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Influência de diferentes ordens de exercícios no treinamento da flexibilidade passiva sobre os níveis de flexibilidade de homens adultos

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Academic year: 2021

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INFLUÊNCIA DE DIFERENTES ORDENS DE EXERCÍCIOS NO TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE PASSIVA SOBRE OS NÍVEIS DE

FLEXIBILIDADE DE HOMENS ADULTOS.

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO

WELLINGTON DANILO SOARES

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Dissertação apresentada com vista á obtenção do grau de mestre em Educação Física e Desporto na área da Especialização em Avaliação nas Actividades Físicas e Desportivas, nos termos do decreto-lei nº 216/92 de 13 de Outubro.

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AGRADECIMENTOS

“Uma Madeira Flexível Curva-Se Com O Vento E Não Se Quebra. A Árvore Rígida Que Resiste Ao Vento Cai Vítima De Sua Própria Insistência Em Controlar-Se”.

(Borysenko, 1999)

Primeiramente a Deus, fonte de luz, sabedoria e discernimento.

A meus pais, pela criação, educação, carinho, amor, e por me conduzirem pelos caminhos certos.

A Érica, minha esposa, pela paciência, carinho e amor, indispensáveis nesta jornada.

A meus filhos, Priscilla, Fernando, Daniella, Lucas, pela existência na minha vida, e a meu filho caçula, Danilo Filho, pelos momentos de descanso proporcionados através de suas brincadeiras, sorriso e jeito bonito de ser. Ao professor, doutor, orientador e amigo Jefferson da Silva Novaes, pela dedicação ímpar, por mostrar o caminho certo, por ter sido a pedra fundamental na construção de meu conhecimento.

Ao professor Jaime Tolentino, mestre e amigo, pela oportunidade de vivenciar este curso de mestrado e pelo incentivo em minha caminhada acadêmica.

Aos professores Rodrigo, Flavio e Jeibson pelo auxílio e amizade.

Aos capitães do 55º Batalhão de Infantaria do Exército de Montes Claros – MG, Maxweel e Ílio, pelo apoio e colaboração que foram imprescindíveis para a consecução desta pesquisa.

Enfim, deixo os agradecimentos a todos aqueles que, de forma direta ou indireta, me auxiliaram na realização deste projeto de vida.

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DEDICATÓRIA

Dedico este projeto de vida ao professor, mestre, incentivador, amigo Ruy Borges Adriano Muniz, que me impulsionou a seguir em busca do conhecimento e trilhar os caminhos da vida acadêmica.

Também dedico este trabalho a todos meus alunos que foram fonte de incentivo em sua realização e conclusão.

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ÍNDICE GERAL

LISTA DE TABELAS ...VIII LISTA DE GRÁFICOS...IX LISTA DE FIGURAS ...VIII RESUMO...XI ABSTRACT ...XII

1. INTRODUÇÃO 2

1.1APRESENTANDOOPROBLEMA ... 2

1.2IDENTIFICAÇÃODASVARIÁVEIS ... 4

1.2.1 - Variáveis Independentes... 4 1.2.2 - Variável Dependente... 4 1.2.3 - Variáveis de Controle ... 4 1.3-OBJETIVOSDOESTUDO ... 5 1.3.1 - Objetivo Geral... 5 1.3.2 - Objetivos Específicos ... 5 1.4-DELIMITAÇÃODOESTUDO... 5 1.5-HIPÓTESES... 5 1.5.1 - Hipótese Substantiva ... 6 1.5.2 - Hipótese Estatística... 6 1.6–RELEVÂNCIAEJUSTIFICATIVA ... 6 1.7-QUESTÕESDOESTUDO ... 7 1.8-DEFINIÇÃODETERMOS... 7 2. REVISÃO DE LITERATURA 10 2.1-CONCEITOSEIMPORTÂNCIADAFLEXIBILIDADE... 10

2.2-COMPONENTESDAFLEXIBILIDADE... 12

2.3–ASPECTOSMECÂNICOSDAFLEXIBILIDADE ... 14

2.4–TIPOSDEFLEXIBILIDADEEOSMÉTODOSDETREINAMENTO. ... 15

2.4.1 – Tempo de Insistência ... 18

2.4.2 – Número de repetição ... 20

2.4.3. Número de Séries... 21

2.4.4. Ordem dos exercícios... 21

2.5–AVALIAÇÃODAFLEXIBILIDADE... 22

2.6–VARIANTESINTERVENIENTESDAFLEXIBILIDADE... 24

3 - METODOLOGIA 27 3.1.DELINEAMENTODOESTUDO... 27

3.2.UNIVERSO,AMOSTRAGEMEAMOSTRA... 27

3.2.1. Universo... 27

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3.2.3. Amostra ... 28

3.3ÉTICADAPESQUISA... 28

3.4.PROCEDIMENTODECOLETAEEXPERIMENTO ... 29

3.5–PROTOCOLOSUTILIZADOS ... 31

3.5.1. Anamnese... 31

3.5.2. Avaliação da Flexibilidade ... 31

3.6-INSTRUMENTOS... 38

3.7.PROCEDIMENTOSDEANÁLISEDOSDADOS ... 38

3.7.1. Estatística Descritiva ... 38

3.7.2. Procedimentos de Verificação da Homogeneidade da Amostra... 39

3.7.3. Procedimentos de Comparação entre Grupos... 39

3.8-LIMITAÇÃODOESTUDO... 39

4 – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 41

5 – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 48

6 – CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÃO FINAL 57

7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 60

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Contribuição relativa da estrutura dos tecidos moles para a resistência articular...13

Tabela 2. Demonstração do tempo de insistência encontrado e seus respectivos autores...19

Tabela 3. Médias das medidas obtidas por Ozolin (1980)...25

Tabela 4. Resultados da confiabilidade do teste de goniometria ...41

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Apresenta o comportamento da flexibilidade da extensão horizontal de ombro no grupo A (treinamento da maior articulação para a menor articulação), no grupo B (treinamento da menor articulação para a maior articulação) e no grupo controle...43 Gráfico 2. Apresenta o comportamento da flexibilidade da flexão de cotovelo no grupo A (treinamento da maior articulação para a menor articulação), no grupo B (treinamento da menor articulação para a maior articulação) e no grupo controle...43 Gráfico 3. Apresenta o comportamento da flexibilidade da flexão de punho no grupo A (treinamento da maior articulação para a menor articulação), no grupo B (treinamento da menor articulação para a maior articulação) e no grupo controle...44 Gráfico 4. Apresenta o comportamento da flexibilidade da coluna lombar no grupo A (treinamento da maior articulação para a menor articulação), no grupo B (treinamento da menor articulação para a maior articulação) e no grupo controle...44 Gráfico 5. Apresenta o comportamento da flexibilidade da flexão do quadril no grupo A (treinamento da maior articulação para a menor articulação), no grupo B (treinamento da menor articulação para a maior articulação) e no grupo controle...45 Gráfico 6. Apresenta o comportamento da flexibilidade da abdução de coxa no grupo A (treinamento da maior articulação para a menor articulação), no grupo B (treinamento da menor articulação para a maior articulação) e no grupo controle...45 Gráfico 7. Apresenta o comportamento da flexibilidade da flexão do joelho no grupo A (treinamento da maior articulação para a menor articulação), no grupo B (treinamento da menor articulação para a maior articulação) e no grupo controle...46 Gráfico 8. Apresenta o comportamento da flexibilidade da flexão plantar no grupo A (treinamento da maior articulação para a menor articulação), no grupo B (treinamento da menor articulação para a maior articulação) e no grupo controle...46

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Extensão Horizontal da Articulação do Ombro...32

