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Relatórios de Estágio realizado na Farmácia Sousa e no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, E.P.E.

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1 Farmácia Sousa

Jean Mickael de Sá Amaral

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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Setembro de 2013 a Janeiro de 2014

Jean Mickael de Sá Amaral

Orientador: Dr.(a) Daniela Casimiro

___________________________________

Tutor: Dr.(a) Irene Rebelo

___________________________________

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Declaração de Integridade

Eu, _______________________________________________, abaixo assinado, nº __________, aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de __________________ de ______

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4 Agradecimentos

Em primeiro lugar, quero agradecer à Dr.ª Daniela Casimiro, por me ter dado a oportunidade de realizar este estágio na Farmácia Sousa em Santa Maria da Feira. Também quero agradecer pela amabilidade com que me recebeu e integrou no seu grupo de trabalho. Sem dúvida que a partilha de conhecimentos, experiências e métodos de trabalho, resultantes de toda uma carreira ligada à especialidade de Farmácia Comunitária, muito contribuíram para o enriquecimento da minha formação e me abriram a perceção para novas e importantes realidades.

Agradeço ao grupo de trabalho que me acompanhou durante o período de estágio: Dr.ª Teresa Resende (Farmacêutica), Dr.ª Rosário Braga (Farmacêutica), Alzira Jesus (Técnica Auxiliar de Farmácia), Nelson Silva (Técnico Auxiliar de Farmácia) e Orlando Dias (Técnico Auxiliar de Farmácia), e ainda, Maria Alcina Resende (Auxiliar de Limpeza). Pela disponibilidade, atenção, apoio, paciência e confiança que depositaram em mim. Pela generosidade com que me transmitiram conhecimentos e pela dedicação com que me esclareceram dúvidas. Obrigado a todos por terem partilhado as suas experiências profissionais e pessoais comigo e que marcaram tão positivamente o meu estágio. Foram apenas quatro meses de estágio mas todos os dias revelaram-se dias intensos, desafiantes e animadores porque estiveram sempre rodeados de aprendizagem e boa disposição.

Também gostaria de agradecer à minha tutora de estágio Dr.ª Irene Rebelo, pela disponibilidade e atenção que apresentou-se na orientação do meu estágio.

Não poderia faltar um enorme obrigado à minha família, pela educação, pelo amor e pelo incentivo que me transmitiram em todos os momentos.

E, por último, agradeço a todos aqueles que estiveram presentes ao longo da minha formação no Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas.

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Índice

Introdução ...8

Parte I – Atividades Desenvolvidos no Âmbito do Estágio 1. Organização da Farmácia ...9

1.1 Caracterização do Quadro Legal em Vigor para o Sector das Farmácias ...9

1.2 Composição e Função dos Recursos Humanos ...……….………10

1.3 Contactos com Diversos Espaços Físicos e Equipamentos ……….………10

1.3.1 Espaço Exterior da Farmácia Sousa ...10

1.3.2 Espaço Interior da Farmácia Sousa ...10

1.4 Sistema Informático ...12

2. Fontes de Informação ...12

3. Classificação e distinção dos medicamentos e outros produtos existentes na farmácia ...12

3.1 Medicamentos Sujeitos a Receita Médica ...13

3.2 Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica ...13

3.3 Medicamentos Manipulados ...13

3.4 Medicamentos Homeopáticos e Produtos Farmacêuticos Homeopáticos ...14

3.5 Produtos Dietéticos ...14

3.6 Produtos Para Alimentação Especial ...14

3.7 Produtos Fitoterapêuticos ...14

3.8 Produtos Cosméticos e Dermofarmacêuticos ...14

3.9 Medicamentos para Uso Veterinário ...15

3.10 Dispositivos Médicos ...15

4. Encomendas e Aprisionamento ...15

4.1 Fornecedores ...15

4.2 Encomendas, Rotação de Stock e Ponto de Encomenda ...16

4.3 Rececionar e Conferir Encomendas ...16

4.4 Marcação de Preços ...17

4.5 Armazenamento dos Medicamentos ...17

4.6 Prazos de Validade e Devolução de Medicamentos ...18

5. Dispensa de Medicamentos ...18

5.1 Receção e Validação da Prescrição Médica ...19

5.2 Avaliação Farmacêutica ...20

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5.4 Dispensa de Medicamentos Psicotrópicos e Estupefacientes ...21

