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41º Encontro Anual da Anpocs

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41º Encontro Anual da Anpocs

GT 10 – Elites e formas de dominação

As ciências sociais no Brasil: esboço de um ponto de vista estrutural

Rodrigo da Rosa Bordignon (UFSC)

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As ciências sociais no Brasil: esboço de um ponto de vista estrutural

Rodrigo da Rosa Bordignon 1

Resumo

O presente trabalho é resultado da exploração inicial de uma base de dados inédita, composta pelo conjunto dos professores vinculados aos programas de pós- graduação na área de ciências sociais (antropologia, ciência política e relações internacionais, e sociologia) no Brasil. A hipótese geral que orienta a pesquisa é que as diferentes modalidades de trajeto escolar conectam-se às hierarquias dos cursos e instituições de destino. O objetivo é dimensionar a estrutura do espaço das instituições e cursos de pós-graduação, investigando as associações entre trajeto escolar e destinos profissionais. Para tanto, foi conduzida uma análise de correspondência múltipla (ACM), tomando o trajeto escolar, a data de fundação dos cursos, os conceitos de avaliação e o ponto de chegada em termos de vínculo profissional. Os resultados indicam que as chances de reprodução interna do corpo professoral variam com a posição na hierarquia dos cursos, base das estratégias de carreira e de afirmação no campo das ciências sociais.

Introdução

O presente trabalho constitui a primeira exploração de uma base de dados composta pelo conjunto dos professores dos programas de pós-graduação em ciências sociais no Brasil. O material é parte de uma pesquisa mais geral centrada no exame dos condicionantes e modalidades de realização de carreiras universitárias e seus efeitos para as modalidades de estruturação do campo universitário e as definições de ciência. O objetivo desta incursão inicial é destacar as relações entre os trajetos escolares – apreendidos pelas instituições de graduação, mestrado e doutorado – e os destinos profissionais. Isso vai ao encontro da problemática de pesquisa que está na origem da presente exposição, para a qual a constituição do mercado e as diferentes possibilidades de inserção profissional na condição de professor universitário no Brasil estão associadas a múltiplas estratégias individuais e coletivas, base das relações entre a hierarquia de diplomas e a de postos de trabalho. Neste sentido, a discussão envolve a apreensão do

1

Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política – UFSC.

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conjunto de critérios, princípios de hierarquização e legitimação frente aos quais se estabelecem os diferentes valores dos títulos escolares, cujos efeitos se fazem presentes nas possibilidades diferenciais de retribuição e reconversão social e profissional.

No caso específico da história dos cientistas e das ciências sociais no Brasil, a consolidação material e institucional esteve atrelada ao estímulo crescente de agências públicas de apoio e financiamento à pesquisa, e de organizações filantrópicas internacionais, para as últimas, as ciências sociais possuíam um fim instrumental com vistas a intervenção em determinados problemas “sociais” e “políticos” (Miceli, 1993;

Garcia, 2011; Canedo e Garcia, 2004/5). Neste sentido, a “montagem de redes envolvendo as lideranças das agências e dos mutuários e os mecanismos decisórios e de avaliação que foram sendo constituídos” ao longo do tempo, tem como efeito um

“extremado corporativismo que costuma pautar” as práticas, atitudes e tomadas de posição dos cientistas sociais brasileiros, tendência reforçada “pelo fato de os nichos que melhor definem e simbolizam tal oficio no mercado de trabalho serem aquelas reservas de privilegiados nos programas de pós-graduação e nos centros privados de pesquisa”

(Miceli, 1995a, p. 11-12), cujas hierarquias e financiamento são dependentes da proximidade diferencial com as burocracias públicas e organizações internacionais.

Em vista disso, a hipótese de trabalho é de que nas relações entre os trajetos escolares e chances de inserção profissional se interpõem uma multiplicidade de fatores, dentre os quais: i) a estrutura de posição dos respectivos cursos de origem e de destino;

ii) a sociabilidade agregativa decorrente dos marcadores institucionais que compõem as trajetórias escolares; e iii) as dinâmicas de expansão e consolidação de centros de formação de quadros docentes. No entanto, ao invés de constituírem pontos específicos de análise, os fatores elencados são fortemente interdependentes, notadamente pela conexão entre os processos constitutivos do mercado dos títulos escolares e dos postos disponíveis aos pretendentes às carreiras docentes, e a recomposição do espaço institucional das ciências sociais em direção à ampliação dos centros de produção de diplomados e o alargamento das redes, cujos impactos são significativos para a diversificação dos trajetos escolares.

