado de Conservação

da Fauna Brasileira” visa apresentar o resultado com-pleto da avaliação para o Brasil do estado de con-servação das suas 19 espécies de xenartros, grupo exclusivamente americano que engloba as ordens Cingulata e Pilosa. Dentre as 19 espécies avaliadas, 18 possuem registros de ocorrência confirmados para o território brasileiro. A conversão de hábitats em lavouras e pastagens e a caça são os principais fatores de risco para este grupo. É esperado que a

Os xenartros correspondem a um grupo de espécies exclusivamente americanas, essencialmen-te Neotropicais, à exceção de Dasypus novemcinctus (Eisenberg & Redford 1999), abrangendo os animais conhecidos como tatus, Ordem Cingulata, e as espé-cies conhecidas como preguiças e tamanduás, Ordem Pilosa. A despeito da atual modesta riqueza de espé-cies deste grupo - possível produto das extinções do Pleistoceno (Cartelle 1998) e, talvez, do fato de ser composto por espécies errantes, que não tem em rios, e outros elementos vicariantes, obstáculos re-levantes à sua distribuição, e consequente especia-ção - são bastante conhecidos pelo público em geral. Parte disso se deve as peculiaridades morfológicas e comportamentais do grupo, parte por comporem um conjunto importante de espécies cinegéticas, p. ex.,

Myrmecophaga tridactyla e Priodontes maximus que

podem passar dos 30kg (Eisenberg & Redford 1999). O processo de avaliação do estado de con-servação dos xenartros brasileiros foi coordenado

presente avaliação e consolidação de informações naturalísticas sobre as espécies ora apresentadas se-jam usados como instrumento de base para as ava-liações futuras e para as tomadas de decisões volta-das à conservação de tamanduás, tatus e preguiças no Brasil. Vale lembrar, no entanto, que tal avaliação reflete o momento em que é feita, havendo por isso a necessidade de sua repetição periódica ao longo do tempo, a fim de detectar possíveis variações nos riscos à conservação dessas espécies.

pelo Centro Nacional de Pesquisa para a Conserva-ção dos Primatas Brasileiros, com a Analista Ambien-tal Amely B. Martins capitaneando os trabalhos, e tendo o suporte técnico de Flávia R. Miranda, na figu-ra de Coordenadofigu-ra de Táxon. Coube a Kena Ferfigu-rari M. da Silva, então bolsista pelo ICMBio, compilar as informações existentes e relevantes para o processo de avaliação e categorização dos tatus, tamanduás e preguiças. Esta consolidação foi aberta à consulta e à contribuição da comunidade científica, em dois momentos, primeiramente através de uma consulta ampla e posteriormente, por meio de uma consulta direcionada a um ou pequeno número de especialis-tas.

Assim, a primeira etapa deste processo con-sistiu na compilação de informações sobre todas as espécies de Pilosa e Cingulata disponíveis na litera-tura científica, por meio de uma extensa revisão bi-bliográfica e montagem de uma base de dados con-solidada no Sistema para Avaliação e Gerenciamento

Avaliação do Estado de Conservação de Pilosa e Cingulata no Brasil

Resumo

Apresentação

Amely Branquinho Martins1, Kena Ferrari Moreira da Silva2,

Marcos de Souza Fialho1 e Flávia Regina Miranda3

1. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros – CPB/ICMBio/MMA. <primatas.sede@icmbio.gov.br> 2. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, Universidade Estadual de Santa Cruz (BA) – UESC. <kenaferrari@gmail.com>

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de Informações de Primatas e Xenartros Brasileiros - SAGU-Í (Ramos-Filho et al. 2012), ferramenta esta também utilizada nas etapas de consulta e oficina de avaliação. Esta segunda etapa de consultas ampla e direcionada do processo contemplou a participação da comunidade científica, por meio do acesso, cola-boração e complementação das informações com-piladas nas fichas de cada espécie bem como dos mapas de distribuição de cada uma. As etapas de consulta contaram com a participação de 20 especia-listas.

O produto deste processo inicial de compi-lação de dados e consulta à comunidade científica subsidiou a oficina de avaliação ocorrida em Iperó, estado de São Paulo, nas dependências da Flores-ta Nacional de Ipanema, em julho de 2012. Contou esta, com a participação de 11 especialistas que co-laboraram como avaliadores (Figura 1). No total, o processo de avaliação do estado de conservação dos tamanduás, tatus e preguiças do Brasil contou com a participação de 34 pesquisadores e colaboradores. As publicações que seguem correspondem aos da-dos compilada-dos, organizada-dos e chancelada-dos por este grupo com as contribuições das consultas públicas. As autorias de cada capítulo correspondem aos pes-quisadores responsáveis pela revisão final da ficha de cada espécie e, ao final de cada capítulo, encontram--se listados na ficha técnica todos os colaboradores.

Entre a Lista nacional das espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, publicada pelo

Mi-nistério do Meio Ambiente em 2003, e a avaliação ora apresentada, não observamos grandes discor-dâncias. As espécies ameaçadas continuam sendo as mesmas, embora o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) tenha sido categorizado em um grau de ameaça mais elevado (ICMBio 2014) neste último processo de ava-liação. Ademais, as espécies agora avaliadas como ameaçadas (ICMBio 2014) foram também enqua-dradas em alguma categoria de ameaça em todas as listas nacionais oficiais de espécies ameaçadas de extinção anteriores (Carvalho 1968, Portaria 303 de 29/5/1968 – IBDF, Coimbra-Filho 1973, Portaria 3481 DN de 31/5/1973 – IBDF, IBAMA 1989, Bernardes et

al. 1990, Instruções Normativas nº 03 e 05 – MMA,

Machado et al. 2005).

Neste processo de avaliação aqui apresenta-do, optou-se por conduzir uma avaliação do estado de conservação específica para determinado bioma para algumas espécies, esta etapa denominada como avaliação biomática foi realizada quando haviam evi-dências de que o estado de conservação da espécie avaliada era divergente do estado de conservação em um determinado bioma dentro da distribuição da espécie. Assim, as populações daFloresta Atlântica do tamanduaí (Cyclopes didactylus), de acordo com o proposto por Superina e colaboradores (2010), e do tatu-canastra (Priodontes maximus) foram avaliadas separadamente e avaliadas em categorias diferentes da espécie como um todo. Ademais, uma vez que este processo avaliou o estado de conservação de

to-www.icmbio.gov.br

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9 das as espécies de Xenarthra do Brasil, os resultados

aqui apresentados se configuram como um panora-ma geral panora-mais completo do estado de conservação dos xenartros brasileiros, pois são incluídas não ape-nas as espécies categorizadas como ameaçadas.

