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Estudo comparativo do consumo de tabaco, álcool e droga nos jovens da Escola Secundária de Pinhel: estudo realizado com jovens dos 13 aos 20 anos

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ESTUDO COMPARATIVO DO CONSUMO DE TABACO, ÁLCOOL E DROGA NOS JOVENS DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE PINHEL

Estudo realizado com jovens dos 13 aos 20 anos

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO ESPECIALIZAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DESENVOLVIMENTO MOTOR

LARA PATRÍCIA AMADO COELHO

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LARA PATRÍCIA AMADO COELHO

ESTUDO COMPARATIVO DO CONSUMO DE TABACO, ÁLCOOL E DROGA NOS JOVENS DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE PINHEL

Estudo realizado com jovens dos 13 aos 20 anos

Tese de Mestrado em

Educação Física e Desporto - Especialidade em Desenvolvimento da Criança na variante de Desenvolvimento Motor.

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II Júri de Apreciação Presidente ________________________________________ ______________ 1º Vogal __________________________________________ ______________ 2º Vogal __________________________________________ ______________ Classificação _____________________________________ _______________ Data: ________/________/________

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III

Coelho, Lara Patrícia Amado Coelho. O impacto da prática de actividades físicas e desportivas nos estilos de vida dos jovens da escola secundária de Pinhel – Estudo realizado com jovens dos 13 aos 20 anos. Dissertação apresentada com vista á obtenção do grau de Mestre em Educação Física e Desporto -Especialidade em Desenvolvimento da Crian ça na variante de Desenvolvimento Motor, sob orientação da Professora Doutora Eduarda Coelho.

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IV

Agradecimentos

Este trabalho termina com um processo de aprendizagem, que sem a ajuda de um conjunto de pessoas, teria sido bem mais difícil. Agradeço a todos aqueles que colaboraram e me ajudaram para que a realização do mesmo fosse possível.

Um especial agradecimento à Prof.ª Dr.ª Eduarda Maria Coelho, por me ter orientado e por todo o tempo despendido, apoio e paciência.

Ao director José Vaz do Agrupamento de Escolas de Pinhel, pela autorização da aplicação do questionário.

Aos professores de Educação Física presentes no ano lectivo de 2009/2010 na Escola Secundária de Pinhel, pela disponibilidade e cooperação na aplicação dos questionários.

A todos os alunos da Escola Secundária de Pinhel que participaram na avaliação e que sempre se demonstraram muito receptivos e participativos.

Aos meus pais por todo o apoio e pelo incentivo diário.

Aos poucos e verdadeiros amigos que ao longo da vida têm aparecido no meu caminho.

Sem querer deixar ninguém de fora, agradeço a TODOS aqueles que me ajudaram a realizar este estudo e aos que raramente me ajudaram, mas que estiveram todos os dias ao meu lado.

(>)

“Em qualquer aventura,

o importante é partir, não é chegar.” (Miguel Torga)

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V

Resumo

O presente estudo pretende mostrar o conhecimento da vida dos nossos jovens, com principal relevância para o consumo de tabaco, álcool e drogas em função do género, ano de escolaridade, prevalência de obesidade e níveis de actividade física. Estes tornam-se de extrema importância pois só conhecendo a realidade podemos adoptar estratégias com vista a implementar uma vida saudáveis.

Participaram neste estudo 255 alunos (115 do sexo masculino e 140 do sexo feminino) da Escola Secundária de Pinhel, onde frequentavam o 3º ciclo e o ensino secundário, sendo estes, alunos do 7º ao 12º ano. Preencheram um questionário “Comportamento e Saúde em Jovens em Idade Escolar” que tinha como principal objectivo avaliar o consumo de substâncias e um questionário de Baecke et al. (1982), o qual permite avaliar a actividade física habitual dos inquiridos. Foi recolhido o peso, usando uma balança e um estadiometro para recolha da altura dos alunos.

Da análise dos dados resultaram as seguintes conclusões: i) os alunos que mais consomem tabaco, álcool e droga são os alunos do sexo masculino, que se encontram num nível de escolaridade superior, têm menos prevalência de obesidade e se encontram no nível médio de IAFH; ii) os consumos realizados com maior frequência foram o tabaco e o álcool; iii) verificou-se uma correlação positiva entre o género e o consumo de cerveja (p=0,000), vinho (p=0,005), bebidas espirituais (p=0,003) e droga (p=0,027); iiii) encontrou-se também uma correlação positiva entre o ano de escolaridade e consumo de cerveja (p=0,000), vinho (p=0,000), bebidas espirituais (p=0,000) e droga (p=0,017).

Concluímos que o consumo mais excessivo de todas as substâncias é feito com maior frequência pelos alunos mais velhos, que se encontram num nível superior de escolaridade, com menos prevalência de obesidade e que mostram também um nível médio de prática de actividade física e sendo estes do sexo masculino.

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VI

Abstract

The present study aim is to show the knowledge of the lifestyles of our young people with primary relevance to the use of tobacco, alcohol and drugs by gender, years of education, prevalence of obesity and physical activity levels. These become very important because only by knowing the reality we can adopt strategies to implement healthy lifestyles.

In this study participated 255 students (115 male and 140 female) of Pinhel Secondary School, where these students attend 7th to 12th grade.

They completed a questionnaire "Behaviour and Health in School-aged Children" which had as main objective to assess the substance used and a questionnaire of Baecke et al. (1982), which allows the evaluation of habitual physical activity of the respondents. Weight was collected using a scale. And a stadiometer was used for the collection of students' height.

Data analysis resulted in the following conclusions: i) students who consume more tobacco, alcohol and drugs are the male students, who are in higher education, have less prevalence of obesity and are at the average level of IAFH; ii) consumes performed more frequently are tobacco and alcohol; iii) there was a positive correlation between gender and beer consume (p = 0.000), wine (p = 0.005), spiritual drinks (p = 0.003) and drug (p = 0.027), iiii) we also found a positive correlation between years of schooling and beer consume (p = 0.000), wine (p = 0.000), spiritual drinks (p = 0.000) and drug (p = 0.017).

We conclude that the excessive consumption of all substances is often done by older students, male students who are at a higher level of schooling, with less prevalence of obesity and also show a medium level of physical activity.

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VII

Índice Geral

AGRADECIMENTOS IV

RESUMO V

ABSTRACT VI

ÍNDICE GERAL VII

ÍNDICE DE QUADROS X

I – INTRODUÇÃO E JUSTIFICAÇÃO DO PROBLEMA 2

II – REVISÃO DA LITERATURA 6

2.1. Actividade Física

2.1.1. Definição de Actividade Física 7

2.1.2. Prevalência da Prática de Actividade Física

2.1.2.1. Estudos nacionais 9

2.1.2.2. Estudos internacionais 10

2.2. Substâncias 2.2.1. Álcool

2.2.1.1. Factores que levam ao consumo 11

2.2.1.2. Efeitos do álcool 13

2.2.1.3. Percentagem de consumo de álcool em Portugal

e no Estrangeiro 15

2.2.1.4. Álcool/ Actividade Física 17

2.2.1.5. Álcool/ Obesidade 17

2.2.2. Tabaco

2.2.2.1. Factores que levam ao consumo 19

2.2.2.2. Efeitos do tabaco 20

2.2.2.3. Percentagem de consumo de tabaco em Portugal

e no Estrangeiro 21

2.2.2.4. Tabaco/ Actividade Física 23

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VIII

2.2.3. Drogas

2.2.3.1. Factores que levam ao consumo 24

2.2.3.2. Efeitos das Drogas 25

2.2.3.3. Percentagem de consumo de drogas em Portugal

e no Estrangeiro 28

2.2.3.4. Droga/ Actividade Física 29

2.2.3.5. Droga/ Obesidade 29

2.3. Obesidade 30

2.3.1.1. Definição e Avaliação de Obesidade 31

2.3.1.2. Consequências da Obesidade 33 2.3.1.3. Causas da Obesidade 35 III – METODOLOGIA 38 3.1. Amostra 39 3.2. Variáveis 3.2.1. Variáveis Independentes 40 3.2.2. Variáveis Dependentes 40 3.3. Instrumentos 40 3.4. Procedimentos 42 3.4.1. Procedimentos estatísticos 44