O cerne deste processo é balizado por um duplo movimento integrado. A

configuração de um sistema estruturado a partir de um centro específico de formação em

nível de pós-graduação – no caso, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da

Universidade de São Paulo, fundada em 1934, e em menor grau a Escola Livre de

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Sociologia e Política, fundada em 1933 –, engendra uma dinâmica de oferta de diplomados sem que existam postos disponíveis para a sua absorção nas instituições universitárias e de pesquisa existentes. Consequentemente, a ampliação institucional voltada para a formação de quadros docentes e a afirmação das ciências sociais brasileiras, ancorada no apoio governamental e filantrópico, encontra um contingente de diplomados disponível às funções de ensino e pesquisa e, ao mesmo tempo, engendra um processo de concorrência entre os centros de formação já estabelecidos, e aqueles em vias de constituição e com pretensões de afirmação.

O efeito mais geral das transformações nas condições objetivas de concorrência é a configuração de fluxos constitutivos das relações centro e periferia, as quais se expressam diferencialmente nas hierarquias em nível regional e nacional, no interior das quais o peso diferencial do internacional representa um elemento a mais nos processos de hierarquização. Como demonstrado por Coradini (2004/5, 2011), um conjunto de fatores estão na base da diferenciação entre as chances de inserção profissional, dentre os quais as origens sociais e geográficas, a formação escolar pré-universitária e suas relações com organizações religiosas, à posição das instituições de destino em nível regional e nacional, e no ranking das avaliações de cursos, as relações de interconhecimento constituídas ao longo dos trajetos escolares. Considerando o foco específico do presente texto, interessam particularmente os efeitos da circulação internacional como ponto fundamental nos conflitos nacionais pela afirmação em um espaço em formação, o que permite melhor compreender os fluxos e hierarquias transnacionais de “pesquisa e formação para a pesquisa”, e os modos como a concorrência entre “as comunidades cientificas dos países centrais se atualiza em escala local” (Garcia, 2009, p. 19).

Portanto, estão em pauta as relações entre trajeto escolar e postos de trabalho, na

qual intervém o trabalho individual e coletivo que é o fundamento dos rendimentos

provenientes dos títulos escolares, e está na base de sua relação com os mecanismos de

reprodução. Isso ocorre pelo descompasso entre o caráter intemporal dos “produtos do

sistema de ensino” e as transformações dos mercados de postos (Boltanski e Bourdieu,

2007), cujos efeitos se evidenciam nas recomposições morfológicas (Karady, 1973). No

caso específico do campo universitário, as trocas entre instituições e departamentos se

conectam às hierarquias que são o fundamento prático dos princípios de cooptação, ou

seja, definem as probabilidades diferenciais que conectam o espaço de emissão de

diplomas ao espaço dos postos de trabalho no sistema universitário (Burris, 2004). Da

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variedade de condicionantes que estão na base dos múltiplos mecanismos de estruturação do espaço escolar e do respectivo recrutamento de sua “elite”, o presente trabalho dedica- se, especificamente, ao exame das relações entre trajeto escolar as chances de inserção na carreira de professor de pós-graduação em ciências sociais no Brasil.

Dados disponíveis e operacionalização de indicadores

O conjunto do material empírico utilizado neste artigo compreende informações sobre 86 programas de pós-graduação em ciências sociais, os quais estão situados em 44 instituições de ensino superior. Ao todo, o banco de dados é composto por 1.498 agentes, o que representa a totalidade dos professores universitários vinculados aos respectivos programas. O levantamento das informações foi realizado entre novembro de 2011 e setembro de 2012. Como se trata de um trabalho individualizado, produto da consulta aos sites de internet mantidos pelos diferentes programas de pós-graduação, as informações sobre os quadros docentes dos mesmos dependem de sua atualização e veiculação. Além disso, após a identificação das listas de professores, inicia-se o segundo momento da coleta de informações, a consulta a plataforma lattes.

Os programas de pós-graduação em ciências sociais considerados para esta

primeira exposição merecem alguns esclarecimentos quanto a sua seleção. O primeiro

ponto a ser destacado refere-se à hierarquia formal dos cursos, apreendida a partir dos

resultados da avaliação trienal 2010-2012. Considerando os relatórios das áreas de

avaliação de antropologia/arqueologia, de ciência política e relações internacionais, e de

sociologia, em 2013 estavam em funcionamento 110 programas de pós-graduação. A

diferença entre os cursos retidos para análise e a totalidade daqueles que compõem as

respectivas áreas decorre de uma definição inicial restrita. Isso porque, foram excluídos,

na área de antropologia, os cursos de arqueologia; na de ciência política e relações

internacionais, os de avaliação e gestão de políticas públicas, de ciências militares e

afins; na de sociologia, foram igualmente excluídos os programas de avaliação e gestão

de políticas públicas (Tabela 1). Como se sabe, parte fundamental das hierarquias e do

estabelecimento de fronteiras encontra-se nas lutas pela definição, se estas fazem parte

do horizonte da presente pesquisa em desenvolvimento, por ora estão excluídas da

análise.

