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Algas marinhas como bioestimulantes no crescimento inicial de espécies florestais da Caatinga

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Academic year: 2021

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(1)1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO. UNIDADE ACADÊMICA ESPECIALIZADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS - UAECIA. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS. Algas marinhas como bioestimulantes no crescimento inicial de espécies florestais da Caatinga. Jéssica Mayara Hipólito de Araújo. MACAÍBA FEVEREIRO DE 2017.

(2) 2. JÉSSICA MAYARA HIPÓLITO DE ARAÚJO. Algas marinhas como bioestimulantes no crescimento inicial de espécies florestais da Caatinga. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ciências Florestais da UFRN, como pré- requisito para obtenção do grau de mestre em Ciências Florestais.. Orientador: Prof. Dr. Cristiane Elizabeth Costa de Macedo Coorientador: Prof. Dr. Sidney Carlos Praxedes. MACAÍBA FEVEREIRO DE 2017.

(3) 3. Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial da Escola Agrícola Jundiaí - EAJ. Araújo, Jéssica Mayara Hipólito. Algas marinhas como bioestimulantes no crescimento inicialde espécies florestais da Caatinga / Jéssica Mayara Hipólito de Araújo. - Macaíba, 2017. 47f.: il. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Florestais. Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais. Orientador:Profa. Dra. Cristiane Elizabeth Costa de Macedo. Coorientador: Prof. Dr. Sidney Carlos Praxedes. 1. Biofertilizante - Dissertação. 2. Caesalpinia ferrea Dissertação. 3. Poincianella pyramidalis - Dissertação. I. Macedo, Cristiane Elizabeth Costa de. II. Praxedes, Sidney Carlos. III. Título. RN/UF/BSPRH. CDU 632.951.

(4) 4.

(5) V5. DEDICO Ao meu tio “galego” (in memoriam) por ter sido uma pessoa tão importante principalmente no início da minha vida acadêmica e com suas palavras de incentivos ter me dado à força que eu precisei até os dias atuais. As palavras que me falou em apenas um dia, me marcaram por anos e eu só queria agradecer por ter sido o porta-voz do que Deus queria me falar naquele dia. Seu gesto foi crucial para que eu tenha me tornado a pessoa que sou hoje.. Saudades!.

(6) 6 VI. AGRADECIMENTOS. Em primeiro lugar me ponho de joelhos para agradecer a Deus pela sabedoria, paciência e principalmente, por nunca me deixar faltar fé e força que eu precisava para seguir em frente e proporcionando sempre alcançar meus objetivos e realizar meus sonhos. À minha amada e estimada família Hipólito que são os responsáveis pela pessoa que sou hoje, contribuindo desde os meus princípios até toda a minha formação, sempre me apoiando e incentivando, em especial a Veraci (mãe), Vera (tia), Morgana e Rauan (irmãos), Darci (vó), gostaria que por um descuido Deus lhes fizessem eternos. Ao meu namorado Ricardo que teve uma enorme contribuição em várias etapas desse trabalho e se tornou uma pessoa que faz dos meus dias melhores. Obrigada por sempre me ouvir e dar os melhores conselhos, obrigada por ser tão paciente na fase em que não podia te dar tanta atenção. Por sempre me apoiar e se fazer presente em todos os momentos. Aos professores, ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais que contribuíram com minha formação e a CAPES pelo apoio financeiro. Ao meu professor orientador Prof. Dr. Sc. Sidney Carlos Praxedes por todas as contribuições que me foram dadas nesse projeto. Aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. Sc. Eduardo Luiz Voigt e Dr. Thiago Barros Galvão pelas contribuições e pela disponibilidade em estar presente nesse momento. A todos os alunos que compõem o Laboratório de Biotecnologia Vegetal que me receberam muito bem e tanto me ajudaram na realização das análises: Ana Paula, Saniely, Willianne, Victor e em especial a Danilo por toda ajuda que me ofereceu indo além do laboratório, tendo uma participação maior na realização dessa pesquisa, muito obrigada a vocês. A Guilherme de Pádua que foi um companheiro de laboratório, de sala de aula e ainda amigo ao longo do tempo. Aos colegas de curso Juliana, Mileny e João Antônio. E a todos que por ventura possa ter esquecido e que de forma direta ou indiretamente foram importantes nessa caminhada.. Muito obrigada!.

(7) VII. 7. Os sonhos são como uma bússola, indicando os caminhos que seguiremos e as metas que queremos alcançar. São eles que nos impulsionam, nos fortalecem e nos permitem crescer. Augusto Cury.

(8) 8 VIII. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS.............................................................................................................. IX. LISTA DE ABREVIATURA .................................................................................................. X. RESUMO............................................................................................................................ 11. ABSTRACT........................................................................................................................ 12. 1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 13. 2 REFERENCIAL TEORICO.............................................................................................. 15. 2.1 Bioma.................................................................................................................................. 15. 2.2 Algas Marinhas.................................................................................................................... 15. 2.3 Bioestimulantes................................................................................................................... 16. 2.4 Espécies............................................................................................................................... 17. 2.4.1 Catingueira (Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz)........................................... 17. 2.4.2 Jucá (Caesalpinia ferrea Mart. ex (Tul.) Var.)................................................................ 18. 3 OBJETIVOS......................................................................................................................... 19. 3.1 Objetivo Geral..................................................................................................................... 19. 3.2 Objetivos específicos .......................................................................................................... 19. 4 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................. 20. 4.1Material vegetal, condições experimentais e obtenção dos tratamentos.............................. 20. 4.2 Variáveis analisadas............................................................................................................ 23. 4.2.1 Crescimento das plantas .................................................................................................. 23. 4.2.2 Pigmentos fotossintéticos e amido .................................................................................. 24. 4.2.3 Taxa de crescimento ....................................................................................................... 25. 4.3 Delineamento experimental e estatísticas .......................................................................... 25. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 26. 5.1 Análises realizadas aos 60 dias após a semeadura.............................................................. 26. 5.2 Análises realizadas aos 120 dias após a semeadura............................................................ 29. 5.2.1 Análises bioquímicas aos 120 dias após a semeadura...................................................... 34. 6. CONCLUSÕES................................................................................................................... 39. REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 40.

(9) IX 9. LISTA DE FIGURAS Figura 1:. Etapas do processo de produção do pó de algas, obtido das algas marinhas. 21. coletadas na praia de Rio do Fogo pela Associação das Maricultoras de Algas de Rio do Fogo- RN (Amar). Algas lavadas e limpas de impurezas em formas de fibras (a), espaço com estruturas feitas com telado e madeira para secagem suspensa (b), máquina usada para triturar e peneirar as algas (c) e o pó fino utilizado no preparo dos substratos para testes de crescimento das plantas (d). Figura 2:. Etapas do processo de composição e formação dos tratamentos, pesagem do pó. 23. de algas com auxilio de balança analítica (a), identificação dos sacos plásticos (b) e o início da germinação das sementes de catingueira e jucá (c). Figura 3:. Altura (cm), diâmetro do coleto (mm), número de folhas e taxa de crescimento. 27. absoluto (TCA; cm dia-1 ) em plantas de jucá (círculo branco e linha tracejada) e catingueira (círculo fechado e linha contínua) em função de diferentes doses do pó de algas, aos 60 dias após a semeadura. Figura 4:. Massa seca das folhas (a), massa seca da raiz (b), massa seca do caule (c) e massa. 30. seca total (d) da planta Jucá (g) aos 120 dias após a semeadura submetida a diferentes dosagens de pó de algas marinhas. Figura 5:. Altura da parte aérea (a), altura total (b), número de folhas (c) e diâmetro do. 33. coleto (d) da planta Jucá, aos 120 dias após a semeadura. Figura 6:. Concentrações de clorofila a (a), clorofila b (b), carotenóides (c) e teores de amido (d) de jucá (círculo branco e linha tracejada) e catingueira (círculo fechado e linha contínua), obtidos por métodos espectrofotométricos aos 120 dias após a semeadura.. 35.

