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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

NOVA MEDICAL SCHOOL | FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA

FILIPA MANUELA CALDAS PEREIRA CÔRTE-REAL | 2013179

REGENTE: Prof. Doutor Rui Maio ORIENTADOR: Prof. Doutor Luís Pisco

Ano Letivo 2018/2019

RELATÓRIO FINAL

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“As to diseases, make a habit of two things: to help or, at least, to do no harm.”

Hipócrates

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ÍNDICE

1. Introdução e Objetivos.………Pag.4 2. Estágio Profissionalizante

2.1. Estágio Parcelar de Saúde Mental………....Pag.5 2.2. Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar………Pag.5 2.3. Estágio Parcelar de Pediatria……….Pag.6 2.4. Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia………Pag.6 2.5. Estágio Parcelar de Cirurgia………Pag.7 2.6. Estágio Parcelar de Medicina……….Pag.8

3. Estágio Clínico Opcional………Pag.9 4. Elementos Valorativos………..Pag.9 5. Reflexão Crítica………Pag.10 6. Anexos………..Pag.12

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1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

A finalidade da educação médica pré-graduada é auxiliar o estudante médico na aquisição de competências teóricas, associada a um conjunto adequado de valores e atitudes que lhe permita tornar-se um médico empenhado nas bases científicas da arte da Medicina e na sua atualização, nos princípios éticos e, sobretudo, na abordagem humanista que constitui o fundamento da prática médica.1 O término do

Mestrado Integrado em Medicina (MIM), através do Estágio Profissionalizante (EP), marca o findar de anos de formação, que tiveram como objetivo capacitar o aluno para os desafios inerentes à futura prática clínica, pretendendo ser um modelo de transição adequado e completo que forneça ao recém médico aptidões estruturais para o exercício da Medicina, sob ensino tutorado e supervisão. O EP integra-se, assim, no plano curricular do 6º ano do MIM da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM) e inclui a frequência, ao longo do ano letivo, de estágios parcelares de áreas pilares das Ciências Médicas, nomeadamente a Medicina Interna, Cirurgia Geral, Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental.

Desta forma, para este ano curricular, os pressupostos incluem a integração do aluno nos diferentes serviços, de modo a potenciar o aperfeiçoamento de habilitações teóricas e científicas, nomeadamente o reconhecimento de patologias mais frequentes, abordagem e proposta terapêutica, tendo em consideração uma gestão correta e ponderada dos recursos. Para além da aquisição das bases do conhecimento médico, pretende-se que o futuro médico procure ser mais do que um cientista e saiba aplicar o seu saber em prol da sociedade, tendo em conta princípios éticos, valores e competências sociais. Consequentemente, como objetivos pessoais adicionais, pretendi ganhar consciência profissional nas várias vertentes e crescer como indivíduo com papel ativo na sociedade, tendo como alvo a melhoria dos pontos fracos e deficiências com que me deparei ao longo da formação. Em primeiro lugar, pelo investimento na melhoria de competências interpessoais, privilegiando a comunicação clara com os doentes e familiares e integrando-me no trabalho em equipa; adicionalmente, pretendi expandir as minhas habilitações práticas, através da procura pela observação e realização do maior número de procedimentos clínicos e técnicos inerentes ao dia-a-dia dos serviços, nas várias áreas da Medicina, que fazem parte das competências básicas de um recém médico; e, por fim, procurei a aquisição crescente de autonomia e responsabilidade, com participação ativa e interessada nas tarefas diárias, contactando com várias realidades populacionais, socioeconómicas e diferentes tipos de serviços de saúde em Portugal, desenvolvendo espírito crítico.

