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o selénio e a sua suplementação em diversas patologias : monografia : selenium and its supplementation in diversity of pathologies

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Selenium and its supplementation in diversity of pathologies

Ivo Maciel Pereira Fernandes

Orientação: Dr.ª Daniela Alexandra Proença Vaz Seabra Lopes

Monografia

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Agradecimentos

Muito obrigado a toda a gente que me ajudou a elaborar esta monografia, em especial à Dr.ª Daniela Seabra.

Agradeço aos meus pais, irmão e namorada todos os apoios prestados durante a realização deste trabalho. Os apoios foram fundamentais pois sem eles seria impossível fazer esta revisão bibliográfica, numa fase menos boa da minha vida.

(4)

Índice

Agradecimentos ... i

Lista de Abreviaturas ... iii

Resumo ... iv

Abstract ... v

Introdução... 1

Desenvolvimento do tema ... 3

Entrada do selénio na cadeia alimentar ... 3

Fontes alimentares, ingestão e toxicidade ... 3

Papel do selénio no organismo ... 5

Principais compostos de selénio existentes e sua presença em tecidos humanos ... 6

Concentração plasmática de selénio nas populações ... 8

Qual o melhor composto na suplementação? ... 9

Níveis de selénio e possível suplementação em diversas patologias ... 12

Diabetes Mellitus 2 ... 12

Infertilidade masculina ... 16

Hipertensão Arterial ... 19

Vírus da Imunodeficiência Humana ... 22

Análise Crítica e Conclusões ... 27

(5)

Lista de Abreviaturas < - Menor

> - Maior

” - Menor ou igual µg – Micrograma

µg/dia – Micrograma por dia µg/L – Micrograma por litro µg/mL – micrograma por mililitro µmol/L – Micromol por litro µmol/mL – Micromol por mililitro CD4+ - Linfócitos T – CD4 positivo Célula / µL – Células por microlitro DM 2 – Diabetes Mellitus tipo 2 GSHPx – Glutationa peroxidase GSHPx-1 – Glutationa peroxidase – 1

GSHPx-4 – Fosfolípido hidroperóxido da glutationa peroxidase Linf/mm3 – Linfócitos por milímetro cúbico

mg/Kg/dia – Miligrama por quilograma por dia mg/L – Miligrama por litro

mm Hg – Milímetro de mercúrio (unidade de pressão arterial) mm3 – Milímetro cúbico

mmol/mL – Milimol por mililitro Se – Selénio

SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida VIH – Vírus da Imunodeficiência Humana

(6)

Resumo

O selénio é um mineral que entra na cadeia alimentar através dos vegetais e está distribuído pelos seres vivos sob diversas formas químicas, as quais constituem dois grandes grupos: o selénio orgânico e inorgânico. Os compostos dos dois grupos têm diferentes eficácias na suplementação, sendo a forma orgânica (selenometionina) a mais eficaz comparativamente com as formas inorgânicas (selenito e selenato). Nos tecidos humanos apenas se encontram a selenocisteína e a selenometionina. Ambos incorporam proteínas dos tecidos, mas só a selenocisteína é que activa as enzimas dependentes do selénio, como a glutationa peroxidase, a tioredoxina reductase, a iodotironina deiodinase, ou as selenoproteínas P e W. A selenometionina precisa de sofrer transformação para adquirir função fisiológica. A suplementação prolongada de selénio em pessoas saudáveis aumenta o risco da diabetes mellitus 2, mas se o indivíduo já for diabético, principalmente mal controlado, a suplementação previne ou atrasa algumas das complicações da doença. Na infertilidade masculina, em particular nos homens que têm baixos níveis de selénio no plasma seminal, a suplementação pode beneficiar a motilidade dos espermatozóides, contudo a optimização da função reprodutora masculina só acontece com níveis adequados deste oligoelemento no organismo. Após se ter verificado que a severidade da hipertensão arterial aumentava com a deficiência de selénio, verificou-se que a suplementação do mesmo, principalmente em indivíduos com baixa concentração de selénio, diminuía o risco de hipertensão arterial em homens e em mulheres grávidas. Nos portadores do vírus da imunodeficiência humana, os níveis adequados de selénio no organismo apresentam capacidade inibitória na

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replicação do vírus e na progressão para a doença final. A manutenção dos níveis adequados pode passar pela terapia de suplementação de selénio.

Palavras-chave: Selénio; Diabetes mellitus 2; Infertilidade masculina; Hipertensão Arterial; Vírus da imunodeficiência humana;

Abstract

Selenium is a mineral that gets in alimentary chain through vegetables and it is present in live beings under many chemical forms, which constitutes two great groups: the organic and inorganic selenium. The chemical forms have different effectiveness in supplementation. The organic form (selenomethionine) has better results than inorganics forms like selenite and selenato. In human tissues only exists selenocysteine and selenomethionine. Both incorporate tissue proteins, but only selenocysteine activates the dependent enzymes of selenium, like glutathione peroxidase, thioredoxin reductase, iodothyronine deiodinase, or selenoproteína P and W. To acquire physiological function, selenomethionine needs transformation. Long selenium supplementation in healthy people increases the risk of diabetes mellitus 2, but can prevent long term complications, mainly in diabetic often with high blood glucose values. In male infertility, particularly in men who have low selenium concentration in seminal plasma, the supplementation can benefit the spermatozoa motility, however the optimization of the male reproductive function only occurs with adequate levels of selenium. After finding that the hypertension severity increases with selenium deficiency, it was observed that the supplementation, mainly in people with a low concentration, can result in a decrease the risk of hypertension in men and pregnant women. In people with

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human immunodeficiency virus, the adequate levels of selenium can inhibit the virus replication and prevent the progression for the acquired immune deficiency syndrome. Sometimes selenium supplementation may be needed to ensure adequate levels.

Key Words: Selenium; Diabetes mellitus 2; Masculine Infertility; Arterial hypertension; Human immunodeficiency virus;

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Introdução

O selénio é um mineral que desempenha funções antioxidantes e no funcionamento da glândula tiróide. Embora esteja presente na maioria dos tecidos humanos, mais de metade do selénio contido no organismo encontra-se nos músculos, fígado, sangue e rins. (1)

A ingestão de selénio pelos humanos tem diminuído, pois este oligoelemento entra na cadeia alimentar através dos vegetais e a existência de uma Política Agrícola Comum, cujas práticas agrícolas cada vez mais concentradas em grandes áreas e de forma tão intensa, levam ao esgotamento dos solos e, consequentemente, tornam os alimentos cada vez mais pobres em vitaminas e minerais. Além disso, as perdas dos micronutrientes nos cereais estão aumentadas quanto maior for o grau de refinação, sendo apenas os cereais integrais os que mantêm as suas características nutricionais. Pelas razões citadas anteriormente, o uso de fertilizantes na agricultura ou o enriquecimento dos alimentos são soluções viáveis para atenuar a perda de micronutrientes.

