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A gestão por competências na perspectiva da aprendizagem organizacional: o caso de uma empresa pública de grande porte

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(1)

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO – PRPG

PPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

A Gestão por Competências na Perspectiva da Aprendizagem

Organizacional – O Caso de uma Empresa Pública de Grande

Porte.

Luciane Benetti

Orientadores: Prof. Dr. Eduardo Amadeu Dutra Moresi

Prof.ª Dra. Maria Júlia Pantoja de Britto

Brasília

(2)

ii

A Gestão por Competências na Perspectiva da Aprendizagem

Organizacional – O Caso de uma Empresa Pública de Grande

Porte.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação “Stricto-Sensu” em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação.

Orientadores: Prof. Dr. Eduardo Amadeu Dutra Moresi

Prof.ª Dra. Maria Júlia Pantoja de Britto

Brasília

(3)
(4)

iv

Dedico àquele que sempre me deu força. Que

nunca me deixou desistir. Que sempre foi, é e será

minha referência de coisas boas em minha vida.

(5)

v

Agradeço a todos que, direta ou indiretamente, me ajudaram a vencer mais

esta etapa em minha vida.

Agradeço a minha família pelo apoio e pela paciência.

Aos meus orientadores Maria Júlia e Eduardo Moresi, por toda a contribuição

ao meu processo de formação acadêmica.

Aos professores e amigos, pelos ensinamentos e pelo incentivo em nunca

desistir.

Agradeço, principalmente, a todo grupo de trabalho do PSCM, em especial

aos Gerentes Paulo, Marco e Marcos César, que são respectivamente o Gerente

Geral, Gerente de Aprendizagem e Gerente do Centro de Controle e de Tratamento

(6)

vi

Este trabalho analisa as Redes Sociais Informais, na perspectiva da Gestão por

Competências, como mecanismo de sustentabilidade aos processos de

aprendizagem e transferência do conhecimento em grupos de trabalho. Para tanto,

foi realizado um estudo de caso abordando o Programa Solução Combinada de

Mensagens, de uma empresa pública de grande porte. A pesquisa foi estruturada

dentro de uma perspectiva metodológica que integra abordagens qualitativa e

quantitativa. Trinta e seis participantes responderam questionários de opinião e três

participaram de entrevistas semi-estruturadas. Os resultados obtidos demonstraram

que o Programa tem, como uma de suas metas estabelecer a Gestão de pessoas

por Competências, pois seu objetivo não é trabalhar por desempenho. Foi definido o

Processo Crítico transferência e absorção de informação e de conhecimento para a

identificação das Redes Sociais Informais de Informação e o mapeamento das

competências de grupo, uma vez que este permeia todos os demais processos. Uma

contribuição teórica relevante foi a análise e discussão dos conceitos relativos à

competência de grupo, processos de aprendizagem nas organizações e Redes

Sociais Informais. Entre as implicações práticas dessa pesquisa, constatou-se que

as Redes Sociais podem apoiar os gerentes do Programa, na construção de práticas

que possam facilitar o processo de transferência e absorção de informação e de

conhecimento. Além disso, essas redes podem promover o compartilhamento e a

disseminação dessas informações entre os funcionários envolvidos neste processo,

a fim de criar um ambiente de interação e socialização, objetivando o alcance da

aprendizagem na organização. Conclui-se que os resultados podem contribuir e

trazer informações relevantes no que diz respeito aos processos de Aprendizagem

Organizacional. Especificamente no que se refere às estratégias subsidiadas por

meio do mapeamento das competências de grupo das Redes Sociais Informais de

Informação cujo objetivo é o de facilitar o gerenciamento dos processos de

aprendizagem, transferência e absorção de conhecimento.

Palavras-chave: Conhecimento Organizacional, Gestão por Competências,

(7)

vii

This work analyzes the Informal Social Nets, in the perspective of the Management

for Competences, as sustainability mechanism to the learning processes and transfer

of the knowledge in work groups. For so much, a case study was accomplished

approaching the Program Combined Solution of Messages, of a great public

company. The research was structured inside of a methodological perspective that

integrates qualitative and quantitative approaches. Thirty six participants answered

opinion questionnaires and three participated in semi-structured interviews. The

obtained results demonstrated that the Program has, as one of their goals, to

establish the people's Management for Competences, because its objective is not to

work for performance. It was defined the Process Critical transfer and absorption of

information and of knowledge for the identification of the Informal Social Networks of

Information and the mapping of the group competences, once this permeates all the

other processes. A relevant theoretical contribution was the analysis and discussion

of the relative concepts to the group competence, learning processes in the

organizations and Informal Social Networks. Among the practical implications of that

research, it was verified that the Social Networks can support the managers of the

Program, in the construction of practices that it can facilitate the transfer process and

absorption of information and of knowledge. Further, those nets can promote the

sharing and the spread of that information among the employees involved in this

process, in order to create an interaction environment and socialization, aiming at the

reach of the learning in the organization. It is ended that the results can contribute

and to bring relevant information in what concerns the processes of Organizational

Learning. Specifically in what he refers to the strategies subsidized through the

mapping of the competences of group of the Informal Social Networks of Information

whose objective is it of facilitating the administration of the learning processes,

transfer and knowledge absorption.

Key-words: Organizational knowledge, Management for Competences,

(8)

viii

INTRODUÇÃO ...1

1.1. CONTEXTO... 1

1.2. REVISÃO DE LITERATURA ... 2

1.3. JUSTIFICATIVA... 7

1.4. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ... 9

1.5.OBJETIVOS... 11

1.5.1.GERAL... 11

1.5.2.ESPECÍFICOS... 11

1.6. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO... 11

REFERENCIAL TEÓRICO: COMPETÊNCIAS, APRENDIZAGEM E REDES SOCIAIS EM ORGANIZAÇÕES ...13

2.1. CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL... 13

2.2. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS ... 17

2.3. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL ... 24

2.4. REDES SOCIAIS ... 28

2.5. DEFINIÇÃO OPERACIONAL DE TERMOS ... 33

METODOLOGIA ...34

3.1. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA... 34

3.2. SUPOSIÇÕES... 35

3.3. COLETA E ANÁLISE SE DADOS ... 36

3.3.1. Identificar e analisar a percepção dos gerentes quanto aos impactos da adoção de uma política e prática de GPC, no âmbito do PSCM.... 36

3.3.2. Identificar os Processos Críticos do Programa.... 37

3.3.3. Identificação das Redes Sociais Informais de Informação... 37

3.3.4. Mapeamento das Competências de Grupo das Redes Sociais Informais de Informação ... 39

3.4. SÍNTESE METODOLÓGICA ... 40

3.5. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ... 41

(9)

ix

MENSAGENS ... 42

4.2. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DOS GERENTES, DOS IMPACTOS DA ADOÇÃO DE UMA POLÍTICA E PRÁTICA DE GESTÃO POR COMPETÊNCIAS, NO ÂMBITO DO PSCM ... 44

4.3. IDENTIFICAÇÃO DOS PROCESSOS CRÍTICOS DO PSCM E DEFINIÇÃO DE SEUS FLUXOS DE ATIVIDADES... 48

4.3.1. Processos Críticos identificados... 48

4.3.2. Identificação das Redes Sociais Informais... 50

4.4. REDES SOCIAIS INFORMAIS DE INFORMAÇÃO DO PSCM ... 53

4.4.1. Caracterização da amostra das Redes Sociais Informais do PSCM... 53

4.4.2. Análise I - Redes Sociais Informais de Informação do PSCM... 55

4.4.2.1. Características Estruturais da Rede Informal de Informação... 55

4.4.2.2. Características Relacionais da Rede Informal de Informação... 57

4.4.2.3.Características Posicionais da Rede Informal de Informação... 59

4.4.2.4. Identificação de Atores Críticos na Rede Informal de Informação... 59

4.4.3. Análise II - Redes Sociais Informais de Informação do PSCM... 65

4.4.3.1 Características Estruturais da Rede Informal de Informação... 66

4.4.3.2. Características Relacionais da Rede Informal de Informação... 67

4.4.3.3. Características Posicionais da Rede Informal de Informação... 68

4.4.3.4. Identificação de Atores Críticos na Rede Informal de Informação... 68

4.5. ANÁLISE COMPARATIVA DAS REDES I E II ... 73

4.6. MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS DE GRUPO DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS DO PSCM ... 77