Figura 2. Flexão da Coluna Lombar...33

Figura 3. Flexão da Articulação do Quadril...34

Figura 4. Abdução dos Membros Inferiores ...34

Figura 5. Flexão da Articulação do Cotovelo ...35

Figura 6. Flexão da Articulação do Punho ...36

Figura 7. Flexão da Articulação do Joelho...36

Figura 8. Flexão Plantar da Articulação do Tornozelo ...37

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RESUMO

Recentemente, vários estudos têm sido delineados com o objetivo de melhor se conhecer as adaptações provocadas pelo treinamento de flexibilidade. Apesar disso, pouco se sabe sobre qual a melhor ordenação de exercícios para otimização dos ganhos de flexibilidade. Desta forma, o presente estudo objetivou verificar a influencia de diferentes ordens de exercício na melhoria da amplitude articular. A amostra foi constituída de 60 indivíduos militares, com faixa etária de 18 a 23 anos (18,4 ± 0,7 anos de idade), sexo masculino. A amostra foi dividida em três grupos de 20 sujeitos: G1-Protocolo A (treinamento dos grandes para os pequenos grupos musculares), G2-Protocolo B (treinamento dos pequenos para os grandes grupos musculares) e G3- Grupo controle. O G1 e G2 realizaram o treinamento de flexibilidade através do método passivo de alongamento. Todos os voluntários foram soldados do 55° Batalhão do Exercito de Infantaria de Montes Claros-MG. Para mensuração dos níveis de flexibilidade foi utilizado o protocolo de Labifie de goniometria e como instrumentos dois goniômetros de aço da marca Lafayette Goniometer Set, de 180°/360° e 8/14 polegadas. Foram aferidos oito movimentos articulares: extensão horizontal do ombro, flexão da coluna lombar, flexão do quadril, flexão do joelho, abdução de membros inferiores, flexão do punho, flexão do cotovelo e flexão plantar do tornozelo. O treinamento de flexibilidade dos grupos G1 e G2 foram realizados durante doze semanas, com três sessões semanais. O treinamento consistiu em três séries com 15 segundos de tempo de insistência em cada exercício. Para cada movimento articular foram feitos três exercícios. Na comparação entre as médias dos três grupos estudados no pré-teste e no pós-teste foi utilizada a análise de variância One-way (ANOVA). Para determinar as possíveis diferenças estatisticamente significativas da ANOVA, utilizou-se o teste Post-Hoc Scheffé. O nível de significância adotado foi de 5%. Os resultados apontaram uma melhoria estatisticamente significativa (p < 0,05) na flexibilidade nos grupos G1 e G2 nos quatro movimentos articulares, o mesmo não foi observado no grupo controle. Não houve diferença estatisticamente significativa (p<0,05) nos ganhos de flexibilidade entre os grupos G1 e G2. Sendo assim, conclui-se que não parece existir benefício sobre o ganho de flexibilidade nas quatro articulações estudadas quando se manipula a ordem dos exercícios no treinamento do método passivo de alongamento.

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ABSTRACT

Recently, several studies have been outlined with the purpose of better understanding the adjustments caused by the training of flexibility. Nevertheless, little is known about the best sort of exercises for optimization of the gains of flexibility. Thus, this study aimed to check the influence of different orders of exercise in improving the breadth articulate. The sample consisted of 60 individuals military, with the age range from 18 to 23 years (18.4 ± 0.7 years old) males. The sample was divided into three groups of 20 subjects: G1-A Protocol (training of large to small muscle groups), G2-Protocol B (training of small for large muscle groups), and G3-control group. The G1 and G2 underwent the training of flexibility by the method of passive stretching. All volunteers were soldiers from 55 ° Battalion of the Army Infantry of Montes Claros-MG. To measure the levels of flexibility has been used for the protocol Labifie of goniometria and two instruments goniômetros steel Brand Lafayette Goniometer Set, of 180 ° / 360 ° and 8 / 14 inches. They were assessed eight articular moves: the shoulder horizontal extension, flexion of the lumbar spine, flexion of the hip, knee flexion, abduction of lower limbs, bending of the wrist, bending the elbow and plantar flexion of the ankle. The training of flexibility of the groups G1 and G2 were made for twelve weeks, with three sessions per week. The training consisted of three series with 15 seconds of time to insist upon every year. For each motion articulate been made three years. In the comparison between the averages of the three groups studied in the pre-test and post-test was used for the analysis One-way variance (ANOVA). To determine the possible statistical significance of the ANOVA, it was used to test Post-Hoc Scheffé. The significance level was 5%. The results indicated a statistically significant improvement (p <0.05) in flexibility in groups G1 and G2 in the four movements articular, the same was not observed in the control group. There was no statistically significant difference (p <0.05) in earnings of flexibility among groups G1 and G2. Therefore, it is concluded that there does not seem benefit on the gain of flexibility in the four joints studied when it manipulates the

order of the exercises in training the method of passive stretching.

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1 . I N T R O D U Ç Ã O

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1. INTRODUÇÃO

1.1 APRESENTANDO O PROBLEMA

Nos dias atuais, há, de maneira global, grande consciência da importância de uma boa aptidão física para manutenção e promoção da saúde. Segundo Nieman (1999), a aptidão física está diretamente relacionada com a capacidade de o ser humano possuir energia e vitalidade suficientes para realizar tarefas diárias e participar de atividades esportivas e recreativas sem fadiga. Para o American College of Sport Medicine (2003), a força, resistência cardiorrespiratória, resistência de força, composição corporal e flexibilidade são os componentes morfofuncionais inerentes á aptidão física.

Vários autores afirmam que a flexibilidade tem sido considerada um importante componente para a caracterização do nível de aptidão física relacionado com o desempenho atlético e com as atividades recreativas (BLANKE, 1997, WERLANG, 1997, VALE; ARAGÃO; ZAKAS et al., 2003, DANTAS, 2005; SOARES et. al, 2005), tanto para prevenção e tratamento de lesões, como para a saúde (HORTOBÁGYI et. al, 1985; WILSON, ELLIOTTI & WOOD,1992; HONEYBOURNE, HILL & MOORS, 1996; NIEMAN, 1999).

Dantas (2003) cita que a flexibilidade é a qualidade física utilizada pelo maior número de esportes. Níveis adequados de flexibilidade são fundamentais para o bom funcionamento músculo-articular, contribuindo para a preservação das articulações. São necessários valores mínimos de amplitude articular para o desenvolvimento de atividades desportivas ou mesmo cotidiana. O mesmo autor conceitua a flexibilidade como “qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude articular angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesões (DANTAS, 2003 pg. 117).

O treinamento da flexibilidade propicia vários benefícios, dentre eles: a melhora da aptidão física; da autodisciplina; do relaxamento muscular; da postura e

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da eficiência do movimento (ALTER, 1999). Amako (2003) corrobora com essa afirmação e acrescenta que, o treinamento dessa qualidade física pode ser utilizado como forma de prevenção de lesões, como preparação para o esforço (aquecimento), como forma de recuperação ativa pós-esforço e como forma de modelar o processo de reparação dos tecidos, após uma lesão, e de influir sobre eles.

Taylor (1990) afirma ainda que o treinamento da flexibilidade propicia o comprimento da unidade músculo-tendão, apesar de que esse aumento não seja rapidamente reversível em função das propriedades viscosas desses tecidos, as características visco elásticas do músculo, no treinamento da flexibilidade como em contrações repetidas, parecendo resultar na diminuição passiva da tensão em um comprimento neutro (TAYLOR DC et al., 1990). O treinamento da flexibilidade é dividido em alongamento e flexionamento, sendo o alongamento, “conjunto de técnicas utilizadas para manter ou aprimorar a amplitude de movimento articular (TAYLOR, 1990; ALTER, 1999; ACHOUR, 1998; MAGNUSSON, 1995), e o flexionamento que representa a ”forma de trabalho que visa a obter uma melhora da flexibilidade através da viabilização de amplitudes de arcos de movimento articular superiores ás originais¨ (DANTAS, 2005). O treinamento do flexionamento pode utilizar o método balístico, ativo, facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) e passiva. O método passivo é amplamente utilizado devido á facilidade de aprendizado e aplicação. Esse método compõe uma das estratégias para aumentar o comprimento dos tecidos musculares e conjuntivos, induzindo mudanças nas propriedades mecânicas e otimizando o aumento na amplitude máxima do movimento, por diferentes períodos de tempo (POLLOCK , 1998). A falta do desenvolvimento da flexibilidade, segundo Achour Júnior (2006), é um fator limitador da velocidade máxima de realização do movimento, da aprendizagem de técnicas, que aumenta o gasto energético sendo, assim, um fator facilitador da fadiga.

