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LEVANTAMENTO DE INSETOS-PRAGA EM UMA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE ARROZ DO MUNICÍPIO DE SÃO BORJA, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

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LEVANTAMENTO DE INSETOS-PRAGA EM UMA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE ARROZ DO MUNICÍPIO DE SÃO BORJA, RIO

GRANDE DO SUL, BRASIL

Tiago Dorneles Garcia1 Maria Antonia Velloso Roses2 Lucas Molina3 Giovana Vincenti4

RESUMO: A detecção de infestações de insetos antes que estas se alastrem e se instalem na massa de grãos, a adoção de medidas preventivas de controle e redução do uso de inseticidas químicos, são estratégias de manejo integrado de pragas que auxiliam na manutenção da qualidade do produto e redução de custos.

Com a finalidade de monitorar a ocorrência de insetos, foram instaladas em uma indústria de beneficiamento de arroz 100 armadilhas tipo gaiola com atrativo alimentar. A cada quinze dias o atrativo era retirado e levado ao laboratório para contagem e identificação dos insetos. Foram coletados 13.058 exemplares em seis meses, sendo os mais comuns Nitidulidae spp., Typhaea stercorea, Ahasverus advena, Sitophilus orizae, Tribolium castaneum Staphylinidae spp. Os resultados mostram que este tipo de armadilha apresenta eficácia para detectar populações de insetos, tornando-as uma ferramenta importante para a detecção antecipada de infestações, em tempo de evitar perdas na produção.

PALAVRAS-CHAVE: Insetos, armadilhas, arroz.

ABSTRACT: The detection of infestations of insects before they can spill over and are setting up in grains, the adoption of preventive measures to control and reduce the use of chemical insecticides, are strategies of integrated pest management programs that assist in maintaining product quality and cost reduction. In order to monitor the occurrence of insects, were installed in an industrial rice processing 100

1 - Universidade da Região da Região da Campanha- Campus São Borja , Acadêmico concluinte do Curso de Ciências Biológicas. e-mail: tiagograciacobain@hotmail.com

2- Universidade da Região da Região da Campanha-Campus São Borja; Especialista em Educação Ambiental com ênfase em bioconcervação, Professora do Curso de Ciências Biológicas e do Curso de especialização em Consultoria Ambiental. Aluna do Mestrado convênio URCAMP/ULBRA do Programa de Pós graduação de Genética e Toxicologia Aplicada. e-mail: vellosoroses@yahoo.com.br

3- Universidade da Região da Região da Campanha- Campus São Borja , Acadêmico concluinte do Curso de Ciências Biológicas. e-mail: lucasmolinasapojoe@hotmail.com

4- Universidade da Região da Região da Campanha- Campus São Borja , Acadêmico concluinte do Curso de Ciências Biológicas. e-mail: gio.vincenti@hotmail.com

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bait traps with food bait. Every fifteen days the attraction was removed and taken to the laboratory for counting and identifying insects. We collected 13.058 copies in six months, the most common Nitidulidae spp. Typhaea stercorea, Ahasverus advena, Sitophilus orizae, Tribolium castaneum and Staphylinidae spp. The results show that this type of trap efficiency features to detect insect populations, making them an important tool for early detection of infestations in time to avoid production losses.

KEYWORDS: insects, traps and rice.

1. INTRODUÇÃO

O arroz é um cereal de grande importância no mundo devido ao seu valor econômico, e também pelas suas propriedades nutricionais (alimento funcional), constituindo-se em alimento básico para metade da população mundial. No Brasil é um dos produtos agrícolas de maior importância, os estados do sul são os maiores produtores. O Rio Grande do Sul tem a maior produção, sendo que contribui com 45

% da mesma (IRGA, 2009).

No município de São Borja-RS, a área plantada deste cereal no ano de 2009 foi de 45.320 ha, com uma produtividade média de 7.300 kg/ha. A cultura do arroz movimenta grande parte da economia da fronteira oeste do estado, sendo então, necessária a preocupação em controlar os insetos-praga que poderão vir a causar prejuízos, tanto na lavoura quanto pós-colheita do cereal. Levantamentos realizados no Brasil indicam que as pragas podem ser responsáveis por perdas da ordem de 2,2 bilhões de dólares para as principais culturas brasileiras (BENTO, 1999).

