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Endividamento dos servidores ativos, aposentados e pensionistas do poder executivo do Estado do Ceará com empréstimos consignados

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE PROGRAMA DE ECONOMIA PROFISSIONAL

CRISTIANE LORENZETTI COLLARES

ENDIVIDAMENTO DOS SERVIDORES ATIVOS, APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO CEARÁ COM

EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS.

FORTALEZA 2019

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ENDIVIDAMENTO DOS SERVIDORES ATIVOS, APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO CEARÁ COM

EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Economia Profissional da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Economia. Área de concentração: Economia do Setor Público. Orientador: Prof. Dr. Nicolino Trompieri Neto.

FORTALEZA 2019

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CRISTIANE LORENZETTI COLLARES

ENDIVIDAMENTO DOS SERVIDORES ATIVOS, APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO PODER EXECUTIVO DO ESTADO DO CEARÁ COM

EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS.

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Economia Profissional da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Economia. Área de concentração: Economia do Setor Público. Orientador: Prof. Dr. Nicolino Trompieri Neto.

Aprovada em: ___/ ___ /_____.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Prof. Dr. Nicolino Trompieri Neto (Orientador)

Universidade de Fortaleza (UNIFOR)

Instituto de Pesquisa e Estratégia do Ceará (IPECE)

___________________________________________ Prof. Dr. Roberto Tatiwa Ferreira

Universidade Federal do Ceará (UFC)

___________________________________________ Prof. Dr. Luiz Ivan de Melo Castelar

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar o endividamento dos servidores ativos, aposentados e pensionistas do Poder Executivo do Governo o Estado do Ceará com empréstimos consignados, no período de março de 2019. A importância do tema se dá na medida em que é cada vez mais comum o ato de contrair empréstimos consignados pela população, por terem os menores juros do mercado e maior facilidade na contratação. Assim, foi estimado um modelo de resposta qualitativa Logit, onde inicialmente se esperou conhecer as características dos servidores/beneficiários do Governo do Ceará e o que os conduzem ao endividamento com a contratação de empréstimos consignados, assim, com os resultados obtidos foi possível inferir que são servidores /beneficiários com menor idade, os casados, os do sexo masculino e os servidores com vinculo ativo que tendem a possuir maior endividamento através de empréstimos consignados.

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ABSTRACT

The objective of this study was to analyze the debt level of active servants, retirees and pensioners from the State of Ceará Government’s Executive Branch with payroll-deductible loans, in March 2019. This is an important theme, as payroll borrowing is becoming more common by the population, due to the lowest interest rates on the market and ease of access. Thus, a Logit predictive qualitative response model was assessed, where it was initially expected to identify distinctive features of the State Government's servants / beneficiaries and what lead them to take on debt through payroll loans, thus, the results determine that it is younger servants / beneficiaries, married, male and active bonded servants who tend to have higher indebtedness through payroll loans.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Modalidades de oferta de crédito pessoa física ...11

Quadro 02 - Finalidades do dinheiro que conseguiu com os empréstimos consignados...16

LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Empréstimo pessoal com recursos livres...15

Tabela 02 – Quantitativo de matriculas com acesso a margem para consignação em relação ao total de matriculas ...18

Tabela 03 – Percentual de utilização da margem de consignação facultativa...20

Tabela 04 – Valor mensal de empréstimos consignados contratado com as instituições bancarias credenciadas...21

Tabela 05 – Estatística descritiva das variáveis...26

Tabela 06 – Resultados da estimativa...27

Tabela 07 – Razão das chances...28

Tabela 08 – Efeitos marginais das variáveis...29

Tabela 09 – Efeitos marginais das variáveis (em elasticidade) ...30

Tabela 10 – Probabilidade de endividamento que comprometa mais de 75% da margem consignada...31

Tabela 11 – Resultados da estimativa...36

Tabela 12 – Razão das chances...36

Tabela 13 – Efeitos marginais das variáveis...37

Tabela 14 – Efeitos marginais das variáveis (em elasticidade) ...37

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 - Saldos de Crédito: Variação 12 Meses...11

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BACEN - Banco Central do Brasil CET - Custo Efetivo Total

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CNDL - Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico SEPLAG - Secretaria do Planejamento e Gestão

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO... ..8

2. REFERENCIAL TEÓRICO ...10

2.1 Economia do Endividamento ...10

2.2 Crédito Consignado ...14

2.3 Crédito Consignado – Servidores, Aposentados e Pensionistas do Estado do Ceará ...17

3 METODOLOGIA ...22

3.1 Descrição dos dados ...22

3.2 Metodologia econometria ...24

3.3 Modelo econométrico ...25

4 RESULTADOS ...26

4.1 Razão das chances ...28

4.2 Efeitos marginais ...29

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...32

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...34

APÊNDICE A – RESULTADOS DO MODELO LOGIT CONSIDERANDO IMPLICITO O VINCULO ATIVO ...36

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1 INTRODUÇÃO

O Crédito Consignado (também conhecido como Empréstimo Consignado) é uma modalidade de empréstimo em que o desconto da prestação é feito diretamente na folha de pagamento ou do benefício previdenciário do contratante. A consignação em folha de pagamento ou do benefício depende de autorização prévia e expressa do cliente à instituição financeira concedente do empréstimo e da existência de convênio entre a fonte pagadora e a instituição financeira que oferece a operação BACEN (2018).

Assim, o crédito consignado é mais seguro para quem está emprestando, pois, a cobrança é praticamente automática e a responsabilidade é da empresa empregadora.

No Brasil, é muito comum o ato de empréstimo consignado pela população, por se ter um dos menores juros do mercado e maior facilidade na contratação, portanto, esse crédito vem atraindo cada vez mais um maior número de adeptos.

Em um primeiro momento, pretende-se avaliar os critérios e limites definidos para obtenção de empréstimos consignados para os grupos de servidores, aposentados e pensionistas em estudo.

Este trabalho propõe a estimação de um modelo econométrico que forneça, por resultado, a probabilidade de um determinado servidor público do Poder Executivo do estado do Ceará vir a ter sua remuneração mensal comprometida com empréstimo consignado. Assim, pretende-se encontrar a probabilidade, através de um modelo de variável dicotômica, baseado na função densidade acumulada de uma função de distribuição logística – Logit, de determinado servidor estar com grande parte de sua margem consignada já comprometida com empréstimos realizados.

O estudo utilizará dados obtidos do Governo do Estado do Ceará1, onde obteremos informação dos 64.086 servidores Ativos, 60.601 Aposentados e 14.178 pensionistas previdenciários, tendo como período de referência março de 2019.

ALMEIDA, Notlin de Araújo (2012) realizou estudo sobre o endividamento e sobre-endividamento dos servidores públicos do Poder Executivo do estado do Ceará, sendo bem direcionado para o que será abordado nesse trabalho, sendo que no estudo realizado pelo autor foi segmentado em 9 grupos levando-se em

1A base de dados foi fornecida pela SEPLAG – Secretaria de Planejamento e Gestão, dados obtidos

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consideração seus perfis remuneratórios, quantitativo de servidores e suas respectivas atividades finalísticas. No trabalho agora apresentado segmentaremos o grupo de servidores pelo seu vínculo com o estado do ceara, sendo: Servidores ativos, Aposentados e Pensionistas Previdenciários.

