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UI'‹_IVERSIDABE FEDERAL DE SANTA' CATARINA
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'"f“LEPÀRTÀmENTo DE““TocoGINECoLoGIÀi'¬<
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I. A_B E;S-_ E» G R A ~V_I Z "".Celso fA.ntoi1i'o^ Schn:1'itz'- '-I-`Ma¿t'r. -n9~ 7825403/5
.~ DëonízióÚwer1i¢h!+ matr,: ne 781541Q%3 . › . ‹ ' , . q .'¬ -'FLÓRIANÓPÓLIs';“ Í. ` °~Junho7âeÍ1983' A7 ~__. vz . . " '...
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.'3 _ _}4A; _ 5 _ Lô ~ Y \'ÃuMÁÃLm¿
.V0 _0 ,Q 0 U Q O O O O Q O O O Q u O O O O O I O I Desenvolvimento `u Q 0 nto o‹¢ 9: o-.'c.._4.o_oI
~ _
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Alteraçoes metabolicas verificadas durante a
Classifièácão o o'u.o  U oi¡';_;.@ff E o‹c
Diabetes Gestacional e Diabetes Classe A ..z
Diabetes Classes B, C, D, E, E e Ro, . ; . .
.
I ` `
Diagnostico . .[. . ... .:.L, , . ._,›.4. ,
Contro1e.e Tratamento da Gestante Diabética
7.1 §_ITogramação.da'Gravidez . .ag ._..¿_,
'
ou
7.2 - Deteoçao precoce da Gravidez }`. . . .
`
vv
7.3 - Classificaçao da.GestanteÍ ;,. . . . .
7.4_- Controle metabólioo_prenátal . . . . .
a)rEducg§ãQQda paciente i.ø Q o 0 0 Q
by
_ Controles domiciliares diários_
. . V W /I ` ` ' ; . ç ). ¿ .. r I _ ‹ . - _ _ ',d)zHospitalização»da`paciente.¡.'zn{“, -
ze) Crescimento, maturação eÀ&italidad€
.' f) Interrupção da.gestação ..;^3
Q ;Í.
›g) Morbidade e mortalidade perinatal .
'
h).Tratamento.propriamente dito¿«; . .
‹
_h.l - Dietoterapia . . .¿; ¡_,`. .
_- Í'h;2 - Controle-medicamentoso '.A. .
III _`Cdnclugã0 ‹0 e 0 ø o o ola 0-oro 0 0.o o oie 0 0
Referências bib1iográficas_@1z . . . . .
Çontroles periodicos em po1iclinicas;›. . ,'‹
âésfiaçãø- 0 o'; 0.0 L. O O O O O 0 o o o d O O O Ó O O 0 n U O O O I O I O O O O-O I O O Í _ } 0 o o Q ~'›a@'›.> 'feta1~..,\ 'I O O O ‹O O I Ó I O O O O O O
0300:
I O O O O 0 LI O Ç... II ...-. INTRQDU «(3 :P2O
. .AA.importânoia da entidade olínica "Diabetes" vem sendo cada
vez.mais valorizada, em virtude da sua alta frequência e dae conee~
›
~l
À
_ "
, ._`, .
quênciasra que predispoa seus portadores, Dos disturbioszmetaboli-~
cos; o diabetes é o terceiro, vindo logo após a obesidade e os disf"
túrbíos da_tíreóiôe.l* Sua frequeficia
na
popúlaoão geral de difereh~tes paísee maria entre 0,6 e 4,0%,2 sghdo que 6§Q% dessa popdlaoão é
constituída por mulheres em idade-de-prooriar.3 Nas pacientes grávi
das,.a freqüência de diabetes varia de_l§O
a
4,0% nas que não têmag
tecedentes familiares da enfermidade, e, de_l3¡6 a 14,0% nas qde têm
eeees`antecedentes.2 rA_preeença de diabetes.fia~mo1her.gramída pode
acarretar sérias conseqúênoiaá tanto para a mãe qúanto para o fetoál
o que exige um espeoial esforço na tentativa de etitá-las- fi¿
'
.‹*“
A
I
No presente estudo; nos propomos a fazer uma breve revisão
na literatura-disponível sobre ¶Diabetee e Gravidezfl, tendo como me-
ta um maior-aprofundamento a peroa do assuhto em questãoƒ e_a“aquis¿
ção de uma visão crítica da forma com.que os díveràoe autores têm aé
bordado o tema. -Também-é nosso objetivo co1her_subSídios que nos:_
permitam e3tabelecer_uma maneira mais prática de controlar e tratar
. f. ›
¡._
, ,
as gestanteâ Portadoras desse distúrbio metabolioo. 3 '
V
"'
É
1
II - DESEEVOLVIMENTO- Q n
l é Definição
C
Sabe-se por definicao que "diabetes é um síndrome metabdli-
`
' IQ
co caracterizado pela elevacao inaprópriada do nível de“ licose san-
, 8
guínea associada à alterações no-metabolismo dos carboidratos, dos
lipídios e das proteinas, e, complicaçöes resultantes destas, em vir
tude de uma falta relativa ou absoluta de insulinafl;
_ ~ _
1, 4 _
2 - Alteracoes metabólicas verificadas durante.a gestacão
øv
Durante a gravidez todos os processos metabólicos da mae se
encontram alterados pelas trocas hormonais caracteristicas da; gesta
çao.5' .Além disso, existe um grau variável de resistencia periferi
ca à acao da insulina, que é produzida por vários fatores; tais .co-
mo: cortisol (aumento da gliconeogênese e antagonismo à acao da insu
lina); estrógenos (aumento do cortisol livre e interferência
na
açãoiv
da insulina)°_ ro a 5 esterona (acentuacao . z da res osta , ancreática.à hi- V I
perglicemia e modificação da resposta celular à insulina); e o hormê
nio lactogênio placentária (HPI - promoção de lipdlise, aumento da u'
tilizacão materna de gordura.para energia e diminuição da utilização
eriférica de glicose). - O HPL e a-insulina ossuem ações anta ôni- 3
ru
cas à nível celular._ No jejum ocorre elevacao do HPL, diminuindo a
ao ' '
utilizacao materna de glicose, permitindo assim o seu consumo pelo
feto.5?6 Os estrógenos e a progesterona podempalterar diretamente a
funcao das ilhotas de Langerhans, produzindo hiperplasia de células'
beta, levando a uma hiperinsulinemia '
Na mulher grávida normal, há um aumento nos níveis basais
Õ I v - .~ . - '-. gi. ° › 1#«~ z ~
de insuliña plasmática e-um aumento exagerado_ha sua produção em reg
posta a uma sobrecarga glicídica, o que não ocorre ha gestante diabá
ética. *Esta-última tem como consequëmcia; uma'diminuioão.da'tolerâné
cia aos carboidratOs.~ Em contrapartida, a gestante diabética tem ag
mentada sua sensibilidade à insulina exógena;l As necessidades fdessa z
.insulina exogena-aumentam_a partir do 29_trimesfire; atingindo o“máxi
mo no 39¡trimestre.7_.A hiperinsulinemia e o aumento_da resistência_
à insulina maternos¡ também estão mais acentuados-no 39 trimestre.da
~ . . V . . 6
. . . .-
gestaçao, quando predomina o anabolismo fetal. Esses vários mecanig
mos visam propiciar um fornecimento_ininterrupto de glioose`paralH o
-feto. ~' -' 1 .”' '¬; _ z“,*'»-_-'H '."‹ 4&~ ~ '** 1 ' ~ I ^ '
_ O feto nao e afetado com o aumento da insulina materna¬ vis
. . ,' .-
to que esta não atravessa a barreira placentária, entretanto; recebe
suprimento contínuo de glicose. Ibrém; durante o diabetes, mães hi-
poinsulinêmicas podem se tornar hiperglicêmicas e, como a glicosedár
'passa para o feto, este-pode se tornar também_hiperglioëmico¡Ahaveng
do estimulàçao do pâncreas fetal'com consequente hiperplasia das cé~
lulas beta e`hiperinsulifiemia fetal; _Assim sendo; É dessa_combina;
'ção de hiperglicemia e hiperiñsúlinemia fetais que resulfia_a acentua
da morbidade e mortalidade fetais dos filhos de mães diabetieas.6 Í
Freinkel e Éefizgerê ënfàtizäiam due fiulheres grávidas eom_diaoe£es _
insulino-dependente e com baixa~ufiiliZação de glicosesfprófiüzem meta.
bóiitos que a1fieram:o_désegvolvimentózfefial,.1évgn¢¢¡¿qzaparç§imen:b
de mal formações, macrossomia, e, hipertrofia e hiperplasia das ilhg
tas de Langerhans, com consequente hiperinsulinismo fetal, o que irá
determinar a ocorrência de hipoglicemia neonatal,h '§“fl.__Ígf.¿*@1`f
.