O presente relatório explora as tarefas desenvolvidas em cada estágio parcelar, por ordem cronológica, aliada à referência de elementos valorativos que compõem a formação médica, culminando na realização de uma apreciação crítica que reflete sobre a concretização dos objetivos delineados e aproveitamento ao longo do MIM, com particular foco neste último ano. Em anexo encontram-se os certificados de atividades a serem

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2. ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

2.1. Estágio Parcelar de Saúde Mental

- 10 Setembro 2018 a 5 Outubro 2018

Realizei o estágio no serviço de Psiquiatria Geral e Transcultural - Clínica 3 - do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, sob a orientação da Dra. Teresa Prior Filipe. Face ao facto de no 5º ano ter tido contacto prático apenas com Pedopsiquiatria, pretendia focar-me mais na Psiquiatria de adultos, tanto no aprofundamento dos conhecimentos da psicopatologia, como no manejo básico dos psicofármacos e entrevista clínica psiquiátrica. Observei 37 doentes nas várias vertentes da especialidade, nomeadamente

internamento, consulta externa (CE) de Psiquiatria Geral e serviço de urgência (SU). O internamento

afigurou-se como a principal componente do estágio e possibilitou o seguimento de doentes com perturbações psiquiátricas frequentes, participação em entrevistas familiares e discussão do respetivo plano terapêutico nas reuniões de serviço, o que me providenciou ferramentas para colher autonomamente uma

história clínica completa de perturbação bipolar tipo II e perturbação da personalidade borderline, a uma

doente com múltiplas tentativas de suicídio prévias e antecedentes pessoais de violência doméstica.

Paralelamente, a frequência do Grupo Psicoterapêutico Aberto permitiu-me refletir sobre o âmbito terapêutico destas sessões, que se foca na interação entre os doentes e normalização da doença mental, fazendo com que se sintam apoiados e prevenindo o isolamento, o estigma e a alienação. O SU no Hospital de S. José foi essencial para contactar com a fase aguda das perturbações psiquiátricas e aprender a estruturar a gravidade de cada doente, percebendo os que têm critério de internamento ou não, nomeadamente o compulsivo. De modo a permitir a observação de uma maior variedade de contextos e patologias diferentes, teria sido proveitosa a alternância com outros serviços, como o Hospital de Dia e Serviço de Alcoologia.

2.2. Estágio Parcelar de Medicina Geral e Familiar

– 8 Outubro 2018 a 2 Novembro 2018

O estágio decorreu na USF São Martinho de Alcabideche, sob a tutoria da Dra. Ana Paes de Vasconcellos. Os objetivos para o 6º ano eram aprender a gerir os problemas de saúde mais frequentes nos cuidados de saúde primários, identificar riscos de saúde e efetuar medidas preventivas, privilegiando a comunicação clara com os doentes, inserindo-me igualmente nas várias intervenções na comunidade inerentes à especialidade. Estive presente em consultas de Saúde de Adulto, Saúde infantil, Saúde Materna, Planeamento Familiar e

Consulta aberta. A maioria das consultas que presenciei foram de Saúde do Adulto, sendo este o grupo

demográfico mais prevalente dos cuidados de saúde primários. Maioritariamente era feita vigilância de doenças crónicas, predominantemente do foro cardiovascular e osteoarticular, nas quais se realizava controlo dos fatores de risco, otimização da terapêutica crónica e ponderação de referenciação. Pude também realizar alguns procedimentos, nomeadamente auscultação do foco fetal, realização de colpocitologias, colocação de implantes contracetivos e administração de vacinas da gripe.

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Adicionalmente, a integração numa USF permitiu-me participar na dinâmica a nível comunitário da mesma, incluindo aulas de preparação para o parto, ida ao Espaço S em Cascais e participando em ações de

sensibilização em escolas sobre o risco do consumo de substâncias psicoativas. Pude também apresentar o tema “Estratégias para a Descontinuação de Benzodiazepinas” - Método de Desmame, baseado no Boletim

Terapêutico Nº1, ARS-LVT (Maio 2017), para toda a equipa de profissionais da USF. Como limitações, gostava de ter realizado visitas ao domicílio.

