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Zero, 2003, ano 18, n.4, jun.

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• r .

-&JORNALISMO

REPÓRTER

QUE

NÃO

APURA I

ZERO

ANOXVIII-N24

Deu

pau

JUNHO

2003 CURSO

gc�J_�:ALISMO

UFSC

...

no

New

York

Times

Matérias

falsas abalam

credibilidade

do maior

jornal

americano

Melhor

Jornal-laboratório

IPrêmio Foca Sind. dos

Jornalistas

de SC

2000

...

convocouuma reuniãocom mais de600 funcionários e

jornalistas

paradiscutiro

caso.Em meioadiversas

reclamações

so­

breomodocomoconduziaa

redação,

Rai­

nesadmitiua sua

parcela

de

culpa,

Oedi­

torreconheceuqueo seu

complexo

decul­

pabilidade

debrancodo sul dosEUA,re­

gião

deintensosconilitos raciais,tevein­

fluênciana suadecisão de dartantaschan­

cesaonegroJaysonBlair.

Além da necessidade

pessoal

de Rai­

nesde não parecerracista,Blairfoi bene­

ficiadoporuma

espécie

de sistema deco­

tasde diversidade étnica queexistenamí­

dia dosEUA,ouseja,umnúmero mínimo

denegros que cada empresa deveter, a

chamada"açãoafirmativa",Emjaneirode Blair:o

reporterficcionista

2001,Blair foi

promovido

a

repórter

em

tempo

integral

comapoiodotambémne­

gro Gerald

Boyd,

entãosubeditor administrativo. Oeditor­

executivona

época,

comaval do

publisher

doTimes,dei­

xouclaroocompromissoda

companhia

com adiversida­

de étnica. BeatrizSinger,redatora do sítioObservatório da Imprensa,

afirma,

emartigosobreocaso,que "ficareal­

mentedificil dissociaracontrataçãode Blair da

obrigação

moral do

jornal

maismoralmentecorretodos EUA".

Conseqüências

- O

primeiroefeitodadescoberta das

fraudes de Blair foiareuniãointerna,ondeos

problemas

internosforamexpostosem

público,

Arthur

Sulzberger

[r.,

presidente

da Times Co.emembro da família quecontrola

o

jornal

há 107 anos,foiacusado,aolado de Rainese

Boyd,

de"terdestruídoacredibilidade do

jornal".

Depoisda in­

vestigaçãointernainicialnoTimes,que resultouno mea­

culpa

do dia 11 de maio, foi criadaumacomissão com

maisde 20

jornalistas,

inclusivequatro de fora do

jornal,

pararever os

procedimentos

da

Redação

everificarse o

controleinternode

checagem

das matérias é tãorigoroso

quantodeveriaser. "A saga deJayson Blairé,acimade tudo,umasaga muito triste",diz ChristineChinlund,om­

busdman do BostonGlobe."Elaseinstituicomo umalem­

brança

atodosos

jornalistas

eeditores sobreanecessida­

de deuma

vigilância

extremaquantoaexatidão, Nâo

pode­

mos,jamais,abrir mãodisso".

AlbertoDines,editor do Observatório daImprensa,afir­

ma emartigode14demaioque"mesmoqueapuniçãodo

repórter

Blairsejaresultado deumsurtode

auto-flagelação

puritanaficam automaticamentedesfeitasedesmentidasas

afirmações

tantasvezesreiteradas- inclusivenesteObser­

vatório

-de quea

grande

imprensaamericana éíncompe­

tenteedesleixada",

Segundo

oLeMonde,dias

depois

de

publicada

amatériaemquefoiacusado das fraudesJayson Blairconcedeu entrevistaaoThe New York Observerezom­

bou dosantigos patrões."Eusou uma

ilustração

do que está

erradonoNewYorkTimes. (...)Eueraumnegro

naquele

jornal,

eissoé

algo

que

pode

tanto

prejudicar

como

ajudar

um

profissional

na

redação".

Odiário francês tambéminfor­

mouque Blair

assinoucontratocom umagente literárioe

está

negociando

a

publicação

deumlivro,além desuaparti­

cípaçãoemprogramasdetelevisão,eainda estudaaelabo­ raçãodo roteirodeumfilme sobraa suavida.

comportamentotão

antiprofissional,

que

emabril de 2002Jonathan Landman,edi­

tordo caderno de Notícias

Metropolíta­

nas,notificouà

direção

de

redação:

"Te­

mos defazerJayson parar de escrever

paraoTimes. Agoramesmo."Masisso nãoaconteceu.Ele foisomenteadvertido

Jayson

Blairsupostamenteescreveu 73 matérias

jornalísticas

paraoNelliYork Timesentre outu­

bro de 2002eabril de2003.Supostamentepor­ que

pelo

menos 36dessasreportagens ou não

foram feitas por eleounão passavam de

ficção.

Foioqueo

próprio jornal

admitiuem umamaté­ riadequatro

páginas

nodia11demaiodesteano.

Blair

plagiou

jornaise

agências

denotícias,inventou situ­

açõese

declarações,

descreveu locaisecircunstâncias que

viaem

fotografias

paraconvencer seuseditores que tinha

estado

naqueles lugares,

mentiutantoque levouo

próprio

NY Timesa escreverque "o dano causadoao

jornal

e aos

funcionários nãoteráseesvaídona

próxima

semana, no

próximo

mêsou no

próximo

ano."

Oseditoresdescobriramasinvençõesdo

repórter

a

partirdeumartigodeBlair

publicado

nacapa da

edição

de26de abrilsobreum soldado

desaparecido

noIra­ que. No dia 29 RobertRivard, editor do San Antonio

Express-News,enviou ume-mailaoNYTimes afirman­ do queamatériade Blaireramuitosemelhantea uma

reportagem

publicada

em seu

jornal

em18 de abril."Con­ tinueilendooquepenseisernossa

própria

reportagem

republicada",

confessaRivard. Pressionado

pelas

pergun­

tassobreo artigo,Blair deixou o

jornal

em que traba­

lhou pormaisdequatro anos nodia do trabalho. Mas

seussuperioreshaviam descoberto apenasaúltima das fraudes.�averdade,Blair enganouseuschefes desdeo

princípio:

a

investigação

internadescobriu que,ao con­

trário do que disse

quando

começouatrabalharcomo

estagiário,

elenuncaterminoua

graduação

naUniversi­ dade de

Maryland.

