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Contribuição para a silvicultura de Luehea divaricata Martius e Zuccarini (açoita-cavalo)

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL. CONTRIBUIÇÃO PARA A SILVICULTURA DE Luehea divaricata Martius et Zuccarini (AÇOITACAVALO). DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. Jorge Antonio de Farias. Santa Maria, RS, Brasil 2006.

(2) CONTRIBUIÇÃO PARA A SILVICULTURA DE Luehea divaricata Martius et Zuccarini (AÇOITA-CAVALO). por. Jorge Antonio de Farias. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Área de Concentração em Regeneração e Condução de Povoamentos Florestais, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS) como requisito para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Florestal. Orientador: Prof. Dr. Juarez Martins Hoppe  Orientador: Prof. Dr. nat. techn. Mauro Valdir Schumacher. Santa Maria, RS, Brasil 2006.

(3) Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal. A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado. CONTRIBUIÇÃO PARA A SILVICULTURA DE Luehea divaricata Martius et Zuccarini (AÇOITA-CAVALO). elaborada por Jorge Antonio de Farias. Como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Florestal COMISSÃO EXAMINADORA Mauro Valdir Schumacher, Dr. nat. techn. (Presidente/Orientador). Paulo Renato Schneider, Dr. (UFSM). Erica Karnopp, Dra. (UNISC). Santa Maria, 02 de março de 2006..

(4) A minha esposa Cristine e aos filhos Camila, Diego e Luana..

(5) 4. AGRADECIMENTOS Esta dissertação só foi possível pela colaboração de muitas pessoas, que agora de forma sincera quero demonstrar um profundo agradecimento: A Diretoria da Afubra, por sua visão empreendedora e dinâmica, de investir em pesquisa, de qualificar talentos, que desta forma tornou possível conciliar minhas atividades na Afubra com os estudos; Ao. Prof. Dr. Juarez Martins Hoppe,. meu orientador, exemplo de ser humano,. apaixonado pela Engenharia Florestal e com quem tive o privilégio de compartilhar uma grande amizade. Ao meu também orientador, Prof. Dr. Mauro Schumacher, que mesmo diante de tantas dificuldades, pode me auxiliar com importantes sugestões e revisões ao trabalho, como pelo apoio constante. Ao Prof. Dr. Paulo Renato Schneider, pelo seu apoio, pela sua atenção e pelas importantes sugestões que possibilitaram qualificar o trabalho. A Engª. Florestal Luziane Bittencourt que me mostrou que era possível realizar o mestrado; Ao Eng. Florestal João Vivian, pela amizade e enorme dedicação em me auxiliar na instalação da pesquisa e na coleta de dados. Ao Eng. Florestal Rodrigo Thomas, pelo esforço em auxiliar-me na instalação e condução do experimento; Aos Acadêmicos de Engenharia Florestal Juarez Pedroso, Tânia Fontana, Jacira Prichula, Janderson Fenner que em todos os momentos que não foi possível conciliar o trabalho na Afubra com a condução do experimento, prontamente me auxiliaram. Ao Sr. Èlio Campagnol que pela sua dedicação, amizade e muita experiência de viveiro possibilitaram o sucesso no experimento..

(6) 5. RESUMO Dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal Universidade Federal de Santa Maria. CONTRIBUIÇÃO PARA A SILVICULTURA DE Luehea divaricata Martius et Zuccarini (Açoita-cavalo). AUTOR: JORGE ANTONIO DE FARIAS ORIENTADOR: MAURO VALDIR SCHUMACHER Data e local da Defesa: Santa Maria, 2 de março de 2006. Os objetivos desta pesquisa foram avaliar o crescimento das mudas em diferentes tamanhos de recipientes com diferentes tipos de substratos. O experimento foi instalado e conduzido no viveiro florestal, junto ao Laboratório de Silvicultura do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria, localizado na Depressão Central do Estado, no município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, cuja área possui uma altitude aproximada de 90 a 95 metros, sua localização geográfica é entre os paralelos 20º43’ e 29º44’ de latitude sul, e entre os meridianos 53º42’ e 53º44’ de longitude oeste de Greenwich. O delineamento estatístico utilizado foi bloco inteiramente casualizado, e como os tratamento se constituíram em diferentes tubetes e diferentes substratos adotou-se o sistema bifatorial, com 16 tratamentos e 4 repetições. Foram semeadas em média 96 plantas em cada parcela, excluindo-se duas linhas de bordadura, obteve-se 32 plantas úteis. As sementes foram obtidas junto ao Programa de Ação-Sócio Ambiental da Afubra, sub-projeto “Bolsa de Sementes de Árvores Nativas”, sendo semeadas três sementes em cada recipiente e posteriormente realizado o raleio. As avaliações iniciaram-se aos 90 dias após a semeadura, e concluídas aos 180 dias, através do diâmetro do colo, altura das mudas, peso seco de raízes, peso seco da parte aérea e o índice de qualidade de Dickson. Através da análise de variância e teste de comparação de médias, pelo teste de Tukey, não se encontraram diferenças significativas nos parâmetros analisados para as variáveis: diâmetro do colo; altura da mudas, peso seco de raízes, peso seco da parte aérea e o índice de qualidade de Dickson, entre os tubetes 180 cm³ e 280 cm³. As variáveis diâmetro do colo, peso seco de raízes e o índice de qualidade de Dickson o melhor substrato foi o definido como Plantmax Agrícola. As variáveis altura das mudas e peso seco da parte aérea o melhor substrato foi o definido como Humosolo Vida. Com base nestes resultados é possível recomendar o recipiente de 180 cm³, pelas vantagens econômicas em economia de material, mão-de-obra e transporte, quanto ao substrato a definição recomendado é pelo substrato Plantmax Agrícola pelos melhores resultados obtidos quanto aos padrões de qualidade das mudas.. Palavras-chaves: Açoita-Cavalo, recipientes, substratos..

(7) 6. ABSTRACT Master Degree Dissertation Post-Graduation Course in Forest Engineering Universidade Federal de Santa Maria. CONTRIBUTION FOR THE FORESTATION OF THE Luehea divaricata Martius et Zuccarini (whip tree). AUTHOR: JORGE ANTONIO DE FARIAS ADVISOR: MAURO VALDIR SCHUMACHER Date is local of the defense: Santa Maria, march 3th., 2006.. The goal of this paper is to evaluate the growth of the seedlings, in different sizes and recipients, with different types of substracts. The experiment was established and conducted on the premises of the Forestry Science Silviculture Laboratory of the Federal University in Santa Maria, located in the Central Depression Area of the State, in the municipality of Santa Maria, State of Rio Grande do Sul, and the area is at an approximate altitude of 90 to 95 meters, its geographic location is between parallels 20º43’ and 29º44’ latitude south, and between meridians 53º42’ and 53º44’ longitude west of Greenwich. Statistical delineation utilized was an entirely casualized block, and as the treatment consisted of different recipientss and different substracts, the bifactoral system was adopted, with 16 treatments and 4 repetitions. On average, 96 plants were seeded in each parcel, and with the exclusion of the two border rows, 32 useful plants were obtained. The seeds came from Afubra’s Socioenvironmental Program, a sub-project of the “Native Tree Seed Pouch” program. Three seeds were sown into each recipient and later submitted to thinning out. Evaluations started 90 days after seeding, and were concluded in 180 days, taking into consideration stem diameter, size of seedlings, dry root weight, dry aerial weight, and the Dickson quality rate. Using the variance analysis and average comparison test, through the Tukey test, there were no significant differences in the analyzed parameters for the following variables: stem diameter; size of seedlings; dry root weight, dry aerial weight and Dickson quality rate, among the 180 cm³ and 280 cm³ cells. For the variables: stem diameter, dry root weight, and Dickson quality rate, the best media was the so-called Plantmax Agrícola. For the seedling size and dry aerial weight variables, the best media was defined as Humosolo Vida. Based on these results, it is possible to recommend 180-cm³ recipients, for their economic advantages in terms of less material, less labor and smaller transport costs. The recommended media is the Plantmax Agrícola, which has so far produced the best results in terms of seedling quality patterns.. Word-keys: Whip-horse, recipients, substracts..