A carência de dados sobre a bionomia para maior parte das espécies foi evidente, gerando dis-cussões principalmente sobre o período referente a três gerações a ser considerado como a janela tem-poral para aplicação dos critérios IUCN de categoriza-ção do estado de conservacategoriza-ção. As maiores necessida-des de pesquisa apontadas para tamanduás, tatus e preguiças indicam que 83,3% das espécies carece de estudos sobre seus limites de distribuição geográficos ou novos inventários, 77,7% dos taxa avaliados apre-sentam lacunas referentes a dados sobre ecologia e 55,5% das espécies necessitam de maiores esforços de pesquisa sobre biologia ou reprodução (Figura 2).

A perda e degradação de hábitat, principal-mente provenientes do desmatamento e expansão agricultura ou pecuária, além da fragmentação da matriz florestal, foram apontados como principais ameaças para 88,8% das espécies de Xenarthra ava-liados (Figura 3). Dentre as diversas ameaças

aponta-das, destacam-se ainda a existência de caça ou apa-nha para 72,2% das espécies avaliadas, distúrbios decorrentes do aumento da matriz rodoviária ou energética que afetariam cerca de 61,1% das espé-cies, e ainda a ocorrência de incêndios, que foi iden-tificado como fator de risco para 50% das espécies de tatus, tamanduás e preguiças avaliados (Figura 3). Estas e outras ameaças, identificadas nos capítulos subsequentes para cada espécie, aliadas à indicação das principais ações de conservação necessárias ou existentes, constituem um importante subsídio para a tomada de decisões e priorização de ações que vi-sem a conservação das espécies de Pilosa e Cingulata em território brasileiro.

Ainda a partir dos dados apresentados nos capítulos posteriores, pode-se concluir que todas as espécies de xenarthros com distribuição confirmada para o Brasil possuem registros de ocorrência em áreas protegidas, e todas possuem ao menos um re-gistro em Unidades de Conservação Federal de Pro-teção Integral. A espécie com menor número de re-gistro em áreas protegidas é o tatu-mulita (Dasypus

hybridus) com apenas 2 registros, enquanto outra

espécie do gênero, o tatu-galinha (D. novemcinctus),

Figura 2. Principais pesquisas identificadas como necessárias para as espécies de tatus, tamanduás e preguiças no Brasil. A) Capacidade de dispersão; B) Biologia / Reprodução; C) Demografia; D) Distribuição geográfica / Inventário; E) Taxonomia; F) Ecologia; G) Clínico-Sanitária e H) Genética.

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www.icmbio.gov.br

possui 75 registros em áreas protegidas em território brasileiro (Silva et al. 2014, Faria-Corrêa et al. 2014). Estes dados indicam a importância da manutenção da efetividade na conservação destas áreas, além da pesquisa e o manejo para conservação dos tatus, tamanduás e preguiças dentro de Unidades de Con-servação no Brasil, principalmente como mecanismo para o preenchimento de lacunas no conhecimento sobre distribuição, aspectos biológicos ou ecológicos bem como para redução do risco de extinção.

Esta seção da série “Estado de Conserva-ção da Fauna Brasileira” visa apresentar o resultado completo da avaliação do estado de conservação dos Xenartros no Brasil. É esperado que a presente ava-liação e consolidação de informações naturalísticas sobre as espécies sejam usados como instrumento

de base para as avaliações futuras, e para tomadas de decisões voltadas à conservação de tamanduás, tatus e preguiças. Vale lembrar, no entanto, que tal avaliação reflete o momento em que é feita, haven-do por isso a necessidade de sua repetição periódica ao longo do tempo, a fim de detectar possíveis varia-ções nos riscos à conservação dessas espécies.

O diagnóstico do estado atual de conserva-ção de todos os táxons deste grupo constitui-se numa ferramenta imprescindível para o dimensionamento da intensidade de perturbação antrópica a que cada espécie está submetida, e para a priorização de es-forços conservacionistas e de pesquisa para aquelas que apresentam um estado crítico de conservação.

Figura 3. Principais ameaças identificadas para os tatus, tamanduás e preguiças com ocorrência no Brasil. A) Aumento da matriz rodoviária / energética; B) Caça ou apanha; C) Incêndio; D) Perda ou degradação de hábitat / fragmentação; E) Predação por

espé-cie exótica; F) Envenenamento indireto e G) Perda da variabilidade genética.

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11 Eisenberg, J.F. & Redford, K.H. 1999. Mammals of the Neotropics: the central Neotropics. Ecuador, Peru,

Boli-via, Brazil. v.3. University of Chicago Press, Chicago. 610p.

Bernardes, A.T.; Machado, A.B.M. & Rylands, A.B. 1990. Livro Vermelho: Fauna Brasileira Ameaçada de

Extin-ção da fauna de Minas Gerais. FundaExtin-ção Biodiversitas, Belo Horizonte. 65p.

Cartelle, C. 1998. Há doze mil anos a grande extinção. Pp. 31-36. In: Machado, A. (Org.). Livro Vermelho das

espécies ameaçadas de extinção da fauna de Minas Gerais. Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte. 605p.

Carvalho, J.C.M. 1968. Lista das espécies de animais e plantas ameaçados de extinção no Brasil. Boletim

Infor-mativo da FBCN, 3: 11-16.

Coimbra-Filho, A. 1972. Livro Vermelho: Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção: Mamíferos. ABC, Rio de Janeiro. 173p.

Faria-Corrêa, M.A.; Vaz, S.M.; Anacleto, T.C.S. & Timo, T.P.C. 2015. Avaliação do Risco de Extinção de Dasypus

hybridus (Desmarest, 1804) no Brasil. Série Estado de Conservação da Fauna Brasileira, 2: 153-160.

ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). 2014. Diagnóstico do risco de extinção de espécies da fauna: 2012-2014. Série Estado de Conservação da Fauna Brasileira, 1: 5-306.

Machado, A.B.M.; Martins, C.S. & Drummond; G.M. 2005. Livro Vermelho: Lista da Fauna Brasileira Ameaçada

de Extinção. Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte. 158p.

Ramos-Filho, D.A.; Rolim, C.R.A.; Guimarães-Filho, J.B. & Martins, A.B. 2012. The development of SA-GU-Í - System to Assessment and Management of Information About Brazilian Primates and Xenarthra - as a tool for species conservation status assessment. CD-ROM. In: 8th International Conference on

Eco-logical Informatics: Informing decisions on biodiversity and natural resources conservation. Brasília.

