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Vinculação em Fratrias Institucionalizadas Juntas e Separadas: Revisão da Literatura

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Cabeçalho: VINCULAÇÃO EM FRATRIAS INSTITUCIONALIZADAS JUNTAS E SEPARADAS

Vinculação em Fratrias Institucionalizadas Juntas e Separadas: Revisão da Literatura

Ana Catarina Morais

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Orientador: Professora Doutora Otília Monteiro Fernandes

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Gostaríamos de dirigir algumas palavras de agradecimento e grande apreço a todos

aqueles que de uma forma ou de outra contribuíram para que este trabalho fosse

possível. À Prof. Doutora Otília Monteiro Fernandes pela escuta, paciência, interesse e

valiosas sugestões. Aos Directores das valências onde a amostra foi recolhida, pela

abertura, disponibilidade e possibilidade de trabalho. A todos os jovens que aceitaram

participar neste estudo, pela simpatia e colaboração. À Cláudia, Margarida, Sandra e

Ana pelo companheirismo, amizade e apoio nas horas de indecisão. Em especial à

memória do meu Avô, bússola e mapa da minha vida. Ao Victor, meu braço direito e

(3)

Resumo

O presente estudo tem como objectivo analisar a relação existente entre os diversos

tipos de vinculação (segura, insegura e ambivalente/ansiosa) em fratrias

institucionalizadas juntas e separadas. Na opção por esta temática deparamo-nos com a

escassez de material empírico nomeadamente produzido em Portugal à volta desta

problemática. A revisão da literatura efectuada vem, desta forma, espelhar as poucas

investigações centradas em torno das fratrias vitimas de maus tratos e o tipo de

vinculação que estabelecem e com quem. Partimos do ponto de partida de que os irmãos

funcionam como base de apoio em trajectórias desfavoráveis podendo até reverter o tipo

de vinculação insegura estabelecido. Partimos inevitavelmente por abordar a Teoria da

Vinculação, conceptualizando assim a importância do vínculo nos primeiros meses/anos

de vida, a quebra do vínculo e o estabelecimento de vinculações atípicas ao longo do

desenvolvimento. Abordamos igualmente o papel dos irmãos, analisando a sua

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Abstract

This study aims to analyze the relationship between the various types of attachment

(secure, ambivalent and insecure / anxious) in siblings institutionalized together and

apart. In the choice of this theme we are faced with the scarcity of empirical data

produced in Portugal and in particular around the issue. The literature review has been

carried out thus, mirroring the few investigations centered around the siblings victims of

abuse and the type of binding that establish and with whom. We start from the starting

point of the siblings work as a support base in unfavorable trajectories may even reverse

the type of insecure attachment established. We start by addressing inevitably

Attachment Theory, conceptualizing the importance of the bond in the first months /

years of life, breaking the bond and the establishment of linkages along the atypical

development. We address also the role of the brothers, examining its importance and

(5)

Resumo………..2

Abstract ……… 2

PARTE I: Revisão da Literatura Introdução……….….4

Revisão da Literatura……….5

Referências Bibliográficas………19

PARTE II: Estudo Empírico Resumo……….24 Abstract……… 25 Introdução……… 26 Metodologia……….……….27 Participantes……….………27 Procedimentos……….……….27 Instrumentos……….………28 Resultados……….………29 Discussão……….…….32 Referências Bibliográficas……….…….…….34

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Vinculação em Fratrias Institucionalizadas Juntas e Separadas: Revisão da

Literatura

Introdução

A família é considerada um espaço de vivência e partilha de emoções (Alarcão,

2000, p.37) constituindo uma fonte de relações permanentes, essenciais para o

desenvolvimento de uma criança (Herrick & Piccus, 2005).

Sabemos que a compreensão da vinculação e do vínculo afectivo que liga a

mãe/cuidadora principal ao filho constitui uma base conceptual indissociável da

compreensão acerca do desenvolvimento psicológico da criança.

Foi em 1935 que Lorenz apresentou os primeiros resultados das suas

investigações, abalando os conceitos e pressupostos até então estabelecidos,

maioritariamente provenientes da psicanálise. O autor constatou, através de estudos com

patos e gansos, que se desenvolviam fortes laços com uma figura materna durante os

primeiros dias de vida, sem que houvesse da parte desta a função de alimentar – o autor

denominou este fenómeno de imprinting – imitação dos progenitores/modelo parental

(cit. por Hess, 1958, p. 3).

Dando força a esta concepção surgiram os resultados do estudos de Harlow

(1958) com macacos rhesus em que os jovens primatas assumiam uma preferência

marcada pela “mãe” de felpo que não os alimentava ao invés da “mãe” de arame que lhes propiciava alimento 1.

---

1 – Os estudos de Harlow (1958) referem também que os pequenos primatas desencadeavam um comportamento de fúria sempre que a “mãe” de felpo era retirada do local. Além disso, estes primatas cresciam e desenvolviam-se de forma saudável ao invés dos primatas da “mãe” de arame que tinham dificuldades em sobreviver nos primeiros dias de vida.

(7)

Inspirado nestes resultados, o psicanalista Spitz observou que as crianças

privadas de cuidados maternos experienciavam, com frequência, angústia tendo

elevadas hipóteses de desenvolverem défices a nível físico e psíquico, podendo

culminar até, no autor denominou de Depressão Anaclítica – quadro depressivo que se

instala nos primeiros meses de vida como consequência de uma separação prolongada

da mãe (1950, cit. por Bowlby, 1969 p. 327).

Foi o contacto com estes estudos que possibilitou a Bowlby (1988) estruturar a

base teórica dos seus trabalhos. Desta forma, propôs que, tal como acontece em certas

espécies animais, também os humanos seriam programados para emitir comportamentos

com o objectivo de garantir atenção e cuidados que mantêm a proximidade com o

cuidador (p. 23).

