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Pesquisa de campo EJA I para postar no site

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Academic year: 2021

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ATPS EJA: PESQUISA DE CAMPO I

“A IDENTIDADE DO ALUNADO EM EJA”

Grupo Krescer

Apresenta

(4)

Entrevistado 1

Aluno EJA - Jovem

P.G.S.

19 anos

Repositor

(5)

Entrevistado 2

Aluno EJA - Adulto

L.F.

31 anos

Ajudante Geral

Ciclo I: 2º Ano.

(6)

Vergonha Insegurança

Preconceito

(7)

O

retorno

.

Foi muito difícil para você voltar a estudar? Por qual Razão?

P.G.S. : Foi um pouco sim porque eu tinha vergonha né, na minha idade na segunda série. Rsrs

Além disso tive que conversar no trabalho para me liberarem mais cedo, tive medo da reação do patrão.

L.F.: Foi sim porque eu tinha receio de como seria voltar a estudar na minha idade.

(8)

Os Alunos P.G.S. e L.F., quando respondem essa

questão em relação a enfrentar dificuldades ao

retornar para escola, confirmam-nos um fator que

muitos teóricos afirmam em seus estudos: sobre a

falsa ideia em relação a idade cronológica, interferir

na aprendizagem.

(9)

As principais preocupações de P.G.S. e L.F quando

decidem retornar para a escola, é a de se depararem com

um ambiente onde enfrentariam dificuldades devido ao

estigma cultural de já estarem atrasados.

Outro fator que adiou a decisão de um deles de retornar

para a escola foi a preocupação em relação ao trabalho, o

qual P.G.S. afirma ter tido medo da reação do patrão, o

que nos evidencia a falta de incentivo da sociedade, para

com os iletrados.

(10)

Onde eu me encaixo?

Quais foram as dificuldades encontradas nessa volta?

P.G.S.: Olha eu senti dificuldades de adaptação porque nunca pensei que iria estudar com pessoas bem mais velhas do que eu.

L.F.: As dificuldades foram várias preconceitos, dificuldade de ir para a escola devido ao cansaço do trabalho, mas principalmente com letras e palavras.

(11)

Quando analisamos as respostas de P.G.S. e L.F. em relação as dificuldades enfrentadas em sala de aula, nos deparamos com o opressor inerente (produzido pela sociedade excludente) a que nos relata Paulo Freire. O qual não foi surpresa quando P.G.S. relata-nos a dificuldade em adaptar-se em um ambiente onde as outras pessoas eram muito mais velhas que ele, ou seja, estavam muito mais atrasadas cronologicamente.

É claro que esse sentimento em P.G.S. não é proposital, em nenhum momento ele deixa de demonstrar sua humildade, porém o fato de outras pessoas estarem mais atrasadas que ele, parece-lhe preocupar em relação às dificuldades que terão no processo ensino aprendizagem, o que nos evidenciou mais uma vez a crença popular de que a capacidade de aprender teria prazo de validade.

(12)

O que um aluno da EJA busca de importante na escola?

Perseverança , esperança, libertação...

P.G.S.: Olha no meu caso eu estou em busca do tempo perdido sem contato com os estudos. Tive oportunidades e não aproveitei, agora surgiu essa na EJA ai eu to em busca de aprender para ter uma vida melhor.

L.F.: Eu busco uma profissão melhor pois sem saber ler e escrever isso é praticamente impossível. Também busco um pouco de dignidade pois sem saber ler você é tratado como “burro”.

(13)

P.G.S. e L.F. são exemplos de figuras do sujeito oprimido em busca de libertação, ao responder – nos que buscam um tempo que “perderam” relacionam imediatamente a oportunidade de busca de melhores condições de vida, conseguimos perceber em suas palavras o peso desse “tempo perdido”, e suas convicções de que a recuperação desse tempo (voltando a estudar) lhes trarão elementos que os tornem capazes de buscarem melhores condições de vida, uma dignidade que lhes fora roubada pelo tempo.

(14)

Um fato que marca a trajetória de P.G.S., e de outros tantos alunos de EJA, que no decorrer desse trabalho ficou-nos evidenciado, é que, além de tudo eles carregam um sentimento que nos parece ser de culpa, é o que fica-nos evidenciado em sua fala: “...Tive oportunidades e não aproveitei...”