Silva, K.F.M.; Costa, J.F.; Anacleto, T. C. S. & Timo, T. P. C. 2015. Avaliação do Risco de Extinção de Dasypus

novem-cinctus Linnaeus, 1758, no Brasil. Série Estado de Conservação da Fauna Brasileira, 2: 172-182.

Superina, M.; Miranda, F.R. & Abba, A.M. 2010. The 2010 Anteater Red List Assessment. Edentata, 11(2): 96-114.

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Bradypus torquatus é a única das cinco espécies de preguiças que ocorrem no Brasil cuja distribuição

geográ-fica está inteiramente contida e limitada ao bioma Floresta Atlântica. Uma recente revisão dos registros de localidade existentes indicou que esta preguiça ocorre quase que exclusivamente nas florestas ombrófilas en-tre o nível do mar e 1000m de altitude existentes enen-tre o sul de Sergipe e o norte do Rio de Janeiro, incluindo também os estados da Bahia e do Espírito Santo. A espécie foi classificada como Vulnerável por possuir área de ocupação menor que 1000km2 localizada, majoritariamente, em região severamente fragmentada.

Português – preguiça-de-coleira; aí-pixuna, preguiça-preta (Superina & Aguiar 2006). Inglês– maned three-toed sloth; maned sloth (Superina & Aguiar 2006).

Não houve mudanças. Descrita originalmente em 1811 por Johann Karl Wilhelm Illiger como Choloepus

tor-quatus illiger, 1811 (Lambertz 2013).

Não há problemas relevantes para a validade da espécie e não existem revisões taxonômicas em curso.

Vulnerável (VU) - B2a + b(ii,iii)

Resumo

Nomes comuns por região/língua

Sinonímia/s

Notas taxonômicas

Categoria e critério para a avaliação da espécie no Brasil

Ordem Pilosa Família Bradypodidae

Avaliação do Risco de Extinção de

Bradypus torquatus

Illiger, 1811

Adriano Garcia Chiarello1, Flávia Regina Miranda2, Gileno Antonio Araújo Xavier3,

Nadia de Moraes-Barros4, Sergio Maia Vaz5

1. Departamento de Biologia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP. <bradypus@ffclrp.usp.br>

2. Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil. <flavia@tamandua.org>

3. Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Área de Anatomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. <gileno@dmfa.ufrpe.br>

4. Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo e Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos-Cibio/In-bio, Universidade do Porto – UP, Portugal. <nadiabarros@cibio.up.pt>

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A espécie Bradypus torquatus foi categorizada como Vulnerável, utilizando os critérios B2a + b(ii,iii), conside-rando a sua área de ocupação estimada de pelo menos 978km2, imersa em matriz florestal severamente

frag-mentada, sofrendo declínio continuado em sua área de ocupação e qualidade do hábitat. Para os últimos 23 anos não foram identificados eventos de extinção nas populações localizadas nas extremidades da extensão de ocorrência, pelo contrário, novos registros ampliaram esta extensão de ocorrência da espécie, justificando o não enquadramento no critério “B+bi” conforme ocorrido na última Avaliação IUCN em 2010.

Justificativa

Avaliação Global (IUCN): Vulnerável (VU) - B2ab (i, ii, iii) (Superina et al. 2010, Chiarello & Moraes-Barros 2011). Avaliação Estadual: Espírito Santo – “Em perigo (EP)” - B1a,b(iii) (Passamani & Mendes 2007); Rio de Janeiro –

“Criticamente em perigo (CP)” (Bergallo et al. 2000).

Avaliações em outras escalas

Vulnerável (VU) - A2cd (MMA 2003, Machado et al. 2008).

Avaliação nacional anterior

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15 Esta espécie caracteriza-se por uma pelagem

espessa de cor castanho-claro, uniforme por todo o corpo, sem distinção entre o dorso e o abdomên, e uma coleira de pelos longos e pretos ao redor do pes-coço, geralmente mais longa e nítida na região dorsal anterior. Este tufo de pelos pretos está ausente nos fi-lhotes e juvenis, cujo dorso varia do castanho ao mar-rom-claro (Eisenberg & Redford 1999) e nos indivídu-os adultindivídu-os (acima de 4 anindivídu-os), a coleira preta é maior e mais negra nos machos do que nas fêmeas (Lara-Ruiz & Chiarello 2005). Embora variável, o tufo preto é maior e composto por pelos mais longos nos machos

Biologia: A espécie possui hábitos solitário e

arborícola restrito. Tem atividade diurna e noturna, dependendo da área ou região. É predominantemen-te diurna na Reserva Ecológica Santa Lúcia, Espírito Santo (Chiarello 1998a) e predominantemente no-turna na Reserva Biológica do Poço das Antas, Rio de Janeiro (Pinder 1985). Estudos recentes indicam que alguns indivíduos, de uma mesma localidade, podem apresentar atividade diurna, enquanto outros têm atividade noturna (Chiarello 2008b). O nível de ativi-dade de Bradypus torquatus é maior que a de outras espécies do mesmo gênero, e embora estas

diferen-do que nas fêmeas (Lara-Ruiz & Chiarello 2005). Exis-tem três populações geneticamente distintas desta espécie nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, respectivamente (Moraes-Barros et al. 2002, 2006, Lara-Ruiz et al. 2008). Os dados disponíveis até o momento indicam que a população localizada ao norte da distribuição da espécie (sul da Bahia) pode ser considerada, sob o ponto de vista genético, como uma subespécie separada (Lara-Ruiz et al. 2008), em-bora sejam indistinguíveis dos outros na morfologia externa (A. Chiarello, comunicação pessoal citado em Superina et al. 2010, p.119).

ças possam ser específicas para cada espécie, acredi-ta-se que o alto nível de atividade da preguiça-de-co-leira possa ser uma adaptação ao ambiente mais frio das montanhas da Mata Atlântica (Chiarello 1998a). A dieta desta espécie é estritamente folívora, com-posta por espécies de árvores e cipós, sendo mais de 30 espécies até agora identificadas. Cada indivíduo consome cerca de 15 a 20 espécies/ano (Chiarello 1998b, Chiarello et al. 2004). Alimenta-se, preferen-cialmente, de folhas mais jovens e, raramente, flores e frutos (Chiarello 1998b).

Descrição geral do táxon

História de vida

Informações gerais

Massa de adultos

Fêmea

Pode atingir 10kg de massa corpórea. No estudo de Lara-Ruiz & Chiarello (2005), o peso corporal médio entre 21 fêmeas capturadas foi de 6,9kg (5,1 a 10,1kg) sendo que as fêmeas foram significativamente mais pesadas do que

os machos. Estas medidas são maiores do que as reportadas por Emmons (1990) (3,6 a 4,2kg).