Surge, assim, no final de 1949 a teoria da vinculação de Bowlby e Ainsworth

que, ainda hoje, continua a suscitar interesse no seio da comunidade científica que se

debruça sobre a forma como os seus pressupostos podem prevenir, prever e explicar

fenómenos actuais onde esteja presente a privação de cuidados parentais e outras

manifestações atípicas de vinculação (Baer & Martinez, 2006).

A fratria, como parte integrante do sistema familiar, constituiu um foco de

interesse na comunidade científica embora ainda hoje se saiba pouco sobre as suas

relações. O estudo da vinculação em fratrias é um tema pouco abordado

especificamente em Portugal. Desta forma o presente estudo torna-se pertinente é um

estudo exploratório cujo principal objectivo é o de ao tentar esclarecer esta temática e

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Revisão da literatura

A teoria da vinculação representa um sistema multidimensional e

multidisciplinar. Na concepção da sua base teórica, são apresentados fundamentos de

origem biológica, etológica, desenvolvimental e comportamental. Fundamentalmente, a

vinculação encontra-se assente em princípios evolutivos (etologia e biologia) pelo que

pode ser definida como uma propensão programada e adaptativa (Carvalho, 2007).

Segundo Delgado (2004) a teoria da vinculação encontra-se assente em quatro

sistemas comportamentais inter-relacionados: sistema comportamental de vinculação,

sistema de exploração, sistema de medo a estranhos e o sistema afiliativo. O primeiro

sistema representa todos os comportamentos exibidos pela criança que tenham como

objectivo a satisfação das suas necessidades (chorar, sorrir, agarrar); o segundo sistema

está relacionado com o primeiro embora com alguma incompatibilidade, isto é, quanto

mais rápido os comportamentos de vinculação foram satisfeitos menor é a exploração

do meio. Já no terceiro sistema, implica uma diminuição do comportamento

exploratório e um aumento do comportamento de vinculação. Finalmente, o último

sistema refere-se à condição natural que o ser humano tem de procurar proximidade

com os outros.

A vinculação implica, assim, a preferência de uma criança por um cuidador

específico em detrimento de todos os outros (Bowlby, 1979 p. 84). Esta preferência

pode ser desenvolvida através da interacção entre criança e cuidador nos quais a

primeira aprende a procurar apoio e conforto (base segura) sobre a condição de a

segunda lhe propiciar tais necessidades (Oosterman & Schuengel, 2008).

Para Bowlby (1988) o estabelecimento da vinculação acontece nos primeiros

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avaliada a qualidade da vinculação em crianças adoptadas tendo-se verificado que não

existe uma relação entre idade e qualidade da vinculação o que pode levar a supor que a

criança é capaz de estabelecer relações ao longo dos primeiros anos.

Sempre que se verifica uma relação de vinculação segura assiste-se a um modelo

interno com base na receptividade, ou seja, a criança espera dos seus cuidadores uma

disponibilidade incondicional que garanta o seu bem-estar. De facto, a criança com uma

vinculação segura tende a enfrentar o mundo com segurança, confiando em si e nos

outros. Por outro lado, quando este vínculo é quebrado ou ameaçado assiste-se ao

desenvolvimento de diversas perturbações de vinculação (Oosterman & Schuengel,

2008).

Esta realidade tende a acontecer em situações onde se verificam abusos,

maus-tratos e/ou negligência. A relação entre estes dois fenómenos tem sido amplamente

estudada e os resultados tendem a apontar para a ligação entre maus-tratos e uma

vinculação insegura quando comparado com crianças não maltratadas (Bowlby, 1989 p.

91). Além do mais, foi evidenciado que o modelo de representação interna estabelecido

pela criança na fase inicial da sua vida tende a afectar as representações de todas as

relações futuras estabelecidas pela criança (Morton & Browne, 1998).

Ainsworth deu um contributo valioso a estes pressupostos ao introduzir o

conceito de “segurança” defendendo que as crianças necessitam de desenvolver uma dependência segura com os seus cuidadores antes de enfrentarem situações não

familiares (1977, cit por. Bretherton, 1992, p. 762).

Assim, trajectórias atípicas do desenvolvimento resultam no estabelecimento de

(10)

classificá-las em dois tipo de vinculação: vinculação ambivalente/ansiosa e vinculação

evitante (Bowlby, 1969, p. 83).

A vinculação ambivalente/ansiosa representa as pessoas com modelos internos

que assumem os outros como inconsistentes nas suas respostas. Geralmente são pessoas

que não foram vítimas de abuso por parte do cuidador mas a resposta deste era

imprevisível. Vivem num ciclo de frustração em que se sentem que as suas necessidades

nunca são garantidas (Bowlby, 1973 p. 245).

Pessoas com vinculação evitante foram, geralmente, negligenciadas na infância e

aprenderam a aceitar o facto de que, no seu ponto de vista, os cuidadores não estão

disponíveis para si aceitando isso como uma verdade incontestável. Assumem que os

outros apresentarão o mesmo comportamento. A vinculação evitante está associada a

uma forma de maltrato designado “indisponibilidade psicológica” (Soufre, 2005).

Mais tarde, Main & Hesse introduziram uma quarta tipologia de vinculação

insegura a que deram o nome de vinculação desorganizada. Esta nova categoria adveio

da observação de crianças com comportamentos contraditórios e incoerentes que

possuíam sinais de extrema perturbação. Nesta tipologia o cuidador foi, usualmente,

negligente e abusador (físico e/ou sexual). Este é encarado como fonte de medo e dor,

sendo que as pessoas com este tipo e vinculação sentem-se, regra geral, sem controlo

sobre as respostas dos outros em relação a si próprio desenvolvendo relações

“desorganizadas” (1990, cit. por Carvalho, 2007, p. 30). Soufre (2005) assume que este tipo de vinculação é fortemente influenciado pelos maus-tratos dos cuidadores,

incluindo abuso físico e indisponibilidade psicológica.

