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Turismo de aventura e atividade off road 4x4: fatores motivacionais e experiências para a prática da atividade e fomento turístico no Rio Grande do Norte

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE TURISMO CURSO DE TURISMO

RUBENICKE DOUDEMENT DE SIQUEIRA

TURISMO DE AVENTURA E ATIVIDADE OFF ROAD 4X4: FATORES MOTIVACIONAIS E EXPERIÊNCIAS PARA A PRÁTICA DA ATIVIDADE E FOMENTO TURÍSTICO NO RIO GRANDE DO NORTE

NATAL/RN 2018

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RUBENICKE DOUDEMENT DE SIQUEIRA

TURISMO DE AVENTURA E ATIVIDADE OFF ROAD 4X4: FATORES MOTIVACIONAIS E EXPERIÊNCIAS PARA A PRÁTICA DA ATIVIDADE E FOMENTO TURÍSTICO NO RIO GRANDE DO NORTE

Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade Artigo Científico, apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo.

Orientador(a): Lissa Valéria Fernandes Ferreira,

Dra.

NATAL/RN 2018

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Rubenicke Doudement de Siqueira

TURISMO DE AVENTURA E ATIVIDADE OFF ROAD 4X4: FATORES MOTIVACIONAIS E EXPERIÊNCIAS PARA A PRÁTICA DA ATIVIDADE E FOMENTO TURÍSTICO NO RIO GRANDE DO NORTE

Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade Artigo Científico, apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Turismo.

Natal/RN, ___ de ______________de ________.

_____________________________________________________________

Lissa Valéria Fernandes Ferreira, Dra. – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Presidente da Banca Examinadora

_____________________________________________________________

Mauro Lemuel de Oliveira Alexandre, Dr. – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Membro da Banca Examinadora

_____________________________________________________________ Mayara Ferreira de Farias, M. Sc. – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

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TURISMO DE AVENTURA E ATIVIDADE OFF ROAD 4X4: FATORES MOTIVACIONAIS E EXPERIÊNCIAS PARA A PRÁTICA DA ATIVIDADE E FOMENTO TURÍSTICO NO RIO GRANDE DO NORTE

Rubenicke Doudement de Siqueira; Lissa Valéria Fernandes Ferreira.

RESUMO: A prática do Off Road 4x4 vem crescendo continuamente no estado do Rio Grande do Norte. Atualmente ele surge como uma alternativa ao turismo de aventura, esse, despontando como novo nicho em potencial do turismo local. Assim, o objetivo geral é a análise das motivações para desenvolver a prática do Off Road e expedição 4x4 enquanto alternativa de fomento turístico no Rio Grande do Norte. O trabalho consiste em uma pesquisa descritiva exploratória de caráter qualitativo e tem como principal fonte de coleta de dados as bibliográficas, eletrônicas e entrevistas com os profissionais e usuários da atividade turística Off Road e Expedição 4x4 no Rio Grande do Norte para realização de uma análise e mensuração dos fatores motivacionais para a prática da atividade Off

Road 4x4 e a importância dessa atividade como fomento para o turismo do RN. Dessa forma,

percebeu-se que a atividade Off Road 4x4, tem um grande potencial de fomentação turística devido a sensação que causa nos seus praticantes e também com seu potencial fomentador da economia local, com a organização e realização de eventos e passeios. Diante do presente estudo, observou-se que a atividade Off Road 4x4 pode agregar valor e desempenhar um papel alternativo ao turismo sol e mar que rotula o estado do RN.

Palavras-chave: Turismo de aventura; Atividade Off Road; Expedição 4x4; Meio ambiente e Fomento turístico.

ABSTRACT: The practice of off road 4x4 has been growing continuously in the state of Rio Grande do Norte. Today it comes with an alternative to adventure tourism, which is emerging as a new potential niche for local tourism. Thus general objective is the analysis of the motivations to develop the practice of Off Road and expedition 4x4 as alternative of fomenting tourism in Rio Grande do Norte. The work consists of a descriptive exploratory research of qualitative character and has as main source of data collection the bibliographic, electronic and interviews with the professionals and users of the tourist activity Off Road and Expedition 4x4 in Rio Grande do Norte to carry out an analysis and measurement of the motivational factors for the practice of off road activity 4x4 and the importance of this activity as an incentive for RN tourism. In this way, it can be seen that the off-road 4x4 activity has a great potential for tourism development due to the sensation that it causes in its practitioners and also with its potential to foment the local economy, with the organization and realization of events and tours. In view of the present study, observed that the off road 4x4 activity can add value and play an alternative role to the sun and sea tourism that labels the state of the RN.

Keywords: Adventure tourism; Off road activity; 4x4 expedition; Environment; Tourist foment.

1. INTRODUÇÃO

Com o desenvolvimento da atividade turística no Rio Grande do Norte e as questões econômicas que a envolvem, mesmo com o fator crise econômica nacional que o Brasil vive nos últimos anos, e tem afetado diretamente as economias locais de seus estados e municípios, a atividade turística e seus específicos segmentos vêm amenizando esses efeitos negativos e fazendo com que sua parcela expressiva nos números da economia potiguar continue a ser observado por todos que contribuem para o crescimento sustentável do turismo no RN.

A atividade Off Road 4x4, no Rio Grande do Norte, como fomento turístico, é capaz de estimular, aquecer ou incitar o desenvolvimento do setor turístico de uma

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determinada localidade, favorecendo sua oxigenação e rejuvenescimento do ciclo de vida de um produto turístico consolidado e estagnado, mas afetado por crises socioeconômicas.

O turismo é uma das atividades que mais empregam pessoas no mundo e também no Brasil, gerando e distribuindo riquezas, movimentando a economia local e podendo ajudar na preservação, conservação e proteção do meio ambiente.

Um dos fenômenos em destaque na atualidade é o crescimento dos esportes na natureza, que possuem uma mescla perfeita de beleza natural e condições propícias, com grandes possibilidades de criação de diferentes atividades, para todos os perfis de turistas.

Seguindo esse cenário, o turismo de aventura vem ganhando espaço no cenário internacional e nacional sendo um dos mais novos segmentos do turismo, pelo vasto potencial natural que o Brasil possui e que pode ser explorado turisticamente em atividades de turismo de aventura.

Quando o foco é o Estado do Rio Grande do Norte, esse possui um grande potencial reunindo características impares e particulares com inúmeras diversidades para a realização e exploração da prática do Turismo de Aventura, mais especificamente turismo Off Road 4x4.

Podem ser citados os polos turísticos do Rio Grande do Norte: O Polo serrano, com baixas temperaturas e clima agradável; O Polo Agreste/Trairí no sertão onde há uma potencial possibilidade da realização de passeios, excursões e eventos de turismo de aventura; O Polo Seridó com destaque para o turismo histórico-cultural e a vegetação de caatinga única no mundo; O Polo Costa Branca, onde o sertão e o mar se unem; O Polo Costa das Dunas, pelas características climáticas, onde o clima tropical úmido proporciona sol na maioria dos meses do ano, e condições geográficas onde há o favorecimento da prática de diversas atividades.

A atividade Off Road e expedição 4x4 vem se consolidando como uma alternativa de fomento turístico, que auxilia na economia do Rio Grande do Norte através do Turismo de Aventura ao longo de anos, onde são observados diversos serviços turísticos nesse segmento que ganham forças em todo país e em especifico no estado potiguar em áreas litorâneas e rurais.