Macho

Pode atingir 9kg de massa corpórea. Os 15 machos adultos capturados no estudo de Lara-Ruiz & Chiarello (2005) apresentaram peso médio de 6,15kg (4,6 a 7,5kg). Um macho adulto selvagem capturado em Santa Maria de

Jetibá, ES, pesou 9kg (Dias et al. 2009).

Comprimento total

Fêmea Comprimento médio do corpo entre 45 e 50cm (Emmons 1990). No estudo de Lara-Ruiz & Chiarello (2005) o comprimento do corpo de fêmeas adultas (n= 21) variou de 59 a 75,2cm (média = 68,0cm).

Macho

No estudo de Lara-Ruiz & Chiarello (2005) o comprimento do corpo de machos adultos variou de 62 a 72cm, com média de 64,6cm (n= 15 machos adultos). As diferenças no tamanho corporal entre machos e fêmeas deste estudo não foram estatisticamente significativas. Um macho adulto capturado em Santa Maria de Jetibá, ES, apresentou

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Comprimento cauda (cm)

Fêmea Em torno de 4,9cm (Wetzel 1985) e entre 4,8 e 5cm (Emmons 1990). Macho Em torno de 4,9cm (Wetzel 1985) e entre 4,8 e 5cm (Emmons 1990).

Altura da Orelha

Fêmea Não há informação.

Macho Não há informação.

Razão sexual 1:1,7 (M:F); estimativa baseada em 30 adultos, 11 machos e 19 fêmeas capturados no sul da Bahia, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro (Chiarello 2008b).

Sistema de acasalamento Não há informação.

Intervalo entre nascimentos

Uma fêmea selvagem monitorada por mais de cinco anos na região serrana do ES pariu regular-mente um filhote, entre os meses de fevereiro e março, de 1999 a 2004, indicando um intervalo

anual entre partos (Lara-Ruiz & Chiarello 2005).

Tempo médio e intervalo de gestação

O período de gestação é desconhecido, mas ao que tudo indica deve ser semelhante às de-mais espécies do gênero, ou seja, em torno de seis meses (Lara-Ruiz & Chiarello 2005). A in-gestão de folhas pelo filhote começa com duas semanas de idade, entretanto a amamentação

continua entre 2 e 4 meses de idade (Lara-Ruiz & Chiarello 2005).

Número de filhotes por gestação

As fêmeas parem apenas um filhote por ano, que atinge a independência por volta dos 8 a 10 meses de vida, quando abandona a área da mãe para se estabelecer em outro local da

floresta (Chiarello 2008b).

Idade de maturação dos indivíduos.

Fêmea O estudo de Lara-Ruiz & Chiarello (2005) sugere que fêmeas podem estar sexualmente ativas assim que atingem o tamanho de adultos (~59cm de tamanho corporal total), o que provavelmente ocorre a partir dos 3 anos de vida.

Macho Não há informação.

Longevidade Um macho desta espécie viveu no mínimo 12 anos (Lara-Ruiz & Chiarello 2005).

Tempo geracional A partir de Lara-Ruiz & Chiarello (2005), o tempo geracional sugerido para esta espécie é de 7,5 anos, logo

3 gerações corresponde à 23 anos.

Sazonalidade reprodutiva

Os nascimentos ocorrem entre fevereiro e julho no Espírito Santo (Lara-Ruiz & Chiarello 2005), e no Rio de Janeiro ocorrem ao longo do ano (Pinder 1993). Na maioria dos casos, as fêmeas têm a gestação e a lactação ocorrendo durante o período do ano em que as temperaturas são favoráveis e os

alimen-tos preferidos são abundantes (Dias et al. 2009).

Enfermidades: doenças e parasitas encontradas para o táxon

Foram encontrados ectoparasitas na pelagem de 28 Bradypus torquatus, como os carrapatos Amblyoma varium e Boophilus sp., o besouro

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17 A espécie é endêmica ao Brasil e está presente

apenas na Mata Atlântica costeira do Sudeste e Nordes-te. Ocorre nos estados de Sergipe, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo e provavelmente no extremo nordeste de Minas Gerais (Chiarello 2008a, Superina et al. 2010). Nos dias atuais está restrita à região de Mata Atlântica do sul de Sergipe (município de Estância) (Chagas et al. 2009), ao centro-norte do Rio de Janeiro (municípios de Macaé, Silva Jardim e Rio das Ostras), e recentemente nos municípios de Nova Friburgo, Ca-choeiras de Macacu e Teresópolis (Boffy et al. 2010), passando pela Bahia (região do Recôncavo Baiano, municípios de Ilhéus e Itabuna, até o extremo sul), pelo Espírito Santo (região serrana e litorânea do cen-tro-sul do estado, ao sul do rio Doce apenas). A espé-cie não ocorre a partir da margem esquerda (margem norte) do rio Doce até as proximidades do rio Mucuri. Foi registrada no extremo nordeste de Minas Gerais

(médio Jequitinhonha, no município de Bandeira, na divisa com Bahia) (Vaz 2003), mas este registro não é confirmado (Hirsch & Chiarello 2012). A espécie foi introduzida em Parques Nacionais do Espírito Santo (PARNA do Caparaó) e do Rio de Janeiro (PARNA da Tijuca) (Chiarello 2008a), mas não há informações so-bre o estabelecimento ou não de populações nestes Parques.

Existem registros para Minas Gerais e Per-nambuco ainda não confirmados. Os estados de Sergipe e Rio de Janeiro têm apenas 2% e 7% dos registros confirmados, respectivamente (Hirsch & Chiarello 2012). B. torquatus está listado como Vul-nerável, mas com a ressalva de que uma reavaliação deve ser realizada assim que dados sobre suas popu-lações silvestres se tornem disponíveis (Superina et

al. 2010). Esta espécie foi listada inicialmente como

Em Perigo devido a sua extensão de ocorrência ser

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muito restrita. No entanto, novos dados e uma de-talhada análise sobre distribuição geográfica reve-laram que a extensão da ocorrência é maior do que se pensava anteriormente (Hirsch & Chiarello 2012). Historicamente é possível que tenha ocor-rido redução em sua área de ocupação ou extensão

de ocorrência, visto que há um relato, não confirma-do, para o estado de Pernambuco (Hirsch & Chiarello 2012), registro este localizado, portanto, ao norte do limite norte de sua distribuição atual, que é a região da Mata Atlântica costeira do sul de Sergipe.