Num mundo contemporâneo onde os hábitos alimentares se baseiam em alimentos nutricionalmente pobres, um número crescente de pessoas procura o uso de suplementos nutricionais, com o objectivo de evitar determinadas carências e, assim, retirar o máximo proveito das suas potencialidades genéticas. Ao mesmo tempo cresce a oferta da indústria, com um número cada vez maior de diferentes suplementos nutricionais.

O efeito antioxidante do selénio é importante na prevenção do cancro, mas nesta monografia, pretende-se efectuar uma revisão bibliográfica dos efeitos do selénio, assim como as vantagens ou desvantagens da suplementação na diabetes mellitus 2, na infertilidade masculina, na hipertensão e na doença

(10)

provocada pelo vírus da imunodeficiência humana. O selénio é um dos micronutrientes que tem sofrido grandes perdas nos alimentos e cuja suplementação cresce acentuadamente. A suplementação pode ser efectuada com selénio orgânico ou inorgânico e nestes dois grupos existem algumas formas químicas com diferentes eficácias.

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Desenvolvimento do tema

Entrada do selénio na cadeia alimentar

O selénio é um mineral que entra na cadeia alimentar através dos vegetais, estando a sua concentração dependente do solo onde estas se desenvolveram. A deficiência de selénio foi identificada em populações que habitavam locais no mundo cujo solo apresenta baixos níveis deste, sendo normalmente as regiões vulcânicas com solo ácido. Os investigadores verificaram que uma elevada percentagem de indivíduos que habitavam e que ingeriam alimentos provenientes de determinadas regiões chinesas, com solos pobres em selénio, desenvolviam uma cardiomiopatia denominada por doença de Keshan e/ou uma osteoartropatia conhecida pela doença de Kaschin-Beck. (2, 3) De facto, também se constatou, em ratos e alguns animais de exploração agrícola, que o desenvolvimento de doenças relacionadas com o défice de selénio estavam frequentemente associadas às variáveis químicas do solo, as quais restringiam a passagem do oligoelemento do solo para a cadeia alimentar.(3)

Os animais de áreas com solos pobres em selénio e que se alimentavam de vegetais provenientes desses solos apresentavam um aumento da incidência de determinadas doenças, as quais são actualmente prevenidas pela suplementação deste oligoelemento. Em contraste, as altas concentrações de selénio nos solos verificadas numa reserva da Califórnia, causa a acumulação deste nas plantas a níveis muito elevados. (1)

Fontes alimentares, ingestão e toxicidade

As principais fontes alimentares são os alimentos provenientes do mar (marisco, salmão), os alimentos de origem animal tais como rins, fígado, carne

(12)

vermelha e aves, sendo que a fonte mais rica em selénio é a castanha do Pará. Na generalidade, as frutas e vegetais são alimentos pobres em selénio, enquanto os cereais integrais apresentam um teor variável, dependente do local onde foram cultivados.(4)

As doses diárias recomendadas de selénio são de 55 µg/dia para indivíduos adultos e para adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e 18 anos. Este valor aumenta para os 60 e 70 µg/dia no caso de mulheres grávidas ou em lactação, respectivamente. (5) Contudo, algumas instituições como European Union Scientific Committee for Food, a United Kingdom Committee on Medical Aspects of Food Policy e a Netherlands Food and Nutrition Council sugerem que o aumento das necessidades de selénio durante a gravidez é compensado pelo aumento da eficiência da absorção do mesmo a partir da dieta. (3) Alguns investigadores defendem que as recomendações para adultos deveriam ser mais elevadas para prevenção de doenças como o cancro, indicando que a suplementação de 200 µg/dia de selénio é segura e adequada em indivíduos com uma típica dieta americana. (6)

A ingestão elevada de selénio pode causar a toxicidade, isto é, uma selenose. Ao exceder a ingestão do limite máximo tolerável de 400 µg/dia pode ocorrer a toxicidade, mas existem evidências científicas que o risco de selenose aumenta para uma ingestão igual ou superior a 800 µg de selénio por dia. (7) Nos Estados Unidos da América, treze pessoas que tomavam suplementos impróprios devido à quantidade excessiva de 27,3 miligramas de selénio por cápsula, tiveram sintomas de toxicidade, tais como náuseas, dores abdominais, diarreias, enfraquecimento das unhas, perda de cabelo, neuropatia periférica, fatigabilidade e irritabilidade. (1) Em casos extremos de ingestão pode ser fatal, tendo sido

(13)

verificado em dois casos (uma mulher e um homem). Inicialmente, as vítimas apresentaram sintomas idênticos aos referidos anteriormente, mas algumas horas mais tarde, os sintomas progrediram e os indivíduos apresentaram hipotensão, edema pulmonar e colapso cardiovascular. A análise pós-morte revelou concentrações de selénio elevadas nos tecidos e determinaram como causa de morte, o excesso do oligoelemento. (8)

Papel do selénio no organismo

O selénio é um antioxidante envolvido na defesa dos tecidos contra o stress oxidativo, na regulação do estado redox de inúmeras moléculas e na regulação da acção da hormona da tiróide. (9)

O selénio em conjunto com o aminoácido cisteína forma a selenocisteína, e está incorporado em diversas famílias de selenoproteínas, destacando-se a glutationa peroxidase, iodotironina desiodinases, tioredoxina reductase, selenoproteína P, selenoproteína W, entre outras.(7)

Existem seis membros distintos da glutationa peroxidase em animais superiores. As várias formas estão distribuídas por diferentes tecidos e em diferentes quantidades. Apesar de cada uma ter funções distintas e específicas, na generalidade participam na catabolização do peróxido de hidrogénio e dos hidroperóxidos, protegendo as células contra as moléculas oxidantes. O fosfolípido hidroperóxido da glutationa peroxidase (GSHPx-4) difere bastante das outras formas da glutationa peroxidase, pois actua em substratos pobres para as outras formas da glutationa peroxidase, catalisando intensamente a redução dos fosfolípidos hidroperóxidos bem como o colesterol hidroperóxidos. Além disso, participam na maturação dos espermatozóides. (1)

(14)

As três tioredoxina reductases conhecidas, também selenoenzimas, estão envolvidas na eliminação dos metabolitos do processo oxidativo. Regulam o estado redox intracelular, reduzem pequenas moléculas intracelulares, são necessárias para a síntese de deoxinucleotídeos e importantes no ciclo celular. (3, 10)

As evidências demonstram a importância destas na redução do ácido dehidroascórbico em ácido ascórbico. (10)