(8) 7. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Mapa de distribuição natural de Luehea divaricata Martius et Zuccarini, no RS............................................................................................................ 16 FIGURA 2 – Mapa do Rio Grande do Sul, com a localização da cidade de Santa Maria.............................................................................................................................. 30 FIGURA 3 – Disposição física dos tratamentos em recipientes suspensos em bandejas......................................................................................................................... 31 FIGURA 4 - Mapa climático do Brasil......................................................................... 32 FIGURA 5 - Disposição espacial e solar do experimento............................................. 32 FIGURA 6 - Diferentes tamanhos tubetes utilizados na pesquisa....................................... 34 FIGURA 7 - Resultado do raleio, tendo como critério a mais centralizada e de maior vigor............................................................................................................................... 36 FIGURA 8 - Instrumentos utilizados para obtenção dos diâmetros e das alturas......... 38 FIGURA 9 - Crescimento em diâmetro do colo no tempo, para tamanho de recipiente com 180 cm³ e substrato Plantmax Hortaliças............................................. 43 FIGURA 10 - Crescimento das mudas nos diferentes recipientes com substrato Plantmax Hortaliças, após 180 dias de observação....................................................... 44 FIGURA 11 - Crescimento em altura no tempo, para tamanho de recipiente com 180 cm³ e substrato Humosolo Vida............................................................................. 47 FIGURA 12 - Crescimento das mudas em altura no recipiente de 180 cm³ e com todos os substratos utilizados no experimento, após 180 dias de observação............... 48 FIGURA 13 – Comparação entre os resultados das médias da biomassa de raízes do tratamento R3, com a análise de comparação das médias pelo teste de Tukey............................................................................................................................. 51 FIGURA 14 - Comparação entre os resultados das médias de peso seco da parte aérea do tratamento R3, com a análise de comparação das médias pelo teste de Tukey............................................................................................................................. 55 FIGURA 15 – Comparação entre os resultados do índice de qualidade de Dickson do tratamento R3, com a análise de comparação das médias pelo teste de Tukey........ 58 FIGURA 16 - Relação H/D para mudas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini para dois tratamentos durante 180 dias......................................................................... 59.

(9) 8. LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Precipitação total mensal (mm); Umidade Relativa do ar (%); Temperaturas (ºC) médias mensais, máximas e mínimas; Insolação média (h), registradas no período de julho de 2004 a julho de 2005 na Estação Meteorológica da UFSM....................................................................................................................... 33 TABELA 2 - Especificações técnicas dos diferentes recipientes utilizados................ 34 TABELA 3 - Composição química dos substratos utilizados no experimento com Luehea divaricata Martius et Zuccarini........................................................................ 35 TABELA 4 - Caracterização dos tipos de recipientes e substratos a serem testados na pesquisa.................................................................................................................... 37 TABELA 5 - Tratamentos a serem avaliados na pesquisa com Luehea divaricata Martius et Zuccarini...................................................................................................... 37 TABELA 6 - Análise da variância para o diâmetro do colo das mudas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini .................................................................................... 40 TABELA 7 - Comparação de médias para o diâmetro do colo das mudas de Luehea divaricata. Martius. et. Zuccarini. em. diferentes. tamanhos. de. recipientes...................................................................................................................... 42 TABELA 8 - Comparação de médias para o diâmetro do colo das mudas de Luehea divaricata. Martius. et. Zuccarini. em. diferentes. tipos. de. substrato.................................. 42. TABELA 9 - Análise da variância para a altura das mudas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini...................................................................................................... 44 TABELA 10 - Comparação de médias para altura das mudas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini em diferentes tamanhos de recipientes....................................... 46 TABELA 11 – Comparação de médias para altura das mudas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini em diferentes tipos de substrato................................................... 46 Tabela 12 – Análise da variância para a biomassa de raízes das mudas de Luehea divaricata ..................................................................................................................... 48 Tabela 13 – Comparação de médias para biomassa de raízes das plantas de Luehea divaricata. Martius. et. Zuccarini. em. diferentes. tamanhos. de. recipientes...................................................................................................................... 50 Tabela 14 – Comparação de médias para a biomassa de raízes das plantas de Luehea 50.

(10) 9. divaricata Martius et Zuccarini em diferentes tipos de substrato................................. Tabela 15 – Análise de variância para peso seco da parte aérea das mudas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini..................................................................................... 52 Tabela 16 – Comparação de médias para biomassa da parte aérea das plantas de Luehea. divaricata. Martius. et. Zuccarini. em. diferentes. tamanhos. de. recipientes...................................................................................................................... 53 Tabela 17 – Comparação de médias para biomassa da parte aérea das plantas de Luehea. divaricata. Martius. et. Zuccarini. em. diferentes. tipos. de. substrato........................................................................................................................ 54 Tabela 18 – Análise da variância para o índice de qualidade de Dickson das mudas das mudas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini................................................. 55 Tabela 19 – Comparação de médias do Índice de Qualidade de Dickson para as plantas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini em diferentes tamanhos de recipientes...................................................................................................................... 56 Tabela 20 – Comparação de médias do índice de qualidade de Dickson para as plantas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini em diferentes tipos de substrato........................................................................................................................ 57.

(11) 10. SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT LISTA DE TABELAS LISTA DE ILUSTRAÇÕES 1 INTRODUÇÃO. 12. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 14. 2.1 Descrição da Família.................................................................................................... 14. 2.2 Caracterização da Espécie............................................................................................ 14. 2.2.1 Aspectos Ecológicos.................................................................................................... 17 2.2.2 Quanto à Utilização...................................................................................................... 18. 2.2.3 Quanto ao Crescimento e Produção............................................................................. 19 2.3 Recipientes................................................................................................................... 19 2.4 Substratos..................................................................................................................... 23 2.5 Padrões e Classificação de Mudas............................................................................... 28 3 MATERIAL E MÉTODOS. 30. 3.1 Caracterização do Local do Experimento.................................................................... 30 3.2 Obtenção das Sementes................................................................................................ 33. 3.3 Recipientes................................................................................................................... 33 3.4 Substratos..................................................................................................................... 34 3.5 Manejo do Experimento............................................................................................... 35. 3.6 Delineamento Estatístico.............................................................................................. 36. 3.7 Coleta dos Dados.......................................................................................................... 38. 3.8 Análise Estatística........................................................................................................ 39 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO. 40. 4.1 Influência do tamanho do recipiente e tipo de substrato sobre o diâmetro do colo..... 40 4.1.1 Análise de comparação de médias do diâmetro do colo para o tamanho do recipiente...................................................................................................................... 41 4.1.2 Análise de comparação de médias do diâmetro do colo para o tipo de substrato........ 42. 4.1.3 Análise dos resultados do melhor recipiente e do melhor substrato para o diâmetro do colo.......................................................................................................................... 43. 4.2 Influência do tamanho do recipiente e tipo de substrato sobre a altura....................... 44 4.2.1 Análise de comparação de médias para o tamanho do recipiente................................ 45.