Sua extensão de ocorrência é estimada em 71.427,8km2 utilizando apenas registros

confirma-dos e 116.170,9km2 utilizando tanto registros

con-firmados como não concon-firmados (Hirsch & Chiarello 2012). Segundo o mapa de distribuição elaborado pelo CPB/ICMBio a extensão de ocorrência é de 189.282km2, aproximadamente, incluindo os dois

hiatos de ocorrência, regiões no norte do Espírito Santo e entre o norte do Rio de Janeiro e sul do Es-pírito Santo. Não se sabe exatamente se a área de ocupação é maior que 2.000km2, entretanto,

sabe--se que esta é de pelo menos 987km² (A. Hirsch & A.G. Chiarello, dados não publicados).

Extensão de ocorrência e área de ocupação

Não há informações publicadas com re-lação à abundância de indivíduos ou densidade de populações. Entretanto, em algumas partes da Bahia e Espírito Santo é avistada com frequência, sugerindo que pode ser abundante em algumas lo-calidades (A.G. Chiarello, dados não publicados.)

A base de ocorrência desta espécie está em re-manescentes florestais altamente fragmentados (Su-perina et al. 2010). Existem dois hiatos de distribuição geográfica desta espécie, sendo uma barreira natural que ocorre ao norte do Espírito Santo, provavelmente

Habita tanto florestas localizadas ao nível do mar (sul da Bahia, centro-norte do Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro) como florestas baixo-mon-tanas (600-900m de altitude). Até o momento, não foi encontrada acima dos 1.000m (região serrana do Espírito Santo). Parece preferir as matas ombrófilas densas e ainda não foi encontrada em florestas se-midecíduas ou decíduas (Chiarello 2008a). Cerca de 80% dos pontos com ocorrência confirmada estão em Floresta Ombrófila (Hirsch & Chiarello 2012). O táxon não é restrito a hábitats primários.

Bradypus torquatus é encontrada em matas

primá-rias, mas também é capaz de sobreviver e até mes-mo atingir altas densidades populacionais em matas

devido ao alto grau de deciduidade das florestas des-ta região e outra entre o norte do esdes-tado do Rio de Ja-neiro e sul do Espírito Santo (Hirsch & Chiarello 2012).

A tendência populacional é decrescente (A.G. Chiarello, dados não publicados). Embora partes da região serrana do Espírito Santo tenham recuperado parcialmente sua cobertura florestal nos últimos 20-30 anos, desmatamentos ainda persistem nos demais estados e mesmo no Espírito Santo, conforme relató-rios recentes da SOS Mata Atlântica, o que leva a infe-rir que vem ocorrendo um decréscimo populacional.

secundárias, como já foi observado em fragmentos da região de Santa Maria de Jetibá e de Aracruz, na zona serrana e na baixada litorânea do Espiri-to SanEspiri-to, respectivamente. Estudo recente sugere que a espécie ocorre também nas florestas de “ca-brucas” (plantações de cacau sob matas nativas no sul da Bahia) (Cassano et al. 2011). Esta espécie foi avistada em fragmentos menores de 20 ha, embora a persistência no longo prazo das populações nes-ses locais seja desconhecida (Superina et al. 2010).

As áreas de vida desta espécie raramente ex-cedem a 10ha, muitas vezes são de 1 a 2ha por pre-guiça (Chiarello et al. 2004). Entre fêmeas, as áreas de vida têm pouca sobreposição com a de indivíduos

População

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19

Necessárias:

As principais ameaças identificadas para o tá-xon foram: desmatamento decorrente de expansão agrícola ou pecuária, expansão urbana, aumento da matriz rodoviária e incêndios.

As principais ameaças à espécie são a des-truição das florestas (Emmons 1990) e a perda da variabilidade genética decorrente do isolamento das populações pela fragmentação e descaracterização de hábitats (Chiarello et al. 2004, Fonseca & Aguiar 2004, Lara-Ruiz et al. 2008). O isolamento de peque-nas populações pode acarretar drástica redução de fluxo gênico, uma vez que a espécie tem movimentos

Como as preguiças só ocorrem em matas, é preciso viabilizar estratégias para redução do desma-tamento e da incidência de incêndios florestais (Chia-rello 2008a). Os estudos recentes indicam que suas maiores populações remanescentes estão localizadas no sul da Bahia (Ilhéus), centro-sul do Espírito Santo (Santa Teresa) e norte do Rio de Janeiro (Silva Jardim), estas populações apresentam diversidade genéti-ca reduzida e se encontram genetigenéti-camente isoladas umas das outras (Lara-Ruiz 2004, Lara-Ruiz & Chiarello 2005). Por este motivo, Chiarello (2008a) propõe que a estratégia que melhor resultaria em benefícios para

Segundo Chiarello (2008a, Hirsch & Chiarello 2012), ocorre nas seguintes Unidades de Conservação: Estação Ecológica de Wenceslau Guimarães (observa-do), Reserva Biológica de Una (observa(observa-do), Reservas Particulares do Patrimônio Natural Ecoparque de Una (observado), Serra do Teimoso (relato) e Água Branca (observado) e Parque Estadual da Serra do Conduru

lentos e mostra grande dificuldade em se deslocar por paisagens desflorestadas. Outros fatores decor-rentes da fragmentação são o aumento da incidência de incêndios em Unidades de Conservação e o au-mento da malha viária e do fluxo de tráfego, defla-grando ameaças importantes às populações desta espécie. A caça é considerada como uma ameaça secundária, visto que em algumas regiões, particu-larmente no sul da Bahia, as preguiças podem even-tualmente ser apanhadas para venda ou consumo (Chiarello 2008a).

a conservação da espécie seria promover o aumento da conexão entre fragmentos, visando a restauração do fluxo gênico, pelo menos em nível regional, o que possibilitaria que populações isoladas constituíssem metapopulações de fato. A translocação também é sugerida por Chiarello (2008a), mas como as popu-lações da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro têm composição genética própria (Lara-Ruiz 2004, Mora-es-Barros et al. 2006), os locais de captura e soltura devem ser próximos e semelhantes do ponto de vista florístico e climático (o cruzamento de indivíduos de diferentes estados deve ser evitado).

(relato) na Bahia; Floresta Nacional de Goytacazes (ob-servado), Reservas Biológicas de Comboios (Passamani et al. 2000, observado) e Augusto Ruschi (observado), “Estação Biológica” de Santa Lúcia (observado), “Par-que Municipal Natural” de São Lourenço (observado) e Reserva Biológica Estadual de Duas Bocas (observa-do) no Espírito Santo; Reservas Biológicas de União

Ameaças e usos

Ações de conservação

Presença em áreas protegidas

vizinhos. As estimativas de área de vida desta espécie, em diferentes ambientes da Mata Atlântica do Bra-sil, foram de 5,7ha no Rio de Janeiro (Pinder 1985), de 0,8 a 10,8ha no Espírito Santo (Chiarello 2008b) e de 3 a 5ha na Bahia (Cassano 2006). Cassano et al.