CONCLUSÃO ...82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...86

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO SOBRE REDES SOCIAIS INFORMAIS...90

APÊNDICE B – Matriz das Redes Sociais Informais da Análise I... 95

APÊNDICE C – Saídas das Rotinas da Análise I das Características Posicionais e Relacionais96 APÊNDICE D - Saídas das Rotinas da Análise I para Identificação dos Atores Críticos das Redes Sociais Informais de Informação do PSCM ... 101

APÊNDICE E – Matriz da Rede Social Informal da Análise II... 107

APÊNDICE F – Saídas das Rotinas da Análise II das Características Posicionais e Relacionais ... 108

APÊNDICE G – Saídas das Rotinas da Análise II para Identificação dos Atores Críticos da Rede Social Informal de Informação do PSCM ... 113

(10)

x

1. DESCRIÇÃO GERAL ... 119

2. COMPONENTES DA SOLUÇÃO COMBINADA ... 120

3. ARQUITETURA DA SOLUÇÃO COMBINADA ... 120

4. DETALHAMENTO DOS PRINCIPAIS SERVIÇOS DA SI ... 122

5. REQUISITOS MÍNIMOS DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO DA SOLUÇÃO COMBINADA.. 123

(11)

xi

FIGURA 1 - ORGANOGRAMA DOS PROCESSOS DO PSCM...10

FIGURA 2 – CONFIGURAÇÕES ORGANIZACIONAIS DA NOÇÃO DE COMPETÊNCIA. ...19

FIGURA 3 – AS ESTRATÉGIAS DEFINEM AS COMPETÊNCIAS QUE REDEFINEM AS ESTRATÉGIAS PELA APRENDIZAGEM...19

FIGURA 4 – SÍNTESE METODOLÓGICA. ...40

FIGURA 5 – DIAGRAMA DOS PROCESSOS CRÍTICOS DO PSCM...49

FIGURA 6 – A APRENDIZAGEM DE CIRCUITOS SIMPLES E DUPLO. ...52

FIGURA 7 - REDE SOCIAL INFORMAL DE INFORMAÇÃO PSCM – ANÁLISE I...56

FIGURA 8 – PONTOS DE CORTE DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS DE INFORMAÇÃO DO PSCM. ...61

FIGURA 9 – ATORES EXPANSORES DE FRONTEIRAS DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS DE INFORMAÇÃO DO PSCM. ...62

FIGURA 10 – LIGAÇÕES DOS ATORES EXPANSORES DE FRONTEIRA DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS DE INFORMAÇÃO DO PSCM...62

FIGURA 11 – ATORES CRÍTICOS NO PAPEL DE CONECTORES CENTRAIS DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS DE INFORMAÇÃO DO PSCM...64

FIGURA 12 - ATORES CRÍTICOS IDENTIFICADOS COMO CORRETORES DE CONTEÚDO TRANSACIONAL DAS REDES SOCIAIS DE INFORMAIS DE INFORMAÇÃO DO PSCM. ...65

FIGURA 13 - REDE SOCIAL INFORMAL DE INFORMAÇÃO PSCM...66

FIGURA 14 – PONTOS DE CORTE DA REDE SOCIAL INFORMAL DE INFORMAÇÃO DO PSCM. ...69

FIGURA 15 – ATORES EXPANSORES DE FRONTEIRAS DA REDE SOCIAL INFORMAL DE INFORMAÇÃO DO PSCM...70

FIGURA 16 – LIGAÇÕES DOS ATORES EXPANSORES DE FRONTEIRA DA REDE SOCIAL INFORMAL DE INFORMAÇÃO DO PSCM...70

FIGURA 17 – ATORES CRÍTICOS NO PAPEL DE CONECTORES CENTRAIS DA REDE SOCIAL INFORMAL DE INFORMAÇÃO DO PSCM...71

FIGURA 18 - ATORES CRÍTICOS IDENTIFICADOS COMO CORRETORES DE CONTEÚDO TRANSACIONAL DA REDE SOCIAL DE INFORMAL DE INFORMAÇÃO DO PSCM. ...72

(12)

xii

(13)

xiii

QUADRO 1 - COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS DA EMPRESA. ...21

QUADRO 2 - DEFINIÇÃO OPERACIONAL DE TERMOS. ...33

QUADRO 3 – CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DOS GERENTES DO PSCM ...36

QUADRO 4 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DOS QUESTIONÁRIOS. ...38

QUADRO 5 – ATORES CRÍTICOS DAS REDES SOCIAIS INFORMAIS DE

INFORMAÇÃO DO PSCM. ...66

QUADRO 6 – ATORES CRÍTICOS DA REDE SOCIAL INFORMAL DE

INFORMAÇÃO DO PSCM. ...72

QUADRO 7 – VALORES MÉDIOS DOS ATORES E DESVIO PADRÃO. ...73

QUADRO 8 – COMPETÊNCIAS DE GRUPO DO PSCM, PRELIMINAR. ...78

QUADRO 9 – COMPETÊNCIAS DE GRUPO, MAPEADAS JUNTO AOS

GERENTES DO PSCM...79

(14)

xiv

AO – Aprendizagem Organizacional.

GPC – Gestão por Competências.

SCM – Solução Combinada de Mensagens.

PSCM – Programa de Solução Combinada de Mensagens.

MEC – Método de Extração do Conhecimento.

(15)

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTO

A internacionalização da economia, suscitada da abertura de mercados, tem

cada vez mais a competitividade atrelada ao fator conhecimento. Estar bem

posicionado numa economia baseada em conhecimento representa buscar,

continuamente, a excelência do corpo funcional, uma vez que as empresas são

constituídas essencialmente de pessoas.

Esse cenário é reforçado por Antonello (2005) quando ressalta que, a

qualidade competitiva de uma empresa vem sendo determinada pela sua

capacidade de aprender rapidamente, de gerar conhecimento aplicado à inovação

de processos e de gerenciar suas competências, para desenvolver melhores

produtos e serviços.

Corroborando com Antonello (2005), Boff e Abel (2005) salientam que se faz

necessária uma cuidadosa reflexão da alta gerência das empresas, no que diz

respeito à seguinte questão: como formar pessoas com as competências requeridas

pelos negócios, num espaço de tempo adequado e ainda incorporá-las ao seu

patrimônio.

Nessa perspectiva, Ruas (2005) argumenta que se deve formar pessoas com

(16)

organizacional dadas as exigências de mercado, a fim de que se responda,

positivamente, a uma situação específica a ser enfrentada.

No entanto, faz-se necessária a criação de um ambiente que propicie uma

interação entre os integrantes de uma organização. Inserem-se nesse cenário, as

Redes Sociais como fortes veículos de comunicação, pois, possibilita o

compartilhamento de informações. Fato este que propicia a aprendizagem a ser

disseminada e aplicada para toda a organização (BORGATTI, CROSS, 2003).

Diante disso, a Gestão por Competências (GPC), a Aprendizagem

Organizacional (AO) e as Redes Sociais se apresentam como algumas das

principais estratégias, para se responder às necessidades do ambiente de negócios.

A suposição básica adotada, no presente trabalho, foi de que os processos de

aprendizagem podem ser alavancados por meio da GPC, ancorados pelas Redes

Sociais Informais. Especificamente, este estudo envolveu o mapeamento das

competências de grupo à luz dos objetivos, dos processos de trabalho e do perfil dos

profissionais que atuam no Programa de Solução Combinada de Mensagens

(PSCM) de uma empresa pública de grande porte.