5.5 Reconhecimento dos Principais Acordos Existentes com SNS e outras Entidades ...22

6. Medicamentos e produtos manipulados ...22

6.1 Regras de Manipulação ...22

6.2 Preços dos medicamentos manipulados ...23

6.3 Preparações Extemporâneas ...23

7. Automedicação ...23

8. Aconselhamento e dispensa de outros produtos de saúde ...24

9. Outros Cuidados de Saúde Prestados na Farmácia ...25

9.1 Determinação de Parâmetros Fisiológicos e Bioquímicos ...25

9.2 Testes de Gravidez ...25

9.3 Outros Serviços ...26

10. Contabilidade e Gestão na Farmácia ...26

Conclusão ...28

Parte II – Casos de Estudo Caso 1 – Disfunção eréctil ...29

Caso 2 – Da constipação à pneumonia ...37

Caso 3 – Bisolviral® ...40

Bibliografia ...43

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Lista de Acrónimos

AFP – Associação de Farmácias de Portugal ANF – Associação Nacional de Farmácias AIM – Autorização de Introdução no Mercado CCF – Centro de Conferência de Faturas

CNPEM – Código Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos DCI – Denominação Comum Internacional

DIM - Delegados de Informação Médica FS – Farmácia Sousa

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I. P. IVA - Imposto de Valor Acrescentado

MNSRM – Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica MSRM – Medicamentos Sujeitos a Receita Médica OF – Ordem dos Farmacêuticos

PA – Pressão Arterial

PVP – Preço de Venda ao Público SNS – Sistema Nacional de Saúde

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Introdução

O papel do Farmacêutico é notório na sociedade, visto ser um dos profissionais de saúde a quem o doente recorre antes do início da terapêutica. A sua intervenção é essencial para promover a eficácia e a segurança dos medicamentos, protegendo assim a saúde dos utentes. Logo, o Farmacêutico deve esclarecer o utente acerca do modo de administração, efeitos terapêuticos, possíveis interações entre fármacos e outras informações nomeadamente sobre a conservação correta de armazenamento de certos medicamentos.

A realização do estágio decorreu na Farmácia Sousa (FS) em Santa Maria da Feira, sob orientação da Dr.ª Daniela Casimiro e decorreu entre de 17 Setembro de 2013 e 16 Janeiro de 2014. O presente relatório visa apresentar todos os aspetos desenvolvidos em Farmácia Comunitária, como o seu funcionamento, organização, gestão, contacto e aconselhamento ao público numa Farmácia, tendo sempre em conta que o Farmacêutico é parte integral de toda esta dinâmica, visto ser reconhecido como um especialista do medicamento e da saúde pública.

O estágio iniciou-se com a integração na equipa de trabalho, as instalações e todo o equipamento disponível. Como primeiras tarefas desenvolvidas, a receção de encomendas, arrumação de medicamentos e outros produtos de saúde, a gestão de stocks e o contacto com os utentes no gabinete personalizado, por exemplo pela medição da tensão arterial. Posteriormente, desempenhei tarefas de separação, organização e conferência de receitas, para assim me familiarizar com os aspetos fulcrais do seu aviamento. A partir da terceira semana iniciei o atendimento ao público, pondo em prática todos os conceitos adquiridos ao longo do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, bem como os adquiridos no dia-a-dia, fortalecendo assim toda a minha competência enquanto profissional de saúde.[1]

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Parte I - Atividades Desenvolvidos no Âmbito do Estágio

1. Organização da Farmácia

1.1-Caracterização do Quadro Legal em Vigor para o Sector das Farmácias

A Farmácia Comunitária é um estabelecimento público de saúde cujo principal objetivo é disponibilizar medicamentos, bem como prestar cuidados farmacêuticos para assim melhorar a qualidade de vida da população em geral. Com o objetivo de uniformizar o desempenho da profissão farmacêutica, foi elaborado um conjunto de procedimentos operativos e normas de orientação clínica, disponível nas Boas Práticas Farmacêuticas para a Farmácia Comunitária.