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(observado) e Poço das Antas (Pinder 199, observado), Parque Municipal Fazenda Atalaia (Cassano 2006, ob-servado) e Parque Estadual do Desengano (S.M. Vaz, dados não publicados) no Rio de Janeiro. Boffy et al. (2010) fez registros desta espécie no município de Te-resópolis, próximo ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no município de Cachoeiras de Macacu, na

região próxima ao Parque Estadual dos Três Picos e no município de Nova Friburgo, região próxima ao Parque Estadual de Nova Friburgo, sendo a presença desta es-pécie provável, mas ainda não confirmada para estas três UCs de Mata Atlântica do Rio de Janeiro. Citado também para a Estação Experimental de Canavieiras, BA (relato) Chiarello (2008a, Hirsch & Chiarello 2012).

Necessárias:

Existentes:

Especialistas e Núcleos de Pesquisa e Conservação:

Dados de capacidade de dispersão, razão sexual, sistemas de acasalamento e densidade po-pulacional são desconhecidos, porém necessários para planos de conservação e monitoramento desta espécie (Superina et al. 2010). Registros obtidos re-centemente, como em um grande remanescente de Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro (Boffy et

al. 2010), ilustram bem o quão pouco sabemos

mes-mo sobre distribuição geográfica. São necessários “Mamíferos arborícolas (Chaetomys

subs-pinosus e Bradypus torquatus) e implicações sobre

a supressão vegetal” (coordenador: Gastón Giné; Programa de Pós Graduação em Ecologia e Conser-vação da Biodiversidade – UESC; SISBIOTA - Redes de pesquisa em funcionamento ecológico de paisa-gens florestais antrópicas/ Parceria UESC/UFPE/UnB/ UFBA/CENA-USP); “Área de vida e seleção de hábitat pela preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) no sul da Bahia (mestranda: Nereyda Falconi; Programa de Pós Graduação em Ecologia e Conservação da Biodi-versidade – UESC; orientação: Emerson Vieira – Uni-versidade de Brasília, UnB); Uma tentativa de análise da viabilidade populacional da espécie foi realizada para a região serrana do Espírito Santo, mediante projeto financiado pelo “Segundo Edital do Programa

Adriano G. Chiarello (Departamento de Bio-logia, FFCLRP, USP); Paula Lara-Ruiz e Fabrício R. dos Santos (LBEM/UFMG); Camila Cassano (UESC); Nádia de Moraes-Barros, Instituto de Biociências, Universi-dade de São Paulo e Centro de Investigação em

Bio-também estudos taxonômicos, pois é possível que esta espécie seja um gênero diferente de Bradypus, (Scaeopus), conforme já sugerido por outros autores (Wetzel & Avila-Pires 1980, Barros et al. 2003). Es-tudos taxonômicos em nível de subespécie também são necessários, pois a população do sul da Bahia pode ser considerada uma subespécie separada das outras populações do Rio de Janeiro e do Espírito Santo) (Lara-Ruiz et al. 2008).

de Espécies Ameaçadas da Fundação Biodiversitas/ CEPAN”, coordenado por A.G. Chiarello, em parceria com Valor Natural, PUC - Pontifícia Universidade Ca-tólica de Minas Gerais e UFMG - Universidade Fede-ral de Minas Gerais (Laboratório de Biodiversidade e Evolução Molecular), entretanto constatou-se falta de dados para uma modelagem segura (A.G. Chia-rello, dados não publicados). Há pesquisas em anda-mento por A. Chiarello e A. Hirsh, para determinação precisa da área de ocupação; entre estes autores e K. Ferraz, avaliando a distribuição potencial desta es-pécie e estudos sobre diversidade genética nuclear, sob coordenação de N. Moraes-Barros (Programa de Pós-graduação em Biologia (Genética) e Centro de In-vestigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos - Cibio-Inbio, Universidade do Porto).

diversidade e Recursos Genéticos-Cibio/Inbio, (Uni-versidade do Porto, Portugal); Vera Lúcia de Oliveira (CEPLAC); Sérgio Lucena Mendes (UFES), André Hirs-ch (Universidade Federal de São João del-Rei, Cam-pus Sete Lagoas).

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Oficina de Avaliação do Estado de Conservação de Xenarthra Brasileiros.

Data de realização: 18 a 20 de julho de 2012. Local: Iperó, SP.

Adriano Garcia Chiarello, Fábio Röhe, Flávia Regina Miranda, Gileno Antonio Araújo Xavier, Guilherme de Miranda Mourão, José Abílio Barros Ohana, Kena Ferrari M. da Silva, Marcelo Lima Reis, Mariana de An-drade Faria-Corrêa, Sergio Maia Vaz, Teresa Cristina da Silveira Anacleto.

Amely B. Martins (Ponto Focal), Estevão Carino (Faci-litador), Ivy Nunes (Mapas), Kena Ferrari M. da Silva (Compilação), Marcos de S. Fialho (Ponto Focal), Taissa Régis (Apoio).

Ficha Técnica

Avaliadores

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24

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25

Bradypus tridactylus é uma espécie amazônica e está presente nos estados do Amapá, Pará, Roraima e

Ama-zonas. Possui extensão de ocorrência ampla sem grandes vetores de ameaças identificados, sendo, portanto, categorizada como Menos Preocupante.

Português – aí, de-bentinho, de-três-dedos (Superina & Aguiar 2006) ou ainda

preguiça--de-garganta-amarela (Medri et al. 2011).

Inglês – pale-throated three-toed sloth, pale-throated sloth (Superina & Aguiar 2006).

Outros - perezoso de tres dedos (espanhol); aï (francês), bradype (francês), paresseux tridactyle (francês);

mouton paresseux (francês) (Superina & Aguiar 2006).

Durante muitos anos, a sinonímia Bradypus tridactylus foi atribuído em muitos casos (principalmente em arti-gos publicados antes do anos 70) a espécie Bradypus variegatus.

Não há problemas relevantes para a validade da espécie e não existem revisões taxonômicas em curso.

