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Um estudo sobre exponenciais e logaritmos e aplicações

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Academic year: 2021

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MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEM ´ATICA EM REDE NACIONAL -PROFMAT

Disserta¸c˜

ao de Mestrado

Um estudo sobre Exponenciais e Logaritmos e aplica¸c˜

oes.

Girlene Firmina Diniz

(2)

Um estudo sobre Exponenciais e Logaritmos e aplica¸c˜

oes

Girlene Firmina Diniz

Disserta¸c˜ao de Mestrado apresentada `a Comiss˜ao Acadˆemica Institucional do PROFMAT-UFTM como requisito parcial para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica.

Orientador: Dr. Nelson Fernando Inforzato

Uberaba - Minas Gerais

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C a t a l o g a ç ã o n a f o n t e : B i b l i o t e c a d a U n i v e r s i d a d e F e d e r a l d o T r i â n g u l o M i n e i r o

Diniz, Girlene Firmina

D611e Um estudo sobre exponenciais e logaritmos e aplicações / Girlene Firmi- na Diniz. -- 2018.

79 f. : il., fig., graf., tab.

Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional) -- Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, 2018

Orientador: Prof. Dr. Nelson Fernando Inforzato

1. Matemática - Estudo e ensino. 2. Cálculo. 3. Funções exponenciais. 4. Equações. 5. GeoGebra (Programa de computador). I. Inforzato, Nelson Fernando. II. Universidade Federal do Triângulo Mineiro. III. Título.

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Yngrid Martins Diniz, para que o exemplo lhes sirvam sempre de est´ımulo, os quais agrade¸co pelo companheirismo, incentivo e paciˆencia, pois muitas vezes n˜ao pude ouvi-los, dedicando-me aos estudos.

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Agradecimentos

Para a realiza¸c˜ao deste trabalho, tive apoio de muitas pessoas, por isso, agrade¸co a Deus por tˆe-las colocado em meu caminho tornando poss´ıvel este trabalho.

Agrade¸co a meus filhos que tiveram paciˆencia e me auxiliaram nos estudos, aos familiares e amigos que rezaram, oraram e desejaram tanto quanto eu esta conquista.

Aos colegas de trabalho, em especial a Sinthia pelo aux´ılio nas corre¸c˜oes ortogr´aficas.

Ao meu orientador, Professor Doutor Nelson Fernando Inforzato, pelos atendimentos e observa¸c˜oes realizadas em todo este trabalho.

Ao corpo docente do PROFMAT pelos valorosos ensinamentos.

A CAPES, pelo apoio financeiro.

Aos colegas do curso de mestrado da UFTM pelo apoio e incentivo recebido.

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(8)

Resumo

O ensino da matem´atica tem desafiado educadores na busca de estrat´egias para apresentar a matem´atica de forma que instigue a curiosidade e o esp´ırito explorat´orio de nossos alunos, mostrando que existe uma rela¸c˜ao entre os conte´udos estudados e a vida pr´atica.

Neste trabalho, procuramos condensar assuntos relacionados a exponencial e logaritmos, bem como suas respectivas fun¸c˜oes, equa¸c˜oes e inequa¸c˜oes e suas respectivas aplica¸c˜oes abordando a hist´oria do surgimento das exponenciais e logaritmos e apresentando uma constru¸c˜ao did´atica utilizando o GeoGebra para mostrar os gr´aficos. Desenvolvemos um trabalho voltado a professores do ensino m´edio e cursos iniciais das ´areas de exatas, constituindo material b´asico para a disciplina de C´alculo Diferencial e Integral. Mostramos a constru¸c˜ao passo a passo, demonstrando assim algumas propriedades e exemplos. Ao final, propomos aplica¸c˜oes voltadas a outras ´areas do conhecimento, confirmando a importˆancia das fun¸c˜oes exponenciais e logar´ıtmicas como ferramentas nas resolu¸c˜oes de problemas.

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Abstract

The teaching of mathematics has challenged educators in the search for strategies to present mathematics in a way that instigates our students’ curiosity and the exploratory spirit, showing that there is a link between the studied contents and the practical life.

In this work, we attempt to compile exponential and logarithmic subjects, as well as their respective functions, equations and inequalities - and their respective applications-discoursing the history of exponential and logarithmic emergence and presenting a didactic construction using GeoGebra to show the graphs. We developed a work for both high school teacher and initial courses in the areas of exact, constituting basic material for Differential and Integral Calculus subject. We show the construction step by step, demonstrating some properties and examples. In the end, we propose applications focused on other areas of knowledge, confirming the importance of exponential and logarithmic functions as tools in problem solving.

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(11)

Sum´

ario

INTRODUC¸ ˜AO . . . 1

1 UM POUCO DE HIST ´ORIA . . . 4

1.1 A origem das exponenciais . . . 4

1.2 A origem dos logaritmos . . . 5

2 EXPONENCIAIS . . . 7

2.1 Propriedades das potˆencias . . . 11

2.2 Equa¸c˜oes exponenciais . . . 14

2.3 Inequa¸c˜oes exponenciais . . . 15

3 LOGARITMOS . . . 17

3.1 Sistema de logaritmos . . . 17

3.1.1 Sistema de Logaritmos Decimais . . . 18

3.1.2 Sistema de Logaritmos Neperianos . . . 18

3.2 Propriedades de logaritmos . . . 19

3.3 Como calcular logaritmos? . . . 21

3.3.1 Caracter´ıstica e Mantissa . . . 27

3.3.2 Exemplos de aplica¸c˜ao das t´abua de logaritmos utilizando a caracter´ıstica e mantissa . . . 29

3.4 Equa¸c˜oes logar´ıtmicas . . . 31

3.5 Inequa¸c˜oes logar´ıtmicas . . . 34

4 FUNC¸ ˜AO EXPONENCIAL E FUNC¸ ˜AO LOGAR´ITMICA . . . 39

4.1 Fun¸c˜ao Exponencial . . . 39

4.2 Fun¸c˜ao Logar´ıtmicas . . . 44

5 APLICAC¸ ˜OES . . . 50

6 CONSIDERAC¸ ˜OES FINAIS . . . 62

REFERˆENCIAS . . . 63

(12)

Lista de ilustra¸c˜

oes

Figura 3.1 – Figura esquema para indicar o logaritmo natural a partir do c´alculo da ´

area . . . 19

Figura 3.2 – Tabela de logaritmo decimais dos n´umeros naturais de 1 a 300 . . . 22

Figura 3.3 – Tabela 1 - Apresenta os resultados de logaritmos dos n´umeros decimais, irracionais, medidas na circunferˆencia (π, medida de ˆangulos (◦) e raio) 24 Figura 3.4 – Tabela 2 de logaritmo de n´umeros usuais . . . 25

Figura 3.5 – Tabela de logaritmo decimais dos n´umeros naturais de 300 a 600 . . . . 26

Figura 3.6 – Tabela de mantissas de n´umeros naturais de 100 a 549 . . . 28

Figura 3.7 – Tabela de mantissas de n´umeros naturais de 550 a 999 . . . 29

Figura 3.8 – Figura esquema para interpola¸c˜ao . . . 30

Figura 4.1 – Fun¸c˜oes: f (x) = 2x, g(x) = 3x, h(x) = 5x e i(x) = 50x . . . 40

Figura 4.2 – Fun¸c˜oes f (x) = 12x , g(x) = 13x , h(x) = 15x e i(x) = 501x . . . . 41 Figura 4.3 – Gr´aficos de 2x e 10x . . . . 41 Figura 4.4 – Gr´aficos de 2x+2 e 102x . . . . 41 Figura 4.5 – Gr´aficos de 2x2 e 10 x 3 . . . 42 Figura 4.6 – Gr´aficos de 2x− 3 e 10x+ 1 . . . . 42 Figura 4.7 – Gr´aficos de 12x e 101x . . . 42 Figura 4.8 – Gr´aficos de 12x+2 e 1012x . . . 42 Figura 4.9 – Gr´aficos de 12 x 2 e 1 10 x3 . . . 43 Figura 4.10–Gr´aficos de 12x− 3 e 1 10 x + 1 . . . 43

Figura 4.11–Fun¸c˜oes f (x) = ex e g(x) = e−x . . . . 43

Figura 4.12–Fun¸c˜oes f (x) = log2x, g(x) = log3x, h(x) = log5x e i(x) = log50x . . . 45

Figura 4.13–Fun¸c˜oes f (x) = log1 2 x, g(x) = log 1 3 x, h(x) = log 1 5 x e i(x) = log 1 50x . . 46

Figura 4.14–Gr´aficos de log2(x + 2) e log10(2x) . . . 46

Figura 4.15–Gr´aficos de log1 2(x + 2) e log 1 10 2x . . . 46

Figura 4.16–Gr´aficos de log1 2 x 2 e log101 x 3 . . . 47

Figura 4.17–Gr´aficos de log1 2(x − 3) e log 1 10(x + 1) . . . 47

Figura 4.18–Fun¸c˜ao f (x) = lnx . . . 47

Figura 4.19–Fun¸c˜oes f (x) = 3x e g(x) = log3x . . . 48

Figura 4.20–Fun¸c˜oes f (x) = 1 2 x e g(x) = log1 2 x . . . 49

(13)

Lista de tabelas

Tabela 1 – Tabela indicando as aproxima¸c˜oes para√2 e para 3

2 . . . . 10 Tabela 2 – Tabela indicando as propor¸c˜oes aproximadas da magnitude do est´ımulo

(14)

1

INTRODUC

¸ ˜

AO

A matem´atica dever ser entendida como parte do nosso cotidiano e o ensino de exponencial e logaritmos, bem como suas respectivas fun¸c˜oes, deve se relacionar `a vida dos alunos. Nesse trabalho, ser´a abordado a hist´oria do surgimento desses conte´udos, apresentando uma constru¸c˜ao did´atica para exponencial e logaritmos, bem como suas respectivas fun¸c˜oes, equa¸c˜oes e inequa¸c˜oes, com aplica¸c˜oes em problemas voltados ao cotidiano dos alunos do ensino m´edio e em diversos cursos das ´areas de exatas, constituindo material b´asico para a disciplina C´alculo Diferencial e Integral.