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Tabela 1

Diferença entre os PPGs registrados na Avaliação Trienal (2010-2012) e os que compõem a base de dados

Antropologia / Arqueologia

Ciência política e Relações internacionais

Sociologia

Avaliação trienal

(2010-2012) 26 32 52

Base de dados 21 23 42

Considerando a hipótese que orienta a presente pesquisa, são apreendidas as relações entre trajetos escolares e as diferentes chances de inserção profissional. Tal como em outros trabalhos que se debruçam sobre estas relações e seus efeitos para a configuração do mercado de postos universitários (BURRIS, 2004; CORADINI, 2011), os critérios de hierarquização dos cursos de destino são tomados como parte estruturante das trocas entre diferentes universidades, e elementos integrantes das estratégias de dominação e hierarquização que estruturam o universo em pauta. No entanto, ao contrário das informações disponíveis e utilizadas por Burris (2004), os critérios de hierarquização estão integrados nas próprias lutas escolares, sendo que sua definição está ao encargo dos agentes que se submetem a eles, complexificando significativamente as relações de troca e mediação, e também, o controle sobre os destinos profissionais.

Neste sentido, o mercado acadêmico e o recrutamento de sua “elite” são

hierarquizados com base em seu próprio processo de constituição. Quer dizer, dependem

tanto da expansão da oferta de títulos de doutorado, quanto do controle das instâncias de

avaliação que definem as trocas e os diferentes valores dos mesmos. O mecanismo de

controle e reprodução configura, portanto, uma estrutura de trocas que se organiza por

um sistema em cascata, cujos efeitos são centrais para a estruturação das hierarquias e

dos fluxos constitutivos das relações entre centro e periferia. Em vista disso, o exame das

relações entre trajetos escolares e as diferentes chances de inserção como professor dos

programas de pós-graduação em ciências sociais está centrada, empiricamente, em três

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pontos principais. Em primeiro lugar, são verificadas as associações entre o trajeto escolar e a inserção profissional, medidas pela instituição de doutorado e aquela de exercício da condição de professor universitário. Posteriormente são tomadas as relações entre a hierarquia dos cursos e as diferentes chances de ingresso na carreira profissional.

Por fim e complementarmente a isso, busca-se apreender o processo de estruturação e expansão dos cursos de pós-graduação em ciências sociais no Brasil, verificando as relações entre o ano de fundação dos programas, o ano e instituição de titulação de doutorado e a universidade de dedicação profissional.

Trajeto escolar e inserção profissional nas ciências sociais

O conjunto de oposições que estruturam as diferentes chances de inserção no cargo de professor de pós-graduação em ciências sociais evidencia, por um lado, o peso de determinadas estratégias de reprodução das posições no interior do espaço universitário e, por outro, os diferentes princípios de hierarquização que estão na base das trocas entre determinadas instituições. Nestas relações, há uma sobreposição entre as dinâmicas específicas que constituem os perfis dos quadros docentes e as hierarquias dos cursos. A configuração destas hierarquias, no entanto, assume um caráter duplo de estruturação, não diretamente convergente, funcionando, por um lado através do ranking da pós-graduação, e por outro pela antiguidade dos cursos. Em termos gerais, isso coloca em pauta as transformações estruturais do espaço institucional das ciências sociais, notadamente associado à ampliação e diversificação da formação de doutores, e à concorrência pela redefinição das hierarquias entre os cursos.

O quadro geral produz uma primeira oposição que se reflete internamente ao que

se pode denominar de polo dominante, ou seja, os cursos que ocupam o todo da

hierarquia formalmente instituída. Neste polo, situam-se os cursos com notas seis e sete,

os quais se diferenciam tanto pelas modalidades de associação entre trajetos escolares e

destinos profissionais, quanto pelo critério de antiguidade. O conjunto de variantes

produz uma divisão específica entre a UFRGS, notadamente representada pelos

programas de sociologia e antropologia, com nota sete e com seus doutorados fundados

na segunda metade da década de 1990; e a USP, UNB e UFRJ, com programas de

doutorado mais antigos. O que está em jogo é o processo de constituição do conjunto de