As iodotironina deiodinases são selenoproteínas importantes na conversão da tiroxina (T4) em triiodotironina (T3), regulando assim a concentração da forma activa da hormona da tiróide. (11) A ingestão adequada de selénio mantém adequada a actividade destas selenoproteínas. (5)

A selenoproteína P é uma glicoproteína extracelular encontrada no plasma e associada a células endoteliais. A sua concentração diminui no caso de deficiência de selénio e pode ser utilizada como indicador dos níveis de selénio no organismo. Têm funções de transporte do selénio e de defesa celular contra moléculas oxidantes geradas pela inflamação ou pelo metabolismo xenobiótico. A selenoproteína W apesar de ter funções pouco conhecidas, a sua ligação com uma forma da glutationa sugere um papel nas reacções redox. (1, 10)

Principais compostos de selénio existentes e sua presença em tecidos humanos

O selénio é encontrado nos seres vivos sob a forma de diversos compostos e em diferentes quantidades, dependendo da espécie e, como referido anteriormente, do local onde ocorreu o crescimento dessa espécie. (12)

O selenato é o maior composto inorgânico encontrado tanto em animais como em plantas. O selenito, também inorgânico, é apenas encontrado no fitoplâncton,

(15)

a única planta conhecida até ao momento, com quantidades significativas na sua composição. (12) Existe uma grande diversidade de compostos presente nas vegetais, mas convém realçar a metilselenocisteína e a selenocistationa, ambos orgânicos, que estão presentes em algumas plantas acumuladoras de selénio, tais como o alho, couves, cebola e brócolos, se estes crescerem em meios ricos em selénio. A selenocisteína (composto orgânico) é outro composto encontrado em grande percentagem nos tecidos animais, quando estes ingerem selénio inorgânico. (6, 12)

O organismo humano é capaz de metabolizar o selénio apresentado sob diferentes formas químicas. A metabolização das formas químicas referidas anteriormente leva à formação da selenocisteína, que é umas das principais formas de selénio encontradas nos tecidos humanos e que, posteriormente, será introduzida nas diversas selenoproteínas existentes, nomeadamente na glutationa peroxidase. (12-14)

O outro composto presente em grande quantidade nos tecidos humanos é a selenometionina (composto orgânico). Os humanos não têm capacidade de sintetizar este composto, introduzindo-o no organismo através da ingestão deste selenoaminoácido presente, principalmente nos vegetais, nos tecidos de animais que ingeriram bastante quantidade de selenometionina e na levedura enriquecida em selénio. (1, 12) Pouco tempo após a ingestão deste selenoaminoácido, ocorre a sua incorporação em proteínas, no local destinado à metionina. Esta ligação ocorre menos extensamente quando existe alta ingestão de metionina. (6, 13, 14) A ligação às proteínas apenas permite que exista selénio no tecido, mas não está associado a qualquer função fisiológica. A função é adquirida quando a

(16)

selenometionina rompe a ligação com a proteína e se transforma em selenocisteína. (1, 6, 12, 13) A figura 1 resume o que foi referido anteriormente.

Concentração plasmática de selénio nas populações

Diversos especialistas propõem diferentes valores adequados de selénio no plasma sanguíneo, de forma a prevenir determinadas patologias ou maximizar a actividade das selenoenzimas. Baum e seus colaboradores definiram que o nível de selénio igual ou inferior a 85 µg/L (aproximadamente 1,08 µmol/L) no plasma sanguíneo era um valor deficitário. (15) Contudo, não existe um valor referencial universal, pois outros especialistas verificaram que em adultos saudáveis, os valores de selénio no plasma podem variar entre 0,5 e 2,5 µmol/L, dependendo da região geográfica a que pertencem. Os adultos americanos têm um intervalo de concentração de selénio que varia entre os 2,4 e 3,1 µmol/L, enquanto os adultos da Nova Zelândia apresentam valores plasmáticos entre 1,1 e 1,4 µmol/L. Por fim, a maioria dos europeus têm uma concentração plasmática de selénio inferior à dos americanos e superior à dos neozelandeses, sendo a Finlândia e a Escócia

Figura 1: Formas dietéticas e formas de selénio existentes em tecidos humanos.

(17)

os países europeus cujos habitantes apresentam as concentrações mais baixas de selénio. (14)

Qual o melhor composto na suplementação?

Os suplementos de selénio podem ser constituídos por diversas formas químicas. Na maioria dos suplementos existentes, o selénio está presente sob a forma de selenometionina. Contudo, em preparações multivitamínicas, fórmulas infantis, produtos de perda de peso e alimentação animal, o selenito de sódio e o selenato de sódio são os compostos predominantemente usados. Alguns suplementos não mencionam o composto usado. (6)

Num estudo comparativo realizado com animais (ovelhas e suínos), os autores verificaram que os grupos de animais tratados com selénio orgânico (levedura de selénio) obtiveram uma maior concentração plasmática, relativamente ao grupo de animais suplementados com selénio inorgânico. (16, 17) Nas ovelhas prosseguiram com o estudo e verificaram que os cordeiros, filhos das ovelhas suplementadas com selénio orgânico tinham mais 30% de selénio no plasma sanguíneo, do que os cordeiros cujas mães foram suplementadas com selénio inorgânico. Concluíram que o selénio orgânico obtém melhores resultados na suplementação que o inorgânico. (16)

Nos humanos, verificaram que o selénio contido nos alimentos tem uma taxa de absorção média estimada em 80%, sendo a forma orgânica selenometionina bastante melhor absorvida que a forma inorgânica selenito.(13) Tanto o selenito como a selenometionina tem alta biodisponibilidade, pois a suplementação de 200 µg das duas formas referidas anteriormente, em dois grupos de indivíduos,

(18)

resultou numa absorção estimada em cerca de 84% para o selenito e em 98% para a selenometionina. (1)

Noutro estudo realizado na Finlândia, dividiram aleatoriamente um grupo de 200 mães, cinco dias após o parto, por três grupos. Dois deles foram suplementados com 100 µg por dia de selenito ou de levedura de selénio e um grupo não recebeu qualquer tipo de suplementação. Os autores demonstraram que a levedura de selénio foi mais eficaz do que o selenito, no aumento da concentração de selénio no plasma sanguíneo e no leite materno. A média da ingestão diária de selénio das crianças foi de 7.7 ± 2.2, 8.9 ± 2.2 e 11.5 ± 4 ȝg, se amamentadas pelas mães do grupo controlo, pelas mães suplementadas com selenito e pelas mães que ingeriram a levedura de selénio, respectivamente. Observaram assim que os bebés amamentados pelas mães suplementadas com levedura de selénio tinham uma maior concentração do oligoelemento no plasma sanguíneo. (18)

