• Nenhum resultado encontrado

Factorizações reflectivas, admissibilidade e descida em categorias de espaços topológicos ordenados

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Factorizações reflectivas, admissibilidade e descida em categorias de espaços topológicos ordenados"

Copied!
111
0
0

Texto

(1)
(2)

!" # $ %& # # # ' ! % # ( # "

") * % ' * +# # # +( ! , % # ' + - % +

+& # % % ! +# . * +# # # /%* *% +( # %& # # #

(3)

Agradecimentos

Agradeço profundamente à Professora Doutora Manuela Sobral, minha orientadora, pela disponibilidade, dedicação, conselhos e palavras de incentivo que sempre teve para comigo durante o desenvolvimento deste trabalho.

Ao Professor Doutor George Janelidze, pelo tempo disponibilizado e pelas valiosas sugestões.

À minha família, pelo apoio e afecto que sempre me transmitem.

Aos meus colegas e amigos, por me terem ajudado a ultrapassar alguns obstáculos.

Ao Departamento de Matemática da Universidade dos Açores, agradeço as condições disponibilizadas para a realização deste trabalho.

Ao Centro de Matemática da Universidade de Coimbra, agradeço o apoio concedido.

Ao júri, presidido pelo Senhor Vice-Reitor, Doutor Jorge Manuel Rosa de Medeiros (por delegação do Reitor), e aos vogais, Doutora Maria Manuela Oli-veira de Sousa Antunes Sobral, professora catedrática da Faculdade de Ciên-cias e Tecnologia da Universidade de Coimbra; Doutor Jorge Manuel Senos da Fonseca Picado, professor associado da Faculdade de Ciências e Tecnolo-gia da Universidade de Coimbra; Doutora Júlia Maria Antunes Loureiro Vaz

(4)

de Carvalho, professora associada da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa; Doutora Helena de Fátima Sousa Melo, profes-sora auxiliar da Universidade dos Açores; e Doutora Maria Isabel de Oliveira Marques Ribeiro, professora auxiliar da Universidade dos Açores, agradeço as críticas e sugestões feitas a esta dissertação.

(5)

Resumo

A inclusão E : CHausOrd → CHausP reord é plena, e a categoria P sp dos espaços de Priestley é também uma subcategoria plena de CHausOrd, o que nos permite obter a reflexão CHausOrd → P sp por composição de E com a composição das reflexões CHausP reord → StoneP reord, StoneP reord →

P P reord e P P reord → P sp, que são aqui estudadas com pormenor.

Estabele-cemos semelhanças e diferenças entre a reflexão CHausOrd → P sp e a refle-xão correspondente para as ordens triviais, CHaus → Stone, nomeadamente o facto de a primeira não ser nem regular epireflectiva nem admissível.

Caracterizamos os morfismos de descida na categoria P P reord dos espa-ços de Stone ordenados que são totalmente desconexos em relação à pré-ordem, e em P sp. Provamos que um morfismo de P sp é morfismo de des-cida efectiva nessa categoria se e só se for morfismo de desdes-cida efectiva em

P P reord.

A categoria dos espaços de Priestley surge na equivalência induzida por

uma adjunção dual entre T opOrd e Ret0,1. Ela é também uma subcategoria de

T opP reord cujos objectos são limite de determinados espaços pré-ordenados

finitos e discretos.

A reflexão E−completamente regular ordenado → E−compacto ordenado, quando E é o espaço ordenado discreto 2 = {0 < 1}, dá-nos uma terceira forma de obter espaços de Priestley: a categoria dos espaços 2-compactos ordenados é exactamente P sp.

(6)
(7)

Abstract

The full inclusion functor E : CHausOrd → ChausP reord and the fact that the category P sp is also a full subcategory of CHausOrd gives us the reflec-tion CHausOrd → P sp through the composireflec-tion of E with the composireflec-tion of the reflections CHausP reord → StoneP reord, StoneP reord → P P reord, and

P P reord → P sp, which are described here in detail. We state similarities

and differences between the reflection CHausOrd → P sp and the correspon-ding reflection for the trivial orders, CHaus → Stone, namely that the former reflection is not regular epireflective and not admissible.

We characterize the descent morphisms in the categories P P reord of ordered Stone spaces which are totally disconnected with respect to the pre-order, and in P sp. We prove that a morphism in P sp is an effective descent morphism in this category if and only if it is an effective descent morphism in

P P reord.

The induced equivalence by the dual adjunction between T opOrd and Ret0,1

lead us to the category of Priestley spaces. This category is also a subcate-gory of T opP reord whose objects are limits of suitable finite discrete preorde-red spaces, the category of limits of all such preordepreorde-red spaces being exactly

P P reord.

The reflection E−ordered completely regular → E−ordered compact, when

E is the ordered discrete space 2 = {0 < 1}, gives us another way to obtain

Priestley spaces: the category of 2-ordered compact spaces is exactly P sp.

(8)
(9)

Conteúdo

Introdução 1

1 Preliminares 5

1.1 Adjunções . . . 5

1.2 Admissibilidade e unidades estáveis . . . 8

1.3 Monacidade . . . 10

1.4 Sistemas de factorização . . . 12

1.5 Relações binárias internas . . . 15

1.6 Espaços de Stone . . . 17

1.7 Espaços topológicos ordenados . . . 17

1.8 Espaços de Priestley . . . 21

2 Adjunção dual entre T opOrd e Ret0,1 27 2.1 Adjunção entre T opOrd e Retop0,1 . . . 27

2.2 Dualidade de Priestley . . . 32

2.3 Reflexão de CHausOrd em P sp . . . . 39

3 Reflexão de CHausOrd em P sp 41 3.1 A Reflexão CHaus → Stone . . . . 41

3.2 A Reflexão de CHausP reord em StoneP reord . . . . 49

3.3 A Reflexão de StoneP reord em P P reord . . . . 55

3.4 A Reflexão de P P reord em P sp . . . . 58

3.5 A Reflexão de CHausOrd em P sp . . . . 64 ix

(10)

4 Morfismos de descida efectiva em P sp 67

4.1 Descida e descida efectiva numa categoria . . . 67

4.2 Morfismos de descida efectiva em P P reord . . . . 72

4.3 Morfismos de descida efectiva em P sp . . . . 77

5 Um sistema de factorização reflectivo 81

5.1 Factorizações reflectivas . . . 81

5.2 Factorização reflectiva definida por

I a H : P sp → P P reord . . . . 82

6 Uma terceira forma de obter espaços de Priestley 87

6.1 Compactificações de espaços topológicos . . . 87

6.2 Compactificação de espaços topológicos ordenados . . . 91

Considerações finais 95

Bibliografia 97

(11)

Introdução

A Dualidade de Priestley pode ser descrita como a equivalência induzida, num sentido que tornaremos preciso mais adiante, por uma adjunção entre a categoria dos espaços topológicos ordenados T opOrd e a categoria dual da

dos reticulados limitados Ret0,1. De forma análoga, a Dualidade de Stone é

a equivalência induzida pela adjunção correspondente para as ordens

trivi-ais, isto é, a adjunção entre a categoria T op dos espaços topológicos e Ret0,1.

No segundo caso, a adjunção e a equivalência dual determinam a reflexão da categoria CHaus dos espaços compactos de Hausdorff na categoria Stone dos espaços de Stone, também chamados espaços profinitos. No primeiro caso, pelo mesmo processo, obtém-se a reflexão de CHausOrd na categoria P sp dos espaços de Priestley.

A reflexão de CHaus em Stone bem como as propriedades das categorias envolvidas, nomeadamente a existência de um sistema de factorização reflec-tivo por ela induzido em CHaus bem como do sistema que dele advém por localização/estabilização, é um exemplo importante de reflexão onde o pro-cesso referido conduz à factorização monótona-leve, que é apresentado com pormenor em [CJKP97] por Carboni, Janelidze, Kelly e Paré.

O estudo da reflexão correspondente da categoria CHausOrd em P sp foi o tema proposto por M. Sobral e G. Janelidze e ponto de partida deste trabalho. Uma generalização crucial consistiu na substituição de ordem por pré-ordem. As novas categorias CHausP reord e P P reord permitiram-nos analisar seme-lhanças e diferenças entre as reflexões referidas e os contextos em que elas são definidas.

Nas primeiras secções do Capítulo 1 apresentamos conceitos e resultados gerais utilizados em todo o trabalho. A secção 7 contém um estudo

(12)

rizado de aspectos dos espaços topológicos ordenados (pré-ordenados), impor-tantes no desenvolvimento deste trabalho. O teorema final, que generaliza os resultados anteriores, é relativo a espaços de uma subcategoria plena C de

T op equipados com uma ordem (pré-ordem), COrd (CP reord). Razões para a

passagem de Ord a P reord são evidentes em 1.7.2, 1.7.3 e 1.7.4.