2.3. Estágio Parcelar de Pediatria

– 5 Novembro 2018 a 30 Novembro 2018

O estágio foi orientado pela Dra. Cláudia Cristóvão e decorreu no serviço de Pediatria Médica do Hospital CUF Descobertas. Como metas a atingir pretendia ganhar mais experiência na Pediatria Médica, contactando com patologia mais frequente e mais generalizada, sem enveredar tanto por subespecialidades, como aconteceu no 5º ano. A vertente prática envolveu internamento, SU e CE de Pediatria Médica, Ortopedia, Cardiologia e Cirurgia Pediátricas.

No internamento contactei com patologia pediátrica de maior gravidade e pude auxiliar no registo dos diários clínicos e realizar notas de alta. Realizei uma história clínica completa sobre diabetes tipo 1 inaugural num doente internado com 2 anos, tendo sido um caso que espelhou muito bem a importância da comunicação adequada com os cuidadores, não apenas para a colheita da anamnese, mas também para a preparação da alta médica, através da educação para a saúde e esclarecimento de dúvidas acerca da patologia. A CE de Pediatria Médica permitiu a consolidação do exame objetivo adequado à idade e no SU melhorei a sensibilidade diagnóstica, pondo em prática a premissa da sensação de doença na criança. Quanto a procedimentos, assisti à realização de uma punção lombar, técnicas de sutura e pude treinar a realização de fundoscopia.

A nível pedagógico destaco as Sessões Clínicas do serviço, o Workshop de Simulação Avançada e as aulas

teórico-práticas de Pediatria Médica, Cardiologia e Ortopedia Pediátricas, como um acrescento de valor à

minha formação. Pude apresentar uma revisão da temática Infeções do Trato Urinário, em conjunto com os meus colegas de estágio para todos os médicos do serviço. Como limitações, denoto o escasso contacto com a Neonatologia, apenas possível aquando da discussão dos doentes internados nas reuniões de serviço.

2.4. Estágio Parcelar de Ginecologia e Obstetrícia

– 3 Dezembro 2018 a 11 Janeiro 2019

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*Interrupção letiva de 17 Dezembro 2018 a 1 Janeiro 2019

O estágio decorreu na Maternidade Dr. Alfredo da Costa (MAC) sob a orientação da Dra. Filomena Sousa na vertente de Ginecologia e da Dra. Marta Melo na componente de Obstetrícia. O principal objetivo era adquirir mais prática com as várias vertentes da Ginecologia, com as quais tive menos contacto no 4º ano.

Em Ginecologia pude assistir à CE de Ginecologia da Infância e Adolescência (GIA), CE de Planeamento

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ecografia ginecológica. Destaco a CE de PF como o local em que tive maior oportunidade de realizar exame

objetivo ginecológico autonomamente e de melhorar mais as minhas habilitações práticas com a realização sistemática de procedimentos, tendo colocado implantes contracetivos, realizado colpocitologias, colheita de exsudados vaginais e palpação mamária. Pude também auxiliar na remoção de implantes e colocação e remoção de dispositivos intrauterinos. A CE de GIA marcou-me pela existência de inúmeros casos de risco social, que exigiam do Ginecologista uma abordagem especializada. A CE de PC alertou-me para a importância da sensibilização para o rastreio do cancro do colo uterino e vacinação contra o HPV, pela observação de casos evitáveis de neoplasia avançada.

Em Obstetrícia, o SU foi essencial para assistir aos vários tipos de partos, tendo tido a oportunidade de ser 2ª ajudante numa cesariana. O Serviço de Medicina Materno Fetal permitiu a sistematização da abordagem diagnóstica e terapêutica de situações clínicas muito frequentes em Obstetrícia, enquanto que a

CE Alto Risco foi o local onde pude maioritariamente consolidar o exame objetivo da grávida e melhorar as

minhas habilitações práticas no contexto da mulher grávida. Contactei igualmente com CE de Diagnóstico

pré-natal, CE de Reprodução Medicamente Assistida e enfermaria de puérperas. Assisti ao Journal Club de

Ginecologia, às Sessões Clínicas de Obstetrícia e apresentei o Seminário Clínico sobre Lúpus Eritematoso

Sistémico na Grávida. Sugiro, para melhor organização do estágio, que haja uma calendarização das

atividades de modo a que os alunos consigam experienciar melhor cada vertente da especialidade.