(10) X 10. LISTA DE ABREVIATURAS DAS - dias após a semeadura DAD – dias após o debaste PA - pó de algas marinhas TCA - taxa de crescimento absoluto NUPEÁRIDO - Núcleo de Pesquisa para o Desenvolvimento do Trópico Semiárido CSTR - Centro de Saúde e Tecnologia Rural UFCG - Universidade Federal de Campina Grande Amar - Associação das Maricultoras de Algas de Rio do Fogo-RN AM- Amido DAE – Dias após a embebição CTC – Capacidade de trocas Catiônicas.

(11) 11. RESUMO. Vários estudos têm demonstrado os efeitos benéficos da aplicação de extratos de algas nas plantas, tais como a melhoria na germinação e no estabelecimento das plantas. Apesar de alguns exemplos de aproveitamento comercial, a quase totalidade dessa biomassa não é aproveitada pela população. Tendo em conta seu alto valor nutritivo, existe um grande potencial para seu maior aproveitamento comercial. Diante disso, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento de tecnologias de aproveitamento de algas na produção de mudas para reflorestamento e exploração sustentável, analisaram-se os efeitos de algas coletadas no litoral do RN no crescimento inicial de espécies nativas da Caatinga. Foram testadas diferentes concentrações (0, 15, 20, 25, 30, 35 e 40 g kg-1) de pó de algas (PA) marinhas com um substrato preparado contendo argila, esterco bovino e areia. Houve inicialmente efeito negativo do PA no crescimento em ambas as espécies, provavelmente por uma influência negativa na velocidade de germinação. No entanto, o estímulo na taxa de crescimento absoluto em doses mais altas para catingueira e intermediárias para jucá aos 60 dias após semeadura (DAS) indicam efeito benéfico do PA. Aos 120 DAS verificamos um estímulo no aumento de biomassa das raízes e diâmetro do coleto em jucá com relação ao aumento das doses de PA. Nesta espécie verificou-se também estímulo no aumento da concentração de clorofilas a, b e carotenoides. O aumento na concentração de pigmentos em relação às doses de PA também se verificou em catingueira. Desta forma, não recomendamos a utilização do PA para produção de mudas a partir da germinação das sementes, no entanto, os resultados apresentados neste trabalho a longo prazo indicam influência positiva do o pó de algas marinhas no crescimento inicial das duas espécies endêmicas da Caatinga quando aplicado em composição do substrato.. Palavras-chave: Biofertilizante; Caesalpinia ferrea; Poincianella pyramidalis..

(12) 12. ABSTRACT. Several studies have demonstrated the beneficial effects of applying algae extracts to plants, such as improved germination and plant establishment. Despite some examples of commercial use, almost all of the algae biomass is not used by the population. Considering its high nutritional value, there is great potential for the commercial use of algae as substrate. Therefore, in order to contribute to the development of technologies for use of algae in the production of seedlings for reforestation and sustainable exploitation, we analyzed the effects of algae collected on the coast of the RN on the growth of Caatinga endemic species. Different concentrations (0, 15, 20, 25, 30, 35 and 40 g kg-1) of seaweed powder (SP) were tested with a prepared substrate containing clay, bovine manure and sand. Initialy there was a negative effect of the SP on the growth of both species, probably because a negative effect on the germination speed. However, the stimulation in the absolute growth rate in higher doses for catingueira and intermediates for jucá at 60 days after sowing (DAS) indicates a benefical effect of the SP. At 120 DAS we verified a stimulus in the increase of biomass of the roots and stem diameter in jucá in relation to the increase of SP doses. In this species there was also an increase in the concentration of chlorophylls a, b and carotenoids. The increase in the concentration of pigments in relation to the SP doses also occurred in catingueira. Therefore, we do not recommend the germination of seeds in a substrate containing SP for seedlings production, however, the results presented in this work in long term indicates that the seaweed powder positively influences the initial growth of seedlings of the two endemic Caatinga species when applied in the substrate composition.. Key words: Biofertilizer; Caesalpinia ferrea.; Poincianella pyramidalis.

(13) 13. 1 INTRODUÇÃO. Algas marinhas são seres que podem ser classificados nos Reinos Monera, Protista e Plantae. São unicelulares em sua maioria, podendo ser autótrofos ou heterótrofos. Alguns possuem carotenóides e clorofilas facilitando assim a fotossíntese, se desenvolvem em lugares exclusivamente aquáticos ou úmidos, com disponibilidade de luz, em água salgada ou doce, onde são capazes de absorver do meio os nutrientes necessários para seu desenvolvimento (VIDOTTI e ROLLEMBERG, 2004). O Brasil é considerado um país rico em diversidade de macroalgas marinhas, que se distribuem em toda costa, sendo que no Nordeste a maior diversidade e abundância ocorrem em áreas de substrato rochoso e águas mais transparentes (MEDEIROS et al., 2010). Em algumas épocas do ano, o acúmulo de algas nas areias é intenso, deixando as praias pouco atrativas para o turismo. No entanto, apesar de alguns exemplos de aproveitamento comercial, a quase totalidade dessa biomassa não é aproveitada pela população. Tendo em conta seu alto valor nutritivo, existe grande potencial para seu maior aproveitamento comercial. No Nordeste brasileiro, encontra-se o bioma Caatinga que é uma das florestas secas mais ricas do mundo em diversidade de espécies (HOLZMAN, 2008), no entanto, é o ecossistema brasileiro menos estudado e proporcionalmente, o menos protegido (LEAL et al., 2007). A Caatinga está localizada exclusivamente no Brasil, na região de clima semiárido, possuindo uma população numerosa que muitas vezes depende exclusivamente dos seus recursos florestais para a sobrevivência, diversas espécies têm importância para a economia desse bioma com utilização em produção de madeira, energia, alimentação animal e humana, medicina popular e, devido à elevada concentração de lignina em algumas, possuem potencial para a produção de biocombustíveis (MAIA, 2004). A quase totalidade do bioma, de alguma forma, já foi explorada para plantio de lavouras, retirada de estacas e criação de animais. Por ser um bioma com baixa precipitação pluviométrica, algumas áreas apresentam riscos de desertificação e se torna urgente o desenvolvimento de programas de reflorestamento. Uma das famílias com maior grau de importância, em relação a número de espécies, existentes na Caatinga é a Leguminosae que possui cerca de 290 espécies distribuídas entre três subfamílias: Faboideae, Caesalpinioideae e Mimosoideae (LEITE et al., 2009). Entre essas se encontra a catingueira (Poincianella pyramidalis Tul) de porte arbóreo, endêmica e bastante.