1.2. REVISÃO DE LITERATURA

Para o desenvolvimento deste estudo, foi realizado um levantamento

bibliográfico extensivo, contemplando artigos em periódicos relevantes e atuais, em

âmbito nacional e internacional. A literatura examinada abrange o período de 1990 a

2006. As primeiras temáticas analisadas foram relacionadas ao tema proposto, que

são: Conhecimento Organizacional, GPC, AO e Redes Sociais.

Para o tema Conhecimento Organizacional foi realizada uma pesquisa em

quatro livros e em dois artigos abrangendo o período de 1998 a 2005. A pesquisa

para o tema GPC abrangeu o período de 1990 a 2006, no qual se analisou

informações de três livros e de nove artigos relevantes ao estudo. Sobre o tema AO,

as informações foram coletadas a partir de seis artigos e de uma Dissertação de

Mestrado, envolvendo o período de 2002 a 2005. Por fim, para o tema Redes

Sociais foram realizadas pesquisas em três artigos e uma Dissertação de Mestrado,

(17)

Além das pesquisas citadas acima, buscou-se referências nas bases de

dados Web of Science, Scirus e ProQuest, nas quais nove artigos foram utilizados, abrangendo o período de 1996 a 2005. O resultado desta pesquisa está sintetizado

na Tabela 1.

Tabela 1: Resultado de pesquisa em bases de dados da Web of Science, Scirus e

ProQuest.

Bases de Dados Temas

Web of

Science Scirus ProQuest

Organizational Knowledge 280 409 216

Competence Management 17 34 26

Organizational Learning 1.116 2.294 4.315

Social Network 2.400 5.051 1.014

Informal Social Network 11 44 8

Organizational Knowledge and Competence Management 0 0 0 Competence Management and Organizational Learning 0 7 2 Competence Management and Social Network 0 0 0 Competence Management and Organizational Learning and Social

Network 0 0 0

Competence Management and Organizational Learning and Informal

Social Network 0 0 0

Organizational Knowledge and Social Network 6 9 0 Organizational Knowledge and Informal Social Network 1 1 1 Organizational Learning and Social Network 6 78 0 Organizational Learning and Informal Social Network 0 1 0 Organizational Knowledge and Social Network and Competence

Management 0 0 0

De acordo com a combinação dos temas apresentados na Tabela 1, foi

realizada inicialmente uma breve análise conceitual acerca dos termos pesquisados,

a qual é apresentada a seguir.

Novak (2004) discute algumas implicações do processo de criação do

conhecimento, nas fases de socialização e externalização, no modelo proposto por

Nonaka e Takeuchi (1997) para a troca e compartilhamento do conhecimento

(18)

criação do Conhecimento Organizacional, discute o problema de captura,

visualização e compartilhamento do conhecimento implícito.

A grande questão é saber como identificar e disseminar o conhecimento que

a empresa precisa para promover a alta competitividade tão desejada. O ativo

intelectual, quando não é bem administrado, perde-se na mente das pessoas, em

relatórios, memorandos, livros e bases de dados.

De acordo com Morrison (2002), a socialização da informação organizacional

é um processo pelo qual seus participantes conseguem adquirir atitudes,

comportamentos e conhecimentos que necessitam para que ocorra a aprendizagem

no âmbito organizacional.

A autora realizou um estudo empírico acerca do tema, especificamente sobre

a relevância dos processos de socialização de informação e conhecimento por meio

de Redes Sociais. Sua amostra foi composta de 145 (cento e quarenta e cinco)

auditores, cujo objetivo foi investigar como o modelo de relacionamento social, afeta

a socialização do Conhecimento Organizacional, possibilitando a efetividade da

Aprendizagem Organizacional.

Foram avaliados o tamanho, a densidade, a intensidade, o alcance e o status

das Redes Sociais, e como resultado obteve três indicadores de aprendizagem, que

são: i) o Conhecimento Organizacional; ii) a habilidade em executar tarefas; e iii) a clareza nas funções de seus integrantes. Além disso, a estrutura das Redes

relaciona-se com a integração social e com o comprometimento organizacional.

A autora conclui que este estudo projeta um novo direcionamento de

pesquisas que integrem a socialização e a estrutura das Redes Sociais, como uma

nova maneira de relacionamento, que resulte em aprendizagem e assimilação de

informação e conhecimento.

Portanto, devida a importância da aprendizagem nas organizações, a

qualidade competitiva de uma empresa encontra-se na sua capacidade de aprender

rapidamente, de se adequar aos constantes movimentos dos mercados e,

sobretudo, de gerar conhecimento aplicado à inovação de processos

organizacionais, criando melhores produtos e serviços.

A autora argumenta, ainda, que AO tem como pressuposto básico o

desenvolvimento de estratégias e procedimentos a serem construídos em regime

(19)

pessoas no processo de aquisição, disseminação e socialização de conhecimento,

fato esse que se relaciona diretamente à questão do desenvolvimento de suas

habilidades e atitudes, ou seja, de suas competências.

Hendriks (1999) corrobora o posicionamento de Morrison, quando ressalta

que há necessidade de ligação entre os sistemas organizacionais e suas

competências essenciais, a fim de que o valor do conhecimento operacional esteja

unido ao conhecimento pessoal e aos objetivos da organização, pois os processos

de compartilhamento de conhecimento requerem motivação de seus envolvidos.

Para complementar esta afirmação, Hagan (1996), descreve o modelo de

competências essenciais de Prahalad e Hamel (1990) e discute as dificuldades

conceituais implícitas de aplicação deste modelo em relação a outras teorias tais

como: dependência de recursos humanos, pensamento estratégico tradicional e a

visão de recursos empresariais.

O autor analisa como a Gestão das competências essenciais se relaciona aos

objetivos de trabalho organizacional, com o número de pessoas envolvidas nos

grupos de trabalho, com treinamento e desenvolvimento, com sistemas de

gratificação e de que maneira irá proporcionar inovação e aprendizagem aos seus

funcionários.

De acordo com essa abordagem, entende-se que a aplicação da GPC traz

inúmeros benefícios, desde que tratada como estratégia empresarial diretamente

ligada à AO.

Sob a perspectiva das Redes Sociais, Torkkeli e Tuominem (2001) analisaram

as ligações entre a tecnologia e as competências. Argumentam que a contribuição

da tecnologia é facilitar a comunicação entre todas as pessoas que participam

diretamente no processo de GPC. Salientam a relevância das Redes Sociais que

efetivem a troca e compartilhamento de experiências e de informação, a fim de que

este recurso auxilie para que a aprendizagem nas organizações passe do nível

individual para o nível organizacional.

Ainda neste contexto Bogenrieder (2002) propõe, para diminuir a lacuna

existente entre a aprendizagem individual e organizacional, que seja aplicada a

teoria sócio-cognitiva de aprendizagem. Esta teoria integra tanto a área cognitiva

(20)

aprendizagem ocorra, são elas: a existência de diversidade cognitiva e a

possibilidade de que esta diversidade possa ser encontrada.

Dentro desse enfoque, para que ocorra o compartilhamento e a transferência

de conhecimento, são necessárias condições sociais que sustentem este processo.

Insere-se neste contexto a relevância das Redes Sociais nas quais se pode analisar

a freqüência, interações, grau de coesão, bem como comportamentos dos atores

envolvidos no que se refere à aprendizagem.

As Redes Sociais não concentram somente conhecimento, mas também os

elos de confiança entre seus participantes. Sendo assim, a AO pode ser entendida

como um conjunto de atividades cognitivas e de relações sociais, nas quais as

Redes Sociais devem ser identificadas e configuradas dependendo da situação do

problema a ser resolvido (BOGENRIEDER, 2002).