2.5. Estágio Parcelar de Cirurgia

– 21 Janeiro 2019 a 15 Março 2019

O estágio teve lugar no Hospital Beatriz Ângelo (HBA) e foi dividido numa semana de aulas teórico-práticas (TP), úteis para a contextualização teórica do estágio, 4 semanas de Cirurgia Geral, uma semana no SU geral e 2 semanas de especialidade opcional, tendo escolhido Anestesiologia. No período de Cirurgia

Geral, orientado pelo Dr. Paulo Oliveira, procurava melhorar as técnicas de sutura e obter mais experiência

em patologia hepatobiliopancreática (HBP), de forma a complementar o estágio do 3º ano, que se debruçou maioritariamente na patologia colorretal. Frequentei o BO, enfermaria, CE e SU. No BO contactei com procedimentos cirúrgicos sobretudo de patologia HBP, podendo participar como 2ª ajudante numa cirurgia a uma doente com 40 anos, a quem se realizou uma segmentectomia hepática complementar (IVb e V) e linfadenectomia por Neoplasia da vesícula biliar, tendo sido este o caso clínico apresentado no Mini

Congresso de Cirurgia pelo meu grupo de estágio. Na enfermaria adquiri mais autonomia particularmente

na avaliação dos drenos cirúrgicos e da cicatrização da ferida operatória, tendo realizado também uma

história clínica completa a uma doente com 86 anos, sobre neoplasia do pâncreas. Destaco a Reunião Multidisciplinar de Oncologia como sendo um exemplo de medicina personalizada e centrada no doente.

Consegui apreender as diferentes áreas de atuação da Anestesiologia, que vão desde o controlo da dor aguda e crónica até ao apoio a inúmeras especialidades. No BO pude treinar procedimentos, nomeadamente a colocação de máscara laríngea e tubo de Guedel, entubação orotraqueal e ventilação.

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No período de SU geral observei doentes com vários espectros de gravidade, maioritariamente com patologia médica, tendo treinado o toque retal e realizado gasimetrias arteriais (GSA) no atendimento dos laranjas e amarelos. Em termos formativos, destaco a presença na Sessão do Internato Médico de Gastroenterologia sobre Pancreatite Aguda, dirigida pelo Dr. Elídio Barjas no HBA.

Quanto às limitações, realço a escassa oportunidade de praticar técnicas de sutura e de desinfeção no BO, muito devido ao elevado rácio tutor-aluno (1:3). Sugiro igualmente que os alunos possam ter um tutor definido para quatro dias da semana no período de SU geral, para melhor organização do mesmo.

2.6. Estágio Parcelar de Medicina

– 18 Março 2019 a 17 Maio 2019

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*Interrupção letiva de 15 Abril 2019 a 19 Abril 2019