(14) 14. distribuída na Caatinga, se desenvolve naturalmente em ambientes úmidos como também com escassez de água (ZANINE et al., 2005). De acordo com Dantas et al. (2009) quanto aos elementos químicos, essa espécie apresenta um melhor desenvolvimento na presença de Ca, Mg e P, sendo o pH ideal entre 6,0 e 7,0. Conhecida também como jucá ou pau ferro, a Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Var. é uma espécie lenhosa com altura variando de 10 a 15 m e um tronco com 40 a 60 cm de diâmetro, podendo apresentar bifurcação em alguns indivíduos, casca com coloração acinzentada. Segundo Lenhard et al. (2010) essa espécie é muito utilizada na arborização urbana e suas cascas, sementes e frutos usados principalmente de forma medicinal. O incremento e estabelecimento homogêneo de plântulas além de reduzir cuidados e gastos na produção de mudas também promovem povoamentos pouco variáveis quando instalados em campo, local onde a planta será submetida a diversas condições do meio (PACHECO et al., 2006). Existe uma carência de informações disponíveis sobre o crescimento inicial de espécies lenhosas do bioma, que possuam potencial para reflorestamento. Estas respostas são de fundamental importância para o sucesso de projetos de recuperação de áreas degradadas, favorecendo assim, a produtividade e equilibro não só da área recuperada como também das áreas adjacentes. Vários estudos têm demonstrado efeitos benéficos da aplicação de extratos de algas nas plantas, como melhorias na germinação e no estabelecimento, no desempenho, na produtividade vegetal e na resistência a estresses bióticos e abióticos. São também consideradas grandes fontes de matéria orgânicas quando empregados no solo, interferem na fisiologia, respiração, fotossíntese e absorção de íons pelas plantas (KHAN et al., 2009; RAYORATH et al., 2008; CRAIGIE, 2011; JAYRAMAN et al., 2011; KUMAR e SAHOO, 2011)..

(15) 15. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Bioma A palavra Caatinga originada do Tupi-Guarani significa floresta branca, devido ao aspecto caracterizado nas épocas de estiagem, onde a vegetação expressa a característica caducifólia (ALBUQUERQUE e BANDEIRA, 1995). Na Caatinga a temperatura geralmente é em torno de 24 e 26 ºC, pluviosidade entre 500 a 700 mm anuais, ventos fortes e secos, colaborando para a paisagem árida principalmente nos meses mais secos do ano, devido a essas características é considerada com o clima de deserto (SAMPAIO et al., 2010). De acordo com Rizini (1997) a Caatinga é uma vegetação complexa que apresenta espécies lenhosas, herbáceas e caducifólias distribuídas nos portes arbóreos, arbustivos, cactáceas, bromeliáceas e erva, com frequente presença de espinhos ou acúleos. Essa diversidade de plantas regionais possui grande potencial madeireiro, medicinal, forrageiro e para produção de frutos. A substituição das espécies nativas por cultivos e pastagens está configurando ou alterando os ecossistemas do bioma Caatinga para um nível elevado de degradação, além das práticas de queimadas, aliadas ao desmatamento, que são utilizadas para o preparo de área da agropecuária e destroem a cobertura de vegetação alterando a qualidade da água, do solo, do clima e a manutenção da fauna e flora locais (AZEVÊDO et al., 2012, AVILA, 2010). 2.2 Algas Marinhas O Brasil possui uma zona costeira bastante extensa, essas áreas são responsáveis pela geração de empregos, fontes de energia e alimentos, elas apresentam uma diversidade de habitats, (MEIRELES, 2006). Entre esses ecossistemas encontra-se o banco de algas marinhas que se destacam pela riqueza genética, além de funcionar como importante habitat para a fauna, seu uso para a pesca e pelo sua potencialidade biotecnológica, mineral e energética. Esse potencial não vem sendo devidamente utilizado, uma vez que, seu equilíbrio encontra-se ameaçado pelas atividades antrópicas e pelo uso indevido desse patrimônio socioambiental (OLIVEIRA e MIRANDA, 1998). Existem três filos principais para a classificação das macroalgas, filo Phaeophyta.

(16) 16. (pardas), filo Clorophyta (verdes) e filo Rodophyta (vermelhas) (VAN DER HOECK et al., 1995; RAVEN et al., 2007), essa última predominantemente marinha e mais frequente em águas tropicais e quentes, porém é possível de serem encontradas também em águas frias. De acordo com Raven et al. (2007) a ausência da coloração verde é devido a um pigmento acessório peculiar a esse filo e localizado no cloroplasto chamado ficoeritrina. Estudos com aplicação da biomassa dessas algas em plantas indicam que elas agem na divisão celular e síntese de proteínas, mantem a integridade da membrana e estimulam as estruturas de defesa das culturas contra pragas e doenças (SAPEC AGRO, 2009). Os estudos voltados para espécies arbóreas são bastante escassos, a maioria das pesquisas realizadas com extratos a base de algas marinhas no crescimento das plantas são com espécies de interesse agronômico, sendo os principais resultados obtidos com espécies frutíferas como, por exemplo, o mamão (GUIMARES et al., 2012; HAFLE et al., 2009; TEIXEIRA et al., 2009), maracujá (OLIVEIRA et al., 2011), maçã (SPINELLI et al., 2009) e café (FERNANDES e SILVA, 2011) em hortaliças como couve-folha (SILVA et al., 2012) e em menores proporções nas espécies arbóreas como moringa (VILA NOVA et al., 2014). 2.3 Bioestimulantes Os bioestimulantes são a mistura de duas ou mais substâncias naturais ou sintéticas usadas em baixas concentrações, isoladas ou não que podem ser aplicadas em sementes, plantas e solos provocando ou proporcionando alterações nos sistemas morfológicos, fisiológicos em processos vitais e estruturais por ação semelhantes a hormônios vegetais que visam aumentar a produtividade e a qualidade do vegetal (CASTRO e VIEIRA, 2001; AVILA et al., 2008). Seu uso é decorrente da ciclagem dos resíduos orgânicos, onde o principal objetivo é o reaproveitamento de forma alternativa para a composição de substratos para serem utilizados na produção de mudas e precisam ser economicamente viáveis (FERNANDES e TESTEZLAF, 2002). Em sua composição é necessário à presença macro e micronutrientes, para que possam ser absorvidos e assimilados pelas plantas, e ainda apresentarem pH entre 7,0 e 8,0 (SANTOS, 1992). No processo de formação dos biofertilizantes ocorre a decomposição da matéria orgânica pelos microrganismos (TIMM et al., 2004; SANTOS, 1992). O uso dos biofertilizantes proporciona melhores características físicas, químicas e biológicas no solo ou substrato utilizados.

