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O conhecimento metafísico: a intuição como método em Bergson

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Academic year: 2021

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O conhecimento metafísico: a intuição como método em Bergson

Solange Bitterbier∗ RESUMO

A metodologia bergsoniana baseada em separações apenas de direito, em novas concepções para palavras já conhecidas e diferentes abordagens para temas filosóficos tão debatidos anteriormente fazem da noção de metafísica algo bem peculiar para o filósofo de Matéria e memória. Se o primeiro capítulo desta obra pode ser considerado como gnosiológico, o quarto capítulo pode ser compreendido como uma metafísica que vem a complementar e mesmo concluir as teses, anteriormente expostas, acerca do papel do corpo e sua relação com as imagens. Entretanto, essa metafísica é peculiar na medida em que tem por método uma das noções mais complexas da filosofia bergsoniana: a intuição. Em outras palavras, o modo de análise bergsoniano torna a exposição de suas idéias mais compreensíveis e ao mesmo tempo indica que a intuição está na base do conhecimento verdadeiro, aquele que, por sua vez, deveria estar na base da metafísica. Embora encontremos a presença direta ou indireta do termo intuição nas três principais obras de Bergson – Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, Matéria e memória e A evolução criadora – o filósofo só se dedicará a esse método intuitivo na segunda parte da introdução da obra O pensamento e o movente e isso não ocorre por acaso: erigir a intuição como método filosófico significa ter delineado as particularidades da duração, algo a que Bergson se dedicara até então. Somente em sua última obra, que é uma coletânea de textos, Bergson se trata precisamente da intuição como método adequado para metafísica, assim como a “associa” diretamente à duração. Sendo assim, nosso trabalho pretende mostrar as particularidades desse método bergsoniano da intuição e qual seria sua importância para o conhecimento metafísico como um todo.

PALAVRAS-CHAVE: Duração. Conhecimento. Metafísica. Intuição.

Que existe uma metodologia que perpassa toda a obra bergsoniana é perceptível em uma breve análise, mas entender aquilo que está em sua base é uma das maiores dificuldades para se compreender o pensamento de Bergson. Instigar o leitor através das suas análises a perceber que o problema muitas vezes está na própria colocação do mesmo, a distinguir diferenças de grau e de natureza e a colocar o tempo como indispensável para a resolução de

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determinadas questões até então tratadas equivocadamente conduz naturalmente à noção de intuição.

A intuição seria o que nos levaria a compreender outra dimensão do real além daquela a qual nos habituamos por questões práticas. Desde sua primeira obra, Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, Bergson enfatizava a afirmação de que nossa tendência ao útil nos faz conceber o exterior como uma descontinuidade que se encaixa em nossas ações formando, por sua vez, uma rede de relações que visa às necessidades fundamentais da vida. Ora, diante da necessidade de sobrevivência, abrimos mão de um conhecimento verdadeiro das coisas.

Ao diferenciarmos as multiplicidades tão enfatizadas pelo filósofo no Ensaio, ao compreendermos que a consciência segue um ritmo diferente do que pensamos ao estarmos submersos no hábito, ao tirarmos do tempo aquilo nossa concepção espacializadora coloca, percebermos que a própria linguagem retira o movimento contínuo de nossa consciência ao descrevê-la: tudo isso nos leva a conceber o tempo real.

Dado que a nossa principal forma de comunicação é a linguagem oral, exprimimos nossas idéias, sentimentos, sensações por palavras, as quais, por sua vez, não permitem que um estado psicológico se coloque em sua forma única. Para darmos nome a algo, é preciso que dele removamos o que há de impressão pessoal e mantenhamos aquilo que para todos aparece igualmente, “perceberemos então termos exteriores uns aos outros, e estes termos já não serão os próprios fatos de consciência, mas os seus símbolos ou, para falar com mais precisão, as palavras que os exprimem.” (DI, 108/122).1

Sendo assim, o Ensaio nos dá as primeiras direções para conhecer uma realidade até então obscura da nossa consciência: é preciso colocá-la em termos de duração. A própria duração adquire aqui seu primeiro modo: “é a forma que toma a sucessão dos nossos estados