Thomson e colaboradores analisaram os efeitos da suplementação de 100 µg/dia de selenometionina e selenito de sódio, em adultos saudáveis da Nova Zelândia. Concluíram que a forma orgânica era mais eficaz que a forma inorgânica, no aumento de concentração do selénio no plasma sanguíneo. No entanto, as duas formas de selénio suplementadas foram semelhantes quanto ao aumento da actividade da glutationa peroxidase. (19)

Num estudo experimental duplamente cego realizado na Nova Zelândia, os investigadores tinham como objectivos comparar as modificações da concentração de selénio no sangue e as alterações da actividade da glutationa peroxidase no plasma, plaquetas e eritrócitos, mediante a suplementação com diferentes formas químicas de selénio, mas em quantidades iguais. Dividiram um

(19)

grupo de trinta e três mulheres em três grupos e suplementaram cada um dos grupos, durante 32 semanas, com 200 µg por dia de Se sob a forma de levedura enriquecida com selenometionina; com fermento de cerveja contendo selenato; ou com fermento de cerveja sem nenhum selénio adicionado (placebo). Os autores verificaram que ambos os grupos suplementados com selénio tinham aumentado a concentração de selénio no sangue, enquanto o grupo controlo permaneceu inalterado. Nos grupos suplementados com selénio, a selenometionina revelou ser mais eficaz a elevar as concentrações de selénio no sangue do que o selenato. Os resultados obtidos pelos investigadores demonstram que ambos os compostos (selenometionina e selenato) eram semelhantes no aumento, aproximadamente em 150%, da actividade da glutationa peroxidase presente no plasma sanguíneo e eritrócitos, mas o selenato demorava menos duas semanas a elevar até à actividade máxima. A actividade da glutationa peroxidase presente nas plaquetas teve um aumento máximo de 200% no grupo suplementado com selenato, enquanto o grupo suplementado com selenometionina teve um aumento máximo da actividade em 160% e precisou do dobro do tempo (4 semanas). Os autores sugerem que a maior demora da selenometionina no aumento da actividade da glutationa peroxidase, se deva à sua associação rápida às proteínas existentes nos tecidos, enquanto que as formas inorgânicas são metabolizadas rapidamente e incorporadas na GSHPx, aumentando a sua actividade em menor espaço de tempo. Embora se possa explicar o mais rápido aumento na actividade da GSHPx com a suplementação da forma inorgânica do que com a suplementação da forma orgânica, isto não explica porque o grupo suplementado com selenometionina nunca atingiu, nas 32 semanas de suplementação, uma actividade da GSHPx nas plaquetas similar à verificada no grupo suplementado

(20)

com o selenato. Os investigadores sugeriram que as formas inorgânicas têm algum efeito ainda não conhecido na GSHPx das plaquetas, sendo necessárias mais investigações que clarifiquem a sugestão. (20)

Resultados semelhantes obteve o investigador Nève, num estudo realizado com indivíduos saudáveis e com os mesmo objectivos que o estudo anterior. Os sujeitos suplementados com selénio orgânico (levedura de selénio e selenometionina), aumentaram significativamente a concentração de selénio no sangue, comparativamente aos suplementados com as formas inorgânicas (selenito e selenato). O autor não verificou diferenças significativas na actividade da glutationa peroxidase presente em eritrócitos e no plasma. Em contraste, os sujeitos suplementados com selenito e selenato apresentavam maior actividade da glutationa peroxidase presente nas plaquetas. (21)

Apesar das formas de selénio inorgânico exercerem efeito semelhante no aumento da actividade da glutationa peroxidase presente no plasma e eritrócitos, e aumentarem a actividade da GSHPx presente nas plaquetas, as evidências existentes actualmente favorecem o uso da selenometionina como melhor forma de suplementar pois a sua absorção é mais eficaz e os efeitos produzidos nas selenoenzimas são adequados. (6)

Níveis de selénio e possível suplementação em diversas patologias

Diabetes Mellitus 2

A diabetes mellitus é uma doença que afecta pelo menos 246 milhões de pessoas em todo o mundo. A alimentação pouco saudável, estilo de vida sedentário, excesso de peso e obesidade e o envelhecimento da população são

(21)

factores que influenciam o crescimento desta patologia. A incidência tem aumentado nos últimos anos e estima-se que os números aumentarão para 380 milhões de pessoas em 2025. (22)

Os estudos que se seguem têm como objectivo verificar os benefícios ou malefícios que a suplementação de selénio pode trazer, não só aos indivíduos que ainda não careçam da doença, mas também em indivíduos já diabéticos. Bleys e colaboradores realizaram um estudo observacional transversal, em 8876 adultos americanos com idades igual ou superior a 20 anos, com o objectivo de examinar a relação entre os níveis de selénio no soro e a prevalência de diabetes entre indivíduos adultos. No mais alto quintil da concentração de selénio no soro dos indivíduos, verificou-se um aumento estatisticamente significativo na prevalência de diabetes comparativamente com os indivíduos do menor quintil. Esta relação não foi verificada com os três quintis intermédios. Concluíram que numa provável amostra da população americana, altos níveis de selénio no soro humano estavam positivamente associados com a prevalência de diabetes mellitus 2 (DM 2). Os autores recomendaram que as populações com níveis plasmáticos de selénio adequados, não deveriam ingerir em excesso alimentos ricos em Se, nem suplementos de selénio, no entanto serão necessários mais estudos para confirmar a suposição. (23)

Stranges e colaboradores realizaram um estudo randomizado, duplamente cego, placebo controlo, com duração de 7,7 anos, no qual pretendiam observar o efeito da suplementação de 200 µg/dia de selénio ou placebo na prevenção do cancro de pele, em 1312 pessoas. Numa análise retrospectiva dos dados obtidos, os autores focaram 1202 pessoas que não eram diabéticos e verificaram que as pessoas que foram suplementadas com selénio, desenvolveram mais diabetes