Para fundamentar a relevância das Redes Sociais, Lee (2002) conduziu um

estudo empírico que investiga a relação entre as Redes Sociais, a comunicação de

tarefas relacionadas ao desempenho profissional e a performance inicial de um

grupo de trabalho de engenheiros que foi contratado recentemente em uma

cooperativa de engenharia.

Essa pesquisa permitiu examinar o comportamento de trabalho desses

engenheiros, e apresentou os aspectos positivos e negativos da influência das

Redes Sociais no ambiente de trabalho. Sendo que as Redes existentes na

cooperativa têm relatos positivos em relação ao desempenho de trabalho interno,

mas a ligação dessas Redes com outras cooperativas apresentou relatos negativos

no que diz respeito a comunicação e a socialização de informações.

Nessa mesma linha de pesquisa, Borgatti e Cross (2003) conduziram um

estudo empírico sobre a busca de informação e de aprendizagem nas Redes

Sociais. Em seu estudo, propõem um modelo de busca de informação em Redes

Sociais com as seguintes hipóteses: i) buscar saber o que as pessoas sabem; ii)

avaliar o que estas pessoas sabem; iii) pode-se ter acesso oportuno ao que as pessoas estão pensando; e iv) perceber que buscar informação de outras pessoas não é um processo caro.

Para testar suas hipóteses, os autores coletaram os dados em Redes Sociais

de dois grupos de diferentes organizações. O primeiro grupo era formado por 37

(21)

pesquisas sobre o desenvolvimento de remédios. O segundo grupo era formado por

35 (trinta e cinco) pesquisadores de uma organização mundial que faz pesquisas

sobre o genoma.

Os grupos estavam distribuídos geograficamente e como resultado, os

autores argumentam que as Redes Sociais são meios eficientes para se medir a

proximidade entre a busca de informação e o relacionamento de seus participantes.

As Redes Sociais são fortes veículos de comunicação que integram os

conhecimentos individuais, disponibilizando-os para os demais integrantes da

organização, de uma forma linear e de fácil acesso. Para se adquirir conhecimento,

é importante que ocorra interação entre os participantes das Redes. Esta interação

facilita o processo de busca e de compartilhamento de informações o que propicia a

aprendizagem individual, que pode ser disseminada e aplicada para toda a

organização (BORGATTI, CROSS, 2003).

Sintetizando, os resultados obtidos nas pesquisas anteriores ressaltam a

importância da implantação de Redes Sociais que propiciem a captura,

compartilhamento e a disseminação de conhecimento e informações

organizacionais, na medida em que se constituem em uma estratégia fundamental

para as empresas que buscam inovação e sustentação em mercados altamente

competitivos.

A relevância deste estudo está respaldada pela lacuna existente na literatura,

uma vez que as pesquisas que o referenciam, não apresentam trabalhos teóricos e

empíricos que integrem os temas Aprendizagem Organizacional, Redes Sociais

Informais e Gestão por Competências, conforme os resultados apresentados.

1.3. JUSTIFICATIVA

Partindo da premissa que as pessoas que constituem empresas fazem parte

de uma ou mais Redes Sociais, acredita-se que a GPC pode ser vista como uma

estratégia capaz de manter uma empresa competitiva, pois possibilita a formação e

valorização dos indivíduos que a compõem, visando manter a excelência em

(22)

Atualmente, no contexto empresarial, o direcionamento estratégico está mais

centrado para os resultados e para a responsabilidade do que para a tarefa. O

indivíduo, além de saber fazer, deve apresentar, também, a capacidade de

identificar e selecionar o “como fazer” a fim de se adaptar à situação específica que

enfrenta (RUAS, 2005).

Reforça-se este cenário, quando Boff e Abel (2005) argumentam que o

entendimento generalizado de mercados e economias fortemente interligados,

tornou o conhecimento um dos recursos competitivos fundamentais para direcionar

as ações em uma empresa.

Dessa maneira, o compartilhamento de informações que facilite a AO e a

aquisição de novas competências individuais, de grupo e organizacionais, são

exigidas a cada momento dos profissionais que atuam numa economia cada vez

mais atrelada ao conhecimento.

A abordagem de competência traz consigo a idéia de educação continuada

como a proposta mais condizente com a realidade e a necessidade das pessoas,

organizações e sociedade.

Portanto, a GPC apresenta-se como uma alternativa adequada para a

preparação de profissionais na construção de conhecimentos, habilidades e atitudes

essenciais aos negócios de uma organização, como fatores de sustentação para

que ocorra a AO.

Bitencourt (2004) ressalta que é necessária a criação de condições para que

as pessoas aprendam em seus contextos de trabalho. Isso exige mudanças na

cultura organizacional, que deve concentrar-se no processo e no envolvimento das

pessoas, a partir da identificação de suas competências, propiciando o

compartilhamento de informações e experiências, a fim de fortalecer

estrategicamente a competência da própria organização e facilitar a criação do

conhecimento e da inovação.

Nessa perspectiva, os benefícios que a GPC propicia e que se pretendeu

investigar no decorrer deste trabalho são listados a seguir:

▪ ao se mapear as competências, a organização pode elaborar Programas de

desenvolvimento e formação de pessoas, mais alinhados às estratégias

(23)

▪ disponibiliza-se o profissional para atuar na área que tem mais competência

valorizando, assim, as pessoas por seus conhecimentos, habilidades e

atitudes a fim de que atinjam os resultados alinhados aos objetivos da

organização;

▪ a Aprendizagem Organizacional pode ser alavancada por meio da Gestão

por Competências;

▪ pode-se mapear e consolidar Redes Sociais essenciais à aprendizagem, na

medida em que desenvolvem a noção de interação e troca de informação e

de conhecimento.

Este estudo pretende contribuir com a constatação de que a noção de

competências organizacionais está vinculada a um conjunto de competências

individuais, que devem ser desenvolvidas pelos funcionários, e às atividades

essenciais da organização. O que nos remete a sua relevância ser pautada nas

competências de grupo.

Sendo assim, as competências individuais não foram objeto de investigação e

de discussão na medida em que apresentam grande difusão nos trabalhos empíricos

analisados para referenciar este projeto. Por outro lado, tais pesquisas apontaram à

lacuna de estudos que busquem investigar a dimensão das competências no nível

do grupo. Neste sentido, este projeto é útil e necessário para uma compreensão

mais abrangente na área de GPC.

1.4. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

O objeto de estudo deste trabalho foi investigar como ocorrem os processos

de transferência e absorção do conhecimento, no que se refere à implantação e

operação do Programa conhecido como Solução Combinada de Mensagens –

PSCM. O PSCM utiliza, conjuntamente, recursos eletrônicos e físicos, que

representa um grande negócio de uma empresa pública.

A Solução Combinada de Produção Descentralizada de Documentos (SI) visa

o recebimento, o processamento e a triagem eletrônica dos dados nos centros de

(24)

estrategicamente e gerenciados por um centro de controle, onde será feita

impressão dos documentos em grandes quantidades, o acabamento e o

encaminhamento para entrega física aos destinatários (Figura 3 – Capítulo 4).

O Programa de Solução Combinada de Mensagens (PSCM) é entendido

como um processo de negócio, constituído de 4 (quatro) processos e 17 (dezessete)

sub-processos. O processo Conhecimento foi o objeto do presente estudo, porque o

mesmo representa a própria Gestão do Conhecimento do PSCM, como mostra a

Figura 1.

Programa Solução Combinada de Documentos

Comercial Conhecimento Tecnologia Suporte

Formatação

Precificação

Contratos

Vendas

Treinamento

Aprendizado

Administrativo

Financeiro Administrativo

Financeiro Implantação da

Solução

Integração da Solução

Ambientes da Solução

Gestão do Software

Centros de Controle e de

Tratamento de Dados Centros de Produção

Suporte a Negócios Básico e de Rede de Computadores Suporte à Gestão

da Solução

Figura 1 - Organograma dos processos do PSCM.