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Muitos são os fatores que podem intervir no treinamento da flexibilidade, como o tempo de insistência, número de séries, tempo de intervalo e ordem dos exercícios.

Dentre os fatores citados, a ordem dos exercícios constitui uma das variáveis que se investiga. Após extensa revisão de literatura verificou-se uma lacuna do conhecimento quanto a mais eficaz forma de ordenação dos exercícios.

Contudo, apesar da grande importância dessa qualidade física, existem muitas dúvidas, controvérsias e discussões acerca do treinamento que deve ser utilizado. Dentre os estudos realizados sobre o treinamento da flexibilidade, pouco se sabe sobre a ordem de exercícios mais eficientes para otimizar os níveis de amplitude de movimento, e poucos estudos enfocam sobre a percepção subjetiva relacionada com o treinamento desta qualidade física. Sendo assim, dentro desse contexto, o presente estudo se dedica á tentativa de responder á seguinte questão: Qual seria a melhor ordem de exercício para otimizar os níveis de flexibilidade?

1.2 IDENTIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS 1.2.1 - Variáveis Independentes

A variável independente deste estudo foi: Ordem de Exercício, caracterizada de natureza quantitativa e intervalar.

1.2.2 - Variável Dependente

A variável dependente deste estudo foi o nível de flexibilidade, caracterizada de natureza qualitativa, contínua e intervalar.

1.2.3 - Variáveis de Controle

As variáveis de controle do presente estudo apresentaram classificação nominal e fluxo contínuo:

- Presença de Patologias - Utilização de Farmácolos

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1.3 - OBJETIVOS DO ESTUDO 1.3.1 - Objetivo Geral

A presente pesquisa tem como objetivo verificar a influência de diferentes ordens de exercícios, no treinamento de flexibilidade passivo, sobre os níveis de flexibilidade em homens adultos do 55º Batalhão de Infantaria do Exército de Montes Claros – MG/ Brasil.

1.3.2 - Objetivos Específicos

1 - Verificar a influência da ordem dos exercícios, do protocolo A (dos maiores para os menores grupamentos musculares), de um treinamento de flexibilidade, através do método passivo, sobre os níveis de flexibilidade em homens adultos não atletas.

2 - Verificar a influência da ordem dos exercícios, do protocolo B (dos menores para os maiores grupamentos musculares), de um treinamento de flexibilidade, através do método passivo, sobre os níveis de flexibilidade de homens adultos não atletas.

1.4 - DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Buscando uma boa delimitação, esta pesquisa foi realizada com homens, com faixa etária de 18 a 23 anos, que atuam numa instituição militar, o que possibilita maior controle das variáveis intervenientes relativas ao nível de atividade física, atividade laboral, estado de saúde e alimentação.

1.5 - HIPÓTESES

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1.5.1 - Hipótese Substantiva

Hs = O presente estudo antecipa que haverá diferença significativa no aumento dos níveis de flexibilidade (para p ≤ 0, 05) , do grupo submetido ao protocolo A, quando comparado ao grupo submetido ao protocolo B, e ao grupo controle. 1.5.2 - Hipótese Estatística

H0 = Não haverá diferença significativa no aumento dos níveis de flexibilidade (para p ≤ 0, 05), do grupo submetido ao protocolo A, quando comparado com o grupo submetido ao protocolo B, e com o grupo controle.

1.6 – RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA

Dantas (2005) lembra que a flexibilidade é responsável por um papel preponderante na capacidade motora do homem, influenciando decisivamente em diversos aspectos da motricidade humana. Entre esses aspectos podem ser ressaltados: o aperfeiçoamento motor, a eficiência mecânica, a profilaxia de lesões, a expressividade e a consciência corporal.

Entretanto, após a realização de levantamento bibliográfico, verificou-se uma grande lacuna no conhecimento sobre qual seria a melhor ordem de exercício, que possibilite maiores ganhos nos níveis de flexibilidade, através do método passivo de alongamento.

Espera-se, portanto, que os resultados encontrados, através do presente estudo, possam fornecer subsídios teóricos aos profissionais de Educação Física, e também a outros profissionais da área da saúde como, por exemplo, os profissionais de fisioterapia, que utilizam o treinamento da flexibilidade para a recuperação de lesões e na reeducação postural geral.

Dessa forma esta pesquisa se justifica, pois poderá propiciar aos profissionais da área da saúde maior embasamento na prescrição da utilização dessa qualidade física - a flexibilidade e proporcionar maior segurança e eficiência aos alunos, além de suprir a necessidade de desvelar algumas lacunas e posições, por vezes, conflitantes, da revisão de literatura científica.

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1.7 - QUESTÕES DO ESTUDO

1. Qual o ganho de flexibilidade observado após doze semanas, através do treinamento no método de flexionamento passivo, com o protocolo A, realizado em adultos jovens, do sexo masculino?

2. Qual o ganho de flexibilidade observado após doze semanas, através do treinamento no método de flexionamento passivo, com o protocolo B, realizado em adultos jovens, do sexo masculino?

3. Qual dos métodos (A ou B) apresentará maior eficácia para obtenção da melhoria da flexibilidade?

1.8 - DEFINIÇÃO DE TERMOS

Alongamento: Conjunto de técnicas utilizadas para manter ou aprimorar os graus de amplitude de uma articulação, ou conjunto de articulações, de maneira segura e eficaz independente da intensidade ou forma de aplicação (TAYLOR, 1990; ALTER, 1988; ACHOUR, 1998; MAGNUSSON, 1996).

Elasticidade muscular: é a capacidade do músculo de retornar a sua forma original ou de repouso, logo após um alongamento ou encurtamento (DANTAS, 2005).

Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP): é um método de treinamento da flexibilidade que combina contração e relaxamento alternadamente dos músculos agonistas e antagonistas (ACHOUR JÚNIOR, 1998).

Flexibilidade: Qualidade motriz que depende da elasticidade muscular e da mobilidade articular, expressa pela máxima amplitude de movimentos necessários para a perfeita execução de qualquer atividade física eletiva, sem que ocorram lesões anatomopatológicas (PAVEL & ARAÚJO, 1980).

Flexionamento: Forma de trabalho que visa obter uma melhoria da flexibilidade através da viabilização de amplitude de arcos de movimento articular superiores ás originais (DANTAS, 2005).

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Goniômetro: Aparelho utilizado para medir a angulação dos segmentos articulados (LIMA, 2002).

Goniometria: Medida do ângulo de segmento articulado (LIMA, 2002).

Método Ativo: é estabelecido pela atividade muscular do próprio indivíduo envolvido na ação, sem ajuda externa (WEINECK, 2003).

Método Passivo: refere-se ao treinamento da flexibilidade, através de movimentação lenta até o limite de desconforto e a posterior manutenção da postura, que pode ser alcançado por uma força externa: companheiro, aparelho ou peso do corpo (MOORE; HUTTON, 1980).

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2 . R E V I S Ã O D E LI TE R AT U R A

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Este capítulo tem como objetivo embasar de forma científica os assuntos relacionados ás variáveis em discussão no presente estudo.

2.1 - CONCEITOS E IMPORTÂNCIA DA FLEXIBILIDADE

Com o crescimento do número de estudos acerca da qualidade física flexibilidade, encontra-se uma grande quantidade de definições que podem ser vistas a seguir:

Para Dantas (2003, P.177) a flexibilidade pode ser definida como: ¨Qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesões¨. Entretanto, outros conceitos são encontrados sobre flexibilidade. Weineck (2003, p.470), a define como ¨capacidade e qualidade que tem o atleta de poder executar movimentos de grande amplitude articular por si mesmo ou sob a auxiliar de forças externas¨. Já para Alter (1999) e Magnusson et al. (1988) flexibilidade é ¨a amplitude de movimento disponível em uma articulação ou conjunto de articulação¨. O mesmo Alter (1999) lembra que a palavra flexibilidade é derivada do latim flectere ou flexibilis, que significa curvar-se.

Achour Júnior (1998, P.15) considera o fato da amplitude de movimento depender de uma realização voluntária, e define a flexibilidade como amplitude máxima de movimento voluntário em uma ou mais articulações sem lesioná– las.

