T
HE
SE
APRESENTADA PARA
SER
SUSTENTADA
NA
FAfILDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA
EM
NOVEMBRO
DE
1872
POR
Ur
MANOEL
JOSE
DE
ARAUJO
NATURAL
DESTA PROVÍNCIAI^AIiA
OBTER
O
GXSATJ
DE
1
u
Qiícd poíui feci, faeiant meliora potentes.
I
f
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA
IMIRJECTOXi
VICE-DIRECTOR
O EXM. SR. CONSELHEIRO DR. VICENTE FERREIRA
DE MAGALHÃES.
LESTES PROPRIETÁRIOS.
OS SRS. DOUTORES 1.° S>Í1HO. MATEIAS QUE LECCIONAM Cons. Vicente Ferreira de Magalhães8
PT™
£
fí&
6 Parlicularmentecm SUiS^
) plicaçoes aMedicina. Francisco Rodrigues da Silva Chimica eMineralogia.
Baráo deltapoan Anatomiadescriptiva.
ílílilO.
Antonio de Cerqueira Pinto Cri .mica.orgânica.
Jerónimo Sodré Pereira Physiologia.
AntonioMariano do Romfim BotancaeZoologia.
Darão de Itapoan RepetiçãodeAnatomia descriptiva.
3.
°a
mio.
Cons. Elias José Pedroza Anatomiageral epaíhologica.
.losé de Góes Siqueira Pathologiageral.
Jerónimo SodréPereira Physiologia.
4.
°anuo.
Cons. ManoelLadisláoAranha Dantas Pathologia externa.
Demétrio CyriacoTourinho Pathologia interna.
Cons.Mathias Moreira Sampaio IPartos, moléstias de mulheres pejadas e de
me-1
) ninoslecemnascidos.
S5.° sua
no.
Demétrio Cyriaco Tourinho Continuação de Pathologiainterna.
Luiz Alvircs dos Sanctos Matériamedicae therapeutica,
José Antonio deFreitas } Anatomia lopographica, Medicina operatória e
) apparelnos.
<>.<> ;
mi
>.RozendoAprígioPereira Guimarães Pharmacia.
Salustiano Ferreira Souto Medicina legal.
DomingosRodrigues Seixas Hygiene,eHistoria da Medicina.
José Alfonso Paraizo de Moura Clinica externa do3.°e4.° anno. Antonio Januário de Faria Clinica interna do5.° e 6.°anno.
0PP0S1T0RES. Ignacio José da Cunha
Pedro Ribeiro d'Araujo.
José Ignaciode Barros Pimentel ) 5cccão Accessoria.
VirgilioClimacoDamazio
AugustoGonçalves Martins i
DomingosCarlosda Silva /
AntonioPacifico Peieira \ Secção Cirúrgica.
Alexandre AíTouso de Carvalho t
CaudemiroAugusto deMoraes C.iid s \
Ramiro Aflbnso Monteiro É
Egas MunizSodré d'Aragão \ Secção Medica.
\ J
O SR. DR. CINCINNATO PINTO
DA
SILVA.O
SR. DR. Tl-IOMAZ D'AQU1N0 GASPAR.SECÇÃO
MEDICA
THEORiA
DOS
RUÍDOS
DO
CORAÇÃO.
Des faits sans theories, cest de 1'empi-rism-1
; dos lheoriessans faits ce n'est pas
delaseience.
(Mèchelena.)
ANATOMIA
DESCRIPTIVA.
ÃO
podemos
nem
devemos
entrarna
apreciação das grandes'^P^^ípi
questões,que
se agilãono
campo
phisiologico, á respeito dos[Mt/pílh ruídos
do
coraçãosem
primeiramenteconhecermos
as condiçõesIJJápO
anatómicas,em
que
se achaeste órgão tão necessário á conserva
-wJK>
çãoda
vida, por ser o centrod'uma
dasmais
importantes funcçõesdo
organismo
—
a circulação.O
coração éum
órgãomuscular
deforma
cónica, tendo o vértice parabaixo
epara
fóra, situadona
cavidade thoracica,entre osdoispulmões, adianteda
columna
vertebral, para atraz do esterno, eacima do
diafragma.Às
suasrelações
com
as partes visinhas são de grande importância,mas
antes dedes-crevei as
cumpre-nos
considerarque
ocoraçãoédivididoem
quatro cavidades,duas
superiores eduas
inferiores,ou
entãoduas
a direita eduas
a esquerda;e, se rigoroza
mente
nossubordinarmos
a direcçãodo
órgão,veremos
que
uma
das cavidades é suparior, outra inferior,
uma
direita e outra esquerda;mas
emíim
sujeitemo-nos a primeira divisão por ser amais
adoptada.Às duas
As
aurículas, eos ventrículosnão
revestem amesma
disposiçãoem
suas re-lações;porquanto
aquellas estãoem
relaçãoparadiantecom
opulmão
esquer-do, as artériasaorta e
pulmonar,
eo esterno; para atrazcom
o diafragma, aveia cava inferior, e a grande veia coronária
ou
cardíaca; para esquerdacom
opulmão
esquerdo; para direitacom
o diafragma; paracima
com
a bifurcaçãoda
trachéa artéria,aveiacavasuperiore asquatroveiaspulmonares; para baixocom
os ventrículos: estesachão-seem
relação para diantecom
o esterno atéa
metade
superiordo
appendice xiphoide, poisque
ametade
inferiorcorresponde ao fígado,com
as quarta e quinta cartilagens cortaes esquerdas, os vazos car-díacos anteriores e opulmão
esquerdo,que
recolhe-seem sua face interni parareceber ocoração; paraatraz
com
o diafragma,aonde
sedeitão, por assim dizer, tan!o a face posteriorcomo
o bordo direito,com
a aorta e. o esophago,que
osseparão
da
columna
vertebral, a veia cava inferior, e os vazos coronáriosou
cardiícos posteriores; para esquerda
com
opulmão
esquerdo; para direitacom
o diafragma; para cima, baze do coração,
com
as aurículas, e as artérias aortae
pulmonar;
para baixo, pontado
coração,com
as quarta e quinta coslellasesquerdas.
Entretanto todas estas relações são indirectas, visto
como
o coração éen-volvido, por todos os lados,
d'uma
membrana
sorozadenominada
pericárdio»que
só o deixa directamenteem
contactocom
os vazos,que
d'elleemergem, ou
que
para elle convergem, ecom
o diafragma; pois superiormente estamem.
brana
continua-secom
a túnica externa dosvazos, e inferiormenteconfunde
assuas fibras
com
asdo
centro phrenicodo
diafragma.Conhecidas poisestas relações
do
coração, facilmentededuziremos
asua
direcção,
que
é decima
para baixo, de delraz para diante eda
direita paraes-querda.
O
volume do
coração varia muito,não
só relativamente ás idades, porquanto
com
a diminuição dosannos
coincide omenor volume
do
órgão,mas
ainda nos individuos
da
mesma
idade e de sexo idêntico; poiscomo
dizCru-veilhier
não ha
órgãoque
variemais
devolume
do
que
este.Laennec
ocomparou
aodo
punho
no
adulto,mas
esta avaliaçãonem
sem-pre é certa,sobretudo, nos individuos,
que
se entregãoaos trabalhos agrestes,como
aquellesque manejão
aenxada
noscampos,
nosquaesse dá
uma
par-licipe d'tlla. Bouillaud, levado por eslas c outras considerações, procuro ',
nhecer as
dimensões do
órgãono
adulto, e obteve os resultados seguintes:Circumsferencia
na
base dos ventriculos—
0,c26.fpniComprimento
da
base ao vértice—
0, 10.centLargura do
bordo direito ao esquerdo—
0,11.""'Espessura
da
face anterior á posterior—
0,05.centO
pesodo
coraçãotambém
varia, pois o peso de qualquer órgãoestá nnrazão directa de seo volume. Bouillaud o avalia
termo
médio
em
250
a 2Sisgrammas.