O fomento da atividade turística pela atividade Off Road 4x4, também, agrega valor na questão da regionalização e interiorização do turismo, através de eventos, festivais e encontros realizados em cidades da região metropolitana, do interior do

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estado e em cidades de estados vizinhos, atraindo um publico importante a essas localidades, movimentando a economia local nos setores de hospedagem, gastronomia, artesanatos e agregando valor cultural as comunidades.

Algumas empresas já oferecem esses serviços através de passeios em diversos tipos de veículos com tração 4x4, sem especificidade de marca, fazendo com que o turista desfrute de experiências eco turísticas em praias, lagoas, dunas e áreas rurais como canaviais e brejos, onde, além do cunho aventureiro, pode-se, também, agregar o contexto histórico cultural dessas localidades, bem como a abordagem da educação ambiental e a importância da preservação e conservação dessas áreas.

Além das empresas, foram observados a existência de diversos grupos Off

Road 4x4 no RN que exercem um papel fundamental para que o turismo de

aventura se desenvolva de maneira organizada e responsável.

Esses grupos, que não visam à atividade com fim comercial, mas que, também, é desenvolvida através dos eventos específicos realizados anualmente e que já tem publico cativo, em sua grande maioria não são reconhecido pelos órgãos fiscalizadores municipais e estaduais, contudo, são os maiores responsáveis pela existência do turismo de aventura Off Road 4x4 potiguar.

Considerando a importância do turismo para o Brasil e para estado do Rio Grande do Norte e os benefícios que esta atividade pode proporcionar, tem-se como problema: Quais os fatores motivacionais e experiências da atividade Off Road 4x4 e como é desenvolvida a atividade como prática de turismo de aventura no Estado do Rio Grande do Norte?

Para tal tem-se como objetivo geral analisar as motivações e experiências da prática Off Road e expedição 4x4 como prática de turismo de aventura e enquanto alternativa de fomento turístico no Rio Grande do Norte.

Assim, tem-se como objetivos específicos:

a) Caracterizar o produto Off Road 4x4 no mercado local potiguar;

b) Traçar o perfil dos praticantes da atividade Off Road 4x4 no RN e suas motivações.

c) Descrever a atividade Off Road 4x4 e seus eventos na atividade turística no RN.

Assim, passa-se a analisar a atividade Off Road 4x4 no contesto do estado do RN. Esse tem passado por uma crise econômica que atormenta os gestores e reflete

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diretamente na atividade turística. Atividade essa que ainda vê como principal alternativa de fomento o turismo de “sol e mar”. Dessa forma a busca por novas motivações turísticas e modais turísticos que possam incrementar e movimentar o terceiro setor é um fator motivador para a presente pesquisa.

Sabe-se que são inúmeras as motivações que fazem as pessoas se deslocarem de seus domicílios para locais distantes e praticarem o turismo, tais como: negócios, lazer, repouso, gastronomia, aventura, entre outros. Pensando nisso, o presente estudo passa a focar no turismo de aventura e suas motivações e experiências voltadas a pratica Off Road 4x4 no Rio Grande do Norte.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Turismo de aventura

O turismo configura-se como uma atividade relativamente nova na história da sociedade humana, apesar dos primeiros registros datarem de séculos passados, o ser humano sempre precisou deslocar-se por inúmeras razões como: caça, comercio, lazer, religião, etc. Dessa forma, justifica-se o fato de países, estados e municípios, através da união de órgãos públicos e a iniciativa privada, mostrarem interesse na busca de alternativas de desenvolvimento da atividade turística.

Sabe-se que existem várias tipologias e nichos de turismo como: turismo gastronômico, turismo espacial, turismo náutico, turismo rural, turismo cultural, turismo de incentivo, turismo de intercâmbio, turismo sexual, turismo de eventos, turismo religioso, turismo de 3ª idade, turismo LGBT, turismo radical, ecoturismo, entre outros. Contudo, a pesquisa desse trabalho está enfocada em desvendar alguns meandros do turismo de aventura que surgiu, nos últimos anos, como uma nova modalidade de turismo.

...promover a prática de atividades de aventura e de esporte recreacional, em ambientes naturais e espaços urbanos ao ar livre que envolva emoções e riscos controlados, exigindo o uso de técnicas e equipamentos específicos, a adoção de procedimentos para garantir a segurança pessoal e de terceiros e o respeito ao patrimônio ambiental e sociocultural. (COSTA, 2002, p. 44).

Para Brasil (2006), a palavra aventura vem do latim aventura ou adventum,

res adventura, adventurus, adventura, quer dizer “o que há por vir”, que remete a

algo diferente. Neste cenário, consideram-se atividades de aventura as experiências físicas e sensoriais recreativas que envolvem desafios, riscos avaliados, controláveis

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e assumidos que podem proporcionar sensações diversas como liberdade, prazer; superação, a depender da expectativa e experiência de cada pessoa e do nível de dificuldade de cada atividade.

O turismo de aventura é relacionado por Swarbrooke a elementos específicos e pessoais, como a participação, a experiência e os riscos que a atividade envolve:

O turismo de aventura é a soma dos fenômenos e relacionamentos derivados das interações de atividades turísticas de aventura com o mundo natural longe do local de residência habitual do participante e contendo componentes de risco, nos quais os resultados são influenciados pela participação, pelo ambiente e pela experiência da operadora da viagem. (SWARBROOKE, 2003, p.28).

As atividades esportivas quando entendidas como competições, denominam-se modalidades esportivas e são tratadas como denominam-segmento de esportes, que também podem gerar divisas para a atividade turística. A prática de atividades de aventura, aqui referidas como atrativo principal, identifica o segmento de Turismo de Aventura e pode ocorrer em quaisquer espaços: natural, construído, rural, urbano, estabelecido como área protegida ou não.

Pode-se dizer que a atividade de turismo de aventura busca a aventura ou a situação de perigo e está ligada à questão do desafio, dos riscos calculados, com a intenção de testar os limites, ou seja, uma ideia associada à aventura. (GIARETTA, 2003). Entretanto, para que isso ocorra de forma satisfatória, é preciso prever e controlar os possíveis efeitos negativos que a atividade pode ocasionar.

Esse setor desperta a atenção não somente dos turistas, mas também daqueles que estão interessados em investir na área. Segundo o SENAR (2006, p.40), “A segurança depende da interação de três fatores: pessoal, equipamento e procedimento. Para tanto, é necessário um conhecimento profundo da atividade”.

De acordo com LUCENA (2011), o Turismo de Aventura caracteriza-se pela oferta comercial de atividades voltadas, principalmente, para pessoas que ainda não têm aptidão no esporte, havendo necessidade de serem conduzidas, acompanhadas ou introduzidas na atividade.

Logo, percebe-se que o turismo de aventura vem conquistando cada vez mais seu espaço e aumentando seu plantel de adeptos, se consolidando e tendo como uma de suas principais características a capacidade de se ramificar e ir além dos destinos consolidados, agregando valor, trazendo diferencial, atraindo as pessoas, gerando emprego e renda, permitindo que pequenos empreendedores tenham seus pequenos negócios consolidados e com alto poder de empregabilidade.