IV – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 45

4.1 Análise Descritiva 46

4.2 Analise Comparativa

4.2.1 Segundo o género 48

4.2.2 Segundo o ciclo de escolaridade 51

4.2.3 Segundo a prevalência de obesidade 54

4.2.4 Segundo a prática de actividade física 56

V – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 61

5.1 Análise Descritiva 62

5.2 Analise Comparativa

(10)

IX

5.2.2 Segundo o ciclo de escolaridade 64

5.2.3 Segundo a prevalência de obesidade 65

5.2.4 Segundo a prática de actividade física 66

VI – CONCLUSÃO 69

VII – PROPOSTAS FUTURAS DE INVESTIGAÇÃO 72

VIII – BIBLIOGRAFIA 74

IX – ANEXOS 94

9.1. O pedido de autorização de aplicação do inquérito aos

Serviços de Inovação Educativa /MIME 95

9.2. Pedido de autorização de aplicação do questionário na escola 96 9.3. Pedido aos encarregados de educação autorização para

aplicação do questionário 97

(11)

X

Índice de Quadros

Quadro 1: Diferentes tipos e efeitos da droga 26

Quadro 2: Caracterização geral da amostra 39

Quadro 3: Equações de cálculo dos índices do questionário de

Baecke at al., (1982). 41

Quadro 4: Frequência de consumo de tabaco 46

Quadro 5: Consumo de Cerveja, Vinho e Bebidas Espirituais

e Licores 47

Quadro 6: Consumo de Drogas durante a Vida 48

Quadro 7: Comparação entre género e o consumo de tabaco 49 Quadro 8: Comparação entre género e o consumo de álcool

(cerveja, vinho e bebidas espirituais) 50 Quadro 9: Comparação entre género e o consumo de droga 51 Quadro 10: Comparação entre ano de escolaridade e consumo

de tabaco 52

Quadro 11: Comparação entre ano de escolaridade e consumo

de álcool 53

Quadro 12: Comparação entre ano de escolaridade e consumo

de droga 54

Quadro 13: Comparação entre prevalência de obesidade

e consumo de tabaco 55

Quadro 14: Comparação entre prevalência de obesidade

e consumo de álcool 56

Quadro 15: Comparação entre prevalência de obesidade

e consumo de droga 57

Quadro 16: Comparação entre IAFH e consumo de tabaco 58 Quadro 17: Comparação entre IAFH e consumo de álcool 59 Quadro 18: Comparação entre IAFH e consumo de droga 60

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2 1 - Introdução e Justificação do Problema

A prática habitual de actividade física caracteriza-se como uma componente essencial para o estabelecimento da situação ideal de saúde (Guedes et al., 2005).

Nos últimos anos, os estudos na área da actividade física relacionados com a saúde apontam o estilo de vida como um dos mais importantes indicadores de saúde da população (Souza et al., 2005).

Na opinião de Pinto (2004), é durante a adolescência que os jovens se tornam mais autónomos e independentes. Sendo também durante esta fase que as suas opções de vida se tornam mais reais e concretas. É também nesta altura a adopção de um estilo de vida saudável ou não, criando os alicerces para crescer saudavelmente.

Uma vida saudável, incluindo a prática regular de actividade física, sendo este um factor de suma importância, tanto na prevenção, quanto no controle de certas doenças crónicas não transmissíveis como as cardiovasculares, a obesidade e a dislipidemia e na redução da morbidade e mortalidade por muitas outras. É neste sentido, que a actividade física se apresenta como um dos principais componentes de um estilo de vida saudável, mas que, infelizmente, vem sofrendo redução na sua prática regular (Souza et al., 2005).

O mesmo autor refere que os hábitos e comportamentos relacionados com a saúde, adoptados durante a infância e adolescência tendem a se estabilizar na vida adulta; assim sendo, é na fase adulta que as intervenções sofrem mais resistência e os comportamentos são menos passíveis de alteração.

Podemos então ver que há outros hábitos que influenciam um estilo de vida saudável para além da prática ou não de actividade física, como por exemplo, o consumo de tabaco, álcool e drogas.

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3 Segundo vários autores, jovens que tenham um comportamento sedentário são jovens que se encontram mais receptivos a comportamentos de risco.

Os adolescentes são geralmente tidos como saudáveis. No entanto, os comportamentos de risco, que costumam surgir durante a adolescência, têm importantes implicações para a saúde física e psicológica do indivíduo, tanto a curto como a longo prazo, e estes comportamentos podem também persistir no estilo de vida adulta (Fraga et al., 2006).

Segundo Vasters et al., (2011), o período da adolescência é marcado pelas mudanças e adaptações que o indivíduo vivência na transição para a fase adulta. É um período considerado crítico no que se refere ao desenvolvimento de competências pessoais e interpessoais, aquisição de habilidades e tomada de decisões. Além disso, é na adolescência que o sujeito busca mais fortemente o seu universo de experimentações (descoberta do novo) e identificações, geralmente com associações aos grupos de pares.

Fraga et al., (2006), são da mesma opinião e referem que a adolescência é um período com grande relevância também para a aquisição do comportamento de fumar. A quase totalidade dos adultos iniciou este comportamento durante a adolescência e verificou-se que quem começa a fumar durante a adolescência tem maior probabilidade de fumar na idade adulta.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 150 milhões de adolescentes consomem tabaco.

Malcon et al., (2003), identificaram vários factores de risco que levam ao consumo como: sexo, idade do adolescente, nível socioeconómico, rendimento escolar, presença de tabagismo nos pais, nos irmãos e amigos, separação dos pais e trabalho.

Por sua vez, Fraga et al., (2006), referem que o primeiro contacto com o tabaco ocorre nas fases mais precoces da adolescência e é impulsionada principalmente por razões psicossociais. O fumar surge nestas fases como uma afirmação adulta e de rebeldia.

(15)

4 Neste contexto, Fraga et al., (2006), mencionam um outro aspecto com relevância, é o início do uso de drogas substâncias psicoactivas na adolescência como medicação, álcool e abuso de drogas ilegais é frequentemente precedido pelo consumo de tabaco. Deste modo o tabaco tem sido conceptualizado como a “gateway drug” que precede a iniciação subsequente do uso problemático de outras substâncias.

Um outro consumo problemático que tem vindo a afectar os jovens é o consumo de álcool.

Para Rosa (2004), na sociedade actual, o consumo de bebidas alcoólicas é tão frequente e tão elevado, que se pode afirmar com segurança, não haver alguém que chegue à idade adulta sem contactar ou experimentar alguma das manifestações relacionadas com o seu consumo.

Segundo, Fraga et al., (2006), é provável que tudo tenha começado na infância ou adolescência, para se integrar no grupo, ou ser aceite pelos pares, por ser costume, por parecer bem, para se desinibir, para se divertir.... mas, não podemos ignorar que estes consumos estão envolvidos por múltiplos factores.

Rosa (2004), afirma que os comportamentos dos jovens face ao álcool, devem ser contextualizados no acontecer individual, familiar, social, económico e político, sendo certo que actualmente se assiste a uma crescente alcoolização dos jovens e das mulheres.

Podemos presenciar na sociedade outro comportamento de risco, já anteriormente, abordado mas que tem vindo a alcançar um patamar elevado no que se refere ao consumo por parte dos jovens, que é o consumo de drogas.

Como referem Tavares et al., (2001), a adolescência é uma etapa do desenvolvimento que suscita grandes preocupações, quanto ao consumo de drogas, pois os anos adolescentes constituem uma época de exposição e vulnerabilidade para elas.

Segundo Vasters et al., (2011), o consumo de drogas entre adolescentes vem ganhando maior amplitude na sociedade contemporânea.

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5 O presente estudo tem como objectivo identificar os estilos de vida dos nossos jovens.

Este objectivo é cada vez mais de importância extrema, uma vez que só após o conhecimento e análise da realidade poder-se-á adoptar estratégias de forma a implementar estilos de vida saudáveis.