(17) 17. para a produção de mudas, além de auxiliar no controle de pragas e doenças (DIAS et. al., 2002; ALFONSO e LEIVA, 2002; DAROLT, 2002). A absorção dos bioestimulantes pelas plantas também sofre influencia do método de aplicação, podendo ser utilizados na forma de pulverização foliar, irrigação, tratamentos de sementes ou no substrato e ainda ser combinado em duas ou mais formas de uso (MACKINNON et al., 2010; THIRUMARAN et al., 2009), onde o maior aproveitamento acontece quando aplicados em sementes ou na fase inicial de desenvolvimento da cultura, pois assim, promovem maior desenvolvimento radicular garantindo melhor resistência a estresses bióticos e biológicos (DOURADO NETO et al., 2014), também originam indivíduos mais vigorosos, com maiores massa seca, comprimento da parte aérea e emergência (SANTOS e VIEIRA, 2005). Essas respostas também sofrem influencia em relação a quantidade das dosagens, a frequência, o método, a época de aplicação, a espécie da planta, localização geográfica e estação de ano (MASNY; BASAK; ZURAWICZ, 2004; CRAIGIE, 2011). 2.4 Espécies 2.4.1 Catingueira (Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz) A Poincianella pyramidalis (Tul.) é uma espécie endêmica da Caatinga conhecida popularmente como catingueira, catinga de porco e pau de porco, recebeu esses nomes por possuir odores característicos em suas folhas após o amadurecimento. As folhas quando jovens podem ser utilizadas para alimentação do gado, uma vez que, apresentam sabor palatável e quando maduras precisam ser fenadas (QUEIROZ, 2009; MAIA, 2012; LORENZI, 2009; BRAGA, 1976). P. pyramidalis ocorre nos Estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia (GIULIETTI et al., 2004, PRADO, 2003). Apresenta porte médio com quatro a seis metros de altura, caule com casca lisa, acinzentada, presença de lenticelas e pequenas circunferências geralmente de 30 a 40 cm (LORENZI, 2009; QUEIROZ, 2009; MAIA, 2012). As folhas da catingueira apresentam coloração amarela e na parte inferior, estômatos bem distribuídos (ARAÚJO et al., 2008). Essa espécie apresenta rusticidade que lhe confere um alto valor econômico tendo entre seus principais usos o reflorestamento, forrageiro e medicinal (HARDESTY et al., 1988). De.

(18) 18. acordo com Nishizawa et al. (2005), a madeira da catingueira pode ser utilizada para lenha, carvão e estacas. Existem na literatura vários estudos desenvolvidos com a catingueira sobre quebra de dormência (ALVES et al., 2007), mecanismos fisiológicos (ARAUJO et al., 2008), biologia reprodutiva, polinização e sistema reprodutivo (LEITE & MACHADO, 2009) relações hídricas (DOMBROSKI et al., 2011), resistência estomática (SILVA et al., 2004) influência da precipitação de densidade e na dominância populacional (ANDRADE et al., 2009), quando utilizadas em áreas degradadas, apresenta uma sobrevivência de até 91% (FIGUEIREDO et al., 2012). 2.4.2 Jucá (Caesalpinia ferrea Mart. ex (Tul.) Var.) O jucá (Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. Var.) é uma espécie de porte arbóreo de copa arredondada, altura entre 10 a 15 m e caule de 40 a 60 cm de diâmetro, apresenta características que lhe conferem seu uso como lenha e madeira para a construção civil, forragem, recuperação de áreas degradadas, além das propriedades medicinais: antifúngica, antibacteriana e cicatrizante (LORENZI e MATOS, 2008; XIMENES, 2004; OLIVEIRA et al., 2010), indicada também para arborização urbana em praças, parques e vias públicas (MACHADO et al., 2006). Estudos realizados por Cavalheiro et al. (2009) mostram que o extrato de sementes do jucá possui propriedades farmacológicas/industriais como a presença de substâncias hemolíticas, anticoagulantes e larvicida contra Aeades aegypti. Além disso, é uma espécie que apresenta intolerância a salinidade (FREITAS et al., 2010) e uma sobrevivência na instalação de projetos de recuperação de áreas degradadas com baixa precipitação de até 51,2 % de acordo com Lima (2015)..

(19) 19. 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo geral . Avaliar o crescimento inicial de mudas de espécies da caatinga em substratos preparados. com diferentes proporções do pó de alga marinha.. 3.2 Objetivos específicos . Auxiliar no desenvolvimento de tecnologias para o aproveitamento da biomassa de. macroalgas encontradas normalmente nas praias do estado do Rio Grande do Norte e o desenvolvimento de técnicas de produção de mudas de árvores nativas. . Analisar o efeito do pó de algas marinhas coletadas no litoral do Rio Grande do Norte no. crescimento inicial de mudas de jucá e catingueira..

(20) 20. 4 MATERIAL E MÉTODOS. 4.1 Material vegetal, condições experimentais e obtenção dos tratamentos. As espécies endêmicas da Caatinga estudadas nesse trabalho foram à catingueira e o jucá. As sementes foram coletadas de diferentes matrizes no Núcleo de Pesquisa para o Desenvolvimento do Trópico Semiárido (NUPEÁRIDO), uma Fazenda Experimental pertencente ao Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) localizada em Patos-PB, na mesorregião do Sertão paraibano, nos meses de julho e agosto de 2015. As sementes foram armazenadas em câmara fria no laboratório de análise e pesquisa em sementes da mesma instituição. O esterco bovino, argila e areia que foram utilizados na proporção de 1:1:1 no preparo do substrato, foram fornecidos pela Escola Agrícola de Jundiaí, local onde se deu o desenvolvimento do trabalho. O pó de algas marinhas utilizado para os testes de crescimento das plantas foi obtido na Associação das Maricultoras de Algas de Rio do Fogo-RN (Amar), onde o material é coletado na praia de Rio do Fogo, lavado várias vezes em água corrente, até que seja retirada qualquer impureza ou partículas provenientes do ambiente marinho (a) e seco ao sol (b). Esse processo de secagem é feito em bancadas suspensas do chão e demora em torno de 72 horas, ou enquanto houver umidade, até que a biomassa esteja totalmente seca para ser triturada e peneirada em uma máquina de processamento semelhante a uma forrageira (c), obtendo-se como resultado desse processo um pó fino (d) (Figura 1). Este pó é aplicado em diferentes dosagens aos tratamentos para verificar a influência dessas algas no desenvolvimento das espécies estudadas..

(21) 21. Figura 1: Etapas do processo de produção do pó de algas, obtido das algas marinhas coletadas na praia de Rio do Fogo pela Associação das Maricultoras de Algas de Rio do Fogo- RN (Amar). Algas lavadas e limpas de impurezas em formas de fibras (a), espaço com estruturas feitas com telado e madeira para secagem suspensa (b), máquina usada para triturar e peneirar as algas (c) e o pó fino utilizado no preparo dos substratos para testes de crescimento das plantas (d). (a). (b). (c). (d).

(22) 22. O PA foi submetido à análise de fertilidade que foram realizadas no laboratório de análises de solo, água e planta da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S/A – EMPARN (Tabela 1). Tabela 1 – Análise química de Macronutrientes e Proteína bruta do pó de algas marinhas utilizado na composição dos tratamentos para teste de crescimentos de plantas. Substrato. N. P. K. Ca. Mg. Na. g kg -1. PA. 11,77. 0,62. 12,42. 6,95. Proteína bruta %. 2,73. 6,73. 7,35. Para a obtenção dos tratamentos, pesou-se a quantidade de pó de algas (PA) e substrato a serem adicionados em uma balança analítica. Foi realizada semeadura direta, com duas sementes em cada saco de polietileno de 10 cm de diâmetro e 85 cm de profundidade, devidamente identificados e contendo a mistura composta pelo solo, esterco, areia e o pó de algas marinhas (Figura 2). Todos os tratamentos foram irrigados diariamente ao final da tarde. Os tratamentos foram definidos em 0, 15, 20, 25, 30, 35 e 40 g kg-1 do pó de algas por kg da mistura de solo. Cada tratamento apresentava 25 repetições e foram formulados com base em um experimento prévio onde a quantidade máxima utilizada no estudo foi 20 g kg-1 do pó de algas. Diante dos resultados obtidos no estudo prévio foi possível observar que a quantidade utilizada foi muito pequena para analisar a influência das algas nas espécies estudadas..