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cursos de pós-graduação e das instituições que os abrigam. Logo, a posição diferencial marcada pela USP, deve-se ao fato que todos os seus programas de pós-graduação em ciências sociais situam-se nas posições superiores das hierarquias, e possuem doutorados fundados antes de 1985. No caso da UNB e da UFRJ, a posição se configura mais diretamente com relação aos cursos de antropologia e sociologia, ambos no topo da hierarquia. No entanto, ao contrário dos programas de pós-graduação em antropologia destas instituições, fundados antes de 1985, os de sociologia se diferenciam pelo tempo de funcionamento dos doutorados, enquanto o da UNB é anterior a 1985, o da UFRJ é da primeira metade da década de 1990.

Ainda com relação às oposições que configuram o polo dominante, há uma diferenciação entre programas de pós-graduação em ciência política, constituída principalmente pelas posições da UFMG, IESP-UERJ, e da USP, todos no topo da hierarquia com notas seis e sete, diferenciados pela antiguidade dos cursos. A base da diferenciação retoma uma espécie de história oficial do desenvolvimento institucional da Ciência Política no Brasil, marcada pela criação do programa de pós-graduação da UFMG, o primeiro a funcionar no modelo da postgraduate studies, o qual vai orientar as reformas do ensino superior na década de 1960. Contudo, o curso de doutorado tem início somente nos anos 2000, firmando uma dinâmica específica de circulação em nível internacional – Estados Unidos –, e nacional – IUPERJ. No que tange a formação de um espaço institucional de produção de diplomas de doutorado em nível nacional, o conflito fundamental se define pela oposição entre a USP e o IUPERJ, ambos com doutorado anterior a 1985. No entanto, a dissolução desta última instituição e a transferência de seu corpo docente para a UERJ em 2010, com a criação do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), modifica o quadro de referência e institui um espaço de reivindicação da “tradição” do antigo IUPERJ 2 . A configuração institucional, portanto, se definem por um nível de oposição entre o atual IESP-UERJ e a USP, com os doutorados mais antigos, e o programa de pós-graduação em Ciência Política da UFMG.

Em grande medida, as oposições que constituem o polo dominante se retraduzem nos perfis de recrutamento dos quadros docentes dos diferentes cursos, colocando em pauta as estratégias coletivas de afirmação no espaço institucional das ciências sociais e as modalidades de investimento em determinados trajetos escolares. Apreendendo as

2 Ver, por exemplo, <http://www.iesp.uerj.br/bem-vindo-ao-iesp-uerj/>

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lógicas de recrutamento que diferenciam os cursos e, por meio destes, as instituições que os respaldam, ficam mais evidentes as relações entre trajetos escolares e chances de inserção profissional, particularmente em suas relações com as hierarquias instituídas pelas agencias de fomento e regulação da pós-graduação no país. No conjunto do polo dominante, as diferenças entre a temporalidade que marca os cursos de doutorado se traduz em uma conexão entre as instituições de doutorado e os destinos profissionais. No caso da antropologia, as diferenças colocam de um lado os cursos mais antigos – USP, UFRJ e UNB –, e aquele cujo doutorado é mais recente – UFRGS. No entanto, as diferenças ocorrem tanto entre as instituições que marcam os cursos mais antigos, quanto entre estas e a UFRGS. A primeira oposição se caracteriza pelos professores da USP, majoritariamente com doutorado na própria instituição (73,9%); e os da UFRJ, igualmente com forte endogenia (70%), os quais podem ser definidos como o “polo nacional”; diferenciando-se da UNB, com 47,1% do quadro docente com diplomas de doutorado nos Estados Unidos, e uma parcela significativa com títulos de doutor na USP (29,4%). Em contrapartida, o programa de pós-graduação em antropologia da UFRGS representa o polo distinto ao da UNB no âmbito dos fluxos internacionais de pesquisadores, os quais retraduzem para a dimensão nacional a concorrência entre centros de formação e de pesquisa. Isso porque, no caso da UFRGS, uma parte significativa tem formação doutoral na França (27,3%), apresentando igualmente um mecanismo interno de reprodução do corpo professoral – 22,7% com diploma de doutorado na própria instituição.