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2.2 Motivações turísticas

Nos últimos anos, o mundo vem assistindo a um o aumento expressivo do turismo. Este crescimento pode ser justificado basicamente por duas razões. A necessidade das pessoas de conhecerem novos lugares e culturas, fugindo do estresse provocado pela vida nos centros urbanos e os impactos positivos verificados na economia das localidades receptoras de turismo, de acordo com (WANDERLEY, 2004).

Segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) (2016), a região Central e sul das Américas tiveram um aumento de 4% na chegada de turistas internacionais, somando 201 milhões de viajantes ao continente, sendo sétimo ano seguido de aumento após a crise financeira global de 2009.

Ainda segundo a OMT (2000), referentes a década de 90, são aproximadamente 204 milhões de pessoas trabalhando com o turismo, ou seja, um em cada nove trabalhadores do mundo está envolvido com a atividade turística.

Kotler (2000, p. 278), considera que “um segmento de mercado consiste em um grande grupo que é identificado a partir de suas preferências: poder, atitudes e atos de compras; e localização geográficas similares”. Dessa forma podemos interpretar que um grande grupo formador de segmento de mercado é resultante da somatória de indivíduos com características de consumo semelhantes. No que tange ao âmbito de segmentações de mercado, Moraes comenta que:

Ao segmentar um mercado estamos identificando compradores com comportamentos de compras homogêneos quanto ao gosto e as preferências [...]. Para segmentá-lo é preciso conhecer, por meio de pesquisas, as necessidades desses consumidores-alvos, bem como suas atitudes e comportamentos mais usuais de compra (MORAES, 1999, p.16) Segundo Simpson (2001), a diversificação da oferta turística mundial em relação às tendências da demanda, entre outros fatores, ocasiona a expansão do mercado e o surgimento e consolidação de variados segmentos turísticos, pois, durante os últimos anos as empresas têm percebido que uma única estratégia já não consegue atender aqueles que buscam um produto mais específico, daí a necessidade da segmentação do mercado.

A segmentação do mercado turístico é muito importante, pois, na subdivisão desses nichos, possibilita ao profissional da atividade turística saber o perfil do cliente, quais são seus interesses e motivações para o deslocamento e as necessidades do cliente. Beni faz uma análise do mercado turístico e afirma que:

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A melhor maneira de estudar o mercado turístico é por meio da sua segmentação, que é a técnica estatística que permite decompor a população em grupos homogêneos, e também a política do marketing que divide o mercado em partes homogêneas, cada uma com seus próprios canais de distribuição, motivações diferente e outros fatores. Essa segmentação possibilita o conhecimento dos principais destinos geográfico e dos meios de transportes, da composição demográfica do turista, da faixa etária e ciclo de vida, nível econômico ou de renda [...] estado civil e estilo de vida (BENI, 2003, p. 143).

Moraes (1999) cita em sua obra as motivações das viagens como objeto de segmentação de mercado e cita o turismo de aventura, objeto em analise neste trabalho de pesquisa, como sendo um dos segmentos do mercado turístico.

Dentre os tipos de turismo já citados, será enfocado o segmento de Turismo de Aventura que possui características e consistência mercadológica própria e, conseqüentemente, seu crescimento vem adquirindo um novo enfoque de ofertas e possibilidades.

A análise dos diversos fatores motivacionais que determinam o turista a planejar sua participação em programas voltados ao Turismo de Aventura é primordial para sua compreensão, bem como seu hábito em relação à segmentação dos diversos perfis de clientes, atenuando-se para transformação de suas perspectivas tanto quanto seus desejos e necessidades. Com o entendimento desses fatores, se possibilita apontar os sentidos da procura, além de ajustes requeridos pelo mercado e utilizando-se de canais de comunicação para conquistar os variados tipos de público.

Em conformidade com Martins e Guagliardi (2010), os indivíduos têm necessidades que aumentam diante da ausência de algo que ele acredita que possa lhe trazer um maior bem-estar e satisfação. Necessidades essas que podem ser de caráter emocional, espiritual ou físico, onde a necessidade de um indivíduo por mudança, nova experiência, aventura e apreciação estética pode ser satisfeita com uma viagem e atividade turística.

As motivações como em qualquer atividade humana, surgem devido à necessidade de saciar suas carências. Nos programas voltados ao Turismo de Aventura não são diferentes. O individuo exibe uma tendência de demanda contínua por impulsos positivos. Seguindo essa linha de pensamento, o individuo apresenta uma constante busca por impulsos positivos vindos de fenômenos fisiológicos, como a geração de endorfinas, que causam sensações de prazer, cuja energia varia de cada ser humano.

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Logo, essa procura por sensações e experiências diferentes, novas e complicadas, tendo como vontade o desejo em enfrentar ameaças físicas e sociais, fazendo parte do resultado do processo evolutivo. Para Zukerman (1990 apud LÓPEZ-RICHARD; CHINÁGLIA, 2004, p. 205), “testar a capacidade de vencer desafios e riscos potencializa o aprendizado e, consequentemente, induz a evolução”.

A motivação significativa e agradável ocasionada pela experiência de aventura, assumindo riscos evidentes e existentes, pode inspirar no individuo o desejo de buscar sua reprodução, sem significar a motivação originária que ocasionou a experimentá-lo. Neste caso, o último elemento deve ser observado ao analisarmos a transformação da motivação do individuo, sem nenhuma ou pouca experiência, em relação á daquele indivíduo com mais experiência. Costa faz uma análise das motivações e riscos do individuo ao afirmar:

O espírito aventureiro, hoje tão ou mais presente nas atividades esportivas de aventura e risco calculado, permite ao homem jogar com as chances de conquistar, com o destino e com as adversidades, imprimindo outros sentidos que se distanciam dos antepassados do século XVI. Se aqueles eram movidos em suas conquistas, estes, hoje, conquistam, de modo simbólico, a si mesmos, desafiando os seus próprios limites (COSTA, 2000, p.5).

Ainda que as necessidades que consistem em ser satisfeitas sejam comuns para um significativo número de turistas, cujo principal objetivo é fugir da tensão do trabalho e das rotinas caóticas dos grandes centros urbanos, as motivações podem ser muito diferentes, como vivenciar o perigo, está na companhia de amigos, harmonizar-se da natureza. Estes são os estimulantes que farão que o indivíduo possa optar pelo destino turístico escolhido. Contudo, um fato bem significativo a ser avaliado na análise do comportamento do individuo é sua perspectiva em relação ao serviço que será oferecido.

Os indivíduos possuem, constantemente, expectativas sobre os meios indicados para satisfazer suas necessidades que podem ser numerosas como nos programas de aventura, onde: sentir medo, encarar o perigo, avistar animais selvagens, desafiar e levar o corpo ao limite físico e psicológico, aprender novas habilidades, entre outras, trará, ou não, a comprovação, definindo o nível de satisfação do individuo para com o serviço.

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Neste sentido, as expectativas são elementos bastante sensíveis e cujas variáveis de acordo com o perfil do individuo, podem passar por transformações a partir de experiências prévias em programas de aventura.

Certamente, devido às transformações das expectativas dependerem de diversos fatores não pertencentes à experiência prévia do individuo, tendo como, por exemplo, a melhora da qualidade do equipamento, da infraestrutura e das informações; o aumento da capacidade e habilidades de guias e instrutores. De comum acordo que um indivíduo mais habituado com a atividade terá expectativas mais práticas, aguardando, desse modo, que sofra menos transformações.