O presente trabalho é composto de uma introdução e quatro capítulos assim distribuídos.

Para alcançar o objetivo principal, primeiramente, embarcaremos em um estudo do referencial teórico do tema, abordando assuntos e conceitos como a econômica do endividamento, crédito consignado e de forma mais específica o crédito consignado para o público de servidores ativos, aposentados e pensionistas do Estado do Ceará.

Posteriormente, o presente trabalho vem expor a metodologia que foi utilizada para a segmentação dos dados, tendo como base os perfis de renda e de endividamento dos servidores ativos, aposentados e pensionistas do Estado do Ceará. Utilizando a modelagem Logit para estimar a probabilidade condicional do servidor/beneficiário utilizar mais de 75% de sua margem para consignação.

Após, são estudados os resultados da estimação do Modelo Logit, ainda, em uma forma alternativa de analisar os resultados do modelo Logit, utilizou-se o meio da razão de chances. Por fim, foram explorados o efeito marginal, como também o efeito marginal em elasticidade de cada variável explicativa sobre a probabilidade de endividamento dos servidores do Estado do Ceará.

Por fim, no quinto e último capítulo, através de uma breve síntese, apresentamos a conclusão dos resultados, e expomos as considerações finais.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Economia do Endividamento

Pelo entendimento comum, sempre que uma pessoa, física ou jurídica, compra algo e não paga imediatamente ou adquire um empréstimo, estará assumido uma dívida, ou seja, dívida é um compromisso, pecuniário ou patrimonial, que se assume com outra pessoa física ou jurídica. Tratando-se de ativo, dívida é a maneira de se usar um futuro poder de aquisição no presente antes que uma soma tenha sido ganha.

Nos restringindo ao endividamento da pessoa física e buscando respostas na teoria econômica, dando ênfase aos conceitos que relacionam o endividamento pessoal ou familiar derivado do acesso ao crédito, uma vez que essa é a principal fonte de endividamento recente das famílias brasileiras (GUTTMANN, 2008, p.99), buscaremos responder neste capitulo questões como: quais as principais razões que podem levar a alguém a contrair dívida? Porque uma pessoa adquire uma dívida? Quais as consequenciais do endividamento para pessoa endividada?

Observamos que, nos últimos anos, principalmente a partir da crise econômica de 2008, a disponibilidade de crédito doméstico pôde proporcionar ganhos substanciais de bem-estar, permitindo possibilidades de consumo que não estariam disponíveis de outra forma. Percebemos que as famílias usam crédito para financiar compras de imóvel residencial e bens de consumo duráveis.

Ainda, outras formas de crédito com diferentes características também se tornaram disponíveis para famílias usá-los para atender necessidades específicas, entre as formas de crédito, de fácil acesso individual, têm destaque os cartões de crédito e o cheque especial, este último refere-se à utilização de valores da conta corrente ainda descobertos.

O crédito é uma variável econômica importante que promove a expansão das atividades produtivas, amplia o poder de compra dos consumidores e multiplica as transações de mercado. Os ganhos socioeconômicos são evidentes e tornam o mercado consumidor brasileiro um dos mais atraentes.

Em dezembro de 2018, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro nacional alcançou R$3,3 trilhões. No ano, a carteira total cresceu 5,5%, revertendo as contrações dos dois anos anteriores (2017: -0,5%; 2016: -3,5%), com

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destaque para o crédito às famílias, com expansão de 8,6%. Assim, a relação crédito/PIB atingiu 47,4% no final do ano.

GRÁFICO 1 - SALDOS DE CRÉDITO – VARIAÇÃO 12 MESES

Fonte: Banco Central (2019)

No Quadro 1, é apresentado as principais e mais populares modalidades de oferta de crédito pessoa física. As instituições que concedem crédito, sejam bancos, financeiras, cooperativas de crédito entre outros, recebem juros como remuneração pelo capital emprestado. Essa instituição deve ter sua política de crédito, em que dentre outros fatores deve-se atentar para a capacidade de pagamento do tomador, caso contrário, corre o risco de não receber o montante emprestado de volta, com consequências para a sua própria saúde financeira.

QUADRO 1: MODALIDADES DE OFERTA DE CRÉDITO PESSOA FÍSICA

Cheque especial: É um crédito automático ligado à sua conta bancária, é fácil de usar pois não é preciso autorização para utilizá-lo. Por causa desta facilidade, este tipo de empréstimo tem uma taxa de juros alta.

Cartão de crédito de loja: Atualmente, a maioria das lojas de departamentos, eletroeletrônicos e redes de supermercados oferecem seus próprios cartões para compras a prazo. Uma das vantagens deste tipo de cartões é que não fazem muitas exigências no nível de renda e documentação para abertura de crédito.

Crédito direto ao consumidor: Na prática, a obtenção deste tipo de crédito é bastante simples. O CDC (Crédito direto ao consumidor) permite que você obtenha o crédito no momento que está adquirindo um bem ou um serviço. Este tipo de crédito tem taxas de juros mais baixas que os cartões de crédito e cheques especiais.

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crédito a partir do momento que você autoriza o desconto na sua folha de pagamento do seu salário. A vantagem é que ele possui as taxas de juros mais baixas do mercado.

Crédito pessoal: Este tipo de crédito é oferecido pelo banco para seus correntistas e, em especial, para quem tem conta salário. O consumidor recebe o dinheiro para usá-lo livremente: esta linha de crédito não está ligada à compra de produtos.

Crédito imobiliário: Esta modalidade de crédito proporciona algumas facilidades na hora da aquisição do seu imóvel residencial novo ou usado.

Cartão de Crédito: É uma forma muito popular para pagar as compras no Brasil. Dependendo da sua renda e o seu perfil de consumo, as instituições financeiras oferecem cartões com determinados limites de crédito.

Crédito Universitário: Utilizado para financiar os estudos na universidade.

Fonte: GCFGlobal

Diante de uma série de opções de créditos e de fornecedores, cabe ao cliente avaliar o melhor custo relativo, comparar o custo e preço do crédito, visando garantir a escolha mais vantajosa entre as opções disponíveis.

O Custo Efetivo Total (CET) é uma informação sobre quanto efetivamente custa um empréstimo ou financiamento, incluindo não somente os juros, mas também tarifas, impostos e outros encargos cobrados do cliente. A vantagem do custo efetivo total é a possibilidade de comparar o que duas ou mais instituições financeiras estão oferecendo e saber qual cobra menos pelo serviço.

Ao obter um empréstimo, normalmente os clientes tendem a avaliar se o valor da prestação cabe em seu orçamento, no entanto, não é a forma mais adequada de avaliação, dentro de uma perspectiva econômico-financeira. É fundamental analisar a real necessidade de crédito, comparar o custo efetivo total das propostas de crédito de duas ou mais instituições financeiras e estar ciente das desvantagens e das consequências do uso de crédito.

Um aspecto importante que observamos e ressaltamos é a ausência de educação financeira em muitos consumidores, ao não saber planejar e administrar seus recursos disponíveis, ao invés de poupar ou até investir uma parcela dos recursos disponíveis, de modo a suprir eventuais demandas emergenciais, ao contrário, são gastadores desenfreados e pagadores de dividas, ou seja, além de gastarem todo o salário, ainda acumulam dívidas através de empréstimos ou compras parceladas com juros, comprometendo assim o equilíbrio financeiro e por consequência a qualidade de vida de sua família.