Atualmente existem inúmeras pragas as quais atacam os grãos de arroz já armazenados causando grandes perdas nas produções e dentro da área de armazenamento. De acordo com hábito alimentar, os insetos pragas de grãos armazenados poder ser classificados como pragas primárias, capazes de atacar os grãos inteiros e sadios, e secundárias que se alimentam dos grãos previamente danificados mecanicamente ou por insetos primários (PACHECO & de PAULA 1995). Segundo os mesmos autores, são exemplos de pragas primárias, Rhyzoperta dominica (Coleoptera: Bostrichidae), Sitophilus spp. (Coleoptera: Curculionidae) e Sitotroga cerealella (Lepidoptera: Gelechidae). As pragas secundárias mais comuns neste produto são espécies de Tribolium spp. (Coleoptera: Tenebrionidae).

Os insetos podem causar danos diretos quando atacam o produto a ser comercializado, ou indireto quando atacam estruturas vegetais que não serão

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comercializadas (folhas e raízes, por exemplo), mas que alteram os processos fisiológicos, provocando reflexos na produção. Além disso, também podem atuar indiretamente, transmitindo patógenos, especialmente vírus, facilitando a proliferação de bactérias e o desenvolvimento de fungos (fumagina) e outros patógenos, ou injetando substâncias toxicogênicas durante o processo alimentar (GALLO et al., 2002).

Os danos provocados pelo ataque de insetos são de ordem quantitativa e qualitativa. O verdadeiro dano ou a capacidade de destruição da cada espécie-praga deve ser compreendido, para que se possa determinar a viabilidade de comercialização dos grãos armazenados. Conceituando esses prejuízos, pode-se citar: perda de peso e a conseqüência desvalorização comercial provocada principalmente pela alimentação dos insetos; perda do poder germinativo das sementes devido à ação da alimentação e da oviposição; perda do valor nutritivo dos grãos em conseqüência do consumo de parte desses pelos insetos;

contaminação dos alimentos pela penetração de outros organismos nocivos (ácaros e fungos), através dos orifícios deixados pelos insetos; deterioração dos grãos devido a atividade dos insetos na massa, provocando o aumento da temperatura, condensação da umidade e conseqüente emboloramento (INSTITUTO BIOLÓGICO, 2006).

A detecção ou estimativa de insetos vivos associados com grãos armazenados é fator importante na tomada de decisão de práticas de manejo integrado- MIP (HAGSTRUM &

FLINN 1992), porque atualmente, os consumidores estão exigindo produtos de melhor qualidade física, sanitária e nutricional, o que requer alternativas para o controle de insetos que utilizem menos inseticidas químicos e uma série de estratégias de MIP. Um dos princípios básicos desse programa é utilizar medidas preventivas em vez de corretivas, tais como limpeza e higienização das estruturas e equipamentos, utilização de aeração nos silos, além do uso de produtos naturais para o controle de insetos.

O desenvolvimento de diferentes tipos de armadilhas para a amostragem de insetos de produtos armazenados, juntamente com o progresso na identificação e síntese de feromônios e atrativos para as principais espécies de insetos, tem sido alvo de muitas pesquisas nas duas últimas décadas. Além disso, a demanda por produtos com baixa ou nenhuma contaminação por insetos faz com que as armadilhas para a detecção antecipada de insetos sejam consideradas ferramentas indispensáveis para manter grãos e seus produtos livres de danos ou perdas (BARAK et al., 1990).

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A função das armadilhas deve ser clara porque o objetivo do seu uso irá influenciar o que se requer de uma armadilha. As três principais razões para o uso de armadilhas são: a detecção prematura de pragas, ao detectar insetos antes que eles sejam encontrados por inspeção visual ou antes que exista evidência de dano; o monitoramento do número de insetos para determinar os níveis de captura que possibilitem ações de controle e o levantamento de infestações tanto quantitativamente quanto qualitativamente, coletando insetos para identificação, testes de resistência ou avaliando práticas de controle (PINNIGER, 1990).