Conversando com colegas de profiss˜ao, percebe-se as dificuldades apresentadas pelos alunos quanto ao estudo ora mencionado, porque a abordagem metodol´ogica de ensino desses conte´udos ´e feita de forma abstrata, utilizando-se muito a ´algebra para manipula¸c˜ao das propriedades decorrentes da defini¸c˜ao e a solu¸c˜ao de equa¸c˜oes atrav´es de t´abuas logar´ıtmicas, muitas vezes pouco entendida pelos alunos.

As mudan¸cas na educa¸c˜ao ocorrem a todo momento e a rela¸c˜ao ensino/aprendizagem deve-se adequar `a essas altera¸c˜oes, bem como o processo de conhecimento e aprendizagem ora decorrente como tema deste trabalho em tela.

Assim buscamos em documentos normativos a n´ıvel estadual e federal informa¸c˜oes que norteariam o ensino desses conte´udos, os quais definem diretrizes e objetivos que visam universalizar o ensino da matem´atica.

A Proposta Curricular do Conte´udo B´asico Comum - CBC (CARNEIRO; SPIRA; SABATUCCI, 2011) para o ensino de Matem´atica no Ensino M´edio em todo Estado de Minas Gerais est´a subdividido em eixos tem´aticos e com rela¸c˜ao aos conte´udos, exponenciais e logaritmos est´a no eixo fun¸c˜oes elementares e modelagem, no qual objetiva que os alunos sejam capazes de ler e interpretar tabelas, gr´aficos, diagramas, f´ormulas, equa¸c˜oes ou representa¸c˜oes geom´etricas; seja capaz tamb´em de traduzir matematicamente alguns fenˆomenos, estabelecendo uma rela¸c˜ao de dependˆencia, por exemplo, a velocidade de espalhamento de uma epidemia, depende, entre outras coisas, do n´umero de pessoas infectadas; ou ainda, a absor¸c˜ao de um rem´edio depende da sua concentra¸c˜ao, do peso do individuo e do tempo. Para o conte´udo de exponencial, espera-se que os alunos sejam capazes de:

identificar exponencial crescente e exponencial decrescente; resolver pro-blemas que envolvam uma fun¸c˜ao do tipo y = kax; reconhecer uma

progress˜ao geom´etrica como fun¸c˜ao da forma y = kax definida no

con-junto dos n´umeros inteiros positivos.

Os Parˆametros Curriculares Nacionais - PCN’s, ensino m´edio, (BRASIL, 2000), trazem orienta¸c˜oes educacionais, organizados sob a forma de t´opicos para cada ´area do conheci-mento, elaborados de acordo com o Plano Nacional de Educa¸c˜ao - PNE e definem os direitos de aprendizagem em cada etapa do ensino. Em matem´atica, organizados sob a seguinte

(15)

forma: competˆencias em matem´atica, temas estruturadores do ensino de matem´atica, organiza¸c˜ao do trabalho escolar e estrat´egias para a¸c˜ao, com sugest˜oes metodol´ogicas para orientar o trabalho do professor em sala de aula. De acordo com os PCN’s, as fun¸c˜oes exponenciais e logar´ıtmicas s˜ao usadas para descrever a varia¸c˜ao de grandezas em que o crescimento da vari´avel independente ´e muito r´apido, como por exemplo o crescimento de popula¸c˜oes, sendo tamb´em aplicadas em ´areas do conhecimento como matem´atica financeira.

O livro did´atico Matem´atica, Contexto e Aplica¸c˜oes, (DANTE, 2012) inicia os conte´udos atrav´es de situa¸c˜oes-problemas motivadoras, usando exemplos de f´acil entendimento, traz tamb´em, men¸c˜ao a parte hist´orica. Com rela¸c˜ao ao estudo de fun¸c˜oes exponenciais, f (x) = αx, faz uma revis˜ao de potencia¸c˜ao, por´em, sem fazer uma an´alise das varia¸c˜oes de α atrav´es de representa¸c˜oes gr´aficas. Quanto ao estudo dos logaritmos, existe um rigor desde as defini¸c˜oes que s˜ao abordadas numa linguagem matem´atica at´e o entendimento das propriedades. Em sua aplica¸c˜ao na resolu¸c˜ao de equa¸c˜oes exponenciais e de problemas, utiliza-se calculadora substituindo as t´abuas logar´ıtmicas. Observa-se tamb´em, problemas aplicados a outras ´areas de conhecimento, por´em a explora¸c˜ao da representa¸c˜ao gr´afica das fun¸c˜oes logar´ıtmicas, em bases diversas n˜ao ´e contemplado e tamb´em n˜ao ´e mencionado a fun¸c˜ao logar´ıtmica como inversa da fun¸c˜ao exponencial.

A partir dessa an´alise, algumas perguntas s˜ao importantes: Como ensinar de forma significativa desses conte´udos? Quais pontos b´asicos? Por onde iniciar? A partir dessas indaga¸c˜oes propomos a constru¸c˜ao dessa pesquisa sob uma perspectiva conceitual e gr´afica, relevando de forma significativa com a preocupa¸c˜ao o estudo sobre exponenciais e logaritmos e suas respectivas fun¸c˜oes, equa¸c˜oes, inequa¸c˜oes e aplica¸c˜oes, utilizando uma sequˆencia did´atica que possa mostrar o entendimento da conceitua¸c˜ao desses conte´udos, com propriedades, demonstra¸c˜oes, exemplos, gr´aficos e aplica¸c˜oes.

A proposta desta pesquisa ´e a constru¸c˜ao did´atica, buscando uma metodologia envol-vendo a parte conceitual e gr´afica das fun¸c˜oes exponenciais e logar´ıtmicas como ferramenta para a resolu¸c˜ao de problemas.

Para isso, foram elaborados cap´ıtulos, os quais ser˜ao apresentados da seguinte forma: na Introdu¸c˜ao, um breve relato da motiva¸c˜ao para a pesquisa, no Cap´ıtulo 1, um pouco de hist´oria da origem das exponenciais e logaritmos, os primeiros relatos sobre c´alculos, como eram abordados, nomenclaturas, nota¸c˜oes e suas aplica¸c˜oes da ´epoca. No Cap´ıtulo 2, abordamos como surgiu o c´alculo da exponencial, partindo do conceito de potˆencias com n´umeros naturais e construindo os conceitos atrav´es dos conjuntos Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais e Reais, esse ´ultimo ser´a melhor abordado no cap´ıtulo 4, onde falaremos das fun¸c˜oes exponenciais. Ser´a pontuado tamb´em nesse cap´ıtulo, as propriedades de potˆencias, com demonstra¸c˜ao de algumas delas, equa¸c˜oes e inequa¸c˜oes exponenciais com exemplos resolvidos aplicando as propriedades necess´arias. No Cap´ıtulo 3, sobre os logaritmos, surgidos da necessidade de resolver problemas simples do tipo 2x= 3, conceitos

(16)

INTRODUC¸ ˜AO 3

de antilogaritmo, cologaritmo, logaritmo decimal e logaritmo natural. Abordando tamb´em, as propriedades de logaritmos, com demonstra¸c˜oes; a forma de calcular a caracter´ıstica e mantissa de um n´umero; apresenta¸c˜ao de t´abuas de logaritmos e exemplos de aplica¸c˜ao das t´abua de logaritmos utilizado a caracter´ıstica e mantissa; equa¸c˜oes e inequa¸c˜oes logar´ıtmicas com exemplos resolvidos. No Cap´ıtulo 4, defini¸c˜oes e gr´aficos de fun¸c˜oes exponenciais e logar´ıtmicas, observando para quais valores as fun¸c˜oes s˜ao crescentes e decrescentes, com exemplos de gr´aficos das fun¸c˜oes, 2x, 10x, 1

2 x

e 101x

, apresentando varia¸c˜oes dos expoentes e transla¸c˜oes. No Cap´ıtulo 5, alguns problemas de modelagem matem´atica utilizando fun¸c˜oes exponenciais e logar´ıtmica.

Para construir didaticamente o presente trabalho, faremos um compˆendio de v´arios materiais dispon´ıveis, de v´arios autores que trabalham com o tema, buscando desenvolver uma linguagem simples, com aplica¸c˜oes em v´arias ´areas do conhecimento, para subsidiar aos professores do Ensino B´asico e alunos da disciplina de C´alculo Diferencial e Integral com o objetivo de trabalharem e entenderem os conte´udos de exponenciais e logaritmos, bem como suas respectivas fun¸c˜oes, equa¸c˜oes, inequa¸c˜oes e aplica¸c˜oes.

(17)

1 Um pouco de Hist´

oria

Neste item vamos apresentar um pouco da hist´oria de como surgiram as exponenciais e os logaritmos, buscando nos livros de hist´oria da matem´aticas os primeiros relatos sobre os conte´udos.

Segundo o livro (BOYER, 1974) a exponencial e logaritmos eram usados em problemas juntamente a outros conte´udos, para resolver quest˜oes bem espec´ıficas da ´epoca e n˜ao possu´ıam a nota¸c˜ao existente hoje.

1.1

A origem das exponenciais

Livros de hist´oria da matem´atica trazem relatos dos primeiros conceitos sobre a exponencial, ideias com rela¸c˜ao ao significado e que foram transmitidos de ´epoca em ´epoca. Sabe-se que muitos ficaram perdidos, uma vez que muitas obras desaparecem no decorrer dos tempos. Ser˜ao citadas passagens com men¸c˜ao da ´epoca em que os relatos aconteceram.

Fala-se que o problema 79 do papiro Ahmes, copiado por volta de 1650 a.C., “sete casas, 49 gatos, 343 ratos, 2401 espigas de trigo, 16807 hectares”, encontrado no livro (BOYER, 1974), o qual transcrevo:

... foi presum´ıvel que o escriba estava tratando de um problema, talvez bem conhecido, em que em cada uma das sete casas havia sete gatos, cada um deles come sete ratos, cada um dos quais havia comido sete espigas, cada uma delas teria produzido sete medidas de gr˜ao, ...

nos remetendo uma primeira ideia de exponencial.

Na Gr´ecia, encontramos relatos que existia dois sistemas principais de numera¸c˜ao, o sistema ´atico e o jˆonio (alfab´etico), um mais antigo, o ´atico, conhecido como nota¸c˜ao ´

atica, com representa¸c˜ao de potˆencias da base (dez), representados pelas letras iniciais, em mai´usculas, das palavras correspondentes, ∆ para deka (dez), H para hekaton (cem) e X para khilioni (mil) e M para myrioi (dez mil).