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O termo endividamento é atribuído a qualquer pessoa, cuja situação é de possuir dividas, e adquiri bens e serviços parcelados, no entanto, dentro do seu orçamento, compatível com sua renda, cujas parcelas são quitadas nos prazos definidos, neste nível é apenas uma opção de consumo, algo que não compromete o equilíbrio financeiro familiar. (ROCHA e FREITAS, 2010, p. 113)

Já o termo superendividamento tem como característica a impossibilidade financeira de honrar com as dívidas e os bens adquiridos em parcelas. (ROCHA e FREITAS, 2010, p. 113)

Os superendividados podem ser separados em dois perfis: o ativo e o passivo. O ativo é caracterizado por aquele consumidor que por diversos fatores toma empréstimos e consome exageradamente sem a devida reflexão sobre a necessidade ou condição de adquirir os bens e ter como honrar com tais compromissos, ou seja, neste tipo de endividamento se consome além das possibilidades de seu orçamento. Por sua vez, o superendividado passivo é aquele que o motivo de seu endividamento excessivo pode ser justificado por motivos inesperados, tais como, desemprego, crescimento instável da economia, doenças, propaganda enganosa e abuso nos contratos. (ROCHA e FREITAS, 2010, p. 113)

Quanto a questão do endividamento, especialistas no tema consideram duas alternativas para reduzir o superendividamento no Brasil. A primeira alternativa é a promoção de educação financeira, termo definido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE (2005) como,

Processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir de modo mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro.

A promoção de educação financeira é uma alternativa pedagógica e necessária para a sociedade, ainda mais, diante da crescente ofertas de produtos de credito e investimentos, o que se faz necessário que o consumidor esteja cada vez mais preparado, de forma a evitar escolhas danosas diante da gama de opções disponíveis no mercado.

Outra iniciativa de suma importância é a aprovação de legislações voltadas para esse tema, como exemplo, o Projeto de Lei nº 3.515 de 2015, que tem como

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objetivo alterar o Código de Defesa do Consumidor, a fim de criar regras para o sistema de oferta de crédito e criar métodos de prevenção e tratamento do superendividamento, podemos citar como avanços, proposto neste Projeto de Lei, a proteção de grupos mais vulneráveis ao endividamento, em especial os idosos.

O texto além de apresentar o conceito legal para o superendividamento apresenta diretrizes para a prevenção, associadas à possível renegociação de dívidas, o Projeto também versa sobre a Política Nacional das Relações de Consumo, apresentando como instrumentos mecanismos de prevenção e tratamento extrajudicial e judicial do superendividamento e de proteção do consumidor.

Outro ponto tratado no Projeto de Lei é a questão da informação, como direito básico do consumidor, onde é apresentada a necessidade de educação financeira e preservação do mínimo existencial, o texto ainda proíbe que os fornecedores assediem ou pressionem o consumidor a contratar determinado produto, serviço ou crédito, principalmente em caso de cliente idoso, analfabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agravada. Embora o citado Projeto apresente grande avanço na prevenção do superendividamento, o mesmo se encontra parado, deste

2017 no Congresso Nacional, aguardando aprovação

2.2 Crédito Consignado

O Crédito consignado é uma modalidade de empréstimo destinado a servidores públicos, trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aposentados e pensionistas, em que se autoriza o pagamento parcelado do crédito utilizado diretamente em folha de pagamento.

O BACEN (2018) define como Crédito consignado:

Uma modalidade de empréstimo em que o desconto da prestação é feito diretamente na folha de pagamento ou de benefício previdenciário do contratante. A consignação em folha de pagamento ou de benefício depende de autorização prévia e expressa do cliente à instituição financeira concedente do empréstimo e da existência de convênio entre a fonte pagadora e a instituição financeira que oferece a operação.

Atualmente, o crédito consignado é regido pela Lei Federal n.º 10.820 de 17 de dezembro de 2003, alterada pela Lei de n.º 13.172 de 21 de outubro de 2015.

Ao consumidor, esta modalidade de crédito se torna atraente, pois as taxas de juros do crédito são inferiores às praticadas no mercado, afinal, como o desconto

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é feito diretamente na folha de pagamento do consumidor, o risco de inadimplência é bem reduzido, além disto, é vedada a cobrança de tarifa ou de quaisquer outras taxas administrativas, também sendo proibido o estabelecimento de prazo de carência para o início do pagamento das parcelas.

Com a Lei de n.º 13.172/15, foi estipulada a alteração da margem consignável, com isso os trabalhadores regidos pela CLT, aposentados ou pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, podem comprometer até 35% da renda com o consignado, sendo no máximo 30% com empréstimos comuns e 5% exclusivamente com o cartão de crédito, lembrando que cabe a cada estado ou município fixar o limite para margem consignada de seus servidores.

Quanto à taxa de juros, de acordo com dados do Banco Central, no mês de abril de 2019, as linhas de empréstimo pessoal não consignado têm juros que podem chegar a 26,9% ao mês, enquanto as do consignado variam entre 1,50% a 2,13% ao mês para credito consignado do INSS; entre 1,2% a 5,0% para consignados do setor privado; entre 1,2% a 5,5% para consignados do setor público. Portanto, dados como estes reforçam o quanto é atrativo a modalidade de empréstimo consignados.

Vale considerar que os empréstimos consignados, dado seu baixo custo e maior facilidade de acesso para aposentados e funcionários públicos, apresentaram grande expansão, a evolução desse crédito foi notável, chegando em junho de 2018 a corresponder a R$323,8 bilhões.

TABELA 01 - EMPRÉSTIMO PESSOAL COM RECURSOS LIVRES Crédito Pessoal Percentual

Não Consignados 25%

Consignado - Privado 4%

Consignado - INSS 29%

Consignado - Público 42%

Fonte: Empréstimo consignado: Características, Acesso e Uso - 2018 (BACEN)

Ora, observando a Tabela 01 identificamos a importância do credito consignado em relação ao total de credito pessoal disponibilizado, em que o saldo do crédito consignado, respondia, em junho de 2018, por 75% do total; a parte destinada aos funcionários públicos alcançava 42%; a dos beneficiários do INSS, 29%; e a dos celetistas, 4%.

Desde o início da série histórica, em março de 2007, o crédito consignado sempre representou pelo menos 60% do saldo de crédito pessoal (Bacen 2018). Já

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quanto ao valor médio dos contratos de consignados, os funcionários públicos alcançaram, no período analisado, o valor médio de R$10,8 mil, contra R$3,3 mil do grupo dos aposentados e beneficiários, e R$5,6 mil dos celetistas. Esses números refletem as diferenças médias de renda de cada um desses grupos (BACEN 2018).

É importante destacar a internalização desse tipo de crédito entre os beneficiários do INSS que têm renda média relativamente mais baixa, indicando a importância do estabelecimento de garantias, como o desconto em folha de pagamento, para assegurar uma oferta de crédito a custos mais baixos, em especial para tomadores de menor renda.