'
-j*,No diabetes, em virtude da impossibilidade da utilização de
carboidratos« pela_falta`absoluta.ou relativa de¡insulina} a energia
«necessária ao organismo é obtida através do metabolismo das gorduras
.Os ácidos graxos são mobilizados do tecido adiposo e são transforma;
dos em corpos cetônicos (ácidos aoeto-acetico, beta-hidroxibutírico
e acetona). O acúmulo desses ácidos.nos-líquidos do organismo deter-
-mina uma acidose metabólica; a cetoacidose;~ Isso ocorre através 'de
dois mecanismos concomitantesí uma pequena parfe'se deve1âÍprópriap
y V
1f*f5 ' ,
:¬
ä
Q
ã
.
presença dos ácidos acumulados no organismo, e, a maior parte, se de
ve à perda de grandes quantidades de bicarbonato de sddic através das
urina, eliminados junto com os corpos cet5nicos}d'md"dd"“Wf
O problema da sobrevivência materna já foi solucionado há
muito tempo, sendo rara a morte materna por diabetes como complica-
ou. , 6 ~' _ A _ _ ,
` *'
çao gravídica. Nao há evidencias de que a gravidez encurte a expeg
tativa de vida da mulher diabética, nem que leve a deterioração da -
função renal em portadoras de nefropatia diabética. Apenas.um pequea
no grupo de mulheres diabéticas coronariopatas têm seu risco de mor-
talidade aumentado durante a gravidez.6 De acordo com Pedersen,B o
índice de mortalidade materna supostamente aumentado nas gestantes
diabéticas não ode ser confirmado com exatidão` 'á uego material re
latado é escasso. Este autor também sugere que o referido índice es-_
tá ligado às complicações vasculares, e que as gestantes não diabéti_
cas igualmente portadoras destas vasculopatias, estão expostas ao*
mesmo risco. ' ' " ' o - ' _ ~
`¡"À
`e Por outro lado, a sobrevivência perinatal só recentemente
_
teve seu prognóstico melhorado. Isso se deve ao melhor entendimento
do metabolismo materno, que possibilita uma regulação cuidadosa zda
sua licemia associado ao 5 aprimoramento das técnicas de vi ilância -
s _ 3
fetal e dos cuidados perinatais. eDesde que se tenha diagnosticado
precocemente e instituído um controle adequado, a sobrevida iperina-
tal dos filhos de mães diabéticas pode ser tão frequente quanto àqugp
~
la dos filhos de maes não diabéticas. Segundo Gabbe,6 a mortalidade
perinatal para mulheres com diabetes gestacional não-é mais altal do
que aquela para as gestantes normais, e, as portadoras de diabetes
insulino¬dependente podem esperar uma sobrevida de 90-aV95%,
. _ À _ _ 1 ‹ ` 3 - Classificacão . . ` ,~
_ Várias são as classificaçoes_de diabetes. Entretanto, como
'o objetivo do nosso estudo é a análise-da ocorrência de diabetes as-
sociado a gravidez, torna~se necessário citar uma classificacão-_quef
\
Q
ü
I
v
tes. Para isso, nos valemos da classificação firoposta.por Priscilla
¶bitem§lQ6§)Êf7f? wtendo em Vista a sua abrangência, seu emprego na
maioria da literatura revisada, e, por nos parecer de maior.aplicabi
lidade prática. White classifica as gestantes diabéticas em.sete
classes (QUADRO I): na Classe Á, as gestantes assintomáticas com our
va de tolerância à glicose anormal ou com pequena hiperglicemia de
jejum; na Classe B, as gestantes cujo diabetes se iniciou após os '
20 anos de idade, com menos de 10 anos-de evolucão e, sem complica-
çoes_vasculares; na Classe C, aquelas em que o diabetes iniciou en-
tre 10 e l9 anos ou de duração entre 10 e 19 anos, sem sinais eviden
tes de lesões vasculares; Classe D, diabetes iniciado antes dos 10
_
_ ~ _
.
anos ou de longa duraçao (mais de 20 anos), ou apresenta retinopatia.
diabética benigna e calcificação das artérias dos membros inferiores;
Classe E, engloba gestantes com caloificações de artérias pélvicas
(vasos ilíacos ou uterinos); Classe F, inclui as pacientes com nefrg
patia diabética (glomerulosplerose); e, Classe_R, as pacientes com
retinopatia diabética proliferativa. ' ~
z
'
' 0
QUADRQ Iz_oiass1f1ca¢ão ae rriséiilà white para gestantes aiabš
_ V u' ticas.5'7'9b. j _ -' ' _ « CA' l Íi . .~ . CLASSE. ' :_ ';`cABâcTERÍsTIcÀs ' _ ~- 4 '*' H 6 A . . .
Sem sintomas, I curva de tolerância anormal.
B '» Início após os 20 anos de idade ou com curtaƒduá
- racão (menos de 10 anos), sem angiopatia.
1,
`
A
Início entre 10 e 19 anos ou com duração entre
10 e l9.anos, sem angiopatia. _« -'~ .V . _
Í
Início antes dos 10 anos ou duração maior do que
D .
- 20 anos, com angiopatia moderada (retinopatia bg
nígna e calcificacões dos membros inferiores). _
,
d Vasculopatia pélvica_(calçificaç5es de vasos ilí
E acos ou uterinos). › ~' ‹ 'F 0 Nefrópatià diabética." - _ N R ¡. '
.netinopatia diabética pro11fçrat1va.*
vã
1
dos.que ampliam essa classificação para gestantes diabéticas, tendo
O
I
Temesio et al.,3 publicaram em 1980 um.trabalho contendo da
como base fatos clínicos, paraclínicos e estudos metabólicos. Com a
adicão desses dados, essas gestantes ficam distribuídas-em três gru-
pos
CA - Iacientes potencialmente diabéticas; as gestantes Í com-
teste de tolerância à glicose via oral (TTGVO) normal,
mas com risco maior de desenvolver diabetes, em função'
de:_ `
V '
¡
Í
a) Componente genético:_irmão gêmeo, ambos os pais ou
f -
'familiares diabéticos por ambos os lados, paterno e
materno; - -
_- j
'
A
.u
b) Componente obstétrico: antecedentes de toxemia, de
Ê
'
bortamentos espontâneos_ou aumento excessivo de peso;
em gravidezes anteriores;, '
_ -“
_. 1
.~c) Ccmponente fetal: mortalidade perinatal elevada, gi-
,
'
gantismo fetal, mal formações _Acongênitas`, ,filhos com
hiperplasia de células beta sem incompatibilidade Rh;
_ d) Componente vascular:-hipertensão arterial, coronarig
. ` Patia; .. ` ~ «_ . ›Í. - o- 5
e) Componente nutricional: obesidade; ,_. 'V
_
f) Pertencer a grupps étnicos ou raciais com alta-prevê
lência de diabetes;_ .vi i‹z-^›Ú-,1_- V '
-.
Estas pacientes podem apresentar um TTGVO normal no pri
meiro trimestre e outro do tipo diabético no terceiro,'
passando-então a pertencer ao grupo seguinte. V
B - Idabetes gestacional: as gestantes com o quadro clinicoj
anterior e um TTGVO do tipo diabético, que segundo os
critérios do National Diabetes Data Group, N.I.H., EUA,
3 ¬ _ . . -_ ~
1978,. exceceria os seguintes valores da concentracao
_ de glicose no sangue venoso:.jejúm,IDOmg%;6O min., 175
mg%; 120 min., 15cm
W
bi 180 min., l30mg%, caracterizandodiabetes gestacional ou Classe Á de White.3_ "
C_- Diabetes clínicQ:,as pacientes com diabetes já_conheci~
_ -.ô_i- t
-0
9 r
4
1-
.* 'do e
que engravidam. São estudadas do ponto de Vista-me
`
, ietabolicoze vascular de acordo com a classificaçao ¬ 'de
_ _O grande valor desta classificação reside no fato de íaler-
tar o prenatalista para a necessidade de uma maior atenção aquelase
pacientes com potencialidades de desenvolver diabetes durante a7ges§
tação. Entretanto, apesar do acréscimo, não nos parece diferir subsr
tancialmente da classificação de White. ‹.i “`.~. - ççjg-«'-e.*
'
; 'Aszclassificações vistas até aqui se baseam em fatores pre-.