2.3 Atividade Off Road 4x4 e Turismo no RN

Com o aumento da exposição por diversos meios de publicidade ou agencias especializadas, a procura pelo turismo de aventura na modalidade Off Road 4x4 tem crescido bastante, mesmo o indivíduo possuindo ou não veículos do tipo 4x4, sendo praticantes constantes ou ocasionalmente. Até certo tempo, durante os anos 90, poucas pessoas podiam ou tinham interesse em conhecer lugares como os Lençóis Maranhenses (MA), Jalapão (TO), Jericoacoara (CE), as viagens para tais destinos tornaram-se acessíveis, viáveis e interessantes despertando, cada vez mais, o interesse de vários outros públicos em potencial.

Dentre os fatores responsáveis por essa mudança, está a modernização e aumento do conforto dos veículos 4x4, tornando-se mais confortáveis, seguros, resistentes e econômicos tanto quanto ao uso do diesel, como demais combustíveis incluindo o gás natural veicular (GNV), bem como sendo mais rápidos.

O Off Road 4x4 não é considerado uma modalidade turística, e sim uma atividade que pode ser reconhecida com características do turismo alternativo. Neste sentido, podem ser realizadas com diversos intuitos, desde visitas a paisagens naturais, algumas de difícil acesso por meio de veículos convencionais, busca de aventura, adrenalina e emoção em trilhas de difícil deslocamento, fuga da rotina urbana das grandes cidades ou participar de uma competição.

Essas competições exercem um papel importante para a divulgação e promoção turística do Estado, devido às mesmas serem realizadas em diversas cidades de toda região potiguar, valorizando e apresentando as belezas de cada uma delas e suas vantagens para a prática do rali, bem como, a questão econômica como fator importante para as cidades desde a capital Natal, região metropolitana e

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demais municípios interioranos, incrementando recursos no comercio local e desenvolvimento de infraestrutura de hospedagem e alimentação para receber os praticantes locais e turistas.

Logo, destacou-se, como as principais motivações para a prática Turismo de Aventura Off Road 4x4, as paisagens naturais do interior, a geografia da região que proporciona excelentes trilhas para a prática do esporte, a rica diversidade das culturas locais, sendo uma opção de unir o prazer do “fora de rota”, “fora de estrada” e da urbanização em busca do lazer e sensações que a adrenalina produz.

2.3.1 Eventos e os grupos Off Road 4x4

Com o crescimento no Brasil pelo interesse no turismo Off Road 4x4, no Rio Grande do Norte, nos últimos anos, foi observado um aumento significante devido as expedições de trilhas organizadas por grupos de aventureiros, admiradores da modalidade, com a criação de diversos grupos de Off Road 4x4, com uma considerável variedade e diversidade quanto aos passeios/trilhas, bem como promovidos por agências de turismo. Além das competições de veículos 4x4, Buggys e Gaiolas (veículos de fabricação artesanal, adaptados e reforçados para as competições Off Road 4x4), que se tornaram tradição em várias cidades do estado, tendo diversas etapas incluídas no calendário nacional de eventos do tipo.

São realizados eventos anuais de maior notoriedade e relevância, além de outros eventos menores, trilhas e passeios diurnos e noturnos, como objetivos e finalidades diversas, tais como: interação de novos membros, com fins lucrativos revertidos para o grupo e solidários com fins revertidos para doações a instituições de caridade, dentre outras.

Esses grupos, diferentemente das empresas privadas que, também, trabalham com o turismo Off Road 4x4, porém com uma proposta diferente, através de expedições, em sua grande maioria, não tem por princípios os fins lucrativos, e sim o crescimento de um conceito e proposta de vida para seus momentos de ócio.

O turismo de aventura vem através do Off Road 4x4 possibilitar um novo olhar e um novo conceito para o incremento dessa atividade e dos eventos que dela surgem, como uma alternativa de fomento turístico para o estado do RN, região metropolitana e municípios do interior.

Essas localidades, que tem, além da geografia de relevo, clima e vegetação característicos e específicos conforme períodos do ano, fazem com que o processo

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de interiorização do turismo e sua regionalização seja obtida como elemento catalisador nesse processo de expansão e melhoria do turismo potiguar, portanto, um potencial geocultural impar, através dos seus patrimônios materiais e imateriais adormecidos na memória e em seus lugares de memórias em cada canto do Rio Grande do Norte.

Entre os diversos eventos importantes da atividade Off Road 4x4 no Estado, destaque para o Desafio da Serra do Vale, na cidade de Jucurutu, localizada na região do Seridó. O evento é realizado uma vez por ano, sendo destaque para simpatizantes e praticantes de atividades Off Road 4x4 e de turismo de aventura no estado.

O evento agrega o turismo rural e de aventura, sendo realizado na Trilha da Serra, considerada um das mais difíceis e desafiador do Brasil. E como atrativo turístico, é possível visitar as obras de construção da Barragem de Oiticica, que está sendo construída no distrito de Janúncio Afonso.

Percorrendo o litoral potiguar, tem-se como destaque a Travessia Off Road de Natal a Fortaleza, organizado por uma agência de turismo. A travessia contempla desde Pipa, passando pela paradisíaca São Miguel do Gostoso, Galinhos e Ponta do Mel, na costa branca potiguar até finalizar na cidade de Canoa Quebrada no Estado do Ceará.

Na modalidade Off Road 4x4 de competição, o Rally RN 1500 tem grande destaque, seja por ter um percurso bastante extenso, como também pelos atrativos turísticos das cidades as quais fazem parte do trajeto do evento. A prova tem uma travessia de quase mil quilômetros, incluindo quatro cidades potiguares: São Miguel do Gostoso, Assu, Currais Novos e Bom Jesus, que foram as cidades bases da prova deste ano.

As trilhas que formam o percurso da prova são de extrema dificuldade com bastante areia, sertão, pedras, riachos secos, trial, desafios, dunas e serras, cujos cenários são comuns ao Rally RN 1500.

Na capital, Natal, pode ser destacado o evento Raid da Meia Noite, promovido pelo Jeep Clube do RN, clube mais antigo do estado e único devidamente reconhecido pelas autoridades e órgãos fiscalizadores e reguladores da atividade, em sua 30ª edição no ano vigente, onde são realizadas 24h de provas em diversas localidades da região metropolitana com os mais variados tipos de terrenos e desafios aos participantes.

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Outro grupo que pode ser destacado é o Natal Jeep Clube (NJC), responsável pelo evento denominado EXTREME, criado em 2017 e que, também, já se tornou destaque.

Outros eventos, de outros grupos, que podem ser destacados, são os de cunho socioambiental, tais como: SOS Touros, onde foi arrecadado ajuda à comunidade vítima de desastre ambiental, promovido pela Comissão de Interclubes

Off Road do RN que é uma comissão representativa dos praticantes da atividade Off Road 4x4 potiguar, composta pelos presidentes e/ou membros das diretorias dos

grupos que tem interesse em uma regulamentação da atividade, norteando e conduzindo os interesses dos verdadeiros jipeiros e espírito aventureiro.

Destaca-se a campanha realizada pelo município de Nísia Floresta, com ações socioambientais promovidas pela ONG Ponta de Pirangi, em parceria com a JANF (Jipeiros Associados de Nísia Floresta), além da Secretaria de Cultura e Turismo do município, denominada “verão cuidando das praias” e a “praia limpa”, em 2015, onde foram realizadas ações de conscientização e remoção de lixo em praias e lagoas da região (EMERENCIANO, 2015).