Na secção 8 estudam-se as categorias P sp dos espaços de Priestley e a categoria P P reord dos espaços de Stone pré-ordenados que são totalmente desconexos em relação à pré-ordem. Tal como Stone é a subcategoria plena de

T op dos espaços limites de espaços finitos e discretos([BJ90]) provamos que P P reord é constituída pelos espaços que são limite de espaços finitos discretos

e pré-ordenados. Daí se deduz, em 1.8.8, que os espaços de Priestley são limite de determinados espaços finitos discretos e pré-ordenados.

No Capítulo 2 a adjunção dual entre T opOrd e Ret0,1 é estudada em 2.1.

Em 2.2 mostramos que a equivalência induzida é a Dualidade de Priestley. Através da adjunção e da dualidade obtém-se a reflexão CHausOrd → P sp.

O Capítulo 3 é dedicado ao estudo da reflexão CHausOrd → P sp. Nele começamos por analisar o caso das ordens triviais CHaus → Stone. Mos-tramos que ela também pode ser obtida através da adjunção correspondente

entre T op e Ret0,1 e da dualidade de Stone. Diferenças e semelhanças são

referidas, nomeadamente o facto de não ser nem regular epireflectiva nem admissível. As reflexões CHausP reord → StoneP reord e StoneP reord →

P P reord são estudas nas secções 3.2 e 3.3, respectivamente. Mostramos que

elas não são admissíveis e apresentamos, para a primeira, uma classe de morfismos para a qual ela é admissível. Na secção 3.4 provamos que a re-flexão P P reord → P sp tem unidades estáveis. Finalmente, como a inclusão

E : CHausOrd → CHausP reord é plena e a categoria P sp é também uma

subcategoria plena de CHausOrd, obtém-se a reflexão CHausOrd → P sp por composição de E com a composição das reflexões atrás mencionadas.

No Capítulo 4 caracterizamos morfismos de descida em P P reord e P sp e provamos que um morfismo de P sp é morfismo de descida efectiva nessa categoria se e só se for morfismo de descida efectiva em P P reord.

(13)

3

em P P reord pela reflexão P P reord → P sp, tendo como base o estudo do sis-tema de factorização reflectivo induzido em P reord pela reflexão P reord →

Ord, realizado por Xarez em [Xar03].

No último capítulo começamos por estudar "E-compactificações" para um espaço E de Hausdorff. Na terminologia introduzida por Engelking e Mrówka ([EM58]) definem-se as subcategorias plenas de T op:

E-completamente regular dos subespaços de produtos de cópias de E e

E − compacto dos subespaços fechados de tais produtos.

Temos então a reflexão E-completamente regular→ E-compacto, a "E-compactificação". Se E é o espaço discreto 2 = {0, 1}, elas são as categorias dos espaços zero-dimensionais e dos espaços de Stone, respectivamente. Também aqui P sp substitui Stone quando consideramos o espaço ordenado discreto 2 = {0 < 1}: a categoria dos espaços 2-compactos ordenados é exactamente

(14)
(15)

1

Preliminares

Neste capítulo apresentamos conceitos e resultados gerais que são utiliza-dos ao longo de todo o trabalho. Nomeadamente são referiutiliza-dos a noção e as propriedades da adjunção, admissibilidade em estruturas de Galois, sistemas de pré-factorização e de factorização, monacidade, relações binárias internas, e resultados sobre espaços de Stone. Espaços topológicos ordenados e espaços de Priestley são estudados com pormenor nas duas últimas secções. Termina-mos este capítulo apresentando uma forma de construir espaços de Priestley através de determinados espaços pré-ordenados finitos.

1.1 Adjunções

Dadas duas categorias e functores F : X → A, G : A → X, temos uma

adjunção se existe uma função ϕ que a cada par de objectos X ∈ X, A ∈ A faz

corresponder uma função bijectiva

ϕ = ϕX,A: A(F X, A) ∼= X(X, GA)

natural em X e em A.

Esta noção, usada ao longo de todo este trabalho, é muito importante e pode ser definida de várias formas ([Mac97], IV.1). Na proposição que se segue referimos as formas que são utilizadas neste trabalho.

(16)

Proposição 1.1.1 Uma adjunção < F, G, ϕ >: X * A fica completamente determinada por qualquer um dos items da seguinte lista:

(i) O functor G : A → X e para cada X ∈ X um objecto F0X ∈ A e o morfismo

universal ηX : X → GF0X de X para G. Então o functor F tem função

objecto F0 e é definido nos morfismos h : X → X0por GF h ◦ ηX = ηX0◦ h. (ii) Functores F , G e transformações naturais η : IX→ GF e ² : F G → IAtais

que G² ◦ ηG = IGe ²F ◦ F η = IF. A adjunção < F, G, ϕ >: X * A é, nesse caso, denotada por < F, G, η, ² >: X * A.

Numa adjunção < F, G, η, ² >: X * A, o functor F diz-se adjunto à

es-querda de G e G adjunto à direita de F . Frequentemente são usadas outras

notações tais como F a G : A → X, F a G(η, ²) e X ...⊥F ... ... A .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... ... G

sendo η a unidade e ² a counidade da adjunção.

Proposição 1.1.2 Se os functores G : A → B e G0 : B → C têm adjuntos à

esquerda F e F0, respectivamente, então F F0é adjunto à esquerda de G0G.

Dada uma subcategoria A de uma categoria B, as funções imersão, que a cada objecto e a cada morfismo de A fazem corresponder os próprios em B, definem um functor E : A → B, o functor inclusão.

Ao longo da tese as subcategorias consideradas são subcategorias plenas e

repletas, isto é o respectivo functor inclusão é pleno e são subcategorias

fecha-das para isomorfismos.

Uma subcategoria A de B diz-se reflectiva em B quando o functor inclusão

E : A → B tem adjunto esquerdo R : B → A. O functor R é chamado functor reflector e a adjunção < R, E, η, ² >: B * A diz-se a reflexão de B em A. Em

particular, a reflexão diz-se epireflectiva (regular epireflectiva) quando as com-ponentes da unidade da adjunção são epimorfismos (epimorfismos regulares, isto é, morfismos que são co-igualizadores de algum par de morfismos).

Toda a subcategoria plena e repleta X de uma categoria C é fechada para limites ([Mac97]). Relativamente a colimites, todo o diagrama em X que tem

(17)

1.1 Adjunções 7

colimite em C tem também, por reflexão, colimite em X tal como indicamos seguidamente para co-igualizadores.

Proposição 1.1.3 Seja C uma categoria com co-igualizadores. Dada uma subcategoria plena, repleta e reflectiva X de C e (f, g) : X → X0 um par de

morfismos em X, o morfismo rQ◦ q, com q : X0 → Q co-igualizador do par (f, g)

em C e rQa componente da unidade da reflexão associada a Q, é co-igualizador

do par de morfismos (f, g) em X.

Demonstração: Seja q : X0 → Q o co-igualizador em C do par de morfismos

(f, g), consideremos o seguinte diagrama

X ...f ... ...X0...q ... ... Q R(Q), ... ...

g

...rQ .. ...

como q ◦ f = q ◦ g, também (rQ◦ q) ◦ f = (rQ◦ q) ◦ g e rQ◦ q ∈ X. Seja h : X0 → X00

um morfismo em X tal que h ◦ f = h ◦ g. Como q é co-igualizador do par

(f, g) em C, então existe um único morfismo h0 : Q → X00 tal que h0 ◦ q = h.

Mas rQ é componente da unidade da reflexão, logo existe um único morfismo

h00: R(Q) → X00em X tal que h00◦ r

Q= h0. Portanto h00◦ (rQ◦ q) = h e é o único

morfismo que satisfaz esta igualdade. Supondo que existe l : R(Q) → X00tal

que l ◦ (rQ◦ q) = h, então l ◦ rQ= h00◦ rQ= h0, porque q é epimorfismo e l = h00

pela unicidade de h00. Portanto r

Q◦ q é co-igualizador do par (f, g) em X. ¤

Uma adjunção < F, G, η, ² >: X * A é uma equivalência se a unidade

η : IX → GF e a co-unidade ² : F G → IA são isomorfismos naturais. Duas

categorias dizem-se equivalentes se existe uma tal adjunção ([Mac97], IV.4).