Existe evidência de que as crianças vítimas de maus tratos são mais susceptíveis

(11)

experienciaram abuso ou negligência apresentam representações do self, dos outros e

das suas relações reflectindo as relações disfuncionais que tiveram com os primeiros

cuidadores. Tendem a apresentar expectativas interpessoais negativas e dificuldade em

resolver problemas (Mennen & O’Keefe, 2005).

Lawrence, Carlson & Egeland (2006) realizaram uma investigação longitudinal

com uma amostra de 159 crianças agrupadas em três grupos (crianças

institucionalizadas, crianças vitimas de maus tratos mas que nunca foram

institucionalizadas e crianças que nunca foram institucionalizadas nem sofreram maus

tratos. O objectivo do estudo era investigar os efeitos da institucionalização no

desenvolvimento psicológico das crianças. Os resultados indicam que as crianças

institucionalizadas apresentam mais dificuldades comportamentais, internalização de

problemas em comparação com as crianças que nunca estiveram numa instituição de

acolhimento.

No primeiro ano de vida o bebe desenvolve representações simples sobre o

sistema de vinculação. Ao longo do desenvolvimento vão-se complexificando as

representações internas em relação à forma como o cuidador responde às suas

necessidades. Estas representações funcionam como uma espécie de mapa cognitivo de

forma a interpretar as percepções do meio exterior. Quando as representações internas

são adequadas, realistas e flexíveis a interpretação do mundo e das relações torna-se

mais adaptativa e funcional. A estas representações internas Bowlby deu o nome de

“Modelos Internos Dinâmicos” (MID’s). Estes modelos embora se formem nos primeiros anos de vida, tendem a ficar continuadamente abertos à mudança,

(12)

Assim, uma vez que um tipo de vinculação insegura se instala, a criança tende a

continuar a utilizar MID’s mal-adaptativos até que o padrão da vinculação insegura esteja significativamente alterado e que o seu ambiente envolvente se torne mais

respondente às suas necessidades (Bowlby, 1973 p. 240).

Mais tarde, Crittenden descreveu os MID’s como podendo estar abertos ou

fechados, em funcionamento ou não. De acordo com o autor, os MID’s abertos

permitem novas interpretações dos eventos tendo como base a resposta do outro. Por

outro lado, os MID’s fechados aplicam o mesmo modelo interno a todas as interacções e

esperam o mesmo dos outros (1990, cit por Whelan 2003).

Os MID’s em funcionamento possibilitam a manipulação cognitiva de possíveis

respostas do self em relação aos outros. Inversamente, um MID em não funcionamento

não permite à pessoa considerar diferentes respostas ao outro, dependendo do contexto

(Whelan, 2003).

Bretherton e Waters recentemente utilizaram o termo script 2 como forma de aceder aos MID’s. Os scripts têm origem nas primeiras experiências vividas com as

figuras de vinculação e são recuperados ao longo da vida sempre que surge uma nova

experiência prevendo as consequências (cit. por Salvaterra, 2007 p. 103).

Esta descoberta parece ter especial relevância em situações de maus tratos, uma

vez que as crianças com uma vinculação insegura tendem a apresentar scripts

desadapativos.

---

2 – Traduzido literalmente script significa guião. Optamos pelo termo no original uma vez que representa uma linguagem comum no sentido de representar um modelo interno do mundo.

(13)

Waters, Merrick, Treboux, Crowell et al. (s.d.) afirmam que as experiências

precoces entre a criança – figura de vinculação funcionam com base num “script causal

– temporal” em que os scripts adquiridos influenciam o “equilíbrio entre comportamentos de vinculação e comportamentos de exploração”. Desta forma,

crianças que tiveram como experiência primária uma “base segura” apresentarão scripts

congruentes com as experiências vividas e estes serão activados contextualmente e as

consequências esperadas em relação às figuras de vinculação serão adequadas.

Um estudo realizado por Zeanah, Smyke, Koga & Carlson (2005) pretendeu

avaliar a vinculação existente em crianças institucionalizadas na Roménia. Desta forma,

foram criados dois grupos de crianças. Um grupo (n=136) incluía crianças que

estiveram grande parte das suas vidas institucionalizadas e um segundo grupo (n=72) de

crianças que nunca estiveram numa instituição. As crianças tinham idades entre os 12 e

os 31 meses.

Os resultados indicam que o grupo de crianças institucionalizadas apresenta

níveis elevados de Perturbação Reactiva da Vinculação quando comparados com as

crianças não institucionalizadas. Apenas 22% das crianças que vivem em instituições

apresentavam uma vinculação segura quando observadas em interacção com as

cuidadoras habituais, enquanto que 78% das crianças que vivem com os pais

apresentavam vinculação segura com as mães.

Numa meta - análise realizada por van den Dries, Juffer, van Ijzendoorn &

Bakermans-Kranenburg (2009) relativamente à vinculação em crianças adoptadas

verificou-se que as crianças adoptadas antes dos 12 meses de idade apresentavam uma

vinculação segura comparativamente aos pares não adoptados. Contrariamente as

(14)

tão proeminente. Além disso, as crianças adoptadas (com mais de um ano de vida)

apresentaram maiores níveis de vinculação desorganizada atingindo valores iguais aos

das crianças institucionalizadas.

As fontes de vinculação são mutáveis ao longo do ciclo vital estando

dependentes dos estádios de desenvolvimento específicos de cada faixa etária. Quer isto

dizer que, nos primeiros anos de vida a criança tende a adquirir um vínculo com o

cuidador que mais facilmente lhe presta atenção e cuidados básicos e a protege com

ameaças do ambiente externo. Segundo Bowlby, a estabilidade dos laços criados entre

bebe e cuidador não pode ser substituída por outra. Todavia, ao longo do

desenvolvimento estes laços podem ser reordenados e quebrados (1979, p. 164).

Quando se verifica uma quebra nas relações de vinculação entre a criança e os

cuidadores principais pode-se assistir a uma nova reorganização interna em busca de

uma nova figura de vinculação. Esta nova figura de vinculação podem ser os irmãos.