Nesse contexto realizou-se um levantamento com objetivo de monitorar o número de insetos capturados em armadilhas tipo gaiola com atrativo alimentar e identificar as espécies, nas áreas de recebimento, beneficiamento e armazenamento de arroz, procurando identificar os locais de maior ocorrência dos mesmos e, deste modo, obter dados para orientar o manejo integrado.

2. METODOLOGIA

2.1 Área de coleta

O estudo foi realizado na indústria de beneficiamento de arroz Pirahy Alimentos Ltda, em São Borja - RS, a uma latitude de 28º 20’ 00’’ S e 29º 04’ 34’’ S e longitude de 55º 18’ 25’’ W e 56º 19’ 38’’ W, município localizado a 595 Km da capital Gaúcha, fronteira oeste do Rio Grande do Sul (Figura 1), mais importante região produtora de arroz do país.

Figura 1: Localização de São Borja - RS, onde está localizada a Pirahy Alimentos Ltda.

Fonte: commons.wikimedia.org (2010).

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2.2 Material e Métodos

O monitoramento dos insetos foi realizado em toda a área da indústria, incluindo as áreas de recebimento, beneficiamento, armazenagem e áreas de subprodutos.

As coletas foram realizadas quinzenalmente no período de agosto de 2009 a janeiro de 2010. Para detectar focos de insetos na estrutura da empresa, foram utilizadas 100 armadilhas tipo gaiola, contendo atrativo alimentar, em uma modificação da metodologia usada por Strong (1970), Throne & Cline (1991) e Pereira (1999). A estrutura das armadilhas foi construída em ferro (22 cm de largura x 30 cm de comprimento x 15 cm de altura) cobertas com uma chapa de ferro , em forma de telhado (Figura 2), com a finalidade de proteger a isca alimentar da exposição direta ao tempo. Nas laterais da estrutura da armadilha, foi colocada uma tela metálica de 3 mm com o objetivo de permitir a livre entrada de insetos, mas evitar o ataque de outros organismos, como pássaros e roedores.

Figura 2: Armadilha tipo gaiola com atrativo alimentar para monitoramento de insetos na Pirahy Alimentos Ltda.

Fonte: O Autor (2009).

O atrativo alimentar era composto de uma mistura de grãos de milho, trigo, quirera de milho, grãos de arroz e quirera de arroz, na proporção (em massa) de 1:1:1:1/2:1, respectivamente, sem contaminantes. Essa mistura foi armazenada em freezer até o uso, colocando-se 200 g em cada armadilha.

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As armadilhas foram distribuídas na unidade armazenadora conforme a Figura 3. A cada quinze dias, o atrativo era retirado da armadilha e levado ao laboratório para a contagem e identificação dos insetos.

Figura 3: Planta baixa da estrutura da indústria Pirahy Alimentos Ltda e a distribuição das armadilhas utilizadas no monitoramento de insetos, no período de agosto de 2009 a janeiro de 2010 em São Borja – RS.

Fonte: Pirahy Alimentos Ltda (2009).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Análise das coletas

O monitoramento desses insetos durou seis meses, de agosto de 2009 a janeiro de 2010, totalizando 10 coletas e 13.058 espécies capturadas (Figura 4). A identificação dos insetos capturados nas armadilhas foi feita Engª Agrônoma e Entomologista M. Sc. Fernanda Noemberg Lazzari e sua equipe na Universidade Federal do Paraná (UFPR)

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Figura 4: Espécies mais abundantes capturadas em armadilhas tipo gaiola com atrativo alimentar no período de agosto de 2009 a janeiro de 2010 na Pirahy Alimentos Ltda, São Borja – RS.

De início foram instaladas apenas 13 armadilhas tipo gaiola, e a primeira análise da coleta foi realizada em 10/08/2009 foi analisada no Laboratório de Qualidade da Pirahy Alimentos Ltda., com auxílio de peneiras ABNT GRANUTEST®

e Microscópio Esteroscópico Binocular Step By Step QUIMIS®, os insetos foram classificados em menor nível taxonômico e essas armadilhas mostraram os seguintes resultados:

A). Grande quantidade de Plodia spp. (mariposinhas ou traças-dos-cereais), especialmente larvas e exúvias pupais em praticamente todas as amostras.

B). Algumas amostras com muitos Sitophilus zeamais (gorgulho-do-milho) vivos, provavelmente provenientes do milho utilizado para as iscas.