Em pesquisa realizada Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas - CNDL (2018), é possível identificar no Quadro 02 as principais finalidades para obtenção dos empréstimos consignados. Vejamos:

QUADRO 02 - FINALIDADES DO DINHEIRO QUE CONSEGUIU COM OS EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS

Pagar dívidas em atraso de outros empréstimos, cartão de crédito, prestações, contas em geral

30%

Reformar a casa/apartamento 20%

Pagar contas do dia a dia como água, luz, telefone, aluguel, condomínio, escola 16%

Comprar mantimentos e comida para casa 14%

Comprar/trocar de carro 13%

Fazer uma viagem 12%

Fiz empréstimo para outra pessoa 10%

Imprevistos com manutenção de automóvel/moto 10%

Abrir um negócio 8%

Compra de eletroeletrônicos 7%

Pagar exames, remédios ou consultas médicas 7%

Comprar móveis 6%

Comprar eletrodomésticos 5%

Comprar roupas/sapatos 4%

Dar entrada ou comprar imóvel 4%

Compra de celular 3%

Prefiro não responder 7%

Fonte: Cenário do empréstimo no Brasil 2018 (CNDL/SPC Brasil).

Podemos perceber que entre os que adotaram a modalidade consignado, as principais finalidades foram pagar dívidas de outros empréstimos (30,3%), reformar a casa/apartamento (19,6%), pagar contas do dia a dia como água, luz e telefone (16,3%), comprar mantimentos e comida para casa (13,8%) e comprar ou trocar de carro (13,4%).

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No entanto, apesar das facilidades encontradas para contratação de crédito consignado, mesmo em situações emergenciais, é importante sempre ter cautela em adquiri-lo, pois se trata normalmente de uma dívida de longo prazo, podendo chegar em determinados casos a 120 meses, e diante de um eventual imprevisto, durante o período que ainda se estiver pagando os contratos consignados, fica inviável contrair mais empréstimos, sob a pena de se recair em uma dívida não administrável.

Outro aspecto importante a ser considerado, antes de optar por esta modalidade de empréstimo, é que o desconto é realizado diretamente em folha de pagamento, portanto, deve-se considerar que não há possibilidade de adiar ou suspender o débito e dependendo da instituição financeira em que o contrato foi firmado, pode-se encontrar dificuldade para renegociar o empréstimo, caso surja essa necessidade.

Outro risco a ser levado em consideração é em caso de desemprego, em que dependendo do contrato do consignado firmado, pode ser necessário quitar o empréstimo de uma só vez ou trocar o consignado por outro empréstimo pessoal que possui taxas maiores, levando quem o contraiu a perder o desconto de até 30% do valor na quitação das parcelas.

O crédito consignado pode ser uma boa opção para quitar dívidas como cheque especial e cartão de crédito, bem como, em casos emergenciais, quando não há uma reserva financeira. Entretanto, como qualquer outra linha de crédito, o empréstimo consignado demanda cautela e planejamento, assim, é importante refletir sobre as reais necessidades antes de solicitar o empréstimo. Afinal por menor e melhor que ele possa parecer, não se pode esquecer que é uma dívida.

2.3 Crédito Consignado – Servidores, aposentados e pensionistas do Estado do Ceará

O Estado do Ceará, analisando como base a folha de pagamento de março de 2019 do Poder Executivo, possuía em folha de pagamento 204.171 matriculas, sendo destas, 116.606 pertencente a servidores ativos, 60.655 a aposentados e 26.910 para pensionistas, deste montante, um total de 138.865 matriculas possuem margem para contratarem empréstimos consignados, se assim desejarem, destas 138.865 matriculas temos 64.086 servidores ativos, 60.601 aposentados e 14.178 pensionistas, no grupo a ser estudado.

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TABELA 02 – QUANTITATIVO DE MATRICULAS COM ACESSO A MARGEM PARA CONSIGNAÇÃO EM RELAÇÃO AO TOTAL DE MATRICULAS

Qtd. Matriculas para consignação Com margem Total Servidores ativos 64.086 116.606

Aposentados 60.601 60.655

Pensionistas 14.178 26.910

Total 138.865 204.171

Fonte: Seplag (Março 2019)

Verificando a Tabela 02, observamos que nem todos os servidores ativos, aposentados e pensionistas possuem margem para consignar, e ainda, entre os servidores ativos, só é liberado margem aos servidores com cargo efetivo, ou seja, estagiários e cargos comissionados exclusivos estão entre os que não possuem acesso a margem, já entre os aposentados o acesso é praticamente para todos, e entre os pensionistas, só tem acesso a margem as pensões previdenciárias definitivas, ficando assim excluída da possibilidade de consignação as pensões provisórias, pensões para menores de idade e pensões alimento.

No Estado do Ceará, o limite para consignações facultativas é de 40% (quarenta por cento) da remuneração fixa, ou seja, não é contabilizado para o cálculo da margem do servidor o valor das férias, auxilio alimentação, adicional noturno, diárias entre outros.

Conforme legislação vigente, o Decreto Estadual 31.111, de 29 de janeiro de 2013, alterado pelo Decreto 31.490, de 13 de junho de 2014, existem 3 (três) tipos de consignações a serem avaliadas para o cálculo da margem: as obrigatórias, como se obrigatórias fossem e facultativas.

Assim, consideram-se como consignações obrigatórias os descontos incidentes sobre a remuneração, subsidio ou provento efetuado por força de lei ou mandado judicial, tais como:

 Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza;  Contribuição para o Regime de Previdência Social;

 Pensões Alimentícias determinadas na via judicial;  Restituições e indenizações ao Erário Estadual;  Decisões Judiciais;

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 Sanções administrativas;

 Mensalidades instituída para custeio de entidades sindicais e de classe, devidamente autorizada pelo servidor.

Os consignados obrigatórios são ao primeiro a serem descontados em folha de pagamento sem limite máximo para seu desconto.

No que tange as consignações como se obrigatórias fossem, cuja a essência é facultativa, mas por determinação legal expressa, através dos Decretos 31.111/2013 e 32.088/2016,passam a ser consideradas obrigatórias, são elas:

 Mensalidade de entidades de autogestão sem fins lucrativos, geridas mediante participação direta dos servidores públicos estaduais;

 Planos de Saúde e Odontológico;  Plano Funerário;

 Previdência Privada;  Seguro de Vida;

 Caixas Beneficentes ou Fundações Assistenciais desde que tenham sido devidamente informados à SEPLAG.

Assim como os consignados obrigatórios, os consignados como se obrigatórios fossem são descontados em folha de pagamento sem limite máximo para seu desconto.

Por fim, as consignações facultativas são descontos incidentes sobre a remuneração, subsidio ou provento, mediante autorização prévia e formal do interessado, tais como:

 Mensalidade instituída para custeio de cooperativas e clubes, constituídos por servidores públicos estaduais, civis e militares;

 Contribuição para planos de saúde patrocinados por entidades fechadas ou abertas de previdência privada, que operem com planos de pecúlio, saúde, seguro de vida, renda mensal e previdência complementar, bem como por entidade administradora de plano de saúde;

 Prêmio de seguro de vida de servidor público estadual civil e militar coberto por entidade fechada ou aberta de previdência privada, que opere com planos de pecúlio, saúde, seguro de vida, renda mensal e previdência

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complementar bem como seguradora que opere com planos de seguro de vida e renda mensal;

 Mensalidade para entidades beneficentes;

 Empréstimo pessoal em instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central do Brasil;

 Outras fundamentadas em normas estabelecidas pela SEPLAG.