De facto, a qualidade das relações entre os irmãos afecta o seu funcionamento

psicológico, moldam as suas experiências acerca do self e do mundo (Charles &

Charles, 2006) e influenciam aprendizagens cognitivas diversas (Fernandes, 2000, p.

56). Ou seja, as relações entre irmãos fornecem um espaço de aprendizagem único que

molda as relações com os pares nos mais diversos contextos sociais (Rippol, Carrilo &

Castro, 2009).

Dentro de um sistema familiar é possível encontrar uma ambivalência de

factores de risco e protectores. Os factores de risco podem incluir incompetências

parentais, violência doméstica ou abuso de substâncias. Por outro lado, os factores

protectores como as relações familiares salutares e competências parentais adequadas

(15)

se colocam dentro do sistema familiar estes estão vulneráveis a ambos os factores de

protecção e de risco originando uma interacção dinâmica entre as competências

familiares e a adaptação da fratria (Stormshak, Bullock & Falkenstein, 2009).

As relações entre irmãos são construídas numa base de reciprocidade, equidade e

sinceridade onde são vivenciadas as primeiras frustrações e onde a competição pelo

amor dos pais é engrandecida (Angel, 2004). Desta competição pelo mesmo amor

parental surgem os primeiros sentimentos de ciúme e rivalidade, enraizados desde

sempre na história universal (como exemplo temos a historia bíblica de Abel e Caim).

Desta história surge o termo “Complexo de Caim” para designar o ciúme de uma

criança aquando do surgimento de um irmão (Baudoin cit. por Fernandes, 2000, p. 33).

Segundo Díaz-Aguado, o ciúme tende a variar em função da idade do

destronado, mudanças originadas, a relação anterior com os pais, a atenção despendida

pelos pais e o protagonismo dado ao mais velho (cit. por Fernandes, 2002, p.41).

A ausência de relações de proximidade pode diminuir a probabilidade dos

irmãos confiarem um no outro e de o utilizarem como fonte de suporte emocional. A

compreensão emocional das crianças pode ser definida como o conhecimento acerca das

emoções, sendo isto conseguido através da regulação emocional e auto-conhecimento.

Este tipo de compreensão desenvolve-se, primariamente, no seio da família através da

comunicação. De facto, as conversas entre irmãos podem ser acerca das suas

experiências afectivas demonstrando emoções. Em particular, fratrias onde a

proximidade é elevada tendem a ter um maior auto-conhecimento emocional (Howe,

2001).

Gass, Jenkins & Dunn (2007) levaram a cabo uma investigação longitudinal de

(16)

psicológico das crianças (n=192) perante eventos de vida stressantes. Os resultados

demonstraram que as relações entre irmãos moderam a relação entre eventos de vida

stressante e sintomatologia internalizada. Foi demonstrado que os irmãos funcionam

como uma protecção quando surgem eventos de vida desfavoráveis.

A investigação tem demonstrado que a qualidade das relações entre irmãos

influencia o ajustamento psicológico dos mesmos, principalmente durante o período da

adolescência onde se verifica uma maior procura pela identidade e autonomia (Scharf,

Shulman & Avigad-Spitz, 2005).

De facto, as relações entre irmãos durante a adolescência podem ser

influenciadas pela composição da fratria em termos de género, sendo a relação mais

positiva em fratrias do mesmo sexo (Buhrmester & Furman, 1990). Estes pressupostos

foram comprovados num estudo de Buist, Dekovic, Meeus & van Aken. (2002) onde

foram avaliadas 288 famílias quanto à qualidade das relações de vinculação entre pais e

irmãos. Foram originados quatro grupos (rapaz – irmão, rapaz – irmã, rapariga – irmãos

e rapariga – irmã) ao que se constatou que para os grupos rapaz – irmão, rapaz – irmã e

rapariga – irmão as relações de vinculação durante a adolescência apresentam uma

correlação não-linear. Ao invés, o grupo rapariga – irmã apresentou uma correlação

linear.

Num outro estudo de Oliva & Arranz (2005) foram avaliados 513 irmãos

adolescentes em relação ao ajustamento entre si em variáveis como a relação com os

pares, auto-estima e satisfação com a vida. Os resultados demonstram que para as

raparigas uma boa relação com a fratria é preditiva de uma relação favorável com os

(17)

os rapazes, as relações entre irmãos não apresentaram relação com variáveis familiares

ou pessoais.

No estudo de James, Monn, Palinkas & Leslie (2008) foram identificados três

tipos de situações nas quais as fratrias podem estar alicerçadas: irmãos que nunca

viveram juntos e não foram institucionalizados em conjunto; fratrias que viveram juntas

em algum momento da sua vida mas que foram separadas; e fratrias que viveram juntas

e foram institucionalizadas juntas.

Muitas vezes, para as crianças que são institucionalizadas o sofrimento

psicológico que sentem ultrapassa a ansiedade e trauma resultante da separação da vida

e das pessoas que sempre conheceram (Herrick & Piccus, 2005).

Estudos realizados com fratrias utilizando a técnica da Situação Estranha

(método experimental de avaliação da vinculação em crianças) evidenciaram que na

ausência do cuidador o irmão mais velho é aquele que providencia comportamentos de

segurança e de satisfação das necessidades do irmão mais novo (Whelan, 2003).

Devido a relações de vinculação que as crianças estabelecem com os seus

cuidadores e irmãos antes da institucionalização muitas crianças recordam a sua entrada

como marcada por sentimentos de raiva, culpa, preocupação e uma perda de identidade.

As crianças institucionalizadas cujos irmãos permanecem na família biológica tendem a

sentir que foram levados para uma vida segura que não mereciam, enquanto que os seus

irmãos ficaram entregues ao abuso e negligência. Em outras situações, as crianças

podem pensar que a institucionalização foi merecida sentindo-se responsáveis pela

separação (Within & Lee, 2003).