-N `
. 8 . .-~
^ ,'
sentes na mae antes da gravidez. Iedersen¡ chama atençao para a imf ~
av
portância da classificaçao proposta por Pedersen e Pefiersen (l974),_
na
avaliaçao prognostica da gestação da paciente diabética.VEssaç -vv
classificaçao, denominada PBSP.(Prognosticaly Bad Signs in Pregnancy),
tem como base determinadas complicações que se tornam'evidentes'ape-e
nas durante o curso da gestação atual, e que indicam um prognóstico ef
'desfavorável àquela gestação. Iara efeitos desta classificação, -sãof
consideradas as seguintes complicaçoes: 'V ^¬z§` U
j ç§Ig `”
. _. .
¡ ~ ¡.. . , . .
. A ~ Pielonefrite clinica: infecçao urinaria confirmada -por
B - Acidose diabética:›incluindo,préécoma e acidose acentua _
'
Ç.- Toxemia: leve e intensa§' ç ‹sç1,¿¿g;¡.,~¡¿¢;¿z_jç_
'D;;o"AbandonadasÊ: aquelas pacientes com controle precárioÍ 1
_“do diabetes¡ como por exemplo: as_psicopatas; aquelas __
zem que o primeiro atendimento ocorreu há menos de 8 seen
'
manas.do termo calculado; baixa condiçao social; e, faš'
- cta'de=informação adequada..
. ._«-ü'7"=rfÀdd,jit
4 ";
'. urocultura, que apresente hipertermia aguda acima de 399€,
, ›
4 Nesta classificação não é feito nenhuma-referência à alguma ,
graduação entre as diversas complicações. Ela apenas é utilizada le¬ '
Vando-se em conta-a ausencia ou presença dessas complicaçoes, tendo
melhor ou pior prognóstico, respectivament€.:«° ^¿ p ' '
.<_.5Í -A
'
- .Acreditamosfque a utilização da classificação-de White. näo-
deva excluir nem diminuir a validade da classi§icação'PBSP¿ t ¿Pe1o '
. .
_u¿_A9 _ _
A
, .V . _ .. . _
›|
'
8
I
contrário, achamos que as duas se completam e que juntas forneçam'
mais subsídios para um melhor cálculo do risco fetal_e estabelecimen
to de um controle adequado. _ » -` . !'V ' »`.'d' _ . '
'A maioria dos investigadores-têm definido diabetes Classe A
ou o diabetes gestacional com base no TTGVO, cujos critérios de rea-
lização se baseam nos dados de Ofãullivan (1964), e que foram'recen4
temente defendidos pelo National Diabetes Bata Group (l979).9
~ f Schwartz
e Brenner,9 em trabalho publicado em 1982, chamam-
a atenção para o fato dos critérios de O'Sullivan (1964) terem sido"
obtidos através da dosagem da glicose em amostras de`sangue, pelo má
todo de Somogyi~Nelson. Consideram essa tecnologia obsoleta, já que
a maior parte dos laboratórios medem a glicose em amostras de _ soro
ou plasma, por métodos enzimáticos (Hexoquinase,'Glicose-oxidase). O
trabalho de conversão dos resultados de uma glicose sanguínea para u
r r ' '
~
ma
glicose plasmatica e muito complexo; Essa adaptacao tem sido ten-tada por muitos investigadores, multiplicando os dados de O'Sullivan
(1964) por um fator de correção.9 ,
9
'"1'. `
A
-
~
Da mesma forma, a dosagem da glicose plasmática de jejum, a
qual`está intimamente ligada ao diagnóstico de.diabetes, sofre '
os-
mesmos questionamentos com relaçäo à maneira de sua obtencão.V '
V' '
`
A literatura americana.sobre diabetes gestacional dos ulti-
mos 10 anos? contém relatos em que foram utilizados os diversos méto
dos de análise e vários fatores de correção de duvidosa exatidão pa-_
ra converter a glicose sanguínea em glicose plasmática. Infelizmente,
muitos obstétras são desconhecedores.deste problema, e alguns não sa
ou
bem que método é utilizado para dosar a concentracao de glicose no
organismo em seu laboratório. Essa falta de padronização dos méto-
dos de análise e o próprio desconhecimento dos métodos empregados, _
`- N '
resultam muitas vezes em interpretacoes equivocadas e,.via de regra;
em controles insatisfatórios das gestantes diabéticas.` . é
' "
_”
_ Schwartz_e Brenner,9 também afirmaram estar esperancosos de
que o artigo por eles publicado estimule o American College of Obste
tricians and Gynecologists (ACOG) a designar um.comitê com a finali-
dade específica de escolher e publicar recomendacoes sobre 65335 _
i
¬ ~
, .
'
.v.
W.
duest5es¡.visando padronizar os procedimentos laboratoriais de dosal
gem da_glicose plasmática, e divulgar categorias diagnóstioas.unifo£'
. -^ "~---j¬~~' -› -›'-_~~"-'‹_-~:~ lv'-~ -~-I-~ ‹-~,‹--›~-›---~-` ‹-› 1- -- -~Í- »-‹- -- ‹ _- - - --- J. ..:¬. _. .'...; ._
_ .. .._...¿...- _. ...›... .. ;__ __;._
mes relativas ao metabolismo anormal, porem fisiologioo, da glicose ¿
na
gravidez. - .s7‹ r yf Q L.. _"Í"
{_‹Âa-¿»';“J"
' 7f3f ”.' ' \ z .44 _-' Dg1gab'e*z<-z-gWøestgcionài' e 1:1abe1zes"ciàà‹s_e¿,â._ Os termos Diabetes Classe A e Diabetes Gestacional, usados-"
comumente para definir anormalidades limítrofes do metabolismo . da‹
vv
›glioose que primeiro se manifestam na gravidez, não estao claramente_`
definidos, nem são consistentemente empregados. A explicação para es -
se fato reside na ausência de uniformidade nos.critérios.9'íjl7 “ '
"~H
AUm grupo deÍtrabalho,$_patrocinado pelo National Diabetes. zBata Group, propôs uma definição muito simplista. Segundo ela, seriam
catalogadas como portadoras de diabetes_gestacional_as pacientes ou¬:
ja intolerância à glicose tivesse sido diagnosticada ou reconhecida*
pela primeira Vezzdurante a gravidez através de critérios espeoífi~
cos; Desta forma o termo diabetes gestacional englobaria um grupo_=f
muito_beterogêneo, onde poderiam estar tanto uma paciente com cetoa-l
cidose como outra sem nenhuma evidênoia;olínica de diabetes; suja a-
normalidade do metabolismo tivesse sido diagnosticada apenas por' uma
teste de glicose-de rotina; "l'5¿,l_¿“ƒ:*,t 2¡Ífflrf¿f} *
d_g;~3""g,l
a g* ¿¿O'diabetes gestacional tem sido definido como hum estado aê
normal do metabolismo materno de.carboidratos¿ iniciado em algum pará
odo da gestação e, totalmente ausente em¡torno da GÉ semana apósƒ' o
parto"¿9 .Alger et al;5 concordam com essa definição e apenas não oi
tam qual o prazo limite em que deve ocorrer o retorno aoƒnormal._Es;.f
tas definicoes so permitem a sua aplicacao de forma retrospeotiva'e¿_
não durante a gestaoão; VOutros investigadores}? definem da mesma l.
forma.sem§ porém, impor a exigência daquela reversão do TTGVO ao-nozä
mal após o parto. A maioria, porém; inclui-a-necessidadeyde haver u-
ma
glicose plasmática ou sanguínea de jejum normal, mas com um TTGVO'anormal durante a gravidez;-E, há ainda quem também`incIu&,a necessi~
dade do retorno do TTGVO ao normal no pós parto ou a exigênfiifl _ .5@_
2..-=11...~ z
C .
não ser requerida terapêutica insulínica para-a correção da anormal; -
¿_ Segundo Pedersen, White definiu diabetes Classe A como Údia
betes químico"z Entretanto, este autor inclui nesse grupo as diabéti
cas que não requerem terapêutica insulínica, isto é, com uma mínima -.w t
Valteracao_do metabolismo da glicose durante a gravidez, e diz ainda
que estas pacientes poderiam ser agrupadas num subgrupo do diabetes
Classe A._Há ainda autores que utilizam os termos diabetes gestacioà
nal e diabetes Classe-A'indiscriminadamente.9 “'
AA
~_ .ii o
'A A mesma confusão qua há na definição do diabetes gestacional
há com relacao ao diabetes Classe A. Gabbe e associados e-odBoletim
Técnico n9 48,-de.l978, do ACOG,9 definem diabetes Classe A por re-
querer uma glicose plasmática de jejum-normal e um TTGVO anormal, o
que leva à classificarfz como diabéticas da Classe B todas_as pacien
tes grávidas_que desenvolvam glicose plasmática de jejum elevada. DE
rante a gravidez os valores da glicose plasmática de jejum se encon-
tram significativamente mais baixos,_em virtude da utilização perma-
nente de glicose pelo fetos? Assim, um método simples, porém, comple
tamente arbitrário,fifi¿proposto_por Schwartz e Brenner;9 Segundo e-'V
les, para determinar uma glicose plasmática de jejum anormal,.devefse
utilizar como limites superiores da normalidade, a média da glicose '
plasmática de jejum obtida em mulheres normais não grávidas, somada»
vv -
à dois desvios padrao. ..Entretanto, quando esta definição é aplica-_
da, cerca de 2,3%da população grávida-total apresenta glicose plasma
tica de jejum elevada, devendo ser rotuladas como diabéticas da Clag
se B.9 ,_ ‹ V _ ' .Á ' . @ _ ' didi _ `
_ Com todas essas definições, conclui-se mais uma vez que
_'é*
grande a necessidade de uma pronta uniformização de critérios.