(22)

mellitus 2 que as que tomaram o placebo. A falta de benefício da suplementação do oligoelemento permaneceu quando se efectuaram análises estratificadas por sexo, idade, índice de massa corporal e de ser ou não fumador. De facto, a relação do perigo da incidência de diabetes nas pessoas que usam os suplementos de selénio contra as que tomaram o placebo eram 2.70 (intervalo de confiança a 95%). Também, o risco de diabetes foi maior nas pessoas que tinham altos valores de selénio no plasma sanguíneo no início do estudo. (24) Em ratinhos foi demonstrado que o aumento da actividade da glutationa peroxidase 1 (GSHPx-1) induz insulino-resistência e consequentemente, a diabetes mellitus 2, pois são necessários níveis mínimos ou normais de peróxido de hidrogénio para sensibilizar a cascata de sinalização da insulina. O excesso de selénio no organismo aumenta excessivamente a actividade da GSHPx-1, diminuindo o peróxido de hidrogénio para níveis muito baixos. Assim, ocorre o aumento da actividade da fosfatase da proteína tirosina, desfosforilando a tirosina. A inactivação da tirosina diminui a fosforilação do receptor da insulina, impedindo a entrada de glicose nas células e podendo aumentar a resistência à insulina que poderia levar à DM 2. Este mecanismo apenas foi visto em ratinhos, mas os investigadores sugerem que também possa acontecer em humanos. Chen e seus colaboradores encontraram uma positiva e significante associação entre a actividade da GSHPx-1 nos eritrócitos e os níveis de insulino-resistência em mulheres com gravidez normal. (25)

O stress oxidativo e a activação do factor nuclear - țB (complexo proteico) para níveis elevados estão associados ao desenvolvimento de algumas complicações secundárias nos diabéticos com glicemias frequentemente altas. Os mecanismos pela qual a hiperglicemia activa o factor nuclear – țB não estão

(23)

elucidados, mas Faure e colaboradores sugerem que nas reacções de glicosilação das proteínas, processo que ocorre mais intensamente na presença de elevada glicemia, aumenta a produção de compostos como os superóxidos ou peróxido de hidrogénio que teriam a capacidade de activar o factor nuclear - țB. A suplementação de selénio resulta num aumento da actividade da glutationa peroxidase, melhorando as defesas antioxidantes. Assim, decresce a formação de peróxidos, diminuindo a activação do factor nuclear - țB. A importância da suplementação de selénio em prevenir ou atrasar as complicações da diabetes mellitus tipo 2 foi estudada pelos investigadores. Os autores decidiram investigar, em cinquenta e seis diabéticos tipo 2, os efeitos da suplementação com selénio em diversos parâmetros do stress oxidativo e na actividade do factor nuclear - țB, mesmo sabendo que as concentrações plasmáticas de selénio nestes indivíduos eram adequadas. Estes foram divididos em dois grupos e suplementados com 960 ȝg/dia de selénio ou com placebo, durante 3 meses. Existia um terceiro grupo – controlo, constituído por dez indivíduos não diabéticos. A suplementação de selénio foi importante para aumentar a actividade da glutationa peroxidase presente nos eritrócitos e na diminuição da actividade do factor nuclear - țB. Curiosamente, a actividade do factor nuclear - țB diminuiu para valores semelhantes aos observados nos indivíduos do grupo controlo, indicando a importância de suplementar selénio na prevenção de algumas complicações secundárias, em indivíduos diabéticos com valores de glicose frequentemente altos. (26)

(24)

Infertilidade masculina

Define-se como uma condição muitas vezes irreversível que impede a concepção. Embora não existam estatísticas específicas para Portugal, a generalidade dos trabalhos publicados refere uma prevalência de cerca de 15-20% de infertilidade entre a população dos países ocidentais, o que corresponde a um em cada sete casais, um número que, segundo todas as projecções publicadas, tenderá a aumentar nos próximos anos. (27) Em 40% dos casos a infertilidade é masculina, 40% feminina e em 20% dos casos as causas são de ambos ou desconhecidas. (28)

Diversos estudos com animais revelaram que a deficiência prolongada em selénio pode induzir a infertilidade. (29) Os animais que apresentavam deficiência de selénio tinham um menor produção de esperma e fraca motilidade devido a defeitos no flagelo localizado na região média do espermatozóide. (30)

O fosfolípido hidroperóxido da glutationa peroxidase (GSHPx-4) é uma das formas da glutationa peroxidase, e é o constituinte principal da cápsula mitocondrial dos espermatozóides.(30, 31) Esta selenoenzima parece ter um papel importante nas células do esperma contra os danos oxidativos e no amadurecimento do esperma, pois participa na polimerização das várias proteínas existentes na cápsula. (30-32) A polimerização forma uma proteína estrutural na cápsula mitocondrial da região média, o que confere integridade estrutural ao espermatozóide necessária para a estabilidade, motilidade e viabilidade deste. Após a reacção de polimerização, a GSHPx-4 fica oxidada e num estado inactivo. (29, 32)

Para corroborar a importância da GSHPx-4, Foresta e seus colaboradores realizaram um estudo, onde analisaram o esperma de um grupo de 75 homens inférteis em comparação com um grupo de controlo com 37 homens.

(25)

Demonstraram que a actividade da GSHPx-4 de homens inférteis encontra-se significativamente abaixo da dos homens do grupo controlo. Posteriormente, os investigadores analisaram amostras de esperma isoladas e verificaram que a mobilidade dos espermatozóides diminuía à medida que diminuía a quantidade da GSHPx-4. (33)

A importância dos níveis de selénio na função reprodutora dos humanos foi comprovada num estudo realizado por Bleau e colaboradores. Estes investigadores dosearam o selénio no esperma de 125 homens que frequentavam a consulta de infertilidade. Os valores obtidos situaram-se entre os 7 e 230 µg/ml, sendo o valor médio de 71,3 µg/ml. O plasma seminal continha 85% do oligoelemento. Verificaram que para valores de selénio no sémen entre os 50 e 69 µg/ml, os espermatozóides dos indivíduos tinham motilidade máxima, enquanto para valores de selénio inferiores a 50 µg/ml ou superiores a 69 µg/ml, os indivíduos apresentavam fraca motilidade e elevada astenospermia. (34) Esta constatação foi confirmada num outro estudo, que concluiu que tanto uma baixa como uma elevada concentração de selénio no esperma, tem efeitos negativos na motilidade dos espermatozóides. (35) Bleau e colaboradores continuaram a estudar o esperma dos 125 homens, durante 5 anos, através de recolhas periódicas. Concluíram que níveis de selénio no sémen abaixo de 35 µg/ml estavam associados com infertilidade masculina. Valores entre os 40 e 70 µg/ml eram óptimos para a taxa de reprodução e, valores acima de 80 µg/ml estavam relacionados com uma elevada taxa de abortamento nas parceiras. (34)

Num estudo comparativo com homens inférteis, os autores demonstraram que a suplementação com 200 µg/ dia de levedura de selénio (selénio orgânico) ou com selenito de sódio aumentou a concentração do oligoelemento no plasma

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sanguíneo e seminal, e a actividade da glutationa peroxidase. Esse aumento foi maior no grupo suplementado com selénio orgânico do que no grupo suplementado com selenito de sódio. No entanto, a quantidade não foi suficiente para a melhoria da quantidade e mobilidade do esperma. (36) Apesar de não se ter verificado melhorias no esperma, as evidências sugerem que é a concentração de selénio no sémen que está associado com a quantidade e qualidade do esperma humano, não tendo sido encontrada associação entre a concentração de selénio no plasma sanguíneo e a qualidade do esperma. (37)