(12) 11. 4.2.2 Análise de comparação de médias para o tipo de substrato......................................... 46 4.2.3 Análise dos resultados do melhor recipiente e do melhor substrato para a altura das mudas........................................................................................................................... 47 4.3 Influência do tamanho do recipiente e tipo de substrato sobre a biomassa seca de raízes............................................................................................................................ 48 4.3.1 Análise. de. comparação. de. médias. do. para. o. tamanho. do. recipiente...................................................................................................................... 49 4.3.2 Análise de comparação de médias para o tipo de substrato......................................... 50 4.3.3 Análise dos resultados do melhor recipiente e do melhor substrato para o peso seco de raízes........................................................................................................................ 51. 4.4 Influência do tamanho do recipiente e tipo de substrato sobre a produção de biomassa seca da parte aérea....................................................................................... 4.4.1 Análise. de. comparação. de. médias. para. o. tamanho. 51. do. recipiente...................................................................................................................... 52 4.4.2 Análise. de. comparação. de. médias. para. o. tipo. de. substrato....................................................................................................................... 53 4.4.3 Análise dos resultados do melhor recipiente e do melhor substrato para a biomassa seca da parte aérea de raízes....................................................................................... 54. 4.5 Índice de Qualidade de Dickson.................................................................................. 54 4.5.1 Análise. de. comparação. de. médias. para. o. tamanho. do. recipiente...................................................................................................................... 56 4.5.2 Análise. de. comparação. de. médias. para. o. tipo. de. substrato....................................................................................................................... 57 4.5.3 Análise. dos. resultados. para. o. melhor. recipiente. e. o. melhor. substrato....................................................................................................................... 57 4.6 Relação altura e diâmetro como padrão morfológico de qualidade de muda.............. 58 5 CONCLUSÕES. 60. 6 RECOMENDAÇÕES. 61. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 62. ANEXO. 68.

(13) 12. INTRODUÇÃO A silvicultura de espécies nativas ainda apresenta muitas oportunidades de pesquisa e de novas descobertas. A preocupação com as espécies nativas é relevante, considerando que houve no sul do Brasil uma significativa redução da cobertura florestal original e, paralelamente, uma degradação das formações florestais remanescentes, o que acaba comprometendo a biodiversidade. As essências florestais nativas apresentam uma enorme diversidade genética, que caracterizava o ecossistema florestal primitivo. A expansão da fronteira agrícola e o crescimento das áreas urbanas foram os responsáveis diretos pela redução rápida da cobertura florestal original. Os empreendimentos madeireiros, como as serrarias, foram responsáveis pela erosão genética, isto é, a remoção dos melhores exemplares, preservando apenas os que não tinham interesse econômico, por outro lado a expansão das áreas de reflorestamento para atender a indústria de papel, placas e serrados também contribui para a redução da cobertura florestal nativa, fenômeno que se repetiu em todos os estados da região sul do Brasil. A dificuldade de interpretar a legislação florestal também tem contribuído para que as áreas com florestas nativas não tenham expansão. Considerando que a legislação protege as florestas naturais a maioria das pessoas interpreta que não é possível plantar mudas de árvores nativas em função dessa premissa legislativa, entretanto a legislação é clara em conceitos, o que fica protegido e sujeito aos limites da norma legal são as florestas naturais, ou seja, o que a natureza plantou. Já as florestas plantadas com espécies nativas são possíveis o seu uso, conforme prevê a legislação. Outro aspecto à considerar é a carência de sementes de espécies nativas, uma exceção é a Bolsa de Sementes do Projeto UFSM/AFUBRA. Sendo que no sul do Brasil há poucas estruturas capazes de coletar, armazenar, disponibilizar e distribuir as sementes de árvores nativas, como do projeto citado sob a responsabilidade da UFSM/AFUBRA. É perceptível o crescimento da procura por mudas de árvores nativas, justificável em parte, pelo aumento do nível de consciência das pessoas e, também, pela eficiente atuação dos órgãos ambientais na fiscalização e na exigência da reparação de danos ambientais, que resultam em reposição de árvores nativas. A adaptação de uma determinada espécie às condições edafo-climáticas são resultado de um processo de seleção natural de gerações. O mecanismo que permite armazenar estas informações e multiplicá-las é a semente. A qualidade da semente é peça fundamental na.

(14) 13. silvicultura, é o elemento determinante para obtenção das mudas e, conseqüentemente, do florestamento ou reflorestamento. A escolha de sementes de procedência duvidosa pode inviabilizar um projeto, comprometer todo um planejamento e, enfim, acabar inviabilizando a atividade florestal, seja ela de caráter ambiental ou comercial. Atenção idêntica deve-se ter na escolha do sistema de produção da muda, bem como os insumos necessários para a produção de uma muda de boa qualidade, como o tamanho do recipiente e o substrato utilizado. O padrão de muda tem influência direta no estabelecimento do povoamento, o que se reveste de importância em função da redução ao mínimo dos tratos culturais relativos ao plantio e pós-plantio, como replante, capinas e coroamento. Além disso, o plantio de espécies nativas deve passar a ser um dos temas centrais da moderna silvicultura, onde não apenas aspectos econômicos são levados em consideração, mas sim a necessidade de estabelecer projetos sustentáveis na melhor acepção do termo: economicamente viáveis, socialmente justo e ecologicamente correto. O Açoita Cavalo (Luehea divaricata Martius et Zuccarini). teve uma presença. marcante ao longo da história e do desenvolvimento da industria madeireira no sul do Brasil, porém a sua exploração de forma descontrolada e extrativista levou a redução drástica dos exemplares desta espécie, sendo que atualmente é raro encontrar exemplares com boas características fenotípicas adequadas ao uso comercial. Posto isto surge à necessidade de conhecer e definir o melhor sistema de produção de mudas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini, através da avaliação das mudas produzidas em diferentes tamanhos de recipientes com diferentes tipos de substratos..

(15) 14. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Descrição da Família Para Barroso, 1978 (apud TANAKA), 2005, p. 834, o sul da África e o Brasil constituem os dois principais centros de dispersão da família Tiliaceae, a qual conta com 35 gêneros e 370 espécies das quais cerca de 55 a 60 espécies, distribuídas em 13 gêneros, ocorrem no Brasil. Entretanto, Tomlinson (1995) faz referência de esta família tem cerca de 50 gêneros e 400 espécies, principalmente de ocorrência nos trópicos, mas com alguns gêneros ocorrendo em clima temperado (e.x., tilia, linden, e basswood). As flores são normalmente distintas com numerosos estames; a fruta é geralmente uma cápsula. 2.2 Caracterização da Espécie Luehea divaricata Martius et Zuccarini, vulgarmente conhecida como Açoita-Cavalo, pertence à família Tiliaceae e pode ser encontrada, segundo Carvalho (1994, p.314), na “Argentina (nordeste), Paraguai (leste), Uruguai e Brasil, nos estados: BA (sul), ES, GO, MG (sul, centro e oeste), MS, PR (exceto o litoral), RJ, RS, SC, SP (todo) e no Distrito Federal”. Pesquisas feitas por Rai (2003) indicam que o açoita-cavalo é uma árvore que ocorre no nordeste da Argentina e nas florestas de galeria ou ciliar, no Brasil. Segundo Cunha et al., 1985 (apud CARVALHO), 1994, p.317, “o gênero Luehea Willd., essencialmente neotropical, ocorre do sul do México, incluindo as Antilhas, até o Uruguai e Argentina. Atualmente existem cerca de 25 espécies e 3 variedades, das quais 12 espécies e uma variedade ocorrem no Brasil, sendo sua maior concentração nas regiões Sudeste e Centro-Oeste”. Este mesmo autor ressaltou um fato já observado por Rizzini e Mors ( 1976, p.112) e complementa “várias espécies são muito parecidas entre si, recebendo os mesmos nomes vulgares e tendo idênticos usos. A espécie mais próxima de Luehea divaricata é Luehea paniculata Mart. et Zucc., árvore um pouco menor, com ocorrência na Bolívia, Paraguai, Peru e Brasil, nos Estados: AP, BA, CE, DF, GO, MA, MG, MS, MT, RJ, PA, PB, PI, SC, e SP”. A descrição botânica de Luehea divaricata Martius et Zuccarini é feita por diferentes autores, uma destas citações a descreve como uma:.