A Ordem dos Farmacêuticos (OF), a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I. P. (INFARMED), a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Associação de Farmácias de Portugal (AFP), são entidades responsáveis pelas atividades executadas pelos farmacêuticos. A OF é uma associação pública que representa todos os farmacêuticos que exercem a sua profissão em território nacional. O INFARMED regula e supervisiona os setores dos medicamentos, dispositivos médicos e produtos de saúde, permitindo, desta forma, proteger a saúde pública com o intuito de uma terapêutica com qualidade, segurança e eficácia para toda a população. A ANF e a AFP visam a defesa dos interesses morais, profissionais e económicos dos proprietários das farmácias. Importante será de salientar que existe uma legislação própria que regula a prática farmacêutica e que visa um bom funcionamento da farmácia.

A FS é um estabelecimento de saúde, licenciado por alvará concedido pelo INFARMED e tem como proprietária e Diretora Técnica a Dr.ª Daniela Casimiro. Localiza-se na Avenida Dr. Francisco Sá Carneiro, no Lugar da Cruz e encontra-se próxima do Centro de Saúde e da Unidade Hospitalar de Santa Maria da Feira.

A Farmácia encontra-se aberta ao público nos dias úteis das 9h às 20h e aos sábados das 9h às 13h, de acordo com o estipulado no Decreto-Lei nº 53/2007, que regula o horário de funcionamento das Farmácias de Oficina. Efetua serviços noturnos obrigatórios, sempre intercalados com as restantes farmácias localizadas em Santa Maria da Feira e Lourosa. Depois das 24h o serviço é assegurado através do postigo de atendimento, permitindo disponibilizar a medicação e salvaguardar a proteção do profissional de serviço. O plano de serviços é cedido anualmente pela respetiva Administração Regional de Saúde.[1,2]

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10 1.2-Composição e Função dos Recursos Humanos

A FS é constituída por profissionais de saúde que cooperam nas tarefas de atendimento, conferência de receituário, criação e receção de encomendas, marcação de preços e armazenamento dos produtos de saúde.

A Dr.ª Daniela Casimiro (proprietária e Diretora Técnica da Farmácia Sousa) chefia uma equipa técnica constituída pela Dr.ª Vera Ribeiro (Farmacêutica Adjunta), Dr.ª Teresa Resende (Farmacêutica), Dr.ª Rosário Braga (Farmacêutica), Alzira Jesus (Técnica Auxiliar de Farmácia), Nelson Silva (Técnico Auxiliar de Farmácia) e Orlando Dias (Técnico Auxiliar de Farmácia), e ainda, Maria Alcina Resende (Auxiliar de Limpeza).

Realçar também a presença de uma estagiária da Universidade de Coimbra, durante o período do meu estágio.

1.3. Contactos com Diversos Espaços Físicos e Equipamentos

1.3.1. Espaço Exterior da Farmácia Sousa

A FS é identificada pela presença de um letreiro publicitário com a designação da farmácia e a cruz verde luminosa, de configuração definida pelo INFARMED, que fica sempre iluminada quando a Farmácia está no seu turno de serviço. Na entrada é possível visualizar uma placa com o nome da Diretora Técnica, o horário de funcionamento da farmácia, a indicação da farmácia de serviço e o comprovativo de que dispõe de um livro de reclamações

Na entrada da farmácia também existe uma máquina de venda de preservativos e uma campainha. A montra envidraçada, iluminada e com publicidade alusiva a diferentes campanhas de forma a captar a atenção dos utentes para a sazonalidade de certos produtos ou promoções. A porta principal com abertura automática que garante a acessibilidade a todos os utentes.

As instalações da FS são recentes e enquadram-se nos requisitos legais referentes às divisões obrigatórias e áreas mínimas que deve possuir. [1,3,4] (Anexo I)

1.3.2 Espaço Interior da Farmácia Sousa

O espaço interior da Farmácia Sousa é composto por zona de atendimento ao público, gabinete de atendimento personalizado, espaço de conferência de encomendas e receituário, dois armazéns de medicamentos, laboratório, gabinete da direção técnica, a zona de recolhimento e instalações sanitárias.