Proposição 1.1.4 Toda a adjunção < F, G, η, ² >: A * B induz uma equiva-lência < F1, G1, η0, ²0 >: A

1 * B1entre A1e B1 que são as subcategorias plenas

de A e B definidas por:

(i) X ∈ A1 se e só se ηX é um isomorfismo em A.

(ii) Y ∈ B1se e só se ²Y é um isomorfismo em B.

(18)

Demonstração: Seja < F, G, η, ² >: A * B uma adjunção e A1, B1 as subca-tegorias plenas de A e B satisfazendo (i) e (ii), respectivamente.

Seja X ∈ A1, então ηX : X → GF X é um isomorfismo em A, logo

F ηX : F X → F GF X é um isomorfismo. Assim existe o isomorfismo

(F ηX)−1 : F GF X → F X tal que (F ηX)−1◦ F ηX = IdF X e F ηX ◦ (F ηX)−1 =

IdF GF X.

Sabendo que ²F ◦ F η = IdF temos que

²F X ◦ F ηX = IdF X ⇒ ²F X ◦ F ηX ◦ (F ηX)−1 = IdF X ◦ (F ηX)−1

⇒ ²F X ◦ IdF GF X = (F ηX)−1

⇒ ²F X = (F ηX)−1.

Como (F ηX)−1é isomorfismo, ²F X é isomorfismo, logo F X ∈ B1.

De forma análoga, tem-se que se Y ∈ B1então GY ∈ A1.

Assim obtemos uma adjunção < F1, G1, η0, ²0 >: A

1 * B1, onde

F1(X) = F (X), F1(f ) = F (f ) e ηX0 = ηX, para todo o objecto e morfismo de

A1, e G1(Y ) = G(Y ), G1(g) = G(g) e ²0

Y = ²Y, para todo o objecto e morfismo

de B1. ¤

1.2 Admissibilidade e unidades estáveis

Nesta secção referimos alguns conceitos e resultados relativos às estru-turas categoriais de Galois introduzidos por G. Janelidze em [Jan90]. Para informação detalhada ver [BJ01]. Em particular, averiguamos a admissibili-dade e a existência de uniadmissibili-dades estáveis de diversas adjunções.

Uma adjunção < F, G, η, ² >: C * X juntamente com duas classes de mor-fismos (chamadas fibrações) K e S em C e X, respectivamente, tais que

• K e S são classes estáveis para produtos fibrados e existem produtos

fibrados ao longo de morfismos de K e de S;

• K e S são classes fechadas para a composição e contêm todos os

isomor-fismos;

(19)

1.2 Admissibilidade e unidades estáveis 9

constitui umaestrutura de Galois na categoria C.

Uma estrutura de Galois numa categoria C é admissível se para todo o ob-jecto C em C e toda a fibração φ : X → F (C) em X a composição dos morfismos canónicos

F (C ×GF (C)G(X)) → F G(X) → X

é um isomorfismo.

Sejam K e S as classes de todos os morfismos de codomínio B e F (B), respectivamente. Se C/B e X/F (B) são as correspondentes categorias na ad-junção associada a uma reflexão admissível < F, G, η, ² >: C * X,

< FB, GB, ηB, ²B>: C/B * X/F (B)

o functor GB induz uma equivalência X/F (B) ∼ M/B onde M é constituída

pelos morfismos α : A → B para os quais ηB(A,α)é um isomorfismo. Este facto,

bem como os que lhe correspondem para fibrações particulares, é um resultado central da teoria referida ([BJ01] 5.1 e [CJKP97] 5.).

Consideremos K = M or(C) e S = M or(X).

Proposição 1.2.1 Uma reflexão plena, isto é uma adjunção

< F, G, η, ² >: C * X (1.1)

cuja co-unidade ² é isomorfismo, é admissível se e só se F preserva produtos fibrados da forma B B ×GF (B)G(X) GF (B) G(X) ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... π1 ...π2 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... G(ϕ) ... ... ηB com X ∈ X.

(20)

Definição 1.2.2 Diz-se que a reflexão (1.1) tem unidades estáveis quando o functor F : C → X preserva qualquer produto fibrado da forma

A A ×G(X)B G(X) B ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... π1 ...π2 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... β ... ... α

Proposição 1.2.3 Se a reflexão (1.1) tem unidades estáveis e a co-unidade ² : F G → IX é um isomorfismo, então a adjunção é admissível.

1.3 Monacidade

Uma mónada T numa categoria X é um terno (T, η, µ) constituído por um

functor T : X → X e duas transformações naturais η : IX→ T, µ : T2 → T tais

que, para todo o objecto X ∈ X, os diagramas

T2X...µX ... ...T X T3X...T µX ... ...T2X ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... µT X ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... µX T X...ηT X ... ...T2X......T...η...X...T X T X ...... ...... ...... ...... .... ............. IT X ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... µX .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... ... ... IT X são comutativos.

Dada uma mónada em X, uma T-álgebra é um par (X, ξ) constituído por um objecto X e um morfismo ξ : T X → X em X, chamado o morfismo de estrutura, para o qual os diagramas

T X...ξ .. ... X T2X...T ξ ... ...T X ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... µX ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... ξ X T X X ...ηX ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... ξ ...... ...... ...... ...... .... ............. IX são comutativos.

(21)

1.3 Monacidade 11

Um T-morfismo entre duas T-álgebras, (X, ξ) e (Y, θ), é um morfismo

f : X → Y em X para o qual o diagrama

X ...f ... ... Y T X...T f .. ...T Y ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... ξ ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... θ é comutativo.

Para qualquer mónada T numa categoria X as T-álgebras e os T-morfismos

constituem uma categoria, denotada por XT, e o functor de esquecimento

UT : XT→ X tem adjunto à esquerda

FT : X −→ XT

X 7−→ (T X, µX)

f 7−→ T f

com unidade ηT

X = ηX, para cada X ∈ X, e co-unidade ²T(Y,θ) = θ, para cada

(Y, θ) ∈ XT.

Proposição 1.3.1 Se < F, U, η, ² >: X * A é uma adjunção então existe uma mónada T em X definida da seguinte forma:

• T = U F ; • η : IX → U F ;

• µ = U ²F : U F U F → U F .

Nota: Toda a adjunção induz uma mónada e, reciprocamente, toda a

mó-nada é induzida por (em geral por mais do que) uma adjunção. Em particular

a adjunção definida por (UT, FT) induz a mónada T em X.

Teorema 1.3.2 Dada uma adjunção < F, U, η, ² >: X * A seja T a mónada

(22)

Φ(A) = (U A, U ²A) e Φ(f ) = U f . Ele é o único functor para o qual UT◦ Φ = U e

Φ ◦ F = FT, ou seja para o qual o seguinte diagrama comuta

A X XT ...Φ ... ... ...... ...... ...... ...... ...... ... .. . ... U ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... F .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... ... ... UT ... ... ... ... ... ... ... FT

O functor Φ chama-se functor de comparação de Eilenberg-Moore. Este func-tor permite "avaliar" a algebricidade da categoria A relativamente à mónada induzida pela adjunção em causa.

Um functor com adjunto à esquerda diz-se pré-monádico se o functor de comparação Φ é fiel e pleno e diz-se monádico se Φ é uma equivalência.

Da teoria das mónadas referimos seguidamente alguns factos que serão frequentemente utilizados neste trabalho.

Proposição 1.3.3 (i) O functor Φ é pré-monádico se e só se as componentes da co-unidade da adjunção são epimorfismos regulares.

(ii) Todo o functor monádico reflecte isomorfismos.

1.4 Sistemas de factorização

Enunciamos, aqui, definições e resultados sobre sistemas de pré-factoriza-ção e de factorizapré-factoriza-ção usando as notações e resultados referidos por Carboni, Janelidze, Kelly e Paré em [CJKP97].

Um sistema de factorização numa categoria C é um par (E, M), onde E e M são classes de morfismos de C, tal que todo o morfismo de C se factoriza de forma única segundo um morfismo de E seguido de um morfismo de M. Mais

precisamente, se f ∈ C então f = m ◦ e com m ∈ M e e ∈ E e, se f = m0◦ e0 é

(23)

1.4 Sistemas de factorização 13 e m0◦ g = m. A...f .. ... B C0 ...... ...... ...... .... .. .. .. .. . ... e0 ... ... ... ... m0 C ... ... ... ... e ...... ...... ...... .... .. .. .. .. . ... m ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... .. ... g

Dados morfismos p e i, numa categoria C, dizemos que p é ortogonal ao morfismo i, e escrevemos p ↓ i, se para todo o par de morfismos u, v tais que

v ◦ p = i ◦ u existe um único morfismo w que torna o seguinte diagrama

...i ... ... ...p ... ... ... ... ... ... ... ... .. ... u ... ... ... ... ... ... .. ... v .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... ... ... w comutativo.