Realizei o estágio no serviço de Medicina 2.4. do Hospital dos Capuchos, sob a orientação da Dra. Lurdes Venâncio e restante equipa médica. Coloquei como metas o desenvolvimento de competências na marcha clínica diagnóstica e terapêutica, melhoria da comunicação interpessoal e realização de tarefas do dia-a-dia do internista. Durante as oito semanas de estágio, estiveram internados na enfermaria 44 doentes à responsabilidade das equipas em que estive diariamente inserida, sendo a média de idades de 77 anos. Os diagnósticos mais frequentes foram as infeções respiratórias (30%), seguidas das patologias neoplásicas (20%), o que mostrou uma mudança de paradigma em relação a estágios anteriores. Destaco o trabalho diário na enfermaria como a componente mais importante neste ano letivo no âmbito da profissionalização, em que observava individualmente uma média de dois doentes por dia, averiguando a existência de intercorrências, análise das vigilâncias de enfermagem, interpretação do resultado de exames complementares (EC) e discussão em equipa, avaliando-se a progressão clínica do doente, necessidade de requisição de EC ou referenciação, ajuste terapêutico e ponderação da possibilidade de alta. Observei a execução de uma toracocentese e treinei procedimentos repetidamente: colheita de sangue venoso periférico, realização de GSA, pesquisa de vírus da gripe por zaragatoa (nasal e orofaríngea) e paracentese. Em adição aos diários clínicos, pude aprimorar outras tarefas como notas de entrada, notas de alta, histórias clínicas, pedir análises clínicas, outros exames complementares e encaminhar pedidos de colaboração com outras especialidades ou profissionais de saúde, nomeadamente com a Medicina Paliativa e o Serviço Social. No SU do Hospital de S. José contactei com vários tipos de patologias e diferentes tipos de gravidade. Pude receber doentes, praticar a colheita de anamnese, realizar exame objetivo autonomamente, colocar hipóteses diagnósticas e propôr terapêutica no balcão de doentes de ambulatório. Na CE, as atitudes são maioritariamente dirigidas à prevenção de exacerbações das doenças crónicas e gestão da terapêutica crónica, que muitas vezes se torna um desafio em doentes polimedicados, que representam uma realidade cada vez mais frequente com o aumento da esperança de vida. Em conjunto com o meu grupo de estágio apresentamos uma Sessão Clínica de “Crises Epiléticas e Epilepsia: Revisão da Literatura atual”, e

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Realço igualmente as reuniões de serviço, nas quais pude praticar a exposição estruturada dos casos clínicos dos doentes internados que observei e, a nível pedagógico, as Sessões Clínicas, Sessões TP e

Seminários. Como aspeto a melhorar, sugiro a realização das Sessões TP maioritariamente no início do

estágio, de modo a integrar e capacitar o aluno precocemente; proponho igualmente a adição de uma sessão sobre eletrocardiograma, pela pertinência do tema nas várias valências da especialidade; e, por fim, sugiro que os Seminários na NMS|FCM se tornem cada vez mais orientados para a prática clínica.

3. ESTÁGIO CLÍNICO OPCIONAL

- 20 Maio 2018 a 31 Maio 2019

Realizei este estágio no serviço de Ginecologia da MAC com a orientação da Dra. Filomena Sousa. Tendo o estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia sido um marco no meu percurso na faculdade, decidi que tinha muito a ganhar em repeti-lo, tentando colmatar valências que me faltavam experienciar melhor, nomeadamente o BO e CE de Ginecologia. Assim, pude ser 2ª ajudante em 4 cirurgias ginecológicas. Acompanhei o dia-a-dia de um Ginecologista, voltando a treinar procedimentos já acima mencionados e escrever diários clínicos nas consultas de Ginecologia, PF e SU, o que me deu autonomia e confiança. Desta forma, incluo este estágio por ter sido uma mais valia na minha formação prática.

4. ELEMENTOS VALORATIVOS

A formação de um médico não se faz apenas de conhecimentos teóricos e tarefas curriculares, sendo que a integração em projetos contribuiu para o meu crescimento como pessoa, desenvolvimento de soft-skills e competências de comunicação interpessoal, promovendo o trabalho em equipa que será uma das premissas do meu futuro como médica. Assim, no ano de 2016 e 2017 fiz parte da Comissão Organizadora da XV e XVI edições do Hospital da Bonecada, respetivamente, projeto da AEFCM, primeiro como colaboradora do Departamento de Parcerias Externas e no ano seguinte como Tesoureira e Coordenadora do Departamento Financeiro. No ano de 2017, aquando da XVI edição, fui entrevistada pelo Raio-X, Jornal de Saúde online, sobre o projeto que, nesse ano, explorou a temática da Criança com Deficiência. Desde 2015 integrei o

Grémio Académico (GAFCM), tendo desempenhado funções de Tesoureira desde Dezembro de 2015 a