No livro Introductio de Nicˆomaco, traduzido em 1926, livro caracterizado por ser um manual dos elementos de matem´atica, foi descrito uma classifica¸c˜ao dos n´umeros, parmente ´ımpares e parmente pares (potˆencias de dois), atribuindo a constru¸c˜ao dos n´umeros a

potˆencias de dois.

Nas obras de Diofante, considerado o pai da ´algebra, por volta do fim do s´eculo quinze e come¸co do s´eculo dezessete, na Europa, aparece nota¸c˜oes para opera¸c˜oes e rela¸c˜oes, bem

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CAP´ITULO 1. UM POUCO DE HIST ´ORIA 5 carregava sete sacos; cada saco continha sete p˜aes; e com cada p˜ao havia sete facas; cada faca estava dentro de sete bainhas”.

Percebe-se que ao longo do livro (BOYER, 1974), s˜ao apresentados v´arios problemas resolvidos por v´arios estudiosos da ´epoca, dando mais ou menos ˆenfase a algumas proprie-dades. Percebe-se tamb´em uma grande disputa entre os povos com rela¸c˜ao a cria¸c˜ao da matem´atica, sendo que muitos dos problemas se perderam ao longo do tempo.

1.2

A origem dos logaritmos

Na Mesopotˆamia, a meados do quarto milˆenio antes de nossa era, entre as tabletas babilˆonias encontram-se tabelas contendo potˆencias sucessivas de um dado n´umero, seme-lhantes `as nossas tabelas de logaritmos, ou mais propriamente, de antilogaritmos. Tabelas exponenciais (ou logar´ıtmicas) foram encontradas em que s˜ao dadas as dez primeiras potˆencias para as bases 9 e 16 (todos quadrados perfeitos).

A quest˜ao posta num problema “a que potˆencia deve ser elevado um certo n´umero para fornecer um n´umero dado”, livro (BOYER, 1974, p.22) , equivale `a nossa, qual o logaritmo de um n´umero dado num sistema com um certo n´umero como base.

As diferen¸cas principais entre as tabelas antigas e as nossas, al´em de linguagem e nota¸c˜ao, ´e o n˜ao uso de um n´umero ´unico, sistematicamente, como base em variadas situa¸c˜oes e que as lacunas entre os n´umero que constam das tabelas antigas s˜ao muito maiores que nas nossas, at´e ent˜ao n˜ao eram usadas para fins gerais de c´alculo, mas para resolver certas quest˜oes bem espec´ıficas, como por exemplo tabelas exponenciais num problema que pergunta quanto tempo levaria uma quantia em dinheiro para dobrar, a 20 por cento ao ano, problema esse que hoje aplicamos a utiliza¸c˜ao de tabelas de logaritmos para resolver.

Na Europa do s´eculo dezesseis eram usadas f´ormulas de transforma¸c˜ao de “produto por soma”, uma delas, 2cos(x).cos(y) = cos(x + y) − cos(x − y), introduzida por Ibn-Yunus (morreu em 1008), contemporˆaneo de Alhazen, que, mais tarde, com a inven¸c˜ao dos

logaritmos, foi substitu´ıda.

No livro Logaritmos de (LIMA, 2016, p.1), vemos que no fim do s´eculo XVI, o desenvol-vimento da Astronomia e da navega¸c˜ao exigia longos e laboriosos c´alculos aritm´eticos. Um aux´ılio precioso j´a tinha sido obtido com a inven¸c˜ao das fra¸c˜oes decimais. Mesmo assim, achar um m´etodo que permitisse efetuar com presteza multiplica¸c˜oes, divis˜oes, potencia¸c˜oes e extra¸c˜oes de ra´ızes era, nos anos pr´oximos de 1600, um problema fundamental.

Segundo o grau de dificuldade, (LIMA, 2016) classificou as opera¸c˜oes aritm´eticas em 3 grupos:

1) opera¸c˜oes de 1a esp´ecie: adi¸c˜ao e subtra¸c˜ao; 2) opera¸c˜oes de 2a esp´ecie: multiplica¸c˜ao e divis˜ao;

(19)

3) opera¸c˜oes de 3a esp´ecie: potencia¸c˜ao e radicia¸c˜ao.

Procurava-se ent˜ao um processo que permitisse reduzir cada opera¸c˜ao de 2a ou 3a esp´ecie a uma de esp´ecie inferior e portanto mais simples e o meio que os estudiosos da ´

epoca encontraram foi o c´alculo atrav´es de logaritmos.

Jost B¨urgi (1552 - 1632) su´ı¸co, relojoeiro, matem´atico e inventor; e John Napier (1550 -1617), um nobre escocˆes, te´ologo e matem´atico, cada uma deles desconhecendo inteiramente um ao outro, publicaram as primeiras t´abuas de logaritmos. As t´abuas de Napier foram publicadas em 1614 e as de B¨urgi em 1620. Logo depois do aparecimento da primeira t´abua de logaritmos de Napier, o matem´atico inglˆes Henry Briggs (1561 - 1631), professor da Universidade de Londres, e depois em Oxford, elaborou, juntamente com Napier, uma nova t´abua, de mais f´acil utiliza¸c˜ao, contendo os chamados logaritmos decimais, ou logaritmos ordin´arios, que tiram proveito do fato de usar o sistema de numera¸c˜ao decimal.

Recentemente, com a utiliza¸c˜ao cada vez mais divulgada dos computadores, sendo este cada vez com maior velocidade de processamento de dados, as t´abuas de logaritmos perderam algo do seu poder como instrumento de c´alculo, o mesmo acaba acontecendo com outras tabelas matem´aticas. O estudo dos logaritmos ainda ´e e continuar´a a ser de fundamental importˆancia. Com efeito, embora eles tenham sido inventados como acess´orio para facilitar opera¸c˜oes aritm´eticas, o desenvolvimento da matem´atica e das ciˆencias em geral veio mostrar que diversas leis matem´aticas e v´arios fenˆomenos naturais e mesmo sociais s˜ao estreitamente relacionados com os logaritmos. Assim sendo, os logaritmos, que no princ´ıpio eram importantes apenas por causa das t´abuas, mostraram seu apreci´avel valor intr´ınseco.

(20)

7

2 Exponenciais

Do dicion´ario da l´ıngua portuguesa, (AUR´ELIO. . . , ) exponencial ´e: “que tem expoente vari´avel ou indeterminado, relativo a expoente”. Em matem´atica, o estudo com expoentes partem das potˆencias, as quais, partiremos delas para o estudo das exponenciais, fun¸c˜oes exponenciais, gr´aficos, equa¸c˜oes e inequa¸c˜oes exponenciais.

Para iniciarmos faremos algumas defini¸c˜oes de potˆencias no conjunto dos n´umeros na-turais, posteriormente, nos inteiros, racionais e irracionais, partindo para um entendimento do comportamento de potˆencias com expoentes reais.

Defini¸c˜ao 2.1. Seja α um n´umero real positivo. Para todo n ∈ N, a potˆencia αn, de base α e expoente n ´e definida como o produto de n fatores iguais a α, ou seja

αn= α.α.α...α

Observemos que para n = 1, como n˜ao h´a produto de um s´o fator, p˜oe-se α1 = α, por defini¸c˜ao.

A defini¸c˜ao indutiva de αn´e: α1 = α e αn+1 = α.αn.

Para quaisquer m, n ∈ N tem-se αmnm+n. Essa afirma¸c˜ao ´e verdadeira, uma vez que ambos os membros desta igualdade temos o produto de m + n fatores iguais a α.

Assim, para m1, m2, m3, ...., mk ∈ N temos: αm1.αm2.αm3...αmk = αm1+m2+m3+...+mk. Em particular se m1 = m2 = m3 = ... = mk= m temos (αm)k = αm.k

Podemos observar o comportamento de α, se α > 1 ou se 0 < α < 1.

Se α > 1, multiplicando ambos os membros dessa desigualdade por αn, obtemos αn+1 > αn. Portanto,

α > 1 ⇒ 1 < α < α2 < α3 < ... < αn < αn+1< ....

Al´em disso, pode-se observar que multiplicando ambos os membros da desigualdade α < 1 pelo n´umero positivo αn, obtemos αn+1 < αn. Portanto,

0 < α < 1 ⇒ 1 > α > α2 > α3 > ... > αn> αn+1 > .... Exemplos:

1. Seja α = 1, 000001 (um inteiro e um milion´esimo). As potˆencias sucessivas α, α2, α3 , . . . , αn a princ´ıpio pr´oximas de 1, podem tornar-se t˜ao grandes quanto se deseje, desde que o expoente seja tomado suficientemente grande. Observe:

1, 00000110= 1, 000010000045 1, 000001100 = 1, 000001102

(21)

1, 0000011.000 = 1, 000001103 = 1, 0010004996 1, 00000110.000 = 1, 000001104 = 1, 010005016 1, 000001100.000 = 1, 000001105 = 1, 10517086 1, 0000011.000.000 = 1, 000001106 = 2, 71828046 1, 00000110.000.000 = 1, 000001107 = 22.026, 35566282 1, 00000120.000.000 = 1, 0000012.107 = 22.026, 355662822 = 485.160.343, 203664

Observando as potˆencias acima percebemos que os valores das potˆencias crescem a medida que o expoente cresce.

Se usar o argumento acima podemos obter uma potˆencia de α que seja superior a 1 bilh˜ao, devemos calcular o expoente para ter (1, 000001)n > um bilh˜ao.

Portanto as potˆencias sucessivas de um n´umero maior do que 1 crescem acima de qualquer limite prefixado, bastando tomarmos um expoente suficientemente grande. 2. Seja α = 0, 999 (novecentos e noventa e nove mil´esimos). As potˆencias sucessivas α, α2, α3 , . . . ,αn a princ´ıpio pr´oximas de 1, podem tornar-se t˜ao pequenas quanto se deseje, desde que o expoente seja tomado suficientemente grande. Observe:

(0, 999)2 = 0, 998001 (0, 999)5 = 0, 995009 (0, 999)10= 0, 990044 (0, 999)50= 0, 951205 (0, 999)100= 0, 904792

Portanto a sequˆencia cujo n-´esimo termo ´e αn´e crescente quando α > 1, logo, αn< αm, se α > 1 e n < m e decrescente se 0 < α < 1, logo, αn> αm, se 0 < α < 1 e n < m. Para α = 1, esta sequˆencia ´e constante, com todos os seus termos iguais a 1.