Na Escócia, uma equipa de investigadores tentaram procurar efeitos da suplementação do selénio em indivíduos inférteis. Recrutaram sessenta e nove homens que apresentavam espermatozóides com mobilidade reduzida. Estes foram divididos em três grupos e, durante 3 meses, cada um recebeu o placebo (grupo controlo), um suplemento de selénio, ou um suplemento de selénio com vitamina A, C e E. No final do estudo, observaram que os dois grupos tratados com selénio obtiveram um aumento semelhante da mobilidade do esperma e da concentração do oligoelemento no plasma seminal, tendo ocorrido mesmo a resolução da infertilidade em cinco destes homens. No grupo controlo não foram observadas nenhumas alterações significativas. Os autores concluíram que a suplementação com selénio, em indivíduos com baixa concentração do mesmo, pode provocar melhorias na motilidade do esperma e no aumento da concepção. (38)

Resultados semelhantes foram obtidos por Nikolaev e seus colaboradores que verificaram que a suplementação de 3,5 µg/Kg/dia de selénio em homens inférteis pode ser efectiva na correcção de alguns casos de infertilidade. (39)

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Hipertensão Arterial

A hipertensão é definida como uma pressão sistólica/diastólica • a 140/90 mm Hg. No entanto, indivíduos que apresentem valores de tensão arterial • a 130 / 85 mm Hg já são considerados pré-hipertensos.(5)

A deficiência de selénio pode ser um factor de risco na hipertensão, pois a diminuição da actividade da glutationa peroxidase pode condicionar a acumulação de hidroperóxidos, capazes de inibirem a síntetase da prostaciclina, enzima responsável pela produção da prostaciclina com propriedades vasodilatadoras. Níveis de selénio adequados mantêm a actividade da GSHPx, neutralizando os hidroperóxidos e revertendo o processo. Além disso, a deficiência em selénio promove o stress oxidativo, estimulando a produção do tromboxano A2, com propriedades de vasoconstrição e de agregação plaquetária nos vasos sanguíneos dos humanos. (40)

Na Nigéria realizaram um estudo com o objectivo de tentaram estabelecer uma possível associação entre o selénio e a hipertensão. O doseamento de selénio no sangue e da actividade da glutationa peroxidase do plasma foram os indicadores escolhidos para determinar o estado do selénio em 103 indivíduos hipertensos (44 homens e 59 mulheres) e em 88 indivíduos com tensão arterial normal (40 homens e 48 mulheres). A média de idades era 41,9 (21-68 anos) e 37,9 anos (18-52 anos), respectivamente. Seguidamente, os hipertensos foram divididos em três grupos de acordo com a sua severidade. Após a medição dos parâmetros, verificaram que a concentração de selénio no sangue era significativamente menor nos indivíduos hipertensos relativamente aos indivíduos saudáveis, no entanto, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas na actividade da GSHPx entre indivíduos hipertensos e saudáveis.

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Também, verificaram que a concentração do oligoelemento diminuía com a severidade da doença. (41)

A baixa concentração de selénio no sangue é um factor de predisposição à hipertensão ou uma consequência da doença. Mihailovic e colaboradores realizaram um estudo comparativo entre a hipertensão arterial, as doenças coronárias e os níveis de selénio no sangue, plasma sanguíneo e a actividade da glutationa peroxidase. Um grupo de 20 hipertensos apresentou concentrações de selénio e a actividade da GSHPx significativamente mais baixas, quando comparados com um grupo controlo constituído por 17 indivíduos com tensão arterial normal. Os indivíduos hipertensos apresentaram uma diminuição de 19,1% e 26,3% na concentração de selénio no sangue e plasma sanguíneo, respectivamente, assim como uma diminuição de 26,7% da actividade da glutationa peroxidase no plasma. Os autores concluíram que os indivíduos hipertensos têm níveis mais baixos de selénio e menor actividade da GSHPx. (42)

No norte da Bélgica, os investigadores encontraram nos homens uma associação entre a baixa concentração de selénio no sangue e a elevada pressão sanguínea. Foram aleatoriamente recrutados da região, 710 pessoas com uma média de idades de 48,8 anos, sendo 51,8% de mulheres. Após o recrutamento, mediu-se a tensão arterial e a concentração de selénio no sangue, verificando-se uma pressão sistólica/diastólica média de 130/77 mm Hg e uma concentração média de selénio de 97 µg/L. Nos homens, os investigadores verificaram que o aumento médio de 20 µg/L na concentração sanguínea de selénio, diminuía em 2,2 mm Hg da pressão sistólica e 1,5 da mm Hg da pressão diastólica. Numa análise prospectiva dos homens efectuada durante 5,2 anos, esse aumento no valor base da concentração de selénio no sangue, diminuiu-lhes em 37% o risco

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de desenvolver a pré-hipertensão ou a hipertensão. Não foi estabelecida nenhuma associação entre os níveis de Se e a pressão arterial nas mulheres. Concluiu-se que a deficiência de selénio pode ser um factor de risco desprezado no desenvolvimento da hipertensão, sendo por isso importante monitorizar os níveis de selénio nos homens europeus. Os autores sugeriram que as diferenças nos resultados entre homens e mulheres, podem ser explicadas pela diferença de mecanismos no stress oxidativo, o qual parece ser mais complexo em mulheres, não se verificando uma associação entre o aumento da concentração de selénio e o decréscimo da hipertensão arterial. (40)

A concentração de selénio no sangue materno, urina e placenta foi determinada em 40 mulheres que desenvolveram hipertensão na gravidez e em 30 mulheres grávidas com valores de tensão arterial normais. Os valores obtidos foram muito mais baixos nas grávidas hipertensas. Segundo os autores, quanto menores os valores de selénio encontrados, mais severa era a hipertensão. (43) Na China, Han e os seus colaboradores tentaram estudar o efeito da suplementação do selénio num grupo de estudo constituído por 52 mulheres grávidas com factores de risco elevados para hipertensão. Estas foram suplementadas com 100 microgramas por dia de selénio, durante 6-8 semanas. A amostra do grupo controlo, constituído por 48 mulheres grávidas, apenas ingeriu o placebo. Os resultados demonstraram que a suplementação com selénio em mulheres grávidas foi eficaz na diminuição da incidência da hipertensão, comparativamente com as mulheres que tomaram o placebo. Além disso, verificou-se um aumento dos níveis de selénio no sangue do grupo suplementado, e uma diminuição no grupo controlo. (44) Vanderlelie e seus colaboradores verificaram que as grávidas apresentavam um elevado stress oxidativo e uma