Farinatti e Monteiro (2000) apresentam como a definição mais completa de flexibilidade a publicada por Pável & Araújo (1980) que apresenta como Qualidade motriz dependente da elasticidade muscular e da mobilidade articular sendo expressa pela máxima amplitude de movimentos necessários para a perfeita execução de qualquer atividade física efetiva, sem que ocorram

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Outra possível definição para flexibilidade é a dada por Novaes e Vianna (2003), citando que ¨flexibilidade é a característica que o aparelho locomotor tem de realizar amplos arcos de movimento¨, o que coaduna com a definição dada por Tubino (2003), onde coloca que a flexibilidade é ¨a qualidade física que condiciona a capacidade funcional das articulações a movimentarem-se dentro dos limites ideais de determinadas ações¨.

Geralmente, não se dá á flexibilidade a importância devida, pois uma musculatura com bom estiramento melhora o transporte de energia, sua capacidade mecânica. Dessa forma, fica comprovada sua importância para a atividade física.

A flexibilidade promoverá aumento da capacidade de mobilidade articular, influenciando aspectos, como: controle ou eliminação da tensão muscular, das substâncias tóxicas produzidas durante a atividade física e da rigidez articular, aperfeiçoamento motor, eficiência mecânica, profilaxia de lesões, consciência corporal entre outros (NOVAES E VIANA, 2003).

A flexibilidade é uma qualidade física integrante da aptidão física para saúde (ACMS, 2003) e para o alto rendimento, cujo desenvolvimento de extrema importância para o condicionamento físico de atletas, como para o de não atletas (WERLANG, 1997), sendo a qualidade física utilizada pelo maior número de desportos (DANTAS, 2003).

Com o treinamento da flexibilidade, muitos benefícios são atingidos: autodisciplina; melhora da aptidão corporal; postura e simetria; relaxamento muscular; relaxamento de estresse e da tensão e, principalmente, aumento de eficiência do movimento (ALTER,1999). A manutenção de uma boa flexibilidade, segundo Achour Júnior (2006), permite maior amplitude de movimento nas articulações exercitadas, de tal modo que fiquem menos vulneráveis a lesões dos tecidos que compõem os músculos, tendões, e ligamentos articulares. Vários são os aspectos relacionados á uma boa flexibilidade: união do corpo mente e espírito; relaxamento muscular; alívio da dor lombar; relaxamento do estresse e da tensão; aptidão, postura e simetria; aperfeiçoamento motor; eficiência mecânica; alívio das câimbras musculares;

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impedimento de lesões musculares e consciência corporal (ALTER, 1999; DANTAS, 2005).

A flexibilidade é necessária para a execução de movimentos com maior amplitude, podendo, inclusive, a falta de mobilidade articular limitar a manifestação da capacidade de força, de velocidade de movimento e de resistência, aumentando gastos de energia e tornando mais difícil o trabalho (AMAKO, 2003).

Para Cipriani et al. (2003) existem duas razões principais para se alongar: aumentar a amplitude de movimento do corpo ou de algum segmento específico; e devolver o arco de movimento de alguma articulação que tenha sido lesada. Os mesmos autores acrescentam que os atletas utilizam a flexibilidade, como forma de prevenir lesões. Concluindo que, o trabalho de flexibilidade pode melhorar a amplitude de pessoas saudáveis ou com alguma lesão.

Novaes e Viana (2003) corroboram com esta afirmação e acrescentam que, a importância da flexibilidade está na profilaxia de lesões, no esgotamento do potencial de desempenho, no ajuste ideal de treinamento. Sendo seu treinamento positivo sobre o desenvolvimento de fatores físicos como: habilidades técnicas e desportivas, velocidade e força.

2.2 - COMPONENTES DA FLEXIBILIDADE

Segundo Achour Júnior (2002), os componentes limitantes da flexibilidade são: formato das superfícies articulares; adesões; contraturas e cicatrizes nos tecidos moles; componentes contráteis; ligamentos e tendões; fáscia; além de outras limitações mecânicas, tais como excesso de gordura ou excesso de massa muscular.

Rubini e Gomes (2004) afirmam que a flexibilidade é influenciada por cápsulas articulares, músculos, ligamentos, ossos e pele, sendo dependente da mobilidade articular, que é o grau de movimentação permitido aos segmentos

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constituintes da articulação, ainda da elasticidade dos músculos cujos tendões cruzam a articulação.

Para Dantas (2005), são quatro são os principais fatores responsáveis pelo grau de flexibilidade de uma articulação: mobilidade, elasticidade, plasticidade e maleabilidade. Porém, ao mesmo tempo, esses componentes também são fatores restritivos da flexibilidade. As principais limitações são da própria articulação (limite de mobilidade articular) e a musculatura a ela associada (FARINATTI & MONTEIRO, 2000). Há fatores limitantes relacionados á musculatura antagonista, ao volume do músculo agonista que impede a continuação do movimento ou a combinação desses dois fatores.

A comparação dos fatores limitantes da flexibilidade numa comparação relativa é apresentada na tabela 1.

Tabela 1: Contribuição relativa da estrutura dos tecidos moles para a resistência articular.

Estrutura Resistência á flexibilidade

Cápsula articular 47 %

Músculo 41 %

Tendão 10 %

Pele 2 %

Fonte: DANTAS, E.H.M. A prática da preparação física. 5º ed.Rio de Janeiro: Shape, 2003,p.178.

De acordo com Achour Júnior (1998) os tecidos moles da articulação incluem a cápsula fibrosa responsável por envolver a articulação, a membrana sinovial que secreta o líquido sinovial, os ligamentos de sustentação e a cartilagem hialiana, importantes para a absorção de impactos.

Alter (1999) classifica como sinatroses as articulações imóveis; antiartroses as articulações ligeiramente móveis e diartroses as articulações amplamente móveis. Porém, Dantas (2003) afirma que as articulações são formadas pela junção de dois ou mais ossos que se conectam e se apresentam em três tipos de articulações: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais.

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A estrutura de maior resistência á flexibilidade, segundo Dantas (2005) é a cápsula articular, que protege os órgãos mais frágeis, e fornece estrutura de sustentação dinâmica capaz de propiciar as alavancas indispensáveis á movimentação do corpo. Fox et al. (2000) coadunam com esta afirmativa, e acrescentam que a cápsula articular e os tecidos conjuntivos associados assim como o próprio músculo gera a maior parte da resistência á flexibilidade (Fox et al., 2000).

Carneiro e Lima (1999), afirmam que as resistências oferecidas pelas articulações ao aumento da amplitude de movimento originam-se dos mecanismos:

a) Neurogênicos – Controle voluntário ou reflexo sobre o grupo muscular colocado sobre alongamento;

b) Miogênicos – Propriedades passivas ou ativas dos músculos sobre alongamento;

c) Restrições articulares – Forças restritivas dos tecidos periarticulares, ossos, cápsula articular e os ligamentos;

d) Pele – O tecido subcutâneo e restrições friccionam.

2.3 – ASPECTOS MECÂNICOS DA FLEXIBILIDADE

Os aspectos mecânicos da flexibilidade são divididos em: componentes elásticos e componentes inextensíveis.

Os componentes elásticos retornam á sua forma original após o relaxamento da musculatura. São estes: miofilamentos (formam as miofibrilas), CEP (componente elástico paralelo que envolve o sarcolema) e CES (componente elástico que está disposto em série com as miofibrilas). Os componentes plásticos não retornam á forma original depois de cessado o estiramento. São: ligamentos e discos intervertebrais, retículo sarcoplasmático e mitocôndrias (30 a 35% do volume muscular). Os componentes inextensíveis, ossos e tendões, não sofrem deformações (DANTAS, 2005).

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2.4 – TIPOS DE FLEXIBILIDADE E OS MÉTODOS DE TREINAMENTO. Para Fox et al. (2000), a flexibilidade pode ser dividida em: flexibilidade estática, definida como amplitude de movimento ao redor de uma articulação e flexibilidade dinâmica que é oposição ou resistência de uma articulação ao movimento. Já para Weineck (2003), a flexibilidade pode ser diferenciada em flexibilidade geral e específica, ativa e passiva e, ainda, em flexibilidade estática.