Estes pensamentos podem ser exacerbados quando a criança se sente sozinha

(18)

fazendo com que duvidem do seu valor e aceitação por parte de outras pessoas. Sem

informação de base para contradizer estas crenças podem internalizar imagens negativas

(reais ou imaginadas) sobre aquilo que os outros pensam dela (Martins & Szymanski,

2004).

Irmãos que crescem dentro da mesma família desenvolvem relações com

pessoas semelhantes partilhando o mesmo ambiente e interacções o que faz com que

consigam compreender o irmão de uma forma única. Desta forma, podem oferecer

apoio mútuo face à adversidade. Em circunstâncias adversas os irmãos podem funcionar

como fonte de protecção e oferecer um ao outro conforto e segurança. Alguns autores

defendem que manter os irmãos juntos pode ajudar a garantir um sentido de estabilidade

e continuidade das suas vidas (Brody, 1998).

No estudo de Alexandre e Vieira (2004) foram analisadas 14 crianças quanto aos

seus padrões de vinculação. A saudade em relação aos irmãos foi um dos relatos mais

frequentes das crianças analisadas. Os dados apresentados no estudo revelaram

vinculação entre irmãos. Importa referir que nas relações de afecto entre fratrias os

irmãos mais velhos assumem especial relevância no desenvolvimento social, afectivo e

cognitivo dos irmãos mais pequenos. Outro resultado relevante prende-se com o facto

de os irmãos mais velhos apresentarem uma preocupação exacerbada em relação aos

mais novos.

Num estudo de Trupel-Cremel, Jacquemin e Zaouche-Gaudrom (2009)

pretenderam avaliar as relações entre irmãos em situação de violência familiar à luz da

teoria da vinculação. Foi utilizada uma amostra de 150 fratrias com idades entre os 2 e

os 10 anos de idade. Os autores agruparam as fratrias em quatro tipos: fratrias

(19)

e alta oposição), fratrias tranquilas (baixa cooperação e baixa oposição) e fratrias

conflituosas (baixa cooperação e alta oposição). Os resultados demonstraram que a

maioria da amostra tem uma representação do tipo contrastado (64%). As fratrias

consensuais são as segundas mais comuns (21%), seguindo-se as fratrias conflituosas

(8.6%) e as fratrias tranquilas (5.3%).

Estes resultados vão de encontro aos pressupostos de Furman & Lanthier (1996)

quando afirmam que as relações entre irmãos podem variar entre dois pólos: muito

positivo e muito negativo.

Já Ainsworth (1989) tinha visto como é frequente que os irmãos se unem uns aos

outros criando entre eles verdadeiras relações de apego. E que os irmãos mais velhos

tendem a oferecer aos mais novos cuidados similares aos da mãe. Além disso, em

situações desfavoráveis os irmãos funcionam como uma base segura (cit. por Delgado,

2004, p. 71), como já referimos acima.

Indissociável das semelhanças entre irmãos encontram-se as suas diferenças.

Estas relacionam-se sobretudo com o sexo e a ordem de nascimento. De uma

perspectiva darwiniana existe uma propensão para competir pela atenção parental

verificada na grande maioria dos mamíferos. A ordem de nascimento torna-se assim,

fundamental, uma vez que está correlacionada com diferenças ao nível da idade,

tamanho físico, poder e status no seio familiar. Isto faz com que os irmãos se

relacionem de forma dissemelhante com os pais, originado diferentes formas de luta

pelo mesmo favoritismo (Sulloway, s.d.).

A idade ou posição na fratria é uma característica que marca a qualidade das

relações entre irmãos. Num estudo de Pollet & Nettle (2007) foram avaliados 1558

(20)

irmãos do meio e os mais novos. Os resultados evidenciaram que os irmãos mais velhos

têm um maior contacto ocular do que os do meio ou os mais novos. Além disso, os

irmãos mais velhos mantêm-se em contacto com os restantes irmãos mesmo em caso de

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(25)

Cabeçalho: VINCULAÇÃO EM FRATRIAS INSTITUCIONALIZADAS JUNTAS E SEPARADAS

Vinculação em Fratrias Institucionalizadas Juntas e Separadas: Resultados do Estudo Empírico

Ana Catarina Morais

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Orientadora: Professora Doutora Otília Monteiro Fernandes

(26)

Resumo

Na segunda parte deste estudo serão apresentados os principais resultados encontrados,

as limitações e perspectivas futuras. O objectivo principal deste estudo empírico é

avaliar o tipo de vinculação existente em fratrias institucionalizadas juntas ou separadas.

Foi utilizado o Inventário sobre a Vinculação na Infância e Adolescência (IVIA) de

Carvalho, Soares & Baptista (2004). A amostra utilizada foi constituída por 20 jovens

com idades entre os 10 e os 17 anos, institucionalizados em Vila Real. Analisando

estatisticamente os resultados provenientes da amostra seleccionada (n=20) foi possível

constatar que não existe relação entre o tipo de vinculação e fratrias juntas e separadas

(p=0.411). Estes resultados não podem ser generalizados atendendo às limitações deste

(27)

Abstract

In the second part of this study will be presented the main findings, limitations and

future prospects. It's main purpose to evaluate the type of binding existing in siblings

institutionalized together or separately. We used the Inventário sobre a Vinculação em

Crianças e Adolescentes from Carvalho, & Baptista Soares (2004). The sample

consisted of 20 young people aged between 10 and 17 years, institutionalized in Vila

Real Statistically analyze the results from the selected sample (n = 20) was established

that there is no relationship between the type of binding and siblings institutionalized

together and separated (p = .411) These results can not be generalized view of the

(28)

Vinculação em Fratrias Institucionalizadas Juntas e Separadas: Resultados do Estudo

Empírico

O objectivo deste estudo será o de averiguar se a vinculação “perdida” no decorrer de trajectórias atípicas pode ser restabelecida na fratria funcionando esta como

uma possibilidade de “vinculação alternativa”. Sendo este estudo de carácter descritivo,

visto que a informação sobre o tema é escassa e a informação existente não foca no

tema que é objectivo primário deste estudo, serão formulados objectivos ao invés de

hipóteses.