Assim sendo, pretendeu-se analisar a prática de actividade física e a prevalência de obesidade, tudo isto relativamente ao consumo de tabaco, álcool e drogas.

Este estudo teve então presente os principais objectivos: i) - Caracterizar os estilos de vida dos adolescentes da Escola Secundária de Pinhel, no que se refere à prática de actividade física, obesidade, consumo de álcool, tabaco e drogas. ii) Comparar os estilos de vida dos adolescentes da Escola Secundária de Pinhel, no que se refere ao consumo de álcool, tabaco e drogas, em função do género, ano de escolaridade, obesidade e actividade física.

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(18)

7 2.1. Actividade Física

2.1.1. Definição de Actividade Física

A prática de actividade física (AF) encontra-se muito na “moda”, para se atingir o tão desejado corpo perfeito, assim sendo, as definições encontradas são muitas e diversificadas. Definindo-se como, qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulta em gasto energético, tendo componentes determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, luta, danças, desportos, exercícios fiscos, deslocamentos (Caspersen, Powell & Christenso, 1985).

Da mesma opinião são Maia, Lopes e Morais (2001), definindo a AF como um gasto energético, não importando o tipo ou o contexto em que se realiza: no desporto, no trabalho, no lazer, etc.

Após a análise de diversos artigos, livros e estudos da área, constatámos que os termos nem sempre são definidos da mesma forma. Assim sendo, iremos mostrar vários significados, mas que se encontram de igual modo correctos.

Montti (2005), refere que a actividade física, tem como definição um conjunto de acções, que um individuo ou grupo de pessoas pratica envolvendo gastos de energia e alterações do organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou mais aptidões físicas, além de actividade mental e social, de modo que terá como resultados os benefícios na saúde.

O mesmo autor salienta a ideia, acrescentando os benefícios da AF, como levando o indivíduo ao melhoramento da sua capacidade cárdio-respiratória, seu nível de força, flexibilidade, tônus muscular, entre outras, tudo isso dependendo do tipo de actividade e da intensidade, frequência e duração da mesma. Diminui os riscos de doenças como diabetes, hipertensão, controle de stress, entre outros.

Bouchard (2003), define AF, como um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada um realizar tarefas do quotidiano, ocupar activamente as horas de lazer, enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva.

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8 É, pois, um conceito genérico: sempre que existe movimento podemos falar em AF (Pinto, 2004). Podemos também afirmar, segundo Marques (2007), que qualquer actividade de lazer, ocupacional e doméstica poderá ser incluída nesta definição.

Na mesma base de raciocínio encontram-se Marques, Gouveia e Leal (2007), para os quais a AF de lazer, é associada a uma baixa competitividade, e prendem-se com actividades como os passeios a pé, de bicicleta, canoagem, jogging, entre outras realizadas no tempo livre.

Segundo, Santarém (2001), a AF é tudo aquilo que envolve contracções musculares de qualquer tipo, que pode ou não ser levar ao movimento, independentemente da finalidade. Podemos então através desta definição dizer que qualquer movimento executado pelo nosso corpo é considerado actividade física. Quando falamos de actividade física, às vezes vem-nos logo ao pensamento exercícios, como caminhada, natação, musculação entre várias outras, mas a separação entre intencional e organizado e actividade física é complicada. Quando andamos pela rua até à caixa do correio estamos a ser activos, mas simplesmente porque estamos a realizar esta acção para executar uma tarefa, ao invés de fazê-la para a aptidão física. Da mesma forma, quando trabalhadores braçais levantam objectos ou são forçados a realizar períodos repetidos de contracção muscular, eles estão a ser activos e, na realidade, não estão a fazer exercício. Esta inadequação da definição de exercício tem levado ao uso cada vez mais amplo da expressão actividade física. AF refere-se á actividade realizada pelo corpo com objectivos diferentes do desenvolvimento específico de aptidão física.

O mesmo autor refere que, actualmente é consensual que a prática de AF regular contribui para a Saúde dos indivíduos e consequentemente, para a sua Qualidade de Vida.

Desta forma Guerra et al., (2003), afirmam que o hábito da prática regular de AF tem sido associado a um estilo da vida saudável. Blair et al., (1989), completam dizendo que a AF habitual tem sido reconhecida como uma componente de uma vida saudável.

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9 Segundo Lopes et al., (2003), a infância e a juventude são consideradas idades determinantes no ganho de hábitos duradouros de AF até à idade adulta. Assim sendo, crianças e jovens que sejam fisicamente activas serão aquelas que irão manter esses hábitos enquanto adultos.

2.1.2. Prevalência da Prática de Actividade Física 2.1.2.1. Estudos nacionais

No estudo realizado por Pinto (2004), com 791 adolescentes do distrito da Guarda, os níveis de AF dos alunos são baixos, independentemente do escalão etário e do género, não sendo considerados suficientes para alcançar benefícios para a saúde. No entanto, existem diferenças entre os sexos: os alunos do sexo masculino são mais activos fisicamente, apresentando valores superiores nos índices mais altos de AF (realizam actividade entre 4 a 6 vezes por semana), principalmente no que respeita ao exercício físico e prática desportiva. Em relação ao escalão etário, os adolescentes mais jovens (12 e 13 anos) apresentam índices superiores de AF, com notório decréscimo a partir dos 16 anos.

Matos et al., (2001), num estudo com 6903 jovens do 6º, 8º e 10º anos de todo o país, que responderam a um questionário, verificámos que os rapazes mais novos praticam mais frequentemente AF que os mais velhos e mais do que as raparigas dos vários escalões etários estudados. Os rapazes praticam uma modalidade desportiva com maior frequência do que as raparigas.

No seguinte estudo Mourão-Carvalhal e Vasconcelos Raposo (2000), verificaram que as crianças utilizam preferencialmente a casa (72,3%) para passarem o seu tempo livre. A rua, o pátio ou o jardim é muito pouco utilizado, inclusive aos fins-de-semana. Observaram, também, que apenas 13,3% das crianças pratica uma actividade desportiva, concluindo que as actividades predominantes eram as passivas, dado que 86,7% das crianças referiram não ter qualquer prática desportiva organizada.

Mourão-Carvalhal e Silva (2003), no estudo sobre a adesão à prática desportiva verificaram que apenas 53,6% dos rapazes e 46,4% das raparigas

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10 aderiram à prática desportiva organizada.

Mourão-Carvalhal e Vasconcelos Raposo (2004), analisaram que a percentagem de jovens (12-18 anos) que praticam AF e desportiva é muito baixa, de 47,6%.

Vasconcelos e Maia (2001), analisaram uma amostra de 5949 alunos, 3073 do sexo feminino e 2876 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 10 e os 19 anos de idade, pertencentes a escolas do 2º e 3º ciclos do ensino básico, da Região Norte do País e da Região Autónoma dos Açores (Ilha Terceira). Não verificaram a existência de declínio nos níveis de actividade física das raparigas e rapazes com idades compreendidas dos 10 aos 17 anos, mas constataram este fenómeno dos 18 para os 19 anos. Esta fase de declínio é mais acentuada nas raparigas do que nos rapazes.

As raparigas apresentam um incremento da AF até aos 16 anos e os rapazes até aos 13. Detectaram uma fase de estabilização entre os 17-18 anos nas raparigas e entre os 13-18 anos nos rapazes.

Constataram, ainda, que os rapazes apresentam valores médios de AF superiores aos das raparigas em todas as idades, à excepção dos 10 anos de idade.

2.1.2.2. Estudos internacionais

Farias Júnior e Lopes (2004), no estudo levado a cabo em Florianópolis, SC, demonstraram que dois terços dos adolescentes (65,7%) apresentaram níveis insuficientes de AF, sendo mais elevados em meninas (78,3%) do que em meninos (51%) em todas as faixas etárias estudadas.

Guedes et al., (2001), com a análise referente aos níveis de prática de AF habitual de 281 adolescentes dos 15 aos 18 anos de idade matriculados numa escola de Ensino Médio do município de Londrina, PR, observaram que 46% dos meninos e 65% das meninas foram considerados inactivos ou muito inactivos fisicamente.