Menos Preocupante (LC)

Resumo

Nomes comuns por região/língua

Sinonímia/s

Notas taxonômicas

Categoria e critério para a avaliação da espécie no Brasil

Ordem Pilosa Família Bradypodidae

Avaliação do Risco de Extinção de

Bradypus tridactylus

Linnaeus, 1758 no Brasil

Flávia Regina Miranda1, Fábio Röhe2, Nadia de Moraes-Barros3

1. Instituto de Pesquisa e Conservação de Tamanduás no Brasil. <flavia@tamandua.org> 2. Wildlife Conservation Society. <fabiorohe@gmail.com>

3. Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo e Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos-Cibio/Inbio, Universidade do Porto – UP, Portugal. <nadiabarros@cibio.up.pt>

A espécie Bradypus tridactylus possui extensão de ocorrência ampla, sem grandes vetores de ameaças identi-ficados, sendo, portanto, categorizada como Menos Preocupante (LC).

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Menos Preocupante (LC) (Superina et al. 2010). Avaliações em outras escalas

Espécie não consta na última avaliação nacional.

Avaliação nacional anterior

Descrição geral do táxon

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A pelagem de Bradypus tridactylus é mar-rom-acinzentada, sendo que a região da testa e da garganta tem coloração amarela a região dos ombros possuem pelos escuros na maioria dos espécimes. Os machos podem se distinguir das fêmeas pela sua mancha dorsal amarelo-alaranjado com uma linha central preta larga (Hayssen 2009). Os juvenis são mais cinzentos do que os adultos (Gray citado em Hayssen 2009, p. 2). O padrão de coloração dorsal

da pelagem varia, mas frequentemente apresenta um padrão salpicado que a distingue do padrão de marrom ao marrom-amarelado da espécie B.

varie-gatus (Eisenberg & Redford 1999). No campo, outra

forma de distinguir esta espécie é observar a colora-ção da pelagem da garganta, pois em B. tridactylus é dourada enquanto que em B. variegatus é marrom (Anderson & Handley citado em Medri et al. 2011, p. 93). Contudo, algumas poucas populações de B.

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27

Biologia: Esta espécie tem hábito arborícola (Fonseca et al. 1996). Tem atividade variando entre diurna e noturna (Emmons 1990), mas os desloca-mentos ocorrem com maior frequência no período noturno (Carmo 2002). Um indivíduo desta espécie dormiu em média até 18, 5 horas/dia (Beebe citado

em Hayssen 2009, p. 6). Em vida livre esta espécie tem como principais predadores os felinos, como a onça pintada (Panthera onca) e o gato-maracajá

(Le-opardus wiedii); cobras, como a sucuri (Eunectes) e a

ave de rapina Harpia harpyja (Beebe, Hoke, Izor cita-do em Hayssen 2009, p. 6).

História de vida

Informações gerais

Massa de adultos Fêmea Entre 3 e 6kg (Emmons 1990). Macho Comprimento total Fêmea

Comprimento médio de 50cm (Eisenberg & Redford 1999). Macho

Comprimento cauda (cm)

Fêmea

A cauda tem de 3 a 8cm (Eisenberg & Redford 1999). Macho

Altura da Orelha

Fêmea

1,3cm (1,0-1,5, N=3) Wetzel (1985). Macho

Razão sexual Em Manaus (Brasil) a razão sexual foi de 1:1 (Jorge et al. 1985).

Sistema de acasalamento Não há informação.

Intervalo entre nascimentos O intervalo entre os nascimentos é aproximadamente de 12 meses (Taube et al. 2001).

Tempo médio e intervalo de gestação O período de gestação é de 106 dias de acordo com Nowak (1999) ou cerca de seis meses conforme Taube et al. (2001).

Número de filhotes por gestação Nasce um único indivíduo por vez (Taube et al. 2001).

variegatus ditribuídas na região do baixo rio Tapajós,

exibem uma cobertura dourada muito evidente na garganta. Ainda assim, tal coloração dourada não é encontrada na base dos pelos, os quais são marrons, diferente do observado em B. tridactylus onde o dourado segue por todo o pelo, da sua extremidade

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Idade de maturação dos indivíduos.

Fêmea

Os indivíduos de ambos os sexos atingem a maturidade sexual com cerca de três anos de idade (Montgomery apud Medri et al. 2011, p. 94).

Macho

Longevidade Longevidade de no mínimo 12 anos (Lara-Ruiz & Chiarello 2005).

Tempo geracional Conforme informações para B.torquatus (Lara-Ruiz & Chiarello 2005), o tempo geracional seria em torno de 7,5 anos, logo 3 gerações correspondem à 23 anos.

Sazonalidade reprodutiva

Há registros de nascimentos entre julho e setembro (Beebe citado em Wetzel 1982, p. 354), entre março a setembro (Richard-Hansen & Taube citado em Hayssen 2009, p. 4) e

de janeiro a abril (Taube et al. 2001).

Enfermidades: doenças e parasitas encontradas para o táxon

Endoparasitas incluem Endotrypanum schaudini (Shaw citado em Hayssen 2009, p. 5). Trypanosoma rangeli ocorreu em um animal selvagem (Dereure et al. citado em Hayssen 2009, p. 5). Parasitas externos incluem carrapatos: Amblyomma geayi e Amblyomma varium (Waage & Best, Marques et al. citado em Hayssen 2009, p. 5); ácaros: Edentalges bradypus, Lobalges trouessarti e Psoralges andrei (Fain citado em Hayssen 2009, p. 5); mosquitos: Aedes serratus (Pinheiro et al. citado em Hayssen 2009, p. 5), e Acaridada (Waage & Best citado em Hayssen 2009, p. 5). Em Manaus, a maioria dos indivíduos dos indivíduos de Bradypus tridactylus (99%) estavam infestados com uma média de 33

carrapatos/indivíduo (Waage & Best citado em Hayssen 2009, p. 5).

A espécie não endêmica ao Brasil, ocorrendo nas Guianas (Guiana Francesa, Guiana e Suriname) e na Venezuela. O único bioma brasileiro em que esta espécie pode ser encontrada é a Amazônia (Fonseca et

al. 1996, Paglia et al. 2012). Está presente nos estados

do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima.

Bradypus tridactylus só é encontrada na

re-gião centro-norte da América do Sul (Anderson & Handley citado em Moraes-Barros et al. 2010, p. 53). Ocorre desde o delta do rio Orinoco na Venezuela, nas terras altas do Amazonas, através das florestas da Guiana, Suriname, Guiana Francesa até o norte do Bra-sil (Wetzel 1982, 1985, Superina et al. 2010). O mapa

de distribuição apresentado por Moraes-Barros et al. (2010) apresentou divergências com os anteriores (Gardner 2007, Chiarello 2008) devido principalmente aos casos de troca na identificação taxonômica entre

B. tridactylus e B. variegatus. Segundo estes autores,

a simpatria com B. variegatus ocorre apenas ao longo da margem norte do rio Amazonas. No Brasil, B.

tridac-tylus é encontrada somente ao norte do rio Amazonas

e a leste do rio Negro (Moraes Barros et al. 2010). É necessária ainda maior amostragem e pesquisa sobre a distribuição da espécie, em especial a margem direi-ta do rio Branco e zonas fronteiriças com as Guianas.