Novembro de 2016. No ano de 2017, pertenci à iMed Crew do iMed Conference 9.0, projeto aclamado da AEFCM. No mandato de 2018, integrei o Conselho Fiscal e Disciplinar da AEFCM.[Anexos D-H] No ano letivo

2017/2018 colaborei num projeto de investigação da UC de MGF quanto à avaliação da qualidade do ensino da UC, participando num Grupo Focal. [Anexo B]

Sendo a Medicina uma área com um propósito profundamente humanístico, sempre manifestei interesse em temas com impacto na sociedade. Assim, através da frequência da UC Opcional Ética e Cuidados de saúde, escrevi um artigo intitulado de “Plano Nacional de Vacinação: obrigatoriedade ou não da Vacinação em

Portugal”, motivada pelo aumento dos movimentos anti-vacina, que originou diminuição da cobertura

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Destaco a frequência de Formações e Congressos no 6º ano, nomeadamente as Jornadas de Cardiologia de Lisboa Ocidental, III Jornadas Conjuntas do ACES, Câmara Municipal de Cascais e Hospital de Cascais, 5º Encontro da UCF Todos os Santos – Vertente Saúde da Mulher e Neonatal “Equipa em Saúde”, Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management), Jornadas de Formação da UCF – Vertente Saúde da Criança e do Adolescente “Desafios”, 8º Curso de Abordagem ao Doente Urgente (CADU), Workshop NeuroDay e Conferência de “Prevenção de infeções e de resistência aos antibióticos” - Ordem dos Farmacêuticos e PPCIRA, bem como outros congressos que considerei de destaque para a minha formação ao longo dos seis anos.[Anexos I-R]

5. REFLEXÃO CRÍTICA

Considerando que a Medicina atual baseia a sua eficácia na capacidade que os seus profissionais têm em

resolver problemas, quer o ensino quer a avaliação dos conhecimentos deverão ser orientados por objetivos e problemas concretos1, acredito que o EP foi imprescindível para a minha formação pré-graduada e essencial

para me preparar para os desafios inerentes à prática clínica no futuro. Quanto às competências científicas e habilitações práticas, os estágios parcelares foram exímios em fornecer sustentação e melhoria das mesmas, complementando-se entre si, sendo de realçar como essencial o rácio tutor-aluno 1:1 para atingir os objetivos pretendidos.

Especificando, o estágio de Saúde Mental apelou à consciencialização da importância de assegurar o contexto social do doente e planear a integração na sociedade antes da alta, procurando fazer-se uma reabilitação biopsicossocial, não esquecendo a luta contra o estigma, que ainda é um dos desafios na recuperação do doente mental. O período em Medicina Geral e Familiar permitiu-me focar na prática da Medicina centrada no doente e na prestação de cuidados preventivos e curativos, bem como vivenciar a estreita relação e papel interventivo que esta especialidade exerce na comunidade. Esta perspetiva da saúde é-me querida por considerar a acessibilidade aos cuidados de saúde, a literacia e educação para a saúde, desafios da Medicina atual e do futuro. Este estágio foi também proveitoso pela oportunidade de treinar procedimentos. O Pediatra desempenha também um papel imprescindível nestas questões, tendo apreendido a relevância da comunicação concisa com os cuidadores da criança na gestão das suas expectativas em prol da adesão aos programas de saúde. Assimilei, de igual modo, que a empatia com a criança é uma ferramenta chave para uma boa observação clínica, tendo-me sentido mais confiante na abordagem geral da criança, que era uma das vertentes que procurei melhorar neste ano.

A Ginecologia e Obstetrícia é uma especialidade muito distintiva, que aborda a mulher de uma forma muito integradora e multidimensional. Foi dos estágios mais valiosos para a minha formação pelos contextos sociais marcantes com que tive contacto, adquirindo consciência profissional, bem como pela oportunidade em treinar gestos médicos e desenvolver aptidões técnicas, complementadas no estágio clínico opcional.