Cruveilhierem
250
a 300, variandomuito
especialmente nos cazos iinormaes; assim Cruveilhier observouum
coração alrophiado,que
pesavaGO
grammas,
bem
como
um
hipertropbiadoque
dava660 grammas.
Depois de termos descriplo as relações, direcção,
volume
e pesodo
cora-ção,
julgamos
conveniente entrarna
apreciação das disposições externa ein-terna das auriculase ventrículos
Disposição
exterior
das
aurículas
As
auriculas, cuja reuniãoconstituia a porção venoza do coração para os antigos, apresentão de notável o seguinte ;em
sua foce anterior as artériasaorta e
pulmon
ir,que
as encobrem;em
sua face posteriorum
canalcorres-pondente ao septo inter-auricular,
que
continua-seinferiormentecom
ointer-uulricular posterior, e superiormente dirige-se para esquerda, descrevendo
uma
curva de concavidade direita; ficandoasua direita oorifícioda
veia cavainferior, e para baixoo da grande veia coronária;
em
sua face superiorencon-tra-se o canal inter-auricular superior,
que
continua-secom
o posterior, e adireita
do
qual vê-se o orifícioda
veia cava superior, e a esquerda os daspul-monares; a face inferior está
intimamente
unida aos ventriculcs.Às
extremidades das auriculasou
os appendices auriculares,cujaforma
direi-6
íoe anteriore o outro esquerdo e posterior.
O
direito é triangulailargoecur-to, abraça a artéria aorta, e continua se
com
a aurícula direita;o
esquerdo éestreito, longoe
tem
aforma
d'um
S, abraçaaartériapulmonar
enão
secon-tinua
com
a auricula esquerda, dequem
está separado porum
eólio circular.DispGsifâo
exterior
dos
vciiíriciilosOs
venlriculos cuja reunião constituía a porção arterialdo
coração paraos antigos, apresentão de notável
em
sua face anteriorum
canalcorrespon-dente aosepto inter-ventricular, e
que
partindoda
baze terminana
pontado
órgão . foi
denominado
canal inter-ventricular anterior, econtem
os vazoscardíacos anteriores e tecido adiposo : a
sua
direcção é para baixo, para es-querda
e para diante, parallelamenle aoeixodo
corpo, demaneira
a dividir os dois venlriculosdesigualmente, tornando a face anteriordo
ventriculodi-reito
mais
saliente.Em
sua face posterior os ventrículos são percorridospor
dois canaes:
um
é o inter-ventricular posterior, que,como
o anterior,corres-ponde
ao septo, e partindo da baze terminana
ponta,porém
demaneira
a di-vidiro coração parallelamenle ao seo eixoem
duas
partes iguaes. Esse canalcontem
os vazos cardíacos posteriores e tecido adiposo: o outro é o auriculo-ventricular,que
só é visivelna
face posterior pela ausência das aurículasna
anterior.
O
bordo direito estáem
relaçãocom
o diafragma, e oesquerdo
com
o
pulmão
esquerdo.A
face superior dos ventrículos,ou
bazedo
coração, éobliqua para baixo e para atraz, explicando assim o
maior
comprimento
daface anterior
do
coração sobre a posterior. E' divididaem
trez partes,uma
anterioronde
nasce a artériapulmonar,
eque forma
o infundibulum,porque
a porção ventricular,
que
lhedá
nascimento,proemina
a direitado
canalan-terior, e estreita-se para esquerda; a
segunda ou media dá origem
a aorta; e a7
profundo e recebe osinter-ventriculares.
À
pontado
coraçãoou
dosventrícu-los apresenta a união anastomotica dos canaes inter-ventriculares.
Disposição
interna
das
aurículas
Se dirigirmos as vistas para as cavidades
do
coraçãoveremos
que
elle éforrado internamente por
uma
membrana
soroza,que
cóbre todas as saliências,que
existemem
sua superfície interna,bem
como
forra todas as depressões.Esta
membrana
denominada
endocardio, é considerada pela maioria dos his-tologislascomo
uma
modificação da túnica interna dos vazos, demaneira
que,debaixo d'este ponto de vista, renovando as idéas antigas,
podiamos
conside-rai os ventrículos
como
grossos troncos arteriaes compostoscomo
todos osou-tros de trez túnicas:
uma
externaou
soroza,que
é o pericárdio;uma
media
ou
muscular,que
é a paredemuscular
dos ventrículos; euma
interna,que
devendo
ser celluloza, é soroza, estandoisso de accordocom
a theoriahistoló-gica
acima
citada ; e as aurículascomo
grossos troncos venozos,em
que
asfolhas parietal e soroza
do
pericárdio representassem asduas
primeirastúni-cas das veias, a parede
muscular
das aurículas a terceira, e o endocardio aquarta.
Mas
deixemos
de parte esla disposição do endocardio, e entremosno
estudo das cavidades auriculares.
As
aurículas esíão collocadasuma
para direita e para diante, e a outrapara esquerdae para atraz. Elias são separadas por
um
tabiquemusculo-so-rozo
chamado
inter-auricular,que
sendo completono
adulto, éno
fétoatra-vessado
na
parte postero-inferior porum
orifíciochamado
buracodeBotai,porser o seo descobridor
em
1562, pelo qual secommunicão
os sangues venozo earterial;
porém
no
terceiromez
da vida intra-uterina principia adesenvolver-se
uma
espécie de válvula,que
o obturacompletamente
depoisdo
nascimento,e a depressão
que
d'ahi resultachama-se
fossa oval,que
é cercada porum
s
lie adulto
uma
pequena
aberturaque
em
nada
altera as funcções car-díacas.Alguns authores consideráõ a fossa oval
como
fazendo parteda
veia cavainferior,
porque
um
dos extremosda
válvula de Eustacchi ahi se insere;ou-tros
suppoem
que
a válvula serve antes para prolongar aveiado
íéto até o bu-raco de Botai,
do que
para obturai-adurante
as systoles auricularesAlém
da
existênciado
septo inter-auricular, a aurícula direita,que
apre-sentasse
com
aforma
d'um
segmento
de ovóide irregular, é atravessada porquatro orifícios: o orifício
da
veia cava superior circular,sem
válvula apresentando 18
mm
a27
mm de diâmetro, eque
está situadona
parte superiorda
aurícula adireita
do
canal inter-auricular superior; o orifícioda
veia cavain-ferior circular
com
27
mm a38
m,n de diâmetro,munido
d'uma
válvulasemi-lu-nar,
chamada
de Eustacchi, cujo bordo livre está paracima
obturando
incom-pletamente o orifício; o orifício
da
grande veia coronária, pequeno,munido
d'uma
válvula semi-lunarchamada
de Thebcsius, cujo bordo superiorconti-nua-se
com
o bordoinferiorda
válvula de Eustacchi, situando-se (este orifício)na
parte inferiorda
face posteriorda
aurícula a direitado
septo: e o orifícioauriculo-ventricular,
que
acommunica
com
o ventrículo correspondente, óelliplico, aprezentandoseo
maior
diâmetrouma
direcção quasiantero-poste-rior
do
bordo direitodo
coração ao bordo direitoda
aorta.A
aurícula esquerda,que tem
uma
fórma
cuboide, ó atravessada porcincoorifícios,
que
são: o auriculo-ventricularmenor
que
o direito, cujomaior
diâ-metro
diríge-se transversalmente; eosorifíciosdas quatroveiaspulmonares
des-providos de válvulas ecom
14
8,m a15
,nm de diâmetro.As
duas
aurículasnão
tem
amesma
capacidade, e diversas cauzas, sobretudo pathologicas,
podem
augmentar
consideravelmente o seuvolume.