DuassemanasantesdademissãoBlairescreveuoutra matéria sobrefuzileiros feridosnoIraque. Umdeles,es­

creveu o

repórter, "questionou

a

legitimidade

dasuador

emocional

quando

pensouno casodo

colega

na camaao

lado, ummaratonista que tinha

perdido

parte daperna

por causade umaminaterrestreno Iraque". Umacena

forte que Blair disseter

presenciado,

masquenunca ocor­ reu.OcaboJames

Klingel,

quesupostamenteteria ditoessa

írase,disse quenuncaviuJayson Blair,sóconversou com

ele portelefone,enãotinhacertezaserealmenteteriadito

aquela

frase."UoartigosobremimnoNewYorkTimes",

afirmouaos

investigadores

do

jornal.

"A maiorparteda­

quilo

cunãodisse", garante.

"Cada

jornal,

comocadabancoou de­

partamentode

polícia,

confiaqueseusfun­ cionáriossigam determinados

princípios,

e ainvestigação em cursomostrouqueo sr.

Blair violou

repetidamente

o

dogma

básico

do

jornalismo,

que é

simplesmente

averda­

de",escreveu o

jornal

maisinfluentedosEs­ tadosUnidos,etalvez domundo,no seupe­

dido de

desculpas

ao

público.

Noentanto,os

responsáveis

porsupervisionaros

repórte­

resnão derama

atenção

devidaaossinais de que Blair

poderia

estar

quebrando

ocita­ do

dogma.

Indícios

ignorados

-Duranteosqua­

troanos emque Blairtrabalhouno Times,

vários editorese

repórteres

expressaram dú­

vidas sobresuamaturidadee

capacidade

de

trabalho. Os erros eram tão

freqüentes,

o

Boyd'

promoção

precipitada

3°Melhor

Jornal-laboratório

do Brasil

Expocom94

queseuempregoestavaemrisco,e me­

lhorousua

performance, segundo

avali­

açãodoseditoresna

época.

Tanto queem

outubroelefoi

promovido

paraaedita­

riaNacional, eescolhido paracobriro caso do franco-atirador de

Washington.

Emmenosdeumasemana,umartigode

Blaircomdetalhes daprisãodeumsus­

peitosaiunacapado

jornal,

e ascríticas

surgiram

logo

em

seguida.

Tanto opro­

curador-geral

dos EUAquantoumfunci­

onário sênior do FBI negaramcertospon­

tosdamatéria, eatémesmovários

repórteres

veteranos

da sucursal do Timesem

Washington

questionarama ve­

racidade das

informações

aoseditoresprincipais.Nofi­ nalde dezembro outrareportagem sobreo casoapare­

ceu naprimeira

página

com

informações

supostamente

exclusivas defontesinternasnão

identificadas,

enovamen­

tede Blairfoicontestado. "Não creio que

alguém

nain­

vestigação seja

responsável pelo

vazamento,porque gran­ departedisso está totalmente

errado",

disseopromotor

Robert HoranJunior,deFairfax,estado da

Virgínia,

Entreaprimeiracoberturaanalisada,em outubro

passado,

sobreosfranco-atiradores, atésua últimare­

portagem, Blair

despachou

artigosafirmandoestarem20

cidadesde seis diferentes estadosdosEUA. No entanto, duranteesse

período

elenãoapresentounenhumaconta

de

hotel, aluguel

decarro oupassagemdeavião.Aúnica

despesa

que ele

regularmente

enviava parao

jornal

era

do telefone celular. Gerald

Boyd,

um dos editores que

apoiouaascensãodeBlairdentrodoTimes,admite que

a

distração

em

relação

aessedetalhe foium errograve.

"Terumrepórternacional que deveriaestar

viajando

para trabalhar parao

jornal

eque nãoapresentanenhuma des­ pesa dessasviagensemquatromesesécertamente

algo

que deveriaterchamadoa nossa

atenção".

Politicamente correto de­ mais- Namatéria

emque

expôs

o

caso, oNYTimes deu

algumas

ra­

zões paraacontinuidadee ocresci­

mento de Blairna

redação,

apesar das constantes

reclamações

contra ele.

Alguns

achavam que ele tinha

agressividade

eestilo. "Essecaraé

faminto",

disseoeditor-executivoHo­ well Rainesaolembrarpor que ele

e

Boyd

escolheram o

repórter

para

cobriro casodofranco-atirador.O

jornal

aindaapontavaparaaspou­ cas

reclamações

dos personagens

dosartigosdeBlaireparaumafa­

lha de

comunicação

entreosedito­

res.Masoreal motivo paratantapa­

ciência sóapareceriamaistarde. No dia 14 de maioa

direção

do

jornal

Melhor

Peça

Gráfica

I,

II,

III,

IV,VeXI SetUniversitário

88, 89, 90, 91,

92e98

Jornal-laboratório

do Cursode

Jornalismo

da Universidade Federal de SantaCatarina

CONCLUíDO

EM 12/06/2003 Arte:Alexandre

Brandão,

Gisele

Pungan

Apoio:

LabFoto,

Lablnfografia,

LabRádio,

RexLab

Colaboração:

Adriana

Küchler,

Carlos André

Laner,

RúbiaMuttini

Copy-writer:

Débora

Remor,

Felipe

Bachtold,

Fernanda

Menegotto, jeanne

Callegari,

Maycon

Stahelin, Upiara

Boshi

Direção

deArteede

Redação:

Jornalista

e

professor

Ricardo Barreto

Edição:

Alexandre

Brandão,

Maycon

Stahelin,

Tadeu

Martins, Wagner

Maia, Wendel Martins

(Sêniors),

Débora

Remor,

Felipe

Bâchtold,

Fernanda

Menegotto,

Cristian

Janiake,

Marco Britto

Editoração

eletrônica,

tratamentode

imagens

e

produção

gráfica:

Alexandre Brandão

Fotografia:

Alan

Marques,

David

Corio,

DavidLeeson, Fabiano

Ávila,

Gabriel

Rinaldi,

Guang

Niu,

Jane

de

Araújo,

Mike

Cassese,

Richard

Chung,

Teh

Eng

Koon,

Wagner

Maia

Serviços

Editoriais:

Agência

Senado, AP,

Comunique-se,

Corbis,

Dallas

Morning News,

Editora

Objetiva,

Folha

Imagem,

IstoÉ,

Kyodo

News, Reuters,

Sítio

FAM,

Sítio

Deep

Throat

Uncovered,

TheNewYork Timesonthe

Web, TXT,

Washington

Post

Textos:

Felipe Bâchtold,

Fernanda

Menegotto, Jeanne

Callegari,

Maycon

Stahelín,

Marcela

Campos,

Marco

Britto,

MárioCoelho

jr,

Tadeu

Martins,

Valéria

Noleto,

Wendel

Martins

Impressão:

Diário Catarinense

Redação:

Cursode

Jornalismo

(UFSC-CCE-JOR),

Trindade,

CEP

88040-900,

Florianópolis,

SC Telefones: 55

(48) 331-6599,

331-9490,331-9215

Fax:

(48)

331-9490

Sítio:www.zero.ufsc.br Webmaster: Mariana Romani E-mail: zero@cce_ufsc.br

Circulação:

Gratuitae

dirigida

Tiragem:

5.000

exemplares

Maycon

Stahelin

Episódio

demite

os

dois

principais

editores

Nodia das

demissões,

o

publi­

]

sher

agradeceu,

emmensagempara

<3 os

funcionários,

aos

ex-cabeças

do diáriomaisfamoso do mundo por "colocaremos interessesdo

jqrnal

acimadas

ambições

pessoais".

Para Mitch

Blumenthal,

editorda

seção

local do

Times,

"Raines

cobriu bastanteosbastidores de

Washing­

ton

-ele sabia queem

situações

comoaque

enfrentou,

quem paga

opreço sempre éochefe".

Paraassumirocargode

Raines,

foi indicado

Joseph Levyveld,

ex-edi­ tor-executivodo

jornal,

de 66anos.

Na tentativadeevitarnovos

escândalos,

foicria­ daumacomissão deobservadores para analisar

os

procedimentos

da

redação,

como

contratações,

promoções,

usode fontes anônimase otrabalho ée

free-lancers.

Para Martin

Wolff,

umdosmais

respeitados

críticos de rrúdia dos

EUA,

nãoé o

suficiente:"A

permanência

de

Su1zberger

Jr.

como

publisher

aindaestáemdúvida".

Felipe

Bãchtold

A crise

gerada pelo

caso

Jayson

BlairnoTheNew York Timesculminounos

pedidos

de

demissão,

no

dia5 de

junho,

deHowell

Raines,

editor-executivo do diárioedeGerald

Boyd,

gerente

editoriale se­

gundo

na

hierarquia.

Oescândalo Blairtrouxeit

tona

umasériededescontentamentosde

repórteres

eedi­

tores do Timescontra

Raines,

que teriaum

jeito

autocráticoe

arrogante

de comandaro

jornal.

Nodia

seguinte

às

demissões,

o

jornal

justificou

oocorridoemumeditoríalna

primeira pagina,

di­ zendoque "obem-estardeuma

grande

instituição

é sempre mais

importante

do queascarreiras

daque­

lesquea

integram".

Para

Jerry

Nachman,

editorexe­

cutivodarede deTV americana

MSNBC,

ademissão de HowellRaines seriao

correspondente

no

[orna­

lismo à renúncia deRichard

Nixon,

presidente

ame­

ricano,

nadécada de70.

Osdois editores foram criticadosporteremne­

gligenciado

a

permanêncía

de

Jayson

Blair. Emno­

vembro

passado,

por

exemplo,

Raines

designou

Blair paracobrirocasodo franco-atiradorde

Washing­

tonmesmo

após

ochefeda editoria delocal do

jor­

nalterlevantado

suspeitas

quantoaveracidade das

informações apuradas pelo

repórter

fraudador.

Aoutra

grande

acusação

con­

tra

Raynes

e

Boyd

dizia

respeito

às

sucessivas

promoções

que Blairre­

cebeuem suacurtacarreira. Em apenas

quatro

anosde

jornal,

ele passou de

estagiário

para

repórter

nacional. O

editor-executivo,

que há doisanosmencionouBlairem umdiscurso paraa

Associação

de

Jornalistas Negros

como "um

exemplo

do

compromisso

do Ti­

mes com as novas

gerações",

teria

permitido

aascensãodofraudador

para dardiversidadeétnicaao COf- Raines:

ignorou

aoisos

po de

repórteres.

Coma

revelação

do escândalo Blaire ademis­

são,

nofinal de

maio,

de Richard

Bragg, repórter

acusado deomitira

partícípação

de colaborado­ res em suasmatérias

(veja

textona

página

3),

a

relação

deRainescom seus

repórteres

eeditores foi

piorando. Alguns

deseussubordinados

chega­

ramadizerao

publisher

do

Times,

ArthurSulz­

berger

Jr,

queas

divergências

entreelese oeditor­

executivo eram

"insuperáveis".

-ZERO

(3)

"Navolta, pertodemeia-noite, fomos

surpreendidos

pelos

bombardeios de modo que não

podemos

entrar.No carro,tivemos quefazerumavolta de 30

quilômetros

sobre

Bagdá.

Estávamossemtelefonee sem umacâmera...". Em

24 de março,o

jornalista

jorgeZicolilloenviouume-mail paraarevistaIXT,com otextoacima,umasupostamatéria sobreacobertura da guerra doIraque.Areportagemrela­

tavaumabatalhaem

Hayaf

de modo sombrioerealista.A

reportagemseria.a

alegria

de

qualquer

editor,senãofosse inventada. ZicolillonuncaestevenoIraque,inventoupautas, matériasepersonagens.