Procuremos agora atribuir um significado `a potˆencia αn , quando n ∈ Z ´e um n´umero inteiro, que pode ser negativo ou zero. Isto deve ser feito de modo que seja mantida a regra fundamental,

αn+1= α.αn

Em primeiro lugar, qual deve ser o valor de α0? Para responder a quest˜ao observemos que como,

α0.α1 = α0+1, teremos α1 = α, como α > 0, logo α0 = 1.

Em seguida, dado qualquer n ∈ N, devemos ter α−n.αn= α−n+n = α0 = 1, logo, α−n= 1

αn.

Assim para estender a defini¸c˜ao de potˆencias para n´umeros inteiros, preservando que αmn = αm+n, acrescentaremos a seguinte defini¸c˜ao:

(22)

CAP´ITULO 2. EXPONENCIAIS 9 Defini¸c˜ao 2.2. Seja α um n´umero real positivo. Para todo m e n ∈ Z, definimos α0=1 e α−n= α1n para todo n ∈ N, assim temos que αm.αn = αm+n e (αm)

n

= αm.n.

Com as defini¸c˜oes de potˆencias de expoente natural e potˆencia de expoente inteiro, podemos estabelecer a seguinte defini¸c˜ao:

Defini¸c˜ao 2.3. Se α um n´umero real positivo e n ∈ Z ent˜ao

αn=      1 se n = 0 αn−1.α se n > 0 1 αn se n < 0 e α 6= 0

Agora prosseguindo vejamos que sentido pode ser dado `a potˆencia αr, quando r = mn ´e um n´umero racional (onde m ∈ Z e n ∈ Z∗), de modo que continua v´alida a regra αrs= αr+s onde r e s ∈ Q. Dessa igualdade resulta, que se deve ter, para

para r = m n ⇒ nr = n m n  = m. (αr)n= αr.αr.αr...αr | {z } n vezes = αr+r+r+....+r = αn.r = αm .

Portanto αr ´e um n´umero real positivo cuja n-´esima potˆencia ´e igual a αm, ou seja, (αr)n = αm, o que nos motiva a defini¸c˜ao a seguir.

Defini¸c˜ao 2.4. Definimos a potˆencia αr, com r ∈ Q, r = m

n, m ∈ Z e n ∈ Z

por

αmn= n

√ αm.

As potˆencias αr, com expoente racional, embora n˜ao contenha todos os n´umeros reais positivos, est˜ao espalhados por toda a parte em R+, desde que α 6= 1.

Dados um n´umero real positivo α e um n´umero irracional a, podemos construir, as potˆencias αa, por exemplo a potˆencia 3√2. Calculamos o valor real de2 e achamos os arredondamentos mais pr´oximos a casa das unidades, aos d´ecimos, aos cent´esimos, aos mil´esimos e aos d´ecimos de mil´esimos. Os valores abaixo e acima nos arrendondamentos dessas casas, chamaremos de valores racionais aproximados por falta e ou por excesso de √2, e usando uma calculadora obtemos em correspondˆencia os valores aproximados por falta ou por excesso de 3

2 (potˆencia de base 3 e expoente racional, j´a definidos anteriormente).

(23)

Exemplo 2.0.1. Vamos construir uma tabela para a aproxima¸c˜ao de 3 √

2. Tabela 1 – Tabela indicando as aproxima¸c˜oes para√2 e para 3

√ 2 A1 A2 B1 B2 Valor de B1 Valor de B2 1 2 31 32 3 9 1, 4 1, 5 31,4 31,5 4, 6555 5, 1961 1, 41 1, 42 31,41 31,42 4, 7069 4, 7589 1, 414 1, 415 31,414 31,415 4, 7277 4, 7329 1, 4142 1, 4143 31,4142 31,4143 4, 7287 4, 7292 ↓ ↓ ↓ ↓ √ 2 √2 3 √ 2 3√2

Observe que o para valores pr´oximos de √2, o valor de 3 √

2 est´a entre 4, 7287 e 4, 7292 (valores aproximados por falta ou por excesso de 3

√ 2).

Defini¸c˜ao 2.5. Definimos a potˆencia αa, com α > 0 e a ∈ I, considerando os conjuntos A1 = {r ∈ Q | r < a} e A2 = {s ∈ Q | s > a} .

Notemos que:

• a) todo n´umero de A1 ´e menor que qualquer n´umero de A2.

• b) existem dois racionais r e s tais que r < a < s e a diferen¸ca r − s ´e menor que qualquer n´umero positivo e arbitr´ario.

Em correspondˆencia aos conjuntos A1 e A2 consideremos os conjuntos B1 = {αr | r ∈ A1} e B2 = {αs | s ∈ A2}

. Nota-se que:

• a) todo n´umero de B1 ´e menor que qualquer n´umero de B2.

• b) existem dois n´umeros αr e αs tais que a diferen¸ca αr− αs ´e menor que qualquer n´umero positivo e arbitr´ario.

Nessas condi¸c˜oes, dizemos que αr e αs s˜ao aproxima¸c˜oes por falta e por excesso, respectivamente de αa e que B1 e B2 s˜ao classes que definem αa.

Obtemos assim, por aproxima¸c˜ao de racionais, as potˆencias αa, com α > 0 e a ∈ I. As potˆencias αa om α > 0 e a ∈ I podem ser obtidas envolvendo o conceito de limites de sequˆencias, que n˜ao ´e abordado na Educa¸c˜ao B´asica, mas que os professores podem consultar em v´arios materiais dispon´ıveis.

(24)

CAP´ITULO 2. EXPONENCIAIS 11 Agora, naturalmente dever´ıamos o conceito de αx para x um n´umero real qualquer (inclusive irracional). Este conceito requer algum resultado mais refinado que n˜ao se encaixam no 2o grau, por isso ele ser´a abordado no Cap´ıtulo 4, em fun¸c˜oes exponenciais.

2.1

Propriedades das potˆencias

Seja α e b ∈ R∗; m e n ∈ N valem as seguintes propriedades:

Propriedades: 1) αmn= αm+n

Demonstra¸c˜ao. Demonstraremos P1 por indu¸c˜ao sobre n, para isso consideremos m fixo. • i) A propriedade ´e verdadeira para n = 0, pois αm+0 = αm = αm.1 = αm0

• ii) Suponhamos que a propriedade seja verdadeira para n = p, isto ´e, αmp = αm+p, e mostraremos que ´e verdadeira para n = p + 1, isto ´e, αmp+1 = αm+p+1.

De fato: αm.αp+1 = αm. (αp.α) = (αm.αp) | {z } HI .α = αm+p.α = αm+p+1. 2) ααmn = α m−n, α 6= 0 e m ≥ n

Demonstra¸c˜ao. Para P2, o racioc´ınio ´e an´alogo e ser´a feita por indu¸c˜ao sobre n, para isso consideremos m fixo.

• i) A propriedade ´e verdadeira para n = 0, pois αm−0 = αm = α

m 1 =

αm α0

• ii) Suponhamos que a propriedade seja verdadeira para n = p, isto ´e, αm

αp = α

m−p, e

mostraremos que ´e verdadeira para n = p + 1, isto ´e, αm

αp+1 = αm−p−1. De fato: αm αp+1 = αm (αp.α) = αm. 1 αp. 1 α =  αm αp  | {z } HI .α1 = αm−p.1 α = α m−p−1 = αm−p−1. 3) (α.b)n= αn.bn

Demonstra¸c˜ao. A demonstra¸c˜ao de P3 tamb´em ser´a feita por indu¸c˜ao sobre n, para isso consideremos m fixo.

(25)

• i) A propriedade ´e verdadeira para n = 0, pois

(α.b)0 = 1 = 1.1 = α0.b0

• ii) Suponhamos que a propriedade seja verdadeira para n = p, isto ´e, (α.b)p = αp.bp, mostraremos que ´e verdadeira para n = p + 1, isto ´e, (α.b)p+1= αp+1.bp+1.

De fato: (α.b)p+1 = (α.b)p | {z } HI . (α.b) = (αp.bp) . (α.b) = (αp.α) . (bp.b) = αp+1.bp+1. 4) αbn = αbnn, b 6= 0

Demonstra¸c˜ao. A demonstra¸c˜ao de P4 ser´a feita por indu¸c˜ao sobre n, para isso considere-mos m fixo.

• i) A propriedade ´e verdadeira para n = 0, pois α b 0 = 1 = 1 1 = α0 b0

• ii) Suponhamos que a propriedade seja verdadeira para n = p, isto ´e, α b

p = αp

bp,

mostraremos que ´e verdadeira para n = p + 1, isto ´e, αbp+1

= αbp+1p+1. De fato: α b p+1 =α b p | {z } HI . αb = αbpp . α b = (αp.α) (bp.b) = αp+1 bp+1. 5) (αm)n = αm.n

Demonstra¸c˜ao. A demonstra¸c˜ao de P5 tamb´em ser´a feita por indu¸c˜ao sobre n, para isso consideremos m fixo.

• i) A propriedade ´e verdadeira para n = 0, pois (αm)0 = 1 = α0 = αm.0

• ii) Supondo que a propriedade seja verdadeira para n = p, isto ´e, (αm)p

= αm.p, mostraremos que ´e verdadeira para n = p + 1, isto ´e, (αm)p+1

= αm.(p+1). De fato: (αm)p+1= (αm)p | {z } HI . (αm) = αm.pm = α(m.p)+m = αm(p+1).

(26)

CAP´ITULO 2. EXPONENCIAIS 13 Para α e b ∈ R∗; m e n ∈ Z valem as propriedades:

Propriedades: 1) αm.αn= αm+n 2) ααmn = α m−n, α 6= 0 e m ≥ n 3) (α.b)n = αn.bn 4) αbn = αbnn, b 6= 0 5) (αm)n = αm.n

As demonstra¸c˜oes para os n´umeros inteiros s˜ao an´alogas para os n´umeros naturais, atrav´es de indu¸c˜ao sobre n.