Assim
Cruveilhier cita o cazo
d'um
aneurysma do
coração esquerdo,em
que
aaurí-cula esquerda era tão desenvolvida,
que
faziasuppôr
a ausência congénitado
septo inter-auricular; mas, depois
d'um exame
minuciozo, descubrio-se aau-rícula direitaconsideravelmente
diminuída
e impellida para diante peloDisposição
interna
dos
venlriculos
Os
venlriculos,como
as aurículas, sãoseparados porum
tabiquemusculo
sorozo,
que
foidenominado
inter-ventricular. Este septo quasisempre
é com-pleto, entretanto Littré eRobin dizem
ler observado,durante as tres primeirassemanas,
uma
abertura,que
se tornava tantomaior,quanto
seexaminava mais
proximamente da
concepção.Senos
remontarmos
a direcçãodo
coração e dos canaesinter-ventriculares anterior e posterior facilmentededuziremos
a direcçãodo
septo,que
é decima
para baixo, de detraz para diante e da esquerda para direita, de
maneira
a di-vidir os dois venlriculosdesigualmente,dando
ao direito aforma
triangular etornando o esquerdo cylindrico.
A
superfície interna dos venlriculos apresentaem
sua estructurasuperfi-cial
numerozas columnas
carnozas,que foram
denominadas
pelos antigosmús-culos
do
coração, sendo divididasem
columnas
deprimeira,segunda
e terceiraordem. As
de primeiraordem
tem
uma
extremidade adherente, o corpo livro,e a outra extremidade vae-se prender, por
meio
depequenos
tendões,no bordo
livre das válvulas auriculo-ventriculares, afim de impedir o seu reviramento para as auriculas durante as systoles ventriculares. Elias são
em
numero
deduas
para o ventriculo esquerdo, e estão collocadasuma
a direita, e outra aesquerda
do
orifício:no
ventriculo direitoestão esparsasem
numero
de cincoa oito. Estas
columnas
quasisempre
prendem
a sua extremidade adherente áponta
do
coração, demaneira
que, por esse simples facto, se poderia talvezex-plicar a cauza
do choque
precordial.As
desegunda
ordem
tem
o corpo livre eas extremidades adherentes; e as de terceira são
completamente
adherenles.Os
ventriculos apresentão ainda de notável quatro orifícios: dois paca ôdireito,
que
são o auriculo-ventricular e opulmonar,
e dois para o esquerdoque
são o auriculo-ventricular e o aórtico.Os
orifícios auriculo-ventriculares, cujadescripcãojá fizemos, sãomunidos
10
deválvulas:odireito
da
válvulatricúspide,eo esquerdoda
mitral,que
émuito
mais
forte, oque
estáem
proporçãocom
amaior
força de contracçãodo
ven-triculo.
Estasválvulasapresenlão
um
bordolivre,aonde
existemdentes, que,sendo
em
numero
de dois para a mitral e por isso aindachamada
bicúspide, eem
numero
de tres para a triglochina e porisso aindachamada
tricúspide,rece-bem
ospequenos
tendõesda
extremidadelivredascolumnas
de primeiraordem;
um
bordo adherenle, prendendo-seem
um
annél fibrozo,que
contorna osori-fíciosauriculo-ventriculares,
dá
inserção anumerozas columnas
cardiacas,bem
como
recebepequenos
tendões;uma
face liza,que
corresponde as auriculas(d'onde o
nome
de auricular), euma
faceventricular,na
qual se apresenta oaspecto areolar resultante das expansões dos
pequenos
tendões,que
chegão dascalumnas
de primeiraordem.
Os
venlriculos ainda apresentão dois orifieios, o aórtico e opulmonar.
O
orifício aórtico, deforma
circular, está situado transversalmentena
parte anterior edireita da basedo
venlriculo esquerdo, e offerece grande resistência.O
orifíciopulmonar,
também
circular, estásituadona
parteanterior ees-querda
da basedo
ventrículo direito, adiantedo
aórtico, pertodo
seubordo
esquerdo, apresentando
uma
direcção transversal decima
para baixo eda
direitapara esquerda. Esteorifício,
alem
de tersuasédeem
um
ponto superiora dos outros,
que
é de 0,01cents3gundo
Fort, está separadodo
auriculo-venlri-cular, direito
não
sóporum
feixe muscular,que tem 0,015
mm
—
de espessura, eque
foichamado
porParchappc
appendice conoidal,mas
ainda
pelaorigem
da
aorta.Estesorifíciossãoprovidos detrezválvulas
semi
lunares,chamados
sigmoi-des,
que foram comparadas
á Irespequenos
ninhos pelas disposiçãoconcava
de suas faces arteriaes. Estas válvulas apresentão
uma
face ventricular,uma
arterial,
que
reveste a disposição concava,um
bordo adherenle,também
con-cavo, presoao annel fibroso
que
contorna o orifício, eum
bordo livre,que
apresenta
em
sua partemedia
um
tubérculochamado
de Arantius,segundo
uns, e de Morgagni, segundos outros, e
que
serve para obturarcompletamente
o espaço triangular deixado pelo bordolivre d'estas válvulas,
quando
se tocãoduranteas diástoles ventriculares.
in-lí
lema
do coração, são forradas poruma
membrana
sorozachamada
endocar-dio
que
apresenta disposições importantíssimas.Assim
o endocardio direito,que
só secommunica com
o esquerdo durantea existênciado
buraco de Bólal, descrevealgumas
dobras nos orifícios das veias cava inferior e coronária, paraformação
das válvulas de Euslacchi e Thebesius d'ahi partindo forra aaurícu-la;
chegando
ao oriíicio auriculo-ventricularforma
uma
dóbra, entre as folhasda qual vae-se manifestando a expansão
da
zona fibroza,que
contorna oori-íicio, e assim formando-se a válvula tricúspide;
chegando
aoventrículo cóbrea sua superficiiinterna totalmente, excepto
no
ponto correspondente ao orifí-cio arterial,em
que dá
trezpequenas
dobras, que, auxiliadas pela expansãoda zona fibroza
que
contorna o orifício, constituem as válvulas sigmoides;de-pois conlinua-se
com
a face interna da artériapulmonar.
A
mesma
disposição reveste o endocardio esquerdo,que
apenas sedistin-gue por
não
formarválvulas nos orifíciosvenozos.l)'essa importante disposição vê-se
que
asválvulas auriculo-ventricularese sigmoides são fibro-sorozas; e as de Euslacchi e Thebesius
simplesmente
so-rozas.
Agora passemos ao estudo dos vazos e nervos,
que
existem n'esse órgão..Artérias.