Após

adescoberta, arevistapro­

cessou o

jornalista

e

publicou

umeditorial sobo títuloA

coberturaque nãohouve,emque

explicou

asituaçãoa seusleitorese

pediu

desculpas.

Também

elogiou

oscompe­

tidores,que cobriramaguerra in loco.

Ocasocomeçouemfevereiro,

quando

Zicolilloentrou

emcontatocomEduardoZunino,umdoseditores daIXT,

comquem tinha trabalhadona3Puntos,darevistada edi­

tora

Capital

Intelectual SA. Ficou acertado que elepartiria

para

Bagdá,

viaCaracas,emmeados defevereiro.Segun­

doarevista,Zicolillo

explicou

em umareunião que fariaa

cobertura da guerra paraos

iornais

francesesl'Iixpresse

LeMonde.ATXTpagariaUS$ 100 por matéria. Emseu primeiro

exemplar,

arevista

publicou alguns

testemunhos quenarravam comoestavaacidadeantesdo início guerra. Em21de marçoaIXTestampouumamaté­

riasupostamenteescritaem

Bagdá,

emque Zicolillo

afir-crise de credibilidade enfrentada

pelo

TheNewYork Timeseasdiscussõesin ternassobreosmétodos

dereportagem

de seus

jornalistas

não parou no caso

Jayson

Blair.Trêssemanas emeia

após

Blair

admitir que inventou ou

plagiou

elomenos

36

desuas

reportagens,

Rick

Bragg,

outro

repórter

e umdos

jornalistas

maisres­

peitados

dosEUAevencedor do

prêmio

Pulitzerem

1996,

foi suspenso por duas semanas

pela direção

do Times.Anunciousuademissãonodia 28 demaio

lamentou-se ao

Washington

Post que foi vítima da

"atmosfera venenosa" queseabateu sobreocélebre diário desdeo casoBlair.

Bragg

foi

objeto

deumanotano TheNewYork Timesna

seção

Correções,

que retifica todososdias

erros menores

publicados

em

edições

anteriores. A notamencionaumareportagem

publicada

em15 de

junbo

de 2002ecreditadaaRick

Bragg,

correspon­

dente emNova

Orleans,

sobreos

produtores

deos­

trasdo Golfo da Flórida.A

direção

do

jornal

reco­

nbeceu queamatériadeveriatersido assinadatam­

bém

pelo

colaborador

free-lancer

J.

Wes

Yoder,

que

fezasentrevistase a

apuração

dereportagemsobre

avida dos

produtores

deostraem

Apalachicola.

Rick

Bragg

teriaapenas visitadoacidadee

redigido

otex­ to final.

Catherine

Mathis,

porta-vozdo

Times,

não

quis

comentara

suspensão.

"O

jornal

nãocomentasuas

práticas

internas",

advertiu.A

suspensão

foi

divulga­

da por outrosdiários

nova-iorquinos,

entre eles o

NewYork Post e o

Daily

News. De acordocom o

Columbia

Journalism

Review,

urnleitor escrevera aoTimesafirmando que

Bragg

nuncahaviasidovis­ taem

Apalachicola.

Desdea

divulgação

das fraudes de

Jayson

Blair

(que

mereceram quatro

páginas

de

desculpas

no

Times),

o

jornal

ofereceuma

espécie

de linha diretaaosleitores para quecomentem

pos­

síveis furos em

matérias,

através do e-mail

retrace@nytimes.com.

Segundo

Zef

Chafets,

colunista dosite

My

daily

news,

ninguém

sabe exatamente

quem está sendo avaliado.

Essa"atmosfera venenosa" queseabateusobre oTimesfoiomotivo

alegado

por

Bragg

aodecidir

abandonar o

jornal, logo após

ter sido suspenso

pela direção.

Em entrevista ao

Washington

Post,

Bragg

diztersido

punido

por

práticas

que conside­

ra"usuais"em

Jornalismo.

"

Vourecebê-la

(a

in­

formação)

de

umji'ee-lancer.

Vourecebê-la deum

estagiário.

Vou recebê-la de um assistente. Se um

recepcionista

fizerentrevistas paramim, ireiusá­ las. Voumandar pessoas pormimse eu nãotiver

tempopara estarlá. Issonãoéincomum,é oque

nós

(jornalistas)

fazemos".

,I

J

'I

REPÓRTERES

41UE

NÃO

APURAM II E III

Bragg justificou

sua

dependên­

ciada

apuração

deoutraspessoas

por sofrer de umaforma séria de

diabetes,

quecausa

problemas

cir­

culatórios nas pernas e dificulta suas

viagens.

"Minha

função

era

pegaroaviãoedormirno

hotel",

se defende ao

Washington

Post.

"Já

ditei matériasde umaeropor­

to

depois

de escrevê-las no avião

commaterial que

peguei

deentre­ vistas por telefone e

depois

fui

aplaudido pelos

editores por 'fa­

zer

mágicas'''.

Acha quea

inveja

o

torna alvomaisvulnerável de crí­

ticas,

e lembra-se do queum dos

Bragg:

prática

discutível editores do Times disseaeleuma

vez:"O

problema, Bragg,

é que vocêas escreve

(as

matérias)

bem demais."

Protegido

do editor- Desdeas

revelações

de

Jayson Blair,

aumentaramos

questionamentos

inter­

nos no Timessobreosmétodos de Howell

Raines,

editor-executivodo

jornal

desde setembro de 2001.

Rainespermaneceunocargomaisumasemana

(veja

textona

página 2),

masadmitiu que

pode

terfavo­ recido Blairem

alguns

momentos,e

alguns

acredi­

tam que o mesmo

pode

ter sedado em

relação

a

Rick

Bragg.

A

relação

entreoeditore o

jornalista

é

antiga. Bragg,

autortambém de livros de

ficção,

pen­

sou emsairdo

jornal

por duasvezes,umadelas

após

terfechadoumcontratomilionário paraa

publica­

ção

de dois

livros,

eoutra,

após

umadiscussãocom oseditores sobreacobertura do desastre da espaço­ naveColumbia. Em ambasas vezes, Raines

pediu­

lhe

pessoalmente

que não deixasseo

jornal.