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Quanto à Cirurgia, destaco a procura incessante pela inovação e descoberta de abordagens cirúrgicas com mais vantagens para o doente. Paralelamente, considerei a reunião multidisciplinar de oncologia um exemplo de medicina personalizada, perspetiva que acredito ser indissociável do futuro desta especialidade. A Medicina Interna afigura-se como a especialidade basilar da Medicina atual, integrando conhecimentos de todas as áreas. Foi o estágio que, indubitavelmente, mais contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal e profissional, capacitando-me para a prática clínica futura, tendo adquirido competências nas várias vertentes do dia-a-dia de um internista, que me serão úteis em qualquer especialidade. Foi também dos estágios que mais contribuiu para a compreensão apropriada da profissão médica, da responsabilidade

profissional e dos seus valores e atitudes, tendo-me deparado com situações particulares, como doentes em

fim de vida, nos quais a premissa primum non nocere adquiria uma relevância ainda maior. Apercebi-me também da existência cada vez mais frequente de situações preocupantes que exigem mudança no funcionamento da Saúde em Portugal, sendo o aumento da esperança de vida e da incidência de patologias neoplásicas o espelho da necessidade de transformação no panorama dos cuidados de saúde.

A formação em Medicina acompanhou o meu crescimento pessoal, como indivíduo com papel ativo na sociedade, sendo que sempre procurei ter uma postura interventiva, integrar-me nas atividades e oportunidades que foram surgindo. Desta forma, encaro as atividades e projetos extracurriculares anteriormente mencionados como indispensáveis para a minha formação pessoal, tendo-me capacitado em termos de habilitações de comunicação e liderança. Procurei também, através da frequência de Congressos e Formações, quebrar barreiras ao conhecimento e estar perto da inovação que acompanha a Medicina, a favor da mudança e atualização que são pressupostos inerentes a esta profissão.

Assim, ressaltando os objetivos específicos para a formação pré-graduada1 e objetivos pessoais,

considero que atingi favoravelmente as referidas premissas, sentindo-me mais confiante e autónoma para iniciar o exercício da Medicina, mas consciente que há muita margem para crescimento, valorização pessoal e profissional.

Resta-me tecer um profundo agradecimento a toda a comunidade da NMS|FCM, aos profissionais de saúde que marcaram o meu percurso e que constituíram uma inspiração para mim, sendo exemplos de como um profissional de saúde deve ser, pela forma humanista e corajosa como encaram os desafios do dia-a-dia e entraves na prestação de cuidados; aos meus pais que foram os meus pilares nesta jornada, aos meus avós e irmã que sempre acreditaram em mim e aos meus amigos e colegas que me acompanharam sempre e com quem partilhei os melhores e piores momentos. Um sincero obrigada aos doentes com os quais me cruzei, pelas lições de humanidade e humildade que me ensinaram, tendo-me ajudado a tornar a pessoa que sou hoje, uma Médica do amanhã e para o resto da minha vida.

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6. ANEXOS

TRABALHOS DESENVOLVIDOS NO ÂMBITO DO ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

A) Tabela Sumária dos trabalhos realizados no âmbito da UC Estágio Profissionalizante do 6º ano do MIM, da NMS|FCM (ano letivo 2018/2019)

COLABORAÇÃO COM A NMS|FCM

B) Grupo Focal - Projeto de investigação sobre a qualidade do ensino da UC de Medicina Geral e Familiar, pertencente ao 5º ano do MIM da NMS|FCM (ano letivo 2017/2018)

ATIVIDADE CIENTÍFICA

C) Artigo de Revisão - “Crises Epiléticas e Epilepsia: Revisão da Literatura atual”, submetido à AMP e a aguardar aprovação (ano letivo 2018/2019)

ATIVIDADE ASSOCIATIVA

D) Membro da Comissão Organizadora XV Edição do Hospital da Bonecada (2016) E) Membro da Comissão Organizadora XVI Edição do Hospital da Bonecada (2017) F) Membro da iMed Crew do iMed Conference 9.0 (2017)