Concretamente, o presente estudo objectiva investigar o tipo de vinculação

existente em crianças e jovens que foram institucionalizadas juntamente com os irmãos

e as fratrias que foram institucionalizadas nas quais os irmãos foram separados. De

forma a cumprir este objectivo serão avaliadas variáveis de forma a encontrar uma

explicação primária que possibilite o abrir de novos estudos.

A variável dependente é o tipo de vinculação e as variáveis independentes serão:

idade, tempo de institucionalização, número de irmãos, género dos irmãos, posição na

fratria e irmãos que vivem juntos e separados. Os objectivos específicos são: relacionar

a idade do menor com o tipo de vinculação; relacionar o tempo que vive na instituição

com o tipo de vinculação; relacionar número de irmãos com tipo de vinculação;

relacionar género dos irmãos com género do menor e o tipo de vinculação; relacionar

posição na fratria com tipo de vinculação; relacionar menores que vivem com os irmãos

com tipo de vinculação e relacionar menores que não vivem com irmãos com tipo de

(29)

Metodologia

Participantes

Neste estudo foi utilizada uma amostra de 20 sujeitos (sexo feminino n=10; sexo

masculino n=10) com idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos, sendo a média de

idades de 13 anos (Tabela 1). A amostra foi recolhida em duas Instituições de

Acolhimento de Vila Real: Lar-Escola Florinhas da Neve e a Associação de

Solidariedade Social Via Nova. A primeira acolhe apenas menores do sexo feminino e a

segunda apenas do sexo masculino. A amostra utilizada é não probabilística de selecção

informal.

Tabela 1 – Idade média dos menores do estudo

N Mínimo Máximo Média

ID 20 1 20 11,00

Idade 20 10 17 13,38

Valid N (listwise) 20

Procedimentos

A amostra foi recolhida entre Janeiro e Março de 2010, depois de enviado para

cada Instituição o pedido de autorização (Anexo A) e o consentimento informado

(Anexo B). Uma vez aceite o pedido de recolha de dados nas instituições em causa, foi

agendado o dia da recolha. Já na instituição foi explicado a ambos os Directores

Técnicos e aos menores envolvidos os objectivos do estudo, o questionário utilizado, as

vantagens inerentes aos resultados encontrados e a garantia de privacidade e

confidencialidade. O consentimento informado foi entregue a cada Director Técnico das

(30)

No momento da distribuição dos questionários foi entregue a cada participante

um envelope e pedido que, no final do preenchimento do questionário, o inserisse no

envelope e o fechasse.

Estando os dados recolhidos, procedeu-se à análise estatística com recurso ao

programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 17.

Instrumentos

A panóplia de instrumentos existentes que pretendem avaliar a vinculação é

vasta, sendo que os mais utilizados para avaliar a vinculação em crianças assentam em

métodos observacionais e contextuais que exigem preparação prévia. Outros métodos

comuns incluem narrativas maternas, construção de histórias e técnicas de

heteroavaliação. Em Portugal os métodos mais aplicados incluem os acima descritos

pelo que se tornou impossível aplicá-los no presente estudo, pela não preparação técnica

que alguns instrumentos exigem e pelo facto de não serem congruentes com a realidade

da institucionalização (como é o caso das narrativas maternas ou questionários de

heteroavaliação).

Inventário sobre a Vinculação na Infância e Adolescência (IVIA)

O IVIA avalia os comportamentos de vinculação das crianças e jovens com base

nos seus relatos e nos relatos dos seus cuidadores, sendo que neste estudo apenas foi

utilizado o questionário de auto-avaliação pelo que apresentaremos apenas, de seguida,

as características psicométricas deste último.

O IVIA é composto por 64 itens que avaliam três grandes grupos de vinculação:

segura, ansiosa/ambivalente e evitante. Os itens avaliam a frequência com que cada

(31)

cotação é feita pelo somatório das respostas dos itens para cada dimensão podendo esta

variar entre 8 e 40. Os valores mais elevados dão a indicação de maior frequência de

comportamentos nas áreas avaliadas (Carvalho, Soares & Baptista, 2004).

O IVIA foi desenvolvido com base numa tese de doutoramento, contudo as suas

características psicométricas revelam que este é um bom método de avaliação da

vinculação, sendo por isso escolhido para o presente estudo. Na versão de

auto-avaliação o IVIA apresenta três factores: o Factor 1 representa a vinculação segura e é

composto por 14 itens que avaliam a confiança nos outros e auto-confiança e explica

18% da variância total. O Factor 2 representa a vinculação ansiosa/ambivalente

explicando 17% da variância total e é composto por 11 itens que avaliam as

preocupações em relação às relações interpessoais. O Factor 3 que analisa a vinculação

evitante inclui 8 itens que avaliam a dependência e explicam 8% da variância (Carvalho,

Soares & Baptista, 2004).

Os valores de consistência interna alpha de Cronbach foram .83 para a dimensão

vinculação segura, .85 para a dimensão vinculação ansiosa/ambivalente e .71 para a

dimensão vinculação evitante. As correlações inter-itens variam entre .35 e .45 e as

correlações inter-total variaram entre .40 e .70 demonstrando a fidelidade das dimensões

avaliadas (Carvalho, Soares & Baptista, 2004).

Relativamente à validade de constructo apenas uma correlação foi

estatisticamente significativa entre as duas dimensões da vinculação insegura (r=.28;

p=.0005) com uma correlação nula entre a vinculação segura e a vinculação insegura. A

validade discriminante foi avaliada através do agrupamento dos participantes em três

grupos com base nas respostas dadas. Foram encontradas diferenças estatisticamente

(32)

ansiosa/ambivalente, (p=.0005) e vinculação evitante, (p=.0005) (Carvalho, Soares &

Baptista, 2004).