Para cada classe H de morfismos na categoria C considera-se as seguintes classes de morfismos

H= {p|p ↓ h para todo h ∈ H} e H = {i|h ↓ i para todo h ∈ H}.

Um sistema de pré-factorização (E, M) em C é o par de classes de morfismos

para as quais E = M e M = E. Um sistema de factorização é um sistema

de pré- factorização (E, M) tal que qualquer morfismo f ∈ C se factoriza na forma f = m ◦ e com m ∈ M e e ∈ E. Em resumo, classes de morfismos em C constituem sistemas de factorização se verificam as condições da seguinte proposição.

Proposição 1.4.1 Classes de morfismos (E, M) constituem sistemas de facto-rização se e só se

(i) E e M contêm todos os isomorfismos; (ii) E e M são fechadas para a composição;

(24)

(iv) e ↓ m, com e ∈ E, m ∈ M.

Em particular, se todo o morfismo f : A → B numa categoria C se factoriza na forma f = m ◦ e sendo m monomorfismo e e epimorfismo regular então a categoria C tem um sistema de factorização (EpiReg, M ono). De facto, a classe E dos epimorfismos regulares e a classe M dos monomorfismos numa categoria C contêm os isomorfismos de C, portanto satisfazem a condição (i). Essas classes também satisfazem (iv): se e = co-ig(u, v) e m ◦ s = t ◦ e com

m ∈ M então, C0 D A C ... ... m ... ... ... ... ... ... ... ... s ...e .. ... ... ... ... ... ... ... ... ... t A0 ... ... v ...u .. ...

como m é um monomorfismo e m ◦ s ◦ u = m ◦ s ◦ v, vem que s ◦ u = s ◦ v.

Portanto, por definição de co-igualizador, existe um único morfismo d : C → C0

tal que d ◦ e = s. Além disso m ◦ d ◦ e = m ◦ s = t ◦ e implica que m ◦ d = t, sendo d o único morfismo nessas condições, como é fácil verificar.

Admitindo que todo o morfismo de C tem uma factorização (E, M), isto é a

condição (iii), resta provar (ii). Dados e1 : A → B e e2 : B → C com e1, e2 ∈ E

suponhamos que e2◦ e1 = m ◦ e é a factorização (E, M) de e2◦ e1.

D A ... ... ... ... ... ... ... ... e C ...m ... ... B ...e1 ... ... ........... C .. ... . e2 .... .... .... . .... .... .... . .... .... .... . .... .... .... . .... .... .... . .... .... .... . .... .... ... ... d1 .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . ... ... d2 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Por (iv) existe d1 tal que d1◦ e1 = e e m ◦ d1 = e2. De m ◦ d1= e2 e (iv) deduz-se

a existência de um único d2 tal que d2 ◦ e2 = d1 e m ◦ d2 = 1C. Como m é

monomorfismo e epimorfismo cindido é um isomorfismo, portanto e2◦ e1∈ E.

Em qualquer categoria a classe M é fechada para a composição, pois a composição de monomorfismos é sempre um monomorfismo.

Proposição 1.4.2 Seja C uma categoria com um sistema de factorização

(EpiReg, M ono). Se X é uma subcategoria plena, repleta e regular epireflectiva

(25)

1.5 Relações binárias internas 15

(i) X tem factorizações (EpiReg, M ono);

(ii) o functor inclusão preserva e reflecte epimorfismos regulares; (iii) se m : C → X é monomorfismo em C e X ∈ X então C ∈ X.

Proposição 1.4.3 Para um sistema de factorização (E, M) numa categoria C tem-se as seguintes propriedades:

(i) f ∈ E ∩ M ⇒ f é um isomorfismo;

(ii) a factorização f = m ◦ e, m ∈ M, e ∈ E, de um morfismo f de C é única a menos de um isomorfismo; (iii) f ∈ M se e só se e ↓ f , com e ∈ E; (iv) f ◦ g ∈ M e f ∈ M ⇒ g ∈ M, (v) no produto fibrado ...m .. ... ...n ... ... ... ... ... ... ... ... .. ... a ... ... ... ... ... ... .. ... b se m ∈ M, então n ∈ M.

As propriedades duais de (iii), (iv), (v) são válidas para morfismos em E. A propriedade (v) não é em geral válida para morfismos da classe E. Os siste-mas que verificam essa propriedade, isto é, tais que a classe E é estável para

produtos fibrados designam-se porsistemas de factorização estáveis.

1.5 Relações binárias internas

Definição 1.5.1 Seja C uma categoria. Uma relação binária interna em X ∈ C é um objecto R ∈ C juntamente com um par de morfismos conjuntamente mo-nomórfico

R ...r1 ... ... X ... ...

(26)

Definição 1.5.2 Seja C uma categoria com produtos binários. Um par R ...f ... ... X

...g .. ... de morfismos numa categoria C (ou o morfismo indu-zido pelo produto < f, g >: R → X × X), diz-se uma relação de pré-ordem em X se

(i) (f, g) é um par de morfismos monomórfico, isto é < f, g > é um monomor-fismo;

(ii) existe um morfismo δ : X → R tal que f ◦ δ = 1X, g ◦ δ = 1X;

(iii) existe um morfismo σ : R ×X R → R tal que f ◦ σ = f ◦ ρ1, g ◦ σ = g ◦ ρ2,

onde o produto fibrado é o apresentado no seguinte diagrama

R R ×X R X R ... ... ... ... ... ... ... ... . ... ρ1 ...ρ2... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... f ... ... g

Definição 1.5.3 Seja C uma categoria com produtos binários. Um par R ...f ... ... X

... ...

g de morfismos de C (ou o morfismo induzido pelo produto

< f, g >: R → X × X), diz-se uma relação de equivalência em X se

(i) (f, g) é um par de morfismos monomórfico, isto é < f, g > é um monomor-fismo;

(ii) a diagonal ∆ : X → X × X factoriza-se através de < f, g >; (iii) existe um morfismo t : R → R tal que f ◦ t = g e g ◦ t = f ;

(iv) para o diagrama produto fibrado

R A X R ... ... ... ... ... ... ... ... . ... f0 ...g0 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... f ... ... g < f ◦ f0, g ◦ g0 >: A → X × X factoriza-se através de < f, g >.

Definição 1.5.4 Uma relação de equivalência diz-se efectiva se é o par núcleo de algum morfismo.

(27)

1.6 Espaços de Stone 17

1.6 Espaços de Stone

Um espaço topológico X diz-se

• totalmente desconexo se os únicos subconjuntos conexos de X são os

sub-conjuntos singulares;

• totalmente separado se para quaisquer dois pontos distintos de X existe

um subconjunto aberto-fechado de X que contém um e não contém o outro;

• zero dimensional se os subconjuntos abertos-fechados de X formam uma

base para a topologia.

Proposição 1.6.1 Para um espaço topológico X são equivalentes as seguintes condições:

(i) X é compacto, Hausdorff e totalmente desconexo; (ii) X é compacto e totalmente separado;

(iii) X é compacto, T0 e zero dimensional.

Um espaço de Stone, também chamado espaço profinito, é um espaço topo-lógico satisfazendo uma e, portanto, todas as condições da proposição anterior. Denotamos por Stone a subcategoria plena da categoria dos espaços topológi-cos constituída por estes espaços. Sendo uma subcategoria reflectiva ([BJ01] 3.4.4) ela é fechada para produtos e subespaços. Efectivamente, Stone é uma subcategoria regular epireflectiva de CHaus, tendo, portanto, as propriedades referidas em 1.4.2.

1.7 Espaços topológicos ordenados

Tal como em [DP90] um terno (X, τ, ≤) diz-se um espaço topológico

orde-nado (pré-ordeorde-nado) se (X, τ ) é um espaço topológico e (X, ≤) é um conjunto

(28)

Neste trabalho não utilizamos a definição de espaço topológico ordenado (pré-ordenado) de L. Nachbin ([Nac65]) visto não incluirmos a condição de a relação de ordem (pré-ordem) ser fechada em X ×X. No entanto essa condição surge naturalmente em determinados tipos de espaços como veremos.

A categoria T opOrd é a categoria cujos objectos são os espaços topológicos ordenados e os morfismos são as aplicações contínuas que preservam a ordem e o mesmo para T opP reord.