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diminuída concentração plasmática de selénio, pois a actividade da glutationa peroxidase e da tioredoxina reductase estavam diminuídas, aumentando o número de espécies reactivas de oxigénio. Estas vão aumentar a produção de substâncias vasoconstritoras e inibir a produção das vasodilatadoras, contribuindo para o aumento da hipertensão arterial. (45)

Vírus da Imunodeficiência Humana

O vírus da Imunodeficiência humana (VIH) é um lentivírus da família dos retrovírus. É constituído por moléculas de ácido ribonucleico, com cadeia única e possui um envelope formado por proteínas. (46) Após a entrada do vírus na corrente sanguínea, o VIH infecta maioritariamente os linfócitos T - CD4+. O vírus apodera-se das células e quando elas se multiplicam para combater a infecção, acabam por produzir mais cópias do VIH. A infecção prolongada pelo vírus diminui o número das células CD4+. Este é um sinal de que o sistema imune está a enfraquecer, aumentando a probabilidade do indivíduo contrair uma infecção oportunista. (47) De facto, um indivíduo portador do vírus denomina-se como seropositivo e só tem a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) quando o número de células CD4+ é inferior a 200 por mililitro de sangue. (46) A inexistência de tratamento para erradicação do vírus, tem incentivado os investigadores a procurar substâncias que melhorem a qualidade de vida e evitem a progressão do vírus para a fase terminal da doença. O selénio é capaz de evitar que certos vírus se tornem ainda mais severos e perigosos no organismo hospedeiro. (2)In vitro e in vivo, o selénio mostrou ser inibidor da replicação do vírus. (15) O mecanismo subjacente implica a acção do selénio como co-factor da glutationa peroxidase, ao inibir a fosforilação do IkB e, consequentemente, inibir a transcrição do factor

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nuclear - kB, presente nos genes das células e normalmente aumentada nos indivíduos infectados com VIH. (48-50) Na baixa concentração do selénio, a GSHPx-1 tem a sua expressão diminuída, o que leva à fosforilação do IkB e a translocação do NF-kB para o núcleo. O resultado é uma expressão inapropriada de genes pro-inflamatórios, conduzindo a um ambiente favorável para a replicação do VIH. Kalantari e seus colaboradores também verificaram que a proteína Tat se encontra activa, quando a actividade da tioredoxina reductase se encontra diminuída na presença de baixa concentração de selénio, aumentando a actividade do promotor na replicação do VIH. Os investigadores sugeriram que o selénio aumenta a actividade desta selenoenzima, reduzindo e inactivando a proteína Tat, que é responsável por activar a replicação do vírus. No entanto, este mecanismo precisa de ser mais pormenorizado em posteriores investigações. (50)

A família retrovírus que infecta predominantemente os animais vertebrados é muito vasta. Nesta família está incluído o vírus Murine leukemia, o qual administrado em ratinhos desenvolve-lhes uma doença semelhante à síndrome da imunodeficiência adquirida, alterando-lhes a proliferação de linfócitos e induzindo uma imunodeficiência severa. Esta constatação tornou possível experimentar alguns dos potenciais antivirais in vivo. Num estudo realizado com ratinhos imunodeprimidos, a administração de selenito de sódio (0,1mg/Kg/dia), resultou na inibição de esplenomegalia, no aumento da IgG e também, na diminuição marcada da imunidade anormal e do desequilíbrio oxidativo, razões suficientes para afirmar que a suplementação do selénio tem um efeito protector nos ratinhos infectados pelo vírus pertencente à mesma família do vírus da imunodeficiência humana. (51)

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No que se refere aos humanos, a deficiência em selénio, mais que qualquer outro oligoelemento, poderá estar relacionada com a progressão do VIH e com o aumento da mortalidade dos seropositivos. (52)

Nos indivíduos infectados com o vírus, verificou-se que a perda progressiva das células CD4+ era acompanhada pela diminuição dos níveis de selénio no plasma. (15) Num estudo realizado por Ogunro e seus colaboradores, foi doseada a concentração plasmática de selénio e a actividade da GSHPx nos eritrócitos, em 62 indivíduos seropositivos, antes de começarem a terapia antiretroviral, e em 30 indivíduos aparentemente saudáveis (grupo controlo). A concentração média de selénio no plasma sanguíneo era significativamente menor nos indivíduos infectados com o VIH, em comparação com o grupo controlo. Os seropositivos com menor número de células CD4+ (< 200 linf/mm3) apresentavam uma concentração plasmática de selénio ainda menor que os seropositivos com 200-499 linfócitos por mm3. Os autores observaram que a actividade da glutationa peroxidase nos eritrócitos foi aumentando dos indivíduos seropositivos com menor número de células CD4+ para o grupo controlo. Indivíduos seropositivos com 200-499 linf/mm3 de células CD4+ apresentavam uma actividade da glutationa peroxidase intermédia. Os autores concluíram que os níveis de selénio e a actividade da GSHPx encontram-se diminuídos na infecção por VIH e que estes desequilíbrios se acentuam com a progressão da doença. (53)

Num outro estudo realizado na Alemanha com 104 indivíduos infectados com o VIH, também se verificou a progressiva deficiência de selénio, e a diminuição da actividade da glutationa peroxidase dos eritrócitos e do plasma, com a progressão do vírus até à doença final. (54) A deficiência de selénio foi mais acentuada em pessoas com casos mais severos da síndrome da imunodeficiência adquirida do

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que nas pessoas também infectadas, mas assintomáticas. (55) Na mesma perspectiva, em crianças infectadas com o vírus, verificou-se que a progressão da doença foi mais rápida nas crianças com menores concentrações de selénio no plasma, e as que morreram numa idade mais precoce, apresentavam níveis de selénio abaixo de 85 µg/L. (56) Baum e seus colaboradores mostraram que nos indivíduos infectados com o VIH, a deficiência em selénio aumentava em 19,9 vezes a probabilidade de morrerem, em comparação com aqueles que apresentavam níveis plasmáticos adequados. (15) Num estudo prospectivo realizado na Tanzânia com mulheres grávidas infectadas com o VIH, foi observado que baixos níveis de selénio no plasma estavam associados com um aumento significativo do risco de morte. Cada aumento de 0,1 µmol/L da concentração plasmática de selénio estava associado a uma diminuição de 5% do risco de mortalidade. (49) Todos estes estudos efectuados apontam para uma diminuição progressiva da concentração plasmática de selénio à medida que a doença se vai agravando, acompanhado pela diminuição da actividade da glutationa peroxidase.