V 5 .. niabétegciasses B,_'_zc, gn, E, ,Fte R i . . . ` Ó . V _ . ._t
_ No que diz respeito às classes B, C, D, E, F
e R, dê Whiteá
os diversos autores consultados têm concordado, via de regra, com as
f'definiç5es propostas pela'autoraQ5*7'9ÍQUADRO'I). Apenas Êedersen: e
,Gabbe§etfial.5§rdue ao ntilizarlessa“classificação;iomitem a Classe
E;
(calcificaçao de vasos pélvicos), porém, não apresentam'jústificati¬
.vz
pzmfzal
atimâa'
1 `- V' v ' “ ' ~ Q _ ` t_ '6 - Dia5nóstico"ea _ :~Uma questao_sobre a qual nao pairam duvidas e o_fato de que¡p
po sucesso no manuseio da gestante diabéticafdepende¿muito*deÍumzdia5§
I _ N p I ›› .
'-.‹-
ánostico tao correto e precoce quanto possivel; Isso visa permitir ao¿
- prenatalista uma atuação precisa logo no_início das alterações meta-
bolicas maternas×ou, pelo menos, a correçao e melhor acompanhamento
d
daque1as.gestantes pertencentes as Classes mais avançadas de White.. ¡
` Portanto, o diagnóstico correto é de-suma importância para traçar um
pÀplano¿de controle dessas-pacientes,`o que irá permitir uma evolução~i
4 da gravidez de forma semelhante aquela de uma gestante nao diabetica;
é
4
'‹Algumas vezes o diagnóstico é facilitado pelo quadro clínico
'.característico secundário à hiperglicemia'("polis");.ouípela'presen§A_
,_ça evidente de microangiopatia diabetica quando em fases maisiavanç§_‹
jidas.;O dOutras'veZes;ÿ paciente ppde apresentar dados sngestivos, .`
V.tais.como;_antecedentes_familiares de diabetes; obesidade§~idade.§Q-.
perior a.35 anos; ingestãodexmtaflmnados medicamentos§_vidalsedentáÉ`
ria;
"~
história ` de_toxemia,»polihidrâmnio, óbito fetal inexplicável,,= - ¬f~ '~ I~z~ .. ~ . < Í 'f
""
“lê . ¬ 10V . 'if 'natimorto, mal formacao congenita ou-macrossomiafz~3'ä.7'-¿'Nestes -z
_ casos deve ser verificada a existência de hiperglicemia.,
,<"`i f
2 "-,.~É sabido,que§para que a glicose seja eliminada através 'flda¿
_ urina, a.glicemia deve ultrapassar o limiar de excreçaoõrenal-da gli_
cose e a capacidade de reabsorção tubular (aproximadamente 222mg/dl).
Desta.forma, a pesquisa de glicose na urina pode frequentemente Aeer_
_ . -I ¬ . . . ^.. ~~ =
'
negativa e.3a se tratar de uma paciente hiperglicemica, caso em que«
'
seria feito-um diagnóstico incorreto se este fosse Q único teste rea‹
lizado. Por outro lado, é importante salientar que a simples presen-
ca de glicosária¿nao faz_diagn5stico de'diabetes§ muito embora _seja'
«lsugestivol Sabeése que a maioria das múlheres, no início da gravidez,
_h._ l3i¿:4 _ l › ' ` 5 ' ›
Q
Ô
1
pode apresentar uma diminuição do limiar de excrecão renal da glico-
Ase¿_e esta aparecer na urina, estando ou não elevados seus niveis _
_ g 1 6. ___ ¡ V. . _ U _ _ ___
sanguíneos. ' '7 Deve-se, tambem, estar atento para
o fato de que _
cerca de 2/3 das gestantes apresentam lactosúria; especialmente no
final da gravidez, o que pode levar o médico assistente menos avisa-
do a interpretar erroneamente como glicosúria.7 _Na presença de gli-
cosúria,-o diagnóstico pode ser firmado com segurança apenas pelas
anormalidades das glicemias-de jejum e pÕs~prandial; Êbrtanto,idianë-
te de um caso de glicosúria, está indicada a realização de um TTGVO
para confirmar o diagnóstico. ~
` ".'
- - V
›
`
z _
V Schwartz c Brenner,9 afirmaram que o diagnóstico de diabe-
tes está intimamente_ligado ao valor de uma glicose plasmática de je!
jum,-mas que nenhum valor pode servir como marco para separar a popu
`.~
:`~
;›
~.
"
laçao diabetica da nao diabetica, visto que a distribuicao funcional
da glicose plasmática de jejum na maioria da população é'unimodale _
'
_ Segundo Gabbe,6-a maior parte das atenções têm sido dedica-
das ao controle de pacientes portadoras de diabetes ._ insulino-deoenden _¡_ _
te. Ibrém, faz lembrar que 90% de todos os casos de diabetes na gra-l
videz são do tipo gestacional. Faz referência a O'Sullivan et al. '
vv '
(l973),~para-quem a-avaliacao.dasqpacientes-através da história e de
métodos clínicos é inadequada; visto que muitas mulheres que_terão `
diabetes gestacional_não apresentam indícios detectáveis por esses
meios; Esses mesmos autores recomendam então que todas as pacientes
grávidas sejam.submetidas a uma avaliação através do "Screening test?
administrando 50 gramas de glicose via oral, seguida pela determina-
ção da glicose sanguínea uma hora apos. Quandoícomparadofcom os re+
sultados do TTGVO (O'Sullivan e Hahan, 1964), este teste tem demongi
trade-uma ¶sens1b_i1.1dàõ;e 'ões 79%,_e`uma especificidade ae 87‹,fã.6 'Neste
Screening test, são considerados resultados positivos os valores ob-
tidos apos uma hora , superiores a l30mg/dl de glicose no sangue to-_
tal ou acima de l40mg/dl de glicose no plasma-(TABELA I)6,icnsos_ emo
que as pacientes deverão ser submetidas a um teste de tolerância à ›
glicose via oral.' ,¬" v 4-
i “_ í
_ l. _l_
O Teste de Tolerância à Glicose Via Oral (TTGVO) devef ser
_.14_
I
Ê _
realizado de acordo-com os critérios de O'Sul1ivan e Mahan (1964),
ou seja: ingestão de 300 gramas de carboidratos por dia nos três di-
as que antecedem ao exame; no dia do exame, com a paciente em jejum,
_ dosa-se a glicemia e a glicosuria, e, imediatamente apos, administra
se 100 gramas de glicose por via oral; realizafse novas dosagens tda
glicemia aos 60, 120 e 180 minutos após a ingestão da glicose. 0'Su1-
livan e Mahan consideram positivo o TTGVO cujos resultados apresentam
- \
no minimo dois valores acima dos limites preconizados por eles, que '
são: concentracão de glicose dosada em jejum-de 90mg/dl no.sangue toÇ
tal (ST) e 105mg/dl no plasma; aos 60 minutos, de 165mg/dl.no STA- e~_
l90mg/dl no plasma; aos 120 minutos, de 145mg/dl no ST e l65mg/dl no .
plasma; e, aos 180 minutos, de l25mg/d1_no ST e 145mg/dl no plasma
"
(TABELA I).6'1l 8 “ 1 1 0 » ~ ~ .' 8 n = `TABELA I: Detecção de diabetes-na gravidez (limites superiores
H I do n0rmal)6 1 .H ' z" f __ 8` de ' ` ' 1 -' Sangue 2 'Plasma' . `
'ima@l)'¬ 8.