McKenzie et al., (1995), estudaram os níveis de AF de 579 estudantes de ambos os sexos, em 293 aulas de Educação Física de 95 escolas de 3º grau em 4 estados dos Estados Unidos, sobre o estado energético em

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11 actividades de “fitness” relativamente a muitas outras, onde todos os estudantes foram classificados como sendo bastante activos.

Souza et al., (2009), analisaram a relação do nível de AF e condições socioeconómicas de adolescentes da cidade de Fortaleza, CE. Participaram neste estudo 564 adolescentes, com idades compreendidas entre os 15 e os 20 anos, estudantes do Ensino médio da cidade de Fortaleza, Ceará. Constataram com este estudo que 60,3% da amostra se encontra activa e 1,2% em estado sedentário.

Oehlschlaeger et al., (2004), no estudo realizado com 960 adolescentes de Pelotas, RS, com idade entre 15 e os 18 anos, concluíram que 39% foram considerados sedentários.

2.2. Substâncias 2.2.1. Álcool

2.2.1.1. Factores que levam ao consumo

Segundo Santos e Dinham (2006), o consumo e produção de bebidas alcoólicas fazem parte de um costume presente na cultura de todos os povos. Usado num contexto social ou ritual, o álcool é apreciado pelo seu sabor, cor, encanto, aroma e por outros efeitos igualmente apreciáveis que dele provêm.

Para Raposo (2001), a ingestão de álcool é vista como um condicionamento da socialização e de habituação, visto que este comportamento se encontra relacionado com as tradições, costumes, rituais e a vida de uma sociedade, que se vão interiorizando com a observação e imitação da mesma.

Para Marques (1985), o consumo de álcool é um hábito entre a população portuguesa e em regiões desde muito cedo, não havendo qualquer reprovação social.

Segundo Mello e Pinto (1997), para a evolução deste problema, houve vários mitos associados ao álcool que foram mantidos ao longo das gerações, como por exemplo: “o álcool dá força”; “o álcool aquece”; “o álcool mata a sede”; etc.

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12 relacionado com o tipo de religião praticada. Verificando que 85,7% dos católicos consumiam álcool, enquanto só 62,3% dos protestantes faziam tal consumo. O mesmo autor observou que, o salário familiar mensal também se encontra relacionado com o consumo de álcool, alunos com salários inferiores apresentam um maior consumo de álcool.

Para Marmot (1997), o álcool encontra-se relacionado com determinantes socioeconómicos, que vão ter efeitos ao nível das desigualdades sociais na saúde e tem consequências importantes ao nível da estabilidade psicológica do próprio e dos que o rodeiam. Outro factor relevante para o consumo de álcool é a multiculturalidade em Portugal, com imigrantes oriundos dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), isolados ou em família, com problemas habitacionais e ambientais, em situação de pobreza, exclusão social e em risco de marginalidade social podem assumir outras formas de natureza sócio-económica e cultural STHEP/BIT (2003).

Segundo Matos et al., (2001), os consumidores regulares e abusivos de álcool apresentam um perfil de afastamento em ralação à família, à escola e ao convívio com os colegas em meio escolar, referindo um maior convívio com estes fora das horas de escola. Referem ver televisão com mais frequência e praticarem menos desporto, logo mostram ser menos felizes e mencionam com mais frequência sintomas de mal-estar físico e psicológico.

Freitas (1989), afirma que a ingestão de álcool confere um estatuto de adulto, o que conduz a um maior consumo por parte dos jovens e constitui, por outra parte, um comportamento melhor aceite nos homens do que nas mulheres.

Em suma, Carvalho (1991), refere que os factores que conduzem os jovens ao contacto com o álcool são: o espírito de grupo, os adolescentes quando inseridos num grupo, tendem a imitar os comportamentos dos colegas, para assim poderem ser tratados da mesma forma; vencer a timidez, para conseguir meter conversa por quem se sentem atraídos, contar piadas ou para se atreverem a dançar, curiosamente, esta é uma característica própria dos adolescentes; incentivo dos pais ou familiares, bebem e dão aos filhos para provar; outros factores como sociais; e ainda esquecer os problemas.

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13 2.2.1.2. Efeitos do álcool

Segundo, Costa et al., (2004), a literatura indica, que o consumo moderado de bebidas alcoólicas é factor de protecção para a mortalidade por todas as causas, principalmente pelo efeito redutor nas doenças cardiovasculares. Por sua vez, o consumo abusivo de álcool traz inúmeras consequências negativas para a saúde e qualidade de vida, aumentando a frequência de morbilidade que causam ou limitações funcionais, como cirrose, alguns tipos de cancro, acidentes vasculares cerebrais, violências, transtornos mentais, etc.

Assim sendo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) refere que a mortalidade e as limitações funcionais causadas pelo uso abusivo de álcool são maiores que aquelas produzidas pelo tabagismo.

Para o seguinte autor, CEBRID (2003), os indivíduos dependentes do álcool podem desenvolver várias doenças, as mais frequentes são as doenças do fígado (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose). Também são frequentes os problemas do aparelho digestivo (gastrite, síndrome de má absorção e pancreatite) e no sistema cardiovascular (hipertensão e problemas no coração). Os casos de polineurite alcoólica, caracterizada por dor, formigueiro e cãibras nos membros inferiores, que aparecem com alguma frequência.

Para Ogden (1999), o alcoolismo aumenta a probabilidade de doenças como a cirrose hepática, o cancro, a hipertensão e os défices de memória. Mas também, aumenta a probabilidade de o próprio indivíduo se lesionar em acidentes.

Indivíduos que fazem uso crónico de grandes quantidades de álcool, com o passar do tempo, podem desenvolver complicações em diversos órgãos, tais como: esofagites, gastrites e úlcera; esteatose, hepatite e cirrose hepática; pancreatite; deficiências vitamínicas, demência e cancro (CISA).

Para, Costa et al., (2004), o alcoolismo, por si só, também é encarado como uma doença.

Assim sendo, para Ogden (1999), o álcool é também visto com um depressor do Sistema Nervoso Central e age directamente em diversos órgãos,

(25)

14 tais como o fígado, o coração, vasos e na parede do estômago.

Em pequenas quantidades, o álcool promove uma desinibição, mas com o aumento desta concentração o indivíduo passa a apresentar uma diminuição da resposta aos estímulos, uma fala pastosa, dificuldade à deambulação entre outros. Em concentrações muito altas, ou seja, maiores do que 0.35 gramas/100 mililitros de álcool o indivíduo pode ficar comatoso ou até mesmo morrer.

Para CEBRID (2003), os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa habituada a consumir bebidas alcoólicas vai sentir os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com outra pessoa que não está habituada a beber. Outro acontecimento está relacionado com a estrutura física; uma pessoa com uma estrutura física de grande porte (considerando altura, massa muscular e gordura) terá maior resistência aos efeitos do álcool.

Deste modo, o consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubescimento da face, dor de cabeça e um mal-estar geral. Esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool.

Segundo Fonte (2005), os efeitos do álcool a curto prazo são:

- Aumento da frequência cardíaca devido ao aumento de gordura ao nível das artérias, dificultando assim a passagem de sangue;

- Aumento da produção de ácido no estômago, irritando a mucosa gástrica; - Aumento da produção de urina, que pode levar a um desajuste no organismo.

Por sua vez os efeitos a longo prazo são:

- Aparecimento de cancro, nomeadamente cancro da mama na mulher, das vias aero-digestivas e do tracto respiratório no homem;

- Destruição do tecido nervoso (morte das células nervosas, que são irrecuperáveis), o que vai provocar um envelhecimento prematuro, perda de memória e incapacidade de concentração;

(26)

15 embriagado, mesmo sem ter bebido;

- Inflamação do fígado que leva a uma destruição das células que são substituídas por tecido fibroso, limitando assim a capacidade funcional e metabólica deste órgão. Quando o processo contínua, surge cirrose, levando à morte do individuo;

- Alterações a nível imunológico, isto é, as defesas do organismo diminuem, o que aumenta a probabilidade de aparecimento de infecções;

- Nos homens aumenta a predisposição para a atrofia testicular tendo como consequência, a impotência sexual;

- Aumento da mortalidade por doença coronária.