Anexo ao questionário incluiu-se um outro de carácter sócio-demográfico

relacionado com o número e idade dos irmãos, género, tempo de institucionalização, há

quanto tempo não vivem com a fratria/se alguma vez viveram juntos e a idade do menor

(Anexo D).

Resultados

Visto estarmos a trabalhar com uma amostra muito pequena (sendo esta uma das

limitações do estudo) não nos foi possível utilizar testes paramétricos de distribuição

normal, desta forma foram utilizados os testes não paramétricos (Dancey & Reidy,

2006, p. 524).

Vinculação e idade

Utilizando o teste do qui-quadrado, quando se procura encontrar um padrão

entre a idade ou grupo etário do menor com o tipo de vinculação, ou seja, relacionar a

idade do menor com o tipo de vinculação, não foi encontrada evidência de relação entre

a idade do menor e o tipo de vinculação (p=0.411) (Tabela 2).

Tabela 2 - Vinculação e Idade

Vinculação

Ansiosa Segura Evitante Grupo etário Criança 0 5 1 6 Adolescente 3 8 3 14 Total 3 13 4 20 Sig. .411

(33)

Vinculação e tempo de institucionalização

Relativamente à relação entre o tempo que vivem na instituição e o tipo de

vinculação foi necessário, inicialmente, fazer a recodificação da variável tempo de

forma a que se pudesse trabalhar com duas categorias, a recodificação foi 1 – até 5 anos,

2- mais de 5 anos. Também neste caso não existe evidência de que os menores tenham

um determinado padrão no que respeita ao tempo que se encontram na instituição e o

tipo de vinculação que apresentam (p=0.815) (Tabela 3).

Tabela 3 – Vinculação e tempo de institucionalização

Vinculação Total

Ansiosa/Ambiva lente

Segura Evitante

Tempo até 5 anos 2 6 2 10

mais de 5 anos 1 7 2 10

Total 3 13 4 20

Sig. .815

Vinculação e número de irmãos

De forma a perceber se existe relação entre o número de irmãos e o tipo de

vinculação agrupamos os indivíduos em duas classes: os menores que não têm irmãos

ou que só têm um, e os que têm dois ou mais. No entanto, não existe evidência que o

número de irmãos vá influenciar o tipo de vinculação encontrada no menor (p=0.411)

(34)

Tabela 4 – Vinculação e número de irmãos Vinculação Total Ansiosa/Ambivale nte Segura Evitante NºIrmãos 1 irmão 0 5 1 6 2 ou mais 3 8 3 14 Total Sig. 3 13 4 20 .411 Vinculação e género

Na relação entre o género dos irmãos classificou-se quanto ao género

predominante 1- feminino, 2- masculino. Novamente não parece existir evidência de

relação entre o género dos irmãos com o tipo de vinculação apresentada (p=0.543)

(Tabela 5).

Tabela 5 – Vinculação e género

Vinculação Total Ansiosa/Ambivale nte Segura Evitante Género Feminino 1 7 1 9 Masculino 2 6 3 11 Total Sig. 3 13 4 20 .543

(35)

Vinculação e posição na fratria

Quanto à posição na fratria concluímos que não existe evidência que os menores

se encontrem nalgum ponto da posição, pelo que se distribuem de forma uniforme ao

longo das posições na fratria (p=.705) (Tabela 6).

Tabela 6 – Posição na fratria

Observed N Expected N Residual

Mais novo 8 6,7 1,3 Do meio 7 6,7 ,3 Mais velho 5 6,7 -1,7 Total Sig. 20 .705

Também não existe evidência de que a posição na fratria vá influenciar o tipo de

vinculação encontrada (p=0.717) (Tabela 7).

Tabela 7 – Vinculação e posição na fratria

Vinculação Total

Ansiosa/Ambivale nte

Segura Evitante

Fratria Mais novo 1 5 2 8

Do meio 2 4 1 7 Mais velho 0 4 1 5 Total Sig. 3 13 4 20 .717

(36)

Vinculação e irmãos que vivem juntos ou separados

Quando pretendemos avaliar o tipo de vinculação relacionando com o facto de

os menores viverem ou não com a fratria conclui-se que não existe evidência desta

relação (p=0.411) (Tabela 8).

Tabela 8 – Vinculação e fratrias juntas ou separadas

Vinculação Total Ansiosa/Ambivalen te Segura Evitante Vivem Não 3 8 3 14 Sim 0 5 1 6 Total Sig. 3 13 4 20 .411 Discussão

Os dados obtidos no presente estudo não vão totalmente de encontro à revisão da

literatura efectuada, devido principalmente às grandes limitações práticas que surgiram.

Não obstante o facto de a maioria dos menores apresentarem um tipo de vinculação

segura pode reflectir o proposto na literatura (Veríssimo & Salvaterra, s.d.) no sentido

de que a vinculação pode ser estabelecida nos primeiros anos de vida. O facto de a

maioria dos menores apresentar um tipo de vinculação segura pode ser indicativo de que

os participantes da amostra em causa conseguiram reestruturar a vinculação perdida,

indo de encontro aos resultados encontrados do estudo dos autores referenciados.

Todavia, Bowlby (1973) defende que o estabelecimento da vinculação é de

importância primária nos primeiros meses de vida sendo nesta fase que melhor se avalia

(37)

amostra se situam numa faixa etária tardia (p.106). Consideramos pertinente o estudo

desta problemática em crianças nos primeiros anos de vida.

Uma vez que se trata de uma amostra demasiado pequena, surgem grandes

limitações ao nível das técnicas estatísticas aplicáveis, uma vez que somos obrigados a

recorrer aos testes não paramétricos. Além disso o questionário utilizado revelou-se

inadequado para a população em questão uma vez que as afirmações que o constituem

são de interpretação difícil para a maioria dos menores. Também o facto de estarmos a

lidar com uma realidade distinta e ainda muito circunscrita em interpretações erradas fez

com que o acesso aos menores fosse condicionado pelas Instituições às quais nos

dirigimos sem sucesso. Foi também condicionante neste estudo a falta de recursos ao

nível do tempo disponível e da formação necessária que permitissem o deslocamento a

outras instituições situadas fora da localidade e a aplicação de outras técnicas de

avaliação.