No que diz respeito à plataforma tecnológica, ela é constituída por 4 (quatro)

complexos sistemas, a saber: i) software, ii) hardware, iii) Rede e iv) integração, totalmente interdependentes. Há nesse conjunto, alguns softwares e hardwares que ainda não foram utilizados no Brasil, o que pode aumentar, sobremaneira, a

(25)

A SI está a cargo de um consórcio de empresas que ganhou a licitação pública

referente ao serviço de Solução Combinada de Mensagens. Um dos grandes

desafios do Programa é garantir a transferência e absorção da inteligência e do

conhecimento embarcados na Solução Combinada, bem como do know how.

Devida à relevância no que diz respeito à transferência de informação e de

conhecimento para o PSCM, o que se pretendeu investigar foi: como as Redes

Sociais Informais, na perspectiva da GPC, podem subsidiar o gerenciamento dos

processos de aprendizagem e de transferência de conhecimento em grupos de

trabalho?

1.5. OBJETIVOS

1.5.1. GERAL

Analisar as Redes Sociais Informais, na perspectiva da Gestão por

Competências, como mecanismo de sustentabilidade aos processos de

aprendizagem e transferência do conhecimento em grupos de trabalho.

1.5.2. ESPECÍFICOS

▪ Identificar e analisar a percepção dos gerentes quanto aos impactos da

adoção de uma política e prática de GPC, no âmbito do PSCM.

▪ Identificar os processos críticos do Programa.

▪ Analisar as Redes Sociais Informais de Informação associadas aos

processos críticos de trabalho do Programa.

▪ Mapear as competências das Redes Sociais Informais de Informação do

PSCM.

1.6. ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

A estruturação deste estudo consta de capítulos contando com o Capítulo 1,

já exposto e as referências bibliográficas utilizadas para desenvolvimento deste

(26)

No Capítulo 2, é abordado o tema Competência e Aprendizagem em

Organizações, o qual é estruturado com os temas Conhecimento Organizacional,

Gestão por Competências, Aprendizagem Organizacional e Redes Sociais. São

analisadas as definições dos temas e discorrida, de forma sucinta, qual sua

importâncias para as organizações.

No Capítulo 3, está descrita a abordagem metodológica que estrutura o

estudo de caso, na qual se apresenta a classificação da pesquisa, as suposições,

como foi feita a coleta e análise dos dados e a delimitação deste estudo.

O estudo de caso investigado está estruturado no Capítulo 4, no qual,

inicialmente, foi feita uma contextualização da Empresa e do Programa. A seguir,

para cada objetivo específico, caracterizou-se a amostra, bem como foram

interpretados e discutidos seus principais resultados.

No capítulo 5, são apresentadas as conclusões gerais deste trabalho.

Finalizando, apresentam-se os Apêndices com os Questionários aplicados, as

Saídas das Análises I e II das Redes Sociais Informais de Informação e o Roteiro da

Entrevista realizada com os gerentes do Programa e os Anexos compostos do

extrato do Projeto Básico do PSCM e da Aplicação do Software UCINET e

(27)

CAPÍTULO 2

REFERENCIAL TEÓRICO:

COMPETÊNCIAS, APRENDIZAGEM E

REDES SOCIAIS EM ORGANIZAÇÕES

2.1. CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL

Como enfatizado neste trabalho, as temáticas de investigação foram a Gestão

por Competências, Aprendizagem Organizacional e Redes Sociais Informais. Porém,

ressalta-se a importância de, inicialmente, referenciar conceitualmente o tema

Conhecimento Organizacional.

O domínio do Conhecimento Organizacional, seja ele formal ou não, sempre

foi fundamental para o desenvolvimento das empresas. Ocorre que a

competitividade duradoura, baseada na inovação contínua dos processos, e o

próprio processo decisório estão cada vez mais diluídos nas mãos dos trabalhadores

devidos, basicamente, a dois aspectos: i) à nova dinâmica do mundo dos negócios

ii) à abertura da economia mundial (BOFF, ABEL, 2005).

Definir conhecimento é algo muito subjetivo, pois, dependendo da cultura e de

sua aplicação pode-se ter vários significados.

(28)

“Uma mistura fluida de experiência condensada, valores, informação contextual e insight experimentado, a qual proporciona uma estruturação para a avaliação e incorporação de novas experiências e informações. Ele tem origem e é aplicado à mente dos conhecedores. Nas organizações, ele costuma estar embutido não só em documentos ou repositórios, mas também em rotinas, processos, práticas e normas organizacionais.”

Nonaka e Takeuchi (1997) observam que, o conhecimento, diferentemente da

informação, refere-se a crenças e compromissos e está relacionado à

ação. Baseados na distinção epistemológica estabelecida por Michael Polanyi

(1966) sobre o conhecimento humano, eles diferenciam o conhecimento tácito e o

conhecimento explícito da seguinte maneira:

Conhecimento tácito (subjetivo) – é difícil de ser articulado na linguagem

formal. É o tipo de conhecimento mais importante. É o conhecimento

pessoal incorporado à experiência individual e envolve fatores intangíveis

como: crenças pessoais, perspectivas, sistema de valor, insight, intuições, emoções, habilidades É considerado uma fonte importante de

competitividade nas organizações. Só pode ser avaliado por meio da ação.

Conhecimento explícito (objetivo) – é aquilo que pode ser articulado na

linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expressões

matemáticas, especificações, manuais, facilmente transmitido,

sistematizado e comunicado. Ele pode ser transmitido formal e facilmente

entre os indivíduos.

Para os autores, os conhecimentos tácito e explícito são unidades estruturais

básicas que se complementam e a interação entre eles é a principal dinâmica da

criação do conhecimento na organização de negócios. Para isso, propuseram um

modelo de conversão de conhecimento denominado como espiral de criação do

conhecimento, onde explicam como converter o conhecimento tácito em explícito e

esse novamente em tácito.

Argumentam que tornar o conhecimento pessoal disponível em locais e tempo

apropriados para a comunidade organizacional deve ser a atividade central da

(29)

desenvolve-se continuamente em todos os níveis da organização e pode, por vezes,

assumir formas inesperadas.

Sendo assim, associam o desempenho das empresas à capacidade de gerar

novos conhecimentos e usá-los no desenvolvimento de produtos e tecnologias, cujo

êxito é manifesto. Sustentam, ainda, que a criação do conhecimento será, no futuro,

a chave para assegurar a supremacia na luta pela conquista dos mercados.

Reforçando tal visão, Klein (1998) reconhece que o conhecimento acumulado

pela empresa é o principal fator de produção na economia moderna. A

competitividade das organizações passou a ser determinada pelas idéias,

experiências, descobertas e a especialização que conseguem gerar e compartilhar

conhecimento.

Em uma época em que os negócios, produtos e mercados não param de

mudar, é consenso que só o conhecimento garante a continuidade das empresas.

De fato, dispor de informação e interpretá-la adequada e eficazmente constitui o

maior desafio das organizações. O conhecimento desempenha um papel

fundamental na medida em que garante a filtragem e a interpretação correta da

informação, permitindo às organizações responder ao mercado rápida e eficazmente

(TERRA, 2000).

Ressalta-se que, porém, que é necessário que se crie um ambiente nas

organizações que seja propicio para a transferência do conhecimento. Nonaka e

Takeuchi (apud, DE SORDI, 2005) especificam conhecimento como inerente ao contexto, em que se compartilha o espaço no qual emergem os relacionamentos que

resultam na geração do conhecimento. O espaço pode ser físico (escritório, sala de

descanso), virtual (e-mail, teleconferência), mental (experiência compartilhadas,

idéias, ideais) ou qualquer combinação deles.

Zimmer e Boff (2005) conduziram um estudo empírico no qual investigaram o

processo de aprendizagem numa equipe de trabalho de uma empresa de tecnologia

que utiliza recursos de comunicação eletrônica para interagir virtualmente.