O cálculo da margem de consignação facultativa, é realizada abatendo da remuneração fixa, primeiramente os consignados obrigatórios e os consignados como se obrigatórios fossem, após esta subtração é calculado o limite máximo da margem disponível para consignação facultativa, onde para os servidores e beneficiários, que estão na Folha de Pagamento do Estado do Ceará, não pode ultrapassar os 40% (quarenta por cento) previsto na legislação vigente.

Com base na Tabela 03, é possível identificar o percentual médio da margem facultativa utilizada por cada grupo em estudo, verificamos assim, que o percentual de utilização da margem de consignação facultativa, segue o mesmo comportamento para os grupos de servidores ativos, aposentados e pensionistas, em média 51,6% das matriculas do Poder Executivo do Estado do Ceara utilizam no máximo 25% da margem consignada disponível, em contrapartida, 33,7% das matriculas utilizam mais que 75% de sua margem.

TABELA 03 – PERCENTUAL DE UTILIZAÇÃO DA MARGEM DE CONSIGNAÇÃO FACULTATIVA

Fonte: Seplag (março 2019)

Conforme CONTRATO Nº069/2018, DOE 15/10/2018, as consignações de empréstimo pessoal, realizadas na folha de pagamento do Poder Executivo do Estado

0 -| 25% 25% -| 50% 50% -| 75% 75% - 100% N 28.160 4.790 6.390 24.746 64.086 % 43,9% 7,5% 10,0% 38,6% 100,0% N 35.127 3.545 4.239 17.690 60.601 % 58,0% 5,8% 7,0% 29,2% 100,0% N 8.345 671 751 4.411 14.178 % 58,9% 4,7% 5,3% 31,1% 100,0% Total N 71.632 9.006 11.380 46.847 138.865 % 51,6% 6,5% 8,2% 33,7% 100,0%

Matriculas Percentual de utilização da margem de consignação facultativa Total Servidores ativos

Aposentados Pensionistas

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do Ceará, são realizadas exclusivamente pelos bancos credenciados Bradesco e Caixa Econômica Federal.

No mês da pesquisa, verificamos que o banco Bradesco utilizou como taxa média de juros o percentual de 1,32% para esta modalidade de empréstimo, enquanto o banco Caixa Econômica Federal utilizou o percentual médio de 1,30%, na tabela 05 é possível identificar o montante do valor consignado com estas duas instituições Financeiras.

Podemos constatar, no período estudado, que apesar da taxa de juros aplicada pela Caixa Econômica Federal em empréstimos consignados ser menor, o banco Bradesco possui o maior volume de empréstimos consignados, como se vê na Tabela 04, representando 88% (oitenta e oito por cento) do total dos valores consignados, a presente situação é justificada pela exclusividade contratual que a Instituição detém com o Poder Executivo do Estado do Ceará.

TABELA 04 – VALOR MENSAL DE EMPRÉSTIMOS CONSIGNADOS CONTRATADO COM AS INSTITUIÇÕES BANCARIAS CREDENCIADAS

Valor Consignado / Mês Bradesco Caixa Econômica Total Servidores ativos 32.948.654,87 5.316.866,27 38.265.521,14 Aposentados 22.421.455,66 2.519.314,02 24.940.858,68 Pensionistas 4.692.234,45 423.335,94 5.115.570,39 Total 60.062.433,98 8.259.516,23 68.321.950,21 Fonte: Seplag (Março 2019)

Em relação a quantidade média de parcelas dos contratos consignados realizados por cada grupo em estudo, identificamos que os contratos de consignação realizados por servidores com vinculo ativo tem em média de 59 meses, enquanto os contratos firmados com aposentados e pensionistas são respectivamente de 61 e 62 meses.

(24)

3 METODOLOGIA

3.1 Descrição dos dados

Após apresentar a fundamentação teórica sobre o objeto de estudo deste trabalho, o presente capítulo vem apresentar a metodologia utilizada para a segmentação dos dados, sobre os perfis de renda e de endividamento dos servidores ativos, aposentados e pensionistas do Estado do Ceará.

Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, onde a pesquisa para o embasamento teórico contou com dados quantitativos.

A análise deste trabalho teve como fonte a base de dados da Folha de Pagamento do Poder Executivo do Ceará, tendo como referência o mês de março de 2019, onde o estudo se concentrou no montante de 138.865 matriculas que possuem margem para contratarem empréstimos consignados, sendo que destas matriculas, temos 64.086 servidores ativos, 60.601 aposentados e 14.178 pensionistas.

Assim, com o intuito de identificar as principais características que influenciam no endividamento, ou seja, no comprometimento quase total de sua margem para consignação facultativa disponível, que como já dito anteriormente, é conforme legislação limitado ao percentual de 40% para os servidores/beneficiários do Estado do Ceará, assim utilizamos neste estudo o percentual de corte de 75% deste percentual, pois corresponde assim ao percentual de 30% de margem, que corresponde ao limite máximo utilizado para os trabalhadores regidos pela CLT, aposentados ou pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, definimos como variável dependente deste estudo:

 Endividamento – Para definição desta variável, os indivíduos do estudo foram separados em dois grupos, considerando o percentual de utilização de sua margem disponível para consignação, sendo atribuído valor 1(um) aos servidores/beneficiários que utilizam mais de 75% de suas margens disponível e atribuindo valor 0(zero) aos que utilizam percentuais inferiores a 75% da margem disponível.

Sobre as informações de cada uma das matriculas em estudo, obtivemos as seguintes variáveis explicativas:

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 Total de vantagens – é a remuneração bruta recebida por cada matricula, sendo uma variável contínua. O que se espera para esta variável é que quanto maior a remuneração menor seja a necessidade de utilização da margem consignada facultativa.

 Idade – a idade de cada indivíduo, no mês deste estudo, uma variável continua. Espera-se que quanto maior a idade, diante da vulnerabilidade social, maior seja a necessidade pessoal de utilização da margem consignada.

 Sexo – representa o sexo do indivíduo estudado, é uma variável binária onde foi atribuído o valor 1(um) para o sexo masculino e 0(zero) para o sexo feminino. Culturalmente espera-se que os homens contratem mais empréstimos consignados que as mulheres, pois a este gênero ainda recai maior cobrança sobre os compromissos financeiros da família.

 Ativos – é o grupo formado por servidores com vinculo funcional ativo, e que possuem acesso a margem para contratação de empréstimos consignados, valor atribuído 1(um) para servidores com vinculo ativo e 0(zero) para outro tipo de vínculo.

 Aposentados - é o grupo formado por servidores já afastados para aposentadoria e aposentados e que possuem acesso a margem para contratação de empréstimos consignados, valor atribuído 1(um) para servidores com vinculo aposentado e 0(zero) para outro tipo de vínculo. Entre os tipos de vínculos espera-se que os aposentados sejam os que contraem mais empréstimos consignados, tanto pela vulnerabilidade da faixa etária desta classe como pela desvalorização dos proventos após a aposentadoria.  Pensionistas - é o grupo formado por pensionistas previdenciários que

possuem acesso a margem para contratação de empréstimos consignados, valor atribuído 1(um) para indivíduos com vinculo de pensionista e 0(zero) para outro tipo de vínculo.

 Casado – representa o estado civil dos indivíduos, foi atribuído o valor 1(um) para representar os indivíduos casados e 0(Zero) para os demais. Quanto ao estado civil foi escolhido os Casados como fator de risco para o endividamento pela responsabilidade e arcar com as despesas não só individuais, mas do núcleo familiar.