No que concerne à sociologia, há uma oposição fundamental entre a USP, a mais

antiga instituição a fornecer títulos de doutor na área, e a UFRGS, UFRJ e UNB. Na

estruturação do espaço de produção de diplomas de doutorado, neste caso, a USP

dispõem de uma vantagem significativa, notadamente ao se considerar que até 1973

havia distribuído 127 títulos de doutorado e era a única instituição nacional com esta

possibilidade. Em termos gerais, esta instituição representa o movimento de afirmação

nacional da formação em ciências sociais, o que se traduz em um corpo docente com

trajeto escolar fortemente interno, sendo que 82,4% obtiveram o título de doutorado na

própria instituição. Em oposição, a UFRGS, UFRJ e UNB representam a diversificação

dos espaços e formação, e o peso da circulação internacional como trunfo de afirmação

na área. No que concerne à formação no exterior, a UFRGS é dominante neste polo, com

30,4% do seu corpo docente com títulos de doutorado na França, e 13% nos Estados

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Unidos; seguida pela UNB, com 22,2% de doutorados na França, e 7,4% na Alemanha; e pela UFRJ, com 17,4% de doutores nos Estados Unidos. No caso desta última, a menor circulação internacional de seus docentes durante os trajetos escolares é reforçada por um maior peso das instituições nacionais, em especial a USP (30,4%), e a própria UFRJ (30,4%). De modo geral, o quadro de confrontos entre os cursos de pós-graduação em sociologia coloca em pauta as diferentes dinâmicas que constituem as estratégias de afirmação institucional em um espaço gradualmente estruturado, no qual estão em disputa os critérios de hierarquização, as definições de excelência e a estruturação de um espaço de concorrência pela formação dos quadros docentes.

O caso dos programas de pós-graduação em ciência política, a estrutura do espalho institucional se define mais claramente em torno de duas posições: a USP de um lado, e o IESP-UERJ e UFMG de outro. Isso porque a não afirmação institucional da UFMG para o fornecimento de títulos de doutorado antes dos anos 2000, faz com que esta se afirme não como um ponto final dos trajetos escolares pré acesso aos cargos docentes, mas como uma instituição intermediária, caracterizada especificamente por sua conexão com o antigo IUPERJ. Nas clivagens entre IESP-UERJ, UFMG e USP, está em pauta a reconfiguração das ciências sociais em decorrência de modalidades diferencias de investimentos em estudos no exterior, e suas reconversões para formas específicas de abordagem dos fenômenos políticos e sociais, acompanhada da reivindicação de uma especificidade própria ao universo da política (Forjaz, 1997; Canedo, 2009; Keinert e Silva, 2010).

Embora a USP tenha fornecido títulos de doutorado em “política” desde os anos 1940, o volume destes é bem menos expressivo quando comparado aos de sociologia - 16 doutores até 1973 (Arruda, 1995). Mesmo assim, marca uma posição central na ciência política brasileira, tanto pela antiguidade do curso quanto por sua proximidade com o Cebrap, o que fundamenta as estratégias concorrentes de criação institucional e de afirmação no espaço nacional de formação e pesquisa em ciência política no período. As principais iniciativas são o curso de mestrado em ciência política da UFMG, e o de mestrado e doutorado do IUPERJ, ambos passando a funcionar no final dos anos 1960.

No caso do IESP-UERJ especificamente, 26,7% tem diploma de doutorado nos Estados

Unidos, e outros 46,7% no antigo IUPERJ, o que aproxima esta instituição da UFMG,

com 14,8% de doutores nos Estados Unidos, e 29,6% no antigo IUPERJ. Em

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contraposição, situa-se a USP, com uma formação de seu quadro docente fortemente endógena, com 68,2% com título de doutorado na própria instituição.

A estratificação do espaço de produção de diplomas de doutorado e sua relação com a morfologia da pós-graduação em ciências sociais no Brasil direcionam a atenção para as instituições que contribuem de modo mais significativo, para a composição do quadro de professores. Em termos gerais, a USP ocupa uma posição hegemônica na emissão de títulos de doutorado, representando 22,8% do total, seguida pela Unicamp, com 10,7%. Considerando em termos de dinâmicas de centro e periferia em nível nacional, mais de um terço dos doutorados que respaldam as carreiras dos professores de pós-graduação em ciências sociais no Brasil foi obtido em São Paulo. Em contraposição, vem uma série de outras instituições, dentre as quais se destacam a UFRJ, com 7,2%, o antigo Iuperj, com 6,6%, e a UFRGS, com 5,3%. O quadro é composto, igualmente, pelos doutorados obtidos no exterior, notadamente nos Estados Unidos, com 6,9%, e na França, com 7,1%. De modo geral, visualiza-se o processo de estruturação do mercado nacional de diplomas de doutorado em ciências sociais, constituído por um centro produtor e um conjunto pulverizado de concorrentes.