Os resultados revelaram que o processo de criação do conhecimento ocorreu

parcialmente no ambiente virtual de trabalho. Apesar dos recursos tecnológicos

terem apoiado o processo, estimulando a interação entre pessoas, esses resultados

podem ser encontrados também em equipes presenciais.

(30)

Sociais para que se efetive a troca de informação e de conhecimento entre os

membros da organização. As Redes Sociais são recursos apropriados porque

estimulam a exposição, discussão e análise de idéias, pois compartilham

conhecimentos com liberdade e criatividade, incentivando novas abordagens para os

problemas.

Corroborando com esta perspectiva Snowden (2002) defende que, para haver

o gerenciamento do Conhecimento Organizacional, é necessária a criação de Redes

Sociais, onde as pessoas possam compartilhar seu conhecimento, criando assim

uma Rede de comunicação e difusão de experiências.

Independente de definição é comum entre todos os autores que a proposição

do conhecimento é o indivíduo. São as pessoas que detêm o conhecimento mais

importante o conhecimento tácito. Saber usá-lo é o que permitirá a uma organização

ser mais ou menos competitiva.

Para que haja produção, transferência, gestão e disseminação de

conhecimento são necessários o desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos

profissionais que compõem as empresas. Este ponto, apesar de ser fundamental,

encontra algumas barreiras como o tempo e exigência de cumprir prazos, uma vez

que a cultura está baseada na produção e em resultados rápidos.

Há consenso de que as pessoas são talentos estratégicos no atual cenário do

mundo dos negócios e, sobretudo, da nova economia de mercado baseada na

informação e no conhecimento. Esta percepção conduz a uma reflexão a respeito da

importância do conhecimento para que as organizações possam sobreviver e atingir

seus objetivos de negócios, e de como as pessoas podem aprimorar a sua formação

profissional, para reconstruir o conhecimento e aplicá-lo à inovação de processos

organizacionais (TERRA, 2000).

A questão maior das organizações é o de gerenciar a capacidade das

pessoas de aprender, continuamente. Ensinar as pessoas a raciocinar sobre seus

comportamentos rompe as defesas que bloqueiam o aprendizado organizacional.

Terra (2000) reforça, também, as percepções da relevância atual e futura do

conhecimento para a competitividade das organizações, quando pondera que se

vive à era do conhecimento, em que a alta competição depende cada vez menos da

infra-estrutura física, dos equipamentos e das tecnologias. As vantagens

(31)

que elas constroem ao longo de uma carreira profissional e da capacidade que elas

têm de inovar processos e práticas empresariais.

2.2. GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

De acordo com o que foi exposto anteriormente, cada pessoa, com a sua

experiência, conhecimento e intuição, possui um papel de grande relevância dentro

de uma organização. Há, contudo, que se posicionar e articular esse capital humano

no tempo e no espaço organizacional. Quando os Gestores das organizações

compreenderem isso, eles também entenderão que as estratégias de gestão, da

empresa criadora do conhecimento, são bem diferentes daquelas encontradas na

maioria das organizações tradicionais (Antonello, 2005).

Tanto é assim, que extrair e assimilar conhecimento, de um imenso contexto

de informações, recriá-lo e aplicá-lo ao desenvolvimento da organização, são

processos estratégicos numa economia que se torna freneticamente ligada ao

conhecimento (SENA, 2002).

O autor enfatiza, ainda, que transformar informações não estruturadas em

conhecimento aplicado é um processo que está altamente relacionado às

competências das pessoas.

Uma organização que se dedica a melhorar seu contexto de aprendizagem

fortalece estrategicamente as competências da organização para facilitar a criação

do conhecimento. A criação do conhecimento está baseada no conhecimento

existente e na capacidade de absorção da organização. Contudo, uma organização

tem que se esforçar para alcançar inovação em termos de competência

organizacional e margem competitiva no mercado.

A capacidade de inovação está atrelada ao desenvolvimento de

competências, que por sua vez apresentam uma grande variedade de significados e

aplicações. Além disso, as competências manifestam-se de muitas maneiras nas

pessoas e nas organizações. Num mundo cada vez mais competitivo, pessoas e

organizações precisam mostrar melhores qualificações e resultados. É preciso,

(32)

grupo e individuais, a fim de que se obtenham resultados positivos e êxito nos seus

negócios (RESENDE, 2003).

No entanto, Ruas (2005) salienta que a crescente utilização da noção de

competência no ambiente empresarial tem motivado o interesse sobre esse

conceito. Seja sob uma perspectiva mais estratégica, seja sob uma configuração

mais específica de práticas associadas à Gestão de pessoas. A noção de

competências tem aparecido como importante referência dentre os princípios e

práticas de Gestão e apresenta muitas indefinições, que certamente dificultam sua

utilização adequada por parte das empresas.

O autor destaca a complexidade de uma Gestão baseada em competências

ao enfatizar a existência de um tênue limite entre os termos competência e

capacidade. O autor entende como capacidade o resultado de um processo de

desenvolvimento sob a forma de conhecimentos, habilidades ou atitudes. A

combinação destas capacidades, com uma determinada finalidade, denomina-se

competência. Toda competência é fundamentada num conjunto de capacidades, que

assumem a condição de competência apenas no momento em que são mobilizadas

para a realização de uma ação específica.

Portanto, as capacidades podem ser entendidas como potenciais de

competências que estão disponíveis para serem mobilizados numa situação

específica. As competências são entendidas como a ação que combina e mobiliza

as capacidades e os recursos tangíveis. O exercício da competência vai estar sujeito

aos resultados desejados e às condições que se colocam no contexto (RUAS,

2005).

Ainda para o autor a origem da noção de competência trata de forma

predominante do desenvolvimento de capacidades que podem ser posteriormente

mobilizadas em situações pouco previsíveis. Esta se confunde com a noção de

qualificação que é centrada na preparação de capacidades voltadas para processos

previstos ou pelo menos previsíveis.

A Figura 2 representa a noção de competência que transita nas instâncias de

nível organizacional, funcional e individual.

Sendo assim, a noção de competência aproxima-se mais da capacidade de

combinar e mobilizar de forma adequada recursos já desenvolvidos, isto é, de uma

(33)

Neste contexto, Fleury e Fleury (2001) definem competência como um saber agir

responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos,

recursos e habilidades, que representem valor econômico à organização e valor

social ao indivíduo e relacionam a identificação delas as estratégias empresariais,

sugerindo o círculo virtuoso.

Competências Organizacionais Visão

Intenção estratégica

Missão

Competências de grupo

Competências Individuais

Figura 2 – Configurações organizacionais da noção de competência1.

A Figura 3 enfatiza que o mapeamento das competências pode ser facilitado

se definido a partir das estratégias empresarias. O mapeamento das competências

pode Redefinir e refinar as estratégias da organização por meio do processo de

aprendizagem.

Estratégias

A prendizagem

Com petências

Figura 3 – As estratégias definem as competências que Redefinem as estratégias

pela aprendizagem. (Fleury, Fleury, 2001).

Dutra (2004, p. 23) entende que as competências podem ser relacionadas a

dois aspectos no ambiente corporativo:

1

(34)

“De um lado temos a organização que possui um conjunto de competências que lhes são próprias, advindas de sua gênese e formação ao longo do tempo e que podemos defini-las como sendo características de seu patrimônio, o qual lhe confere vantagens competitivas no contexto onde se insere. De outro, temos as competências individuais. As pessoas possuem um conjunto de competências que podem ou não estar sendo aproveitadas pela organização. Essas competências podem ser definidas como a capacidade da pessoa de agregar valor ao patrimônio de conhecimentos da organização”.