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3.2 Metodologia econométrica

Destina-se aqui, apresentar a metodologia para análise dos objetivos propostos, estimar equações a partir de modelos de resposta qualitativos, com a finalidade de testar a influência das variáveis dos servidores/beneficiários de cada grupo estudado no seu endividamento.

Para investigar como as variáveis dos servidores/beneficiários do Poder Executivo do Governo do Estado do Ceará influenciam na utilização da margem disponível para consignação destes indivíduos, foi utilizado um modelo econométrico com variável dependente binária.

Modelos de escolha binária apresentam uma “dummy” como variável dependente, a qual assume valores 0 ou 1. O valor 1 representa a ocorrência de um evento ou a posse de uma determinada característica. O valor 0, ao contrário, significa a não ocorrência de um evento ou que o indivíduo não possui a característica em questão. A variável Dummy é chamada de variável binária ou dicotômica por assumir dois valores (Maddala, 2003).

Nos casos em que a variável dependente é binária, geralmente, recorre-se aos modelos Probit ou Logit. O método de estimação utilizado por ambos é o da máxima verossimilhança, pois produz estimadores eficientes, consistentes e normalmente distribuídos. Os resultados das estimações dos dois modelos são similares em termos de significância estatística e precisão de ajustamento. Segundo Gujarati (2006), não há razões convincentes para preferir um dos modelos ao outro. Optou-se por utilizar o modelo Logit, o qual é baseado na função de probabilidade logística acumulada, e que neste trabalho é especificada por:

𝑃𝑖=𝐸(𝑌=1|𝑋𝑖)=1 / (1+𝑒−𝛽𝑋i) (1) Onde:

Pi = Probabilidade de o servidor/beneficiário utilizar mais de 75% de sua margem para consignação;

β = Vetor de parâmetros a serem estimados; Xi= Variáveis que influenciam no endividamento.

A variável dependente (Y) é uma dummy qualitativa que poderá assumir os valores 0 ou 1 de acordo com a decisão de endividamento através de empréstimos

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consignados, sendo atribuído o valor 1(um) se servidor/beneficiário utilizar mais de 75% de sua margem para consignação e o valor 0(zero) caso contrário.

3.3 Modelo econométrico

Assim, o presente trabalho utilizou a modelagem Logit para estimar a probabilidade condicional do servidor/beneficiário utilizar mais de 75% de sua margem para consignação:

Endividamento=1 / (1+𝑒−Zi) +𝜀 (2) Onde:

Zi = 𝛿1Total de Vantagens + 𝛿2Idade + 𝛿3Sexo + 𝛿4Ativos + 𝛿5Aposentados + 𝛿6Pensionistas + 𝛿7Casado. (3)

As variáveis utilizadas são aquelas descritas anteriormente, na seção 3.1 – Descrição dos dados, o εi é um termo de erro aleatório. Ademais, o modelo acima será estimado pelo método da Máxima Verossimilhança.

(28)

4 RESULTADOS

Antes de se estimar o Modelo é importante verificar o comportamento das variáveis utilizadas nas estimações, utilizando as estatísticas descritivas apresentadas na Tabela 05 seguinte:

TABELA 05 – ESTATÌSTICA DESCRITIVA DAS VARIÁVEIS

Variável Obs Média Padrão Desvio

Coeficiente de

Variação Mínimo Valor Máximo Valor

Quant. de Sucesso = 1 Percentual de Sucesso =1 (%) Endividamento 138.832 0,34 0,47 1,40 0 1 46.847 33,74 Total de Vantagens 138.832 4.640,30 4.748,08 1,02 123,90 71.763,44 - - Idade 138.832 57,56 16,64 0,29 3 113 - - Sexo 138.832 0,42 0,49 1,17 0 1 58.387 42,06 Aposentados 138.832 0,44 0,50 1,14 0 1 60.597 43,65 Pensionistas 138.832 0,10 0,30 2,97 0 1 14.172 10,21 Casado 138.832 0,51 0,50 0,99 0 1 70.257 50,61 Ativo 138.832 0,46 0,50 1,08 0 1 64.062 46,14

Fonte: Resultados da pesquisa.

Verifica-se de acordo com a tabela 05 que em relação à variável dependente “Endividamento”, 33,07% dos servidores/beneficiários utilizam mais de 75% de suas margens disponível para consignação. Em relação às variáveis explicativas, a média das vantagens recebidas é de R$ 4.640,30, com média de idade de aproximadamente 58 anos, sendo 42,06% de indivíduos do sexo masculino, 43,65% de aposentados, 10,21% de pensionistas, 50,61% são casados e 46,14% estão na ativa. De acordo com o coeficiente de variação, com exceção da variável “Idade”, no qual apresenta um coeficiente de variação de 0,29 (29%), indicando média dispersão, pois encontra-se na faixa 15%  CV  30%, todas as variáveis restantes apresentam alta dispersão, pois apresentam valores acima de 30%.

Os resultados da estimação do Modelo Logit encontram-se disponíveis na Tabela 06. Neste tipo de modelo, o que importam são os sinais dos coeficientes de regressão e sua significância estatística e prática. Todos os coeficientes foram estatisticamente significantes a 1%.

(29)

Uma vez que utilizamos as variáveis Dummy de todos os grupos de servidores/beneficiário (ativos, aposentados e pensionistas), o modelo foi estimado sem a presença da constante2, evitando assim, problema de colinearidade perfeita.

TABELA 06 – RESULTADOS DA ESTIMATIVA

Numero de Observações: 138.832 Variável Coeficiente Erro padrão Estat. Z Probabilidade

Total de Vantagens -0,00004 0,00000 -27.81 0.000 Idade -0,02445 0,00053 -45.85 0.000 Sexo (masculino) 0,27752 0,01321 21.01 0.000 Aposentado 0,81200 0,03819 21.26 0.000 Pensionista 0,91357 0,03986 22.92 0.000 Ativo 0,62742 0,02769 22.66 0.000 Casado 0,08992 0,01224 7.34 0.000 Estatistica ꭓ²(7) 17465,86 Prob. ꭓ²(7) 0,0000

Fonte: Resultados da pesquisa.

A estimativa mostra que em relação ao total de vantagens recebidas, quanto maior a renda dos servidores/beneficiários menor é a chance de endividamento.

Quanto a idade, é possível verificar que quanto maior a idade, menor a probabilidade de endividamento que comprometa mais de 75% da margem disponível para consignação.

A análise da variável sexo, onde foi atribuído valor 1(um) para o sexo masculino e 0(zero) para o sexo feminino. Assim, aponta que os servidores/beneficiários do sexo masculino elevam a probabilidade de endividamento através da contratação de empréstimos consignados.

Analisando as variáveis relacionadas ao vínculo com o Governo do Ceará, os aposentados, pensionistas e ativos elevam a probabilidade de Endividamento.

Quanto ao estado civil, os servidores identificados como casado possuem maior chance de comprometimento da margem consignada em relação aos demais servidores/beneficiários.

2O modelo incluindo a constante, com o vínculo dos servidores ativos implícito, pode ser encontrado no

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4.1 Razão das chances

Uma forma alternativa de analisar os resultados do modelo Logit é por meio da razão de chances, que pode ser calculada tomando o exponencial de cada coeficiente obtido na Tabela 7.