—
A
artériapulmonar
nascena
parte amais
anteriorda
bazedo
ventrículo direitoem
um
ponto superior ao nascimento de todas as outrasartérias,
que
é de 0,01 Cent"segundo
Fort, dirige- se paracima
e paraesquer-da, cruza a parte anterior da aorta circulando-a, e depois
d'um
trajecto de0,04c,>llt
-a0,05font-, divide-se
em
pulmonar
direita e esquerda,que
vão teraos
pulmões
direito e esquerdo:em
sua bifurcação encontra-seum
canalobli-terado,
que
vae terminarna
crossada
aorta, eque
é o vestígiodo
canal arte-rialdo
féto.A
aorta nascena
basedo
ventrículo esquerdo, adiante das aurículas, aesquerda da origem
da pulmonar;
dirige se para cima, para diante e paradi-reita, constituindo a sua porção ascendente; e, depois
d'um
trajecto de 0,03 a 0,05 oant,I—
leva-separaatrazepara
esquerda, descrevendouma
cur-vaaté a foce esquerda
do
corpoda
ierceira vértebradorsal,onde
termina asua
crossa;
porque
d'ahi partindo ella costêa o lado esquerdodo
corpo dasvérte-bras dorsaes até a seplima
ou
oitava,onde
termina a sua porção thoracica.vertebral, vaeaté o espaço
que
separa a quartada
quinta vértebras lombares,aonde
termina, trifurcando-seem
ilíacas primitivas direita e esquerda e sacramedia.
A
aorta á 0,01 cent-acima
de sua origem dá nascimento a dois
pequenos
vazos, que, por se distribuírem nas paredes
do
coração enascerem
um
paradireita e outro para esquerda, são
chamados
artérias coronáriasou
cardiacasdireita eesquerda.
A
direitaou
aindachamada
posterior, logo depois de sua emergência,dá
origem a
um
pequeno
vazo,que
vae-se distribuir nas paredesda
artériapul-monar,
anastomozando-secom
um
ramo
semelhante procedenteda
esquerda,e depois,
chegando
a face posteriordo
coração, desce pelo canal inter-venlri-cular,dá numerozos
ramos
ássuas paredes atéa pontaem
que
anastomoza-secom
a esquerda.A
esquerdaou
anterior, logoem
seunascimento,dá origem
aduas peque
-nas artérias; a artéria gorduroza de Vieussens,
que
vae ter as paredesda
arté-ria
pulmonar
anastomozando-secom
uma
correspondente, fornecida pelacoro-nária direita, e a artéria auriculo ventricular,
que
dirige-se para o canalauri-culo-ventricular esquerdo, afim de anastomozar-se
na
face posteriordo
coraçãocom
ramos da
coronária posterior. Depois de dar origem a estesdoisramos
elladesce pelocanal inter-ventriculare anterior,fornece
ramos
asparedesdo
coraçãoe
dá
uma
pequena
artéria,que
distrihue-seno
septo inter-ventricular, e porisso
chamada
artériado
septo;chegando
na
pontado
coração lermina-se,anãs-tomozando-se
com
ádo
lado opposto.Veias.—
A
veia cava superior terminana
face superiorda
auricula di-reita, a direitado
canal inter-auricular.A
cava inferiorvaedesembocar na
face posteriorda
auriculadireita, a di-reitado
canal inter-auricular,e para terminarn'estepontotoma
uma
direcção horisontal, demaneira
a formarum
angulo rectocom
asua porção ascendenteque
é vertical.A
grandeveiacoronáriatambém
terminana
face posteriorda
auriculadi-reita,
porem
um
pouco mais
para baixo epara fórada
precedente.As
pulmonares,que
sãoem
numero
de quatro eraramente
cinco,termi-não na
face superiorda
auricula esquerda;duas
a esquerdado
canal inter-au-ricular superior, eduas mais
para fóra.13
Às veias de Galeno são
ramúsculos
delicados, que, partindo da parte su-periorda
faceanteriordo
ventrículo direito, vão terminarna
parte inferiorda
faceanteriorda
aurícula correspondente.jVervos.—
Os
nervos,que
presidem as funcções cardíacas, sãoda
vidade relação,
ou
da
vida orgânica.Os
da
vida de relação são fornecidos pelopneumogastrico,
que
em
sua porçãocervicalcomo
thoracica, offerecenumero-zosramos, osquaes, sendo
em
numero
de dois para a porçãothoracica eanas-tomozando-se, dirigem-se paraos grossos vazos
em
procura dos fornecidos pelosganglios cervicaes superior,
médio
e inferior, (pertencentes ao grandesimpathi-co) para assimconstituir o plexo cardiaco; de
maneira
que
esteplexo 6consti-Iuido
não
só por nervosda
vida de relaçãocom
eopneumogastrico,mas
ainda«la vida orgânica
como
é o grande simpathico. Este plexotem
sua séde abaixodacrossa
da
aorta, atraz da artériapulmonar
direita, adiantedo
canal arterialdo
félo eda
bifurcaçãoda
Irachéa-arteria, e d'ahipartem numerozos
ramos,que
se distribuem,uns na
face anterior da aorta ascendente, outros nas facesposteriorda aorta e anterior
da
arleriapulmonar,
e os terceiros nas facespos-terior
da
arleriapulmonar
e anteriordas auriculas: depois dirigem-se para abase dos ventriculos,
onde
circulando as artérias coronáriasformão
os plexos cardíacos direito e esquerdo. Estesnervos distribuem-se,como
as artériasque
lies
acompanhão
nas paredesdo
coração.O
Dr. See admilte aindano
tecidodo
coração trez ganglios nervozos:um,
cuja descuberta deve-se a
Remak,
tem
sua sédena embocadura da
veia cavainferior; outro ao nivel
da
válvula auriculo-ventricular esquerda, indicado porBidder; e o terceiro localisa-se
na
parededa
aurícula esquerda. Deve-se a suaDISSERTA
Ç
AO.
X
Depois de lermos descripto a parle anatómica
do
coração,julgamo-nos
com
mais
coragem
ao peneirar o limiar das portasque
abrem
esse grandetemplo,
aonde
estão desenhadasnumerosas
theorias criadas e destruídas peloraciocínio, e
que
não achâomais
échona
cardio-physiologia.O
pontoque
escolhemos é extenso c aomesmo
tempo
importantíssimo;extenso pelas
innumeras
theorias,que
lem-se apresentadona
sciencia, epe-las mutilações
que teem
soíTrido: importantíssimonão
só pelo ladopatholo-gico,
mas
ainda lherapeutico; vistocomo
a cardio-pathologia e a cardio-the-rapeuticatem
attrahido a altenção de todos os médicos pela importância deque
se revestem a natureza e o tratamentod'estas moléstias.O
ponto,como
está formulado, implica o desenvolvimento de todas astheorias,
que
tem-se apresentadona
sciencia,com
o grandioso fimdo
descu-brimento
d'essephenomeno,
que
pormuito tempo
foi consideradoum
misté-rio,
um
verdadeiro segredoda
natureza. Descrever todasestas theoriaseana-lisal-as fora
um
trabalho tãoinsanoquanto
extenso: fora a transformaçãodesta theseem
um
longo tratado, oque não
édo
nosso dever emuito
menos
nos-16
30 obscuro trabalho
do
desenvolvimento d'aquellas theorias,que tem
mereci-do
mais
acceitação dos eminentes phisiologistas,que
setem oceupado
espe-cialmente d'este assumpto, aíim de destruidas,
rendermos
a coroa deglorias aaquella
que mais
sectáriostem
adquirido, eque melhor
explica a pathogenia de toda a cardio-patlioloiíin.Sendo
esse, pois, o nosso fim invadiremossem
grande terror o arraialda
phisiologia,
aGm
decumprirmos
o deverque
nosimpõe
a lei.Sempre que
auscultamos a região precordial d'um
individuo,em
seues-tadonormal, observamos
um
phenomeno
curiozo,que
se revela pelaprodu-cção de
dous
rnidos successivos, deixando apenas entre sipequenos
interval-los para sua distinecão.