O autor acima citado afirma, ainda, que ao se colocar pessoas e organizações

lado a lado, tem-se um processo contínuo de troca de competências. As

organizações transferem suas informações e conhecimentos às pessoas, que por

sua vez desenvolvem sua capacidade individual de transferir para a organização seu

aprendizado.

Corroborando esta afirmação, Ruas (2005) defende que se pode pensar em

competência em, pelo menos, duas maneiras: i) coletiva, que é associada tanto a atividades da organização quanto a de suas áreas ou funções e ii) individual, noção bastante explorada tanto no campo acadêmico quanto empírico. Todavia, a noção

de competência transita nas três instâncias da empresa: nível organizacional, de

grupo e individual.

De acordo com Ruas (2005), as competências organizacionais devem ser

apropriadas por todas as áreas e todas as pessoas da empresa. Embora possam

estar efetivamente presentes em todos os espaços empresariais, essa apropriação

ocorre de forma desigual, na medida em que certos tipos de competências têm mais

afinidade e relevância com determinadas funções da organização que outras.

Na forma coletiva, a noção de competência organizacional está associada aos

elementos estratégicos da empresa. Esta noção passou a ser conhecida a partir da

difusão do conceito de core competence – competências essenciais, que são definidas como um conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas

físicos e gerenciais inerentes a uma organização, que resultam por apontar um

diferencial fundamental para a competitividade da empresa. Assim, competências

(35)

percebido pelos clientes e são difíceis de serem imitadas pela concorrência

(PRAHALAD, HAMEL, 1990).

Ainda para esses autores, uma competência é considerada essencial quando

preenche os seguintes requisitos: i) proporciona acesso potencial para uma variedade ampla de mercados; ii) traz uma contribuição significativa para os benefícios percebidos pelo cliente no produto final; e iii) é difícil para os competidores imitarem.

A partir das informações colhidas nas entrevistas realizadas com os Gestores

da empresa que é objeto deste estudo, e com base na literatura sobre

competências, foi elaborado o Quadro 1, no qual estão listadas as competências

essenciais da empresa estudada e seus indicadores.

Quadro 1 - Competências essenciais da empresa.

Eixo de Competências

Essenciais Indicadores

Imagem e Relacionamento Institucional

· Comunicação externa

· Confiança

· Credibilidade

· Marca

· Relações com o governo

· Responsabilidade social

Cliente e Mercado

· Amplitude do portfólio de produtos e serviços

· Atendimento aos clientes

· Atuação em novos mercados/negócios

· Atuação nos mercados nacional e internacional

· Características dos mercados e da concorrência

· Inteligência competitiva

· Relacionamento com a cadeia de valor

Gestão de Pessoas ·

Clima, cultura e valores

· Desenvolvimento

· Gestão do conhecimento

· Inovação

Excelência Operacional

· Acessibilidade

· Capilaridade

· Logística de Rede

· Previsibilidade

· Qualidade

Gestão Empresarial e Governança

· Agilidade/flexibilidade

· Comunicação interna

· Estratégia de negócio

· Gestão do conhecimento

· Gestão de processos

· Negociação

· Rentabilidade

Gestão da Tecnologia · Inovação

· Tecnologia da informação (TI)

(36)

A importância dessa identificação está no fato de possibilitar um maior

entendimento de quais competências são necessárias para a sobrevivência da

organização, que é objeto deste estudo, e as que a diferenciam no espaço de

competição, contribuindo para uma posição de liderança no mercado.

Além de essenciais, as competências podem ser classificadas, também, em

competências de grupo que aparecem como uma categoria intermediária de

competência, entre as organizacionais e as individuais. São competências

associadas ao exercício das principais funções coletivas da organização.

Brandão e Guimarães (2001) confirmam essa classificação e afirmam que

além do nível individual, o conceito de competência aplica-se também à equipe de

trabalho e à organização como um todo. Os autores trazem o conceito de Zarifian

(1996) que sustenta que não se deve desconsiderar a dimensão da equipe no

processo produtivo e sugere que uma competência pode ser atribuída tanto a um

indivíduo quanto a um grupo de trabalho.

Especificamente para este estudo, pretendeu-se identificar quais

competências de grupo os profissionais envolvidos no PSCM precisam desenvolver

para que executem seus processos críticos.

Ruas (2005) afirma que, dependendo do negócio da empresa, uma

competência de grupo pode vir a constituir uma competência organizacional. Estas

competências emergem como instância mais adequada para que se possa avaliar a

aderência da noção estratégica de competência às práticas de trabalho em cada

uma de suas áreas.

Fato este comprovado em um estudo empírico em que Ruas (2005), após

fazer uma revisão sistemática da noção de competência nas dimensões

organizacionais, de grupo e individuais, analisa diferentes situações de emprego da

noção de competências em onze empresas instaladas na região Sul do Brasil.

O autor argumenta, ainda, que a dimensão mais difundida e conhecida é a

das competências individuais. Competência individual é a mobilização e a aplicação

de conhecimentos e capacidades numa situação específica, na qual se apresentam

recursos e restrições próprias a uma situação

Dutra (2004) ressalta que as pessoas estão inseridas em todos os recursos

organizacionais, independente de classificação e, portanto, são elas que geram e

(37)

Ainda neste contexto, as competências individuais devem estar vinculadas à

reflexão das competências organizacionais. O processo de aprendizado

organizacional está vinculado ao desenvolvimento das pessoas que mantêm

relações de trabalho com a organização.

Uma vez que as competências organizacionais são caracterizadas por seu

patrimônio de conhecimentos, observa-se a estreita ligação da gestão deste

conhecimento com a aprendizagem nas organizações. É preciso, assim, identificar

as competências individuais, de grupo e organizacionais a fim de utilizá-las como

recurso de competitividade e a partir daí gerenciá-las, tendo como referência o

conhecimento adquirido, assimilado e transferido (RUAS, 2005).

A GPC deve ser vista como um processo circular, envolvendo os diversos

níveis da organização, desde o corporativo até o individual, passando pelo grupo. O

importante é que a Gestão de Competências esteja em perfeita sintonia com a

estratégia organizacional (missão, visão de futuro e objetivos). A visão determina o

estado futuro desejado pela organização, sua intenção estratégica, e orienta a

formulação das políticas e diretrizes e todos os esforços em torno da captação e do

desenvolvimento de competências (BRANDÃO, GUIMARÃES, 2001).

Para Bitencourt (2004), a GPC pode ser entendida, então, como o processo

contínuo e articulado de formação e desenvolvimento de conhecimentos, habilidades

e atitudes no qual o indivíduo é responsável pela construção e consolidação de suas

competências a partir de interação com outras pessoas no ambiente de trabalho,

familiar e/ou em grupos sociais, tendo em vista o aprimoramento de sua capacidade

e podendo, dessa forma, adicionar valor às atividades da organização, da sociedade

e a si próprio.

Destaca-se o estudo empírico desenvolvido por Bitencourt (2005), baseado

em entrevistas pessoais com 19 (dezenove) Gestores de três organizações, em que

se busca analisar as práticas organizacionais voltadas à GPC e à percepção dos

gerentes sobre práticas formais e informais de aprendizagem que foram

significativas para a formação e consolidação de suas competências.

Como resultado, a autora concluiu que existe uma conscientização da

importância e da necessidade de tratar de competências organizacionais, porém, os

(38)

Argumenta, também, que há uma lacuna entre o desenvolvimento de

competências individuais e organizacionais, em que há dificuldade em articular

experiências e aprendizagens individuais no âmbito organizacional no intuito de

promover as competências coletivas.

Insere-se aqui a importância do estudo de Brandão e Guimarães (2001),

quando defendem que o desafio das organizações está relacionado à utilização de

instrumentos associados a práticas de aprendizagem coletiva, desenvolvimento de

equipes e Gestão do Conhecimento Organizacional, que ofereçam múltiplas

oportunidades de crescimento profissional e estimulem as pessoas não apenas a

desenvolver coletivamente competências, mas também a compartilhá-las. Do

contrário, esses instrumentos de Gestão poderiam até apresentar-se com uma

roupagem moderna, mas, de fato, não representariam inovações nas práticas de

Gestão.