(23) 23. Figura 2: Etapas do processo de composição e formação dos tratamentos, pesagem do pó de algas com auxilio de balança analítica (a), identificação dos sacos plásticos (b) e o início da germinação das sementes de catingueira e jucá (c).. (a). (b). (c). 4.2 Variáveis analisadas. 4.2.1 Crescimento das plantas. O desbaste ocorreu 30 dias após a semeadura (DAS) selecionando a plântula visualmente mais vigorosa e deixando apenas uma por recipiente. A partir do desbaste, deu-se início a medição semanal da altura (cm) iniciando do coleto até a gema apical, diâmetro do coleto (mm) e número de folhas, encerrando-se aos 60 DAS, realizadas através do uso de régua graduada (cm) e paquímetro digital (mm). Em seguida, foi realizado o transplantio para sacos maiores, afim de não prejudicar o crescimento radicular, de forma que os tratamentos continuaram com as mesmas proporções de substrato..

(24) 24. Aos 120 DAS, iniciou-se avalições de altura da parte aérea, número de folhas, diâmetro do coleto, altura total, área foliar e a biomassa seca das folhas, raízes e caule. Como as análises são destrutivas, foram sorteados cinco indivíduos por tratamento. Para essas análises, foram utilizadas régua graduada (cm) para as medições de altura (medindo sempre do coleto até a gema apical, no caso de altura da parte aérea, e do final da maior raiz até a gema apical, no caso de altura total), paquímetro digital (mm) para medir diâmetro do coleto. Para a biomassa seca das plantas, foi utilizada estufa a 70 ºC por 72 horas ou até que as partes atingissem massa constante e, em seguida, o material foi submetido à pesagem, para a determinação da massa seca.. 4.2.2 Pigmentos fotossintéticos e amido. Foram selecionadas, por sorteio, cinco plântulas por tratamento, retirando de cada individuo folhas em posições intermediárias para a determinação da concentração de pigmentos fotossintéticos. Após a pesagem dos folíolos, 200 mg de massa fresca foram maceradas em 15 mL de acetona a 80% (v/v), em almofariz. Em seguida as amostras foram centrifugadas (10.000 xg) e no sobrenadante foram realizadas leituras em espectrofotômetro nas absorbâncias 663, 645 e 450 nm. Todo o procedimento de preparo das amostras realizado em sala com luz difusa, seguindo recomendações de Šesták (1971). Para a determinação da concentração de clorofilas (clf) a e b, em mg L-1, foi utilizadas as seguintes fórmulas, baseadas nos coeficientes de absorção específicos descritos por Arnon (1949) e corrigidos por Starnes e Hadley (1965): clf a = 12,72A663 – 2,58A645; clf b = 22,87A645 – 4,67A663; clf (a + b) = 8,05A663 + 20,29A645. A concentração de carotenóides totais (car), em mg L-1, foi determinada pela equação estabelecida por Jaspars (1965): car = 4,07A450 – 0,0435clf a – 0,367clf b. A mesma metodologia utilizada para selecionar os indivíduos para a determinação dos pigmentos fotossintéticos foi também empregada para a quantificação do amido de ambas as espécies. As plântulas foram selecionadas ao acaso e as folhas foram retiradas de posições intermediárias para compor 200 mg de massa fresca. Todo o processo de quantificação realizado a 4 ºC. As amostras para a quantificação do amido foram maceradas com 1,5 mL de ácido perclórico 30% (v/v), centrifugadas (10.000 xg), os sobrenadantes foram coletados. Em seguida foi acrescido 1,0 mL do ácido perclórico 30% (v/v) ao precipitado para nova centrifugação e.

(25) 25. coleta dos sobrenadantes. Este segundo procedimento se repetiu por duas vezes. O volume final de cada amostra foi de 3,5 mL, que foram então quantificadas pelo método da antrona (MORRIS, 1948; YEMM e WILLIS, 1954). A leitura em espectrofotômetro foi feita 620 nm, os valores obtidos foram multiplicados por 0,9 para converter o equivalente de glicose em amido e os resultados foram expressos em mg de amido parte -1 (McCREADY et al., 1950).. 4.2.3 Taxa de crescimento. De posse dos dados iniciais e finais de altura das plantas, foi calculada a taxa de crescimento absoluto (TCA) aos 60 de acordo com fórmula proposta por Benincasa (2003) para que seja analisada a velocidade média de crescimento ao longo do período de observação. TCA = (altura final – altura inicial) /tempo (cm dia-1). 4.3 Delineamento experimental e estatísticas. O experimento foi desenvolvido em delineamento inteiramente casualizado com sete tratamentos e vinte e três repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e foram realizadas análises de regressão polinomial quadrática para explicar o efeito dos tratamentos. Todas as análises foram realizadas com o software R (Development Core Team, 2016) versão 3.2.2..

(26) 26. 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO. 5.1 Análises realizadas aos 60 dias após a semeadura. Na catingueira, aos 60 DAS, verificamos efeito negativo do PA na altura das plantas, diâmetro do coleto e número de folhas, até a maior dose testada (Figura 3). Este efeito inesperado provavelmente foi provocado pelo retardo na germinação em função das doses de PA. No entanto, avaliando-se a TCA, observamos um efeito crescente em função das doses do PA, ou seja, quanto maior a quantidade de algas fornecida ao substrato, mais rápida a taxa de crescimento das plantas. Como esta variável não é afetada pela germinação das sementes, podemos constatar o efeito benéfico das algas no crescimento inicial da catingueira a um nível de 5% de significância, porém novas análises devem ser feitas, de preferência com sementes germinadas na ausência de PA para confirmar se este efeito positivo se mantém. Em trabalhos realizados por Thirumaran et al., (2009) analisando plântulas de Cyamopsis tetrogonoloba e Carvalho (2013) avaliando desenvolvimento e produtividade de soja, observa-se que houve diminuição na altura da parte aérea em tratamentos onde as sementes foram submetidas a altas concentrações de solução das algas pardas Rosenvingea intricata e A. nodosum respectivamente. Este efeito deve ter ocorrido também em nosso trabalho. Com relação ao jucá, observa-se um pequeno estímulo inicial do PA na altura, diâmetro do coleto e número de folhas, no entanto, nas maiores doses de PA ocorre inibição nessas variáveis (Figura 3). A TCA teve comportamento semelhante, porém mais marcante, onde podemos observar o maior estímulo na taxa de crescimento das plantas nas doses intermediárias testadas. Pode ser que nesta espécie tenha ocorrido também um efeito inibitório do PA na germinação das sementes, já que com relação ao controle o estímulo da TCA foi maior que nas outras variáveis analisadas..

(27) 27. Figura 3: Altura (cm), diâmetro do coleto (mm), número de folhas e taxa de crescimento absoluto (TCA; cm dia-1 ) em plantas de jucá (círculo branco e linha tracejada) e catingueira (círculo fechado e linha contínua) em função de diferentes doses do pó de algas, aos 60 dias após a semeadura.. Vila Nova et al., (2014) analisou a utilização de diferentes substratos formulados com presença e/ou ausências de algas como alternativa para adubação em cultivo de Moringa oleifera Lam. Quando avaliou o parâmetro altura, deparou-se com valores superiores para a combinação.