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Usaremos a seguinte configuração: após a citação estará a abreviatura, a numeração da página referente às

Oeuvres (1959)e em seguida aquela referente às edições críticas feitas sob direção de Frédéric Worms: Ex. (EC,

766/45). Somente a referência de L’énergie spirituelle sairá dessa configuração: após a abreviatura estará a numeração da página referente às Oeuvres (1959) e em seguida aquela referente à publicação original. Todas as traduções são de nossa própria autoria. Abreviaturas: DI — Essai sur les données imediates de la conscience (1889), MM — Matiére e mémoire (1896), OR — Le rire (1900), EC — L’évolution créatrice (1907), EE — L’énergie spirituelle (1919), DS — Durée et simultanéité (1922), DM — Les deux sources de la morale et de la religion (1932), PM — La

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de consciência quando nosso eu se deixa viver, quando se abstém de estabelecer uma separação entre o estado presente e os estados anteriores” (DI, 67/74-75). Embora a noção de intuição não venha a ter um papel de destaque, indiretamente já a temos como esse esforço que nos coloca num outro âmbito do real ao qual chegamos à realidade interior sem corrompê-la. Indiretamente também, já temos a intuição como método.

Em outras palavras, já no Ensaio, quando a noção de duração começava a se apresentar, tínhamos uma evolução, porém, em termos psicológicos. A consciência mostrou-se, após a distinção entre as multiplicidades qualitativa e quantitativa, como uma criação contínua permanente que culminava em nosso caráter. Aliás, só podíamos falar em caráter diante de uma duração que, embora se modificasse a cada instante, conservava2 cada momento de sua vivência. É então que a memória passa a se colocar como fundamental na compreensão do indivíduo enquanto tal: Matéria e memória vem exatamente a esclarecer como nossa memória se relaciona com o exterior e como, nessa relação, a duração estaria também presente. Não bastou apenas elucidar o papel do corpo, da matéria e da memória, Bergson buscou ainda encontrar entre estes uma relação na qual o dualismo teria suas bases em distinções relacionadas antes ao tempo que ao espaço. Se nesse dualismo a duração se estende tanto à consciência quanto à matéria, se o papel do corpo já foi definido em sua relação com o real, resta esclarecer outra questão que se apresenta a partir destas definições: qual o papel do indivíduo perante a vida? A intuição tem novamente lugar, não ainda como método, mas como parte do ser vivo para, posteriormente, ser parte de uma metafísica que pretenda encontrar um conhecimento absoluto.

Em A evolução criadora a noção de intuição encontra respaldo em uma abordagem biológica que visa colocar o homem no ápice da duração enquanto ser que evolui e cria em sua relação com o todo. Ora, a intuição como método, abandona de certa forma, as obscuridades quanto a sua origem se tornando experiência da vida consciente que busca criar e conhecer o verdadeiro. Assim como a consciência deve ser tratada em termos de duração a vida também poderia ser assim considerada: “Continuidade de mudança, conservação do passado no

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presente, duração verdadeira, o ser vivo parece, então, realmente partilhar esses atributos com a consciência. Podemos ir mais longe e dizer que a vida, como a atividade consciente, é invenção e, como ela, criação incessante?” (EC, 513/22-23).

Para se compreender a vida, então, é preciso voltar-se para o fato que a inteligência não dá conta de compreendê-la quando a coloca em seus quadros fixos e sistematizados, quando espacializa, é preciso “fazer violência ao espírito, escalar de volta a inclinação natural da inteligência. Tal é precisamente o papel da filosofia” (EC, 519/29-30).