Distribuição geográfica

Extensão de ocorrência:

473.562km2 *

* Valor calculado para a Oficina de Avaliação do Estado de Conservação de Xenarthra Brasileiros.

(29)

29

Área de ocupação:

Não se sabe, entretanto é maior que 2.000km2

É uma espécie considerada comum (indivídu-os da espécie são facilmente encontrad(indivídu-os). Embora esta espécie sofra ameaça pela perda de florestas, ainda permanece localmente abundante em muitas áreas protegidas (Aguiar 2004).

Estimativas de densidade ou de tamanho da população existentes: Estimada em 2,21 indivíduos/

O táxon não é restrito a hábitats primários e habita as florestas Neotropicais. A área de vida regis-trada para a espécie, na Guiana Francesa, variou de

ha ou 221 indivíduos/km2 pelo método de censo por

transecto linear em Manaus, Brasil (Chiarello 2008). Suspeita-se que exista aporte de indivíduos de fora do Brasil, entretanto não há informações so-bre a contribuição relativa de populações estrangei-ras para a manutenção das populações nacionais.

A tendência populacional é desconhecida.

1,4 a 3,6ha (Taube citado em Taube et al. 2001, p. 174). Não há informações para o Brasil.

População

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www.icmbio.gov.br

Necessárias:

Inibir o desmatamento.

Embora não existam ameaças eminentes para espécie (Superina et al. 2010) uma ameaça plau-sível para o futuro é o desmatamento.

Ameaças e usos

Ações de conservação

No Amazonas: Reserva Biológica Adolpho Du-cke (Ribeiro et al. 2004) e Parque Estadual do rio Negro – setor sul (F. Röhe, dados não publicados); no estado do Pará: Floresta Nacional Saracá-Taquera (Oliveira et al. 2006) e Reserva Biológica do Rio Trombetas (F.R.

Miran-da, dados não publicados); no Amapá: Floresta Nacio-nal do Amapá (Laufer et al. no prelo) e Parque NacioNacio-nal Montanhas do Tumucumaque (Silva 2008); por fim, em Roraima: Parque Nacional do Viruá (Oliveira et al. 2009) e ESEC Maracá (Barnett & Cunha 1998).

Presença em áreas protegidas

Necessárias:

Existentes:

Especialistas e Núcleos de Pesquisa e Conservação:

Inventários em potenciais áreas de sua ocor-rência, estudos ecológicos, demográficos e taxonô-micos.

Não há informações de pesquisas em andamento.

Nadia de Moraes-Barros (Centro de Inves-tigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos - Cibio/Inbio, Universidade do Porto, Portugal e

De-partamento de Genética e Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo. Membro do Grupo de Especialistas em Xenartros da IUCN/SSC).

(31)

31 Aguiar, J.M. 2004. Species summaries and species discussions. In: Fonseca, G.; Aguiar, J.M.; Rylands, A.; Paglia, A.; Chiarello, A.; Sechrest, W. (orgs.). The 2004 Edentate Species Assessment Workshop. Edentata, 6: 3-26. Barnett, A. & Cunha, A.C. 1998. Apendix 3 (Cap. 10) - Other mammals on the Ilha de Maracá. Pp. 449-450. In: Milliken, W.; Ratter, J. A. (org.). Maracá: The biodiversity and environment of an Amazonian rainforest. John Wiley & Sons, Chichester - England. 528p.

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Oficina de Avaliação do Estado de Conservação de Xenarthra Brasileiros.

Data de realização: 18 a 20 de julho de 2012. Local: Iperó, SP.

Adriano Garcia Chiarello, Fábio Röhe, Flávia Regina Miranda, Gileno Antonio Araújo Xavier, Guilherme de Miranda Mourão, José Abílio Barros Ohana, Kena F. M. da Silva, Marcelo Lima Reis, Mariana de Andrade Fa-ria-Corrêa, Sergio Maia Vaz, Teresa Cristina da Silveira Anacleto.

Amely B. Martins (Ponto Focal), Estevão Carino (Facili-tador), Ivy Nunes (Mapas), Kena F. M. da Silva (Compi-lação), Marcos de S. Fialho (Ponto Focal), Taissa Régis (Apoio).

Ficha Técnica

Avaliadores

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35

Bradypus variegatus possui ampla extensão de ocorrência quando comparada com demais espécies de

pre-guiças. Ocorre nos biomas Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. Sua área de ocupação está em declínio, o que é particularmente verdadeiro para a Mata Atlântica. As principais ameaças à espécie são indiscutivelmente a perda e a fragmentação dos hábitats naturais dos quais a espécie depende, o aumento da matriz rodoviária e energética, apanhas e quedas. Apesar de haver indícios de declínios populacionais, estes não afetam a po-pulação a ponto desta ser categorizada em algum nível de ameaça. Existe conectividade com as populações dos países vizinhos. Assim, a categoria indicada na avaliação regional não foi alterada. Portanto, a espécie é categorizada como Menos Preocupante.

Português – preguiça-comum, preguiça-marmota e preguiça-de-bentinho (Superina & Aguiar 2006). É

também é conhecida como preguiça-de-óculos (Superina et al. 2010), carneira (M.S. Fialho, comunicação pessoal) e preguiça-de-garganta-marrom.

Inglês – brown-throated three-toed sloth e brown-throated sloth (Superina & Aguiar 2006).

Outros - perezoso tridáctylo, perezoso bayo (espanhol) e paresseux tridactyle, bradype (frânces) (Superina et al. 2010).

Não houve mudanças.

Não há problemas relevantes para a validade da espécie e não existem revisões taxonômicas em curso.

Menos Preocupante (LC)

Resumo

Nomes comuns por região/língua

Sinonímia/s Notas taxonômicas

Categoria e critério para a avaliação da espécie no Brasil

Ordem Pilosa Família Bradypodidae

Avaliação do Risco de Extinção de

Bradypus variegatus

Schinz, 1825 no Brasil

Gileno Antonio Araújo Xavier1, Guilherme de Miranda Mourão2,

Jociel Ferreira Costa3, Nadia de Moraes-Barros4

1. Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Área de Anatomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. <gileno@dmfa.ufrpe.br>

2. Laboratório de Fauna Silvestre, Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal, Embrapa/Pantanal. <gui.mourao69@gmail.com> 3. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA. <jocielfcosta@yahoo.com.br>

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