Dantas (2003) afirma que os movimentos através dos quais a flexibilidade se manifesta podem ser estudados sob dois diferentes enfoques, quanto ao: agente (movimento induzido e movimento autônomo) e á velocidade de execução (movimento rápido e movimento lento).

Segundo o mesmo autor, da combinação dessas duas formas de se enfocar os movimentos obter-se-ão quatro tipos de flexibilidade com características totalmente diversas: flexibilidade balística, estática, dinâmica, flexibilidade controlada (DANTAS, 2005).

Alter (1999) distingue três diferentes tipos básicos de flexibilidade: a estática, a balística e a dinâmica. A primeira refere-se á amplitude de movimento em torno de uma articulação, sem nenhuma ênfase na velocidade. A balística está geralmente associada ás ações de pular, balançar ou movimentar-se ritmicamente. A última, dinâmica ou funcional, refere-se á habilidade de usar a amplitude de movimento articular na realização de uma atividade física numa velocidade normal ou rápida.

Há diferentes métodos e programas de treinamento para o aumento da flexibilidade. O programa específico para o desenvolvimento da flexibilidade é constituído de exercícios de alongamento e exercícios de relaxamento (WEINECK, 2003).

Weineck (2003) ainda cita que, na prática esportiva podem-se diferenciar diversos métodos de alongamento, sendo divididos em dois grupos principais: o método ativo de alongamento que compreende exercícios oscilatórios e

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podem ser divididos em exercícios ativos dinâmicos e exercícios ativos estáticos; o método passivo de alongamento, compreendido de exercícios de alongamentos, nos quais há a participação de uma força externa, por exemplo, o auxílio de um companheiro aumenta o alongamento de determinados músculos sem que haja o fortalecimento de seu antagonista. Os exercícios passivos de alongamento também podem ser divididos em exercícios dinâmicos e exercícios estáticos.

Existem as técnicas de alongamento e normalmente são utilizadas para

aumentar a amplitude de movimento das articulações sendo

metodologicamente diferentes. Elas podem ser classificadas, segundo Taylor et al. (1990), em alongamentos balísticos, passivos ou estáticos e em técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP).

Os mesmos autores descrevem o alongamento balístico como a forma de exercício realizado de forma dinâmica, através de movimentos rápidos, no extremo da amplitude de movimento que a articulação permite. Essa técnica é caracterizada por movimentos repetitivos, em que o músculo é rapidamente alongado, retornando imediatamente ao seu comprimento normal. No alongamento passivo ou estático, a articulação primeiramente é colocada na amplitude de limite máxima, só então o torque de alongamento é induzido pela força máxima da gravidade, por meio da manipulação manual de um parceiro, ou através da utilização de pesos (MOORE, HUTTON, 1980). As técnicas de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), usualmente envolvem a pré-contração máxima do grupo muscular a ser alongado, ou do grupo muscular antagonista (TAYLOR et al., 1990).

Etnyre & Abrahan (1986) realizaram uma revisão de 11 artigos que comparavam métodos de alongamento diferentes com o objetivo de identificar qual era o mais eficaz em aumentar a amplitude de movimento das articulações. Observando os resultados dos trabalhos, foi verificado que na maioria dos estudos, os métodos de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) foram os mais eficazes. Mas o autor afirma que ocorreram falhas

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metodológicas, sugerindo que novos estudos devam ser realizados. Segundo o autor, ainda não é possível afirmar qual a melhor técnica de alongamento. Segundo Achour Júnior (2002), para determinar qual o melhor método de trabalhar a flexibilidade, é preciso analisar vários aspectos que atendam aos objetivos do cliente/atleta, como: características pessoais, condições de adaptação a um dos métodos, facilidade de execução dos exercícios de alongamento e a idade, a escolha do método e do programa de flexibilidade. O mesmo autor ainda esclarece que não é porque, na maioria das pesquisas, que o método de flexibilidade de facilitação neuroproprioceptiva seja enfatizado como um dos meios mais rápidos para se adquirir flexibilidade, que este deva ser considerado o mais efetivo em todos os momentos de um programa de flexibilidade (Achour Júnior, 2002).

Para Zakharov & Gomes (1992), os exercícios que visam ao aperfeiçoamento

da flexibilidade proporcionam maior efeito quando executados

concentradamente, ou seja, diariamente e ás vezes duas ou mais vezes ao dia. Achour Júnior (1998) lembra que erros como: excesso de treinamento, falta de controle nas tensões do alongamento, técnica indevida nos exercícios de alongamento, excesso de exercícios de força isoladamente em grupos musculares com encurtamento constituem fatores que predispõem a lesões. O mesmo autor acrescenta que as seguintes ocasiões em que se devem evitar exercícios de alongamento (ACHOUR JÚNIOR, 1998):

- Sempre que houver evidência de um processo inflamatório agudo ou infeccioso;

- Sempre que um bloqueio ósseo limitar a amplitude articular, deve-se evitar o aumento da flexibilidade;

- Após uma fratura recente.

Quanto maior for a exigência de performance, mais atenção deve ser dada á flexibilidade. Isso não significa alcançar o máximo possível de flexibilidade, pois, a flexibilidade, ao contrário de todas as outras qualidades físicas, não é melhor quanto maior for. Existe um nível ótimo de flexibilidade para cada

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esporte e para cada pessoa, em função das exigências que a prática exercerá sobre o aparelho locomotor e as estruturas de seus componentes, ligamentos, articulações, músculos e outras estruturas envolvidas (CUNHA, et al., 2005). Blanke (1994) declara que a técnica de alongamento mais utilizada é a de contração-relaxamento, em que os músculos ao serem alongados são primeiramente maximamente contraídos e, então, alongados como no alongamento estático. Alguns autores, como Etnyre & Abranham (1986), justificam o método passivo, pela ação do órgão tendinoso de golgi, com sua ação inibitória sobre o músculo agonista. Esta situação coaduna com a citação de Neto e Novaes (1996), que consideram o método passivo mais eficaz que o método ativo, pois não produz estiramento na musculatura antagonista.

Davis et al. (2005) relatam em seu estudo, que, após quatro semanas de

treinamento, apenas o método passivo apresentou resultados

significativamente maiores que os do grupo controle, e assim, corroboram com Dantas (2005), que declara ser o método passivo 20% mais eficaz que o método ativo.

Dentre os métodos conhecidos no treinamento da flexibilidade, o método passivo é, segundo Achour Júnior (2006), considerado o mais indicado e mais utilizado para a obtenção da saúde. Inclusive, ele é recomendado pelo American College of Sports Medicine (1999) como ideal para grupos iniciantes e não atletas, por sua reconhecida segurança, pelo menor risco de lesões e fácil execução.

Entretanto, o treinamento da flexibilidade deve ocorrer de forma segura e consciente, e, para isso, é imprescindível observar fatores relevantes como: Tempo de insistência; número de repetição; número de séries; ordem de exercícios.

2.4.1 – Tempo de Insistência

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POLLOCK & WILMORE, 1998). Entretanto, existe grande diferença entre o tempo inicial e o final, não representando um tempo mínimo ideal para deformação dos componentes plásticos. Dantas (2005) recomenda tempos de insistência de 10 a 15 segundos. Já Araújo (1999) preconiza cerca de 10 a 20 segundos, procurando concomitantemente relaxar a musculatura a ser alongada e Hall (1993) coaduna com esse tempo de permanência. Todavia, nem todos os autores corroboram com esses tempos de permanência. Corbin & Noble (1980) e Corbim (1984) indicam um mínimo de seis segundos. Achour Júnior (1998) recomenda que o tempo de insistência mais indicado é de 30 a 60 segundos.

Visando facilitar o entendimento, a tabela abaixo apresenta, de forma sucinta, os valores dos tempos de insistência encontrados na revisão de literatura com seus respectivos autores.

Tabela 2 - Demonstração do tempo de insistência encontrado e seus respectivos autores.