Sendo 𝛽> 1, então a chance de Y=1 é maior quanto maior for o X correspondente. Sendo X binário, essa probabilidade será maior quando este for igual a um do que quando for igual a zero. Se 𝛽< 1, a chance de Y=1 é menor quanto maior for o X correspondente. Se X for binário, essa probabilidade será menor quando este for igual a um do que quando for igual a zero. Por fim se 𝛽 = 1, as chances de sucesso são as mesmas independentemente do valor de X (Bandeira, Juliana S.C., 2019).

TABELA 07 – RAZÃO DAS CHANCES

Numero de Observações: 138.832 Variável Coeficiente Erro Padrão Estat. Z Probabilidade

Total de Vantagens 0,99996 0,00000 -27.81 0.000 Idade 0,97585 0,00052 -45.85 0.000 Sexo (masculino) 1,31986 0,01743 21.01 0.000 Aposentado 2,25241 0,08603 21.26 0.000 Pensionista 2,49321 0,09938 22.92 0.000 Ativo 1,87278 0,05186 22.66 0.000 Casado 1,09409 0,01340 7.34 0.000 Estatistica ꭓ²(7) 17465,86 Prob. ꭓ²(7) 0,0000

Fonte: Resultados da pesquisa

Analisando a tabela 06, é possível inferir que para cada um ponto adicional no valor do total de vantagens recebidas pelos servidores/beneficiários do Poder Executivo do Governo do Estado do Ceara, a chance de endividamento são praticamente as mesmas independentemente do valor da vantagem recebida. Ainda, a cada ano adicional na idade do servidor/beneficiário, diminui em 0,98 vezes a chance de endividamento comprometendo um percentual superior a 75% da margem para consignação. Na direção inversa, ser do sexo masculino, eleva em 1,32 vezes a chances de endividamento. Quanto aos servidores ativos, aposentados e pensionistas, estes grupos aumentam respectivamente, 1,87, 2,25 e 2,49 vezes a possibilidade de endividamento. Por fim, quanto ao estado civil, os servidores/beneficiários casados, elevam 1,09 vezes a possibilidade de possuir endividamento.

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4.2 Efeito Marginal

Face a relação não linear entre X e Y, a leitura dos coeficientes obtidos da estimação Logit indicam apenas a direção do efeito das variáveis explicativas sobre a probabilidade estimada. Contudo, pode-se obter o efeito marginal de cada variável explicativa sobre a probabilidade de endividamento dos servidores do Estado do Ceará, derivando-se: (Bandeira, Juliana S.C., 2019).

Já no caso de variáveis explicativas discretas, o efeito parcial seria dado simplesmente pela diferença:

Assim, os efeitos marginais correspondem às variações percentuais da probabilidade do endividamento dos servidores/beneficiários do Poder Executivo do Governo do Estado do Ceará ocorrer quando uma determinada variável independente é modificada. No caso da variável contínua, o efeito marginal mede em quanto muda a probabilidade quando há um aumento de uma unidade dessa variável. Já quando a variável é discreta, o efeito marginal mede a diferença entre a probabilidade de ter ou não ter determinada característica.

Na Tabela 08, estão elencados os efeitos marginais das variáveis explicativas consideradas para o valor médio de cada variável explicativa, de forma que a leitura dos resultados se dá em torno de um processo mediano típico.

TABELA 08 – EFEITOS MARGINAIS DAS VARIÁVEIS

Numero de Observações: 138.832 Variável Coeficiente Erro Padrão Estat. Z Probabilidade

Total de Vantagens -0,00001 0,00000 -28.05 0.000 Idade -0,00526 0,00011 -47.13 0.000 Sexo (masculino) 0,05974 0,00283 21.13 0.000 Aposentado 0,17478 0,00818 21.37 0.000 Pensionista 0,19664 0,00853 23.07 0.000 Ativo 0,13505 0,00593 22.79 0.000 Casado 0,01935 0,00263 7.35 0.000

Fonte: Resultados da pesquisa.

(4)

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Dessa forma, o aumento de uma unidade do valor total das vantagens recebidas praticamente não altera a chance de endividamento dos servidores/beneficiários. A elevação de um ano na idade reduz, em média, 0,5% a de chance de endividamento. Os servidores/beneficiários do sexo masculino têm, em média, 5,97% mais chance de endividamento. Os servidores com vínculo ativo elevam em média 13,50% a chance de endividamento, os aposentados elevam em média 17,48% e os pensionistas elevam em 19,66% a chance de possuir endividamento que superem 75% do total da margem disponível. Por fim, os servidores/beneficiários casados apresentam em média 1,93% mais chance de endividamento.

TABELA 09 – EFEITOS MARGINAIS DAS VARIÁVEIS (EM ELASTICIDADE)

Número de Observações: 138,832 Variável Coeficiente Erro Padrão Estat, Z Probabilidade

Total de Vantagens -0,13450 0,00504 -26,67 0,000 Idade -0,96424 0,02143 -45,00 0,000 Sexo (masculino) 0,07078 0,00322 21,96 0,000 Aposentado 0,25096 0,01167 21,51 0,000 Pensionista 0,06423 0,00266 24,18 0,000 Ativo 0,17768 0,00770 23,09 0,000 Casado 0,03013 0,00405 7,44 0,000

Fonte: Resultados da pesquisa.

No resultado apresentado na tabela 09, podemos identificar o efeito que o aumento de 1% no valor das variáveis em estudo gera na chance de endividamento dos servidores/beneficiário do Estado do Ceará, podemos destacar nesta análise que o aumento de 1% na idade do servidor/beneficiário diminui em -0,96% a chance de endividamento.

Assim, é possível através dos resultados obtidos nas estimações do modelo Logit e pelas interpretações da razão das chances e dos efeitos marginais que o endividamento comprometendo um percentual superior a 75% da margem para consignação no período estudado, tiveram sua chance mais expressivamente aumentada em torno de 19,66% para aqueles que possuem vínculo de pensionista com o Estado do Ceará.

Por fim, na Tabela 10 é apresentada a probabilidades de cada característica pertencer ao grupo dos endividados, e verificamos que são os homens, os servidores com vinculo ativo e os servidores casados os que possuem maior chance de endividamento

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TABELA 10 – PROBABILIDADE DE ENDIVIDAMENTO QUE COMPROMETA MAIS DE 75% DA MARGEM CONSIGNADA

Probabilidade de Endividamento Percentual

Homens 39,36% Mulheres 29,67% Aposentados 29,19% Pensionistas 31,12% Ativos 38,63% Casados 33,79% Não casados 33,69%

Probabilidade de Endividamento (Y=1) 33,74% Fonte: Resultados da pesquisa.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho vem fortalecer e complementar os estudos já existentes no mundo acadêmico quanto ao endividamento da população brasileira no que se refere a concessão de crédito consignado, especificamente, a presente pesquisa se restringiu aos servidores/beneficiários que estão inseridos na Folha de Pagamento do Poder Executivo do Estado do Ceará.

Utilizando um modelo econométrico com variável dependente binária, através do modelo Logit, com os dados da Folha de Pagamento do Poder Executivo do Estado do Ceará, tendo como referência o mês de março de 2019, o presente trabalho se propôs a investigar como certas variáveis influenciam os servidores públicos ativos, inativos e pensionistas, na utilização da margem disponível para consignação.