Proposição 1.7.1 As categorias T opOrd e T opP reord são completas.

Demonstração: Dado um conjunto {(Xi, τi, ≤i)|i ∈ I} de espaços topológicos

ordenados o seu produto é o terno (X, τ, ≤), onde X =Qi∈IXi é o produto dos

conjuntos subjacentes, τ é a topologia produto e (xi)i∈I ≤ (yi)i∈I se e só se

xi ≤i yi para todo o i ∈ I, munido das projecções pi : (X, τ, ≤) → (Xi, τi, ≤i).

Como o espaço singular é objecto terminal em T opOrd, concluímos que esta categoria tem produtos.

O igualizador em T opOrd de f, g : (X, τ, ≤) → (Y, τ, ≤) é o par (E, i) onde

E = {x|f (x) = g(x)} é o subconjunto de X equipado com a topologia e a ordem

de subespaço de X e i : E → X é a inclusão.

Sendo uma categoria com produtos e igualizadores T opOrd tem limites ([Mac97], capV 2, teorema 2), isto é, é uma categoria completa. E o mesmo se

verifica para T opP reord. ¤

O functor de esquecimento U : T opP reord → T op preserva limites. O resul-tado seguinte dá-nos uma boa razão para esse facto e diz-nos que U também preserva colimites.

Proposição 1.7.2 O functor U : T opP reord → T op tem adjunto à esquerda e adjunto à direita.

Demonstração: Os functores F, G : T op → T opP reord definidos em objectos

por F (X, τ ) = (X, τ, ∆X), onde ∆X = {(x, x)|x ∈ X}, e G(X, τ ) = (X, τ, X × X)

(29)

1.7 Espaços topológicos ordenados 19

Seja P reord a categoria dos conjuntos pré-ordenados e das funções que

preservam as pré-ordens. Denotemos por RX o subconjunto {(x, x0)|x ¹ x0} de

X × X para (X, ¹) ∈ P reord.

Lema 1.7.3 ([JS02] 2.2) Um morfismo f : (X, ¹) → (Y, ¹) é um epimorfismo regular em P reord se e só se f (X) = Y e RY é o fecho transitivo de f × f (RX).

Usamos também ¹X para denotar RX.

Seja V : T opP reord → P reord o functor de esquecimento.

Proposição 1.7.4 O morfismo f : (X, τ, ¹) → (Y, τ, ¹) é um epimorfismo re-gular em T opP reord se e só se U f é epimorfismo rere-gular em T op e V f é epimor-fismo regular em P reord.

Demonstração: Se f é um epimorfismo regular em T opP reord então f é o

co-igualizador do seu par núcleo (π1, π2) e, por 1.7.2, (U π1, U π2) é o par núcleo

de U f e U f é o co-igualizador de (U π1, U π2). Além disso, supondo que RY

contém estritamente o fecho transitivo de f × f (RX), seja Y0 o espaço com o

mesmo espaço topológico subjacente de Y e RY0o fecho transitivo de f ×f (RX).

O morfismo f0 : X → Y0 definido por f0(x) = f (x), para todo o x ∈ X, é tal que

f0◦ π

1 = f0◦ π2 mas não se factoriza através de f . Consequentemente, f não

é co-igualizador de (π1, π2).

Reciprocamente, se U f e V f são epimorfismos regulares em T op e P reord,

respectivamente, e g ◦ π1 = g ◦ π2 em T opP reord, então existe um morfismo

h ∈ T op tal que h ◦ f = g.

Além disso, se y ¹ y0em Y , pela lema anterior, existe uma sequência finita

x0 ¹ x00, x1 ¹ x01, . . . , xn¹ x0n

em X tal que y = f (x0), f (x0i) = f (xi+1), para i = 0, 1, . . . , n − 1, e y0 = f (x0n).

Então h(y) = g(x0) ¹ g(x00) = g(x1) ¹ . . . ¹ g(x0n) = h(y0) e, pela transitividade,

h(y) ¹ h(y0). Portanto, h ∈ T opP reord e é o único morfismo que satisfaz a

(30)

Proposição 1.7.5 T opOrd é uma subcategoria plena e regular epireflectiva de T opP reord

Demonstração: Para X = (X, τ, ¹) em T opP reord define-se uma relação de

equivalência em X da seguinte forma

x ∼ x0 ⇔ x ¹ x0 e x0¹ x

e toma-se I(X) = (X/ ∼, τ, ≤) onde X/ ∼ é o conjunto quociente, τ é a topologia

quociente relativamente à projecção canónica pX : X → X/ ∼ e ≤ é o fecho

transitivo de pX × pX(RX), que é uma ordem em X/ ∼. Então pX : X → I(X)

é a reflexão de X em T opOrd. Além disso, por 1.7.4, pX é um epimorfismo

regular sendo portanto T opOrd uma subcategoria plena e regular epireflectiva

de T opP reord. ¤

Seja CP reord a subcategoria plena de T opP reord cujos objectos são ternos (X, τ, ¹) tais que (X, τ ) é objecto da subcategoria plena C de T op. Denotamos por U e V os correspondentes functores de esquecimento de CP reord em C e em P reord.

As proposições desta secção são casos particulares das que reunimos no teorema que se segue.

Teorema 1.7.6 Em CP reord

(i) O functor U : CP reord → C tem adjunto à esquerda e à direita;

(ii) um functor D : I → CP reord tem limite se e só se U D : I → C tem limite em C;

(iii) se C é fechada para produtos fibrados um morfismo f ∈ CP reord é epi-morfismo regular se e só se U f e V f são epiepi-morfismos regulares em C e em P reord, respectivamente;

(iv) se, para (X, τ, ¹) ∈ CP reord, X/ ∼ com a topologia quociente pertence ainda a C então COrd é uma subcategoria regular epireflectiva de CP reord.

(31)

1.8 Espaços de Priestley 21

1.8 Espaços de Priestley

Seja X um espaço topológico ordenado (pré-ordenado). Um subconjunto I de X diz-se decrescente em X se

x, y ∈ X, y ∈ I e x ≤ y ⇒ x ∈ I.

Denotamos por AF D(X) o conjunto dos subconjuntos abertos-fechados de-crescentes de X.

Definição 1.8.1 O espaço topológico ordenado (pré-ordenado) (X, τ, ≤) diz-se totalmente desconexo em relação à ordem (pré-ordem) se dados x, y ∈ X tais que y 6≤ x existe um subconjunto U aberto-fechado decrescente de X tal que x ∈ U e y 6∈ U .

Proposição 1.8.2 Todo o espaço totalmente desconexo em relação à ordem é espaço de Hausdorff.

Demonstração: Seja (X, τ, ≤) um espaço totalmente desconexo em relação

à ordem. Vejamos que é de Hausdorff. Sejam x, y ∈ X tais que x 6= y.

Suponhamos que y 6≤ x. Então, como (X, τ, ≤) é totalmente desconexo em relação à ordem, existe U , subconjunto aberto-fechado decrescente de X, tal

que x ∈ U e y /∈ U .

Sendo U aberto-fechado, X − U é aberto-fechado. Como y /∈ U , então

y ∈ X − U . Assim existem os abertos U , X − U tais que x ∈ U , y ∈ X − U e

U ∩ (X − U ) = ∅, ou seja (X, τ ) é espaço de Hausdorff. ¤

Proposição 1.8.3 Todo o subespaço de um espaço totalmente desconexo em relação à ordem é ainda totalmente desconexo em relação à ordem.

Demonstração: Seja (X, τ, ≤) um espaço topológico totalmente desconexo

em relação à ordem. Seja A um subespaço de X.

(32)

Sejam a, a0 ∈ A tais que a 6≤ a0. Então existe U ∈ AF D(X) tal que a0 ∈ U e

a /∈ U . Se U é aberto-fechado decrescente de X então U ∩ A é aberto-fechado

decrescente de A, e assim A é totalmente desconexo em relação à ordem. ¤

Proposição 1.8.4 O espaço produto de espaços topológicos totalmente desco-nexos em relação à ordem é ainda um espaço totalmente desconexo em relação à ordem.

Demonstração: Sejam (Xi)i∈I uma família de espaços topológicos

ordena-dos totalmente desconexos em relação à ordem.

Vejamos que o espaço topológico produto,Qi∈IXi, é totalmente desconexo

em relação à ordem.

Sejam (xi)i∈I, (yi)i∈I

Q

i∈IXi tais que (xi)i∈I 6≤ (yi)i∈I. Então existe um

índice i0 ∈ I para o qual xi0 6≤ yi0. Em Xi0 existe Ui0 ∈ AF D(Xi0) tal que

yi0 ∈ Ui0 e xi0 ∈ U/ i0.