WScreening test", seg. 0fSu1livan et a1.(l973)*_1_
. _ 50g _ .l horac ' 1. «__ -` 130 _ __:140,'
_Teste de Tolerância à Glicose Via Oral (TTGVO)*, ¡
_ segundo O'Sullivan e_Mahan_(l964)
V __- `_"-. ‹ Jejum 8 90 1058 ~a \ A 60 minutos ` '.I65 ' 190 _l20 minutos_ _ e ~l45 Â ' »l65 _ 180 minutos' .l25Íj - 145 _- >¢ _ _ _ _ V '14
',*`O diagnóstico de diabetes gestacional é feito quando_dois va-
»
lores Quaisquer são excedidos, , .
«`
_ _`~
'
8 'd
‹
O
`
I
7 - Controle e Tratamento da Gestante Diabética`
_ O manuseio da gestante diabética tem como meta mais-impor-
nv
tante a manutencao da glicemia materna dentro dos limites normais fi
, _
.
_
. _
siologicos. Para se conseguir um bom controle dessas pacientes, elas
devem ser estudadas e classificadas levando-se em consideracão os
riscos maternos e fetais.
-_
O sistema de taxas de risco mais comumente empregado é aque
le de White, o qual valoriza a época do início do diabetes, sua dura
~ _ 6 - 6 V
çao e a presenca de doença vascular materna. .Pedersen et al., alem
ou
bram a frequência com que_maus resultados estao associados às gesta-
ções das pacientes diabéticas que apresentam: cetoacidose, pielone-
vv _
'
frite, hipertensao induzida pela gravidez e um controle clínico pre-
. 6' - ' . . _ ` - .
"
.cário. Gabbe por sua vez, divide as pacientes com diabetes na gra-
videz em 3 grupos funcionais: ' '.
V ¡›
'
. _
As pacientes que apresentam diabeteszgestacional com um
W '
A-_
TTGVO anormal, mas que mantém níveis de glicemia de je-
~jum normais. Nestes casos.é rara a ocorrência de morte
intra-uterinaí* .
'
_
~ p
.g'B_ As portadoras de diabetes insulino-dependente,_incluin-
do tanto as obesas cujo controle é fácil, como as porta
doras de diabetes tipo I (juvenil), de controle mais di
- _fÍCi1; e, .' ¡ ` . u . “ _`Â -' i --
C - As que apresentam diabetes insulina-dependente associa-
do .a; vasculopatias;z '
_
"
'
Temesio et al.,3 indicam algumas normas gerais que devem .
- _ o
ser observadas no manuseio da gestante diabética, com as
quais.mui-_
tos autores estao de acordo. Essas normas, que podem variar ligeira-
mente de acordo com o caso clínico, são as seguintes: g
-'
7.1 4 Programação da gravidez: esta norma é dedicada especial
mente para as pacientes com diabetes já conhecido e para aquelas com
maior risco de desenvolver diabetes, casos em que, sempre que possí-
vel a gravidez deve ser programada.QEstas pacientes devem ser plena-
‹
'
av
mente conscientizadas dos riscos a que ambos, mãe e filho, estarao 1
-15..
i" '
1 ' .
*"\ Í_ : c expostos.. j V A __ _
ifW,7-21éiDeteceap precoce daigravidez:_esta_nQrma é de_extrema im-
portância, principalmente para_aquelas pacientes reconhecidamente
¬ . 6 , . _ _
portadoras de diabetes. Gabbe relata serem grandesas evidencias de
que as mal formações congênitas estão relacionadas com um controle
metabólico precário durante o período de embriogênese. Em vista disi
so, preconiza a instituição de um controle rigoroso das gestantes
diabéticas desde a concepção até o final do primeiro trimestre de q
gravidez, visando reduzir essa ocorrência de mal formações. Í
1 7.3 Q Classificação da gestante: acreditamos ser a classifica
ção proposta por Eriscilla White de maior utilidade, em virtude_` de
ser arde maior aceitação. Entretanto, há autores que não a seguem e,
outros, como Schneider et al.,l2 que relatam não ter sido útil na i-
dentificaçao dos riscos perinatais em sua série. «
'
j"
`
. .
› «7,4i§ Controle metabólico prenatal: esse controle deve visar
sempre a manutenção do metabolismo materno mais próximo possível dos
limites fisiológicos normais. Gillmer et al.,6 relatam_ que em gravi-
dezes normais_ os niveis de glicemia raramente excedem a 100mg/dl,
I _-e. ~ -
exceto por curto período de tempo apos as refeicoes, e os níveis de
jejum variam entre 60 e 8omg/dl. As
.
i~ *
_ ,
'
Karlsson e Kjellmerps demonstraram que a taxa de mortalida-
da glicemia
de perinatal_é de 38 por 1.000 quando os níveis médios
materna são mantidos abaixo de 100mg/dl, taxa esta_que aumenta quase
Quando esses
seis vezes quandojos niveis médios excedem a l50mg/dl.
niveis se mantém entre lOOmg/dl e l50mg/dl; a taxa de mortalidade os
cila entre 30 a 50 por 1.000 . Num controle metabólico cuidadoso no
periodo prenatal, vários itens devem ser observados:
¬ vv
a) Educaçao da paciente: o esclarecimento da paciente
no que diz respeito à fisiopatologia, aos cuidados rotineiros e às
. ~ . . ' . - ^ .
complicaçoes potenciais da sua doença, e de suma importancia. Isso_
.
- I
_ _
no
facilitará a sua compreençao diante de uma série de medidas a que po
dará ser submetida durante o seu acompanhamento, bem como reduzirá o
risco de complicacões. Vários recursos podem ser utilizados para es-
se esclarecimento,.porém, as entrevistas individuais é que dão melhg
i e
Q I ~
Ê.
4res'resultados.;Of
_» . V" b) Controles domiciliares Biáriosá deve¬se¡tornar_a pa--
Ú ciente habilitada a realizar determinados exames em sua própria casa;¬
.”Muitas vezes ela poderá ter que adaptar seu tratamento_diante do su; _
gimento de eventuais anorma1idades~ detectadas por esses exames1q_ou-f
»- por distúrbios clínicos, antes que possa ser.atendida pelo médico. `-
~¬ que a acompanha. Este controle domiciliar é feito através da determi
_
_ naçao da glicemia, glicosuria,'cetonúria e_albuminúria} O controle
_
do metabolismo glicídico pela glicemia envolve um maior grau de coms'
. ' _ ~“ . - ~ 10- *~ .v ' '›Q ¬'d“- _~ '
plexidade na sua realizaçao, entao esse contro1e.na maioria das vg"
“
zeâ 'é feito atra_vés_âa' g11<zosú_r1a'~(GLIooF11fA)_. nn geral as ge'étzmez;,~›
_
diabéticas insulino-dependentes devem testar a urina antes de -"cadaf
, ~ -\ _
'
. ^~ ' _` A _. _ 1
refeiçao e a hora de deitar. “_~A=presença de corpos cetonicos
na
u-_rina-quase que invariavelmente traduz_o acúmulo destes no organismo, r
1 _. « .. ~. . - _.
. -l
~ s
__ a Cetose. 3 _A existencia de cetonúria deve ser ver1f1cada_sempre ›
f que possível, ou, pelo menos; quando houver aumento da;glicosúria,__
durante os períodos de estresse emocional ou diante de doenças agu§ _
das. Esta verificacao pode ser feita utilizando o ACETEST,_teste que ~
v só informa sobre cetonuria,Zou, mais modernamente pelo-LUBSTIX, dquev_
- V ~. 'r-. . - . ~ -z. .z _o _ . - . _
-'×"
'pesquisa na urina simultanea e semiquant1tat1vamente¿gl1cese, corpos'
cetonicos, hemoglobinas e proteínas, alem de fornecer o pH. «;A pa~ *_
, ¬ - I _ ~ _ __ ¿ _ ‹ _ . " _ . I . -N
q- ciente devera registrar os valores encontrados num mapa diario ,ípa
_. ra posterior avaliacao pelo medico assistente. '¿f“¿l;`“Í¿ ä~ _-'f
i, A
___p'_c)~ÇontrolesÍperiódicos-em policlínicasfbfa maioria dos
-
autores concorda que estas pacientes.devem, sempre que;possível,'ser1
f controladas em regime ambulatorial, reduzindo assim os gastos e~'‹os_Í
M
traumas causados pela sua hospitalizacão{ As consultas devem ser feš-\
. ¡ , -
tas a cada 15 dias ate a 26§_semana, e, a partir dai) a cada ›_ sete, d
~diasó3'6'7A Na primeira consulta deve ser feito_um completo exame _'
V clínico e laboratorial. A paciente. deve ser classificada e.orienta+-
'-da a respeito da sua doença e_do controle a que será submetida.. Nas'
consultas subsequentes, deve-se avaliar o "mapa diário" (registro¡'V
dos resultados obtidos nos exames domiciliares diários)¿'controlâr 0 A
q peso¡ƒa-pressão arterial, o surgimento de edemas~e*a'altura_do¿fundol
›uteríno_para'verificafiäo da compatibilidade com a-idadepgestacional¿
.^ `
'.