(16) 15. Planta decídua, heliófita, seletiva higrófita, característica das florestas aluviais (matas ciliares e de galeria). Apresenta dispersão irregular e descontínua, sendo particularmente freqüente ao longo de rios, terrenos rochosos e íngremes, onde a floresta é mais aberta e nas formações secundárias (LORENZI, 2002, p. 354).. Essa descrição pode ser complementada através de outras características, a definindo como: Árvore típica dos solos aluviais das bacias hidrográficas, constitui-se na espécie emergente nas florestas ribeirinhas. É uma das madeiras brasileiras mais valiosas e de amplo uso. Suas lindas flores de diversas tonalidades são muito visitadas pelos insetos e beija-flores. O seu reconhecimento é facilitado por suas flores discolores, verde-escuras na face superior e brancas na face inferior, bem como seus frutos virados para cima (BACKES & IRGANG, 2002, p. 292).. Longhi (1995) afirma que Luehea divaricata Martius et Zuccarini se caracteriza, na dinâmica sucessional, como sendo uma espécie secundária-tardia, passando por vezes a clímax, e ainda possui dispersão do tipo anemocórica, ou seja, suas sementes são dispersadas pela ação do vento. Todavia, Vaccaro et al., 1999 (apud CARVALHO), 2003, p. 61, acrescenta que Luehea divaricata é uma espécie secundária inicial passando a secundária tardia. Em fragmentos da Floresta Estacional Decidual, no Rio Grande do Sul, Hack et al. (2005), concluiu que no estrato superior desta floresta as espécies dominantes eram Patagonula americana, Cabralea canjerana e Luehea divaricata. Para Veiga et al. (2003), em valores crescentes de densidade relativa, as 10 espécies que mais se destacaram foram: Lonchocarpus sp. (sapuvão), Luehea divaricata (açoitacavalo), Parapiptadenia rigida (gurucaia), Machaerium stipitatum (sapuvinha), Sapium glandulatum (leiteiro), Lonchocarpus guilleminianus (feijão-cru), Alchornea triplinervia (tapiá), Cupania vernalis (cuvatã), Prunus sellowii (pessegueiro-bravo) e Croton floribundus (capixingui). Já em relação à dominância relativa, as 10 espécies de melhor desempenho, em ordem decrescente, foram: Luehea divaricata (açoita-cavalo), Lonchocarpus sp. (sapuvão), Parapiptadenia rigida (gurucaia), Alchornea triplinervia (tapiá), Machaerium stipitatum (sapuvinha), Croton floribundus (capixingui), Sapium glandulatum (leiteiro), Enterolobium contortisiliquum (timburi), Prunus sellowii (pessegueiro-bravo), Cupania vernalis (cuvatã). Palacevino et al. (2003), ao estudar o ambiente hidrológico do. Arroio Pomar,. localizado no município de Eldorado, na Província de Missiones, concluiu que entre as espécies florestais arbóreas, mais características destas formações florestais destacam-se: Ocotea. spp.. e. Nectantdra. spp.,. Guajubira. (Patagonula. americana.),. Guabiroba. (Campomanesia xanthocarpa), Chal-chal (Allophyllus edulis), Açoita-cavalo (Luehea.

(17) 16. divaricata), Tarumã (Vitex megapotamica e Vitex cimosa), Rabo-de-bugio (Lonchocarpus spp.), entre outras. De acordo com Lorenzi (2002) a espécie floresce durante os meses de dezembrofevereiro, já a maturação dos frutos ocorre durante os meses de maio-agosto. O mecanismo de dispersão das sementes é conhecido como anemocórica, em que a dispersão é realizada pelo vento, fazendo com que as sementes se dispersem muito longe da árvore progenitora. Para Melo (2004), o gênero Luehea apresenta formas de dispersão diferentes para as espécies que ocorrem no Brasil: para Luehea candicans Mart. a dispersão das sementes é barocórica e para Luehea divaricata Martius et Zuccarini) é anemocórica. Conforme dados do Inventário Florestal Contínuo do Rio Grande do Sul (2002), o açoita-cavalo (Luehea divaricata Martius et Zuccarini) é uma das espécies nativas mais importantes do ponto de vista fitossociológico. Ocorre na floresta ombrófila mista, na floresta estacional decidual, na floresta estacional semidecidual, na savana, na savana estépica, nas áreas de tensão ecológicas e ocorrendo em praticamente todas as bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul. Além de contribuir com 3% do volume comercial, 3% do número de árvores remanescente e 3% da área basal total. Estudos realizados por Klein (1983) identificaram a presença de Luehea divaricata Martius et Zuccarini por vários locais do Rio Grande do Sul, esta dispersão pode ser melhor visualizada na Figura 01.. Figura 1 – Mapa de distribuição natural de Luehea divaricata Martius et Zuccarini, no RS. Fonte: REITZ et al (1988)..

(18) 17. Devido a grande área de ocorrência de Luehea divaricata Martius et Zuccarini, a espécie acaba recebendo diversos nomes populares, um apanhado geral dos nomes-comuns da espécie. A espécie Luehea divaricata recebe diversos nomes vulgares, sendo conhecida como: açoita; açoita-cavalo-do-miúdo, açoita-cavalos-branco, ibitinga, ivantingui e vatinga, no Estado de São Paulo; açoita-cavalo-vermelho, no Rio Grande do Sul; açoita-cavalos, em Santa Catarina e no Estado de São Paulo; açoita-cavalo, no Paraná, nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo; Biatingui; envireira-docampo; estribeiro; estriveira, na Bahia e no Estado de São Paulo; guaxima-docampo; ibatingui; ivatingui, em Minas Gerais; ivitinga, na Bahia; ivitingui; luitingui; mutamba; pau-de-canga, em Santa Catarina; salta-cavalo, no Paraná e no Estado de São Paulo; soita; soita-cavalo, no Paraná; e ubatinga. Nomes vulgares no exterior: azota caballo e árbol de San Francisco, na Argentina; Francisco Alvarez, no Uruguai, e ka’a oveti, no Paraguai (CARVALHO, 2003, p. 190).. Para outros autores a descrição é da seguinte forma: O tronco geralmente tortuoso e nodoso com base alargada, a casca de cor escura, levemente fissurada, com escamas retangulares pequenas, a casca interna rosa-vivointenso ou rosa-marrom, a folhagem distintamente discolor, com as folhas verdeescuras em cima e ferruginosas ou esbranquiçadas em baixo, lembrando as folhas do louro- pardo, formando copa larga e densa, o que torna essa árvore fácil de ser reconhecida na floresta (REITZ et al, 1988, p. 123).. Aspectos relacionados as características fenotípicas de Luehea divaricata Martius et Zuccarini são feitas definindo-a como: Árvore caducifólia de grande porte, de até 30 m de altura. Fustes curtos quando isolada. Na floresta, seus fustes são altos e tortuosos, de até 110 cm de diâmetro. Casca pardo-escura, áspera, fissurada finamente, com escamas retangulares, pequenas. Folhas simples, alternas, com estípulas, oblanceoladas, serradas, discolores, tomentosas e brancas na face inferior, de até 15 cm de comprimento por 6 cm de largura. Possui 3 nervuras basais. Inflorescências em panículas terminais. Flores hermafroditas, pentâmeras, de até 2,5 cm de comprimento, de cor amarela, branca, lilás até roxas. Fruto do tipo cápsula, oblongo, castanho, ferrugíneo, abrindose em 5 fendas, de até 3 cm de comprimento (BACKES et IRGAN, 2002, p. 293).. 2.2.1 Aspectos ecológicos Em relação às características hidromórficas do solo, Cardoso e Schiavini (2002), afirmam que o açoita-cavalo (Luehea divaricata Martius et Zuccarini) para desenvolver-se necessita exibir rápido estabelecimento e crescimento nos períodos em que as áreas de depressão não estão inundadas, além de serem adaptadas a várias outras condições de inundação, lavagem, deposição e saturação hídrica do solo e ao sombreamento ocorrente no ambiente florestal. A espécie ocorre geralmente em argissolos, preferencialmente os úmidos, mas também ocorre em cambissolos e latossolos. (Rede Semente Sul, 2006). Nos locais de solos drenados, esporadicamente inundáveis, a cobertura arbórea é densa, sendo formada principalmente pelas espécies Luehea divaricata, Patagonula.