Fazendo Ui = Xi, para todo o i 6= i0, em U =

Q

i∈IUi, U é um subconjunto

aberto-fechado decrescente do espaço produto,Qi∈IXi, tal que (yi)i∈I ∈ U e

(xi)i∈I ∈ U . Logo o espaço produto considerado é totalmente desconexo em/

relação à ordem. ¤

Um espaço de Priestley é um espaço topológico ordenado, compacto e to-talmente desconexo em relação à ordem, portanto os espaços de Priestley são espaços de Stone visto serem espaços compactos, Hausdorff e totalmente des-conexos.

Denotamos por P sp a subcategoria plena de T opOrd constituída pelos es-paços de Priestley.

Proposição 1.8.5 Se X é um espaço totalmente desconexo em relação à ordem então a relação é fechada.

Demonstração: Seja (X, τ, ≤) um espaço totalmente desconexo em relação

à ordem e seja RX = {(x, y) ∈ X × X|x ≤ y}. Mostremos que RX é um

(33)

1.8 Espaços de Priestley 23

Consideremos A = (X × X) − RX e vejamos que A é um aberto de X × X.

Seja (x, y) ∈ A, isto é x 6≤ y. Como X é um espaço totalmente desconexo em relação à ordem, existe U aberto-fechado decrescente de X tal que y ∈ U e

x /∈ U . Logo existe um subconjunto aberto de X × X, (X − U ) × U , que contém

(x, y). Vejamos que (X − U ) × U ⊆ A.

Seja (a, b) ∈ (X − U ) × U . Suponhamos que (a, b) /∈ A. Então a ≤ b, como

b ∈ U e U é decrescente, tem-se a ∈ U , o que é um absurdo. ¤

Em particular, num espaço de Priestley a relação de ordem é interna. De

facto, RX sendo um subespaço fechado de X × X é compacto e totalmente

desconexo em relação à ordem. Além disso P sp é uma subcategoria plena de

T opOrd.

Um espaço finito e discreto é um espaço de Priestley relativamente a qual-quer ordem.

F. Borceux e G. Janelidze, em [BJ01] 3.4.7, caracterizam os espaços de Stone como sendo limites de espaços topológicos finitos e discretos. Para obter uma "versão ordenada" deste resultado, seguindo um raciocínio semelhante, temos que passar a um patamar mais elevado de generalidade e considerar os espaços de Stone pré-ordenados que são totalmente desconexos em rela-ção à pré-ordem. A correspondente subcategoria plena de T opP reord vai ser denotada por P P reord.

Proposição 1.8.6 As categorias P sp e P P reord são completas.

Demonstração: Como o produto de espaços compactos é compacto, de 1.8.4

e atendendo a que o objecto terminal de T opOrd e T opP reord (o espaço orde-nado singular) é o terminal em P sp e em P P reord, vem que estas categorias têm produtos.

De 1.8.2 e 1.8.3 conclui-se que o igualizador de qualquer par de morfismos em P sp ou P P reord ainda pertence a essas categorias: basta ver que no igua-lizador (E, i) do par f, g : X → Y , E é um subconjunto fechado de X (porque

(34)

estamos a trabalhar com espaços Hausdorff) portanto compacto.

Concluímos portanto que P sp e P P reord tendo produtos e igualizadores

têm todos os limites. ¤

Teorema 1.8.7 Um espaço topológico pré-ordenado é objecto de P P reord se e só se é limite de espaços pré-ordenados finitos e discretos.

Demonstração: Um espaço finito e discreto é compacto. Ele é também

to-talmente desconexo em relação a qualquer pré-ordem (tal como a qualquer ordem). Pela proposição anterior concluímos que o limite de espaços pré--ordenados finitos e discretos é ainda um objecto de P P reord.

Reciprocamente, seja X ∈ P P reord e R o conjunto das relações de equi-valência R em X tais que o espaço topológico quociente X/R relativamente à

projecção canónica pR: X → X/R é finito e discreto. Considerando o conjunto

R ordenado por inclusão como uma categoria seja

D : R → P P reord

o functor definido por D(R) = X/R, o espaço quociente com a relação de

pré--ordem que é o fecho transitivo de pR× pR(¹X).

Se R ⊆ R0 temos um morfismo X/R → X/R0 definido por [x]

R 7→ [x]R0,

denotando por [x]R e por [x]R0 as correspondentes classes de equivalência de

x ∈ X.

Seja (λR : L → X/R)R∈R o limite de D. Como (pR : X → X/R)R∈R é um

cone de X para D, pela definição de limite, existe um único morfismo g em

P P reord tal que λR◦ g = pRpara todo o R ∈ R.

Pelo teorema 3.4.7 em [BJ01], g é um homeomorfismo. Suponhamos agora que g(x) ¹ g(y) e que x 6¹ y. Então, porque X é totalmente desconexo em relação à pré-ordem, existe U subconjunto aberto-fechado decrescente de X

tal que y ∈ U e x /∈ U .

Tomemos a relação de equivalência RU em X correspondente à partição

{U, X − U }. Então RU ∈ R. Vejamos que [x]RU 6¹ [y]RU.

Suponhamos que [x]RU ¹ [y]RU, então existem

x0

(35)

1.8 Espaços de Priestley 25

[x0

1]RU = [x]RU, [x1]RU = [x02]RU, . . . , [xn]RU = [y]RU.

Assim, como y ∈ U então xn ∈ U e, também, x0n ∈ U , pois U é um

sub-conjunto decrescente. Aplicando o mesmo raciocínio sucessivamente temos

também x0

1 ∈ U .

Por outro lado, x /∈ U logo x ∈ X − U , e, como [x01]RU = [x]RU, também

x0

1 ∈ X − U . O que é um absurdo.

Assim existe uma relação de equivalência RU ∈ R tal que [x]RU 6¹ [y]RU,

portanto g(x) 6¹ g(y).

Portanto X é limite de espaços topológicos pré-ordenados finitos e

discre-tos, a menos de um isomorfismo. ¤

Partindo de um espaço de Priestley X, as relações induzidas em X/R pelo fecho transitivo podem não ser, e não são em geral, relações de ordem. Con-tudo o limite L sendo isomórfico em P P reord a X é ordenado: considerando os espaços pré-ordenados X/R, mais precisamente o correspondente diagrama em P P reord definido pela categoria R e o seu limite em P P reord obtemos o espaço de Priestley X de que partimos.

Assim, o teorema anterior dá-nos uma forma de construir espaços de Pries-tley.

Corolário 1.8.8 Todo o espaço de Priestley é limite de espaços finitos, discre-tos e pré-ordenados.

(36)
(37)

2

Adjunção dual entre T opOrd

e Ret

0,1

Seja T opOrd a categoria dos espaços topológicos ordenados e das aplicações

contínuas que preservam a ordem, definida na secção 1.7. Ret0,1 denota a

categoria cujos objectos são os reticulados limitados e que tem por morfismos os homomorfismos de reticulados que preservam o zero e o um.

Vamos estabelecer uma adjunção entre T opOrd e a categoria dual da

ca-tegoria Ret0,1 cuja equivalência induzida, no sentido de 1.1.4, é exactamente

a dualidade de Priestley. Daí se deduz a reflexão da categoria CHausOrd dos espaços compactos Hausdorff ordenados em P sp.

2.1 Adjunção entre T opOrd e Ret

op0,1

O conjunto 2 = {0, 1} com a ordem 0 < 1 é um reticulado limitado, que

denotamos por 2r. O mesmo conjunto ordenado equipado com a topologia

dis-creta é um espaço topológico ordenado, denotado por 2t.

Para um objecto L de Ret0,1, consideremos o conjunto Hom(L, 2r) com a

ordem ponto a ponto, isto é f ≤ g se e só se f (a) ≤ g(a) para todo o a ∈ L, 27

(38)

sendo a topologia a menor topologia na qual todos os subconjuntos

Ua= {f ∈ Hom(L, 2r)|f (a) = 1}, a ∈ L (2.1)

e os seus complementos são subconjuntos abertos.

Proposição 2.1.1 Existe um functor U : Retop0,1 → T opOrd que a cada L ∈ Ret0,1 faz corresponder o espaço topológico Hom(L, 2r) e a todo o

mor-fismo f : L → K em Ret0,1 faz corresponder o morfismo U (f ) : Hom(K, 2r) →

Hom(L, 2r) definido por U (f )(g) = g ◦ f .