; _ › ›` ; "
`
Q 1
I
o
Uroculturas devem ser realizadas na consulta inicial e, depois, a ca
da 4,a 6 semanas. Um método que permite analisar a glicemia média
de várias semanas que antecedem ao exame é o da dosagem da hemoglobi
ni uv
na glicosilada (Alc).lO Segundo Gabbe,6 a determinacao da Alo nao
tem provado ser extremamente útil no manuseio da gestante com diabe-
tes insulino-dependente, embora sua determinacšo no primeiro encon-
tro com a paciente permita uma rápida avaliação da regulação prévia
do seu metabolismo. Se estiver elevada.(Normal = 7%), indica contro-
. ¬ 10 . - _ _ le inadequado. . *V _ *- A ~_ V _ _
_ '_ d) Hospitalizacão da pacienteš A internacão inicial da
-- -
_ 1 _
paciente nem sempre é necessária, como nos casos mais leves que não
necessitam de terapêutica insulínica (diabetes gestacional e classe
ou
A). Porém, se faz necessária para uma correta classificacao da paci-
ente e ajuste da dose de insulina quando essa terapia é'requerida,
devendo ocorrer logo que a gravidez seja diagnosticada naquelas pa-
cientes com diabetes já conhecido, ou logo que-o diabetes seja cons-
'
L V
_* " À. 12 `
-- -.-
tatado naquelas gestantes ticas como norma1s.3'7' Nessa ocasiao de
ve-se realizar exames laboratoriais de rotina, urocultura, eletrocar
diograma, provas de função renal, avaliação da condição vascular e
exame oftalmologico.`3eve-se, também, promover a educação da pacien-
te, estabelecer a dieta, determinar a dose de insulina necessária ca
solo seja, e, fornecer orientação sobre como proceder diante dos si-
. ` _ _ .~V ' ' I. - ¬ ¬ _ `~' ›
nais oe desccmpensaçao metabolica. V _Quanoo essa oescompensacao
Q
corre, a paciente deve ser internada novamente para correção-do dis-
túrbio, e para que seja reajustado o plano de controle anteriormente
estabelecido. Nesse momento, deve-se pesquisar uma causa para essa q
ao -
descompensaçao, e aproveitar para avaliar diariamente o peso_corpo-
ral, diurese, glicosuria, glicemia e cetonúria. Em função dos resul-
tados obtidos nesta avaliação diária e da pesquisa de etiologia para
a descompensacšo, deve ser instituída a terapêutica adequada. V
_
~.
'
A cetoacidose se nao tratada imediatamente, pode levar à morte
fetal em mais de 50% dos casos.5 A determinacão da glicemia e-da ce-
vv
tonuria fornece dados importantes para a diferenciacao do fator de-'
sencadeante-da cetoacidose, se o jejum ou o descontrole metabólico.
Esta distincão é essencial, cada uma das causas requer um tratamento
_ 19 “_ _
ao . 1 . ‹ .vv u , ' - - I . .
eSP€01fl¢0› totalmente oposto ao.da outra causa.-Cetonúria associada
a hiperglicemia menor do que lOOmg/dl, sugere como causa Ó-jejum, de-
vendo ser tratada com glicose endovenosa.'Ibr'outro lado, se-a glice-
mia for maior que 2OQmg/dl_e existir cetoacidose, esta deve ser trata
da, o que é.feito através do emprego de dieta adequada, de doses efi-
cazes de insulina e , de reposicao hicreletrolíticà. Nesta correção de-
_
I _
ve-se ter o cuidado de nas primeiras 36 a 48 horas apos iniciar o tra
øv f
tamento, nao baixar a glicemia aquem de 250mg/dl, sob o risco de pro-
duzir edema cerebral por diminuição da pressão osmotica intravasculan
Além disso, é fundamental que se faça o diagnostico e tratamento ime-
diatos de complicaç5es_da cetoacidose, tais como: infecções, trombo-
ses ' arteriais, choque, acidose láctica, acidose hiperclorêmica e ede-
. 8 :Lo .
~
.z~ -
ma
cerebral, ' Tambem nessas ocasioes, devem ser tratadosos fato
res agravantes, tais como as situaç5es'de estresse em geral e as do-
enças agudas. '
H'
' ' ' a -_
'› a Ve) Crescimento, maturação
e vitalidade fetal: O cresci-
mento fetal deve ser acompanhado por medidas do diâmetro biparietal
e do perímetro abdominal, obtidas através de exames ultrassonográfi-
- 6 ` >
z ¬
cos. Segundo alguns autores, este exame deve ser realizado a cada 4
_ lv 1
a 6 semanas, inicianoo.entre a 163 e_a 20ê semana de gestaçao, indo _
I I ` A~'
-
ate o ultimo mes, Sabe-se, porém, que na prática isso nem Sempre é
possível,_e mesmo que apos a 345 semana esse exame pouco pode infor-
. - - ~ _ .
mar sobre o crescimento_fetal, A realizaçao de pelo menos_duas ultras
sonografías, uma.por volta da 20§ semana e outra próximo da 32ê sema.
na, já fornece subsídios para uma boa avaliação do crescimento, Esta
técnica permite, também, diagnosticar mal formações fetais, patolo-
ias do âmnio, crescimento intra-uterino retardado, macrossomia7 e
uv V
ainda informa sobre a localizaçao placentária para posterior amnio-~
centese e verificacão da maturidade fetal.3'6¡l2
H
~V
~
z
" No 39 trimestre o cuidado para o bom nascimento fetal é sobera-
no, e neste tempo tem inicio a vigilância fetal, por meios bioquimi-`
cos e biofísicos. é , W ' _ `. _ ' __
A determinação do estriol urinário materno é utilizada para eva'
liar a integridade feto-placentária e o grau de vitalidade do feto,
vv
já que reflete a funçao combinada de ambos, feto e_placenta.
-- 20 -~'
9-:J f-4
P\ I
\
a_,:_ _
normais ou e1evados_de estriol-raramente estao associados: eom morte
.intra-uterina.Í ._ »;¶' , _`~_ -=tp."1' fij;Vf ~‹rÕ.",~" _
.
_Ú. Schneider et'al»,¡ sugerem que a determinaçao.da estrioluria se
ja feita 3 vezes por semana, à partir-da 30§ semana de gestação. Tamo
bém sugerem a realização-do Teste de Oeitocina semanalmente a partir
da 32€ semana, enquanto permanecer negativo e não.houver¿fiiminúiçšo-
dê €Sfri0l._Quando o_estriol cair mais do que 35% da média de duas=rd
determinações anteriores, o Teste de Ocitocina deve ser repetido img
diatamente. Caso dê positivo¿'a interrupção da gestação deve ser_con
siderada, e verificada a maturidade pulmonar fetal através da rela- '
ção L/E no líquido amnidtico§ por amniocentese§ÍƒRivline&.coisyfconed
sideram a estriolfiria de 4mg/24 horas, após a 34€ semana;“eomoÍcríti'
eo para a sobrevivência fetal;' 'r.".» _
".,”~
.'-. 7. ^ ~ .fa ”w
H _
,Dé acordo com Temesio et al,¿3 a avaliacao da vitalidade“ fetal
pode ser feita através do teste de ocitocina, "non stress testfi; prg
va de esforço, índice de movimentos fetais e da alteracão da unidade
fetoáplacentária, sendo ésta última verificada através da medida~ do
estriol urinário ou plasmático; Íf_H».. ¿~_f¬a. .'.: ›-¿z_"“ƒ _
,*
_ A
Segundo-Gutierrez et al.,l%”a monitorização fetal deve ser feita
uma vez por semana entre a_30ë e.a"33Q semana; duas vezes,'entre'a '_
.34ë e 36ë;_e, três vezes por semana após a 37% semana.deIgestação.a
_ Nos parede que uma conduta eom maior viabilidade prátiea e"=comf
bom grau de efieiência_é a realização de monitoriaaçäoffetalfe prova;
de esforço a cada 7_dias, a partir da 3O§.semana,_devendo¬seÍfazer o
Teste de Ocitocina só diante de uma prova de esforço positiva; Dianf-
te“de um teste de ocitocina positivo,,deve-se-realizar~uma»amniocen-W
tese-para avaliacao da maturidade fetal; '
'"f_e_ j-a;ÃV'ÍAdf* - 'p`¿ '
-zÃ`maturação pulmonar fetal pode ser avaliada através de um esta
do do liquido amniotico..Neste estudo sao realizados: prova de Cle-
menta, índice L/É (lecitina/esfingomielina) e_pesquisa de fösfatidil'
glicerol; _De acordo com Gabbe, o índice L/E tem provado ser o maisi
util instrumento na.avaliacao da producao de surfactante pelo pulmao
fetal. Uma relaoão maior que_2 raramente tem se associado à Síndrome^
da Lificuldade_Respiratória.(SDR), Este autor eita ainda que uma.prg¡
va_finaI da maturação pulmonar fetal-é a detecção-da presenoa do_fo§1
L
-»¬2.1z -e _
'
¬
9 ‹¬
'Ô V.