Bragg

concordouepermaneceu, atéofinal demaio.

Umdos comentaristas quecriticou os métodos

de

Bragg,

chamando-osde

dúbios,

e a

relação

dele

comRaines, é Andrew

Sullivan,

ensaísta darevista

Timeecolunista do

Sunday

Times

of

London. Sulli­

van,consideradoumdosmais

provocativos

comen­

taristas da

atualidade,

escreveu em seu sítio

(www.andrewsullivan.com)

queosmétodos de Bra­

gg nada tinham de "usuais".Para

Sullivan,

ahistória

foiescritacomo se

Bragg

estivesse

lá,

eele nãoesta­

va."Háuma

diferença

entreusar

estagiários

ecole­ gas para pegar

pedaços

de

informação

efazerentre­ vistas

preliminares

e usar o trabalho deles como a carne e os ossosdeumahistória e.colocarseu

pró­

prio

nome

nela",

diz ele. O comentarista diz ainda queoque

permitiu

a

Bragg

tersesafado foiaprote­

ção

do editor-executivo doTimes. "Osdoiscasos

-Blaire

Bragg

-têm apenasumacoisaem comum: a

amizade de Raines".

Sullivan também

publicou

em seu

sítioadefesa do demissionário feita por Erin

Williamson,

umdos

estagiá­

rios de

Bragg

em NovaOrleans. Ele

comentou os métodos do

trabalho,

não-remunerado,

quefazia: o

jorna­

lista telefonava parao

estagiário

al­ gumasvezespor

mês,

pedindo

para

realizar

pesquisas

e

algumas

entrevis­

tas,

principalmente

compessoas pe­

riféricas à matériaem

questão.

Willi­

amson telefonava para

Bragg,

onde quer que ele

estivesse,

assim quecon­

cluíao

trabalho,

e o

jornalista

sem­

pre o tratava com muita

polidez.

Quando

ahistóriaera

publicada,

Wi­

lliamsonalia

inteiramente,

procuran­ donos

parágrafos alguma

fraseou

informação

forne­ cida por

ele,

oque àsvezesacontecia. O

estagiário

alega

quenuncaesperou crédito

pelo

trabalho que

fez, pois

a

política

de nãoassinarotrabalho dosesta­

giários

erado

Times,

enãode

Bragg

especificamen­

te. "Seeutivesseum

problema

comissonuncateria

aceitado a

função.

O que

ganhei

foi a

experiência

valiosa de

pesquisar

efazer entrevistasparaum re­

pórter

de

grande

posição",

diz

ele,

eacrescentaque

Yodernuncareclamouoscréditos da matéria de

Apa­

lachicola, pelo

mesmomotivo.

Bragg

começouatrabalharnoTheNewYorkTi­

mes em

1994,

edoisanos

depois ganhou

oPulitzer por "suas histórias

elegantemente

escritassobre a

América

contemporânea'', segundo

os

jurados

daas­

sociação

que concede anualmenteo

prêmio.

Antes

de

integrar

a

equipe

do

Times,

o

repórter

trabalhou

paraoLos

Angeles

Times,

paraoSt.

Petersburg

Ti­

mes eparao

Birmingham

News,

entre outros.Nas­

cidono

Alabama,

freqüentou

a

prestigiosa

universi­

dadede

Harvard,

onde também

lecionou

Redação

erecebeumaisde50

prêmios

porsuas

histórias,

entre

elaso

Distinguished

Writing

Award da Sociedade

Americanade Editores de

Jornais.

Alguns

deseusli­

vrosentraramparaalista dos mais vendidosnosEUA, comoAlloverbut the sboutin'.

Bragg

é

sulista,

as­

simcomo oeditor Howell Raineselembra que apren­

deua escreverescutandoosmestres,aspessoasnos

vales dos

Apalaches.

A

página

naweb da EditoraRan­

dom House

registra

queseus livros falam da vida cotidiana no suldo

país,

"da

tristeza,

da

pobreza,

crueldade, bondade,

esperança,

desesperança,

fé,

raivae

alegria

das pessoas comuns". Tudo insuficien­

tedesvendado agorao

polêmico

método dereporta­ gem do

premiado

Rick

Bragg.

Wendel Marlins

Repórter

argentino

forja

cobertura

no

Iraque

Vencedor do

Pulitzer

enganaNYT

Rick

Bragg

é

suspenso por

não

creditar

free-lancer, pede

a

conta

e

amplia

crise

Deautorde

best-sellers

amentiroso

Ele

enganou

editores,

não

viajou

e

inventou

matérias.

Mas

nega

aJ<HWOEQLtIHIES CONSPlR�CONTRAI<IR'IiNEI(

mavaterentrado

ilegalmente

noIraque eestavana casade umamigo sueco.

Maistarde,afirmouqueestava

hospe­

dadono Palestina,hotel gue ficou fa­

moso COtnO

quartel-general

dejorna­

listas de todo mundo.

Masoseditores da IXTdesconfia­

ram

quando

GustavoSierra,o corres­

pondente

do Clarin, se auto-rotulou

como oúnico

jornalista

argentinopre­

sentena

capital

iraquiana.Entraramem

contatocomSierra,quedesconheciao

paradeiro

do

colega.

Tambémaverigua­

ramqueo

correspondente doL'Express

eraVincent llugeuxe doLeMonde,

Rémy

Ourdane

ninguém

nestas

publi­

caçõesconheciam ZicoliUo. Na alfânde- TXT:vítimado

"ficcionista"

ga não haviaregistroda saída de Zico­

lillo do

país.

Então

pediram

ao

jornalista

umnúmero de

telefoneefotoscom

Bagdá

aofundo,para provar que ele

estavalá. Eleprometeudezfotos, mas em26de março,

enviousomenteotexto.Adecisão do semanário foi não

publicar

amatéria.