C) Várias amostras com um número muito grande de Lasioderma spp. (besourinho- do-fumo).

D). Presença de alguns Nitidulidae, Psocoptera e Hemiptera predadores.

E). Presença também de alguns insetos não associados a grão armazenados.

A partir da Análise 2 em 01/09/2009, os atrativos eram retirados e encaminhados ao Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná

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(UFPR), para a equipe da M.Sc. Fernanda Noemberg Lazzari identificarem os insetos.

Não houve ocorrência da Plodia spp. (mariposinhas ou traças-dos-cereais), como ocorreu na Análise 1, mas havia algumas larvas a pupas de lepidópteros que não puderam ser identificadas em função da condição precária das amostras.

Verificou-se a presença de muitos Sitophilus zeamais é provavelmente proveniente dos grãos utilizados na preparação do atrativo alimentar. Os insetos mais abundantes Nitidulidae spp- 245; Tribolium castaneum-114; Sitophilus oryzae - 78; Typhaea stercorea – 62; Sitophilus zeamais – 42; Ahasverus ádvena – 27;

Anthicus floralis – 11; Rhyzopertha dominica -10; Lasioderma serricorne -1;

Criptolestes ferrugineus – 1; total – 621.

Na Análise 3 em 18/09/2009, diferente da Análise 1, mas semelhante à Análise 2, não houve ocorrência de Plodia interpunctella (mariposinhas ou tracinhas).Havia muitos mosquitinhos e mosquinhas (Diptera) em todas as armadilhas analisadas, destes insetos apenas moscas foram registradas.

Dentre os insetos pragas de grãos e produtos armazenados foram encontrados insetos das espécies Cryptolestes ferrugineus, Ahasverus advena, Typhaea stercorea, Staphylinidae spp., Nitidulidae spp. e Anthicus floralis.

Número de insetos: Nitidulidae – 700; Sitophilus oryzae- 114; Ahasverus advena – 85; Typhaea stercorea – 62; Sitophilus zeamais- 60; Tribolium castaneum- 28; Anthicus floralis -11; Oryzaephilus surinamensis – 4; Lasioderma serricorne - 3 Rhyzopertha dominica – 2; total - 1112.

Semelhantemente às análises 2 e 3, na Análise 4, referente a 14/10/2009, não houve ocorrência de Plodia interpunctella (mariposinhas ou tracinhas). Os insetos que podem estar associados a grãos e produtos armazenados, mas sem causar dano e em número não muito elevado, foram registradas as espécies:

Ahasverus advena, Typhaea stercorea e Lasioderma serricorne.

Também ocorreram espécies que podem estar presentes no armazém em material com fungo ou fermentado, mas sem causar qualquer dano: Staphylinidae spp., Nitidulidae spp. e Anthicus floralis. Os insetos mais abundantes foram Staphylinidae spp. com o maior número de ocorrências, seguido de Nitidulidae spp., Typhaea stercorea, Ahasverus advena, Lasioderma serricorne e por último Anthicus

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floralis com o menor número de ocorrências, mas sem importância econômica, exceto Lasioderma serricorne que pode ser praga em fumo e outros produtos armazenados quando em grande número.

Número de insetos: Nitidulidae – 1005; Typhaea stercorea -139; Ahasverus advena - 90; Sitophilus oryzae – 22; Sitophilus zeamais – 16; Anthicus floralis – 15;

Rhyzopertha Dominica - 8 Tribolium castaneum – 7; Lasioderma serricorne – 1;

Oryzaephilus surinamensis 0; total -1318.

Assim como nas análises anteriores, na Análise 5 , coletada em 03/11/2009, não houve ocorrência de Plodia interpunctella (mariposinhas ou tracinhas), mas houve presença de 3 larvas de Ephestia sp. (mariposinhas ou tracinhas).

Dentre os insetos pragas de grãos e produtos armazenados foram encontrados insetos das espécies Rhyzopertha dominica, Tribolium castaneum, Cryptolestes ferrugineus, Ahasverus advena, Typhaea stercorea, Lasioderma serricorne, Staphylinidae spp., Nitidulidae spp. e Anthicus floralis.