No conjunto dos racionais, para α e b ∈ R∗; m e n ∈ Q tomemos m = pq e n = r s, ent˜ao as propriedades P1, P2, P3, P4 e P5 s˜ao v´alidas e utilizaremos a defini¸c˜ao 2.4 para demonstrar as propriedades P1 a P5, como segue:

Propriedades: 1) αpq.αrs = α p q+ r s Demonstra¸c˜ao. αpqrs = q √ αp.√s αr = q.s√ αp.s.q.s√ αr.q= q.s√ αp.sr.q = q.s√αp.s+r.q = αps+rqqs = α p q+ r s Observe que: (*) αpq = α p.s q.s = q.s √ αp.s αrs = α r.q s.q = q.s √ αr.q 2) α p q αrs = α p q− r s, α 6= 0, q 6= 0 e s 6= 0 Demonstra¸c˜ao. αpq αrs = q √ αp s √ αr ∗ z}|{= q.s√ αp.s q.s√ αr.q = q.sr αp.s αr.q = q.s√ αp.s−r.q = αps−rqqs = α p q− r s 3) (α.b)pq = α p q.b p q Demonstra¸c˜ao. (α.b)pq = q q (α.b)p =√qαp.bp =√q αp.√qbp = αpq.b p q UFTM PROFMAT

(27)

4) αb p q = α p q b p q , b 6= 0 e q 6= 0 Demonstra¸c˜ao. α b pq = q r α b p =r αq p bp = q √ αp q √ bp = αpq bpq 5) αpq rs = αpq. r s Demonstra¸c˜ao.  αpq rs = s r  αpq r = s r  q √ αpr = s q q √ αp.r = q.s√ αp.r = αp.rq.s = α p q. r s Observe que:  αpq rs =αpq. r s  =αp.rq.s  = q.s√ αp.r

Para α ∈ R∗; m e n ∈ I, tamb´em s˜ao v´alidas as propriedades:

Propriedades: 1) αmn = αm+n 2) ααmn = αm−n, α 6= 0 e m ≥ n 3) (α.b)n= αn.bn 4) αbn = αbnn, b 6= 0 5) (αm)n= αm.n

Portanto qualquer n´umero α > 0 e α 6= 1, x ∈ R, αx ´e uma exponencial. Em n´umeros, podemos dizer que 2x, 3x, 4x, ..., αx s˜ao exponenciais. Para x ∈ I, utilizamos a defini¸c˜ao 2.5 e exemplificamos em 2.0.1 e para x ∈ R os exemplos ser˜ao melhor abordadas no Cap´ıtulo 4 desse trabalho.

2.2

Equa¸c˜

oes exponenciais

Equa¸c˜ao exponencial ´e uma igualdade, onde a vari´avel ´e o expoente. Existem dois m´etodos fundamentais para resolu¸c˜ao das equa¸c˜oes exponenciais: se as bases forem iguais, essas poder˜ao ser canceladas e o outro para bases diferentes, que est´a ligado ao estudo de logaritmos e ser´a abordado no Cap´ıtulo 3.

Vejamos como resolver equa¸c˜oes reduzindo a uma base comum: este m´etodo, como o pr´oprio nome j´a diz, consiste em escrever ambos os membros da equa¸c˜ao na mesma base (se poss´ıvel) com as transforma¸c˜oes convenientes baseadas nas propriedades de potˆencias

(28)

CAP´ITULO 2. EXPONENCIAIS 15 de mesma base α (α > 0 e α 6= 1). Assim, do fato da fun¸c˜ao exponencial ser injetora temos que:

αb = αc⇔ b = c (α > 0 e α 6= 1) Exemplos:

1. 8x =√3

16

Resolu¸c˜ao: (23)x = √324 ⇒ (23)x = 234 ⇒ 23x = 234, cancelando a base 2, pois a fun¸c˜ao exponencial ´e injetora, teremos 3x = 34, ou seja, x = 14

S = x = 14 2. 2x = 64

Resolu¸c˜ao: Fatorando o 64 temos: 2x = 26 ⇒ x = 6 S = {x = 6}

3. 8x = 1 32

Resolu¸c˜ao: Fatorando o 32 e aplicando as propriedades temos: (23)x = 2−5 ⇒ 23x= 2−5⇒ 3x = −5 ⇒ x = −5

3 S = x = −53

4. √3x= √3

81

Resolu¸c˜ao: Fatorando o 81 e aplicando as propriedades temos:  312 x =√3 34 ⇒ 3x2 = 343 x 2 = 4 3 ⇒ 3x = 8 ⇒ x = 8 3 S = x = 83

2.3

Inequa¸c˜

oes exponenciais

Inequa¸c˜oes exponenciais s˜ao inequa¸c˜oes que envolvem inc´ognitas no expoente, ou seja, desigualdades entre n´umeros, cujo expoente ´e uma inc´ognita.

Assim como em equa¸c˜oes exponenciais, existem dois m´etodos fundamentais para resolu¸c˜ao das inequa¸c˜oes exponenciais. Faremos a apresenta¸c˜ao agora do primeiro m´etodo e o segundo no estudo de logaritmos.

Redu¸c˜ao a uma base comum: este m´etodo ser´a aplicado quando ambos os membros da inequa¸c˜ao puderem ser representados como potˆencias de mesma base, com as transforma¸c˜oes convenientes baseadas nas propriedades de potˆencias de mesma base α (α > 0 e α 6= 1). Lembremos que a fun¸c˜ao exponencial f (x) = αx ´e crescente se α > 1 e decrescente se 0 < α < 1, portanto se b e c s˜ao n´umeros reais, ent˜ao:

para α > 1 tem-se αb > αc⇔ b > c; αb < αc ⇔ b < c;

para 0 < α < 1 tem-se αb > αc⇔ b < c; αb < αc ⇔ b > c;

(29)

Exemplos: 1. 2x > 128

Solu¸c˜ao: Observe que α > 1, fatorando o 128 temos: 2x > 128 ⇔ 2x > 27. Como a base ´e maior que um, temos x > 7.

S = {x ∈ R | x > 7} 2. 35x

≥ 125 27

Solu¸c˜ao: Observe que α = 35, 0 < α < 1 e aplicando as propriedades temos que: 3 5 x ≥ 53 33 ⇔ 3 5 x ≥ 3 5 −3

. Como a base est´a compreendida ente 0 e 1, temos x ≤ −3

S = {x ∈ R | x ≤ −3} 3. √3

2x< √4

8

Solu¸c˜ao: Observe que √3

2x< √4 8 ⇔  213 x <√423⇔ 2x3 < 2 3 4. Como a base

´e maior que 1, temos: x3 < 34 ⇔ x < 9 4 S = x ∈ R | x < 94

4. Resolver x2x2−9x+4

< 1 em R+

Solu¸c˜ao: Devemos considerar trˆes casos: 1o Caso:

Devemos verificar se 0 ou 1 s˜ao solu¸c˜oes particulares da inequa¸c˜ao. Fazendo x = 0 e x = 1, temos:

x = 0 ⇒ 04 < 1 (verdadeira) ⇒ x = 0 ´e solu¸c˜ao x = 1 ⇒ 1−3 < 1 (falsa) ⇒ x = 1 n˜ao ´e solu¸c˜ao A solu¸c˜ao neste caso ´e S1 = {0}

2o Caso:

A base da potˆencia ´e maior que um. Se x > 1 (I), temos:

x2x2−9x+4

< 1 ⇒ x2x2−9x+4

< x0 ⇒ 2x2− 9x + 4 < 0 ⇒ 1

2 < x < 4 (II) A solu¸c˜ao desse caso ´e dada por (I) ∩ (II)

S2 = {x ∈ R | 1 < x < 4} 3o Caso:

A base da potˆencia ´e positiva, mas menor que um. Se 0 < x < 1 (III), temos:

x2x2−9x+4< 1 ⇒ x2x2−9x+4< x0 ⇒ 2x2− 9x + 4 > 0 ⇒ x < 1

2 ou x > 4 (IV ) A solu¸c˜ao desse caso ´e dada por (III) ∩ (IV )

S3 =x ∈ R | 0 < x < 12

A solu¸c˜ao da inequa¸c˜ao proposta ´e:

S = S1∪ S2∪ S3 =x ∈ R | 0 ≤ x < 12 ou 1 < x < 4

(30)

17

3 Logaritmos

Os logaritmos foram criados como instrumento para tornar mais simples c´alculos aritm´eticos complicados. Posteriormente verificou-se que a importˆancia dos logaritmos na Matem´atica e nas Ciˆencias em geral era bem maior do que se pensava. Com efeito, diversos fatos matem´aticos, bem como fenˆomenos naturais e at´e mesmo sociais, podem ser expressos quantitativamente atrav´es dos logaritmos.

Uma das primeiras motiva¸c˜oes para o ensino de logaritmos, parte do estudo de equa¸c˜oes exponenciais, onde teremos, por exemplo, que calcular o valor que assume o x, se 2x = 3, ou seja, resolver equa¸c˜ao exponencial com bases diferentes. Sabemos que x assume um valor entre 1 e 2, pois 21 < 2x < 22, mas com o conhecimento que temos at´e aqui n˜ao saber´ıamos qual ´e esse valor e nem o processo para determin´a-lo. A fim de que possamos resolver este e outros problemas, vamos iniciar o estudo de logaritmos.

Defini¸c˜ao 3.1. Sendo a e b n´umeros reais e positivos, com a 6= 1, chama-se logaritmo de b na base a, o expoente que se deve dar `a base a de modo que a potˆencia obtida seja igual a b. Em s´ımbolos: a, b ∈ R, a > 0 a 6= 1 e b > 0, ent˜ao

logab = x ⇔ ax = b .

Em logab = x, dizemos: a ´e a base do logaritmo, b ´e o logaritmando, x ´e o logaritmo. Conhe¸camos tamb´em o que ´e antilogaritmo e cologaritmo. O n´umero b ´e o logaritmando ou tamb´em chamado antilogaritmo de x na base a.

Defini¸c˜ao 3.2. Sejam a e b n´umeros reais positivos com a 6= 1, se o logaritmo de b na base a ´e x, ent˜ao b ´e o antilogaritmo de x na base a. Em s´ımbolos: a, b ∈ R, a > 0 a 6= 1 e b > 0, ent˜ao logab = x ⇔ b = antilogax.

Defini¸c˜ao 3.3. Chama-se cologaritmo de um n´umero b ( b ∈ R e b > 0 ), numa base a ( a ∈ R, a > 0 a 6= 1 ), ao oposto do logaritmo de b na base a. Em s´ımbolos: se a > 0 a 6= 1 e b > 0 ent˜ao cologab = −logab. Considerando que logab = −loga1b ent˜ao cologab = loga1b.

3.1

Sistema de logaritmos

Ao conjunto dos logaritmos de todos os n´umeros positivos, em certa base α, chamamos sistema de logaritmos de base α. Assim, o conjunto dos logaritmos, na base 2, de todos os

(31)

n´umeros positivos constitui o sistema de logaritmos de base 2. Entre a infinidade de valores que a base pose assumir, s˜ao particularmente importante dois sistemas de logaritmos a seguir.