Emface daacusação,Zicolillo

publicou

umaresposta no

jornal

Clarin,afirmandoqueadenúnciasurgiuno mes­ momomentoemque

pediu

seuspagamentos.Disse quea

revistamandou ele fazer matérias paraTVe rádio. "Me

negueieissosepagacaro:agora querem mesujar",disseo

jornalista.

"E

quando

Sierradisse queera oúnico

(correspon­

dente) porum meioargentinoestava

ri-gorosamentecerto:eunãoestavaporum

meioargentino".

Segundo

ositio Diário dos Diários, Zicolilloteria reclamado

quando

foi

pedida

suafoto, dizendo ser

difícil trabalhar paraummeioque investi­ ga mais quea

polícia

de

Bagdá.

O

editor-geral

darevistarebateaacu­

sação.Diz que

pecliu

otelefonenão para

transmissões derádio,maspara

poder

lo­ calizá-loem

qualquer oportunidade.

"Ele

estavacobrandomuitobarato porsuas

matérias. Nãoia

pedir

para ele fazermais

trabalho".Eles fizeramadenúncia para

confirmar que Zicolillo nãosaiudo

país.

"AJustiça

pode

checar datasnospassaportesetemacesso aosdados daImigração,oque não

podemos

fazer".

ZicolillotrabalhounoClarin,foigerenteda Rádio El Mundoeéautorde vários livros deinvestigaçãoe econo­

mia

-oúltimoeditadoem2002.Losnuevas

conquistado­

resrelataem271

páginas

osbastidores daprivatizaçãode

empresas

públicas

argentinase aentrada de grupos espa­

nhóisnaeconomiado

país.

HOY: CORDERO

PATAGÓNICO

Wendel Marlins

Ofilósofo PeterSingerdefende quea

ética não éumsistemaideal,nobrenateo­

riamas inútilna

prática;

osentidodela é orientarações. Imagineoque você fariase

Iosseoeditor deumarevista,cuja primei­ ra

edição

temumamatéria fraudada. Es­ condeaverdade embaixo dotapeteou re­

velaao

público,

sendo alvo de críticasecor­

rendooriscode arranharaimagemdove­

ículo. Santiago O'Donnel, editor-chefeda revistaargentina IXT,escolheua

segunda

opçãoparaobem da

própria

consciência. Masacredita queeste

exemplo

de ética pro­

fissional nãosejacomum naArgentinae emoutros

países

da América do Sul.

Ador de

cabeça

de O'Donnel começou

quando

contratouo experiente

jornalista

Jorge Zicolillo,para cobriraguerra do Ira­

que. Noacordo,Zicolillo disse queestava

aserviçode veículos francesesecobraria da IXT apenascemdólares por matéria.

Erabom demais paraserverdade. E não era."Adúvida foiumareaçãoquase espon­

tâneaevirouuma bola deneve", disse O'DonnelaoZero. ElecontaqueZicolillo

eraevasivonasrespostas,nãoapresentava

casosconcretosoucontavacomoestavaa

sítuaçãonoIraque.Oeditor ficounumasi­

maçãodelicada. Tinha mandadoum

repór­

terparaumasituação perigosa,gue envol­

via muitos riscosepreocupações.Não que­

riaZicolillo

imaginando

quearevistades­ confiava desuahonestidade.

Zicolillo era um

jornalista

famoso,ti­ nha

experiência

internacional,ido à guer­ ras, trabalhadonoMéxico,noClarin,mais influente cliárioargentino, eescrito diver­

soslivros. Por queiriamentir,sepergun­

tavaO'Donnel. Arespostaqueencontrou

é "mais queum casode psiquiatria".Ele acreclita queamentira,sejanumareporta­

gemousobreacarreiraé

prática

maisco­ mumdo queseimagina.Ocasoextremo

de inventar umacobertura inteira

foi verificado.Falta agora acharospequenos

problemas

do coticliano. Uma das razões paraessacrítica estánafalta de controle

sobreoqueaimprensa

publica

naArgen­

tina. Em

países

como osEstados Unidos existeumamídia

especializada

emcobrir

a

própria

mídia, comoColumbia Review, Poynter Institute,entre outros. No Brasil existem

experiências

do Observatório da

Imprensa,oInstituto

Guttemberg

e o

pró­

prioZero.

ParaO'Donnela

vigilância pode

dimi­ nuira

impunidade.

Ele também fala quena

Argentinaexiste muita

hipocrisia, principal­

mente para apontar os erros alheios.

"Quando

senoticiaum caso como odeJay­

sonBlair

logo

falamoscomosão corrup­

tosesseamericanos. Maseles têma cora­

gem de exporessecasos".Eletemdúvidas

sefariamo mesmo no

país

dotango."Não

estamossendovivos, estamos sendoton­ tos. Não

podemos

ocultar

delinqüentes".

Diz queexistenaArgentinaum

grande

pro­

teção corporativa,

prejudicial

a

profissão.

Atualmente,perguntasetodosos

jornalis­

tas, mesmo os mais

prestigiados,

foram

mesmocobriraprimeiraguerra do

golfo

em]991. Ousenão existemerrosdein­

formação

namatérias quesaem nosjor­

naiserevistas.

QuandoperguntamaO'Donnel porque

não checouafidelidadedas

informações

que Zicolilloapresentavaem seucurrícu­

lo,

algo

de praxena

prática

jornalística,

ele fazaseguintecomparação.Umsujeitoque é assaltado

quando

sacadinheiro deum

caixaeletrônico à noitenumbairroperi­

goso não

pode

estarerrado. "Nóssomos a

vítima". Para ele

jornalismo

sefazcomcon­

fiança,

tantodo editor que confianorepór­

ter,quanto doleitor,que acreditanoque

lê. "Seum

jornalista

quer enganaroedi­

tor, eleofará". E

quando

se

quebra

esse

limite derespeito,quemsai

perdendo

éa

(4)

o GRAMPO E O OFF

Etica

leva

repórter

a

romper

sigilo

Dossiê

ignora

costume

profissio

matéria

principal

da editoria de Políticadarevista Isto

É

publicada

no

sábado,

22

de fevereiro

ra e taxativa. O senador baiano Antônio

Magalhães

mandou grampearseuini GeddelVieira

Lima,

deputado

feder

tado.A provacabal éumadec

epórter

LuizCláudio

Cunha

dia 30 de

janeiro.