Com o surgimento de diversos grupos e suas respectivas características e finalidades especificas, outros eventos em datas e períodos especiais como: Páscoa, São João, Dia das Crianças, Natal, Fim de Ano, entre outros, também pode ser citado e como destaque nesses eventos e ações pode ser citado o grupo Família 4x4 Natal/RN que surgiu no segmento com um conceito diferenciado dos demais grupos, objetivando, como próprio nome traduz, passeios em família e amigos com intuito de quebra da rotina e do ócio, proporcionando aos participantes uma proposta relativamente diferente dos demais grupos, bem como forte atuação nos eventos sociais exemplificados acima.

Tais cenários propiciam um belo atrativo turístico e de belas paisagens que encantam pilotos e navegadores locais, do Nordeste, Brasil e Exterior para participarem de suas edições, ou seja, unem o prazer de competir com o de se divertir e desfrutar do ambiente Off Road 4x4, seus desafios e prazeres.

2.3.2 Regulamentação

O ato de aprimorar um segmento para o cliente é de enorme relevância. Em relação ao turismo de aventura, estas normas são essenciais à boa prática do turismo, com garantia de qualidade e segurança para os clientes, visto que o mesmo

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oferece riscos eminentes. De acordo com Abreu e Timo (2005, p.44), ressaltam sobre as normas técnicas:

Deve ser estabelecido por consenso entre os interesses, o que pressupõe compromissos de interesse mutuo, e devem ser aprovados por um organismo reconhecido, o qual deve atuar de acordo com os princípios da normatização, pois é o responsável pelo processo e por assegurar o consenso. Esse organismo reconhecido é o organismo nacional de normatização.

Neste contexto, seguindo a recomendação do Ministério do Turismo no ano de 2010, em relação às normas técnicas, jurídicas e institucionais sobre a prática do turismo de aventura, entre os termos técnicos estão: a legislação turística e a legislação específica.

Conforme o Ministério do Turismo (2010), o decreto regulamentador da lei do turismo, Decreto no 7.381,19 de 02 de dezembro de 2010, que regulamenta a Lei do Turismo (Lei no 11.771/2008), determinando os critérios para o funcionamento do Sistema Nacional de Cadastramento, Classificação e Fiscalização dos Prestadores de Serviços Turísticos – (SINASTUR).

Estas atividades, cujo risco é parte complementar do serviço prestado, tem no gerenciamento de riscos um problema ao qual concerne à distribuição de responsabilidades pela segurança. De acordo com a norma ABNT - NBR 15331, de 2005, o turismo de aventura requer um Sistema de Gestão da Segurança para o turismo de aventura devido à probabilidade de tal evento ocorrer, combinação da probabilidade de o fato ocorrer, acrescido ao efeito causado.

Com isso, as Normas Técnicas Referentes da ABNT/NBR que se referem ao turismo de aventura, especificamente ao Off Road 4x4 no que tange suas competências e segurança, de acordo com o site da ABETA (2016) são:

Normas Transversais

• ABNT NBR 15285 – Turismo de Aventura – Líderes – Competência de pessoal

• ABNT NBR ISO 21103:2014 – Turismo de Aventura – Informações à participantes

• ABNT NBR ISO 21101:2014 – Turismo de aventura — Sistemas de gestão da segurança — Requisitos

• ABNT NBR 15500:2014 – Turismo de Aventura – Terminologia

Normas Específicas

• ABNT NBR 15383 – Turismo de Aventura – Condutores de turismo fora-de-estrada em veículos 4×4 ou bugues – Competências de pessoal

• ABNT NBR 15453 – Turismo de Aventura – Turismo fora-de-estrada em veículos 4×4 ou bugues – Requisitos para produto.

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Com isso, a 3ª Edição de Orientações Básicas para o Turismo de Aventura disponibilizada pelo Ministério do Turismo (2010) quanto as Normas Técnicas Publicadas e suas descrições no que tange as competências e segurança quanto a prática da atividade Off Road 4x4 são:

QUADRO 1 – Normas Técnicas Publicadas

NORMA DESCRIÇÃO

ABNT- NBR 15285

Turismo de Aventura – Condutores – Competências de pessoal

Estabelece resultados esperados e competências mínimas para condutores de Turismo de Aventura, independentemente do tipo de atividade praticada.

ABNT- NBR 15286

Turismo de Aventura – Informações mínimas preliminares a clientes

Elenca requisitos gerais mínimos de informações relativas à segurança e aos aspectos contratuais pertinentes, referentes a produtos e serviços que incluam atividades de Turismo de Aventura,

ofertados por pessoa física ou jurídica, antes da formalização da compra.

ABNT- NBR 15331

Turismo de Aventura – Sistema de gestão da segurança – Requisitos

Especifica requisitos para um sistema de gestão da segurança e aplicação de processos de melhoria contínua visando promover a prática de atividades de aventura de forma segura.

ABNT- NBR 15334

Turismo de Aventura – Sistema de gestão da segurança – Requisitos de competências para auditores

Estabelece requisitos mínimos para os auditores responsáveis por verificar os sistemas de gestão da segurança implantados nas organizações que atuam com o segmento de Turismo de Aventura.

ABNT- NBR 15383

Turismo de Aventura – Condutores de turismo fora-de-estrada em veículos 4x4 ou buggys – Competências de pessoal

Define competências para condutores de Turismo de Aventura para a prática de atividades fora-de-estrada, cujo objetivo da experiência turística é trafegar por roteiros em vias convencionais e não convencionais em veículos 4x4 ou buggys, seja conduzindo clientes, dirigindo veículos, seja ainda assistindo a quem os dirige. Essa norma é complementar à NBR 15285.

ABNT- NBR 15383

Turismo de Aventura – Turismo fora-de-estrada em veículos 4x4 ou buggys Requisitos para produto Especifica requisitos relativos à segurança dos clientes e condutores referentes aos produtos (serviços) de Turismo de Aventura para a prática de atividades fora-de-estrada, utilizando veículos de tração 4x4 ou buggys. A norma não se aplica aos produtos turísticos com atividades fora-de-estrada que utilizem outros tipos de veículos.

A existência e importância da normatização em turismo de aventura são consideradas como destaque mundialmente. Por se tratar de uma atividade de risco aos praticantes, os mesmos devem ter o conhecimento de todos os requisitos técnicos e legais para participarem dos eventos de turismo Off Road.

3. METODOLOGIA

Para serem alcançados os objetivos, foi realizado um estudo descritivo-exploratório de abordagem quantitativa e qualitativa dos dados coletados. Foram realizadas entrevistas em profundidade com especialistas e praticantes da atividade

Off Road 4x4. Para análise, utilizou-se análise de conteúdo e buscou-se verificar os

valores, identidade e opinião dos entrevistados, o que, caracteriza a abordagem qualitativa. Segundo Lakatos e Marconi, (2002, p.274):

O estudo qualitativo é o que se desenvolve numa situação natural; é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada. ”E também é considerada a metodologia que mais se identifica com o estudo de caso”.

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A presente pesquisa tem um caráter descritivo em sua estrutura, utilizando desses métodos para atingir os objetivos do trabalho. Segundo a classificação usada por DENCKER (2007), ela busca descrever um fato, problema ou fenômeno procurando fazer um levantamento das características pertinentes ao objeto de estudo abrangendo seus aspectos gerais, fazendo um levantamento de dados que serão observados, registrados, analisados e classificados.