A caracterização desta dinâmica implica considerar sua relação com as hierarquias nacionais formalmente instituídas, até mesmo porque, a formulação e controle dos critérios de hierarquização são partes constitutivas das estratégias de legitimação, e operam por uma espécie de “universalização auto-referida” (Coradini, 2012, p. 13). A USP ocupa uma posição equivalente aquela dos doutorados em instituições no exterior, notadamente quando se compara as relações dos títulos com as hierarquias de destino. O total de 33,4% dos doutores na USP destina-se aos programas de pós-graduação considerados “de excelência” (com notas seis e sete), proporção só superada pelos títulos obtidos nos Estados Unidos, com 38,9%, e seguida de perto pela França, 30%. No plano nacional, a UFRJ ocupa uma posição igualmente de destaque, com 28,7% de seus títulos de doutorado encontrados em programas de pós-graduação com notas seis e sete. Com menos chances de serem encontrados nos denominados

“programas de excelência” estão os diplomas do antigo Iuperj, com 21,2%, da UFRGS,

com 16,2%, e da Unicamp, com 14,2%. No entanto, estes abastecem de modo muito mais

significativo o polo mais baixo da hierarquia – programas de pós-graduação com notas

três e quatro –, destacando-se a posição da UFRGS, com 67,5%, da Unicamp, com

60,8%, e do antigo Iuperj, com 60,6%. Isso indica uma clivagem constitutiva das

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hierarquias nacionais, no centro da qual está o valor dos títulos escolares e as estratégias de circulação internacional como um recurso fundamental na concorrência pelas posições dominantes.

As dinâmicas de fluxos nacionais e internacionais associadas à obtenção de diplomas de doutorado iluminam, ainda, dois outros processos: 1) a diferenciação entre as áreas dos programas de pós-graduação; 2) a configuração de um polo produtor de títulos e de polo receptor, cujas lógicas são atravessadas pelas relações entre centro e periferia em diferentes níveis, e pela concorrência pela reprodução do corpo professoral das diferentes instituições em pauta. Com relação ao primeiro ponto, evidencia-se uma transição entre diferentes instituições ou locais de obtenção de diplomas de doutorado relativamente às áreas de antropologia, ciência política, e sociologia (Tabela 2). No caso da antropologia, há um peso significativo da circulação internacional para a obtenção de títulos de doutorado, assim como a centralidade de um polo produtor nacional, representado pela UFRJ e pela UFRGS em seus estratos mais altos. Em grande medida, isso evidencia o processo interno de reprodução do corpo professoral, e igualmente a centralidade de algumas instituições como produtora de diplomas para programas de pós- graduação situados em estratos mais baixos da hierarquia. O mesmo processo é evidente nas outras áreas, e indicam a configuração do polo dominante das instituições e programas de pós-graduação em ciências sociais no Brasil, como demonstrado anteriormente.

Tabela 2

Curso de pós-graduação, conceito da avaliação Capes e principais locais de obtenção do título de doutorado 3

Curso Título de doutorado

Conceito Capes

3 4 5 6 7

Antropologia

Estados Unidos 2,9% 23,5% 32,4% 8,8% 32,4%

França 20,6% 23,5% 26,5% 8,8% 20,6%

UFRGS 55,6% 11,1% 5,6% - 27,8%

UFRJ 12,2% 18,4% 24,5% 8,2% 36,7%

UNB 12,5% 68,8% - - 18,8%

3 Foram incluídas as instituições/locais de obtenção de títulos de doutorado que

representam mais de 5% do total nas respectivas áreas.

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USP 9,8% 27,2% 18,5% 34,8% 9,8%

Ciência política

Estados Unidos - 3,8% 50% 23,1% 23,1%

França 8,3% 25% 50% 16,7% -

IUPERJ 18,4% 36,1% 5,3% 21,1% 23,7%

USP 1,8% 28,6% 21,4% 7,1% 41,1%

UFRGS 50% - 50% - -

Sociologia

Estados Unidos 12,1% 12,1% 45,5% 6,1% 24,2%

França 7,4% 26,9% 26,9% 16,7% 16,7%

IUPERJ 28% 42% 26% - 4%

UFRGS 47,8% 21,7% 13% 2% 15,2%

UFC 25% 35,7% 39,3% - -

UFPE 47,8% 30,4% 21,7% - -

UFRJ 29,5% 20,5% 31,8% - 18,2%

UNB 21,1% 39,5% 15,8% 23,7% -

USP 20,8% 34% 19,5% 3,1% 22,6%

Fonte: Elaborada pelo autor.