Os insetos com maior prevalência foram Staphylinidae spp. com o maior número de ocorrências, seguido de Typhaea stercorea, Nitidulidae spp., Ahaverus advena, Lasioderma serricorne, Rhyzopertha dominica, Tribolium castaneum, Anthicus floralis e por último Cryptolestes ferrugineus com o menor número de ocorrências. As espécies R. Dominica e T. castaneum, que seriam as mais preocupantes, ocorreram em baixo número.

Número de insetos: Nitidulidae – 443; Typhaea stercorea – 86; Ahasverus ádvena – 15; Sitophilus oryzae – 26; Sitophilus zeamais – 15; Rhyzopertha dominica – 4; Lasioderma serricorne. – 4; Ephestia SP -.3; Anthicus floralis – 1; Tribolium castaneum – 1; Oryzaephilus surinamensis 0; total - 618.

Análise 6 de 24/11/2009 os insetos pragas de grãos e produtos armazenados encontrados foram insetos das espécies Rhyzopertha dominica, Ahasverus advena, Typhaea stercorea, Lasioderma serricorne, Nitidulidae spp. Elateridae spp., Anthicus floralis, Ephestia sp. e percevejos predadores.

Número de insetos: Nitidulidae – 3706; Ahasverus advena – 224; Typhaea stercorea – 145; Tribolium castaneum – 70; Ephestia sp.- 56; Cryptolestes ferrugineus – 41; Oryzaephilus surinamensis – 39; Sitophilus zeamais – 13;

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Rhyzopertha Dominica – 10; Lasioderma serricorne – 10; Sitophilus oryzae – 5;

Anthicus floralis – 2; total – 4314.

Na Análise 7 do dia 12/12/2009 insetos mais abundantes foram Xylocoris sp.

com mais de 500 indivíduos nas armadilhas,Typhaea stercorea com o maior número de ocorrências entre os insetos praga, seguido por Ahasverus advena, Nitidulidae (Carpophilus spp.), Lasioderma serricorne, Rhyzopertha dominica, Anthicus floralis e por último Tribolium castaneum com o menor número de ocorrências.

Número de insetos: Nitidulidae (várias espécies do gênero Carpophilus) – 634; Typhaea stercorea – 156; Ahasverus advena – 59; Cryptolestes ferrugineus – 17; Rhyzopertha dominica – 8; Lasioderma serricorne – 6; Sitophilus oryzae – 6;

Tribolium castaneum – 4; Sitophilus zeamais – 4; Anthicus floralis – 3; Ephestia sp-0;

total - 897.

A espécie de praga primária Rhyzopertha dominica teve um grande número de insetos, em torno de 60 indivíduos, como mostra a Análise 8 em 26/12/2009. Os insetos mais abundantes foram Typhaea stercorea, seguido por Ahasverus advena, Lasioderma serricorne, Rhyzopertha dominica, Nitidulidae (Carpophilus spp.), Anthicus floralis e por último Sitophilus oryzae com o menor número de ocorrências.

Número de insetos: Nitidulidae (várias espécies do gênero Carpophilus) - 794;

Typhaea stercorea – 95; Ephestia sp.- 31; Ahasverus advena – 23; Rhyzopertha dominica – 20; Cryptolestes ferrugineus – 5; Tribolium castaneum – 4; Sitophilus oryzae – 2; Sitophilus zeamais –1; Anthicus floralis - 1; total - 977.

Nesta Análise o número de Nitidulidae encontrado voltou a subir em várias das amostras. Fato comum no verão, quando as temperaturas são mais elevadas.

Diferentemente da Análise 7, mas assim como na Análise 8, na Análise 9 do dia 09/01/2010, houve presença de várias larvas de Ephestia sp., como nos mostra o gráfico.

Número de insetos: Nitidulidae (várias espécies do gênero Carpophilus) 1758;

Typhaea stercorea – 172; Ahasverus advena – 27; Ephestia sp.- 26; Cryptolestes ferrugineus – 18; Rhyzopertha dominica – 17; Tribolium castaneum – 9; Sitophilus oryzae – 7; Oryzaephilus surinamensis -5; Anthicus floralis – 1; total - 2040.