3.1.1

Sistema de Logaritmos Decimais

Sistema de logaritmo decimal ´e o sistema de base 10, tamb´em chamado sistema de logaritmos comuns, ou vulgares, ou de Briggs (Henry Briggs, matem´atico Inglˆes (1561 – 1630), foi quem primeiro destacou a vantagem do emprego dos logaritmos de base 10 para os c´alculos).

Dentre os diversos sistemas de logaritmos (diversas bases), vamos agora estudar, com particular interesse, o sistema de logaritmos de base 10.

Lembremos as principais propriedades dos logaritmos de base 10: 1) log1 = 0

2) log10 = 1

3) x > 1 ⇒ logx > 0 e se 0 < x < 1 ⇒ logx < 0

3.1.2

Sistema de Logaritmos Neperianos

´

E o sistema de base e ( e = 2,718 ..., n´umero irracional), tamb´em chamado sistema de logaritmos naturais. O nome neperiano lembra John Neper, matem´atico escocˆes (1.550 -1.617), autor de um dos primeiros trabalhos desenvolvendo a teoria dos logaritmos. Diz-se tamb´em sistema de logaritmos naturais, uma vez que no estudo de fenˆomenos naturais surge, muitas vezes, uma lei exponencial de base e. Os logaritmos neperianos s˜ao usados na An´alise Matem´atica e em assuntos t´ecnicos.

Indica-se, em geral, com um dos s´ımbolos : logex , ou lnx, ou dependendo do texto, usa-se lgx, logx ou Lx.

No livro do ensino m´edio (DANTE, 2012) o logaritmo natural ´e definido como o logaritmo que tem base e e lembrado como uma importante ferramenta nas aplica¸c˜oes de logaritmos, as quais intitula de “A matem´atica e as pr´aticas sociais”.

Para (LIMA, 2016) o logaritmo natural de x, x um n´umero real positivo, ´e definido como a ´area da faixa delimitada pelo eixo x e a fun¸c˜ao 1x, designada ´Area (Hx

1), com x variando de 1 a x. Assim, quando x > 0, escrevendo ln x para indicar o logaritmo natural de x, temos: lnx = ´Area (Hx

(32)

CAP´ITULO 3. LOGARITMOS 19

Figura 3.1 – Figura esquema para indicar o logaritmo natural a partir do c´alculo da ´area

3.2

Propriedades de logaritmos

Notemos que, com as propriedades operat´orias de logaritmos, podemos transformar uma multiplica¸c˜ao em uma soma, uma divis˜ao em uma subtra¸c˜ao e uma potˆencia em uma multiplica¸c˜ao, isto ´e, com o emprego da teoria de logaritmos podemos transformar uma opera¸c˜ao em outra mais simples de ser realizada ou de ordem inferior.

Seja a, b e c ∈ R, a > 0 a 6= 1, b > 0 e c > 0 s˜ao v´alidas as seguintes propriedades: • 1a) Logaritmo do produto:

Em qualquer base a (a > 0 a 6= 1), o logaritmo do produto de dois n´umeros reais positivos ´e igual a soma dos logaritmos dos fatores.

Em s´ımbolos: a, b e c ∈ R+, a > 0 a 6= 1, b > 0 e c > 0, ent˜ao loga(b.c) = logab + logac

Demonstra¸c˜ao. Fazendo logab = x e logac = y e loga(b.c) = z, provaremos que z = x + y. De fato:      logab = x ⇒ ax = b logac = y ⇒ ay = c =⇒ az = ax.ay ⇒ az = ax+y ⇒ z = x + y loga(b.c) = z ⇒ az = b.c OBSERVAC¸ ˜OES:

1) Esta propriedade pode ser entendida para o caso do logaritmo do produto de n (n ≥ 2) fatores reais e positivos, isto ´e: Se a > 0, a 6= 1 e b1, b2, b3, ..., bn ∈ R∗+ ent˜ao loga(b1.b2.b3...bn) = logab1+ logab2+ logab3+ .... + logabn.

2) Devemos observar que se b > 0 e c > 0 ent˜ao b.c > 0 e vale a identidade: loga(b.c) = logab + logac com a > 0, a 6= 1, mas se soubermos apenas que b.c > 0

(33)

ent˜ao, temos: loga(b.c) = loga|b| + loga|c| com a > 0, a 6= 1, uma vez que o logaritmo s´o est´a definido para valores positivos.

• 2a) Logaritmo do quociente:

Em qualquer base a (a > 0 a 6= 1), o logaritmo do quociente de dois n´umeros reais positivos ´e igual a diferen¸ca entre o logaritmo do dividendo e o logaritmo do divisor. Em s´ımbolos: a, b e c ∈ R+, a > 0 a 6= 1, b > 0 e c > 0, ent˜ao

loga( b

c) = logab − logac

Demonstra¸c˜ao. Fazendo logab = x e logac = y e loga(bc) = z, mostraremos que z = x − y. De fato:      logab = x ⇒ ax = b logac = y ⇒ ay = c =⇒ az = a x ay ⇒ az = ax−y ⇒ z = x − y loga(bc) = z ⇒ az = bc OBSERVAC¸ ˜OES:

1) Fazendo b = 1, escrevemos loga(1c) = loga1 − logac =⇒ loga(1c) = −logac.

2) Se b > 0 e c > 0 ent˜ao bc > 0 e vale a identidade: loga(bc) = logab − logac com a > 0, a 6= 1, mas se soubermos apenas que bc > 0 ent˜ao, temos:

loga(bc) = loga|b| − loga|c| com a > 0, a 6= 1, uma vez que o logaritmo s´o est´a definido para valores positivos.

• 3a) Logaritmo da potˆencia

Em qualquer base a (a > 0 a 6= 1), o logaritmo de uma potˆencia de base real positiva e expoente real ´e igual ao produto do expoente pelo logaritmo da base da potˆencia. Em s´ımbolos: a, b ∈ R+, α ∈ R, a > 0 a 6= 1, b > 0, ent˜ao

logabα = α.logab

Demonstra¸c˜ao. Fazendo logab = x e logabα= y, provaremos que y = α.x. De fato:

(

logab = x ⇒ ax = b

logabα = y ⇒ ay = bα =⇒ ay = (ax)α ⇒ ay = aα.x ⇒ y = α.x OBSERVAC¸ ˜OES:

1) Decorre da 3a propriedade que em qualquer base a (a > 0 a 6= 1), o logaritmo da raiz en´esima de um n´umero real positivo ´e igual ao produto do inverso do ´ındice da raiz pelo logaritmo do radicando.

Em s´ımbolos: a, b ∈ R+, n ∈ N∗, a > 0 a 6= 1, b > 0, ent˜ao, log √nb = log bn1 = 1.log b

(34)

CAP´ITULO 3. LOGARITMOS 21 2) Se b > 0 ent˜ao bα > 0 para todo α real e vale a identidade: log

abα = α.logab, mas se soubermos apenas que bα > 0 ent˜ao, temos: log

abα = α.loga|b|, uma vez que o logaritmo s´o est´a definido para valores positivos.

As propriedades vistas anteriormente, v´alidas com as devidas restri¸c˜oes impostas aos n´umeros reais a, b, c e α, nos permitem obter o logaritmo de um produto, de um quociente ou de uma potˆencia, conhecendo somente os logaritmos dos termos do produto, dos termos do quociente ou da base da potˆencia.

Notemos a impossibilidade de obter o logaritmo de uma soma ou de uma diferen¸ca, por meio de regras semelhantes `as dadas. Assim, para encontrarmos loga(b + c) e loga(b − c), devemos, calcular inicialmente (b + c) e (b − c) respectivamente.

Observe que at´e o momento tratamos de logaritmos de bases iguais, caso essas bases sejam diferentes, procederemos uma a mudan¸ca de base para uma base conveniente. Vejamos o processo que permite transformar o logaritmo de um n´umero positivo em uma certa base para outro em base conveniente, aqui vamos considerar como uma 4a propriedade.

• 4a) Mudan¸ca de base:

Se a, b e c s˜ao n´umeros reais positivos (a 6= 1 e c 6= 1), ent˜ao tem-se: logab =

logcb logca

Demonstra¸c˜ao. Considerando logab = x, logcb = y e logca = z, e notemos que z 6= 0, pois a 6= 1. Provaremos que x = yz.

De fato:      logab = x ⇒ ax = b logcb = y ⇒ cy = b =⇒ (cz) x = (ax) = b = cy ⇒ (cz)x = cy ⇒ zx = y ⇒ x = y z logca = z ⇒ cz = a

3.3

Como calcular logaritmos?

Nessa se¸c˜ao vamos falar como eram feitos os c´alculos de logaritmos no passando, com o uso de t´abuas. Hoje com o avan¸co da computa¸c˜ao essas t´abuas perderam a utilidade, ficando registradas na hist´oria da matem´atica.

Para calcular logaritmos podemos usar uma t´abua de logaritmos. Essa t´abua consiste essencialmente de duas colunas de n´umeros. A cada n´umero da coluna `a esquerda corresponde um n´umeros `a sua direita, chamado de logaritmo. A t´abua de logaritmos ´e uma tabela de valores que possibilita determinar o valor do logaritmo decimal de qualquer n´umero real positivo na base decimal. Se houver necessidade de determinar o valor de

(35)

um logaritmo n˜ao decimal, deve-se antes transform´a-lo em logaritmo decimal para depois procurar o valor na tabela.

Com as t´abulas podemos calcular por exemplo o produto de dois n´umeros, basta somar seus logaritmos, o resultado ´e o logaritmo do produto e assim encontrar o valor na tabela do produto.

Vejamos uma tabela de logaritmos decimais dos n´umeros naturais de 1 a 300, os valores s˜ao aproxima¸c˜oes at´e a quinta casa decimal, para ser utilizada como exemplo para o c´alculo do produto de dois n´umeros.

(36)

CAP´ITULO 3. LOGARITMOS 23 Exemplo 3.3.1. Retirando dados da tabela Figura 3.2, log3 ≈ 0,47712 e log5 ≈ 0,69897, logo log3+log5 ≈ 1,17609. Observe que consultado a tabela citada, o valor 0,17609 corresponde a coluna de log 15. O n´umero 1 ´e a caracter´ıstica do n´umero 15, logo, log 15

≈ 1 + 0,17609 = 1,17609.