A suplementação com 400 microgramas por dia, durante 70 dias, de 19 doentes com o VIH, revelou um aumento da concentração média deste oligoelemento, no plasma sanguíneo, em 0,28 microgramas por mililitro (aproximadamente 3,5x10-3 µmol/mL). (57) Esta suplementação teve efeitos benéficos pois aumentou a actividade da glutationa peroxidase e da tioredoxina reductase. Esta terapia reforça os sistemas antioxidantes, impedindo a progressão do vírus. (58) Num estudo realizado por Delmas-beauvieux e colaboradores o objectivo era determinar os efeitos da suplementação do selénio e beta-caroteno em 45 pessoas infectadas com o VIH, após observarem a

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elevada incidência de deficiência destes nutrientes nesta população. O grupo controlo era constituído por 18 pessoas e ingeriu o placebo, enquanto que um grupo de 14 pessoas recebeu 100 µg/dia de suplemento de selénio oral e outro grupo de 13 pessoas recebeu 60 mg/dia de beta-caroteno. Antes e após um ano de suplementação, foram avaliadas os sistemas enzimáticos antioxidantes do sangue, especificamente a glutationa peroxidase e o superóxido dismutase, e a concentração de selénio no plasma. A suplementação dos dois grupos não alterou a actividade do superóxido dismutase. A actividade da GSHPx aumentou significativamente após o tratamento com selénio, enquanto um ligeiro aumento foi verificado no grupo tratado com beta-caroteno. Concluíram que a suplementação de selénio seria importante para aumentar a actividade da GSHPx, diminuindo o stress oxidativo em seropositivos. (59)

A suplementação com selénio tem um impacto positivo na não progressão do VIH, como foi comprovado com a realização de um estudo caso-controlo, onde indivíduos infectados foram suplementados com 200 ȝg/d de levedura de selénio ou com placebo. Nove meses após o início do tratamento, os resultados demonstram que os indivíduos suplementados com selénio diminuíram a carga viral e aumentaram a contagem das células CD4+, principalmente nos indivíduos cujos aumentos de selénio no plasma sanguíneo foram superiores a 26,1 µg/L. Os autores concluíram que a suplementação com selénio pode suprimir a progressão da carga viral VIH e melhorar a quantidade de células CD4+. (60)

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Análise Crítica e Conclusões

Nesta revisão bibliográfica tive acesso a uma enorme diversidade de informação científica, mas por vezes esta era contraditória. Os níveis deficitários de selénio no sangue só podem ser observados após comparação entre indivíduos saudáveis e com determinada patologia, que habitem a mesma região. Na composição desta monografia, verificou-se que em todas as patologias estudadas, geralmente os níveis de selénio estavam em défice, o que não comprova que a sua suplementação possa trazer efeitos benéficos. Porém, após verificação dos valores deficitários, estudou-se os efeitos da suplementação do selénio. Na maioria dos estudos a suplementação foi importante para aumentar a concentração do selénio no sangue, plasma sanguíneo ou seminal e, na maioria deles, a actividade da glutationa peroxidase aumentou, embora todos os aumentos foram variados, dependendo da forma química suplementada e de onde estava presente a glutationa peroxidase. Devido à absorção mais eficaz das formas orgânicas, principalmente da selenometionina, considera-se a melhor forma química para suplementar, no entanto as formas inorgânicas também têm resultados interessantes na suplementação, pois elevam mais rapidamente a actividade da glutationa peroxidase presente no plasma e eritrócitos, e em especial a actividade da glutationa peroxidase presente nas plaquetas. De facto, após breve averiguação dos produtos existentes no mercado, verifica-se que a maioria dos suplementos de selénio ou que o contêm, à venda em Portugal e outros países da Europa, usam predominantemente a forma química selenometionina.

A suplementação do oligoelemento parece ser importante para prevenir ou atrasar algumas das complicações secundárias da diabetes mellitus 2,

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normalmente mais aceleradas em diabéticos cujos valores de glicemia de encontram frequentemente altos. Por outro lado, a suplementação, em indivíduos saudáveis não diabéticos, com quantidades excessivas e por longos períodos de tempo pode ser prejudicial, pois verificou-se que tanto o excesso da concentração plasmática de selénio como a suplementação está associada com aumento do risco da diabetes tipo 2.

Na infertilidade masculina, tanto a ingestão, como a suplementação excessiva ou o défice de selénio podem provocar disfunções na função reprodutora, indicando que a concentração seminal de selénio dentro dos níveis normais é importante para uma correcta função reprodutiva. A suplementação pode ser uma medida terapêutica em homens inférteis com baixas concentrações de selénio no plasma seminal. Se a suplementação não produzir melhorias na infertilidade, provavelmente a doença deve-se a outro tipo de problema que não à falta do selénio.

Nos indivíduos com hipertensão arterial verificou-se que a concentração plasmática de selénio, tal como a actividade da glutationa peroxidase se encontravam diminuídas. A suplementação com selénio foi determinante na diminuição da prevalência da doença, no entanto, essa diminuição apenas se verificou em homens cujos níveis plasmáticos estavam em baixas concentrações. Também a suplementação com selénio foi importante para diminuir a incidência da hipertensão em mulheres grávidas com muitos factores de risco para a mesma. A diminuição dos níveis plasmáticos de selénio nas mulheres grávidas verificada num estudo, refuta a hipótese que o aumento das necessidades de selénio na gravidez é compensado pelo aumento da eficiência de absorção do mesmo a partir da dieta.

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Nos seropositivos os níveis de selénio e a actividade da glutationa peroxidase encontram-se frequentemente diminuídos, principalmente quanto maior a carga viral e menor o número de células CD4+. A suplementação do selénio aconselha-se como terapia complementar eficaz para evitar a progressão do vírus e melhorar a qualidade de vida dos infectados.

Na generalidade, a suplementação de selénio deverá ter sempre como objectivo principal contribuir para adequar a concentração plasmática de selénio e, consequentemente, melhorar as enzimas dependentes do mesmo, com o intuito de optimizar a sua actividade. A suplementação não deve ser efectuada como prática clínica de rotina, mas deve ser considerada após avaliação individual do doente e após verificação do défice de selénio, pois a ingestão diária de elevadas quantidades de selénio provoca a toxicidade e pode ser prejudicial em indivíduos que não necessitem de suplementação, nomeadamente no aumento do risco de diabetes mellitus 2 e na dificuldade de reprodução masculina. A suplementação com selénio, em indivíduos com valores plasmáticos adequados, apenas foi útil e importante em diabéticos tipo 2.

A avaliação da importância de suplementar selénio deve prosseguir com novos estudos e, principalmente deve-se esclarecer todos os mecanismos em que participa e beneficia os organismos com determinadas patologias.

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Referências

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