"Eumandei grampearo turada matéria deIsto

É.

Osenador não

ções,

que

estariam

destruídas,

mas

deu

cumento chamado Relatório

Confi

de

transcrição

deconversastelefôni

del Vieira Lima,

feitasentre 19 demaioe21 de

agosto

de

zooa.

oconteúdo

<kt

reportagem,

porsi

só,

é

explosivo.

Na,zya

utn

crimequeremete

aos

tempos

da

ditadura,

a

arapongagett1�

e

expõe

os

expedíentes

usados para

cooptação

e "convencímentc' entre

políticos

nos

bem

acarpetados

e

refrigerados

..

gabinetes

brasilienses. A forma

usada

pelo jornalista

para dar

credibilidade

e

avalizar

a

infor­

mação

apresentada

também causou

alvoroço entrejornalístas

e

políticos.

O

repórter

e chefe da

sucursal

deIsto

11

emBrasília

ignorou

o

compromisso

de manterem

sigilo.!)!

sua

fonte

aotor­

nar

pública

uma

declaração

feitaem

càráter'confidencíal,

em

off.

LuizCláudio contou o

episódio

em queouviu de ACM a

confissão do grampoe se

pôs

como

personagem

desua

própria

reportagem.

AcaboucomotestemunhanoConselho de Etica

do

Senado e reiterouo que

publicou.

A

repercussão

e disc docaso tomouossítios

especializados

em

jornalismo

falamem

traição

à

confiança,

falta

de

ética. Outros vêe gensnofim da

cumplicidade

perniciosa

entre

polític

listas.

Acobertura do

episódio

que

passouasereh

maior grampoda

hístória'',

começou

naIsto

É

antes da

publicação

do

off.

No

sábado,

oitode

revista

chegou

às bancascom umapequena chamada capa

sob o título de

Arapongagem:

"Conversas de Geddel com­

prometem

cúpula

doPMDB. ACMnegaautoriado

grampo".

A

reportagem

sobreogrampo tinhacomomoteU111a

denún­

ciafeita porGeddelVieira Lima àPolícia Federal. Narra o

episódio

em que o

deputado

baiano diz a Paulo

Lacerda,

diretor-geral

daPFem

Brasília,

que havia sido

VÍtima

d�

Uma escutatelefônicana

eleição

doano

passado.

No

meio.da

re­

portagem

é mencionadoO

recebimento

do

Relatório

C(jnfi�

dencial,

e a

suspeita

sobre

ACMé

levantada.

Mas<} t0111 de

ACM

grampeia,

é

Luiz Cláudio

Cunha,

repórter

da

IstoÉ,

revelou rnaracutaias deAGM

'110

tâ50

do

lCC

O

problema

está

na

scrição

ampeados

e

incoerência.

O

repórter publicou

a

a.históriacomo se

h'

". " .

l

notíciá mais natural

tstoria

comQ

uma

nottcia

natura.

mundo. Depois)

quando

Debois

..

auando

o. caSO

muda de

rumo

6 caso tomou outro rumo,o

r

�. . .

mesmo

repórter

resolve

re-

ele

mestnD

r a

fonte"

velar afonte". Na

primeira

'

matéria de

Istod,

deoito

de

tevel,'

or*gem

do

Relat6rio CO�}'ta.é!f!,

tinha

acesso lium

calha

aço

Na.

reportagem

do dia

22,

não.

é

m

dossiê,

tt1í.ls

smlO

próprio repórter,

a a

·sfpr6pt:ip. ��9 ialtll.m

detalhes 4,e

comno

guill

()

<Joe

nem

declaraçõ

"Nã

posSQ!he

mosttar'\.

"Não,

não

Isso

é eríme".

apresenta­

ntra

o

senador

baí­

';lno são o

depoimento

de

Geddel,

que

responsabiliza

seu

íntnugo,

eoscomentá­

riosfeitos à mão por ACM

no dossiê que continha a

transcrição

das escutas.A

essa

altura,

aconversa re­

veladadaliaduassemanas,

havia acontecido.Asde­

clarações

bombásticas pu­

blicadas

depois

permaneci­

amem

off,

coma

fonte

que

entregou

o

relatório

ao re­

pórter

de Isto

É

mantida

sob

sigilo.

Guinada"

testemunha-chave

.g o

segundo episódio

j

envolvendo Luiz Cláudio

:�

Cunha,

ACMe o

off

aeon­

:[

teceu

quarenta

dias de­

i

pois.

O

repórter

foi con­ �

vocado,

a

pedido

de

depu­

tados

petistas,

pela

Conse­ lho de

Ética

eDecoro Par­

lamentar do Senado Fede­

ral

a

prestar

esclarecimen­

tos sobreaconfissão que

teria ouvido de Antônio Carlos

Magalhães.

No de­

poimento,

LuizCláudio diz queo

offfoi

quebrado

por umadecisão da

direção

de Isto

d,

depois

queaPolí­ ciaFederal informou so­

pre.

a

il-Pertura

de

inquérito

para

investigar

umesquema dees­

lea, "A

partir

da

evolução

dos

fatos,

comprova-se

documento)

era a

consumação

deumcrimecom

statal.Osenador deixou deser

fonte,

parasetrans­

alvo de

ínvestígação."

()

QG

da

grampolândia

baiana cretaría de

Segurança

Pública,

numaousada investida

do senador baiano sobrea

máquina

estatal.ACMusou oEstado embenefício

pró­

prio,

o que é um

crime,

paracometer outro

crime,

ogrampo.No

Senado,

o

jor­

nalista reafirmou tudo o

quesaiusobseu nome em

Isto

d

e

divulgou

uma con­ versatelefônica

gravada

en­

CM,

em que fica subentendido que osenador foi o

po.