G) Membro do Grémio Académico (GAFCM) (2015-2019) H) Membro do Conselho Fiscal e Disciplinar da AEFCM (2018)

FORMAÇÕES E CONGRESSOS - 6º ANO

I) Jornadas de Cardiologia de Lisboa Ocidental (2018)

J) 5º Encontro da UCF Todos os Santos – Vertente Saúde da Mulher e Neonatal: “Equipa em Saúde” (2018) K) Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) (2019)

L) Jornadas de Formação da UCF – Vertente Saúde da Criança e do Adolescente: “Desafios” (2019) M) 8º Curso de Abordagem ao Doente Urgente (CADU) (2019)

N) Workshop NeuroDay – AEFCM (2019)

O) Conferência de “Prevenção de infeções e de resistência aos antibióticos” - Ordem dos Farmacêuticos e PPCIRA (2019)

OUTROS CONGRESSOS RELEVANTES PARA A FORMAÇÃO

P) X Jornadas do CHBP e Transplantação do CHLC, em colaboração com a Unidade HBP e Esplénica do CHSJ (2015)

Q) VIII International Course on HPB Surgery, V Thomas E. Starzl HPB Symposium: “The Future, Today” (2016) R) XIII Simpósio Internacional de Angiologia e Cirurgia Vascular (2016)

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A) Tabela Sumária de trabalhos realizados no âmbito da UC Estágio Profissionalizante do 6º ano do

MIM, da NMS|FCM (ano letivo 2018/2019)

ESTÁGIO PARCELAR TRABALHOS DESENVOLVIDOS AUTOR(ES)

Medicina Geral e Familiar

Sessão Clínica: “Estratégias para a Descontinuação

de Benzodiazepinas” - Método de Desmame,

baseado no Boletim Terapêutico Nº1, ARS-LVT (Maio 2017)

Filipa Côrte-Real

Pediatria Sessão Clínica: “Infeções do Trato Urinário na

Pediatria”

Filipa Côrte-Real, Pedro Riesenberger e

Ana Cláudia André

Ginecologia e Obstetrícia

Seminário Clínico: “Lúpus Eritematoso Sistémico na

Grávida” – Apresentação de Caso Clínico e Revisão

Teórica

Filipa Côrte-Real, Filipa Rodrigues e Ana

Filipa Ferreira

Cirurgia

Mini Congresso de Cirurgia: “Colecistectomia… e

olha no que deu” – Apresentação de Caso Clínico de

Neoplasia da Vesícula Biliar e Revisão Teórica

Filipa Côrte-Real, Márcia Azevedo e Inês

Mesquita Caetano

Medicina

Sessão Clínica e Artigo de Revisão submetido à AMP e a aguardar aprovação: “Crises Epiléticas e

Epilepsia – Revisão da Literatura atual”

Filipa Côrte-Real, Ana Filipa Rodrigues, Sara Silva, Teresa Pinheiro

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B) Grupo Focal - Projeto de investigação sobre a qualidade do ensino da UC de Medicina Geral e

Familiar, pertencente ao 5º ano do MIM da NMS|FCM (ano letivo 2017/2018)

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C) Artigo de Revisão - “Crises Epiléticas e Epilepsia: Revisão da Literatura atual”, submetido à AMP

e a aguardar aprovação (ano letivo 2018/2019)

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J) 5º Encontro da UCF Todos os Santos – Vertente Saúde da Mulher e Neonatal: “Equipa em Saúde”

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O) Conferência de “Prevenção de infeções e de resistência aos antibióticos” - Ordem dos

Farmacêuticos e PPCIRA (2019)

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P) X Jornadas do CHBP e Transplantação do CHLC, em colaboração com a Unidade HBP e Esplénica

do CHSJ (2015)

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Q) VIII International Course on HPB Surgery, V Thomas E. Starzl HPB Symposium: “The Future, Today”

(2016)

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