Buscou-se verificar os valores, identidade e opinião dos entrevistados, utilizando às técnicas de coleta de dados, tais como: A documentação indireta, observação direta e análise de conteúdo, caracterizando a abordagem qualitativa e atingir o objetivo do trabalho.

A documentação indireta consiste em pesquisas bibliográficas e eletrônicas com objetivo de coletar dados presentes nos livros, físicos e/ou virtuais, teses e dissertações e jornais de grande circulação.

Na observação direta o foco foi à realização de visitas “in loco”, através da observação participante em eventos e passeios/trilhas e aplicação de entrevistas semiestruturadas, onde Para Triviños (1987, p. 146) a entrevista semiestruturada tem como característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa, não identificado o indivíduo, constituído por uma série ordenada de perguntas, através de questionário.

Entrevistas não estruturadas, para Marconi e Lakatos (2002) é um procedimento usado na investigação social para coletar dados, ou ajudar no diagnóstico ou tentar solucionar problemas sociais, com os agentes ativos, que juntos são responsáveis pela administração de grupos de Off Road 4x4.

As entrevistas realizadas com os agentes envolvidos com a prática da atividade Off Road 4x4, sendo realizadas entre os dias 10 de outubro e 05 de novembro, onde foram preenchidos 65 questionários por pessoas distintas e que tiveram como característica não ser totalmente estruturada para que as indagações e cada aspecto estudado e suas relações com o turismo pudessem ser individualizadas proporcionando uma melhor comunicação entre entrevistador e entrevistados.

A etapa seguinte é a de interpretação dos dados coletados que consiste em analisar o material, buscando tendências, relações e interferências, através da estatística descritiva que: Segundo PEREZ et al. (2007 p. 63) “A estatística descritiva é utilizada como uma ferramenta fundamental para a elaboração de

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pesquisas na área do turismo, pois permite conhecer as características de populações específicas e, ainda prever a evolução dessas características”.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO

4.1 Perfil dos entrevistados

Ao iniciar a análise dos resultados e contemplar o objetivo do estudo, segue as informações relevantes sobre a pesquisa e ressalta-se em primeiro lugar o perfil dos entrevistados: sendo que aproximadamente 74% dos entrevistados são do sexo masculino e 26% são do sexo feminino.

Como mostra os dados da pesquisa, a participação feminina, mesmo crescente, ainda é pequena, e tendo como relevância o fato de boa parte do percentual analisado são as esposas que acompanham seus maridos nas atividades, mas também as pratica.

Ao ser verificado a idade dos entrevistados, constatou-se que aproximadamente 13% têm entre 18 a 29 anos; 49% são consolidados na faixa entre 30 a 39 anos, que corresponde a maioria dos entrevistados; seguido pela faixa entre 40 e 49 anos, que corresponde a 31% aproximadamente dos entrevistados. Sendo a faixa etária de 50 anos ou mais responsáveis por apenas aproximadamente 8% dos entrevistados.

No caso verificou-se, pelos dados dos questionários aplicados, que a maioria dos entrevistados possui em média entre 30 e 49 anos e que somado ao segundo maior grupo por idade tornam-se responsáveis por 80% dos entrevistados com média entre 30 e 49 anos de idade.

Outro ponto de relevância sobre o perfil dos entrevistados é quanto ao seu estado civil. Os dados coletados referentes a esse questionamento são: aproximadamente 14% são solteiros, bem como outros 14% aproximadamente encontram-se em outros (união estável, noivado) e outros quase 65% que correspondem à maioria, declararam serem casados.

O que se pode concluir com estes dados, é que tem se uma predominância de casados, expondo uma relação entre as variáveis idade e renda.

Quando analisado o grau de escolaridade dos entrevistados, constatou-se que a maioria possui formação superior completa, com aproximadamente 48%,

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seguido do ensino médio completo com 26% dos entrevistados tendo concluído. E aproximadamente 14% dos entrevistados com nível superior incompleto.

A partir destes dados, é verificado que as pessoas com essa formação educacional aspirem melhor qualidade de vida para si e suas famílias, simulando possuírem empregos estáveis e com renda relativamente elevada conforme análise a seguir.

O perfil de renda familiar dos entrevistados, onde se constatou que aproximadamente 17% têm rendimento familiar de até dois salários; 40% são consolidados na faixa de rendimento familiar, que corresponde à maioria dos entrevistados, cuja mesma se situa entre três a cinco salários; seguido pela faixa entre seis a nove salários, que corresponde a 31% aproximadamente dos entrevistados. Sendo a faixa corresponde a mais de dez salários responsável por apenas aproximadamente 13% dos entrevistados.

Logo, verificou-se que a maioria dos entrevistados possui renda familiar superior a três salários, cujo valor superior corresponde a R$ 2.800 mil reais. Esta modalidade normalmente exige aquisição e manutenção de equipamentos de alto custo. Os resultados fortalecem a premissa de que os esportes de aventura ainda não estão acessíveis a todos os que desejam praticá-lo, embora, como já citado, encontrem-se em expansão oportunizando seu acesso a maior parcela da população, o que há anos atrás não seria possível, pois, devido aos custos da atividade, eram considerados esportes de elite.

Quanto a pergunta referente se os entrevistados participavam de algum grupo ou clube Off Road 4x4, aproximadamente 65% dos entrevistados disseram que sim e 35% responderam que não participam.

Os dados informados acima demonstram que a maior parte dos individuos que praticam o turismo Off Road 4x4 participam de atividades relacionadas ao esporte e participam de grupos e/ou clubes que estimulam à prática, além de possuírem laços estreitos de amizade entre cada individuo que participa, formando uma verdadeira “família” no segmento Off Road 4x4.

Diante disso, perguntou-se ao entrevistados em relação a seu nivel de experienciacom o off road. Dessa forma, 44,6% dos entrevistados declararam que são iniciantes, enquanto 18,5% se consideram amadores, 10,8% pouco experientes, 24,6% experientes e 1,5% muito experientes conforme gráfico 1 a seguir.

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Grafico 1 – Nivel de experiência.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

Pode-se constatar o alto indice dos participantes com pouca experiência e tempo de prática nessa modalidade, considerando-se iniciantes e/ou amadores, mas que com o crescimento das atividades de aventura, assim como a identificação com a modalide, incentivando a uma maior freqüência e criando hábitos de praticar para com o esporte e maior regularidade. Assim, passou-se a verificar as principais motivações para a atividade Off Road 4x4.

4.2 Motivações para prática Off Road 4x4

Nesse momento passa-se a analisar as motivações dos entrevistados e praticantes do turismo Off Road 4x4, suas expectativas ou desejos para com a prática da atividade.

Diante disso, perguntou-se aos entrevistados se eles já haviam praticado o turismo Off Road 4x4. Dessa forma, 80% dos entrevistados responderam que já haviam participado, enquanto 20% informaram que não haviam praticado.

Logo, com os dados coletados, é possível concluir que a grande maioria das pessoas entrevistadas já praticaram a atividade como turismo de aventura Off Road 4x4 e tendo uma similitude com os dados dos gráficos anteriores, reforça a conjectura de ser uma atividade ou até um esporte, onde indivíduos, relativamente bem sucedidos, aproveitam seu tempo livre e o seu ócio em busca de adrenalina, novas sensações e que rompe, ao mesmo tempo em que agrega valor, com as atividades turísticas tradicionais.