Autores Tempo de Insistência

CORBIM & NOBLE (1980) Mínimo de 6 segundos

CORBIM (1984) Mínimo de 6 segundos

BORMS, VAN ROY SANTES &

HAENTJENS (1987) 10 Segundos

DANTAS (1999) De 10 a 15 segundos

MADDING, WONG, HALLUM &

MEDEIROS (1987) Máximo de 15 segundos

HALL (1993) De 10 a 20 segundos

ARAÚJO (1999) De 10 a 20 segundos

SBME (1999) De 10 a 20 segundos

ACMS (1999) De 10 a 30 segundos

KNUDSON (1998) De 15 a 30 segundos

POLLOCK & WILMORE (1993) De 10 a 60 segundos

WEINECK (2000) De 10 a 60 segundos

BANDY & IRION (1994) De 30 a 60 segundos

ACHOUR Jr. (1999) De 30 a 60 segundos

Fonte: CONCEIÇAO et al. (2003).

Num estudo recente, Conceição (2004) comparou, através do treinamento de alongamento passivo, grupos de sujeitos, do sexo masculino, com tempo de insistência de 10, 20, 40 e 60 segundos e não houve diferença estatisticamente

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significativa entre os grupos. Concluiu o autor, em seu estudo, que o tempo ideal de insistência deve ser de 10 segundos.

2.4.2 – Número de repetição

Com relação ao número de repetição mais adequado para conseguir melhor efeito no treinamento da flexibilidade, pudemos observar que vários autores utilizam números de repetições diferentes.

No estudo de BEHM et al. (2004), sobre os efeitos agudos do alongamento estático sobre a força, equilíbrio, tempo de reação e tempo de movimento. Utilizaram-se três repetições, com 45 segundos de insistência nos músculos: panturrilha, quadríceps e flexores plantares, onde os autores concluíram que, o alongamento passivo afeta a força, tempo de reação, equilíbrio e tempo de movimento, diminuindo a performance.

Também POWER et al. (2004), em seu estudo, objetivou verificar os efeitos agudos do flexionamento estático sobre a força e aperformance do salto, utilizando três repetições nos músculos quadríceps, flexores plantares e panturrilha, com tempo de insistência de 45 segundos. Ao final da pesquisa, constataram que houve uma diminuição significativa de força no quadríceps, após o treinamento com o método de flexionamento estático, prejudicando a performance no salto.

EVETOVICH et al. (2003) utilizou quatro repetições de alongamento passivo, com tempo de insistência de 30 segundos e 15 segundos de intervalo entre as repetições, objetivando em seu estudo verificar o efeito do alongamento passivo do bíceps braquial sobre o torque, eletromiografia e macanomiografia durante a ação isocinética concêntrica.

A literatura evidencia outros estudos que diferentes números de repetição com objetivo de otimização nos níveis de flexibilidade. Cross et al. (1999); Yong & Elliot (2001); Madding et. al (1987) utilizaram três repetições de flexionamento estático; já Conceição (2004) utilizou uma repetição. Porém Lima et. al (2002) e Ladeira (2002) trabalharam com quatro repetições cada exercício de flexionamento estático. Gardiel (1980) afirma que deve ser repetido de 15 a 20

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vezes; já Silva et al. (2004) utilizaram o alongamento estático com 10 repetições.

Voigt (2007) utilizando o método passivo para verificar o comportamento da flexibilidade em homens adultos jovens, durante 16 semanas de treinamento de uma e três repetições com dez segundos de insistência. Ao final, a pesquisadora concluiu que o método proposto foi eficiente quando repetido três vezes.

Dantas (2005) afirma que no treinamento da flexibilidade, através do método estático, devem-se repetir três vezes cada exercício, tendo um intervalo (não mencionado) entre eles, e, mantendo-se dez segundos como tempo de insistência.

2.4.3. Número de Séries

Numa extensa investigação acerca do número de séries utilizadas no treinamento, com o objetivo de otimizar os níveis de flexibilidade, pôde-se observar que a maioria dos autores utiliza uma ou três séries. Foi demonstrado que mesmo uma série isolada de exercícios estáticos pode ser efetiva na modificação da amplitude de movimentos, desde que seja aumentado o tempo de duração do estímulo, melhorando a viscosidade das unidades musculotendíneas com aproveitamento da energia elástica do movimento (MAGNUSSOM, 1995; KUBO, 2000).

O estudo de Viveiros et al. (2004) comparou, através do treinamento passivo de flexibilidade, uma amostra de setenta indivíduos, divididos em quatro grupos, utilizando uma e três séries e tempo de insistência de 10, 60 e 120 segundos. A conclusão foi que o efeito do número de série mostrou ficar subordinado ao tempo de duração do estímulo.

2.4.4. Ordem dos exercícios

Após pesquisa na literatura, através da base de dados da Scielo, Bireme, PubMed, American College of Sports Medicine, Sociedade Internacional de

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Motricidade Humana, Federación Española de Medicina Del Deporte, Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, Periódicos Capes, Australian Association For Exercise and, não foram encontradas referências sobre qual seria a melhor ordem de exercícios para otimizar os ganhos nos níveis de flexibilidade. Partindo-se da premissa de que todos os métodos de treinamento otimizam a amplitude articular, mas as variações em seus componentes metodológicos podem ser utilizadas como estratégias diferenciadas para o treinamento, alterando assim, os resultados finais, fica clara a necessidade de se desvendar essa lacuna existente na literatura científica.

2.5 – AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE

A investigação científica de um fato passa por uma avaliação. A busca de quantificação de um fenômeno é capaz de ressaltar leis, tendências de comportamento e princípios generalizados.

López (2003) afirma ser muito complicado mensurar o nível de flexibilidade de somente um movimento articular, sem envolver outras articulações circunvizinhas, sendo difícil estabelecer até que ponto umas interferem nas outras.

Para Dantas (2005) a avaliação da flexibilidade é condicionada, devido aos fatores endógenos e exógenos e a carência de procedimentos de medida padronizados, validados e fáceis de executar. Porém, de acordo com Achour Júnior (2002), para apreender a avaliar a flexibilidade e quantificar os ângulos aproximados por observação, é suficiente utilizar um instrumento como goniômetro ou flexímetro em um aluno, e verificar as diferentes angulações possíveis durante os movimentos propostos a partir da posição anatômica. O mesmo autor lembra que avaliar a flexibilidade possibilita verificar se há correlações com a profilaxia de lesões, dor, recuperação do atleta, melhora no desempenho do atleta, independência dos movimentos na terceira idade etc. (ACHOUR JÚNIOR, 2002).

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Para Farinatti e Monteiro (2000), as técnicas para avaliar a flexibilidade consistem na quantificação do ângulo de movimento ou da distância que uma extremidade do corpo percorre em relação a determinado ponto.

Os testes existentes para medição e avaliação da flexibilidade podem ser divididos em três grandes grupos: lineares, adimensionais e angulares (MARINS & GIANNICHI, 2003).

Os testes lineares caracterizam-se por expressar seus resultados em uma escala de distância, tipicamente em centímetros ou polegadas. Seu teste de maior disseminação foi o teste de sentar-e-alcançar (Seat and Reach Test), segundo Fernandes Filho (2003).

A principal característica dos testes adimensionais constitui a interpretação dos movimentos articulares, sendo o resultado expresso em unidades não convencionais. Um exemplo deste tipo de instrumento é o flexiteste, de Araújo e Pável (1980).

Os testes angulares são aqueles cujos resultados são expressos em ângulos formados entre dois segmentos, que se opõem na articulação. Sendo o mais recomendado por não serem afetados pelos segmentos corporais e por seus resultados poderem ser comparados entre os sujeitos e com eles mesmos. Esses testes são divididos em dois grupos: os evasivos e os não-evasivos. O primeiro grupo pertence ás medidas angulares realizadas sobre as radiografias ou imagens de ressonância magnética (IRM). Essa é a forma aceita como padrão de referência para a medida do arco máximo de movimento (BUCCHHOLTZ & WELLMAN, 1997; NORKIN E WHITE, 1995; CROWELL et. al, 1994; FISCH & WINGATE, 1985; HOSHIZAKE & BELL. 1984; LOW, 1976). O outro grupo é composto pelas medidas angulares, efetuadas por meio de goniômetros e clinômetros.

A goniometria constitui o método de medida angular bastante aceito como forma não-invasiva, e a mais precisa para mensurar a amplitude de movimento. Para Dantas (2005) este medo tem sido largamente utilizado em trabalhos científicos que buscam encontrar a medida dos níveis de flexibilidade de diversos movimentos do corpo humano.