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11 Importante será de salientar que as divisões possuem um circuito interno de vigilância com câmaras de gravação de imagem para assim haver uma maior proteção dos utentes, Farmacêuticos, colaboradores e medicamentos.

- Zona de atendimento ao público: possui cinco balcões individualizados, cada um equipado com um computador, um leitor ótico, uma impressora de faturação e uma gaveta com sacos. Entre os balcões existe uma prateleira para colocar as receitas aviadas para uma posterior conferência, duas caixas de pagamento e quatro terminais multibanco. Atrás dos balcões de atendimento têm em exposição, de acordo com a sazonalidade e as promoções em vigor, os medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM); também existem gavetas onde se encontram dispositivos médicos para assim diminuir o tempo de espera do utente no atendimento. No exterior dos balcões encontram-se os produtos de dermocosmética, emagrecimento, higiene oral, puericultura, alimentação infantil e suplementos alimentares. Também existe um espaço destinado aos produtos sazonais e onde os utentes têm a possibilidade de adquirir folhetos informativos, publicações periódicas e revistas de distribuição gratuita. Ainda podemos encontrar uma balança.

- Gabinete de atendimento personalizado: permite realizar atendimentos privados com maior confidencialidade para acompanhamento de determinadas situações. Também é possível realizar-se a medição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos, bem como a administração de vacinas. Neste espaço encontram-se vários materiais para a avaliação de tais parâmetros, sendo um deles o aparelho automático de medição da Pressão Arterial (PA) Pic® e o aparelho usado na determinação de parâmetros bioquímicos Reflotron Plus da Roche®.

- Espaço de conferência de encomendas e receituário: possui um computador, um leitor ótico, impressora de etiquetas, fax, telefone, uma bancada que se destina à receção de encomendas e um armário onde se colocam os arquivos relacionados com os fornecedores. Neste espaço realizam-se as receções e envio de encomendas via modem. Aqui também se encontra um armário com inúmeras gavetas deslizantes para o armazenamento dos medicamentos de maior rotação da farmácia.

- Armazéns de medicamentos: onde são armazenados os produtos excedentes do stock ativo da farmácia, embalagens de grandes dimensões e outros, como produtos incluídos no protocolo da

Diabetes Mellitus, medicamentos homeopáticos, soluções cutâneas de desinfeção, calicidas, teste de

gravidez, fixadores de próteses e produtos de ortopedia; nesta zona também se encontra uma fotocopiadora e o frigorífico.

- Laboratório: constituída por material e equipamento mínimos (hotte, balança analítica) de exigência obrigatória para as operações de preparação, acondicionamento e controlo de medicamentos manipulados. Apresenta uma área suficiente para evitar riscos de contaminação e encontra-se convenientemente iluminado e ventilado.

- Restantes Espaços: existe um gabinete destinado à Diretora Técnica onde a mesma executa as suas funções de gestão, contabilidade e faturação; também existe uma zona de recolhimento para repouso da pessoa que faz serviço noturno e instalações sanitárias para uso dos funcionários e utentes

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12 principalmente quando é necessário recolha de urina para a realização de testes de gravidez. [1,5] (Anexo I)

1.4 Sistema Informático

A FS apresenta um sistema informático denominado 4 Digital Care®. Este programa tem como objetivo a gestão diária da atividade farmacêutica no que diz respeito a produtos, encomendas, fichas de clientes, controlo de faturação, vendas, stocks e inventários. Para além disso, fornece alguns dados farmacológico sobre os medicamentos, o que auxilia o atendimento ao utente. (Anexo II)

2. Fontes de Informação

Com a constante evolução na descoberta de novos medicamentos e indicações terapêuticas, o farmacêutico para conseguir dar uma boa resposta a tal evolução torna-se indispensável numa farmácia a presença de uma boa base de acesso a informação e documentação científica. A FS, em local de fácil acesso, possui uma biblioteca básica com a Farmacopeia Portuguesa atualizada, o Formulário Galénico Nacional, o Código Deontológico, os Estatutos da Ordem dos Farmacêuticos, o Índice Nacional Terapêutico, as Boas Práticas de Farmácia, o Simposium Terapêutico, o Prontuário Terapêutico e o Prontuário Terapêutico Veterinário. Para além disso, tem internet disponível para que seja possível aceder a fontes de informação complementares.