(22)

Assim, buscou-se saber, também, o fato desse produto turístico ser consumido várias vezes pelo mesmo indivíduo. Diante disso, perguntou-se ao entrevistados se eles repetiriam a experiencia que tiveram e aos que não tiveram se haviam o desejo de praticar. Dessa forma, 95,4% dos entrevistados responderam que repetiriam ou tinham o desejo de realizar, enquanto 4,6% talvez e não 0%.

Logo, observou-se a viabilidade do produto oferecido nesse tipo de atividade, pois desperta o desejo em praticá-lo novamente aos que já o fizeram e a curiosidade nos que nunca praticaram, fomentando turisticamente a localidade onde a atividade é desenvolvida, bem como a economia local.

Além disso, perguntou-se ao entrevistados com que frequencia eles praticam a atividade Off Road 4x4. Dessa forma, 32,3% dos entrevistados responderam que mensalmente, 27,7% anualmente, 15,4% semestralmente, 13,8%semanalmente e 10,8% trimestralmente, em conformidade com o gráfico 2 abaixo.

Grafico 2 – Frequencia com que realiza a atividade Off Road 4x4.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

O gráfico apresentado mostra, em números, o potencial fomentador que a atividade Off Road 4x4 tem para se expandir e fomentar o turismo. Pois, ao observar as respostas, percebe-se que, quem a pratica, tende a repetir várias vezes ao ano, sendo uma alternativa não só de produto primário, mas também como elemento fomentador dos equipamentos turísticos que estão nas rotas dos passeios e eventos realizados.

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Assim, quando o turista ou praticante da atividade se desloca da sua localidade para uma determinada região, ele além de praticar direta e indiretamente o turismo de aventura Off Road 4x4, está também causando o efeito multiplicador na economia das comunidades autóctones por onde passam, tornando-se renovável e evitando o amadurecimento e declínio precoce do produto turístico em seu ciclo de vida.

Diante disso, perguntou-se aos entrevistados sobre a preferencia do tipo de trilha a ser praticada ou desejada. Dessa forma, 56,9% dos entrevistados responderam que moderado, 21,5% leve, 12,3% elevado e 9,2% de alta complexidade, em concordância com o gráfico 3 abaixo.

Grafico 3 – Nivel de passeio ou trilha.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

Esse gráfico aponta para uma predominância dos passeios moderados e leve, porém com uma tendência a trilhas com poucos desafios, mas que trazem adrenalina, novas emoções com riscos controlados, voltada para a aventura e lazer. Assim, para eles o turismo de aventura não é somente um passeio, é algo que traz sensação de prazer e renovo para o dia a dia cotidiano.

Pensando nisso, perguntou-se ao entrevistados sobre a preferencia de estilo de passeio quanto ao terreno. Dessa forma, 27,7% dos entrevistados responderam que preferem passeio em dunas, 24,6% na orla, 16,9% em lagoas, 13,1% em brejos, 6,2% referem em desafios e eventos, 4,6% serrano e 6,9% outros, consoante com o gráfico 4 a seguir.

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Gráfico 4 – Motivações quanto ao estilo de passeio.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

Nesse gráfico pode-se observar uma tendência a pratica a atividade Off Road 4x4 no litoral potiguar, prevalecendo o conjunto praia, orla, dunas e lagoas. Pode-se dizer que existem vários fatores concomitantes para esse comportamento, como clima, infraestrutura, localização, proximidade de centros urbanos, bem como as belezas naturais e cenários impares que só pode ser contemplado pelo praticante através dos veículos 4x4 e similares.

O quarto mais votado foi o passeio realizado em locais de brejos e alagadiços, que tendem a se tornar mais frequentados pelos praticantes que gostam e procuram um pouco mais de adrenalina e desafios, principalmente em períodos chuvosos.

Contudo, é necessário observar a legislação vigente quanto a utilização desses veículos em áreas especificas, restritas e de conservação e preservação ambiental, mesmo com as ações mitigadoras por parte dos grupos Off Road 4x4 e seus participantes que venham a minimizar os potenciais efeitos adversos ao meio ambiente.

Assim, perguntou-se ao entrevistados sobre a motivação para a pratica da atividade off road. Dessa forma, 29,2% dos entrevistados responderam que praticam para conhecer novos lugares, 21,5% para fazer novas amizades, 13,8% para participar de eventos, 11,5% buscam aventura, 9,2% buscam as belezas naturais e a gastronomia local e 5,4% buscam o turismo historico cultural referem em desafios e eventos, 4,6% serrano e 6,9% outros, conforme gráfico 5 a seguir.

35,4% 16,9% 15,4% 12,3% 10,8% 4,6% 4,6% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0%

ORLA LAGOAS DUNAS BREJOS OUTROS DESAFIOS SERRAS

(25)

Gráfico 5 – Motivação para a pratica Off Road 4x4.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

Como pode ser percebido, a principal motivação para a pratica do Off Road 4x4 é a descoberta de novos lugares e suas paisagens que surpreende a todos em geral, seguido de novas amizades. Quando associamos ao fenômeno turístico, vê-se a viabilização de um produto que é baseado justamente no desejo de conhecer novos lugares e a relação social de troca com novas pessoas e culturas.

Logo em seguida, somando-se as motivações, é identificado o fator motivacional nas belezas naturais, turismo de aventura e os eventos Off Road 4x4, apontando, também, uma tendência dos entrevistados a sentir a sensação aventureira quando realiza a pratica da atividade.

Assim, passa-se a tratar a parte de eventos de Off Road 4x4 diretamente relacionada a fomentação da atividade turística local e a motivação para participar dos mesmos.

Somando-se a esses fatores, observaram-se as questões do turismo gastronômico e histórico cultural que mesmo com percentual relativamente baixo são agregadores de valor quando o destino é desconhecido e apresenta uma peculiaridade aos praticantes.

Com isso, foram observadas as questões dos eventos que a atividade produz através de seus grupos e/ou clubes de Off Road 4x4 e que agregam ao turismo local, possibilitando um novo olhar por parte dos gestores do turismo potiguar.

26,2% 24,6% 15,4% 15,4% 12,3% 4,6% 1,5% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0%

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4.3 Eventos da Atividade Off Road 4x4

Nesse topico passa-se a abordar aspectos relacionados ao desenvolvimento da atividade Off Road 4x4 relacionada ao turismo, passando a abordar a questão dos custos para a prática da atividade Off Road 4x4.

Foi perguntado aos entrevistados em relação ao custo desses passeios. As respostas obtidas foram: 60% são mistos (pagos, gratuitos e beneficientes), 20% são gratuitos, beneficiente e pagos ambos com 4,6% e 10,8% nunca participaram, de acordo com o gráfico 6 abaixo.

Grafico 6 – como se da os passeios e trilhas Off Road 4x4.

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

Pode-se perceber que a atividade não tem como foco a exploração comercial nem a promoção turística dos passeios e eventos. Muitos grupos não visam os fins lucrativos, até mesmo pelo perfil já traçado anteriormente. Então, percebe-se que há uma tendência à mescla entre os tipos de passeios a serem realizados, priorizando o lazer dos participantes e as ações socioambientais.

Vale salientar que associado a esses passeios estão os eventos Off Road 4x4. Diante disso, perguntou-se ao entrevistados sobre o conhecimento de um calendario de eventos Off Road 4x4. Dessa forma, 56,9% dos entrevistados responderam que sim, enquanto 43,1% não, conforme gráfico 7 seguinte.