(19) 18. americana, Parapiptadenia rigida, Ruprechtia laxiflora e Cupania vernalis (Farias et al., 1994). Carvalho (1994), salienta que em relação aos aspectos climáticos o açoita-cavalo (Luehea divaricata Martius et Zuccarini) ocorre em áreas de precipitação média anual variando de 950 a 2.000 mm, a temperatura média anual é de 13 a 22ºC, sendo a temperatura média do mês mais frio de 9 a 19ºC, a temperatura média do mês mais quente é de 17 a 27ºC, o número de geadas pode chegar até 57, e os tipos climáticos, segundo Köppen, são: Af, Aw, Cfa, Cfb, Cwa e Cwb. Ocorre em terrenos secos ou úmidos, rasos e pedregosos, com drenagem regular e textura arenosa e argilosa. 2.2.2 Quanto à utilização: O açoita-cavalo foi descrito, em relação as suas aptidões e usos, da seguinte forma: A madeira de açoita-cavalo, por ser moderadamente pesada, de boa aparência, com retratibilidade média a baixa e resistência mecânica variando entre média e baixa, é indicada para confecção de estrutura de móveis para o que é atualmente muito procurada, para caixas, embalagens, artefatos de madeira, saltos para calçados, peças torneadas e, ainda para confecção de contraplacados. Na construção civil é recomendado para ripas, molduras, cordão, guarnições, rodapés, etc. Devido a boa trabalhabilidade, a madeira de açoita-cavalo tem sido aplicada na fabricação de coronhas de armas , formas de sapato e de outras peças torneadas. Atualmente é ainda largamente utilizada para confecções de peças curvadas, especialmente, cadeira de balanço tipo austríaca. Por ser de baixa durabilidade natural e de boa permeabilidade ao tratamento preservativo, a madeira de açoita-cavalo não deve ser aplicada, mesmo após tratamento preservativo, em condições excessivamente favoráveis à deterioração biológica. Boa para trabalhar, sendo usada para cadeiras, carrocerias, tamancos, lanças para cavalaria, caixas de piano, obras internas, cangas e esculturas. Também usada para canoas, mas não é própria, pois apresenta pouca durabilidade na água (REITZ et al, 1988, p. 129).. Outro autor complementa e também descreve a espécie em relação as suas potencialidades de uso. Excelente para sombra e de grande beleza quando cultivada em parques com espaços livres para se desenvolver. De grande utilidade para reflorestamento em áreas destinadas à preservação permanente e ao enriquecimento de áreas devastadas, encostas abruptas e margens de rios. Muito melífera e bom abrigo para espécies epífitas e diversos animais. Seus galhos, muito flexíveis, eram usados como chicotes; daí a origem do nome vulgar. A madeira é fácil de trabalhar, ideal para peças encurvadas como: coronhas de armas de fogo, hélices de aviões, pianos, móveis vergados, cabos de ferramentas, cangalhas, etc (LONGHI, 1995, p. 14).. Segundo Backes e Irgang (2002), a madeira do açoita-cavalo presta-se para produzir celulose e papel. A casca fornece fibras, resina, mucilagens e tanino. Também apresenta uso medicinal, é usada como anti-reumático, antidiarréico, anti-séptico, expectorante e depurativo..

(20) 19. Estes autores ainda recomendam Luehea divaricata para controle de voçorocas e enriquecimento de matas ciliares. As folhas de Luehea são comercializadas como fitoterápicos contra disenteria, leucorréia, reumatismo, blenorragia e tumores; a infusão das flores é usada contra bronquite e a raiz é depurativa (Tanaka et al., 2005). Rai (2003), informa que as partes aéreas de açoita-cavalo (Luehea divaricata Martius et Zuccarini) são usadas em medicamentos tradicionais para feridas de pele, limpeza de grãos, e para lavagens vaginais. Já Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Wendling et al., 2002) acrescenta que em sistemas agroflorestais a Luehea divaricata Martius et Zuccarini é utilizada em consórcio com outras espécies definidas como tipicamente florestais. Esta espécie apresenta, em condições de regeneração natural, uma grande quantidade de indivíduos, mostrando que uma espécie recomendável para a regeneração natural de áreas degradadas, além da possibilidade de plantios consorciados com outras espécies em áreas degradadas (Anton et al., 2005). 2.2.3 Quanto ao crescimento e produção Melo (2004), estudando a restauração de mata ciliares em SP, concluiu que Luehea divaricata Mart. et Zucc. apresentou ao final de 3 anos um DAP (Diâmetro a altura do peito) de 4,00 cm e altura de 4,50 metros. Dados da UNA (2006), apontam que o açoita-cavalo (Luehea divaricata Martius et Zuccarini) apresentou um incremento médio anual (IMA) para diâmetro de 0,98 cm e para altura de 0,75 m. As pesquisas de Carvalho (2003), apontam que o açoita-cavalo (Luehea divaricata Martius et Zuccarini) apresenta crescimento lento, que varia em função do sítio e tratos culturais. A produtividade volumétrica máxima registrada é de 5,00 m-3ha-1ano-1, aos 10 anos. 2.3 Recipientes A produção de mudas de espécies florestais em recipientes é o sistema mais adotado pelos viveiros. Isto se justifica uma vez que é possível alcançar padrões de qualidade superiores, além de se ter o controle sobre a nutrição e proteção das raízes, tanto por danos mecânicos quanto por desidratação, além é claro de facilitar o manejo tanto no viveiro quanto.