Os delegados de informação médica (DIM) frequentemente visitam as farmácias e dão formação sobre os seus produtos, fazendo com que toda a equipa se mantenha informada e atualizada. Durante o meu estágio vários são os exemplos que poderei descrever tais como: no dia 11/11/2013 houve uma formação da Isdin® - ISA (Afeções dermoginecológicas) e NUTRA (Dermatite e pele reativa);

3. Classificação e Distinção dos Medicamentos e Outros Produtos Existentes na

Farmácia e Quadro Legal Aplicável

Os medicamentos são substâncias ou composições de substâncias com propriedades curativas de doenças e sintomas, tanto do Homem como do animal, com vista a estabelecer um diagnóstico e restaurar, modificar ou corrigir as suas funções.

As farmácias podem fornecer ao público os seguintes produtos: medicamentos, substâncias medicamentosas, medicamentos e produtos veterinários, medicamentos e produtos

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homeopáticos, produtos naturais, dispositivos médicos, suplementos alimentares e produtos de alimentação especial, produtos fitofarmacêuticos, produtos cosméticos e de higiene corporal, artigos de puericultura e produtos de conforto. [3,6]

3.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

Os MSRM são dispensados por meio de um modelo de receita aprovado por Portaria do Ministério da Saúde.

Podem ser classificados em medicamentos de receita médica renovável e

medicamentos de receita médica não renovável.

Os medicamentos de receita médica renovável são destinados a tratamento prolongado, apresentando 3 vias e têm a validade de 6 meses. Relativamente aos medicamentos sujeitos a receita médica não renovável, inclui-se os estupefacientes e psicotrópicos, ou medicamentos que não sejam para utilizar de forma continuada como por exemplo os antibióticos, tendo a validade de 30 dias. Em relação aos fármacos psicotrópicos ou estupefacientes, na sua dispensa é necessário preencher um quadro com os dados do doente, incluindo o nome do médico prescritor, o nome completo, morada e número de identificação do utente. Caso a pessoa que adquira os medicamentos não seja a mesma pessoa que conste na receita, esta, terá igualmente de se identificar e fornecer os seus dados para que os fármacos possam ser dispensados. [7]

3.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

Os MNSRM não têm venda exclusiva em Farmácias ou preço de venda ao público (PVP) fixo. Os utentes dirigem-se muitas vezes à farmácia na tentativa de encontrar solução para a sua situação e só em último caso recorre a um médico. Nestes casos, o farmacêutico, caso ache apropriado, dispensa MNSRM. [7]

3.3. Medicamentos Manipulados

O medicamento manipulado é uma fórmula magistral ou preparado oficinal que é produzido ou dispensado sob a responsabilidade de um Farmacêutico. Sendo a prescrição e preparação de medicamentos manipulados regulamentada pelas boas práticas, estas devem observar-se na sua preparação de forma a garantir a máxima qualidade e segurança dos produtos preparados.

Atualmente os medicamentos manipulados não são muito solicitados, sendo procurados quando é necessário o ajuste da terapêutica tendo em conta as características individuais do doente. [8]

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14 3.4. Medicamentos Homeopáticos e Produtos Farmacêuticos Homeopáticos

De acordo com o INFARMED, as “preparações homeopáticas são obtidas a partir de

substâncias, produtos ou preparações chamadas stocks homeopáticos, de acordo com o processo de fabrico homeopático”.

Na FS existe procura de alguns produtos homeopáticos, nomeadamente para a ansiedade e perturbações do sono, tais como, por exemplo, o Sedactif PC®. [9]

3.5. Produtos Dietéticos

Os produtos dietéticos cada vez são mais procurados por parte dos utentes para conseguirem atingir o seu peso ideal. Então o farmacêutico apresenta um papel crucial no aconselhamento destes produtos, pois muitos deles possuem compostos que podem interagir com a medicação que o utente faz sendo essencial avaliar o seu histórico.