_ Í
'folipídio ácido fosfatidilglicerol. HaukKamaa,l5 enfatiza a necessi~
_dade da realização de ambos, índice L/E e pesquisa de fosfatidilgliš
cerol, nas pacientes diabéticas. Segundo sua.experiência, parece que
mesmo.sendo a relação L/E maior que 2, a presença de fosfatidilglice
rol no líquido amniótico é mais importante na prevenção da SDR.~Jus¬
tifica isso dizendo que tem encontrado maturidade da relacao L/E 'em
pacientes com 35¬36 semanas de gestacão, ao passo que o fosfatidil-
glicerol tem sido observado além das 38-a 39 semanas.
A
'›' í -V
V Por outro
lado, tem sido constatado que a própria rotura prema.
tura das membranas > ou até mesmo ` a presença do diabetes, tendem a e¬
›
levar o índice L/E mais precocemente, antecipando a maturidade pulmo
nar. f. - da -t `,.' ¡ i ` o 'i' ' ' ' vv na '
f) Interrupçao da gestacao: A época do parto ë uma si-
tuacão crítica 9 rincipalmente ara a diabética insulina-de endente. P
Se por um lado a ameaça-de'morte intra~uterina deve ser considerada,'
por_outro, recai sobre o médico a esperança em“obter uma adequada ma
turidade fetal para evitar a.SBR, e-a morbidade neonatal. , .
O parto eletivo pode ser realizado'tanto por induQão do traba- .
lho Ãe parto como por cesareana. Investigadores como Alger et al.,5
preferem a via vaginal para essa interrupção, exceto.quando se_de-Í
frontam com condições obstétricas que requeiram cesareana. Para Ee-_
dersen,i^ a indicacao de cesareana esta em torno de 50% em gestantes'
diabéticas; Segundo ele, essa cirurgia eletiva deve ser recomendada
_ q _
. ^ M N , _
nos casos de toxemia grave, patologia do amno, apresentaçao pelvica,
antecedentes obstétricos desfavoráveis p 1 rimi esta _ 3 idosa'-e' a 7 Classel`
ou 1
F'de White, além das indicacoes comuns às pacientes não_diabéticas.
Também indica cesarea quando: o trabalho de parto não progrediu`den»_
tro de 3-5-dias do início da inducão(contando com um dia de repouso);
0 parto não se completou até 24 horas após a rotura.das membranas; ou
quando durante a indução se verificam sinais de sofrimento fetal. '
_ Quando os testes anteparto sugerem risco fetal, mais precocemeg
te o parto deve ser considerado. Uma amniocentese é_realizada e.pro-
cedida a avaliacao da maturidade pulmonar fetal. Caso se confirme ei
sa maturação, está indicada a pronta interrupção eletiva da gravidez.
O parto prematuro só é empreendido quando todos os_sinais de monit0~i
c
~_2:_›-.
‹ -'_ * ' --_ u9'
Ú
rização fetal indicarem risco fetal ou ocorrer agravamento da hiper-
~ _ _ 5
« _
_
tensão materna °e_da rsfilflevefiasài ;~ i_ l;iMioiif_UMa r-M_í>_ '__ ,
ou
- A terapia com corticosteróides para acelerar a maturacao pulmoe
na
nar fetal na paciente diabética insulino-dependente nao deve ser rea
lizada. Tal tratamento_pode levar a uma rapida descompensação_do dia
betes materno, com possibilidades de desenvolver aoidose diabética
grave, cujo resultado pode ser desastroso quando não se está prepa- -
6 8 _ V .
- ~
. ~ e-
rado. ' Como vimos acima, há uma tendencia a maturacao
pulmonar pre
cocemente naqueles fetos de mães diabéticas e ou que apresentam rotu
ra prematura das membranas. ' ^
. _
ä ` '
_
A maioria.dos autores concordam com a proposição de que o parto
deva ser planejado conforme o esquema proposto por Schneider et alšg'
(1980),(TABELA II), que se segue: Classe-A, entre 38 e 40 semanas; .
- ' -
, . _
Classe B; entre 37 e 38 semanas; Classe C, entre 36 e 37 semanas; Clag
se D, entre 35 e 36 semanas; e Classes F e R, entre 34 e'35 semanas.
A paciente deve ser internada pelo menos uma a.duas semanas antes da'
data programada para interromper a gestação, para que seja efetuado -
um completo controle metabólico. ~ '
' _~_ _ _ . : _ . . .
TABELA II ; Períodos para interrupção eletiva da gravidez; se- V
- d_ ~_
É gundo Schneider ét~a1. (198o)12--› _ ";«
. V' _- _* ' 'C ' Período estacional_- cLAssE (P.wh1re) lg _ í - _ ~ . e(em¬semanas)_ 'A ' C 38 a
4o-
`B 9 ' '37 a 38^ dC p 36a
37 De ` 35 a 36 Fte R 34a35
_ _ *IO diabetes gestacional pode ser seguramente seguido até 40 se»
,manas de gestação antes de se iniciar a vigilância fetal. Após a 40ë
semana deve~se fazer a _ determinacão do estriol urinário e controlê.
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dos batimentos cardíacos fetais. Excetua-se desses casos,_aquelas pa
cientes com diabetes gestacional que tiveram um natimorto anterior
ou que sofreram hipertensão induzida pela_gravidez, casos em que o
risco de morte intra-uterina é maior, devendo o programa de vigilan;
cia fetal ser iniciado na 34ë semana. Segundo Vaissman et al.,7 da
incidência de toxemia em gestantes diabéticas é 25% maior do que em'
' ~
gestantes nao diabéticas nl» - >
_ g) morbioace e mortalidade perinatal:O controle precá~_
rio do diabetes durante o primeiro trimestre da gestacão frequente~
1 Iv
mente está relacionado com a_ocorrênçia de mal formaçoes congênitas.
Ibrtanto, uma paciente diabética insulino-dependente estaria pratica
no
'mente protegida do aparecimento dessas complicacoes se fosse estabe-
lecido um ótimo controle desde a concepção até completar a l2e sema-
_
N5.
_ V. ,__ ^na de gestaÇao.~ Segundo Alger et al.,5_essas malformaçoes congeni-
tas também podem ser causas de morte perinatal, e a frequência global
destas, letais ou não, é maior nos filhos de mãe diabética do que na
população geral. As mal formações mais frequentes são as cardíacas e
_ .
I _ .
os defeitos neurológicos, sendo a agenesia sacra a mais especifica e
a comunicação intertentricular a mais frequente. A macrossomia (peso
acima de.4 Kg) incide mais naquelas pacientes com diabetes de curta
duração e até mesmo pré-diabetes, sendo que nas portadoras de diabe¬
tes de longa duração, com vasculopatias; é mais comum o nascimento ~
de fetos pequenos.5'7 A incidência de abortamentos espontâneos' tem
diabéticas é semelhante ml
.O C- ela encontrada na populacao não diabética
Entretanto,com a duração do diabetes elo aparecimento de complica-
nr
~
çoes vasculares, aumenta esta incidência.7 Para Alger et a1.,5 as
mal formaçoes congênitas e a-SDR constituem as causas de maior morta
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lidade em nasci os vivos de maes oiabeticas. Citam que alguns estu~
dos sugerem que a prematuridade e'a operação cesareana são os
pais fatores responsáveis.pela maior frequência de
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35
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e, que maisrecentemente, estudos ^ evidenciado a persistência do problema mei
mo em produtos a termo e partos eutdcicos. Além dos fatores LJ. c_¡` II! 6321-
cionados, outros aumentam a morbidade neonatal dos filhos de mães
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diabeticas, como a hipoglicemia, hipocalcemia, policitémia.vera, S@~
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psis e hiperbilirrubinemia nao congugada. 'Q -V ~'
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De acordo com White (1955), citado por Vaissman,7 as causas de
morte fetal intra~uterina seriam divididas em: maternas, a cetoacido
._ . _ _...-¬.:. __.. .___. ._ ._ __ _ . _ ___ _ ___ ___ __ ,__ ,_ __ _^ _
se e as angiopatias; fetais, as anomalias congenitas É a fragilidade
do feto macrossomico; e, placentarias, as-lesões vasculares (QUALRO'
II). '- '
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QUADRO II: Causas de morte fetal intra-uterina,segundo White '
~ _‹195õ)7 ^ i _ A ~e f . 1 uni* ' "Í CAUSAS _ " PATOLOGIAS Maternas ~ ' Cetoacidose e angiopatias '_ '- › , _ .