(28) 28. de terra preta com algas e esterco, que não se diferenciaram estatisticamente da testemunha, que continha apenas terra preta. Isso mostra que, em concordância com os resultados da TCA neste trabalho, pode se fazer uso de algas marinhas em produções dessa espécie florestal. Carvalho (2013) avaliando os efeitos do extrato de Ascophyllum nodosum sobre o desenvolvimento e produção de cultivos aos 72 DAS em milho, encontrou os maiores valores, porém estatisticamente iguais entre a testemunha e os demais tratamentos. O autor também observou que os tratamentos que apresentaram menores médias foram aqueles compostos pelas maiores concentrações do extrato da alga. Sabe-se que a aplicação de extratos de algas marinhas causa efeitos benéficos no estabelecimento de plantas, por possuir elevados teores de elementos essenciais como P e N (CRAIGIE, 2011, YOKOYAMA e GUIMARÃES, 1975) além de hormônios como auxinas (MOONEY e VAN STADEN, 1986) e aumentar a expressão gênica responsável pela produção de auxinas e citocininas, porém altos teores de aplicação podem funcionar de forma inibidora. Concomitante aos valores encontrados em nosso trabalho tanto para a catingueira como para o jucá, foram os encontrados também por Silva et al., (2012) e Oliveira et al., (2011) avaliando o desenvolvimento inicial de mudas de couve-flor em função das concentrações de uma espécie de alga marinha e o uso de extrato de algas na produção de mudas de maracujazeiroamarelo, onde as maiores concentrações estudadas causaram redução no desenvolvimento das plantas em relação à testemunha. De acordo com esses autores, esse fato pode ser explicado de forma que uma pequena concentração de compostos a base de algas marinhas pode ser suficiente para a quantidade de citocininas necessária para o incremento de divisão celular que ocorre durante o processo de crescimento da planta. No entanto, como neste trabalho foi utilizado o pó de algas e não o extrato, é mais provável que o estímulo na TCA tenha sido provocado pelos nutrientes minerais, que estão em alta concentração no PA testado (Tabela 1). Em relação ao diâmetro do coleto, os resultados encontrados nesse trabalho não se assemelham aos poucos trabalhos encontrados na literatura em que muitos autores não fazem uso dessa variável como forma de analisar a qualidade da muda produzida (SILVA et al., 2012). Estes autores, avaliando o desenvolvimento inicial de mudas de couve-folha em função da dosagem de extrato de alga, não obtiveram resultados significativos estatisticamente. Isto pode ser mais um indicativo do efeito negativo do PA na germinação de ambas as espécies e consequentemente no diâmetro do coleto aos 60 DAS..

(29) 29. Oliveira et al., (2011), em mudas de maracujazeiro-amarelo, verificaram um aumento da produção de folhas de acordo com o aumento das doses de A. nodosum (Acadian®) até atingir o máximo (3,7). A partir desse ponto, houve uma queda, esse aumento no número de folhas mediante o aumento da dosagem de algas pode ocorrer pelas citocininas presentes nas algas, que têm efeito positivo nesta variável. Segundo Guimaraes et al., (2012) em seu trabalho de análise do efeito de uso do extrato de algas no desenvolvimento de mudas de mamão, o máximo de aumento no número de folhas (5,22) ocorre até um determinado ponto de concentração de algas e a partir desse inicia-se um decréscimo. Por sua vez, Silva et al. (2012) percebeu um aumento linear crescente até a dosagem de 6,00 ml L-1 com 6,39 folhas/plantas, o que representa um aumento de 1,89% em cada mL utilizado, sem que haja decréscimo entre os estudados para analisar o desenvolvimento inicial de mudas de couve-folha em função do extrato de A. nodosum. Infelizmente em nosso trabalho o efeito negativo do PA na germinação deve ter afetado o crescimento inicial e consequentemente a produção de folhas, dificultando a comparação com outros trabalhos. 5.2 Análises realizadas aos 120 dias após a semeadura. Aos 120 DAS, não foi possível fazer as análises de crescimento para a catingueira pelo fato dessa espécie ter sido atacada por formigas, destruindo assim toda a estrutura das plantas. Em relação à biomassa seca do jucá (Figura 4) nota-se pouco efeito, principalmente em folhas. O efeito mais marcante, apesar de pequeno e não significativo estatisticamente, foi o estímulo na massa seca das raízes e consequentemente na massa seca total nas maiores doses de PA testadas. Em trabalhos futuros será importante confirmar este efeito e verificar se pode estar ocorrendo estímulo ao crescimento das raízes ou se as plantas estão sofrendo algum estresse na presença do PA, uma vez que muitos estresses bióticos e abióticos podem estimular o crescimento de raízes (TAIZ e ZEIGER, 2002)..

(30) 30. Figura 4: Massa seca das folhas (a), massa seca da raiz (b), massa seca do caule (c) e massa seca total (d) da planta Jucá (g) aos 120 dias após a semeadura submetida a diferentes dosagens de pó de algas marinhas.. Carvalho (2013), avaliando germinação e o vigor de sementes de feijão sob efeito de extrato de A. nodosum e Sivasankari et al. (2006) avaliando sementes de Vigna sinensis tratadas com o extrato da alga marrom Sargassum wightii, também não encontraram. resultados. significativos para a massa seca de plântulas, como observado neste trabalho. No entanto, outras pesquisas demonstram haver efeito positivo das algas na massa seca das plantas. Carvalho (2013) testou o tratamento de sementes e um método de irrigação de trigo com o extrato de A. nodosum e.

(31) 31. observou que apenas no método de irrigação, o extrato provocou aumento significativo na massa seca da parte (22,22%) e na altura da parte aérea (11,76%) indicando que além do extrato, o método de uso também pode ter reações diferentes para uma mesma espécie. Resultados semelhantes em que a massa seca das partes aéreas sofrem efeitos de compostos a base de algas marinhas foi encontrada por Kumar e Sahoo, (2011) com trigo, milho (MATYSIAK; KACZMAREK; KRAWCZYK, 2011) e com Arabidopsis thaliana por (RAYORATH et al., 2008). Em relação à massa seca total Guimaraes et al., (2012) avaliando o efeito de extrato de algas (Raiza®) em mudas de mamão, constatou que até a ultima e maior dose testada (2,0 mL) houve um aumento linear dessa biomassa (76,8 em relação a testemunha) e ainda segundo o autor isso deve-se ao fato de que o extrato de A. nodosum estimula processos como a absorção e a fotossíntese. Oposto a isso foram os resultados encontrados por Silva et al., (2012) onde obteve resposta decrescente à medida em que aumentava as doses do extrato a base de algas marinhas nas mudas de couve folha. De acordo com Losi (2010) em avaliações de diferentes doses de extrato de A. nodosum (EAN) no enraizamento de microestacas de eucalipto, verificou um aumento na biomassa seca da raiz proporcional ao aumento das dosagens, o autor justifica o aumento relacionando à composição química e física do substrato composto por esse tratamento, ao qual possui uma maior CTC e maior retenção de água. Acredita-se também que houve aumento na produção de citocininas que, segundo Salisbury e Ross (2012) é um hormônio sintetizado em maiores concentrações pelas raízes e, posteriormente transportado pelo xilema proporcionando através maior desenvolvimento da parte aérea da planta. Estes resultados podem explicar o pequeno estímulo observado no crescimento das raízes de jucá nas maiores doses de PA. Trabalho realizado por Rayorath et al., (2008) analisando o extrato de A. nodosum no desenvolvimento inicial de A. thaliana demonstrou que pequenas concentrações (0,1 g L-1) afetaram o incremento radicular e apenas em concentrações um pouco mais elevadas (1 g L -1) foram capazes de agregar valores para a altura e número de folhas. De acordo com a Figura 5, nota-se que houve pouca ou nenhuma diferença entre os tratamentos para a altura da parte área, altura total e número de folhas. No entanto, para variável diâmetro do coleto, o tratamento sete (40 g) proporcionou o maior resultado. Segundo Reis et al., (2008) o diâmetro do coleto é uma variável utilizada para avaliar a qualidade de mudas viáveis,.