Obteve-se, neste trabalho, três grupos de beneficiários, separados por vínculos, sendo: ativos, aposentados e pensionistas, onde a modelagem Logit estimou a probabilidade condicional do servidor/beneficiário utilizar mais de 75% de sua margem para consignação.

Considerando-se as cinco variáveis assumidas no modelo (total de vantagens, idade, sexo, vínculo e estado civil) podemos concluir, com base nos resultados, que:

1. Em relação ao total de vantagens recebidas, quanto maior a renda dos servidores/beneficiários menor é a chance de endividamento. Ainda, por meio da análise da razão das chances, um ponto adicional no valor do total de vantagens recebidas pelos servidores/beneficiários, a chance de endividamento são praticamente as mesmas independentemente do valor da vantagem recebida. Como também, no efeito marginal, o aumento de uma unidade do valor total das vantagens recebidas praticamente não altera a chance de endividamento. Este resultado, ao contrário do que se esperava, demonstra que não podemos concluir que são os servidores/beneficiários de menores remunerações que possuem maior chance de endividamento através de empréstimos consignados.

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2. Quanto a idade do servidor/beneficiário, é possível verificar que quanto maior a idade, menor a probabilidade de endividamento que comprometa mais de 75% da margem disponível para consignação. Ainda, por meio da análise do efeito marginal das variáveis (em elasticidade) foi verificado que o aumento de 1% na idade do servidor/beneficiário diminui em -0,96% a chance de endividamento. Este resultado, ao contrário do que se esperava, demonstra que não podemos concluir que são os servidores/beneficiários mais idosos os que possuem maior chance de endividamento através de empréstimos.

3. Já a análise do variável sexo, aponta que os servidores/beneficiários do sexo masculino elevam a probabilidade de endividamento através da contratação de empréstimos consignados. Ainda, por meio da análise do efeito marginal o sexo masculino tem em média, 5,97% mais chance de endividamento.

4. Quanto ao estado civil, os servidores identificados como casados possuem maior chance de comprometimento da margem consignada em relação aos demais servidores/beneficiários. Por meio da análise do efeito marginal, os servidores/beneficiários casados apresentam em média 1,93% mais chance de endividamento.

5. Por fim, quanto ao vínculo com o Governo do Ceará, os servidores ativos possuem maior probabilidade de endividamento. Contrariando o anteriormente susposto que seriam os aposentados, tanto pela vulnerabilidade da faixa etária desta classe como pela desvalorização dos proventos após a aposentadoria, os mais endividados.

Assim, o presente trabalho pretende colaborar com os estudos já existentes sobre o endividamento, especificamente, quanto aos servidores/beneficiários que pertencem à Administração Pública do Estado do Ceará, tendo em vista que, quando a sociedade, em sentido amplo, tem acesso as razões/causas de um determinado problema, fica mais fácil encontrar uma solução.

Ainda, a partir da análise teórica do presente trabalho, é latente que a educação financeira conjuntamente com uma legislação eficaz pode contribuir no combate do superendividamento de uma população, melhorando assim, a economia familiar e local.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ASSIS, Adriana Ferreira de; O crédito consignado: suas origem, modificações e influência no endividamento dos aposentados e pensionistas, Universidade Federal da Paraiba, Trabalho de conclusão do curso de ciências contabeis, 2017.

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BANDEIRA, Juliana S.C., Análise da unanimidade em julgamentos de segunda instância no âmbito do contencioso administrativo tributário do Estado do Ceará (CONAT/CE). Universidade Federal do Ceará - UFC. Dissertação de Mestrado, 2019. COUTINHO, Luciana Nunes; Impactos de filhos com deficiência intelectual na oferta de trabalho das mães no Brasil. Universidade Federal do Ceará - UFC. Dissertação de Mestrado, 2017

DECRETO Estadual nº 31.111. Disponível em:

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(37)

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LEI nº 13.172, de 21 de outubro de 2015. Altera as Leis nos 10.820, de 17 de dezembro de 2003, 8.213, de 24 de julho de 1991, e 8.112, de 11 de dezembro de 1990, para dispor sobre desconto em folha de pagamento de valores destinados ao pagamento de cartão de crédito.

LEI nº 31.111, de 29 de janeiro de 2013. Estabelece novas regras para as consignações em folha de pagamento dos servidores públicos estaduais civis e militares, aposentados e pensionistas gerenciada pela Seplag, e dá outras providências.

MADDALA, G. S. Introdução à econometria. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003. 345 p. ROCHA, Amélia Soares da; FREITAS, Fernanda Paula Costa de. O superendividamento, o consumidor e a análise econômica do Direito. 2010. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/16949>. Acesso em 21 de abril de 2019.

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APÊNDICE A – RESULTADOS DO MODELO LOGIT CONSIDERANDO IMPLICITO O VINCULO ATIVO

TABELA 11 – RESULTADOS DA ESTIMATIVA

Número de Observações: 138.832 Variável Coeficiente Erro padrão Estat. Z Probabilidade ValorTotalVantagens -0,00004 0,00000 -27,81 0,000 Idade -0,02445 0,00053 -45,85 0,000 Sexo (masculino) 0,27755 0,01321 21,01 0,000 Aposentado 0,18458 0,01792 10,30 0,000 Pensionista 0,28616 0,02423 11,81 0,000 Casado 0,08993 0,01224 7,34 0,000 _cons 0,62734 0,02769 22,65 0,000 Pseudo R² 0,296 Estat LR 5245,85 Prob. (LR) 0,0000

Fonte: Resultados da pesquisa.

TABELA 12 – RAZÃO DAS CHANCES

Número de Observações: 138.832 Variável Coeficiente Erro padrão Estat. Z Probabilidade

ValorTotalVantagens 0,99996 0,00000 -27,81 0,000 Idade 0,97585 0,00052 -45,85 0,000 Sexo (masculino) 1,31989 0,01744 21,01 0,000 Aposentado 1,20271 0,02155 10,30 0,000 Pensionista 1,33130 0,03226 11,81 0,000 Casado 1,09410 0,01340 7,34 0,000 _cons 1,87262 0,05186 22,65 0,000 Pseudo R² 0,296 Estat LR 5245,85 Prob. (LR) 0,0000

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TABELA 13 – EFEITOS MARGINAIS DAS VARIÁVEIS

Numero de Observações: 138,832 Variável Coeficiente Erro Estat, Z Probabilidade ValorTotalVantagens -0,00001 0,00000 -28,05 0,000 Idade 0,05262 0,00011 -47,12 0,000 Masc 0,59741 0,00283 21,13 0,000 Aposentado 0,39730 0,00385 10,32 0,000 Pensionista 0,61594 0,00521 11,83 0,000 Casado 0,01936 0,00263 7,35 0,000

Fonte: Resultados da pesquisa.

TABELA 14 – EFEITOS MARGINAIS DAS VARIÁVEIS (EM ELASTICIDADE)

Número de Observações: 138.832 Variável Coeficiente Erro Estat. Z Probabilidade ValorTotalVantagens -0,13449 0,00504 -26,67 0,000 Idade -0,96421 0,02143 -44,99 0,000 Sexo (masculino) 0,07079 0,00322 21,97 0,000 Aposentado 0,05705 0,00547 10,44 0,000 Pensionista 0,02012 0,00162 12,42 0,000 Casado 0,03013 0,00405 7,44 0,000

Referências

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