Fetais 'Anomalias congênitas e fragilidade. l
_ do feto macrossômico ~ ' vv ' Lesoes vasculares' Í - Placentarias f 1 ¡ Í_ '_ V
A taxa de mortalidade perinatal em gestantes diabéticas é uma.
das mais elevadas em patologia obstétrica. Segundo Roversi et al.,;§_
esta taxazpoderia ser ainda mais elevada se o abortamento terapêuti-É
co não fosse realizado naquelas-pacientes mais seriamente comprometi
âas._ A _ = .' _ ` A ' - __ . '_=~., r
rh) Tratamento propriamente ditoà A
¡_--_ q __j
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ifAté'aqui_mencionamos algumas normas que devem ser observa-
das no manuseio da gaciente diabética, à respeito das quais' existe
um consenso mais ou menos formado. À seguir, abordaremos o.tratamento
propriamente dito, assunto sobre o qual_exiete divergência entre_ os
autores, no que toca a: _
` A _ _ - ` ' - “ _ ' ` '
h.l
4
Dietoterapia: A_dieta é essencial para assegurar ofcontrole do diabetes. Durante o seu manejo deveése evitar a restri-
ção calórica, assim como o aumento excessivo de peso. Dessa forma
previne-se tanto a cetoacidose do jejum consequente a uma excessiva
restricão calórica, como a cetoacidose do descontrole metabólico, pro
duzido pelo excesso de calorias.5 A dieta deve ser calculada pelo me
'Í
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dico assistente ou nutricionista, e à paciente deve ser permitida a
escolha do seu "primeiro cardápio", sem restrição qualitativa '
ou
..______. _ -l.. _ .____ _ _ ..‹-.__.___ ~ __ __ ___ __ _. .¬ ___ .i_ .__ ___.. _. .__¡ .__ .___ ._______._ _.._ _‹_. ...__ -
quantitativa, desde que ela nao altere o valor calorico total nem a
relação entre os nutrientes. A escolha pela paciente é muito importmg
te, porque de certa forma ela é envolvida na responsabilidade do esta
belecimento da dieta, e assim_se.consegue um menor grau de resistên+
cia._Eventualmente podem ser efetuadas modificações nos tipos de ali
mentos 1 desde ue sejam observada as mesmas exi gências da , escolha 1-
nicial da di§t3.l6 p@_ i
_fl4 ¬w.wW«f«;~»~~w-z¬-»«~¡ .
`A dieta deve conter de 30 a 35 Cal/Kg.de peso ideal por dia, de
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vendo o total ficar em torno de 1.800 a 2.lOOÍCaÍÍdiaÇ Este conteudo
calórico pode ser alterado em funcão da idade gestacional, da ativi-
dade física desempenhada e de possíveis descompensacões. O teor de
carboidratos deve estar em torno de 45 a 55% (aproximadamente 200g)§
20 a 30% de proteinas, o que equivale a mais ou menos 2g/Kg de peso
ideal por dia; e, o restanteiiconstituído por gorduras, de preferên-
. _ . . ` ¬ 1 _ '-8 ¬.. - . Iv '- ` ¬ 1
cia poli-insaturaoas. '3'5 -neve-se-fazer ingestao adequada de cal
_ . ' ~ _ ._ . l ‹ _ ` _
cio, ferro, e suplementaçao de vitaminas. '5?7 0 teor-de carboidra-
tos terá que ser aumentado quando na vigência de cetoacidose do jeê.
_ _ _... ¬ cê _
jumaä .Se a gestante é obesa 9 nao devemos tentar _ V normalizar o seu pe
í
so durante a gestação, evitando desencadear_o catabolismo enddgeno
com aumento dos corpos cet5niccs.5 Segundo-asprecomendaçães do Comi
tê de Nutrição Maternal do Conselho de Investigação Nacional`America
no (1978), durante toda a gestação a paciente deverá ter um-aumento»
de peso Que oscila em torno de 10 a 12 Kã-3?5- t. _*
A AHÍÍ * . _ . ~ n _/ _ _ _ › -_.
, , _ h.2 - Controle_medicamentoso:_ Os hipoglicemiantes oraisv
não devem ser empregados durante a gestação. Essas drogas ultrapas~
-
' « _ ^
sam a barreira placentaria, podendo exercer efeito teratogenico so--
bre c feto; bem como causar óbito intra~uterino por hipoglicemia fe-
' › 4 . _ `¬ - V _ «V _ 6 `~
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- Segundo Gabbe, deve ser considerada a possibilidade de adminis
_ 4-
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tracao de insulina às pacientes portadoras de diabetes gestacional,
quando a glicemia de jejum for igual ou maior do que 105mg/dl e a
pós-prandial maior do que l20mg/dl, ?ropõe um esquema para terapëuf
tica insulínica, no qual usa uma mistura de insulina NPH:aSS0Ci35fl G
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1
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insulina regular, numa proporçao de 2:1, respectivamente, fracionada
em duas aplicações diárias, uma pela manhã e uma à noite. Na mesma
publicação está relatado que Jovanovic et al., objetivando reduzir a
ocorrência de hipoglicemia noturna, propuseram uma alteração ao esque .-
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anterior. Deixaram a tomada da manha igual, e apenas separaram a.segunda tomada, administrando a insulina regular antes do jantar e a
NIH na hora de ir dormir, mantendo as mesmas doses. Ao utilizar estes
dois esquemas, o programa dietético deve constar de 3 refeições mai-
ores e 3 menores nos intervalos das primeiras;. _
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Alger et al.,5 consideram que ao indicar a terapêutica insulíni
na, a dose deve ser ajustada em ambiente hospitalar (hospitalizacão
inicial ou subsequente), visando manter a glicemia pré-prandial abai
xo de llOmg/dl e a póseprandial abaixo-de l40mg/dl, Também recomendam
a preferência pelo uso de insulina de acao intermediária, fracionada
em duas tomadas, 2/3 pela manhã e l/3 a tarde. E, para os casos em
que haja necessidade, acréspimo de insulina de_ação rápida, adminis-
trada com os alimentos. Também chamam a atenção para o fato de que
durante a primeira metade da gravidez, os requerimentos_de insulinal
estão diminuidos, em virtude do consumo continuo de glicose pelo fe¬
nv
to_e pela reducao da ingesta de alimentos provocada pelas náuseas e
vômitos, comuns nessa época. Porém, na segunda metade da gravidez,
os requerimentos aumentam. _ i 'L --A '. _ ` ~ 8 y ` A ., \ I. A' _ ` v ` ' V V 'À
Pedersen, faz referencia a ocorrencia de um aumento da-tole-~
rância aos carboidratos por volta da 8ë.semana até a lOê, e uma di- .
minuição-aproximadamente entre a 24% e'a 30ë semana. Portanto o pref
natalista deve estar atento à tendência a descompensacão que tem `
o
metabolismo da gestante diabética nesses períodos..Assim sendo, deve
se proceder o reajustamento tanto da terapêutica insulinica como 'da
dietética, tendo como base_os valores da glicemia. ~
_
' '
iComo já vimos, a cetoacidose é»um distúrbio que requer pronta e
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correta intervencao, pois traz 9% ‹ ande risco ao feto. Como nao e so a
hiperglicemia que leva a esse distúrbio, mas também a deprivacão ali.
mentar, e cada um dos fatores desencadeantes requer um tratamento es
pecífico, faz-se necessária a sua diferenciação, Para isso deve-se ‹
.. . -
_ . ~_ y Í
dcsar a glicemia e verificar a presença de cetonuria. Se há cetonu-