No caso da ciência política, a clivagem é significativamente mais evidente, em especial pela já demonstrada relação entre o antigo Iuperj e os doutorados nos Estados Unidos, e sua contraposição à USP. Algo a ser destacado é a ausência de títulos de doutorado obtidos na França no estrato mais elevado da hierarquia, o que torna mais clara a afirmação de uma modalidade específica de fazer ciência política, situada em contraposição às tradições concorrentes. Em grande medida, trata-se da retradução das dinâmicas internacionais de concorrência pela definição dos cânones da pesquisa e formação na área para o contexto nacional, impactando nas chances diferenciais de atuação na ciência política brasileira relativamente às origens dos diplomas doutorais.

Além disso, é possível notar ainda o fluxo dos diplomados em direção aos cursos situados na parte inferior da hierarquia, na qual há um peso mais significativo do antigo Iuperj e da UFRGS.

Para a sociologia, há uma variedade muito mais significativa de instituições e,

assim como na antropologia, um peso mais significativo dos principais polos

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internacionais de produção e pesquisa nas posições superiores da hierarquia dos cursos.

Tendo em vista as conexões entre a UFRGS e UNB e os títulos de doutorado obtidos no exterior, evidencia-se a estruturação dos conflitos pela hierarquização na sociologia, a qual opera por intermédio dos mecanismos associados ao valor dos títulos escolares. No que tange este problema específico, o presente texto aborda apenas uma de suas dimensões, aquela mais diretamente associada às chances de ingresso na carreira, diferencialmente distribuídas de acordo com os trajetos escolares. Fica em aberto, portanto, as estratégias de valorização dos títulos escolares, as quais dependem do capital social que os diferentes grupos e agentes são capazes de mobilizar na luta pela definição das hierarquias e, e através dela, classificação ou reclassificação de suas posições. Na sociologia, as instituições centrais em nível nacional – USP, UFRGS, UNB e UFRJ –, disputam tanto a reprodução interna de suas posições, quando a periferia do sistema, considerando especialmente o peso destas na formação de doutores situados em programas de pós-graduação com notas três e quatro. Além disso, ocorre uma clivagem regional mais evidente, especialmente pelo aparecimento da UFC e UFPE como centrais na formação de doutores destinados aos cursos na área de sociologia.

Os fluxos que estão na base da estruturação dos perfis dos programas de pós- graduação e das instituições do polo dominado na hierarquia dos cursos, indicam as formas especificas que configuram as dinâmicas nacionais e regionais de dominação.

Como já referido, USP, Unicamp, UFRJ, o antigo Iuperj e a UFRGS se configuram como

os principais centros de produção de diplomas em nível nacional, processo que se

retraduz de forma diferencial no que tange a sua absorção pelos programas de pós-

graduação de diferentes níveis. Na variedade de instituições que compõem o polo

dominado, com notas três e quatro, algumas dinâmicas são mais ilustrativas da

concorrência pelos mercados de postos em nível nacional e regional. O primeiro ponto eu

deve ser destacado é que o sistema configura uma espécie de constelação regional que

funciona como espaço de absorção de doutores. Neste sentido é ilustrativo o caso de São

Paulo, representado pela Unifesp, UNESP e PUC-SP. A primeira, com programa de pós-

graduação na área de sociologia situado no nível inferior da hierarquia, fundado depois

de 2005, e sem doutorado, se apresenta como um desaguadouro de títulos de doutorado

de instituições situadas no polo dominante, tendo seu quadro docente com 73,7% de

doutorados na USP, e outros 21,1% na Unicamp. No caso da UNESP e PUC-SP, ocorre

uma diferença estrutural pelo fato da segunda ter consolidado o curso de doutorado já no

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início da década de 1980, o que garantiu uma produção interna destinada a reprodução do corpo professoral – 58,8% dos docentes da PUC-SP tem doutorado na própria instituição –, contrabalançada pelos diplomados vindos da USP (29,4%) e da Unicamp (11,8%). Isso não se verifica no caso da UNESP, com doutorado mais recente – posterior a 2005 –, e com quadro docente fortemente ligado aos títulos de doutorado da Unicamp (33,3%) e da USP (28,9%).