Um
d'esles ruídos produz-seno
primeirotempo
da
revoluçãocardíaca, sendo synchrono
com
certosphenomenos, que
se passãon'esse tempo,
como
as diástoles auricular e arterial, a systole ventricular, omovimento
de torsão do órgão, oabaixamento do
mesmo
e ochoque
precor-dial, porém, precedendo ura outro
phenomeno
que
se passa n'esse tempo,constituindo o primeiro silencio
do
coraçãoou
aindachamado
pequeno,
em
razão deser
menos
longodo que
o outro.O
segundo ruido produz-seno segundo tempo da
revolução cardíaca,aonde
sepassãoalgunsphenomenos
inteiramente oppostos aos jácitados,como
são: a diástole ventricular, a systole arterial e finalmente a voltado
coraçãopara suaposição natural.
O
terceirotempo
éreservado paraosegundo ou
gran-de silencio
do
coração.Assim, se
com
a atíenção,que
merecem
todas as observações, escular-seo coração
d'um
individuo, o observador perceberá seguida e distinctamente oprimeiro ruido, depois o
pequeno
silencio, o seguiulo ruido e finalmente ogrande silencio.
Se ainda o observador continuar a lazer suas pesquisas verificará as
dií-íerenças,
que
existem, entre os duus ruídos,não
só debaixodo
ponto de vistade sua sonoridade e
máximo
de intensidade,mas
ainda de seu timbre edura-ção: é assim
que
o 1.* ruido é surdo, profundo emais
longodo
que
o outro,que
éclaro, superficial ebreve: éassimque
o l.o ruído émais
apreciávelno
quinto espaço intercostal para baixo e para fora
do
mamelão
esquerdo, e asvezes á 0,02 cent'
ou 0,03
rcn1,17
<ío passo
que
osegundo
éno
terceiro espaço intercostalperíodo
bordoesquer-do esquer-do
esterno.Além
destas variações os ruídos são susceptíveis de outras muitas,não
sórelativamente as idades, sexos, estados de repouso e agitação,
mas
aindaquanto
as idiosincrasias, a posiçãoem
que
se acha o individuo emais
espe-cialmente aos casos mórbidos.
Relativamente as idades observa-se as grandes differenças,
que
existementre o coração
do
adulto,que dá
em
media
normal 60
a80
pancadas
porminuto,
eo
coraçãodo
menino
que dá 120
a 130,ou
então o coraçãodo
ve-lho
em
que não
só os ruidosdiminuem
denumero,
mas
ainda varião detim-bre tornando-se
mais
surdos.Pelo
que
diz respeito ao sexo observa-setambém
as differenças,que
exis-tem,
quanto
aonumero
dos ruidosna
mulher
e nohomem.
O
estado de repousoe o de agitação influemmuito
diversamentena
fre-quência d'esses ruidos: é assim que, durante o repouso, os ruidos lornam-stí
apreciáveis ao ponto de produzirem-sesessenta a oitenta vezes por
minuto
nosadultos, ao passo
que
o estado de agitaçãoaugmenta
consideravelmente o seunumero,
por tornarmuito
frequentes osmovimentos do
coração.As
idiosincrasias influempoderozamente
no
desenvolvimento d'estasdif-ferenças
como
aconteceem
certos indivíduos,em
que
o coração offereceuma
certa irregularidade,sem
que
as suas funcções sejãomodificadas;ou
entãoem
outros, que, apesar de attingirem a idade adulta, apresentão as
pancadas do
coração e conseguintementeos ruidos
muito
retardados,chegando
apenas a30
ou
iO por minuto.Os
cazosmórbidos
são ascauzasmais
poderozas das modificações dosruí-dos
não
sóem
seo caracter próprio,mas
aindaem
sua frequência;quanto
aocaracter
observamos
as lesõesorgânicas transformando-osem
sopros; equanto
a frequência
observamos
certas moléstiasdo
coração, especialmente nervozas,elevar as suas
pancadas
eos seos ruidos aum
numero
considerável.Outras muitas cauzas
quer
phisiologicasquer
pathologicaspodem
darlu-gar ao desenvolvimento de
innumeras
distinceões nos ruidos.Como
podemos
explicar a natureza intim? cTestesruidos?Seráalgum
mis-tério da natureza?
A
observação e a experiêncianão
serão capazes de resolvereste problema,
que
tantas discussõestem
levantadono
seio dasAcademias
pelaimportância
que
merece? Foi realmente a questãoque mais
attrahio aatlen-ção de lodos os phisiologistas, e se a phisiologia
moderna
desconhecesse ainda omecanismo,
pelo qual seproduzem
estes ruidos, por certoque
a pathologíanão
gozaria hoje das luzesque
possueno
diagnostico, prognostico, tratamentoe natureza de grande
numero
de moléstias.A
resolução d'esla questão presuppõe necessariamenteconhecimentos
cer-tos e seguros dosmovimentos do
coração pela sua intima ligaçãocom
os ruidos.Já os phisiologistas antigos
em
seos tratados sobre o coração, apezar dedesconhecerem ainda a existência d'estes ruidos, procuravão
com
todas asfor-ças de
que
dispuuhão, resolver ques!ões tendentes aomecanismo
dinâmico do
coração: foi assim
que
llyppocrates, o venerável ancião deCós, oeminente
pa-triarchada
medicina, tendo apenas por guia a estrella brilhante de sua intel-ligencia, buscou elucidar esses factos pela importância deque
reconhecia serdotado o coração;
mas
ellenão
podia darum
passo certona
sciencia pelaigno-rância
que
então reinava noscampos
da medicina,porque
era justamente nostempos,
em
que
se considerava os ventrículoscomo
as origensda
vida, e asaurículas
como bombas
destinadas a aspiraro ar, dizendo-setambém
que
asauriculas e os ventrículos contrahião-se e dilatavâo-se alternadamente.
Depois de Hyppocrates aprezentarão-se
na
arena Praxagoras, Herophilo eErasistrato
como
representantesda
eschola de Alexandria : elles admittião assystoles e diástolescardiacas,
bem
como
as systolese diástoles arteriaes;porém
em
brevetempo
principiou a reinar grande divergência entre elles, dizendo19
e diástoles arleriaes, opinião
que
foi abraçada por grandenumero
deestudan-tes d'esta eschola;
mas
Erasislrato divergio desía doutrina para considerar assystoles e diástoles cardiacas precedendo as systolcs e diástoles arteriaes.
En-tretantoestas theorias erão baseadas
não
sóna
completa ignorânciada
ordem
de successão dos
movimentos do
órgão,mas
aindano
erro,em
que
estavão todos os phisiologistas antigos, deque
o coração era percorrido assimcomo
asartérias pelo ar atmospherico, que, sendo inspirado, seguia o curso
que
hojea sciencia nos mostra a luz
da
evidencia serdo
sangue.Galeno, baseado
em
experiências feitas sobreanimaes
diíferentes, jánão
era victima
do
mesmo
erro, senãoem
parte; porque elledizianão
ser o coraçãoesquerdo
simplesmente
cheio de ar,mas
conteruma
cei ta quantidade desan-gue,
que
corria dos vazosquando
erão cortados durante avida, e para explicaro seo
modo
de interpretar osmovimentos do
coração apoiava-se nosconheci-mentos
histológicosdo
órgão: assim, dizia elle, o coraçãotem
em
suaconfor-mação
histológica fibrasmusculares
longitudinaes, transversaes e obliquas;quando
as longitudinaes se contrahem, diminue-se o diâmetro verticaldo
co-ração, e
augmenta-se
o transversal, produzindo-se d'estamaneira
a diástole;quando
as transversaes secontrahem,
dá-se o inverso, augmenta-se o diâmetrovertical, diminue-se o transversal, e assim produz-sea systole, de
maneira que
para e'!e as fibras obliquas erão inertes.