2.2.1.3. Percentagem de consumo de álcool em Portugal e no Estrangeiro Segundo Lopes (2004), Portugal é cultural e tradicionalmente um país de consumo excessivo de álcool, onde a vitivinícola detém um papel importante na economia do país, mas também, onde mais se sofre as consequências desse consumo.

Segundo Breda et al., (1996), estima-se que em Portugal existam cerca de 1 milhão de bebedores excessivos e 700 mil alcoólicos crónicos e que os custos para a sociedade podem atingir os 2% a 6% do Produto Interno Bruto do país.

O mesmo autor refere que os dados publicados pela World Drink Trends revelam que nos últimos anos os portugueses apresentam um dos consumos per capita de álcool puro mais elevados do mundo. Nos dados referentes ao ano de 2000, onde o consumo per capita foi de 10,8 litros de álcool puro e posicionam Portugal encontrava-se em 3o lugar a nível europeu e mundial.

Assim sendo, Lopes (2004), evidência que nas últimas décadas, tendo como referência o ano de 1970, Portugal registou um aumento de 10% no consumo de etanol.

Relativamente ao consumo de vinho, Portugal ocupa o 4o lugar a nível mundial com um consumo de 501 por habitante no ano 2000, o que representa um decréscimo de cerca de 31% em relação a 1970. Contrariamente, o consumo de cerveja aumentou drasticamente em Portugal, posicionando-se em

(27)

16 18° lugar com um consumo de 65.3 litros per capita, o que significa um aumento de 72% quando comparado com 1980, mas se a referência for o ano de 1970 esse aumento é superior a 390%.

O consumo de bebidas destiladas situou-se em 2000 em 1,4 litros de etanol, o que representa um aumento de 55,6% tendo como referência 1980 e de 180% se considerarmos o ano de 1970.

Segundo Silva et al., (2008), em Portugal, o alcoolismo é a maior das toxicodependências, estimando-se existir 1.800.000. bebedores excessivos. Existem vários estudos realizados no nosso país acerca desta temática.

Borges e Correia (2001), com uma amostra de alunos com mais de 15 anos de idade de uma escola secundária de Leiria, constataram que 89% dos inquiridos responderam afirmativamente quanto ao consumo de bebidas alcoólicas e que 45% teriam iniciado entre os 13 e 17 anos de idade.

No estudo realizado por Almeida-Filho, et al., (2004), foram inquiridas pessoas do município de Salvador, Bahia, com amostra de 2.302 adultos. Casos de consumo de alto risco foram definidos como sujeitos que referiram uso diário ou semanal mais episódios de embriaguez, além daqueles que informaram qualquer uso de bebidas alcoólicas com embriaguez frequente pelo menos uma vez por semana.

Na pesquisa realizada por, Andresson et al., (2009), mostram-nos que o consumo de álcool está a ocorrer em populações estudantis, mais precisamente na sociedade Sueca, onde foi realizado este estudo. Globalmente, o consumo de álcool na Suécia aumentou acentuadamente desde que o país aderiu à União Europeia em 1995. Passando a ter uma média anual de consumo de álcool em pessoas com mais de 15 anos de idade, média em álcool puro, cresceu de 8,8 litros em 1996 para 10,3 litros em 2003. A média de consumo de álcool anual, desde então, estabilizou em cerca de 10 litros por pessoa. Os resultados indicam que mais Suecos estão a beber regularmente, e que há mais pessoas dependentes de álcool. De acordo com o Instituto Sueco de Saúde Pública, o número de alcoólicos aumentou, aproximadamente, 40% de 1998 a 2004.

(28)

17 2.2.1.4. Álcool/ Actividade Física

No estudo realizado por Matos et al., (2001), concluiu-se que os jovens que experimentaram álcool, bem como os consumidores regulares e abusivos, praticam menos AF.

Segundo um estudo realizado por Wichstrøm et al., (2009), com estudantes noruegueses concluiu-se que os que não estavam envolvidos nas práticas desportivas apresentavam mais frequência em episódios de embriaguez.

Relativamente ao consumo de álcool, Aarnio (2003), refere que existem dados que indicam para o facto da frequência de bebedores aumentar, assim que o nível de AF diminuir, embora não seja visível a associação entre consumo de álcool e a persistência na prática de AF.

Torres e Gaya (2001), afirmam que jovens atletas de futsal, não possuem hábitos de consumo de álcool.

Posteriormente identificou-se que estudantes que praticavam desportos de resistência (corrida, natação, etc.) envolviam-se menos com o uso de álcool, do que nos desportos de força e nos que exigissem técnica (musculação, boxe, ginástica, artes marciais, etc.). Em parte porque as consequências do uso de álcool (como a ressaca, por exemplo) interferiam directamente na capacidade física dos estudantes praticantes desse tipo de desportos. Em contraposição, estudantes praticantes de desportos colectivos apresentaram maior envolvimento com o uso de álcool, provavelmente devido à influência social desse tipo de desporto na vida do estudante, facilitando a aquisição de álcool e as oportunidades de consumo.

Nunes (1999), menciona que a prevenção do alcoolismo passa por várias medidas, entre elas a prática de AF.

2.2.1.5. Álcool/ Obesidade

Segundo Gurr (1996), Jesus et al., (2002), uma vez que a bebida alcoólica se encontra associada aos efeitos no sistema nervoso central, mas visto, ser obtida por meio de um processo natural decorrente de fermentação de alimentos que contêm açúcar, o álcool fornece calorias – 7,1 kcal/g-,

(29)

18 podendo, assim, ser considerado um nutriente.

Assim sendo, Gurr (1996), Suter et al., (1997), Vadstrup et al., (2003), Kachani et al., (2007), mencionam que o álcool possui um valor energético, tendo a capacidade de suprimir as necessidades calóricas diárias de um individuo e/ou levá-lo ao sobrepeso, factor este dependente da quantidade, frequência e modo de consumo. O aumento do gasto energético basal nos indivíduos alcoólicos, na grande maioria das vezes não é suficiente para compensar a grande quantidade de calorias ingeridas. Deste modo, muitos pacientes dependentes de álcool apresentam sobrepeso, obesidade e até circunferência da cintura acima dos padrões esperados.

Segundo, Lands (1993), calcula-se que o álcool fornece, dentro das calorias consumidas diariamente pelos norte-americanos, 5% da energia nos consumidores moderados (que bebem até sete doses semanais), chegando até 20% da energia para aqueles que bebem até 25 doses semanais. Esperava-se que a energia fornecida pelo álcool substitui-se aquela fornecida pelos alimentos, mas o que se sucede, normalmente, é que a energia fornecida pelo álcool é adicionada ao valor energético total diário dos indivíduos.

Para Lands (1993), Suter et al., (1997), Suter (2005), o álcool é uma fonte de energia distinta de todas as outras, pois não pode ser guardado no organismo, visto ser uma substância tóxica, deve ser eliminado imediatamente. Deste modo, o álcool tem prioridade no metabolismo, alterando outras vias metabólicas, incluindo a oxidação lipídica, o que favorece a acumulação de gorduras no organismo, que preferencialmente se vêm a depositar na área abdominal.

Clevidence et al., (1995), referem que nem todas as pessoas aproveitam as calorias do álcool da mesma maneira: as mais magras tendem a não aproveitar suas calorias eficientemente, ao contrário de indivíduos com IMC (Índice de Massa Corporal) mais elevado. Ou seja, em obesos as calorias têm um melhor aproveitamento, podendo até contribuir para o ganho de peso.

Segundo, Mitchell e Herlong (1986); Suter et al., (1997); Maio et al., (2000); Jesus et al., (2002); Hasse e Matarese (2002); Reis e Rodrigues (2003), o álcool substitui o alimento na dieta de dependentes graves; por isso o

(30)

19 alcoólico grave é descrito normalmente como um paciente desnutrido, uma vez que a ingestão alcoólica substitui calorias e nutrientes adequados. Por sua vez, no consumo moderado, a ingestão alcoólica é usualmente uma fonte adicional de energia, sendo somada à dieta habitual do paciente. Esse tipo de fonte calórica é conhecida como “calorias vazias”, apesar do seu alto valor energético, faltam nutrientes essenciais como proteínas, vitaminas e elementos traços.