Logo, “escalar de volta a inclinação natural da inteligência” é ter na intuição os degraus para tanto, degraus delineados, em A evolução criadora, na relação entre inteligência e instinto. Se a inteligência organiza e é capaz de fazer relações que a levariam cada vez mais longe, ou seja, tem no inorgânico seu objetivo de trabalho, o instinto se fecharia num círculo onde o orgânico é seu foco, estaria na vida sem dividi-la, sem inserir nela explicações que a colocassem em determinados quadros, imobilizando-a num descontínuo. Ora, o instinto está muito mais próximo daquilo que a vida tem de essencial, a saber, a sua duração, do que a inteligência3. Complementando-se, inteligência e instinto poderiam alcançar um conhecimento absoluto e essa complementação culmina naquilo que Bergson chama de intuição, isto é, “o instinto tornado desinteressado, consciente de si mesmo, capaz de refletir sobre seu objeto e ampliá-lo indefinidamente” (EC, 645/178). A inteligência, ao recorrer àquela franja de instinto remanescente, nos tornaria capaz de chegar a conhecimentos aos quais somente com suas propriedades não chegaríamos e aqui compreendemos o porquê da afirmação bergsoniana que “Há coisas que somente a inteligência é capaz de procurar, mas que, por si mesma, não encontrará nunca. Essas coisas apenas o instinto as encontraria; mas não as procurará nunca” (EC, 623/152).

Nessa metafísica bergsoniana da contribuição do instinto como “simpatia”4 para com inteligência, a intuição “nos poderá fazer apreender o que os dados da inteligência têm aqui de insuficiente e nos deixar entrever o meio de completá-los” (EC, 645-646/178). A inteligência se

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Não se trata aqui de apontar vantagens de um sobre o outro, mas é preciso diferenciá-los para compreender em que medida eles se relacionam: lembremos que inteligência e instinto jamais se encontram sozinhos.

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inverte, se ultrapassa quando busca em si mesma compreender a realidade interior, vai contra sua “simpatia” pelo divisível e pelo imóvel para aproveitar daquela “simpatia”, herdada do instinto, de se colocar no domínio da vida em si. Assim chega-se à intuição, “um conhecimento imediato, em todas as coisas, da duração como realidade última” (WORMS, 2000, p. 38).

A inteligência, contribuindo na intuição como “tranco que a terá feito subir até o ponto em que se encontra” (EC, 646/179), é uma chave, um meio utilizado indiretamente na compreensão da vida. Sem ela, ainda que numa participação intermediária, não alcançaríamos um conhecimento verdadeiro da realidade, por sua vez, fruto da intuição. A inteligência, que outrora parecia nos afastar da vida interior e que compreendia o exterior de forma fragmentada, alcança um novo papel como “coadjuvante” da intuição. A significação da vida começa então a poder ser pensada pelo conhecimento advindo da intuição.

Desse modo, Bergson nos mostra a importância de um conhecimento intuitivo uma vez que este nos dá uma outra possibilidade de conhecimento do real ou, mais precisamente, da duração, conhecimento este que será o método adequado para metafísica. Nas palavras de José Américo:

A inteligência que se move no plano das abstrações está fadada, portanto, a permanecer no nível das relações entre os objetos, sendo incapaz de apreender o que cada objeto tem de essencial e de próprio. Esse essencial e esse próprio é que interessariam àquilo que Bergson entende por Metafísica: não a tessitura das abstrações – para além dos simbolismos da linguagem – na intimidade do real concreto, o reino da duração pura. Para isso torna-se necessário utilizar outra forma de abordagem e apreensão do real, que comunique diretamente a inSmidade do sujeito, o “eu profundo” ― duração pura ― com a inSmidade do objeto concreto e singular, também pura duração. Essa forma de contato ou de “simpatia”, sem mediações, entre o sujeito e o objeto é o que Bergson entende por intuição (...). (PESSANHA, XI)

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Ao analisarmos a filosofia bergsoniana da intuição num caminho que mostra esta última diante da evolução humana, compreendemos melhor como essa intuição poderia nos levar a uma fundamentação de uma metafísica que almeja um conhecimento verdadeiro. E aqui é que a intuição como método5 é imprescindível.