O mesmo ocorre no caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, no qual a UFRGS ocupa uma posição central na relação entre produção de diplomas de doutorado e chances de acesso aos cargos na pós-graduação em ciências sociais. A composição deste sistema regional se define pelas relações entre a UFRGS, como centro produtor, e a UFPEL, a PUC-RS, e a UFSM como centros receptores. No caso das duas primeiras, existem programas de formação de doutores recentemente implantados – posteriores a 2005 –, exceto nos programas de pós-graduação na área de sociologia da UFPEL e UFSM, somente com mestrado. No caso da UFPEL e UFSM, respectivamente 51,5% e 54,5% de seus quadros docentes tem títulos de doutorado na UFRGS, sendo que na primeira a formação doutoral na USP assume um papel significativo, com 12,1%. No que concerne à PUC-RS, o peso dos títulos de doutorado da UFRGS (27,3%), é contrabalanceado por aqueles obtidos no exterior, especialmente na Alemanha (27,3%) e na França (18,2%). Em grande medida, o sistema de relações entre títulos e postos e suas diferentes conexões com os níveis específicos de concorrência e com as dinâmicas entre centro e periferia leva a considerar os mecanismos através dos quais se definem as hierarquias, e a expansão dos espaços de formação de doutores e de abertura de postos.

Considerando a expansão dos programas de pós-graduação em ciências sociais, e

a transformação nas instituições de obtenção do título de doutorado (Gráficos 1 e 2), dois

movimentos gerais tornam-se mais evidentes: 1) a consolidação dos espaços nacionais de

reprodução do corpo professoral; 2) a diversificação dos trajetos escolares e a

configuração de um espaço concorrencial que tem implicações distintas nas chances de

inserção profissional e nas hierarquias dos cursos de pós-graduação. Como é possível

notar, tanto a USP como os diplomas de doutorado obtidos fora do país decrescem ao

longo do tempo, com uma expansão significativa das “bordas” do sistema, impulsionada

pelas políticas publicas de desenvolvimento do sistema de pós-graduação, muito embora

a proporção de bolsas destinadas aos cursos de ciências humanas tenha permanecido

constante, como indicam as informações analisadas por Garcia e Canedo (2005).

(16)

Gráfico 1

Evolução dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Sociais

Fonte: Elaborado pelo autor

Gráfico 2

Período de conclusão e instituições / locais de obtenção do título de doutorado

Fonte: Elaborado pelo autor 0

5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

1987 1990 1995 2000 2005 2010

Antropologia / Arqueologia Ciência Política e Relações

Internacionais Sociologia

ATÉ 1991 1992 A 1998 1999 A 2002 2003 A 2005 2006 OU DEPOIS

(17)

Considerações finais

O presente texto estava centrado nas relações entre trajetos escolares e as chances de inserção na carreira de professor de pós-graduação em ciências sociais no Brasil.

Como parece ficar evidente com base no conjunto de relações expostas, a concorrência pela ocupação dos postos no mercado acadêmico e a reconversão de títulos escolares em carreira profissional se equacionam em um espaço estruturado e hierarquizado por uma série de mecanismos de troca e retribuição.

Por um lado, a forte endogenia associada a determinadas instituições nacionais garante a exclusividade de acesso e a objetivação das relações de sociabilidade e reciprocidade. Por outro, o peso das instituições centrais em nível nacional na produção de títulos de doutorado para as instituições mais periféricas implica em uma rede de interconexões ainda a ser explorada e detalhada. Devido a isso, inclusive, os investimentos mais fortes associados a obtenção de títulos de doutorado no exterior, indicam a multiplicidade de recursos concorrentes que estão na base da estruturação e hierarquização nas ciências sociais brasileiras. Em grande medida, uma dimensão do fenômeno exposto se assemelha aquele identificado por Burris (2004, p. 245) para o caso dos Estados Unidos, no qual ocorre uma espécie de “colonização” dos departamentos de menos “prestigio” por aqueles melhor situados nas hierarquias nacionais. Isso se conecta ao processo específico de constituição do sistema de pós-graduação no Brasil, e nas diferentes temporalidades às quais estão associados os cursos, base de um conjunto de relações que configuram um sistema de trocas fundamentado, principalmente no capital social e no seu uso como recurso fundamental nas pretensões profissionais.

O plano de continuidade da pesquisa que está na base do presente texto engloba

uma série de outras questões e problemas, dentre os quais: 1) uma análise completa e

detalhada dos mecanismos de estratificação no interior das ciências sociais (cursos de

origem, áreas temáticas, linhas de pesquisa, estratégias de publicação, circulação

internacional); 2) o exame das modalidades e critérios de hierarquização, com atenção

especial às lógicas de acesso às posições de definição dos cursos e carreiras; 3) a

apreensão das bases sobre as quais se constituem as relações entre a expansão dos cursos

e títulos e a manutenção/transformação das hierarquias; 4) a análise das estratégias de

padrões de carreira; 5) o detalhamento das concepções de ciência e do fazer científico

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que fundamentam as relações com as ciências sociais e definem as hierarquias dos objetos de pesquisa.

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