Yeomans (2004), refere que é de elevada importância mencionar, que o álcool é apontado como sendo estimulador de apetite.

2.2.2. Tabaco

2.2.2.1 Factores que levam ao consumo

Segundo, Precioso e Macedo (2004), para se tentar prevenir o consumo de qualquer droga é essencial perceber qual a sua etiologia, no caso do tabaco, o quando e porque se começa a fumar.

Nunes (2002) e Precioso (2003), referem que nos países desenvolvidos admite-se que a maioria dos fumadores comece a fumar na adolescência, ou seja, antes dos 18 anos de idade, por sua vez em Portugal uma percentagem elevada de fumadores, cerca de 30%, começaram a fumar mais tarde.

Após várias investigações, conclui-se que não há uma causa única que explique este acto. Parece haver um conjunto de factores complexos e inter-relacionados que predispõem os mais jovens a fumar (Ulster Cancer Foundation, 1988; Pestana & Mendes, 1999).

Por outro lado, os factores que podem levar as pessoas a começar a fumar diferem de indivíduo para indivíduo, Precioso e Macedo (2004).

Segundo U.S.D.H.H.S., (1994), Beconã e Vázquer (1998), a fase de preparação, pode levar a criança a formar crenças positivas e atitudes sobre fumar e os principais factores psicossociais de risco associados a esta fase são os modelos dos adultos e da família, principalmente dos pais e irmãos.

Numa fase seguinte, é particularmente determinante a influência activa ou passiva dos amigos, a percepção de que fumar é normal e a disponibilidade de cigarros.

(31)

20 Posteriormente, os principais factores psicossociais de risco associados a este tipo de consumo são o facto de ter amigos fumadores, estar envolvido em situações sociais em que os amigos apoiam o consumo, ter baixa auto-eficácia e capacidade de recusa, ter disponibilidade de cigarros, percepcionar que fumar é útil para a pessoa, ter poucas restrições a fumar na escola e na comunidade (Precioso & Macedo, 2004).

2.2.2.2. Efeitos do tabaco

Segundo Macedo e Precioso (2004), a Organização Mundial de Saúde continua a considerar o consumo de tabaco como a principal causa evitável de doença e morte prematura, sobretudo nos países desenvolvidos. Mencionando que nenhum outro produto de consumo é tão perigoso ou provoca tantas mortes como o tabaco.

Mackay e Eriksen (2002), referem que segundo estimativas o tabaco mata muito mais pessoas do que a SIDA, as drogas ilegais, os acidentes de tráfego, os assassínios e os suicídios em conjunto.

Macedo e Precioso (2004), afirmam que o consumo de tabaco nas mulheres é preocupante pelos problemas pré e pós-natais daí decorrentes, quem vai sofrer com tudo isto são as vítimas indefesas, as crianças.

Segundo Boyle (1997), OMS (1997, 1998 e 1999), o tabagismo é prejudicial para a saúde em mais de 20 formas diferentes. É causa directa ou causa provável de diversas formas de cancro, afecta o sistema cardiovascular, o sistema respiratório, o sistema digestivo e o urinário, provoca problemas pediátricos (feto e crianças), polui o ambiente e é causa de acidentes diversos como fogo, condução, etc. Existe ainda o impacto social destes problemas, nomeadamente os elevados custos económicos (custos de saúde, absentismo, incapacidade precoce, \) e afectivos das doenças provocadas pelo tabaco.

Para, Boyle (1997), o tabaco do meio ambiente (fumo passivo), também é prejudicial para a saúde. Aumentando significativamente, o risco de cancro de pulmão, em mulheres que vivem com homens fumadores. Sendo também significativa a frequência e a gravidade de problemas respiratórios em filhos de pais fumadores. De um modo geral, a inalação passiva de tabaco aumenta o

(32)

21 risco de cancro, doenças cardiovasculares, irritação do sistema respiratório e dos olhos, otites no ouvido médio e dores de cabeça.

Segundo, Corrêa et al., (2008), os tipos de cancro com maior incidência, à excepção do cancro de pele não-melanoma, serão os da próstata e pulmão no sexo masculino, e o cancro da mama e do colo do útero no sexo feminino.

Num estudo de, Gomes (2003), o relatório da “International Consultation on Environmental Tabacco Smoke (ETS) and Child Health”, de 1999, conclui sobre as consequências do tabagismo para as crianças: Síndrome da Morte Súbita na infância, baixo peso ao nascer, crescimento intra-uterino retardado, redução na capacidade pulmonar, infecções respiratórias baixas como pneumonia e bronquite, tosse, piora da asma, otite, possibilidade de contribuir para doença cardiovascular na vida adulta e problemas neurocomportamentais.

Assim sendo, para Gomes (2003), existem alguns efeitos menos divulgados pelo uso do tabaco que são: a perda de cabelo, cataratas, formação de rugas, perda de audição, cancro de pele, deterioração dos dentes, enfisema, osteoporose, doenças cardíacas, úlcera gástrica, descoloração dos dedos, cancro uterino e abortamento, deformação dos espermatozóides e cancro.

2.2.2.3. Percentagem de consumo de tabaco em Portugal e no Estrangeiro Segundo, Silva et al., (2008), estudos internacionais sobre hábitos tabagísticos em alunos do ensino secundário apontam para prevalências de 20,6% para o sexo masculino e 16,4% no feminino, respectivamente.

No mesmo sentido, Precioso et al., (2009), mostram-nos que no seu estudo, a prevalência global do tabagismo na população adulta na maioria dos países europeus é superior a 25%. Por sua vez, a prevalência média de fumantes do sexo masculino e feminino em crianças em idade escolar com mais de 15 anos de idade é de aproximadamente 18% se considerarmos ambos os sexos em conjunto. Na maioria dos países a prevalência do consumo de tabaco é maior entre as meninas, quando comparados aos meninos. Em Portugal, a prevalência na população acima de 15 anos de idade tem um dos valores mais baixos entre os países europeus (30,6% para homens e 11,6%

(33)

22 para mulheres).

O mesmo autor refere que apesar dessas taxas de prevalência brutas, idade-sexo de alta das taxas de prevalência específicos, foram encontrados nos grupos etários 25-34 e 35-44 em homens (39,9% e 44,6% respectivamente) e em mulheres (17,6 e 21, 2%, respectivamente).

Precioso et al., (2009), dizem que em 2002, na idade de 15 anos, o percentual de meninas que fumam diariamente em Portugal foi de 19,5%. Este valor revela que Portugal está entre os países com maiores taxas de prevalência do tabagismo entre adolescentes. Durante a última década (1996-2006), uma diminuição no consumo de tabaco foi observada na maioria dos países da UE, tanto na população adulta e em crianças em idade escolar. Em Portugal, este consumo estabilizou-se nos homens adultos e jovens de 15 anos, mas mostra um aumento significativo nas meninas em idade escolar.

Relativamente ao estudo de Ravishankar et al., (2009), realizado por duas etapas, foram inquiridos 590 adolescentes de quatro escolas secundárias em Moradabad, na Índia. Assim sendo, os resultados do estudo mostram que 17,3% dos adolescentes têm experimentado tabaco, sendo a curiosidade e pressão dos colegas os principais motivos. Segundo o mesmo autor, o uso de tabaco pelos pais, é susceptível de influenciar os adolescentes, como eles percebem o uso do tabaco como um comportamento positivo e aceitável, então desenvolvem crenças favoráveis pessoais e normas subjectivas em relação ao uso do tabaco.

No estudo de, Neuberger e Pock (2009), concluíram que a prevalência de tabagismo em menores aumentou consideravelmente desde 1986. Em comparação a outros países europeus, as taxas de tabagismo em estudantes de 15 anos de idade são os mais elevados na Áustria. O consumo de tabaco, foi estimado a partir do imposto pago pelos adolescentes de 11 a 17 anos, relativamente á prevalências de tabagismo e da tributação dos cigarros. Deste modo, em 2006 as receitas do Estado provenientes do consumo de cigarros de menores na Áustria ascenderam a 60,5 milhões de euros.