(32) 32. uma vez que, quanto maior o diâmetro maior será o sucesso na fase de estabelecimento em campo sem que ocorra riscos de tombamentos ou deformações, além de indicar maior acúmulo de reservas. Quando comparado a variável número de folhas, é possível observar que entre as avaliações dos 60 aos 120 DAS, houve aumento na produção de folhas em relação ao aumento das dosagens. Aos 60 DAS o jucá apresentou um decréscimo na produção do número de folhas com o aumento das dosagens do PA e os maiores valores foram mostrados na testemunha com média de 7 folhas/planta enquanto o maior tratamento com 40 g, apresentou uma média de 4 folhas/planta, uma diferença de pouco mais de 57%. No entanto, aos 120 DAS essa diferença entre a testemunha e o tratamento com a maior concentração do PA não foi significativa e a produção foliar foi em media de 15 folhas/planta, indicando que o PA influenciou aumentando a produção de folhas em um período de tempo de 60 dias..

(33) 33. Figura 5: Altura da parte aérea (a), altura total (b), número de folhas (c) e diâmetro do coleto (d) da planta Jucá, aos 120 dias após a semeadura.. Se comparado com os dados de 60 dias onde as maiores doses de PA não promoveram estímulo em relação à altura, diâmetro do coleto e número de folhas e as resposta foram decrescente em consequências das maiores doses, é possível sugerir que aos 120 DAS houve crescimento da espécie, particularmente na dose de 15 g kg -1. Resultados semelhantes foram encontrados Hafle et al., (2009) que avaliaram o crescimento de mudas de mamoeiro sob.

(34) 34. diferentes doses de fertilizante natural bokashi e pó de algas marinhas (Lithothamnium sp.) com análises aos 30, 60 e 100 dias após a semeadura. Eles concluíram que a apenas aos 100 DAS a variável comprimento da parte aérea apresentou efeito positivo com comportamento quadrático para todas doses testadas. De acordo com Melo e Furtini Neto (2003) isso indica que o pó de alga desempenha um papel de correção da acidez interagindo com o substrato e assim favorece o crescimento das mudas em tempo determinado. De acordo com Schons et al., (2007) é possível indicar o início do processo de acúmulo de amido pelas raízes usando como variável de comparação o número de folhas que na mandioca de variedade RS 13 ocorre quando na haste principal contém 21 folhas visivelmente, sem que seja preciso levar em consideração a época de colheita ou qualquer outra variável. Os resultados encontrados nesse trabalho corroboram com os relatados por Khan et al., (2009) e Craigie (2011), nos quais pequenas quantidades de extrato de alga afetam o metabolismo celular vegetal, influenciando positivamente o crescimento e desenvolvimento das espécies vegetais.. 5.2.1 Análises bioquímicas aos 120 dias após a semeadura. Quando se trata do processo da fotossíntese, os pigmentos fotossintéticos são de fundamental importância, uma vez que, a luz, indispensável no processo, é absorvida pelos pigmentos onde a partir disso são desencadeados todos os processos químicos conhecidos da fotossíntese. Diante disso, na Figura 6 observa-se que as concentrações de clorofilas a e b apresentaram diferenças significativas após a aplicação do PA ao nível de 5% de probabilidade, com a maiores médias nas concentrações de 15 e 35 g kg-1 na duas espécies estudadas. Em relação aos teores de carotenoides nota-se que as espécies apresentam aumento constante até a última dose testada. A catingueira não apresentou valores significativos. De acordo com a Figura 6 é possível observar que ao final dos 120 DAS, as mudas de jucá não apresentaram alterações significativas em relação aos teores de amido ao longo das doses de PA testadas, porém o acúmulo máximo ocorreu no tratamento onde se aplicou a maior concentração de PA (40 g kg-1). Em relação à catingueira os teores de amido apresentaram uma redução gradativa em resposta ao aumento da concentração do PA, a um nível de 5% de probabilidade (Figura 6)..

(35) 35. Figura 6: Concentrações de clorofila a (a), clorofila b (b), carotenóides (c) e teores de amido (d) de jucá (círculo branco e linha tracejada) e catingueira (círculo fechado e linha contínua), obtidos por métodos espectrofotométricos aos 120 dias após a semeadura.. Geralmente as clorofilas têm suas concentrações elevadas com o uso de produtos a base de algas marinhas (SCHOEFS, 2002; BLUNDEN et al., 1997). A época do ano também é um fator que interfere na concentração de pigmentos, pois altera a disponibilidade de água no solo,.

(36) 36. apesar de que a maioria das espécies da Caatinga mantém o potencial hídrico mesmo em elevadas situações de estresse hídrico (TROVÃO, 2007). Essa baixa disponibilidade de água na planta provavelmente causa danos aos pigmentos por consequência de uma elevada taxa de radiação provocar a degradação das clorofilas e ainda pode acarretar redução da síntese dos pigmentos (MORAIS et al., 2007; MARENÇO e LOPES, 2007). Assim como as resposta oferecidas pelo jucá e pela catingueira foram diferentes nesse trabalho, os estudos realizados por Szabó e Hrotkó (2009) sobre a análise de bioestimulante comercial (Kelpak®) em duas espécies de plantas distintas (Cráteos e Prunus) obtiveram diferença significativa no teor de clorofila apenas para a Prunus, mostrando que a resposta ao tratamento também pode variar entre as espécies estudas. Essa espécie mostrou maiores sensibilidades em relação ao bioestimulantes utilizado com maior número de brotos, peso de folhas, peso de corte e teor de clorofila foliar, além de constatarem que o uso do bioestimulante proporcionou que a especie (broto) atingisse o tamanho indicado para corte (3 mm) cerca de duas semanas antes da testemunha. Este efeito pode ajudar a decidir os cortes mais cedo, o que resulta em um maior crescimento após o enraizamento. Costa (2014) avaliou os aspectos ecofisiológicos da catingueira em uma área de Caatinga e quantificou as concentrações de pigmentos fotossintéticos, comparando as estações do ano, concluiu que na estação chuvosa tanto a Clorofila a, b e os carotenóides apresentaram maiores valores que na estação seca, isso mostra que os baixos teores de CO2 típicos da estação seca (essencial para que a fotossíntese ocorra) provocaram baixos valores dessas variáveis. De acordo com Ahmed et al., (2013) em seu estudo analisando o efeito da aplicação combinada ou isolada de rosela (0,2%) extrato de açafrão (0,1%) e extrato de algas marinhas (0,2%) em laranjeiras, concluiu que o tratamento composto por extratos de algas marinhas proporcionou melhorias em todas as variáveis analisadas, entre elas, os teores de pigmentos totais nas folhas. Desta forma, o aumento na concentração de pigmentos observada nas duas espécies estudadas pode ser um efeito direto, pela melhoria da qualidade químicas e/ou pode ser um efeito físico, particularmente possibilitando maior retenção de água no substrato. Os resultados obtidos nos teores de clorofilas com as concetrações de amido para a catingueira indicam que provavelmente o aumento de pigmentos seguida da redução no teor de amido ocorre devido a um aumento na atividade dos drenos. Pode também apontar para um uso de energia voltado para células responsáveis pela função estrutural, ou ainda, que houve atividade.