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O protocolo terá melhor visualização no capítulo de metodologia.

2.6 – VARIANTES INTERVENIENTES DA FLEXIBILIDADE

Segundo Dantas (2003), a flexibilidade e, principalmente, os itens maleabilidade da pele e elasticidade muscular são poderosamente influenciados pelos fatores:

• Idade: quanto mais velha a pessoa, menor sua flexibilidade. Os tendões e as fáscias musculares são particularmente susceptíveis de espessarem-se devido á idade e á falta de exercício;

• Sexo: a mulher é, em geral, mais flexível que o homem;

• Hora do dia: a flexibilidade aumenta com o passar das horas do dia, atingindo o seu máximo por volta das 13 horas;

• Temperatura ambiente: o frio reduz, e o calor aumenta, a elasticidade muscular com óbvios reflexos sobre a flexibilidade;

• Estado de treinamento: por influenciar diretamente os componentes plásticos e elásticos do músculo irá modificar o potencial de flexibilidade do indivíduo;

• Situação do atleta: após uma sessão de aquecimento, a flexibilidade aumenta, ao passo que diminui após um treinamento no qual o reflexo miotático de estiramento seja repetidamente acionado.

As influências acima mencionadas podem ser comprovadas pela experiência realizada por Ozolin de Oliveira (1980) apud Dantas (2005), que consiste no teste de fletir e alcançar de Wells, em que os dados foram coletados em diversas situações, procurando evidenciar os fatores que influenciam a flexibilidade. Os resultados, apresentados na tabela 2, comprovam a influência da hora do dia, temperatura ambiente e situação pré e pós-treinamento.

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Tabela 3: Médias das medidas obtidas por Ozolin (1980).

FATOR ESPECIFICAÇÃO MEDIDA

8 h. - 14mm

Hora do dia (medidas tomadas em temperatura constante) 13 h. + 35mm - 36mm Temperatura (medidas tomadas ás 13 h) Despido a uma temperatura de 10º C Despido após passar 10

min. na banheira com

água a + 40º C + 78mm Situação (medidas tomadas ás 12 h em temperatura constante) Após 20 min. de aquecimento. Após treino forte.

+ 89mm - 35mm

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3 . M E T O D O LO G I A

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3 – METODOLOGIA

Este capítulo refere-se aos procedimentos metodológicos escolhidos e empregados no presente estudo, sendo abordado: o modelo de estudo, universo, amostragem e amostra, ética da pesquisa, procedimentos de coleta de dados, protocolos utilizados, instrumentos, limitações do método e procedimento da análise de dados.

3.1. DELINEAMENTO DO ESTUDO

O presente estudo caracteriza-se como um modelo de pesquisa experimental, realizada com dois grupos experimentais, com pré-teste e pós-teste da variável flexibilidade e com um grupo controle (THOMAS & NELSON, 2002).

3.2. UNIVERSO, AMOSTRAGEM E AMOSTRA

Nesse item serão descritos os procedimentos utilizados para se chegar ao grupo amostral.

3.2.1. Universo

O universo deste estudo foi composto por soldados do 55º Batalhão de Infantaria do Exército de Montes Claros – MG, admitidos como soldados que serviram no ano de 2006. Todos os indivíduos da amostra, inicialmente, estão distribuídos sob uma mesma curva normal, possibilitando um melhor controle das variáveis intervenientes.

3.2.2. Amostragem

A amostragem caracteriza-se como aleatória. Os sujeitos que atenderam aos pré-requisitos de participação e se encaixaram dentro do perfil descritos na Delimitação do Estudo, foram selecionados considerando-se os critérios de inclusão e exclusão.

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3.2.2.1. Critérios de Inclusão

Os critérios utilizados como fatores de inclusão foram: pertencer á faixa etária, ser do gênero masculino, ser aparentemente saudável (ACSM, 2003), ser voluntário a participar da pesquisa, assinando o termo de consentimento (ANEXO-1), e se propor a participar da pesquisa de forma voluntária.

3.2.2.2. Critérios de exclusão

Como critérios de exclusão, foram adotados os seguintes:

a) apresentar qualquer patologia visualmente perceptível, declarada ou detectada no exame médico inicial;

b) não concordar com os termos de compromisso ou outras normas estipuladas;

c) usuário de medicamentos sejam estes em prol da saúde ou em benefício da performance (recursos ergogênicos);

d) indivíduo que apresentar qualquer tipo de limitação articular que pudesse prejudicar a execução de algum dos exercícios propostos.

3.2.3. Amostra

A amostra foi composta por 60 soldados do sexo masculino, divididos em três grupos de trinta indivíduos. Grupo 1 (G1) – indivíduos submetidos ao protocolo A, desenvolveram o treinamento passivo da flexibilidade, dos grandes para os pequenos grupamentos musculares; Grupo 2 (G2) - submetidos ao protocolo B, desenvolveram o treinamento passivo da flexibilidade, dos pequenos para os grandes grupos musculares; o Grupo 3 (G3) - grupo controle, aparentemente saudáveis, selecionados de forma aleatória no 55º Batalhão de Infantaria do Exército de Montes Claros - MG, com idade entre 18 a 23 anos.

3.3 ÉTICA DA PESQUISA

O Projeto de Pesquisa foi submetido e aprovado sob o número de protocolo 005/2006 pelo “Comitê/Conselho de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres

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ás Normas Sobre Pesquisa Envolvendo Seres Humanos”, que constam na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, de 10 de Outubro de 1996. Os sujeitos participantes do estudo concordaram em assinar o Termo de Participação Consentida (contendo objetivo do estudo, procedimentos de avaliação, caráter de voluntariedade da participação do sujeito e isenção de responsabilidade por parte do avaliador e da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro/UTAD), que pode ser visto no ANEXO-1. Além disso, foi elaborado um Termo de informação á instituição na qual se realizará a pesquisa, com os mesmos itens do termo de participação consentida ( ANEXO - 2).

3.4. PROCEDIMENTO DE COLETA E EXPERIMENTO O estudo se desenvolveu em três fases:

1a fase -

a) Homogeneização da amostra: Foi realizada uma Anamnese das condições gerais dos indivíduos, através de um questionário (Anexo-3), em que foram verificados os critérios de inclusão e exclusão da amostra para que os sujeitos sejam enquadrados ou não na categoria de saudáveis, não atletas.

b) Pré-teste - Foram avaliados: Peso corporal, estatura, índice de massa corporal (IMC), massa corporal, através do protocolo de Três dobras do Jackson e Pollock (1985), peitoral, tríceps e subescapular. A flexibilidade foi avaliada pela medida angular dos arcos máximos de movimento, através da goniometria dos seguintes movimentos articulares: Extensão horizontal da articulação do ombro; Flexão da coluna lombar; Flexão da articulação do quadril; Abdução de membros inferiores; Flexão da articulação do cotovelo; Flexão da articulação do punho; Flexão da articulação do joelho; Flexão plantar da articulação do tornozelo. Os testes para avaliação dos níveis de flexibilidade, foram aplicados na parte da tarde, tanto no pré-teste como no pós-teste, em ambiente fechado. Os dados foram armazenados na ficha de controle de coleta de dados ( Anexo - 4).

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Para verificação da confiabilidade do teste de goniometria foi feito o re-teste, em 20 indivíduos do grupo amostral, selecionados aleatoriamente, 72 horas após a coleta dos dados, em todos os movimentos articulares nos três grupos antes do início do treinamento.

2a fase – Tratamento experimental: aconteceu na parte da tarde, no mesmo período do dia (14:00 ás 16:00 h), antes das práticas esportivas que são oferecidas pelo 55º Batalhão de Infantaria do Exército. O treinamento passivo da flexibilidade foi aplicado, conforme descrito nos grupos abaixo:

1º Grupo (G1): Durante doze semanas foi realizada, três vezes por semana, treinamento da flexibilidade através exercícios de alongamento passivo, realizando três exercícios de alongamento para cada movimento articular, com tempo de insistência de dez segundos, partindo sempre dos grandes para os pequenos grupamentos musculares. Os arcos de movimento trabalhados foram: Extensão horizontal da articulação do ombro; Flexão da coluna lombar; Flexão da articulação do quadril; Abdução de membros inferiores; Flexão da articulação do cotovelo; Flexão da articulação do punho; Flexão da articulação do joelho; Flexão plantar da articulação do tornozelo.