(34)

23 2.2.2.4. Tabaco/Actividade Física

Segundo Matos et al., (2001), os jovens que praticam mais AF referem mais frequentemente já ter experimentado fumar, mas no que diz respeito ao consumo regular a situação inverte-se, e são os jovens que não fumam regularmente os que mais frequentemente praticam AF.

Da mesma opinião é Nunes (1999), que refere que a prática regular e sistemática de AF pode cooperar no reforço dos hábitos saudáveis em indivíduos não fumadores e ajudar os fumadores a abandonar o tabaco, por força das limitações fisiológicas na capacidade atlética.

Com as mesmas ideias encontram-se Castillo e Balaguer (2002), estes, referem que a experimentação e consumo de tabaco, em adolescentes que praticam AF, tem menor incidência que nos sedentários.

Tomás e Atienza (2002), afirmam que a maioria das investigações apontam para que os jovens que praticam AF experimentam menos o tabaco, apresentando uma percentagem inferior de actuais fumadores do que os não praticantes, sendo estes dados do sexo masculino, e não se verificando diferenças significativas no sexo feminino.

2.2.2.5. Tabaco/Obesidade

Segundo Lemos-Santos et al., (2000), as alterações que o consumo de cigarros pode provocar na alimentação têm sido alvo de investigação, uma vez, que alguns estudos experimentais nos mostram que a nicotina juntamente com a exposição ao fumo do cigarro podem levar à perda de peso e a uma diminuição do consumo alimentar.

Assim sendo, Oliveira et al., (1999), referem que os fumadores sofrem uma redução na capacidade de transporte de oxigénio. Por sua vez os obesos consomem mais oxigénio, têm produção aumentada de dióxido de carbono (CO2), fraqueza dos músculos respiratórios por infiltração de gordura, o que pode gerar fadiga muscular e retenção de CO2, o abdómen e o tórax dos obesos reduzem a ventilação alveolar e a complacência do sistema respiratório.

(35)

24 2.2.3. Droga

2.2.3.1. Factores que levam ao consumo

Para, Frischer et al., (1993), o abuso e o consumo de drogas têm-se tornado num dos principais problemas de saúde pública nos países ocidentais. As toxicodependências são responsáveis pelo aumento da taxa de mortalidade, da prevalência de condições médicas, crónicas e agudas associadas aos sintomas de dependência, infecções, acidentes, e ainda incapacidades associadas ao consumo de drogas.

Deste modo, Soldera et al., (2004), referem que, as primeiras experiências com drogas, ocorrem com maior frequência durante a adolescência. Nesta fase, o individuo encontra-se mais vulnerável do ponto de vista psicológico e social.

Segundo, Facundo e Pedrão (2008), para alguns jovens e adolescentes experimentar o consumo de drogas é um ritual necessário para atravessar a fase de personalização. Deste modo, podemos reconhecer como maior risco para o consumo de drogas as populações de marginais ou populações ocultas. Nas populações de marginais, podemos localizar adolescentes e jovens que pertencem a bandos juvenis, estes que têm como principal objectivo divertir-se e prevalecer sobre bandos rivais de outros bairros, tudo isto marcado com violência.

Para, Soldera et al., (2004), vários estudos nacionais e internacionais têm analisado a associação de factores psicológicos e socioculturais ao uso de drogas por estudantes. Eles identificaram, que variáveis como sexo masculino, idade, trabalho, desestruturação familiar e ausência de religião estão associados a um maior uso de drogas por parte de estudantes.

Segundo, Facundo e Pedrão (2008), na literatura, identificaram-se factores de risco pessoais, tais como o facto de ser filho varão, a idade, verificando que quanto maior é a idade maior é a probabilidade de consumir algum tipo de droga; o baixo nível educacional; ter trabalho remunerado e ter sintomas de problemas mentais.

Por outro lado, Facundo e Pedrão (2008), referem que existem factores de risco interpessoais que a literatura destaca como sendo o facto de ter

(36)

25 amigos usuários ou amigos sob condutas desajustadas. Há vários estudos que indicam que quem tem amigos consumidores de drogas tem uma maior probabilidade de consumo. As relações inapropriadas com os pais, tais como falta de comunicação e a falta de supervisão deles, são factores de risco muito acrescido para os jovens e adolescentes, relativamente ao consumo de drogas. Um dos factores mais prejudiciais é o facto dos pais também serem consumidores de drogas.

Soldera et al., (2004), referem que, hoje em dia uma grande maioria dos pesquisadores considera que o uso de drogas por estudantes não é causado por um único factor, mas por uma combinação de vários agentes, tais como os genéticos, psicológicos, familiares, socioeconómicos e culturais. Assim, entende-se que o uso e a dependência de drogas são fenómenos bastante complexos que não podem ser reproduzidos a uma faceta da dimensão biológica, psicológica ou social.

2.2.3.2. Efeitos das Drogas

Para Facundo e Pedrão (2008), o abuso no consumo de drogas constitui um problema social e de saúde pública na maioria dos países pelas várias consequências negativas que este consumo provoca sobre o desenvolvimento emocional e físico das pessoas.

Segundo Fontes (2005), cada tipo de droga tem um efeito específico. Assim sendo, no seguinte quadro poderemos identificar alguns tipos de drogas e quais os efeitos provocados no organismo.

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26 Quadro 1. Diferentes tipos e efeitos da droga (Fontes 2005, cit. IDT 2005).

Efeito das Drogas

Nome Imediato A Longo Prazo

Anfetaminas

A nível físico

Sintomas como agitação psicomotora, diminuição da fadiga, insónias, sede, taquicardia, hipertensão arterial, náuseas, mal-estar, cefaleias e vertigens; A nível psíquico Sensação de euforia, aumento da autoconfiança e satisfação, agressividade. Quadros depressivos graves, hiperexcitabilidade, tremores, síndrome delirante e alucinatório. Heroína A nível físico Depressão de SNC, obstipação hipotermia; A nível psíquico Sensação de prazer – eufórico, alívio de qualquer mal-estar ou tensão. Emagrecimento extremo, obstipação, amenorreia, apatia, depressão. LSD A nível físico Descoordenação muscular e alteração da percepção da dor. A nível psíquico Dificuldade de concentração, de controlo do pensamento, diminuição da memória, alteração da noção temporal e espacial, alteração do humor,

alucinação (imagem até perda total da realidade).

Depressão, ansiedade e psicoses.

Cocaína

A nível físico

Ausência de fadiga, insónia, anorexia, taquicardia, aumento da tensão arterial, congestão nasal, retardamento da ejaculação ou dificuldades de erecção. Estado de confusão provocando crises de pânico, quadros

alucinatórios, apatia sexual, bulimia e anorexia nervosa, cefaleias, AVC,

(38)

27

A nível psíquico

Exaltação do estado de ânimo, aumento da

autoconfiança, loquacidade, aumento do desejo sexual, euforia, sensação de bem-estar e aceleração do pensamento.

perfuração do septo nasal.

Cannabis A nível físico Relaxamento, bronco dilatação, aumento do apetite, taquicardia, tonturas, lentificação psicomotora, midríase. A nível psíquico Provoca bem-estar,

aumento do desejo sexual, loquacidade, sensação de lentificação do tempo, aumento da autoconfiança, aumento da percepção visual e auditiva, euforia, aumento da sociabilidade e aumento da capacidade de introspecção. Desinteresse e depressão; diminuição na capacidade de concentração, redução da memória de curto prazo, níveis reduzidos de testosterona, alterações morfológicas do esperma e diminuição do diâmetro brônquico. Ecstasy A nível físico Taquicardia, arritmias, hipertensão arterial, diaforese, contracção da mandíbula, tremores, vertigens, hipertermia e hiperestimulação do SNC (aumento do estado de alerta, insónias). A nível psíquico Ansiedade, irritabilidade, sensação de euforia, sensação de aumento de força física e emocional, aumento da auto-estima, desinibição afectiva, maior facilidade de relacionamento social. Confusão mental, esgotamento, “flashback”, mudanças bruscas de humor, perturbações hepáticas, complicações cardiovasculares.