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Grafico 7 – Conhecimento sobre calendario de eventos Off Road 4x4

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

Como se pode observar, o presente gráfico traz uma realidade da atividade, uma divulgação que pode ser considerada relativamente deficiente, feita basicamente através das mídias sociais e com repercussão precária em outros tipos de mídias como a televisiva sobre os eventos praticados aqui no estado do RN, refletindo no desconhecimento sobre a realidade enfrentada atualmente no que tange a ampliação de passeios e até da legalização.

Diante disso, perguntou-se ao entrevistados se eles já haviam praticado o turismo Off Road 4x4. Dessa forma, 80% dos entrevistados responderam que já haviam participado, enquanto 20% não, consoante com o gráfico 8 abaixo.

Gráfico 8 – Participação em Eventos Off Road 4x4.

(28)

Esse gráfico comprova o dito anteriormente, onde a maioria dos entrevistados já participaram de eventos, passeios e/ou trilhas, mas muitos ainda não tiveram essa oportunidade. Isso faz com que a atividade perca muito no aspecto de desenvolvimento local das comunidades autóctones que trabalham com o turismo receptivo e tendem a ver esses eventos como uma alternativa de fomentar a economia local. A falta de um marketing mais agressivo e chamativo pode ser um fator causador desse problema, somado ao preconceito e as barreiras enfrentadas pelos participantes/jipeiros.

Para os que participaram dos eventos foi perguntado como se da a sua participação. Diante disso, 26,2% responderam uma vez ao ano, 23,1% mais de 4 vezes ao ano, 10,8% duas vezes ao ano,4,6% tres vezes ao ano e o restante nunca participou de um evento, conforme Gráfico 9 abaixo.

Gráfico 9 – Frequência que participa de eventos Off Road 4x4

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

Esse gráfico mostra a participação desses praticantes nos eventos, onde pode ser notado toda uma assiduidade e fidelidade para com a atividade, remetendo ao crescimento econômico das localidades que recebem esses eventos e que tendem a passar não só pela capital potiguar mas, também, pelas regiões metropolitana e interiorana do estado, onde mais uma vez é fator motivador para os praticantes e comunidades locais, bem como ao turismo dessas localidades que são pouco reconhecidas e subvalorizadas em seus potenciais turísticos, demonstrando que a sazonalidade não faz parte desse universo.

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Diante disso, perguntou-se aos entrevistados a motivação que os levam a participarem de eventos Off Road 4x4. Dessa forma, 47,7% dos entrevistados responderam lazer, 3,1% destino, 4,6% amizades, 1,5% desaafios e 47,7% responderam todas as alternativas, conforme gráfico 10 .

Grafico 10 – Motivações para participar de eventos Off Road 4x4

Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.

O presente gráfico mostra que todos os fatores motivacionais são importantes e diversificados na participação nos eventos, entretanto o maior motivador dos eventos é o lazer, ou seja, a busca pela quebra da rotina urbana e do ócio, fazendo com que o fora de estrada, além de desejado seja apreciado objetivando a superação e a sensação de bem estar proporcionada.

Com isso, o gráfico 10 apresentado traz um grande nicho de possibilidades com alta demanda potencial a ser trabalhada pelo turismo dessas localidades potiguares, uma vez que identificado o principal motivador, podem ser desenvolvidas alternativas junto aos equipamentos turísticos da região, as quais são realizadas os eventos, para ampliar o desenvolvimento local e a experiência vivenciada pelo participante jipeiro e/ou turista.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conformidade com as análises realizadas acima, o presente estudo apresentou o turismo de aventura, que já é uma realidade no Brasil e no Rio Grande do Norte, como sendo uma das vertentes mais exploradas e difundidas entres os nichos de turismo e tendo na atividade Off Road 4x4 uma das suas principais

(30)

atividades com alto potencial turístico e grande fonte de alternativa turística, econômica e socioambiental para as comunidades rurais e interioranas, onde os praticantes possuem um comportamento similar aos turistas convencionais.

Percebe-se que são indivíduos que estão presentes na classe média da sociedade brasileira, em suma com um grau de instrução elevado e de meia idade, que buscam na atividade Off Road 4x4 a fuga de suas rotinas e do ócio, e tendo como principais motivos para a prática, o conhecer novos lugares e fazer amizade interações com outros indivíduos se destacam.

Além disso, pode-se afirmar que no ambiente litorâneo predomina a maior concentração de praticantes de trilhas e passeios já que normalmente é agregado diversidades de paisagens, aventuras e destinos, não sendo apenas Sol e Mar, mas incluindo as dunas, lagoas, brejos, canaviais, e outras variantes estudadas.

Quando o assunto é eventos os indivíduos consideram ainda o relacionamento com outros integrantes uma das suas maiores motivações. Juntamente com o lazer que eles proporcionam com seus praticantes. Claro que deve ser levado em conta aspectos como o desafio, a aventura, o passeio e o sentimento de pertencimento quando em grupo e na própria interação com nativos das localidades visitadas por serem muitas vezes isoladas ou de difícil acesso em veículos de uso urbano e tração 4x2.

Ao relacionar a pratica do Off Road 4x4 e suas motivações com a atividade turística, percebe-se que ela se encaixa no nicho do turismo de aventura e que seu potencial para ser explorado é de grande importância, pois, durante o percurso dos indivíduos para trilhas ou eventos, há uma tendência para fomentação das comunidades autóctones que recebem esses indivíduos, sendo os praticantes impulsionadores da economia local, mesmo que por um curto intervalo de tempo mas com assiduidade e regularidade minimizando os efeitos da sazonalidade turística e econômica das comunidades potiguar, abrindo novas oportunidades e despertando o interesse público-privado em investimentos.

A atividade Off Road 4x4 demonstra, também, que pode atuar como forte aliada do meio ambiente, através de ações mitigadoras, os passeios realizados apresentam orientações e ações socioambientais condizente com as legislações vigentes mas que são maculadas pela ausência de uma entidade representativa onde qualquer pessoa com um veiculo 4x4 pode proporcionar situações em

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desacordo com as leis e com os princípios adotados pelos grupos de Off Road 4x4 e seus verdadeiros praticantes, denominados jipeiros.

Com isso, no desenvolver da pesquisa viu-se que os grupos e praticantes são penalizados, direta e indiretamente, ainda com o amadorismo da atividade no estado potiguar como um todo, pois a falta de regulamentação e de reconhecimento por parte das autoridades estaduais e municipais é um dos principais empecilhos para a quebra desses paradigmas, aceitação do público receptivo e realização e comercialização de passeios, trilhas e eventos Off Road 4x4 em geral.

Por fim, ressalta-se o grande potencial desse nicho para atividade turística e como fomentadora da interiorização turística e do turismo receptivo no RN. Além disso, os apontamentos motivacionais sobre os indivíduos que praticam o Off Road 4x4 serve como base para que possa-se haver novos estudos e um maior planejamento e organização nas ações dos grupos, através de uma possível criação de uma associação dos praticantes de Off Road 4x4 no RN, participação e dialogo com órgãos públicos reguladores, fiscalizadores e ambientais, objetivando alavancar a atividade como uma alternativa de fomento turístico e uma ferramenta impar em prol das ações ambientais de sustentabilidade, conservação e preservação da fauna e flora potiguar.

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