(21) 20. para o transporte até o local de plantio definitivo. Através do uso de recipientes também é possível maximizar a taxa de sobrevivência e crescimento após o plantio (Tinus e McDonald, 1979; Carneiro, 1995; Gomes e Paiva, 2004). A evolução das técnicas de produção de mudas, no tocante ao tipo de recipiente, é ilustrada da seguinte forma: Os recipientes usados na Austrália, para a repicagem de mudas de eucalipto, são cilindros metálicos grampeados, conhecidos como tubos, assim como cilindros de laminado de madeira, enquanto que em outros países são usados vasos de barro, tubos de papel alcatroado, torrões de terra crua, internódios de bambu, recipientes de folha de bananeira. (Penfold & Willis, 1961 (apud SIMÕES), 1970, p. 102).. No Brasil já foram utilizados diversos tipos de recipientes para atender a produção de mudas, principalmente para as do gênero Eucalyptus. Os primeiros recipientes utilizados para a produção de mudas florestais foram os laminados de madeira, torrão paulista, recipientes de papelão e ainda há outros de baixo custo, como por exemplo, os feitos a partir de taquara (colmos de bambus), opção de alguns viveiros (Carneiro, 1995; José, 2003). Outros tipos de recipiente que é muito utilizada pelos viveiros são os sacos plásticos, que são usados principalmente para mudas de espécies florestais nativas e para arborização urbana, já que podem ser adquiridos em grandes quantidades e abaixo custos (Gomes e Paiva, 2004). Segundo os mesmos autores, os sacos plásticos são fáceis de manejar no viveiro e ainda são opções quando se deseja produção em escala de mudas arbóreas. Porém, como foi salientado por eles, este tipo de recipiente apresenta alguns inconvenientes, como por exemplo: enovelamento do sistema radicular, utilização de grande área no viveiro, alto custo no transporte das mudas para o campo (devido ao volume e peso de cada embalagem) e ainda provocam o chamado “cachimbamento” das raízes (característica não desejável na muda). Buscando uma alternativa para este problema, várias pesquisas foram conduzidas a fim de obter um recipiente que congregasse o maior número de vantagens ao invés de desvantagens. A partir desta temática e a fim de buscar alternativas mais eficientes para a produção de mudas, foram realizados diversos estudos avaliando tipos, tamanhos de recipientes e composição de substratos (Cozzo, 1976; Gomes et al., 1977; Gomes et al., 1991; Aguiar et al., 1992; Santos, 1998; Samôr et al., 2002; José, 2003; Hoppe et al. 2003; Paulino et al., 2003; Gomes et al., 2003). Cozzo (1976), analisando qual seria o recipiente ideal para a produção de mudas florestais concluiu que a escolha deve recair sobre um recipiente que atenda aspectos práticos e técnicos, ou seja, ser barato, de fácil obtenção em grandes quantidades, baixo custo de.

(22) 21. manejo no viveiro, permitir o bom desenvolvimento do sistema radicular e que a sua composição não seja tóxica para as plantas. Este autor ainda complementa que o tamanho ideal do recipiente é aquele que harmonize o custo com a possibilidade de obter um máximo desenvolvimento radicular, de boa qualidade – sem enovelamentos – e com um bom equilíbrio entre raízes e parte aérea. Ele ainda ressaltou que é mais importante a altura do recipiente do que a largura. Cozzo (1976) explica que com o passar do tempo ocorre um maior desenvolvimento das raízes principais que do que as secundárias; e são as principais que determinam um melhor estabelecimento da árvore no local de plantio definitivo. Neste sentido, Tinus e MacDonald (1979), informam que apesar de dinâmico o processo de evolução dos recipientes, deve-se preconizar o princípio de que as mudas produzidas tenham o mínimo de distúrbio e exposição do sistema radicial no momento de plantio. Segundo os autores, há maior chance de se obter taxas de sobrevivência e desenvolvimentos superiores se forem minimizados os impactos no momento de plantio. Para a escolha de um recipiente também se devem considerar os custos, praticidade de manuseio, grau de aproveitamento, permeabilidade às raízes, eficiência sobre o crescimento das mudas, disponibilidade no mercado, resistência e durabilidade (Balloni et al., 1980). Alguns critérios que devem ser levados em consideração para a escolha de um recipiente para a produção de mudas, principalmente quando se desejam mudas para reflorestamentos, são eles: - Distribuição do sistema radicial em forma o mais natural possível, não permitindo qualquer tipo de deformação; - Dimensões dos recipientes (altura e seção transversal), com adequado volume de substrato para cada espécie; - Possibilidade de reaproveitamento; - Custos; - Facilidade de manuseio (se decompõe ou não no viveiro); - Não trazer problemas à proteção das raízes, durante o transporte das mudas para o campo; - Disponibilidade no mercado; - Não ser tóxico para as mudas; - Se pode ou não ser plantado com as mudas (CARNEIRO, 1995, p.314).. Com o desejo de eliminar ou diminuir as desvantagens dos recipientes, até então utilizados em grande escala, surgiu o tubo de plástico rígido, popularmente conhecido como tubete. Gomes e Paiva (2004), comentam que há uma tendência de substituição dos sacos plásticos pelos tubetes. Esta mudança do tipo de recipiente, saco plástico para tubete, vem ocorrendo gradativamente, porém, as empresas reflorestadoras aderiram ao tubo plástico.

(23) 22. devido ao fato de simplificarem os tratos no viveiro e possibilitarem a mecanização das operações de produção das mudas (Carneiro, 1995; Gomes e Paiva, 2004). O uso de tubetes de pequeno volume iniciou-se nos Estados Unidos por volta da década de 70, atraindo os silvicultores, principalmente por sua economia e automação do sistema de produção de mudas (José, 2003). Moro et al. (1988) relatam que ocorrem significativos ganhos na substituição dos sacos plásticos por tubetes para a produção de mudas, obtendo redução de 36% no custo da mão-de-obra e de 69% no custo final da muda. O tubete constitui-se de um tubo de polipropileno rígido, levemente cônico, de seção circular, onde internamente estão dispostos frisos (estrias) que ocorrem longitudinalmente e são eqüidistantes, em número de 4, 6 ou 8, dependendo do tamanho do recipiente. No fundo do recipiente há um orifício com a finalidade de escoar o excesso de água, além de promover a poda das raízes pelo contato com o ar (Carneiro, 1995; Gomes e Paiva, 2004). Como vantagens do sistema de produção de mudas em tubetes destacam-se: menor diâmetro (ocupando menor área no viveiro), menor peso, e por conseqüência, menor volume de substrato, possibilidade de mecanização das operações de produção das mudas, redução no custo de transporte das mudas para o local de plantio, redução do custo de plantio, redução da mão-de-obra, facilidade operacional do processo, uso em qualquer condição climática (inclusive em casa de vegetação), além de possibilitar melhoras nas condições de trabalho (ergonomia) (Campinhos Jr. e Ikemori, 1983; Fagundes e Fialho, 1987; Reis, 1988; Carneiro, 1995; Wendling et al., 2002; Gomes e Paiva, 2004). Entretanto, o sistema de produção de mudas em tubetes ainda não representa uma unanimidade. Neste sentido, Barroso et al. (2000), destacam que as deformações radiculares são o resultado da ação das paredes rígidas, que são acentuados pelo pequeno volume de substrato disponível. Este autor ainda revelou que mudas de Eucalyptus camaldulensis produzidas em tubetes apresentaram, após o plantio, raízes pivotantes indefinidas e bifurcadas, além de apresentarem raízes primárias finas e pouco ramificadas. Os autores salientaram que as deformações causadas pelos tubetes persistem mesmo após o plantio, e acabam por comprometer o desempenho inicial das mudas. Mattei (1993),. apresentou um estudo comparativo entre mudas de Pinus taeda. provenientes por semeadura direta no campo e por mudas produzidas em tubetes. Neste estudo, o autor pôde observar que todas as mudas provenientes da semeadura no campo apresentaram raízes secundárias distribuídas em todos os quadrantes, enquanto que as mudas produzidas a partir de tubetes tiveram estas raízes em apenas dois quadrantes. Este autor.