Fernel, impressionado pelo eífeilo
que
linha produzidona
sciencia atheo-ria de
Galeno
e apoiado nos estudos experimentaes, quepossuia, declarouque
nada
tinha a dizer da doutrina de Galeno na parle relativa aomecanismo
sys" toliro e diastolico do coração, porquantoeslavaem
plena concordância;mas
que
não
era o coração esquerdo o percorrido pelo sangue, esim
exclusivamente odireito.
Pelo e>:pos1o \è-?v rs grandes divergências,
que
existião n'essestempos
mas,
não
obstante,muitos
authoresapproximavão-se dasidéasdo alongamento
do
coração durante a systole, e essa theoria reconhece© pormuito
tempo,com
0seus defensores Aultos de reconhecido mérito
como
fossem Galeno, Fernel, Ve.sale e depois Riolan, Borelli,
Winslow, Queye
e outros;não
obstanteapresen-jarem-se
do
lado contrario vultosnão
menos
importantescomo
Bartholin,Sté-ij on,
Lower,
Dionis, Vieussens, Sénac, Ferrein,Lieutaud
e outros.deba-20
lião-se
no
campo
das discussões, atéque
em
L619 Guilherme
Harvey,apoiado
em
numerozas
observações e experiências, descubrio a circulação.Essa importante descuberta revolucionou extraordinariamente a sciencia,
a ponto delançar-soao despreso
algumas
theoriasarespeitodosmovimentos
do
coração: d'ahi principiarãonovosestudos, cujos resultadosainda
não
satisfazião a sciencia.Então no
principiodo
18" século Haller,com
a aulhoridadeque
sempre
o caraetherizou, procurou dissiparas duvidas,que
aindapudessem
existir
na
consciência de cadaum
dos eminentes authoresque
temos citado:com
os conhecimentos anatómicos e histológicosdo
coração,com
as observaçõese experiências, feitas
em
animaes
vivos,demonstrou
que
ocoração contrahia-see dilata va-se
no
sentido de todos os seus diâmetros:que
em
primeiro lugar as aurículas erão séde d'esta contracção, estando os ventriculosem
dilatação; de"pois os ventriculos contrahiào-se e as auriculas cahião
em
diástole, e erasegu-ramente
n'essetempo que
o coração, sahindodo
seolu^arde
repouso, impelii.ia ponta até a parede lhoracica,
produzindo
cchoque
precordialou
pulsodo
co-ração
como
outroschamão.
Immediatamente,
depoisque
Hallerchamou
á sua opinião todos os phisiologistas,
que
o linhão precedidona
explicaçãodos movimentos do
coração,Laennec
com
a authoridadeque
distingue os génios,que
sóapparecem
com
agestação dos séculos, veio
com
a descubertada auscultação confirmar oconceitoe o mérito
que
adquirira pelos importantes serviços prestados a medicina: essasabiae maravilhoza descuberta dêo lugar a
que
se fizessem profundos estudosnas academias de medicina para explicação dos ruidos
do
coração, eLaennec
foi o primeiro
que
procurou explicar o seumecanismo, formulando
assim asua
theoria
—
o primeiro ruido é produzido pelas systoles ventriculares e osegundo
pelas systoles auriculares.
Esta theoria adquirio a principio muitos partidários pela importância de
que
gozava o seu authorna
sciencia,mas
em
brevetempo
cahiofulminada
porexperiências,
que demonstra
vão evidentemente,que
assystoles auricularespre-cedião as systoles ventriculares, e que,
independentemente
dosmovimentos
systolicos e diastolicos
do
coração, ruidos se produziâo artificialmente n'esseórgão similares aos ruidos normaes. Entretanto,
dado
mesmo
o factoque
asys-tole ventricular precedesse a auricular, a theoria ainda
não
teria razãode
ser; vistocomo
o ruido deveria ser ouvidocom
amesma
intensidadeem
todos os21
pontos ventriculares, o
que não
se dá, apresentando elle o seomaximum em
um
pontocerto e limitado. Apesar de tudo isso,entendem
alguns authoresque
esta theoria
tem
apenas o defeitode
ser exclusiva; porquantodizem não
poderabsolutamente negar o papelimportante,
que
representão assystoles cardiacasno
mecanismo
dos ruidos, senão produzindo-os, aomenos
reforçando-os.Turner, apesar das
numerozas
objecçõesque
forãofeitasa theoria deLaen-nec, ainda a procurou sustentar,
porem
na
parte relativa ao primeiro ruido,porque
para elle osegundo
ruido era oeffeitoda
queda do
coraçãosobre o pe-ricárdioduranteadiástole ventricular.Não podemos
concordarcom
osresultados obtidos porTurner
de suasex-periências para explicação
do
primeiro ruido, vistocomo
jádemonstramos que
não
pôde ser o resultado exclusivoda
systoleventricular; equanto
aosegundo
não podemos
consideral-ocomo
o effeitoda queda
docoração sobre opericárdiodurante
a diástole ventricular,não
sóporque
n'essecazo o ruidonão
apresen-taria seo
máximo
de intensidadeno
terceiro espaço inter-costal pertodo
bordoesquerdo
do
esterno, esimmuito mais
para dentroeem
uma
extensão maior,mas
aindaporque
ruido análogo dever-se-hia produzir durantea systoleven-tricular pelo
choque determinado
sobre o pericárdio,não
só pela pontado
co-ração,mas
ainda
por grande parte de sua superfície exterior duranteomovi.
mento
de
torsão.Corrigan divergio inteiramente das opiniões de
Laennec
eTurner
paraconsiderar o primeiro ruido
como
o effeitoda
irrupçãodo
sangue nas paredesventricularesdurantea diástole, e o
segundo
do choque
reciproco da superfícieinterna dos ventriculos durante a systole. Esta theoria
não
gozou de conceitoalgum, porquanto
já estavaplenamente demonstrado
porLaennec que
opri-meiro
ruido era isochronocom
a systole ventricular, e osegundo
com
adiás-tole.
Mare
d'Espine, levado pelos resultados obtidos denumerozas
experiênciasfeitas
em
animaes
vivos, procuroudemonstrar que
oprimeiro ruido eradevi-do
a systole ventricular, e osegundo
a diástole;mas como
explicar o ruidopelo facto
da
diástole*?Por
ventura o facto material da diástole, orelaxamen-to
muscular do
órgão, será capaz de produzirum
ruido especial,não
seadmit-tindo o
mesmo
para os outros factosque
se passãono
coração durante omáximo
de intensidadena
bazedo
coração?Porque
razão eltenão
semani-festa
immediatamente
depoisda
systoleventricular,tempo
em
que
dá-sesegu-ramente
a diástole?Porque
razão ainda, impedindo-se a dilatação dos ventrí-culosimmediatamente
depoisda
systole, o ruido continua a apresentar-se ?É
para nós inexplicávelessemodo
de encarar osegundo
ruido, porquin&m
aomenos
podemos
considerara diástolecomo
intervindona
sua formação;compreendendo
aliás perfeitamentecomo
a systole possa intervirna formação
do
primeiro,não
produzindo-ocomo querem
Laennec
e Turner,não
refor-çando-o
como querem
outros,mas
tornando-se necessária a sua presença afimde cumprir-se o facto material,
que dá
em
resultado o ruido,como
depoisve-remos.