Demonstração: De facto, para todo o morfismo f : L → K em Ret0,1 a aplicação

U f : Hom(K, 2r) −→ Hom(L, 2r)

g −→ g ◦ f

é contínua e preserva a ordem, pois sejam g, h ∈ Hom(K, 2r) tais que g ≤ h,

isto é g(b) ≤ h(b) para todo o b ∈ K. Seja a ∈ L.

U f (g)(a) = (g ◦ f )(a) = g(f (a)) ≤ h(f (a)) = (h ◦ f )(a) = U f (h)(a). Então U f (g) ≤ U f (h), isto é U f preserva a ordem.

Mostremos que U f é uma aplicação contínua. Seja b ∈ L. (U f )−1(Ub) = {g ∈ Hom(K, 2r)|(U f )(g) ∈ Ub} = {g ∈ Hom(K, 2r)|(g ◦ f ) ∈ Ub} = {g ∈ Hom(K, 2r)|(g ◦ f )(b) = 1} = {g ∈ Hom(K, 2r)|g(f (b)) = 1} = Uf (b), subconjunto aberto de Hom(K, 2r).

(U f )−1(Hom(L, 2r) − Ub) = {g ∈ Hom(K, 2r)|U f (g) /∈ Ub}

= {g ∈ Hom(K, 2r)|(g ◦ f )(b) 6= 1}

= {g ∈ Hom(K, 2r)|g(f (b)) 6= 1}

= Hom(K, 2r) − Uf (b), subconjunto aberto

de Hom(K, 2r).

É óbvio que U (idL) = idU L e que U (g ◦ f ) = U f ◦ U g já que U é uma

"elevação" do functor Hom(−, 2r) : Retop0,1 → Conj para T opOrd, onde Conj

(39)

2.1 Adjunção entre T opOrd e Retop0,1 29

Vamos agora provar que também o functor Hom(−, 2t) : T opOrd → Conj

admite uma "elevação" para F : T opOrd → Retop0,1.

Para um objecto X ∈ T opOrd, o conjunto Hom(X, 2t) com a ordem ponto

a ponto é um reticulado limitado, onde o zero (limite inferior) e o um (limite superior) são definidos por

θX : X → 2t, θ(x) = 0, ∀x ∈ X

ιX : X → 2t, ι(x) = 1, ∀x ∈ X,

respectivamente, e

(f ∧ g)(x) = f (x) ∧ g(x), ∀x ∈ X (f ∨ g)(x) = f (x) ∨ g(x), ∀x ∈ X

Proposição 2.1.2 Define-se um functor F : T opOrd → Retop0,1 fazendo

corres-ponder a cada X ∈ T opOrd o reticulado limitado Hom(X, 2t) e a cada

mor-fismo f : X → Y em T opOrd a função F (f ) : Hom(Y, 2t) → Hom(X, 2t) tal que

F (f )(g) = g ◦ f .

Demonstração: Para qualquer morfismo f : X → Y em T opOrd a aplicação

F f : Hom(Y, 2t) −→ Hom(X, 2t)

g −→ g ◦ f

é um morfismo de reticulados limitados. De facto tem-se, para qualquer x ∈ X,

F f (θY)(x) = (θY ◦ f )(x) = θY(f (x)) = 0;

F f (ιY)(x) = (ιY ◦ f )(x) = ιY(f (x)) = 1;

F f (g ∧ h)(x) = (F f (g) ∧ F f (h))(x), ∀g, h ∈ Hom(Y, 2t);

F f (g ∨ h)(x) = (F f (g) ∨ F f (h))(x), ∀g, h ∈ Hom(Y, 2t).

E para quaisquer g, h ∈ Hom(Y, 2t) tais que g ≤ h, isto é tal que g(y) ≤ h(y)

para todo o y ∈ Y , g ◦ f ≤ h ◦ f . Logo F define um functor de T opOrd em Retop0,1.

¤ Para todo o espaço topológico ordenado X e x ∈ X a aplicação de avaliação,

avX,x : Hom(X, 2t) → 2r tal que avX,x(i) = i(x), para todo o i ∈ Hom(X, 2t), é

(40)

Proposição 2.1.3 A função que a cada X ∈ T opOrd faz corresponder

ηX : X −→ U F X = Hom(Hom(X, 2t), 2r)

x −→ avX,x

é uma transformação natural η : IdT opOrd→ U F .

Demonstração: A aplicação ηX preserva a ordem. Vejamos que é contínua.

Seja f ∈ F X. η−1X (Uf) = {x ∈ X|ηX(x) ∈ Uf} = {x ∈ X|avX,x(f ) = 1} = {x ∈ X|f (x) = 1} = f−1(1), subconjunto aberto de X. η−1X (U F X − Uf) = {x ∈ X|ηX(x) /∈ Uf} = {x ∈ X|avX,x(f ) 6= 1} = f−1(0), subconjunto aberto de X.

Sejam X, Y espaços topológicos ordenados. Seja f : X −→ Y uma aplicação contínua que preserva a ordem. Mostremos que o seguinte diagrama comuta

Y X U F Y U F X ... ... ... ... ... ... ... ... . ... f ...ηX ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... U F f ... ... ηY Seja x ∈ X. (ηY ◦ f )(x) = ηY(f (x)) = avY,f (x). (U F f ◦ ηX)(x) = U F f (ηX(x)) = U F f (avX,x) = avX,x◦ F f .

Vejamos que avY,f (x= avX,x◦ F f .

Seja i ∈ Hom(Y, 2t).

avY,f (x(i) = i(f (x)).

(avX,x◦ F f )(i) = avX,x(F f (i)) = avX,x(i ◦ f ) = (i ◦ f )(x) = i(f (x)). ¤

Para todo o reticulado limitado L e a ∈ L a aplicação avaliação,

avL,a : Hom(L, 2r) → 2t tal que avL,a(i) = i(a) para todo o i ∈ Hom(L, 2r), é

(41)

2.1 Adjunção entre T opOrd e Retop0,1 31

Proposição 2.1.4 A função que a cada L ∈ Ret0,1 faz corresponder

²L: L −→ Hom(Hom(L, 2r), 2t)

a −→ avL,a

é uma transformação natural ² : IdRet0,1 → F U .

Demonstração: A aplicação ²Lé um morfismo de reticulados limitados.

Seja f : L −→ K um morfismo de reticulados limitados. Vejamos que o diagrama seguinte comuta

K L F U K F U L ... ... ... ... ... ... ... ... . ... f ...²L ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... . ... F U f ... ... ²K Seja a ∈ L.

(F U f ◦ ²L)(a) = F U f (²L(a)) = F U f (avL,a) = avL,a◦ U f .

K◦ f )(a) = ²K(f (a)) = avK,f (a).

Vejamos que avL,a◦ U f = avK,f (a).

Seja i ∈ Hom(L, 2r).

(avL,a◦ U f )(i) = avL,a(U f (i))

= avL,a(i ◦ f )

= (i ◦ f (a)) = i(f (a)) = avK,f (a).

¤

Teorema 2.1.5 O functor F é adjunto à esquerda do functor U : Retop0,1 T opOrd.

Demonstração: Vamos provar que os functores F , U e as transformações

naturais η e ² satisfazem as identidades triangulares, isto é que

U ²L◦ ηU L= IdU Le F ηX ◦ ²F X = IdF X, para todo L ∈ Ret0,1 e X ∈ T opOrd.

(42)

(F ηX ◦ ²F X)(f ) = F ηX(²F X(f )) = F ηX(avF X,f) = avF X,f◦ ηX.

Vejamos que avF X,f ◦ ηX = f .

Seja x ∈ X.

(avF X,f ◦ ηX)(x) = (avF X,f)(ηX(x)) = (avF X,f)(avX,x) = avX,x(f ) = f (x).

Similarmente, U ²L◦ ηU L= IdU L. ¤

2.2 Dualidade de Priestley

Vamos agora determinar a equivalência induzida, no sentido de 1.1.4, pela adjunção definida na secção anterior.

Dado um espaço topológico ordenado X , o conjunto dos abertos-fechados decrescentes de X, AF D(X), é um reticulado distributivo limitado para a re-lação de inclusão.

Proposição 2.2.1 Seja X um espaço topológico ordenado. O reticulado limi-tado F (X) = Hom(X, 2t) é isomorfo a AF D(X)op.

Demonstração: Consideremos a aplicação

ϕ : Hom(X, 2t) −→ (AF D(X))op

f −→ f−1({0})

e provemos que ϕ é isomorfismo de reticulados limitados.