2º Grupo (G2): Durante doze semanas foi realizada, três vezes por semana, treinamento da flexibilidade através exercícios de alongamento passivo, realizando três exercícios de alongamento para cada movimento articular, com tempo de insistência de dez segundos, partindo sempre dos pequenos para os grandes grupamentos musculares. Os arcos de movimento foram: Flexão da articulação do cotovelo; Flexão da articulação do punho; Flexão da articulação do joelho; Flexão plantar da articulação do tornozelo; Extensão horizontal da articulação do ombro; Flexão da coluna lombar; Flexão da articulação do quadril; Abdução de membros inferiores.

3º Grupo (G3): Atuou como Grupo Controle da pesquisa, não realizando nenhum tipo de treinamento da flexibilidade.

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OBS: Os sujeitos que não apresentarem uma freqüência igual ou superior a 85% nas sessões de treinamento foram excluídos e representaram a mortalidade de indivíduos da pesquisa.

3º fase – Pós-teste: reavaliação da flexibilidade através da avaliação das medidas angulares dos três grupos participantes do estudo, dos movimentos: Extensão horizontal da articulação do ombro; Flexão da coluna lombar; Flexão da articulação do quadril; Abdução de membros inferiores; Flexão da articulação do cotovelo; Flexão da articulação do punho; Flexão da articulação do joelho; Flexão plantar da articulação do tornozelo.

3.5 – PROTOCOLOS UTILIZADOS

Os protocolos utilizados para a coleta de dados do presente estudo foram os seguintes:

3.5.1. Anamnese

Foi utilizada para a anamnese de avaliação e homogeneização da amostra uma ficha de coleta de dados (ANEXO-3). Dessa ficha constaram as seguintes medidas: idade e sexo, peso, estatura, índice de massa corporal (IMC), dobras de percentual de gordura (JACKSON & POLLOCK, 1985) e o questionário de prontidão para a realização de atividade física Par-Q (Anexo-4).

3.5.2. Avaliação da Flexibilidade

Para a avaliação da flexibilidade utilizou-se o teste angular da goniometria, através do protocolo de Labifie (DANTAS, CARVALHO e FONSECA, 1997). Os valores pré-teste e pós-teste foram registrados na ficha de coleta de dados (Anexo-3).

As seguintes precauções foram observadas, para a realização da goniometria. • Previamente, o testado deveria ser informado sobre os procedimentos a serem executados;

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• O avaliado não deveria ter realizado atividade física na hora anterior ao teste;

• Tomar as medidas sempre á mesma hora do dia;

• O avaliado deveria estar com a pele limpa, seca e com roupas leves; • O avaliado deveria manter-se calmo, procurando permanecer o mais relaxado possível;

• Os pontos de reparo utilizados deveriam ser marcados com lápis dermatográfico;

• As medidas serão tomadas sempre no lado direito;

• O goniômetro deverá ser seguro firmemente por suas hastes, para que o eixo não saia do ponto marcado;

• O movimento será passivo até o final do arco articular, sem ajuda ou resistência por parte do avaliado.

Serão descritos, a seguir, os procedimentos da técnica para mensurar os níveis de flexibilidade, nas respectivas articulações a serem pesquisadas:

Figura 1. Extensão Horizontal da Articulação do Ombro

Ponto utilizado: Acromial

Posição inicial: O testado deverá estar sentado, as pernas estendidas, formando um ângulo de 90º em relação ao tronco, o cotovelo estendido e a

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Técnica: A colocação do goniômetro é idêntica á flexão horizontal da articulação do ombro, exceto que o movimento a avaliar-se será o de Extensão Horizontal da Articulação do Ombro.

Leitura do Aparelho: O resultado do ângulo articular desse movimento será obtido pela diferença do ângulo de 180º e o valor obtido na leitura do goniômetro ao final da máxima Extensão Horizontal da Articulação do Ombro. Cuidados a serem tomados:

• Não deixar que a coluna do testado fique curvada ou inclinada; • As pernas do testado, por padronização, devem estar estendidas; • Na Flexão Horizontal, o testado deve erguer o queixo para não atrapalhar o movimento.

Figura 2. Flexão da Coluna Lombar

Ponto utilizado: Trocantérico.

Posição inicial: O testado deverá estar sentado, as pernas estendidas formando um ângulo de 90º com o tronco, os braço relaxado ao lado do mesmo.

Técnica: O eixo central do goniômetro deverá posicionar-se sobre o ponto trocantérico, uma das hastes fixadas na parte lateral do tronco, sobre o prolongamento da linha axilar, e a outra, na parte lateral da coxa, em seu prolongamento; em seguida, efetuar-se-á a flexão da coluna lombar.

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Figura 3. Flexão da Articulação do Quadril.

Ponto utilizado: Trocantérico.

Posição inicial: O testado deverá estar deitado em decúbito dorsal, as pernas estendidas.

Técnica: O goniômetro deverá colocar-se com o seu eixo central sobre o ponto trocantérico, uma das hastes fixada na parte lateral do tronco sobre o prolongamento da linha axilar, e a outra, na face externa da coxa, em sua linha mediana, em seguida, realizar-se-á a Flexão da Articulação do Quadril.

Leitura do aparelho: O resultado do ângulo articular desse movimento será obtido pela diferença do ângulo de 180º e o valor obtido na leitura do goniômetro ao final da máxima Flexão da Articulação do Quadril.

Figura 4. Abdução dos membros Inferiores.

Ponto utilizado: Cóccix.

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Técnica: O goniômetro deverá posicionar o seu eixo central sobre o cóccix, com as hastes paralelas e sobre um plano traçado, a partir do prolongamento do eixo longitudinal da coluna vertebral; em seguida, realizar-se-á o movimento de Abdução dos membros Inferiores; ao término desse movimento, as hastes deverão ser colocadas sobre a linha mediana das coxas.

Leitura do aparelho: O resultado do ângulo articular deste movimento será o valor obtido na leitura do goniômetro, ao final da máxima Abdução dos membros Inferiores, ou seja, até o final do movimento.

Figura 5. Flexão da Articulação do Cotovelo.

Ponto utilizado: Radial.

Posição Inicial: O testado deverá estar deitado em decúbito dorsal, as pernas estendidas, os braços ao longo do tronco, os cotovelos estendidos.

Técnica: O goniômetro deverá colocar-se com o seu eixo central sobre o ponto radial, uma das hastes fixada no antebraço sobre uma linha traçada do ponto radial até o Stylon; a outra, fixada no braço, na sua face externa, sobre uma linha traçada do ponto radial até o ponto acromial; far-se-á em seguida a Flexão da Articulação do Cotovelo.

Leitura do aparelho: O resultado do ângulo articular desse movimento será obtido pela diferença do ângulo de 180º e o valor obtido na leitura do goniômetro, ao final da máxima Flexão da articulação do Cotovelo.

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Figura 6. Flexão da Articulação do Punho.

Ponto utilizado: Stylon.

Posição inicial: O testado deverá manter o antebraço apoiado e imóvel em uma mesa ou similar, a mão formando um ângulo de 180º com o antebraço.

Técnica: O goniômetro deverá ser posto com o seu eixo central sobre o ponto Stylon, uma das hastes sobre uma linha traçada do Stylon até o ponto radial e a outra, fixada na face lateral da mão sobre o 5º metacarpo, realizando-se, em seguida, a Flexão da Articulação do Punho.

Leitura do aparelho: Para obtenção dessa medida, utilizar-se-á um goniômetro de 8 polegadas, graduado de 0º a 180º. O resultado do ângulo articular desse movimento será o valor obtido na leitura do goniômetro, ao final da máxima Flexão da Articulação do Punho.

Imagem

Tabela  1:  Contribuição  relativa  da  estrutura  dos  tecidos  moles  para  a  resistência articular
Tabela  2  -  Demonstração  do  tempo  de  insistência  encontrado  e  seus  respectivos autores
Tabela 3: Médias das medidas obtidas por Ozolin (1980).
Figura 1. Extensão Horizontal da Articulação do Ombro
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Referências

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