Apresentou,

também,

umlaudo

técnico,

feito

do

Molina,

que afirma quea voz em

questão

rios

Magalhães.

Luiz

Cláudio, junto

com a ex­

,sãoasúnicas testemunhas que afirmamterou­

emqueo"homemmais

poderoso

daBahía" ilidade

pelo

maiorcasode grampos

ilegais

Tadeu Martins

as

Say

O

absolve

®adfilha

de

Se ores; o senador

interveio

.f

na}isfu

de

n

mcluindo,

Ç(l111

a

ajuda.de

Kátia

Alves,

Secretária de

Segurança,

seusdesafetos po­ II líticose amorososentreos

grampeados.

Exibindo

seupoder

e

influência,

ACM telefona­

va

para

Adriana

logo

após

conversas delacom o

«

miJ,rido,

contínnando

oassUIltocomo seestivesse

nUllla eXtensão.

Ounum

rampo.

Adriana relatou

ç�l'ta

vez,

após

uma aotelefoneem

PláCido

tentavaconven deixar seu

em-logo depois

do términoda

ue

Adriana

tinha

"reagido

militO em

depel1der

do marido.

�l1otíC1a�boO,!Qa

veio

tlofiPal

de

fevereiro,

com

a

revelação

do

material entregue

por ACMao re­

£í:úz CláudiO Cunhada revista

IstoÉ.

Osenadorteriaforne­

QIl1a

roximadamente

200horasdeconversas

eral

..

GOOdel

Vieira Lima

(PMDB-BA).

A Ç01111.t11111conversa entreo

repórter

ihtemetpl,lfa.

4Ownlóad,

deramao

rep

e osen casodimen

Metendoo

tica, Antônio Car cretário da Receita

rique

Cardoso. A

suspeí

jornal

de

ACM,

passouadi

sidoobtidas demaneirailícita.

dencial,

os

deputados

Geddel Vieirae

preenderam-se

ao abriro

jornal

baianoe

denciais da

campanha

de

José

Serra,

nos

quais

os

tratando.A

hipótese

do

grampo

começoua ser

cogitada.

Ministros

Mesa diretora

do

Senado

é

omissa ao·passar para

o

STF

$ão

do processo

do governo

J.lHC

amcartasdo senador denunciando

ir-r�aridades

de

versários

na

Bahia,

citandonomesde pessoa,empresas,

rtú.meros,

info:rmações

que só

poderiam

ser

acessadas

por

espiOhJigem.

A

partir

domomentoemquetrans­

crições

do grampo deGeddelVieiraforam

publicadas

naim­ prensa,o.Ministério

Público

passoua

investigar

o caso eche­

gounaSecretaríade

Segurança

Pública baiana. Analisandoas

cartasenviadasporACMaosrninistrose as conversastelefôni­ casdos

supostosgrampeados,

nota-seclaramenteasemelhan­

çanosassuntos tratados.

Agora,

cabeao

Supremo

TribunalFederal avaliaro caso. Se

condenado,

osenador

perde

imediatamenteo

mandato, seguin­

doas

determínações

da

Constituição

Federal. O

procurador

fe­ deral

Édson

Abdonentrou

junto

aoMinistério Públicocom

ações

de

improbidade

administratiVacontra

ACM,

osenador César Bor­ ges

(PFL-BA),

o

ex-governador

da Bahia Otto

Alencar,

a ex-se­

cretária de segurança

pública

Kátia

Alves,

o

deputado

federal

Paulo

Magalhães (PFL-BA),

o

delegado

da Polícia Civil baiana Valdir BarbosaeAlan

J;'arias,

assessortécnico queacrescentouà mãonomes nalistadogrampoordenado por ACM.

Orelator do

processo ge

cassação,

senador Geraldo

Mes-quita

(PSB-AC)

pe.

.

entodoConselho de

Ética

do

Se-nado.após

o ar adecisãoda Mesa Diretora de

não

ções

sobreo casodosgrampos. No

dia 'res

(PDT-AM)

fezo mesmo.Tião

Via-no

Senado,

apresentou projeto

de resolu­

ção

doconselho.Para

ele,

"manteroCon­

nessas

circunstâncias,

é preservaroexercício

iaedocretinismo

parlamentar".

Marco Britto

A

repercussão

do

episódio

ilegal

ordenada

pelo

senador

galhães

(PFL-BA)

e sua

tramitação

viram apenas paradesmoralizara

quentemente, todosos seus ocupant

opinião

pública.

Acusado deusar aSe

Segurança

Pública da Bahia

(SSP-BA)

par

pear

126 telefones

celulares,

de

inimigos

p

atésua

ex-namorada,

osenadorteveprocesso

cassação

abertonaComissão de

Ética

eDecor Parlamentar doSenadoem

votação

apertada,

oito

votoscontrasete.Enviado àMesa

Diretora, presi­

dida

pelo

senador

José Sarney

(PMDB-AP),

opro­ cesso foi

arquivado

e encaminhado ao

Supremo

TribunalFederal

(STF)

após

aprovação

dos sena­

dores,

queno

plenário

acataram com

49

votoscontra 25 decisão daMesa.ACMserá

julgado

comopessoacomum,e se

for

punido,

suaconduta incondizente como homem

público,

que deveriaser

averiguada

no

Senado,

nãoterá relevância para

os

senadores,

os fatos referentesaos grampos antecedem o

mandato atualdosenador.

Ométodo

político-terrorista

do coronelbaiano nuncafoi revelado demaneiratão

explícita

quanto-nos

primeiros

meses

de

2003,

com a

divulgação

deconversastelefônicas do senador

e orelato da

ex-namorada,

Adriana

Barreto,

que revelou para asrevistassemanaisoesquema de

espionagem

aque foi sub­

metida porter

rompido

relacionamentocomele.

Nemofaro

aguçado

de ACM

pôde

pressentir

o queestava

por vir

quando

ele decidiu grampear Adrianae seu

marido,

o

advogado

PlácidoFaria.

Aproveitando

um

pedido

de

quebra

de

sigilo

telefônicofeitoà SSP-BAnuma

investigação

sobre uma

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