Na Análise 10, dia 25/01/2010, o número de Nitidulidae encontrado foi muito inferior ao das Análises 8 e 9. O número de pragas mais sérias no arroz como

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Rhyzopertha dominica, Ephestia sp., Cryptolestes ferrugineus, Oryzaephilus surinamensis, Sitophilus zeamais e S. oryzae foi maior do que nas análises anteriores .

Número de insetos: Nitidulidae (várias espécies do gênero Carpophilus) - 720;

Typhaea stercorea - 136; Rhyzopertha dominica - 115; Ephestia sp. - 53;

Cryptolestes ferrugineus - 40; Sitophilus oryzae - 37; Lasioderma serricorne - 19;

Sitophilus zeamais - 15; Tribolium castaneum - 14; Oryzaephilus surinamensis - 11;

Ahasverus advena – 1; total - 1161.

Após os seis meses de coletas e identificação de espécies capturadas nas armadilhas tipo gaiola com atrativo alimentar, pode-se observar as armadilhas em que mais insetos foram capturados.

A armadilha que mais capturou insetos foi a número 66, localizada na área da Caixa de Casca de Arroz, local onde há bastante acúmulo de resíduo (casca de arroz) e poeira, alimento perfeito para os insetos.

Observa-se pelas coletas que as armadilhas que coletaram insetos foram aquelas localizadas entre os Silos e Moegas (armadilhas 8, 14, 16, 7, 28, 40, 22, 35, 15, 30, 3, 33, 11 e 17), locais normalmente mais protegidos de ventos ou insolação excessiva e com muitos depósitos de resíduos de grãos.

A Moega continua sendo uma das áreas de maios infestação, pois a circulação de arroz vindo de fora da unidade é sempre intensa naquele local.

As armadilhas 61, 46, 67, 45, 60 e 89, localizavam na estrutura de beneficiamento de Arroz Parboilizado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diversas espécies de insetos, tanto pragas primárias quanto secundárias estão presentes no levantamento realizado. As espécies Sitophilus zeamais;

Sitophilus oryzae e Rhyzopertha dominica são as pragas mais importantes (primárias), que exigem controle mais rigoroso. As pragas secundárias Tribolium castaneum; Cryptolestes ferrugineus e Oryzaephilus surinamensis também precisam ser controladas quando as infestações forem acentuadas. O besourinho-do-fumo,

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Lasioderma serricorne, também foi detectado, mas não representa problema para grãos.

As demais espécies não são relevantes para grãos armazenados, mesmo os insetos da família Nitidulidae, que têm ocorrido em grande número e são atraídos por material em fermentação e mofado.

As populações de insetos no exterior de silos, apesar de terem sua atividade diminuída nos meses mais frios, estão ativas durante todo o ano, fazendo com que os grãos estejam continuamente sujeitos ao ataque. Os dados obtidos a partir das coletas de armadilhas tipo gaiola, que são um dispositivo simples e barato, proporcionaram informações que são úteis para programas de manejo integrado de pragas, permitindo o uso de medidas preventivas como a limpeza da estrutura e maquinário e até medidas de controle das populações residuais. Isto poderá reduzir a utilização de produtos químicos em grãos armazenados.

Além de detectar focos de infestação de insetos ao redor de unidades armazenadoras, os dados obtidos com o uso de armadilhas tipo gaiola, com atrativo alimentar, indicam quando e onde práticas de manejo como limpeza de estruturas, técnicas preventivas de controle e monitoramento da massa de grãos devem ser realizadas com maior ênfase. Outro aspecto importante é que, à medida que o registro de dados vai aumentando, há a formação de um histórico da presença de insetos na estrutura, que é muito valioso para fins de manejo integrado de pragas.

Desta forma conclui-se que as armadilhas tipo gaiola, com atrativos alimentares, colocadas externamente ao redor dos silos são ferramentas úteis e sensíveis na detecção de coleópteros associados a produtos armazenados, mesmo quando estes estão em baixo número e são de difícil detecção visual ou por outros métodos. as armadilhas tipo gaiola, com atrativos alimentares, têm a capacidade de detectar populações residuais que se desenvolvem nos resíduos acumulados na estrutura armazenadora, auxiliando, desta maneira, na determinação dos principais locais com potencialidade para o desenvolvimento de insetos dentro da indústria.

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