Sendo uma versão experimental, com uma dimensão da amostra não suficiente

para encontrar padrões relevantes com as técnicas utilizadas, sugerimos que o

questionário fosse aplicado a pelo menos 30 menores para que fosse possível aplicar os

testes paramétricos recorrendo à aproximação normal.

Consideramos pertinente o estudo desta problemática incidindo sobretudo nos

métodos de avaliação da vinculação que se revelaram inadequados à população

aplicada. Propomos que o mesmo estudo seja novamente realizado numa população

mais alargada, incidindo na avaliação de crianças nos primeiros meses de vida através

(38)

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(39)

ANEXO A

Assunto: Pedido de autorização para a realização de um estudo no Lar-Escola Florinhas da Neve

Ex.mo Senhor Provedor

Sou aluna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro estando neste momento a terminar o 2.º ciclo em Psicologia Clínica. Encontro-me a realizar estágio curricular na Santa Casa da Misericórdia de Vila Real – Valências Lar Escola Florinhas da Neve e Unidade de Cuidados Continuados.

Venho por este meio apresentar formalmente o pedido de autorização, para que possa realizar nas vossas instalações um estudo denominado “Vinculação em Fratrias Institucionalizadas”.

Trata-se de um estudo exploratório e não se destina de modo algum a avaliar o funcionamento interno da instituição. Os dados recolhidos são confidenciais e, em momento algum, os participantes serão identificados ou a sua identidade posta em risco.

Para que possa concluir este trabalho necessito recolher informação dos menores institucionalizados (idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos) para que posteriormente possa fazer uma análise estatística

A recolha de dados implica alguma disponibilidade por parte dos menores, mas não serão colocadas em causa as suas actividades diárias ou mesmo do funcionamento interno da instituição.

Desta forma, solicito a vossa disponibilidade para que possa aplicar um questionário denominado “Inventário sobre a Vinculação na Infância e Adolescência” (IVIA) (Carvalho, Soares e Baptista, 2004).

Um dos benefícios deste estudo será o contributo para uma área pouco explorada, aumentando o conhecimento sobre as relações entre irmãos e os vínculos que os unem em trajectórias desfavoráveis o que permitirá aceder às suas necessidades e respeitar os seus direitos.

Será também elaborado um consentimento informado acedendo à liberdade de cada um de participar no estudo.

Anexo a esta carta o consentimento informado e o questionário utilizado.

(40)

Assunto: Pedido de autorização para a realização de um estudo na Associação Via Nova

Ex.mo Senhor

Sou aluna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro estando neste momento a terminar o 2.º ciclo em Psicologia Clínica. Encontro-me a realizar estágio curricular na Santa Casa da Misericórdia de Vila Real – Valências Lar Escola Florinhas da Neve e Unidade de Cuidados Continuados.

Venho por este meio apresentar formalmente o pedido de autorização, para que possa realizar nas vossas instalações um estudo denominado “Vinculação em Fratrias Institucionalizadas”.

Trata-se de um estudo exploratório e não se destina de modo algum a avaliar o funcionamento interno da instituição. Os dados recolhidos são confidenciais e, em momento algum, os participantes serão identificados ou a sua identidade posta em risco.

Para que possa concluir este trabalho necessito recolher informação dos menores institucionalizados (idades compreendidas entre os 10 e os 18 anos) para que posteriormente possa fazer uma análise estatística

A recolha de dados implica alguma disponibilidade por parte dos menores, mas não serão colocadas em causa as suas actividades diárias ou mesmo do funcionamento interno da instituição.

Desta forma, solicito a vossa disponibilidade para que possa aplicar um questionário denominado “Inventário sobre a Vinculação na Infância e Adolescência” (IVIA) (Carvalho, Soares e Baptista, 2004).

Um dos benefícios deste estudo será o contributo para uma área pouco explorada, aumentando o conhecimento sobre as relações entre irmãos e os vínculos que os unem em trajectórias desfavoráveis o que permitirá aceder às suas necessidades e respeitar os seus direitos.

Será também elaborado um consentimento informado acedendo à liberdade de cada um de participar no estudo.

Anexo a esta carta o consentimento informado e o questionário utilizado.

Com os melhores cumprimentos,

(41)

ANEXO B

CONSENTIMENTO INFORMADO

Gostaria de solicitar autorização para que participasse numa investigação com o título “Vinculação em Fratrias Institucionalizadas”.

Esta investigação decorre no âmbito do Mestrado em Psicologia Clínica sob orientação da Professora Otília Monteiro Fernandes e focará, essencialmente, nas relações e vínculos estabelecidos entre irmãos que são institucionalizados. Apenas lhe será pedido que responda a um questionário, posteriormente alvo de análise estatística.

Esta investigação só será realizada com o seu consentimento sendo que tem liberdade para o recusar ou dele desistir a qualquer momento.

A sua informação e dados pessoais jamais serão colocados em causa, sendo o preenchimento do questionário anónimo. Só os responsáveis pela investigação terão acesso à informação.

Autorizo o meu contributo para o estudo

Não autorizo o meu contributo para o estudo

Assinatura

___________________________________________________

Responsável pela investigação

(42)
(43)
(44)
(45)

ANEXO D

1. Que idade tens?

2. Há quanto tempo vives na instituição?

3. Quantos irmãos tens?

4. Dos teus irmãos quantos são rapazes?

5. E quantas são raparigas?

6. Que idades têm os teus irmãos?

7. Quantos irmãos vivem contigo na instituição?

8. Há quanto tempo não vives com os teus irmãos?

Lê com atenção e responde com sinceridade a cada questão. A tua participação é muito importante!

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