(39)

28 2.2.3.3. Percentagem de consumo de drogas em Portugal e no Estrangeiro

Num estudo de Oliveira et al., (2009), verificou-se que 5% da população mundial entre os 15 e os 65 anos de idade utilizaram pelo menos uma droga ilícita. Entre as drogas ilícitas, a maconha é a mais utilizada, com uma prevalência de 3,8% (158,8 milhões de pessoas), em comparação com 0,6% de anfetaminas, 0,6% de opiáceos, 0,3% para a cocaína, 0,3% por consumo de heroína e 0,2% para ecstasy.

Segundo o mesmo autor, nos estudantes de medicina, aos quais foi realizado este estudo, o uso de drogas ilícitas aumentou de 36,1% em 1996 para 43,8% em 2001. No entanto, é de notar que cerca de 4 em cada 10 estudantes de medicina relatou ter experimentado droga pelo menos uma vez na vida. Em ambos os levantamentos, considerando apenas o uso de substâncias ilícitas, a maconha e solventes foram as substâncias mais consumidas. Durante o período de 1996 a 2001 houve um aumento significativo do uso de inalantes (de 19,0% para 32,9%; p = 0,001) e anfetaminas (de 4,4% para 9,5%, p = 0,038). Quanto aos 12 meses anteriores houve também aumento do uso de inalantes (de 15,0% para 24,3%, p = 0,013) e anfetaminas (de 3,2% para 7,6%, p = 0,036). Portanto, inalantes e anfetaminas foram as substâncias que mostraram maiores aumentos no consumo entre 1996 e 2001. Finalmente, o consumo de ecstasy foi medido apenas em 2001 e foi relativamente baixo entre estudantes de medicina naquele tempo (vida útil: 2,4%; últimos 12 meses: 1,0%; últimos 30 dias: 0,0%).

Segundo, Pavani et al., (2007), numa amostra de 1.035 alunos, a maioria dos estudantes encontrava-se entre os 16 e 17 anos (56,6%), seguida pelas faixas de 14 a 15 anos (21,5%) e 18 a 19 anos (17,7%). As distribuições por sexo equivalem a 48,2% e 51,8%, respectivamente para o sexo masculino e feminino. As frequências para o uso de maconha foram de 12,1% e 4,1% respectivamente.

A idade da primeira experiência com maconha foi entre os 14 e os 16 anos, segundo 74,2% dos alunos, com média de 15 anos de idade. As maiores taxas de consumo foram encontradas no sexo masculino, no período nocturno

(40)

29 (p<0,05). Estado civil casado, trabalhar e não morar com pai e/ou mãe estiveram associados a maiores índices de experimentação da droga, mas não ao uso recente (no mês).

Num estudo de Wagner et al., (2009), com uma amostra de 98 adolescentes, com idades de 15 a 22 anos, dos quais 49 eram usuários de maconha e 49 não o eram.

Por sua vez, Matos et al., (2001), mostram num estudo realizado com 6903 jovens do 6º, 8º e 10ºanos de todo o país (Portugal), que as raparigas experimentam menos frequentemente drogas e consomem menos. Assim sendo, à medida que a idade avança (dos 11 para os 16 anos) aumenta a percentagem de jovens que já experimentaram drogas ilícitas bem como os que consomem. Os jovens mais novos parecem ter iniciado o seu primeiro contacto com drogas mais precocemente.

Verificando-se, ainda, que o haxixe foi a droga mais frequentemente utilizada, a escolha de drogas “duras” (heroína, cocaína, estimulantes, crack), no entanto, na primeira experiência aparece associada, neste grupo, à ausência de amigos e ao facto de não se sentirem felizes.

2.2.3.4. Drogas/Actividade Física

Segundo Matos e Carvalhosa (2001), os jovens que não praticam actividades físicas já experimentaram mais vezes haxixe ou erva e já consumiram mais vezes drogas.

Da mesma opinião é Theobald et al., (2007), que referem que a AF pode actuar trazendo benefícios no campo da saúde, entre outros no auxílio na abstinência às drogas e recuperação da auto-estima.

2.2.3.5. Droga/Obesidade

Segundo, Bellaver et al., (2001), há muitas substâncias a ser investigadas, devido à importância das drogas anoréxicas para o controle da obesidade. A maioria das drogas supressoras do apetite actua sobre o sistema nervoso central, existindo deste modo, três principais categorias de drogas: as que agem por mecanismo catecolaminérgico, como as anfetaminas; as que

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30 agem por mecanismo serotonérgico, como a fenfluramina e dexfenfluramina, aumentando a liberação e/ou inibindo a recaptação da serotonina e ainda as que combinam esses dois mecanismos, como a sibutramina.

O mesmo autor menciona que a dietilpropiona, derivada das fenetilaminas é uma droga anoréxica, que age no sistema nervoso central por mecanismo catecolaminérgico, aumentando a liberação de catecolaminas nos terminais neurais e/ou inibindo a sua recaptação. Sendo esta, uma das drogas mais utilizadas no tratamento da obesidade no Brasil e tem como efeito psicoestimulante, suprimindo o apetite por reduzir voluntariamente a ingestão de alimentos.

Assim sendo, todas estas substâncias têm em comum o facto de que elas não curam a obesidade e sim auxiliam em estratégias clássicas, como na redução calórica e aumento metabólico causado pelo exercício físico.

2.3. Obesidade

A DGS em 2005, no Programa Nacional de Combate à Obesidade mencionou que para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a obesidadeera uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada podia atingir graus capazes de afectar a saúde. Considerando esta doença como a epidemia global do século XXI, devido ao facto da prevalência de obesidade a nível mundial ser tão elevada.

Vindo a OMS a reconhecer que, neste século, a obesidade tem um predomínio igual ou superior à da desnutrição e das doenças infecciosas. Conclui-se que depois do tabagismo a obesidade é considerada como a 2ª causa de morte passível de prevenção.

Segundo Visscher e Seidell (2001), o aumento da obesidade a nível mundial teve um impacto muito acentuado nos acontecimentos relacionados com as doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, cancro, osteoporose, incapacidade de trabalhar e apneia de sono, sendo a obesidade relacionada mais com a mobilidade do que com a mortalidade.

Num estudo de Bule (2003), tendo como amostra populacional os adolescentes de Lisboa, conclui-se que os adolescentes que declaram ser

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31 pouco felizes apresentam um IMC mais elevado.

Por sua vez Fox e Corbin (1987), referindo que as crianças que possuem excesso de peso sofrem inadaptações psicológicas, isto na relação com os colegas, mas também na maioria das vezes têm pouca consideração por si próprias. Segundo investigações realizadas por Doll, Petersen e Stewart- -Brown (2000), afirmam que com o decréscimo do bem-estar aumenta o excesso de peso.

Regra geral, quando a obesidade aparece na infância, possivelmente também irá permanecer na fase adulta, uma vez que é durante os períodos críticos de desenvolvimento do tecido adiposo que se verifica um aumento do número de depósitos (Toth, Beckett, Poehlman, 1999; Fragoso & Vieira, 2000). Assim sendo, Fonte (2005), menciona que a prevenção da obesidade deve começar com a limitação de ganho de peso logo durante a infância e a adolescência.

Em suma e referindo a autora anterior, a taxa de obesidade em Portugal tem vindo a aumentar nos últimos anos.

2.3.1.1. Definição e Avaliação de Obesidade

A palavra Obesidade, deriva do latim obesitate, denomina a qualidade do obeso. A expressão obesidade não é bem aceite por quem se encontra neste estado, a pessoa obesa admite que é gordo(a), mas não aceita que lhe chamem obeso(a). Por isso, a palavra obesidade encontra-se reservada para denominar somente as grandes sobrecargas de gordura, provindo da sua conotação negativa (Peres, 2000).

“A OMS define a obesidade como uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afectar a saúde. O excesso de gordura resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, em que a quantidade de energia ingerida é superior à quantidade de energia despendida. Os factores que determinam este desequilíbrio são complexos e incluem factores genéticos, metabólicos, ambientais e comportamentais.” (DGS, 2005)

Referências

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