No que se refere às situações de aprendizagem, os mesmos autores

destacam as práticas que extrapolam o âmbito organizacional, ou seja, as práticas

informais, que são ricas fontes de aprendizagem e desenvolvimento de

competências.

Porém, torna-se necessário um acompanhamento por parte da organização

para que essas situações não sejam esquecidas, ou seja, que façam parte da

conhecimento organizacional e não fiquem apenas na lembrança de um pequeno

grupo de pessoas.

Torna-se relevante estabelecer um equilíbrio entre as práticas formais e

informais de aprendizagem, que possibilite usufruir de benefícios como a

sistematização e desenvolvimento de conhecimentos e competências, e, ao mesmo

tempo, estimule à integração e à interação entre as pessoas a fim de propicie o

desenvolvimento das competências organizacionais.

2.3. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL

O gerenciamento por competências pode ser feito de uma forma mais

autêntica e consciente, privilegiando-se uma visão mais dinâmica e estratégica,

(39)

situação e ambiente organizacional, sem se desconsiderar as experiências

individuais e pessoais.

Bitencourt (2005) salienta que é necessário repensar as competências tendo

como base a formação de pessoas, formação educacional e experiência profissional.

A aprendizagem sobre estruturas e sistemas administrativos está cada vez

mais associada ao gerenciamento dos fluxos de informação que integram a empresa

horizontalmente em suas diferentes funções e processos de negócios, e

verticalmente desde os processos de formulação da estratégia até a operação

(FLEURY, FLEURY, 2001).

Neste contexto de aprendizagem, Bitencourt (2004) ressalta que a AO pode

ser considerada uma resposta alternativa às mudanças enfrentadas pelas empresas,

em que se busca desenvolver a capacidade de aprender continuamente a partir das

experiências organizacionais e a traduzir esses conhecimentos em práticas que

contribuam para um melhor desempenho, tornando a empresa mais competitiva.

Partindo desta premissa, cabe ressaltar o conceito de Senge (1990) quando

constrói os contornos da “organização que aprende”, na qual as pessoas expandem,

continuamente, sua capacidade de atingir os resultados que realmente desejam. O

autor estimula padrões mais abrangentes de pensamento e dá liberdade à aspiração

coletiva, de forma que as pessoas aprendam juntas a arte de “como aprender”.

Senge (1990) ressalta, ainda, que o mundo onde vivemos apresenta desafios

sem precedentes para os quais as instituições não estão preparadas. Na realidade,

para as empresas líderes de mercado, o mais importante não é ter trabalhadores

que fazem bem um determinado produto ou serviço. Para elas, o indispensável é

dispor de pessoas que criem novos processos organizacionais para produzirem o

mesmo produto ou serviço cada vez melhor, em menos tempo, com menos recursos

e, principalmente, com valores singulares no mercado.

Para Fleury e Fleury (2001), o processo de aprendizagem que cada empresa

estrutura, tendo em vista criar sua vantagem competitiva, gera dinâmicas de

mudanças internas à empresa, entre as empresas e entre grupos de empresas. Isto

gera um estado de permanente mobilização e mudança, cuja diretriz básica decorre

(40)

Portanto, a AO pode ser considerada como um processo de mudança no

estado do conhecimento, que implica sua aquisição, criação, refinamento,

disseminação e implementação. Embora não haja consenso do que vem a ser o

conhecimento, pode-se afirmar que a criação e a implementação de conhecimento

são propósitos da aprendizagem na organização (ANTONELLO, 2005).

Entretanto, a autora argumenta que se sente falta da visão de que o

desenvolvimento do conhecimento constitui a aprendizagem. A aprendizagem surge

da tensão entre o novo e o antigo conhecimento, e também da transformação do

conhecimento presente na memória do indivíduo. O processo de aprendizagem

então, pode ser realizado pela transferência do conhecimento individual para um

grupo e ser utilizado por uma organização.

Bitencourt (2004) argumenta que o fato de ser reconhecida como uma

Organização de Aprendizagem, não significa que, na prática, sejam estimuladas

situações de aprendizagem nas rotinas de trabalho, pois as pessoas não entendem

o que é uma organização de aprendizagem e muitas delas não adotam o sistema de

auto-aprendizagem e desenvolvimento. Fato este referenciado em um estudo

empírico no qual a autora analisou e discutiu os principais processos de mudança

organizacional vivenciados em uma empresa por cinco anos. Apresenta, também, as

estratégias organizacionais que caracterizam esta empresa como uma organização

de aprendizagem.

Como conclusão, a autora afirma que criar uma organização de

aprendizagem não se restringe apenas a adotar estratégicas e procedimentos, pois

qualquer processo de mudança organizacional desta natureza tem que ser

precedida de mudanças comportamentais e culturais, tanto no nível individual

quanto no organizacional. Para que estas mudanças ocorram é necessário

desaprender, e isto significa a possibilidade de analisar e revisar modelos mentais

para que as pessoas possam fazer novas escolhas, mudar de atitude, ter outra

percepção, tomar outras decisões. Enfim, de acordo com Marquardt (p. 136, apud

BITENCOURT, 2004) “criar conhecimento a partir da revisão de suas experiências

de sucesso e fracasso é transferir e relembrar essas aprendizagens para tirar

proveito máximo da situação”.

Até o momento, a percepção de que as pessoas tornaram-se recursos

(41)

realidade, desenvolvendo visões estratégicas com o objetivo de auferir diferenciais

de mercado, passa por grandes transformações que afetam o dia-a-dia de toda

comunidade organizacional, particularmente sua cultura e paradigmas, o que sem

dúvida é um grande desafio.

Em princípio, a AO deve ser entendida como o processo de aquisição,

retenção, recuperação e transferência de conhecimento. A conjugação de situações

de aprendizagem pode propiciar a transformação do conhecimento em competência

no momento em que há condições favoráveis de transferência destes

conhecimentos (BITENCOURT, 2004).

As organizações têm a capacidade de transferir suas informações e

conhecimentos às pessoas. Estas por sua vez, precisam desenvolver a capacidade

individual de transferir para a organização seu aprendizado. Isto se dá por meio de

suas competências individuais, que deverão estar associadas às competências de

grupo e organizacionais (RUAS, 2005).

Nesse sentido, ressalta-se que se deve tratar as competências como práticas

observadas no ambiente de trabalho e estudo. Destaca-se, para esta análise, o

Circuito Duplo de Aprendizagem de Argirys2 (apud BITENCOURT, 2005), que se baseia na importância de conhecer os princípios que geram ações e seus

resultados.

A ênfase na visão processual estimula a reflexão e o questionamento, e

contribui para a construção de uma aprendizagem significativa, pois se considera o

ambiente no qual o trabalhador está inserido, suas necessidades e a busca de

sentido para estas questões.

Para Antonello (2005), a AO é um processo contínuo de apropriação e

geração de novos conhecimentos nos níveis individual, funcional e organizacional,

envolvendo todas as formas de aprendizagem – formais e informais – no contexto

organizacional, alicerçado em uma dinâmica de reflexão e ação sobre as

situações-problema e voltado para o desenvolvimento de competências.

Neste sentido, a autora defende que não basta os indivíduos serem

competentes, é necessário que as organizações, caracterizadas por seu patrimônio

de conhecimentos, estabeleçam as estratégias competitivas no contexto em que

2

Imagem

Tabela 1: Resultado de pesquisa em bases de dados da Web of Science, Scirus e  ProQuest
Figura 1 - Organograma dos processos do PSCM.
Figura 3 – As estratégias definem as competências que Redefinem as estratégias  pela aprendizagem
Figura 4 – Síntese metodológica.
+7

Referências

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