Exemplo 3.3.2. Vamos calcular o log 1024 de trˆes formas diferentes: • log 1024 = log 2.512

Consultando a tabela de logaritmo Figura 3.2, log 2 ≈ 0,30103 e consultando a tabela Figura 3.5 log 512 ≈ 0,70927. Somando as mantissas 0,30103 + 0,70927 = 1,0103. Logo a mantissa de 2.512 ´e 0,0103. Como 103 < 1024 < 104, a carater´ıstica ´e 3. Portanto log 1024 ≈ 3 + 0,0103 = 3,0103

• log 1024 = log 4.256

Consultando a tabela Figura 3.2, log 4 ≈ 0,60206 e log 256 ≈ 0,40824. Somando as mantissas 0,60206 + 0,40824 = 1,0103. Logo a mantissa de 4.256 ´e 0,0103. Como 103 < 1024 < 104, a carater´ıstica ´e 3. Portanto log 1024 ≈ 3 + 0,0103 = 3,0103 • log 1024 = log 210 = 10. log 2

Consultando a tabela Figura 3.2, log 2 ≈ 0,30103. Portanto log 1024 ≈ 10.0,30103 = 3,0103.

Os exemplos acima foram calculados com n´umeros pequenos, mas as tabelas envolviam n´umeros grandes. Poderia-se tamb´em aplicar algumas propriedades e encontrar uma vasta quantidade de resultados. Na ´epoca em que n˜ao existia calculadoras esses c´alculos se tornaram bem interessantes.

Os escritos que encontramos nos contam que levamos 20 anos para construir a primeira t´abua de logaritmos dos n´umeros, o que mostra as dificuldades que tiveram aqueles que se dedicaram a esta tarefa, pois tudo tinha que ser feito apenas com a disponibilidade do conhecimento matem´atico, l´apis e papel e uma infinita paciˆencia. A constru¸c˜ao da t´abua parte do grau de aproxima¸c˜ao desejada para o c´alculo dos logaritmos de um n´umero, digamos que seja a quarta casa decimal, para isso, dividindo o eixo x (logaritmos dos n´umeros) no intervalo entre 0 e 1 em 220 partes, ou seja, 1

1048576 ser´a a menor parte, o qual

correspondente a uma progress˜ao aritm´etica. Para cada correspondente de y (n´umeros aos quais se pesquisem os logaritmos) y = 101048576n correspondem a uma progress˜ao

geom´etrica. Se conhecermos dois pontos consecutivos de uma PA e PG j´a teremos definido suas respectivas raz˜oes e isso ´e suficiente para tra¸car todos os pontos da PA e PG no intervalo definido. Podemos colocar em correspondˆencia os pontos da PG e PA, e para os mesmos valores de n ir anotando os resultados dos n´umeros para a constru¸c˜ao da t´abua de logaritmos.

(37)

Vale lembrar tamb´em que ´e importante para n´os professores insistirmos para que os alunos conhe¸cam a hist´oria da matem´atica, como eram os c´alculos com utiliza¸c˜ao das tabelas, conhecer como foi constru´ıdo os conte´udos matem´aticos e como este foi mudando com a utiliza¸c˜ao das tecnologias. Conhecer as propriedades de logaritmos se torna interessante para a realiza¸c˜ao de provas de acesso `as universidades, Exame Nacional do Ensino M´edio, ou concurso p´ublico, onde n˜ao ´e permitida a utiliza¸c˜ao de calculadoras.

Segue abaixo um modelo de tabela (c´opia retirada do Livro), utilizada em 1977, publicada no livro (SERR ˜AO, 1977) que era utilizada para achar o valor do logaritmo de alguns n´umeros usuais.

Figura 3.3 – Tabela 1 - Apresenta os resultados de logaritmos dos n´umeros decimais, irracionais, medidas na circunferˆencia (π, medida de ˆangulos (◦) e raio)

(38)

CAP´ITULO 3. LOGARITMOS 25

Figura 3.4 – Tabela 2 de logaritmo de n´umeros usuais

As t´abuas apresentadas nas tabelas (Figura 3.3) e (Figura 3.4) s˜ao n´umeros, cujo logaritmos n˜ao poderiam ser obtidos atrav´es de aplica¸c˜ao de propriedades. S˜ao apresentados com uma nota¸c˜ao n˜ao usual. Nesse caso, o s´ımbolo barra, acima do n´umero, por exemplo no c´alculo de log(12), 1 quer dizer caracter´ıstica + mantissa, 1, abcd = 0, abcd − 1, onde 0,abcd ´e a mantissa e -1 ´e a caracter´ıstica de 12, a maneira de calcular ser´a vista logo a seguir. Mas como calcular os logaritmos de um n´umero utilizando os dados da tabela? E quando o n´umeros n˜ao forem inteiros?

A seguir veremos mais uma tabela, trata-se de t´abuas de logaritmos decimais dos n´umeros inteiros de 300 at´e 600 com cinco decimais. A tabela completa est´a publicada no livro (SERR ˜AO, 1977) e vai de 1 at´e dez mil.

(39)

Figura 3.5 – Tabela de logaritmo decimais dos n´umeros naturais de 300 a 600

Se quisermos calcular o logaritmo de um n´umero n˜ao natural e que este n˜ao esteja em tabelas, observaremos a caracter´ıstica e a mantissa. Para isso veremos abaixo como encontrar a caracter´ıstica e a mantissa e utilizar as tabelas de mantissa.

(40)

CAP´ITULO 3. LOGARITMOS 27

3.3.1

Caracter´ıstica e Mantissa

Qualquer que seja o n´umero real positivo x, considere n = [x] (parte inteira de x). Se n tiver k + 1 d´ıgitos ent˜ao 10k ≤ n ≤ 10(k+1) e a mesma coisa acontece para x, ou seja, x estar´a necessariamente compreendido entre duas potˆencias de 10 com expoentes inteiros consecutivos.

Exemplo 3.3.3. Se x = 0, 04 ⇒ 10−2 < 0, 04 < 10−1.

Assim, dado x > 0, existe c ∈ Z tal que: 10c≤ x < 10c+1 ⇒ log 10c ≤ log x < log 10c+1 ⇒ c ≤ log x < c + 1, pois, log x ´e crescente.

Podemos afirmar que:

log x = c + m onde c ∈ Z e 0 ≤ m < 1

isto ´e, o logaritmo decimal de x ´e a soma de um n´umero inteiro c com um n´umero decimal m n˜ao negativo e menor que 1.

O n´umero inteiro c ´e por defini¸c˜ao a caracter´ıstica do logaritmo de x e o n´umero decimal m (0 ≤ m < 1) ´e por defini¸c˜ao a mantissa do logaritmo de x.

Em geral, a mantissa ´e um n´umero irracional, as t´abuas de logaritmos nos fornecem valores aproximados dos logaritmos dos n´umeros inteiros, geralmente de 1 a 10.000.

Ao procurarmos a mantissa do logaritmo decimal de x, devemos lembrar a seguinte propriedade:

Propriedade 01: A mantissa do logaritmo decimal de x n˜ao se altera se multiplicarmos x por uma potˆencia de 10 com expoente inteiro.

Demonstra¸c˜ao. Para demonstrarmos essa propriedade mostraremos que se p ∈ Z ent˜ao (log(x.10p) − log x) ∈ Z

De fato:

(log(10p.x) − log x) = log(10 p.x

x ) = log 10 p

= p ∈ Z

Uma consequˆencia importante ´e:

“Os logaritmos de dois n´umeros cujas representa¸c˜oes decimais diferem ape-nas pela posi¸c˜ao da v´ırgula tem mantissas iguais.”

Assim os logaritmos decimais dos n´umeros: 2, 200, 2000, 0,2; 0,002 tem todos a mesma mantissa 0,3010; mas com caracter´ısticas diferentes, ou seja, iguais a 0, 2, 3, -1 e -3, respectivamente.

(41)

Segue abaixo tabelas de mantissas dos logaritmos dos n´umeros inteiros de 100 a 999, encontradas no livro (IEZZI; DOLCE; MURAKAMI, 1985, p.113-114).

Figura 3.6 – Tabela de mantissas de n´umeros naturais de 100 a 549

Na tabela 3.6 a mantissa pode ser encontrada localizando o n´umero pela linha e coluna, por exemplo o n´umero 517, a mantissa est´a na linha 51 coluna 7. A mantissa juntamente com a caracter´ıstica nos fornece o logaritmo do n´umero procurado.

(42)

CAP´ITULO 3. LOGARITMOS 29

Figura 3.7 – Tabela de mantissas de n´umeros naturais de 550 a 999

3.3.2

Exemplos de aplica¸c˜

ao das t´

abua de logaritmos utilizando a caracter´ıstica

e mantissa

1. Calcular log 23, 4

Como 10 < 23, 4 < 100, a caracter´ıstica ´e 1 e a mantissa ´e 0,3692 que ´e a mesma do n´umero 234 (basta verificar na tabela Figura 3.6 na linha 23, coluna 4). Temos ent˜ao:

log 23, 4 = 1 + 0, 3692 = 1, 3692

(43)

2. Calcular log 0, 042

Como 10−2 < 0, 042 < 100, logo a caracter´ıstica ´e -2 e a mantissa ´e 0,6232 que ´e a mesma do n´umero 420 (vide Figura 3.6). Temos, ent˜ao:

log 0, 042 = −2 + 0, 6232 = −1, 3768.

Entretanto, ´e usual escrevermos -2+0,6232 sob a forma 2, 6232; onde figura expli-citamente a mantissa do logaritmo e a caracter´ıstica -2 ´e substitu´ıda pela nota¸c˜ao 2.

Dizemos que 2, 6232 ´e a forma mista ou preparada do log 0, 042 e que -1,3768 ´e a forma negativa de log 0, 042.

3. Calcular log 314, 3

Para calcularmos log 314, 3 usaremos um processo de interpola¸c˜ao linear.