Pigeaux considera osangue
como
a cauza determinante dos ruidos, assys-toles e diássys-toles aphonicas, isto é,
sem
intervençãono
mecanismo
intimoda
sua formação, e explica a sua lheoria
do
seguintemodo:
o
primeiro ruidore-sulta
do
atlritodo
sanguena
superfície interna dos venlriculos, nos orifícios arteriaes e nas paredes vasculares, durante a systole ventricular; e osegundo
do choque do
sangue contra as aurículas, os orifícios auriculo-ventriculares e asparedes ventriculares durante a diástole.O
primeiroerro deque
resente-se a sua theoria consistena
precessão dassystoles auriculares pelas ventriculares. Basta este facto para destrui-la;
en-tretanto, se prescindindo disso, quizessemos ainda provar o seo
completo
ani-quilamento
bastaria appellarmos para as lezões orgânicas,em
que
os ruidosmodificão o seo caracter próprio
independentemente
de alterações existentes,quer
no
sangue,quer
nas próprias paredesdo
coração:Pigeaux ainda diz,
quando
trata de explicar osmovimentos do
coração,que, duranteogrande silencio, todo o órgão enche-se de sangue;
mas,
seassimacontece, porqu;razão não se
produz
um
ruido especial durante esse silencio?Será pela av neia de força impulsiva, pois
que
n'essetempo
todo o órgãoesláem
relaxam »to?Ainda
mesmo
assim: oruidodevia-se produzir,porque
a faltade
impulsão do
coração podiasercompensada
pelaqueda do sangue
sobre todaa sua superfície interna, tanto
mais
quanto, paraformação do segundo
ruido,o author
não
precizou de força impulsiva, poisque
as systoles auricularesnão
se fazem enérgica e
uniformemente,
demaneira
a impellir osangue
com
forcag3
Hope,
depoisde fazer grandes estudos sobre esta questão,que
n'aquellestempos agitava
mais
os pbisiologistas,porque
da solução d'elladependia a de'nitros muitos problemas, posteriormente a pratica de
numerosas
experiênciassobre rans, coelhos e asnos, observou
que
as auriculas contrahião-seem
pri-meiro logar, depois os ventriculos
acompanhando
-sedo choque
precordial ed
um
certo ruido: d'ahiformulou
uma
lheoria,que
chamaremos
mixta, isto é,dependente
de diversas condições.Assim
o primeiro ruido resultava de trezcondições, ruido produzido pelo estalido das válvulas auriculo-ventriculaFes,
ruido produzido pela contracção dos ventriculos, e ruido rotatório, devido a
contracção fibrillar das paredes carnozasdo órgão; ao passo
que
osegundo
rui-do
era o resultado simplesmente do estalido das válvulas semi-lunaresaórti-casc
pulmonares
Esta lheoria apresenta
algum
principio de verdade,porquanto
não
pode-mos
negaro papel importanteque
representão as válvulasauriculo-ventricu-lares e arleriaes
na produção
dos ruidos; entretanto a systole ventricular e omovimento
de rotaçãodo
órgãonão
tem
importânciaalguma
como
cauzasproductoras
do
primeiro ruido, poisque
este é modificado,em
sua naturezaprópria,
independentemente
das modificações porque
podem
passar osmovi-mentos do
coração.Piorry, fazendo diversas experiências sobre o cadáver
com
o fim dedescu-brir a cauza productora dos ruidos, fez passar pelo coração direito
uma
cor-ienled'agua
impellida poruma
clyso-bomba; e applicando o ouvidosobrei
esterno ouvio
um
ruidoque
parecia-se as vezescom
o primeiro ruido, eoutrascom
um
sopro,dependendo
issodo maior
ou
menor
gráo de energiada
bom-ba: se fazia a
mesma
experiência pela artériapulmonar
os ruidos seapresen-tavão
com
muito mais
força: se destruia pormeio
dethesourasou
com
os dedosas válvulas auriculo-ventricularese arteriaes, osruidosaindaapparecião. D'ahi
concluio
que
elleserão devidos apassagem do
sangue pelo coração, principal-mente
na parle correspondente aos orifícios. Esta theoria foi depoisabando-nada
mesmo
peloseu author, vistocomo
em
suas experiências collocava oco-lação
em
condiçõesmui
diversasdas vitaes; entretantoque
com
algumas
mo-dificações foi ainda sustentada por Piedagnel,
que
considerava o primeirorui-do
como
o effeitoda
passagem do
sangue pelo ventriculo esquerdo durante adireito
também
em
syslole,porque
em
cazosem
que
elle só linha ouvidoum
ruido,
na
autopsia descubrira o ventrículo direito obstruído porum
coalhosanguíneo.
A
theoria de Piedagnelsuppõe
pois falta de isochronismo entre astoles ventriculares, o
que
é contrario a todas as leisda
cardio-phisiologia, econseguintemente apenas deve ser citada
como
um
facto histórico.Carlile considera o primeiro ruido
como
o resultadoda
irrupçãodo
san-gue,não
nos ventrículosem
diástolecomo
admittia Corrigan, e sim nasarté-rias durante a systole ventricular, eo
segundo
resultanteda
tensão dasválvu-las semi-lunares aórticas e
pulmonares
durante a diástole ventricular. Estatheoria está destruída por si
mesma;
em
primeiro lugarporque não
podemos
admittir
que
ochoque do
sangue sobre as paredes arteriaes, durante a systoleventricular, produza
um
ruido,sem
que
facto análogo se de nos ventrículosdurante a sysloleauricular;
em
segundo
lugarépara nós incomprehensivelque
o
estalo das válvulas sigmoides tenha por effeitoum
ruido,não
sedando
omesmo
facto relativamente as válvulas auriculo ventriculares.Magendie
considerou o factomecânico da impulsão do
coração contra othorax
como
a cauza determinante dos ruídos, e assim os explica.O
primeirormido é o resultado
do choque
precordial, e osegundo
é o effeitoda impulsão
da
face anteriordo
coração durante a diástole ventricular.Esta theoria, apesar
da
importância deque
gozava oseo authorna
scien-cia, foi logo despresada,
não
sóporque
os ruidos se produziãoindependente-mente do choque
precordial,como
depoisveremos
nas experiências deCru-veilhier,
do Comité
deDublin
e outras,como
aindaporque Magendie
deslo-cava assim os ruidos, collocando a sua séde para fóra
do
coração. Entretantoelle ainda insistio, declarando
que
a sua theoria era tão verídica que,inler-pondo-se
um
obstáculo naturalou
artificial entre o esterno e a pontado
cora-ção, os ruidos erão ouvidos
mui
fracamente, e as vezes erão aphonicos,de-pendendo
issodo
maior
gráodo
obstáculo.Burdach, não achando
dados sufficientes parauma
boa
explicação,sup-pôz a presença d'
um
elemento desconhecidono
coração, isto é, oar, parain-terpretação dos ruidos, e assim os considera ; o primeiro ruido édevido a
ir-rupção
do
sangue nos ventrículoscheiosde ar durante a systole auricular, e osegundo
airrupçãodo
sangue nas artérias cheias de ar durante a systolegozoso
no
coração, oque
é erróneo,mas
ainda considera o primeiro ruidoiso-chrono
com
a diástole ventricular, e osegundo
com
a systoíe, oque
hoje aphisiologia repelle.