Nota: P.G.S., só frequentou a escola um único ano de sua vida o que correspondeu a 1ª série, após este período teve razões fortes para se ausentar da escola, razões que não cabem ser expostas, entretanto o que P.G.S. acredita ter deixado passar não pode ser intitulada oportunidade, uma vez que em sua vida as opções sempre foram as por sobrevivência.

(15)

Resgate da cidadania...

Você acha válida a iniciativa do governo em abrir cada vez mais espaço para os alunos da EJA?

P.G.S.: Sim eu conheço bastante gente que não sabia escrever nem o próprio nome e hoje já sabem ler e escrever.

L.F.: Sim com certeza este projeto está abrindo um novo mundo para as pessoas que antes para pegar um ônibus sentia dificuldades por não saber lê. Sem contar que esta abrindo novas possibilidades para muita gente que antes desse projeto não via condições de mudar a sua situação.

(16)

Abrindo Portas...

P.G.S. e L.F., são categóricos quando afirmam ser a EJA a única esperança de conseguirem aprender a ler e escrever. Como disse L.F. em uma de suas falas, uma maneira de buscar um pouco de dignidade, pois segundo ele, por não saber ler e escrever muitas vezes é tratado como “burro”, em outras palavras L.F. sente-se tratado como um sujeito incapaz, que não tem competência para participar de algo em sociedade já que não compreende a escrita.

(17)

Durante a elaboração deste trabalho, desde a fundamentação teórica até a presente pesquisa, ficou-nos evidenciado que uma sala de aula em EJA, pode representar o resgate de um cidadão excluído e marginalizado. Sua incursão social e a constante luta em busca de um espaço em seu meio, em outras palavras, uma sala de aula em EJA, pode retratar perfeitamente a esperança de libertação de uma opressão que paralisa e a possibilidade de uma vida em sociedade, exercendo o papel de cidadão sujeito de direitos e deveres.

(18)

Todavia, para lograr êxito neste caminhar é preciso encontrar junto à sociedade, atenção e um tratamento especial no que diz respeito ao estimulo dessa modalidade, para não corrermos o risco de no futuro, sermos acometidos por um eco de calamidades sociais, provenientes de uma reexclusão.

(19)

Tais problemas devem ser visto não só por professores ou especialistas da área da educação, mas entendido como uma luta de todos, dos alunos, da sociedade, envolvendo também áreas da saúde e segurança pública, caso contrário nos encontraremos num processo dilacerador contra os organismos reguladores do bem estar, bem educar, tornando-nos reféns de uma transformação social construída e mantida por meio da desordem.

(20)

O analfabetismo que ainda hoje acomete grande parte de nossa sociedade deixa-nos claro que estamos sobre um tsunami social em evolução. Isto por que nunca, em tempo algum, o mundo viveu tantas transformações físicas, sociais e tecnológicas e embora estas mudanças tenham nos favorecido melhorando nossa qualidade e expectativa de vida, nos remete para um futuro de inovações e descobertas instantâneas.

(21)

Além de que esse processo também teve um papel muito cruel em relação aos excluídos do processo, os que não ganharam convite para a festa da evolução mundial, estes excluídos criaram uma espécie de zona morta social, onde a desestruturação e o descaso das autoridades competentes faz com que esse ciclo permaneça perpetuado dentro desta sociedade paralela.

(22)

Enfim somente por meio de políticas publicas de educação é que será possível reverter tal situação, e principalmente se com a parceria do Estado e comunidade, adotarmos uma postura diferente, onde professores possam perceber que muitas vezes não conseguem analisar os porquês de determinados fracassos, e ou desistências dos alunos desta modalidade que certamente estão ligados a problemas emocionais ou a metodologias equivocadas que não respeitam a forma de construção do pensamento e as especificidades dos educandos em EJA.

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ANHANGUERA TORRICELLI DE GUARULHOS Licenciatura em Pedagogia

Turma: PLN5AM

Disciplina Educação de Jovens e Adultos Peleja na arte de “Construser”!

Integrantes:

Cristiane Wanzeller Rodrigues Karoline Teles da Silva

Maria Elenice dos Santos Roberta Cristina Galdino Rosa Anacleta da Silva Costa Sheila Evangelista dos Santos

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Grupo: Krescer

email: krescer.eja@gmail.com

Site:

Referências

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