(24) 23. concluiu no final de seu trabalho com Pinus taeda, que os tubetes não são adequados para a produção de mudas para essa espécie, e justificou que este recipiente promoveu a deformação das raízes laterais. Porém, sabe-se que o gênero Pinus adapta-se melhor a outros sistemas de produção, como o plantio em raiz nua, apresentado por Campinhos Jr. e Ikemori (1983), ou ainda o sistema apresentado por Novaes et al. (2001), que obtiveram como melhor recipiente para produção de mudas de Pinus taeda o sistema de blocos prensados. Por outro lado, o gênero Eucalyptus adaptou-se bem aos tubetes plásticos, assim, vários estudos apresentaram seus resultados positivos (Gomes et al., 1985; Gomes et al., 2003; Carneiro, 1995). Santos (1998), estudou e avaliou o efeito do tamanho do recipiente (tubete) e a composição do substrato para a produção de mudas de Cryptomeria japonica. Neste estudo o autor concluiu que independentemente do substrato o melhor recipiente foi o modelo com 5,2 cm de diâmetro superior e 19 cm de altura. Por outro lado, Samôr (2002) não recomendou a produção de mudas de Anadenanthera macrocarpa e de Sesbania virgata em tubetes com volume de 50cm3 e recomendou que para a produção de mudas destas espécies sejam utilizados sacos plásticos de 15 cm de altura ou ainda tubetes de 19 cm. Entretanto, é importante levar em consideração que: As pesquisas com embalagens para produção de mudas tem sido muito dinâmicas e sempre acatando o princípio de que o sistema radicular é importante, devendo apresentar boa arquitetura, e que, por ocasião do plantio, deverá sofrer o mínimo de distúrbios, o que permite que a muda seja plantada com um torão sólido e bem agregado a todo o sistema radicular, favorecendo a sobrevivência e o crescimento inicial no campo (GOMES et al., 2003 p. 114).. Gomes et al. (2003), ao avaliarem o crescimento de mudas de Eucalyptus grandis em diferentes tamanhos de tubetes, concluíram que apesar dos melhores crescimentos terem sido obtidos nos maiores tubetes, esses não são recomendáveis, uma vez que as alturas das mudas estão acima das tecnicamente ótimas para o plantio, além de o custo de produção ser maior. 2.4 Substratos O substrato foi conceituado por Carvalho (1995), como sendo o meio onde as raízes proliferam-se, para que desta forma seja dado suporte estrutural à parte aérea das mudas, além de supri-las de quantidades necessárias de água, oxigênio e de nutrientes. Também se pode.

(25) 24. entender como substrato, como sendo um meio adequado para o desenvolvimento do sistema radicular das mudas em recipientes ou em raiz nua (Ibid., p. 249). A utilização de substratos para a produção de mudas florestais, produzidas em recipientes, tem importante papel para obtenção de mudas de qualidade. Bellé e Kämpf (1988), justificaram que a importância se deve ao fato de que as raízes dispõem de um volume restrito de meio para exploração e desenvolvimento. Neste sentido, várias pesquisas já foram conduzidas a fim de determinar qual o melhor substrato ou a mistura mais adequada para a produção de mudas em diferentes recipientes (Gomes et al., 1977; Gomes et al., 1985; Bellé e Kämpf, 1988; Jesus et al., 1988; Gomes et al., 1991; Aguiar et al., 1992; Samôr et al., 2002; Hoppe et al., 2003). Gomes e Paiva (2004) reforçam e destacam que a principal função do substrato é de sustentar e fornecer nutrientes às plantas. Além disso, esses mesmos autores informam que o substrato possui diferentes fases, sendo uma delas a fase sólida, composta por partículas minerais e orgânicas; uma líquida, constituída pela solução do solo; e uma gasosa, composta pelo ar atmosférico. Carneiro (1995), destaca algumas das principais características físicas que o substrato deve apresentar para produzir mudas florestais com padrão de qualidade superior. As características físicas mais importantes, segundo este autor, são: textura, estrutura, porosidade, densidade aparente, matéria orgânica e compacidade. Alguns autores conseguiram determinar as características tanto físicas quanto químicas para um substrato ideal (Carneiro, 1995; Gonçalves, 1996). Estas características foram reunidas por Gonçalves (1996). Este autor afirmou que um bom substrato deve conter boa estrutura e consistência, de modo a sustentar tanto sementes bem como as estacas; ser suficientemente poroso para drenar o excesso de água, tanto das chuvas quanto das irrigações; ser capaz de reter água, de modo a evitar as irrigações constantes; não deve apresentar contrações ou expansões devido às oscilações de umidade; não apresentar substâncias tóxicas, plantas invasoras, inóculos de doenças e sais em excesso; ser disponível em quantidade e a custos viáveis e ser bem padronizado, ou seja, deve apresentar pouca variação de lote para lote nas suas propriedades físicas e químicas. Gonçalves (1996), ainda complementa e afirma que o nível de eficiência de um substrato para geminação de sementes, iniciação radicular e enraizamento de estacas, formação do sistema radicular e parte aérea está associado com sua capacidade de aeração, drenagem, retenção de água e disponibilidade de nutrientes..

(26) 25. A definição do substrato e os critérios de sua escolha, em bases científicas, e em especial, no que se refere ao tipo e à sua dosagem, para uma otimização da produção de mudas de espécies nativas ainda são questões a serem pesquisadas (Tedesco et al., 1999). Jarlet, 1965 (apud SIMÕES), 1970, p. 103, considera que um ponto importante é o da escolha da mistura de solo, devendo esta ser arenosa e de textura bem fina. Porém, Campinhos Jr. e Ikemori (1983) citam que solo e ou areia não são recomendados para serem utilizados como substrato em tubetes, em virtude, principalmente, do seu peso e pela sua desagregação. Gomes e Paiva (2004), recomendam que o solo seja utilizado, preferencialmente, em sacos plásticos e para produção de mudas que irão permanecer no viveiro por longo período. Assim, vários estudos tentaram determinar qual seria o melhor meio para germinação, iniciação radicular e desenvolvimento de mudas florestais produzidas em tubetes (Gomes et al., 1985; Aguiar et al., 1992; Samôr et al., 2002; Quevedo et al., 2003; Thomas et al., 2003; Hoppe et al., 2003). Aguiar et al. (1992), recomendam para produção de mudas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden, acomodados em tubetes, seja utilizada uma mistura de 30 a 50% de turfa e 50 a 70% de casca de arroz, bem como formar um substrato a partir da mistura de partes iguais de turfa, casca de arroz e bagaço de cana. Após estudarem o comportamento de Cordia trichotoma sob diferentes taxas de sombreamento e substratos, Jesus et al. (1988) aconselharam o uso de matéria orgânica como substrato. Samôr et al. (2002), apesar de não recomendarem o uso de tubetes para a produção de mudas de Parapiptadenia rigida e Sesbania virgata, concluíram que tanto bagaço de cana-deaçúcar com torta de filtro de usina quanto casca de eucalipto decomposta com vermiculita mostraram-se eficientes para a produção de mudas destas espécies. De acordo com Minami, 1995 (apud TAVAREZ), 2004, p. 8, substrato é o componente mais sensível e complexo do sistema de produção de mudas, uma vez que qualquer variação na sua composição pode alterar o processo de formação da planta, reduzindo, acentuadamente, a germinação da semente e, até mesmo, o crescimento vegetativo das plantas. Algumas características básicas são necessárias na definição de um bom substrato para produção de mudas. Segundo o informativo comercial apresentado pela Eucatex Mineral Ltda. (1991), a empresa apresenta no mercado um substrato com as seguintes características:.