Fazendo referência a um método, o termo intuição aparece pela primeira vez ainda no quarto capítulo de Matéria e memória, mas o filósofo só se dedicará a esse método intuitivo na segunda parte da introdução da obra O pensamento e o movente, e isso não ocorre por acaso: erigir a intuição como método filosófico significa ter delineado as particularidades da duração, algo a que Bergson se dedicou em todos os seus livros. Isso feito, somente em sua última obra, que é mais precisamente uma coletânea de textos, o filósofo se dedica a mostrar a intuição como método, assim como a “associá-la” diretamente à duração: “A intuição de que falamos (...) versa antes de tudo sobre a duração interior. Apreende uma sucessão que não é justaposição, um crescimento por dentro, o prolongamento ininterrupto do passado num presente que avança sobre o porvir. É a visão direta do espírito pelo espírito” (PM, 1273/27), ou ainda, “A intuição é aquilo que atinge o espírito, a duração, a mudança pura” (PM, 1274/29).

Diante do método, percebemos que a fundamentação de uma metafísica ocorre quando se retiram as “impurezas” de suas análises, análises que têm por base problemas aparentemente insolúveis, em outras palavras, quando se faz uso da intuição. Assim, recupera-se a legitimidade do discurso metafísico e a própria tarefa da filosofia em última instância.

5Quando se fala em intuição referindo-se à filosofia bergsoniana, num primeiro momento lembramos da análise

feita por Deleuze na obra Bergsonismo, no qual a define como um método. No entanto, é preciso ressaltar que Bergson se refere à intuição como método, mas não o esquematiza. Tal esquema é visão deleuziana da filosofia de Bergson a qual encontra subsídios que a confirmam, desde o Ensaio até A evolução criadora, embora o próprio autor das mesmas não tenha enfatizado nestas obras que os argumentos, ou melhor, a maneira como ele conduzia suas análises faria parte de um peculiar método filosófico. Desse modo, consideramos que Deleuze faz uma interpretação muito particular desse “método”, particular, aliás, porque introduz regras nesse método, algo que o autor de Matéria e memória não faz, mas deixa indicado na introdução de O pensamento e o

movente.Resumidamente, a primeira regra do método, segundo Deleuze, consistiria na posição e criação de novos

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Tanto na importância da metafísica que vem a finalizar todo o percurso de Matéria e memória ― mostrando que a união entre corpo e espírito é possível sem que haja uma barreira intransponível entre seus termos ― quanto na noção de criação que permeia toda A evolução criadora, as argumentações bergsonianas se baseiam na concepção de intuição.

Por fim é a um conhecimento intuitivo que a metafísica deve buscar, purificando seu discurso dos conceitos imóveis, dos sistemas rígidos que em nada se aproximaram da mobilidade da duração com suas antinomias e contradições. Em outras palavras, a metafísica deveria apreender a realidade intuitivamente, rompendo com os símbolos ao buscar seu conhecimento na experiência imediata. Sendo assim, a metafísica encontra o seu método adequado quando rejeita “as soluções verbais, tendo encontrado na vida interior um primeiro campo de experiência” (PM, 1330/98), quando se abstém de ser “tentativa de construir uma metafísica com os conhecimentos rudimentares que encontramos armazenados na linguagem” (PM, 1330/98).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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____________. Essai sur les données imediates de la conscience. Paris: PUF, 2007. (Édition critique).

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MARQUES, S. T. Ser, tempo e liberdade: as dimensões da ação livre na filosofia de Henri Bergson. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: 2006.

MONTEBELLO, P. L’autre métaphysique: essai sur Ravaisson, Tarde, Nietzsche et Bergson. Paris: Desclée de Brouwer, 2003.

PESSANHA, J. A. M. Bergson: Vida e Obra. In Bergson – Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

PRADO JUNIOR, B. Presença e campo transcedental: consciência e negatividade na filosofia de Bergson. São Paulo: Edusp. 1989 [1965].

SILVA, F. L. Bergson: intuição e discurso filosófico. São Paulo: Loyola, 1994.

WORMS, F. Henri Bergson. In: Dictionnaire d’éthique et de philosophie morale, publiée sous la direction de Monique Canto-Sperber. Paris: PUF, 1994.

___________. Introduction à Bergson: l’ame et le corps. Paris: Hatier, coll. Textes Philosophiques, 1992.

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