(37) 37. da enzima amilase, responsável pela hidrólise do amido em açúcar que são, posteriormente, transportados via floema da parte aérea (fonte) para as raízes (dreno). Pode também ser atribuido ao fato de que o processo de acumúlo do amido ocorre com maior intensidade no período de luz e ao final dele inicia-se a etapa de exportação (SOUZA, 2011). As folhas utilizadas para as análises de amido para ambas as espécies foram coletadas ao final da tarde, quando provalmente estava inciando-se o processo de degradação. Silva et al., (2010) verificou a concentração de carboidratos solúveis em folhas de Phaseolus lunatus L. em relação ao sombreamento e concluiu que além da posição, o horário de coleta da folha são fatores que podem interferir no teor de carboidratos presente na seiva e ainda observou que a sacarose foi o carboidrato com maior concentração, considerando como o açúcar mais presente na maioria das plantas de ambiente tropical. De acordo com Kramer (1995) quando a planta é submetida a algum tipo de estresse, o conteúdo de amido sofre processo de deterioração nos tecidos que estão sendo acumulados e consequetemente esse acúmulo é reduzido, uma vez que o estresse exerce controle nas reações de carboidratos em várias espécies. Souza et al. (2011) determinando respostas fotossintética e acumulação de carboidratos, íons salinos e prolina em feijoeiro caupi submetido a quatro níveis de concentrações de salinidade, observou que altas concentrações de NaCl (200 mmol L-1) causaram estresse salino na planta e isso resultou em baixa fotossíntese por baixa assimilação de CO2 e consequentemente redução das concentrações dos produtos finais da fotossíntese, como o teor de amido, que segundo os autores, possivelmente ocorreu por hidrólise. Desta forma, conforme comentado anteriormente no tópico das análises de crescimento aos 120 DAS, pode ter havido estresse nas plantas submetidas às maiores doses de PA. Outros resultados, no entanto, principalmente de pigmentos e diâmetro do coleto apontam para plantas menos estressadas nas maiores doses testadas. Trabalhos futuros ajudarão a esclarecer este efeito. Amaral et al., (2007) testaram um novo método enzimático de extração e dosagem de amido em materiais vegetais, comparando com o método químico mais utilizado no Brasil desde a década de 70, o de McCready (1950) que é realizado atraves da solubilização do amido por ácido perclórico ou ácido sufúrico e quantificado por antrona ou fenol, segundo os autores esse método se faz ineficiente para espécies que não apresentam o amido como principal fonte de reserva, uma vez que, o ácido perclórico consegue solubilizar junto com o amido outros polissacarídios e assim influenciar na quantidade de amido quantificado. Os resultados obtidos.

(38) 38. mostraram que o método de enzima proporciona uma análise ou estimativa mais sensível ao amido para diferentes espécies e tecidos de plantas, descartando outros carboidratos que possam se fazer presente na espécie. Apesar dos resultados apresentados neste trabalho indicarem que não é viável se iniciar a produção de mudas a partir da germinação de sementes em substrato contendo PA, os dados de TCA sugerem que as algas podem ser utilizadas como uma alternativa viável na produção de mudas de catingueira e jucá, visto que até o período máximo desse estudo (120 DAS) verificamos também um leve estímulo no aumento de biomassa das raízes, diâmetro do caule, concentração de clorofilas a e b, carotenóides e maiores teores de amido em jucá. Houve também o aumento na concentração de pigmentos em relação às doses de PA em P. pyramidalis, além da TCA que apresentou maiores incrementos com a maior dose do PA testado. Há necessidade de estudos suplementares para confirmar esta suposição, particularmente com sementes germinadas na ausência do PA, bem como de mais análises fisiológicas e bioquímicas para confirmar nossa suposição de efeito benéfico do PA na nutrição e crescimento das plantas..

(39) 39. 6 CONCLUSÕES. Houve provavelmente influência negativa do pó de algas na germinação das sementes das espécies estudadas neste trabalho. Apesar deste efeito, no entanto, as análises mais prolongadas de crescimento e pigmentos indicam que o pó de algas marinhas influência de forma positiva o crescimento inicial de mudas das duas espécies endêmicas da Caatinga quando aplicadas em composição do substrato..

(40) 40. REFERÊNCIAS ARNON, D. I. Copper enzymes in isolated chloroplasts, polyphenoxidase in Beta vulgaris. Plant Physiology, Lancaster, v. 24, n. 1, p. 1-15, 1949. AHMED, F. F. et al. Response of Valencia orange trees to foliar application of Roselle, Turmeric and Seaweed Extracts. Journal of Applied Sciences Research, Mandsaur, v. 9, n. 1, p. 960-964, 2013. Disponível em: < http://www.aensiweb.com/old/jasr/jasr/2013/960-964.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2016. ALBUQUERQUE, S. G.; BANDEIRA, G. R. L. Effect of thinning and slashing on forage phytomass from a Caatinga of Petrolina, Brazil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 30, n. 6, p. 885-891, 1995. ALFONSO, E. T.; LEYVA, M. A. P. Biofertilizantes: alternativa sostenible para la producción de tomate en Cuba. Havana: Instituto Nacional de Ciências Agrícolas (INCA), La Habana, 2002,8 p. ALVES, E. U. et al. Superação da dormência em sementes de Caesalpinia pyramidalis Tul. Revista Árvore, Viçosa, v. 31, n. 3, p. 405-415, 2007. AMARAL, L. I. V. et al. Novo método enzimático rápido e sensível de extração e dosagem de amido em materiais vegetais. Hoehnea, São Paulo, v. 34, p. 425-431, 2007. ANDRADE, W. M. et al. Influência da precipitação na abundância de populações de plantas da Caatinga. Revista de Geografia, Recife, v. 26, n. 2, p. 161-184, 2009. ARAUJO, E. L. et al. Ecofisiologia de plantas da Caatinga e implicações na dinâmica das populações e do ecossistema. In: MOURA, A. N.; ARAUJO, E. L.; ALBUQUERQUE, U. P. (Orgs.). Biodiversidade, potencial econômico e processos ecofisiológicos em ecossistemas nordestinos. Recife: Comunigraf, 2008. p. 329-361. AVILA, A. L. Mecanismos de regeneração natural e estrutura populacional de três espécies arbóreas em remanescente de Floresta Ombrófila Mista, Rio Grande do Sul. 2010. 150f. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais, Santa Maria, 2010. ÁVILA, M. R. et al. Bioregulator application, agronomic efficiency, and quality of soybean seeds. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 65, n. 6, p. 604-612, 2008. DE AZEVÊDO, S. M. A.; DE AZEVÊDO, M. A. A. Crescimento de plantas de jurema preta (Mimosa tenuiflora (Wild) Poiret.) em solos de áreas degradadas da Caatinga. Engenharia Ambiental, Espírito Santo do Pinhal, v. 9, n. 3, p. 150-160, 2012. BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas: noções básicas. 2. ed. Jaboticabal: FUNEP, 2003. v. 1, 42 p..

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