Como 102 < 314, 3 < 103, logo a caracter´ıstica ´e 2 e consideremos os valores de mantissa (vide Figura 3.6), mostrados na tabela abaixo:

x y= log x

314 y= log 314 = 2,4969 315 y= log 315 = 2,4983

Figura 3.8 – Figura esquema para interpola¸c˜ao

A varia¸c˜ao da fun¸c˜ao logar´ıtmica n˜ao ´e linear, mas podemos aceitar como uma boa aproxima¸c˜ao de log 314, 3, a ordenada y do ponto F sobre a reta DE. Para determinarmos o valor de y, consideremos os triˆangulos ECD e EHF. Como os triˆangulos ECD e EHF s˜ao semelhantes, temos:

(44)

CAP´ITULO 3. LOGARITMOS 31 y log 315−log 314 = 0,3 1 y 2,4983−2,4969 = 0, 3 y = 0, 0004

Portanto log 314, 3 = log 314 + y = 2,4969 + 0,0004 = 2,4973 4. Calcular antilog -1,3716

Fazendo x = antilog -1,3716, e aplicando a defini¸c˜ao do antilogaritmo logab = x ⇔ b = antilogax temos:

log x = -1,3716 Observe que:

−1, 3716 = −1 − 0, 3716 = −1 − 1 + 1 − 0, 3716 = −2 + 0, 6284 = 2, 6284.

Com a mantissa 0,6284 encontramos o n´umero 425, mas como a caracter´ıstica do log x ´e -2, duas casas decimais, temos x = 0,0425.

Os exemplos a seguir n˜ao s˜ao para resolver o c´alculo de logaritmo, mas para usar o logaritmo para o c´alculo de potˆencias e ra´ızes.

5. Calcular a potˆencia (1, 12)20

Fazendo x = (1, 12)20, podemos aplicar log em ambos os membros da igualdade, assim teremos: log x = log(1, 12)20 ⇒ log x = 20. log(1, 12) ⇒ log x = 20.0, 0492 ⇒ log x = 0, 9840.

Portanto x = antilog0, 9840 = 100,9840 ≈ 9, 638. 6. Calcular x = √7

1969

Aplicando log e suas propriedades, temos: log x = log(1969)17 ⇒ log x = 1

7. log 1969 ⇒ log x = 17.3, 2943 ⇒ log x = 3,29437 ⇒ log x = 0, 4806.

Portanto x = antilog0, 4806 = 100,4806 ≈ 3, 024.

Em problemas, utilizaremos da modelagem matem´atica e as fun¸c˜oes exponenciais e logar´ıtmicas como ferramentas de resolu¸c˜ao.

3.4

Equa¸c˜

oes logar´ıtmicas

Para resolver equa¸c˜oes logar´ıtmicas ´e importante lembrar do conceito de logaritmo, a, b ∈ R, a > 0 a 6= 1 e b > 0, ent˜ao

logab = x ⇔ ax = b.

Observe que a base e o logaritmando sempre s˜ao positivos, ou seja, uma condi¸c˜ao de existˆencia para os mesmos.

(45)

Se logax = logay, aplicando a defini¸c˜ao temos: logax = z ⇔ az = x

logay = z ⇔ az = y

Portanto, se logax = logay ⇒ x = y.

Podemos classific´a-las em trˆes tipos:

1o Tipo: log

af (x) = logag(x) ´

E a equa¸c˜ao que apresenta ou ´e redut´ıvel a uma igualdade entre dois logaritmos de mesma base a, (a > 0 e a 6= 1).

A resolu¸c˜ao de uma equa¸c˜ao deste tipo baseia-se na consequˆencia da defini¸c˜ao. N˜ao devemos esquecer das condi¸c˜oes de existˆencia do logaritmo, isto ´e, a base do logaritmo dever´a ser positiva e diferente de um e o logaritmando dever´a ser positivo. Assim sendo, os valores encontrados na solu¸c˜ao da equa¸c˜ao s´o ser˜ao considerados solu¸c˜ao da equa¸c˜ao logar´ıtmica proposta se for um valor qe satisfaz as condi¸c˜oes de existˆencia do logaritmo.

Esquematicamente, temos: Se a > 0 e a 6= 1 ent˜ao

logaf (x) = logag(x) =⇒ f (x) = g(x) (f (x) > 0 e g(x) > 0)

2o Tipo: log

af (x) = α ´

E a equa¸c˜ao que apresenta ou ´e redut´ıvel a uma igualdade ente um logaritmo e um n´umero real.

A resolu¸c˜ao de uma equa¸c˜ao deste tipo ´e simples, basta aplicarmos a defini¸c˜ao de logaritmo.

Esquematicamente, temos: Se a > 0, a 6= 1 e α ∈ R ent˜ao logaf (x) = α =⇒ f (x) = aα

N˜ao precisamos nos preocupar com a condi¸c˜ao de existˆencia do logaritmo, sendo a > 0, a 6= 1, temos aα > 0 para todo α real e consequentemente f (x) = aα > 0.

3o Tipo: inc´ognita auxiliar

S˜ao as equa¸c˜oes que resolvemos fazendo inicialmente uma mudan¸ca de inc´ognita. Ex: (log2x)2 − log2x = 2, ou seja, devemos resolver fazendo log2x = y, assim sendo, iremos

resolver a equa¸c˜ao em y, y2− y − 2 = 0.

(46)

CAP´ITULO 3. LOGARITMOS 33 Resolver as seguintes equa¸c˜oes:

1. log2(3x − 5) = log27

Solu¸c˜ao: log2(3x − 5) = log27 ⇒ (3x − 5) = 7 > 0

Resolvendo 3x − 5 = 7 ⇒ x = 4. Logo x = 4 ´e solu¸c˜ao da equa¸c˜ao proposta e n˜ao h´a necessidade de verificarmos pois 7 > 0 ´e satisfat´oria para todo x real.

S = {4}

2. log3(2x − 3) = log3(4x − 5)

Solu¸c˜ao: log3(2x − 3) = log3(4x − 5) ⇒ (2x − 3) = (4x − 5) > 0

Resolvendo 2x − 3 = 4x − 5 ⇒ x = 1. Observe que x = 1 n˜ao pode ser solu¸c˜ao da equa¸c˜ao proposta pois fazendo x = 1 em 4x − 5 encontramos 4.1 − 5 = −1 < 0, logo a equa¸c˜ao proposta n˜ao tem solu¸c˜ao. Chegar´ıamos a mesma conclus˜ao se ao inv´es de fazer x = 1 em 4x − 5, o fiz´essemos em 2x − 3, j´a que 2x − 3 = 4x − 5.

S = ∅

3. log5(x2− 3x − 10) = log

5(2 − 2x) Solu¸c˜ao: log5(x2− 3x − 10) = log

5(2 − 2x) ⇒ (x2− 3x − 10) = (2 − 2x) > 0 Resolvendo x2− 3x − 10 = 2 − 2x ⇒ x2− 3x − 12 = 0 ⇒ x = 4 ou x = −3. Observe que x = 4 n˜ao pode ser solu¸c˜ao da equa¸c˜ao proposta pois fazendo x = 4 em 2 − 2x encontramos 2 − 2.4 = −6 < 0. Fazendo x = −3 em 2 − 2x ou em x2− 3x − 10 encontramos 2 − 2.(−3) = 8 > 0 ou (−3)2− 3.(−3) − 10 = 8 > 0. Portanto x = −3 ´

e solu¸c˜ao da equa¸c˜ao proposta. S = {−3}

4. log2(3x + 1) = 4

Solu¸c˜ao: Aplicando a defini¸c˜ao de logaritmo temos: log2(3x + 1) = 4 ⇒ 3x + 1 = 24 ⇒ 3x = 15 ⇒ x = 5

S = {5}

5. log3(x2+ 3x − 1) = 2

Solu¸c˜ao: Aplicando a defini¸c˜ao de logaritmo temos: log3(x2 + 3x − 1) = 2 ⇒ x2 + 3x − 1 = 32 ⇒ x2+ 3x − 10 = 0 ⇒ x = 2 ou x = −5.

S = {2, −5}

6. log2[1 + log3(1 − 2x)] = 2

Solu¸c˜ao: Aplicando a defini¸c˜ao de logaritmo temos: log2[1 + log3(1 − 2x)] = 2 ⇒ 1 + log3(1 − 2x) = 22 ⇒ log

3(1 − 2x) = 3 ⇒ 1 − 2x = 33 ⇒ −2x = 26 ⇒ x = −13. S = {−13}

7. (log2x)2− log2x = 2

Solu¸c˜ao: Fazendo uma mudan¸ca de vari´avel temos: log2x = y, assim sendo, iremos

(47)

resolver a equa¸c˜ao em y, y2− y − 2 = 0.

Resolvendo y2− y − 2 = 0 temos y = 2 ou y = −1. Mas, log2x = y, ent˜ao log2x = 2 ⇒ x = 22 ⇒ x = 4 log2x = −1 ⇒ x = 2−1 ⇒ x = 1 2 S =4,12 8. 2+log3x log3x + log3x 1+log3x = 2

Solu¸c˜ao: Fazendo log3x = y, temos: 2+y y + y 1+y = 2 ⇒ (2 + y) (1 + y) + y 2 = 2y (1 + y) ⇒ 2y2+ 3y + 2 = 2y2 + 2y ⇒ 3y + 2 = 2y ⇒ y = −2

Substituindo em log3x = y, temos: log3x = −2 ⇒ x = 3−2 ⇒ x = 1 9 S =19

9. log3x = log210

Solu¸c˜ao: Aplicando a propriedade de mudan¸ca de base, temos: log10x

log103 =

log1010

log102

Consultando a tabela Figura 3.2 temos: log103 ≈ 0, 47712

log1010 = 1 log102 ≈ 0, 30103

Fazendo as substitui¸c˜oes temos: log10x 0,47712 = 1 0,30103 log10x = 0,477120,30103 log10x = 1, 5849 → x = 101,5849 → x ≈ 38, 45 S = {x ≈ 38, 45}

3.5

Inequa¸c˜

oes logar´ıtmicas

Assim como classificamos as equa¸c˜oes logar´ıtmicas em trˆes tipos b´asicos, vamos tamb´em classificar as inequa¸c˜oes logar´ıtmicas em trˆes tipos:

Tipo I: logaf (x) > logag(x) ´

E a inequa¸c˜ao que ´e redut´ıvel a uma desigualdade entre dois logaritmos de mesma base a, (a > 0 e a 6= 1).

Como a fun¸c˜ao logaritmo ´e crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1, devemos considerar dois casos:

• 1o Caso: Quando a base ´e maior que 1, a rela¸c˜ao de desigualdade existente entre os logaritmandos ´e de mesmo sentido que o dos logaritmos, ou seja, cresce (ou decresce)

Referências

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