(27) 26. adequada aeração, boa retenção de água, boa retenção de nutrientes, sanidade e ausência de ervas daninhas. Um alto teor de matéria orgânica, conforme Backes et al. (1988, p. 669), não é necessariamente importante. Entretanto, várias características num substrato podem ser melhoradas com o acréscimo de matéria orgânica. O substrato comercializado como Platmax é constituído pela mistura de vermiculita expandida, casca de pinus, turfa e perlita, enriquecido com nutrientes minerais por meio de fonte de solubilidade gradual como osmocote, com a finalidade de atender a demanda da planta na fase de viveiro, sem risco de deficiência pelas perdas por lixiviação. Este substrato é isento de patógenos e de propágulos de plantas daninhas dispensando a aplicação de defensivo para expurgá-lo. Segundo Gomes e Paiva (2004), a vermiculita é um mineral de argila, do grupo da montmorilonita, apresenta quantidades consideráveis de Mg e Fe e com alta capacidade de troca catiônica (CTC). Este mineral constitui-se de lâminas justapostas, formando tetraedros de sílica e de octaedros de ferro e de magnésio. Gonçalves (1996), informa que a vermiculita é uma forma de mica expandida e que portanto, é obtida a partir do aquecimento da mica a temperaturas superiores a 1000 °C. A vermiculita é leve (baixa densidade), uniforme em sua composição, é estéril, possui grande capacidade de reter água, ar e fertilizantes, além de possibilitar a mecanização do sistema (Campinhos Jr. e Ikemori, 1983). Gomes e Paiva (2004), destacam que a vermiculita é um ótimo condicionador de solo, podendo melhorar as propriedades físicas e químicas deste meio. Porém, este autor informa que este condicionador de solo possui algumas desvantagens, como as citadas por Gomes et al. (1991): a vermiculita é um produto caro, devido ao processo de industrialização; e quando está em maior parte na mistura, as mudas apresentam deficiências minerais; além do fato de que este material não permite a formação de um sistema radicular bem agregado ao substrato. Utiliza-se também a casca de pinus como componente de misturas para a formação de substratos. A casca é utilizada em muitos substratos comerciais; é um subproduto da atividade florestal. Assim sendo, após a exploração da madeira, as cascas das árvores são moídas e compostadas, por fim, apresentam tamanhos de partículas de tamanhos variáveis, constituídas por celulose e outros carboidratos similares. Como descrito, a casca de pinus constitui-se de um material orgânico que se decompõe com o tempo. Segundo Gonçalves (1995), a casca de pinus se destaca pela elevada capacidade de troca de cátions, boa drenagem, baixa capacidade de absorção de água e pH ácido, com índice igual a 3,7..

(28) 27. Outro componente utilizado como substrato puro ou em mistura são as chamadas turfas. Este tipo de material caracteriza-se por ser um depósito de sedimentos orgânicos além de apresentar alto teor de umidade (Mangrich, 1986). Este autor ainda informa que o Brasil possui cerca de 25 bilhões de toneladas de turfas espalhadas pelo território nacional. Kiehl (1985), define turfa como sendo uma substância fóssil organo-mineral, de consistência branda quando molhada, tenaz quando seca, de coloração variável entre o cinza e o preto, encontrada em alagadiços e que tem sido usada como fertilizante orgânico industrializado. Ele ainda informa, que a turfa torna-se interessante economicamente quando o conteúdo de matéria orgânica ultrapassa os 40%. A formação das turfeiras tem por origem três fatores principais, são eles: a sedimentação das diversas partículas do solo oriundas dos terrenos mais elevados; a deposição de plantas aquáticas e a contribuição das plantas marginais à região alagada. Este processo ocorre sem a presença de oxigênio atmosférico, o que garante à mistura de material vegetal mais a água uma decomposição lenta, devido ao fato de não ocorrer uma oxidação completa (Kiehl, 1985). Leinz (1980), informa que a decomposição da matéria orgânica é realizada pela ação conjunta de bactérias e fungos anaeróbicos, que através de suas atividades e nas condições de anaerobiose ocorre à fermentação da celulose e lignina, e assim, permite-se à liberação de ácidos húmicos, acético e outros produtos complexos. As turfeiras, devido aos seus constituintes e a forma como se originam, apresentam propriedades de grande interesse tanto para a indústria quanto para o produtor rural. Assim, destacam-se as porcentagens de umidade, de matéria orgânica, de nitrogênio, de fósforo e de potássio; o índice de pH, a relação C/N, a capacidade de troca catiônica (CTC) e a capacidade de retenção de água (Kiehl, 1985). Kiehl (1985), acrescenta que as turfas são utilizadas na agricultura para servir como fonte de matéria orgânica para o solo e para fertilizar e melhorar as propriedades do solo, ou seja, age como um condicionar para o solo. Comercialmente, são disponibilizadas várias formulações contendo a turfa como componente principal e ainda há o acréscimo de outros componentes de acordo com o cultivo. A empresa Florestal S.A. utiliza diferentes tipos de turfas fibrosas e decompostas, mais perlita e vermiculita, que proporcionam condições de retenção de água e aeração, ideais para cada cultura, além do enriquecimento com fertilizantes e calcário (Turfa Fértil,2006). O substrato, de nome comercial Humosolo Vida, é produzido a partir de matéria orgânica bem compostada e produtos minerais, 100% obtidos de reciclagem, evitando assim a.

(29) 28. exploração ilegal de terra do mato ou banhados e contribuindo desta forma para a preservação de nossos ecossistemas naturais (Humosolo, 2006). A matéria orgânica quando decomposta produz o chamado composto orgânico. Este composto pode ser obtido tanto de restos culturais como de animais. Segundo Gomes e Paiva (2004), o composto orgânico promove a proliferação de microorganismos úteis, melhora as propriedades físicas e químicas do solo, aumenta a capacidade de retenção água e nutrientes, além de apresentar outras características benéficas para a produção de mudas ou como condicionador de solo. 2.5 Padrões e classificação de mudas. A classificação das mudas em termos de qualidade é de fundamental importância, uma vez que se procura produzir mudas vigorosas e que possam sobreviver e resistir às adversidades do local de plantio definitivo. Além de sobreviver, espera-se que as mudas alcancem os índices de desenvolvimento inicial e crescimento satisfatórios que justifiquem a implantação de acordo com o objetivo da floresta (Carneiro, 1995; Gomes e Paiva, 2004). Carneiro, 1983 (apud CARNEIRO), 1995, p.57, apresenta os critérios, que são premissas, para a classificação das mudas que se baseiam em aumentar o percentual de sobrevivência das mudas após o plantio e diminuir a freqüência dos tratos culturais de manutenção dos povoamentos. Gomes e Paiva (2004), acrescentam que o potencial genético, as condições fitossanitárias e a conformação do sistema radicular também são importantes para a manutenção da produtividade da floresta. A base no sucesso do reflorestamento é sem dúvida a definição da espécie, o material genético mas, também, conforme destacou Balloni et al. (1980), a qualidade das mudas é determinante na padronização, na uniformidade e no vigor de crescimento dos povoamentos florestais. Para determinação da qualidade das mudas de espécies florestais, aptas para o plantio, sugere-se que sejam utilizados os parâmetros denominados de morfológicos e fisiológicos. Os parâmetros morfológicos são os mais utilizados devido à praticidade e facilidade de mensurar. Já os fisiológicos dizem respeito ao estado nutricional, capacidade de absorção de água, variações nos tecidos de reserva, potencial de regeneração de raízes, entre outros (Carneiro, 1995; Gomes e Paiva, 2004)..

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