Dado f ∈ Hom(X, 2t), isto é f : X → 2t é uma aplicação contínua que

preserva a ordem, f−1({0}) ∈ AF D(X).

Sejam f, g ∈ Hom(X, 2t) tais que f 6= g, isto é existe x ∈ X tal que

f (x) 6= g(x), logo tem-se (x ∈ f−1({0}) e x /∈ g−1({0})) ou (x /∈ f−1({0}) e

x ∈ g−1({0})), e portanto ϕ é uma aplicação injectiva.

De seguida mostremos que ϕ é uma aplicação sobrejectiva.

Dado A ∈ AF D(X), seja f : X → 2ttal que

f (x) =

(

0 se x ∈ A,

(43)

2.2 Dualidade de Priestley 33

Ora f ∈ Hom(X, 2t) e ϕ(f ) = A. Logo ϕ é sobrejectiva.

ϕ(θX) = θ−1X ({0}) = {x ∈ X|θX(x) = 0} = X ϕ(ιX) = ι−1X ({0}) = {x ∈ X|ιX(x) = 0} = ∅ ϕ(f ∧ g) = (f ∧ g)−1({0}) = f−1({0}) ∪ g−1({0}) = ϕ(f ) ∪ ϕ(g), ∀f, g ∈ Hom(X, 2t). ϕ(f ∨ g) = (f ∨ g)−1({0}) = f−1({0}) ∩ g−1({0}) = ϕ(f ) ∩ ϕ(g), ∀f, g ∈ Hom(X, 2t).

Sejam g, h ∈ Hom(X, 2t) tais que g ≤ h, isto é g(x) ≤ h(x), para todo o

x ∈ X. Então h−1(0) ⊆ g−1(0). ¤

Dado um reticulado limitado L, o conjunto dos ideais primos de L,

de-notado por Ip(L), é um espaço topológico ordenado. A topologia tem como

subbase de abertos o conjunto

S = {Vb|b ∈ L} ∪ {IP(L) − Vc|c ∈ L},

sendo

Vb= {I ∈ Ip(L)|b /∈ I}. (2.2)

Proposição 2.2.2 Para todo o reticulado distributivo limitado L o espaço to-pológico dos ideais primos de L, X = (Ip(L), τ ), é compacto.

Demonstração: Pelo Lema da subbase de Alexander, basta provarmos que

toda a cobertura aberta de X por elementos de S tem uma subcobertura finita.

Sejam A0, A1 ⊆ L tais que

X ⊆ ( [ b∈A0 Vb) ∪ ( [ c∈A1 (X − Vc))

Seja J o ideal gerado por A0 e G o filtro gerado por A1. Suponhamos que

J ∩ G = ∅, pelo Teorema do Ideal Primo, existe I ideal primo de L tal que J ⊆ I e I ∩ G = ∅

Como I ∈ X, então

(44)

Se I ∈ Vb então b /∈ I. Mas b ∈ A0⊆ J ⊆ I. O que é um absurdo.

Se I ∈ (X − Vc) então c ∈ I. Mas c ∈ A1 ⊆ G e I ∩ G = ∅. O que é um

absurdo. Então J ∩ G 6= ∅ Seja a ∈ J ∩ G.

Temos os seguintes casos:

1. Suponhamos que A0 6= ∅, A1 6= ∅

Então, como

J = (A0] =↓ {b1∨ b2∨ ... ∨ bn|n ∈ IN, a1, a2, ..., an∈ A0} (1)

G = [A1) =↓ {c1∧ c2∧ ... ∧ ck|k ∈ IN, c1, c2, ..., ck∈ A1}

existe n, k ∈ IN, b1, ..., bn∈ A0, c1, ..., ck∈ A1 tal que

c1∧ ... ∧ ck≤ a ≤ b1∨ ... ∨ bn.

Seja I ∈ X.

Se a ∈ I então c1∧ ... ∧ ck ∈ I, logo I /∈ Vc1∧...∧ck = Vc1 ∩ ... ∩ Vck. Então

I ∈ (X − Vc1) ∪ ... ∪ (X − Vck).

Se a /∈ I então b1∨ ... ∨ bn ∈ I e, consequentemente I ∈ V/ b1∨...∨bn = Vb1

...∪Vbn. Concluímos então que X = Vb1∪...∪Vbn∪(X −Vc1)∪...∪(X −Vck),

isto é, existe uma subcobertura finita.

2. Suponhamos que A0 6= ∅ e A1 = ∅. Neste caso G = {1}, então a = 1

e 1 ∈ J. Existe n ∈ IN e b1, ..., bn ∈ A0 tal que 1 ≤ b1 ∨ ... ∨ bn. Então

1 = b1 ∨ ... ∨ bn e V1 = Xb1∨...∨bn = Vb1 ∪ ... ∪ Vbn. Logo existe uma

subcobertura finita.

3. Se A0 = ∅ e A1 6= ∅, de uma forma similar prova-se que existe uma

subcobertura finita.

4. Se A0= ∅ e A1 = ∅, é trivial que existe uma subcobertura finita.

¤

Proposição 2.2.3 Dado um reticulado distributivo limitado L e o espaço to-pológico ordenado dos ideais primos de L, X = (Ip(L), τ, ⊆), tem-se:

(45)

2.2 Dualidade de Priestley 35

(i) I, J ∈ Ip(L), J 6⊆ I ⇒ ∃a ∈ L : I ∈ Vae J /∈ Va;

(ii) Os subconjuntos abertos-fechados decrescentes de X são exactamente os conjuntos Va= {I ∈ Ip(L)|a /∈ I} com a ∈ L.

Demonstração:

(i) Sejam I, J ideais primos de L tais que J 6⊆ I. Então existe a ∈ L tal que

a ∈ J e a /∈ I logo J /∈ Vae I ∈ Va.

Mais, para todo o a ∈ L, Va é um subconjunto aberto-fechado de X,

por-que Va∈ S, e X − Va∈ S.

(ii) Sejam I ∈ Vae J ∈ Ip(L) tais que J ⊆ I. Se a ∈ J temos a ∈ I, o que é um

absurdo, porque I ∈ Va, logo J ∈ Va. Então Vaé decrescente.

Seja V um subconjunto aberto-fechado decrescente de X.

Se V = ∅, então V = V0.

Se V = X então V = V1.

Suponhamos que V 6= ∅ e V 6= X. Seja J ∈ X − V . Para todo o I ∈ V

,tem-se J 6⊆ I, porque V é decrescente e J /∈ V . Por 1, para todo o I ∈ V , existe

aI ∈ L tal que I ∈ VaI e J /∈ VaI. Logo

V ⊆ [ I∈V VaI e J /∈ [ I∈V VaI.

Como X é compacto e V é fechado, V é compacto. Como VaI é aberto para

todo o I ∈ V , existe U ⊆ V não vazio e finito tal que

V ⊆ [ I∈V VaI Seja bJ = _ I∈V aI. Então V ⊆ VbJ e J /∈ VbJ. Seja J ∈ X − V . Tem-se X − V ⊆ [ J∈X−V (X − VbJ) e V ⊆ \ J∈X−V VbJ.

Referências

Documentos relacionados

Todavia, nos substratos de ambos os solos sem adição de matéria orgânica (Figura 4 A e 5 A), constatou-se a presença do herbicida na maior profundidade da coluna

7,2 m³ COM EXTENSÕES ARTICULÁVEIS PADRÃO / 10,0 m³ COM EXTENSÕES ARTICULÁVEIS OPCIONAIS LEITURA DINÂMICA, ATRAVÉS DE CÉLULA DE CARGA DE COMPRESSÃO DE ALTA PRECISÃO. CINTA

A nível da engenharia dos tecidos será abordada uma visão geral dos diferentes tipos de células estaminais dentárias, como as células estaminais da polpa dentária, de

As key results, we found that: the triceps brachii muscle acts in the elbow extension and in moving the humerus head forward; the biceps brachii, pectoralis major and deltoid

Contudo, não é possível imaginar que essas formas de pensar e agir, tanto a orientada à Sustentabilidade quanto a tradicional cartesiana, se fomentariam nos indivíduos

Trabalhar com Blogs para auxiliar a aprendizagem de conteúdos matemáticos, ou desenvolver o pensamento geométrico com base nas técnicas de dobraduras não é algo

Conforme a adesão à medicação, para este estudo, considerou-se apenas o consentimento da terapia antirretroviral, visto que a literatura não apresenta nenhum

Os instrutores tiveram oportunidade de interagir com os vídeos, e a apreciação que recolhemos foi sobretudo sobre a percepção da utilidade que estes atribuem aos vídeos, bem como