Bouillaud, baseado nas theorias de
Hope
eRouannet,
cuja descripeãoaguardamos
para o fim, adrnittecomo
cauzado
primeiro ruido o estalido dasválvulas auriculo-ventriculares, e
do segundo
o estalo das sigmoides;mas
dizque não
sepode
negar ainfluenciaque lêem
outras cauzas,chamadas
refor-çadoras,
na producção
dosruidos.Assim
parao primeiro elleconsiden
indis-pensável o levantamento repentino das válvulas sigmoides, percutindo a foce
interna das artérias, e para o
segundo
oabaixamento
das válvulas auriculo-ventricularespercutindo a snpercie interna dos ventrículos.Esta lheoria, que,
como
acima
dissemos, descende das theorias deH
>-ve
Rouannet,
é aque
deve ser acceitana
sciencia,mas
com
a ausência d'estsssuppostas cauzas de reforço,
que
seproduzem algum
ruido, esse deve serim-perceptível, insensível aos ouvidos do observador,
como
depois veremos.Gendrin
diz que, durante a systole ventricular, as moléculas do sangueem
collisãoproduzem
vibrações, que, transmitlíndo-se ás paredesventricula-res,
dão
como
resultado o primeiro ruido; e osegundo
é o eííeitodo choque
do sangue
contra as paredes ventriculares durante a diástole. E' verdadeque
estasvibrações produzindo se
pódem
transmittir-se ás paredesventriculares,mas
se chegãoaosouvidosdo
observador sãocomo
verdadeiras vibrações, eja-mais
como
um
ruido distincto, surdoe profundo,que
apresenta seomáximo
de intensidade
na
pontado
coração : equanto
ao segundo ruido diremos que,a ser o effeito da
queda
do
sangueno
ventrículoem
diástole,não
poderiaapresentar seo
máximo
de intensidade na baze, esim
em
toda a superfícieven-tricular,
ou
antes na ponta.Cruveilhier
com
os conhecimentos profundosque
possuía daanatomia
docoração, basôado
em
observações importantes, fez diversas experiênciascom
ofim de chegar a
um
resuitado senão
certo, aomenos
provável dos ruidosdo
coração.
Examinava
lodos os diasum
menino
deconstituiçãofortecujo coração?
apresentando-se
sem
pericárdio eem uma
posição vertical, tinha atravessadouma
abertura circularna
parte superiordo
esterno.Depois de ter observado os
movimentos
systolicos e diastolicosdo
órgão, oo
modo
mecânico
da formação dos ruídos: applicando o ouvido sobreo coração1percebeo
um
ruido, que, coincidindocom
asystoleventricular, tornava-semais
intenso á
medida que
era observadomais
proximamente da
baze; collocando odedo
sobre a origem das artérias aorta epulmonar
sentiouma
vibração,que
coincidiacom
a diástole ventricular, e logo depois pela applicaçãoimmediala
do
ouvido sobre esse ponto percebeoum
ruido; peloque
tirou as seguintescon-clusões: o primeiro ruido é devido ao levantamento repentino das válvulas sigmoides, percutindo as paredes arteriaes durante a systole ventricular, e o
segundo
aoabaixamento
d'estas válvulas pelacolumna
sanguineaem
retornono
systhema arterial durante a diástole ventricular.Àpezar do
respeitoque devemos
as authoridades reconhecidas nasciencia,seja-nos permiltidodeclarar
que não comprehendemos como,
d'estasobservaçõescurtase deficientes, se possa tirar a conclusão
que
o illustrado Professorapre-sentou para explicação da cauza productora dos ruidos.
O
Dr.Skoda
deYienna
admitte a existência de nove ruidos, quatro parao coração direito, e cinco para o esquerdo; dois passão-se
em
cada ventrículo, doisem
cada artéria, eum
é devido aochoque
precordial.O
primeiro ruidoventricular é isochrono
com
o primeiro arterial, e resullão, estedo choque do
sangue contra asartériasdurantea syslole ventricular, eaquelle
do
estalidodasválvulas auriculo-ventriculares.
O
segundo
ruidoventriculartambém
éisochro-no
com
osegundo
arterial, e são o resultaJo, o primeirodo
choque do sangue
oontra as paredes ventriculares durante a diástole, e o
segundo do
estalido dasválvulas arteriaes
Do
conjuncto de todes estes ruidos éque
resultâo os doisruidos
do
coração.De maneira que
paraSkoda
o primeiro ruido reconhece porcauza trez
phenomenos
differentes: ochoque do sangue determinado
pela forçasystolica
do
ventrículo sobre osysthema
arterialem
diástole, oestalido dasvál-vulas mitral e tricúspide, c o
choque
precordial; osegundo
ruidovem
a sero
efíeito de duascauzas,
choque do
sangue sobre o ventrículoem
diástole, e o es-talido das válvulas sigmoides.Estas idéas, cuja descripção
minucioza
se encontrano
tratado deauscul-tação e percussão
do
professor Skoda,tem
sido hojecompletamente
renovadas pelas observações clinicas de alguns médicos, principalmente por aquellasdo
eminente
clinico francez o Sr.Jaccoud.Este hábil e illustrado praticoem
suasde Skoda,
porem
admittindosomente
a existência dos ruídos ventriculares earleriaes, visto
como
não
considera ochoque
precordialcomo
uma
das cauzasdo primeiro ruido.
Esses ruidos
ou
são systoliccsou
diastolicos, segundo coincidemcom
asystole
ou
diástole ventriculares.Os
ruidos systolicosapresentão o seumáximo
deimensidade
na
pontado
coração:um
nasce $ur placecomo
diz Jaccoud, e é oque
resultado
estalido das válvulas auriculo-ventriculares; o outro,que
re-sulta
do
choque do sangue
contra as artériasem
diástole, é propagado.Os
ruidos diastolicos apresenlão-secom
mais
intensidadena
baze, sendoum
o resultante do estalido das válvulas arteriaes,formado
surpiace;e o outro,que
resultada
irrupçãodo
sangueno
ventriculoem
diaskxe, propagado.En-tretanto, obrigados
como
já estamos a discutir todas as theorias,vemos que
ade Skoda,
apadrinhada
hoje pelo sábioJaccoud,não
pôdepredominar na
scien-cia; visto
como
não
resiste acertas objecçõesderivadasquerda
cardio-phisiolo-ur
ia, quer
da
cardio-pathologia.Cumpre-nos
pois inquerirporque
razão opri-meiro ruido, sendo o eíTeito d'estas trez cauzas, apresenta seu
máximo
dein-teusidade
na
pontado
coração, eo segundo,reconhecendo por cauzasdoisphe-nomenos,
que
se passãoem
lugaresdiíTerentes, apresenta seomaximum em
um
d'elles,na
bazedo
coração?Porque
razão os ruidosalterão-se nas insutTicienciasvalvulares, e transformão-se
em
soprosindependentemente
das modificaçõesporque
pódem
passar as outrascauzas, consideradas porSkoda
eJaccoud,como
determinantes dos ruidos?
Ainda
podíamos
exigirdo
professor Jaccoudnão
só as razões pelas quaeso primeiro ruido arterial propaga-se para a ponta
do
coração, e osegundo
ventricular para a baze,
mas
ainda porque nas hypertrophiasdo
coração,não
ligadas á lesões valvulares, os ruidos
em
lugar de apresentarem-secom
o tim.bre
normal
ou
tornarem-semais
apreciáveis, por serem produzidos poruma
força
dupla da
normal, pelo contrario tornão-semais
surdos!
Mas
d'issonão
trataremos,bem
como
de outras questões, paranão
tornaressa dissertação
demasiado
longa.Entretanto
terminando
diremos,que Bamberger
eNiemeyer
eonsiderãoessa theoria