A FS possui uma vasta gama destes produtos tais como: Bioactivo Slim Duo®, Drenafast®,

Bioactivo LipoExit®, Slim Excell®, Innéov®, XLS Médical®, Obesimed® entre outros.

3.6. Produtos para Alimentação Especial

Estes produtos são classificados como fontes concentradas de nutrientes e outras substâncias, que se apresentam como complemento e não substituição de um regime alimentar normal.

Na FS existem vários produtos destes sendo os mais procurados, o Centrum®, o Cerebrum®,

Pharmaton®, Fortimel®, Fresubin® e Resource®. [10]

3.7. Produtos Fitoterapêuticos

Os produtos fitoterapêuticos são produtos à base de plantas medicinais. Este tipo de produtos tem bastante procura uma vez que as pessoas têm uma ideia pré-concebida de que se é natural não “faz mal à saúde”. A venda deste tipo de produtos na FS está, na sua grande maioria, relacionada com sedativos, chás e produtos para a menopausa.

3.8. Produtos Cosméticos e Dermofarmacêuticos

Estes produtos são definidos como sendo, “qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas pilosos e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos ou com os dentes e mucosas bucais,

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15 com a finalidade de, exclusiva ou principalmente, os limpar, perfumar, modificar o seu aspeto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores corporais”.

A FS apresenta uma vasta gama destes produtos tais como Uriage®, Avéne®, La Roche

Posay®, Isdin®, Vichy®, Mustela®, Avveno®, A-Derma®, Klorane® e Pure Altitude®.[11]

3.9. Medicamentos para Uso Veterinário

Muitas pessoas que têm animais, antes de se dirigirem aos veterinários, procuram algum tipo de solução junto das farmácias. Os fármacos mais procurados na FS são antiparasitários internos e externos, contracetivos e alguns antibióticos, nomeadamente terramicina.

Existem muitos medicamentos para uso humano que são utilizados nos animais, nomeadamente colírios e alguns antifúngicos.

3.10. Dispositivos Médicos

Embora não sejam de venda exclusiva nas farmácias, é muito importante saber informar do modo de utilização ou qual o dispositivo médico mais adequado para cada caso. Na FS a procura de dispositivos médicos é grande. Os utentes procuram essencialmente meias de descanso, cintas para gravidez, ligaduras, pensos, gazes, seringas, nebulizadores, frascos de colheita de urina e fraldas.

4. Encomendas e Aprisionamento

O aprovisionamento dos produtos, tem como principal finalidade colocar à disposição do utente os produtos necessários para a atividade da farmácia tendo sempre em conta o intervalo de tempo, pois deverá ser compatível com o tempo de tratamento do utente e deverá corresponder ao menor custo possível.

4.1. Fornecedores

A aquisição de produtos pode ser efetuada diretamente aos laboratórios ou aos armazenistas.

A Alliance Healthcare, a Cooprofar e a OCP são os principais armazenistas com quem a FS trabalha diariamente. Estes permitem à farmácia obter os produtos em menores quantidades, com mais rapidez e maior facilidade de contacto. Permitem assim reposição diária de produtos, minimizando o problema de rutura e gerindo assim situações pontuais.

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16 A FS executa também encomendas diretas aos laboratórios, principalmente de medicamentos genéricos, MNSRM, produtos dermocosméticos e medicamentos de marca de maior rotação. Geralmente, essa aquisição é efetuada por intermédio dos representantes dos laboratórios. A farmácia beneficia de melhores condições de compra, elaboração de montras de campanhas promocionais e ações de formação. No entanto, é necessário uma compra de quantidades superiores e apresentam um tempo de entrega mais alargado.

4.2. Encomendas, Rotação de Stock e Ponto de Encomenda

As encomendas diárias são realizadas através do 4 Digital Care®. Para uma boa gestão de stocks, existe um stock máximo e mínimo para cada produto. Á medida que há rotação de stock, chega a um ponto em que é necessário efetuar uma encomenda, ponto de encomenda. O programa gera automaticamente uma proposta de encomenda ao fornecedor pretendido, sendo esta verificada e posteriormente enviada para os fornecedores via modem.

Existem produtos que pontualmente são pedidos por telefone, quando por exemplo não existem na farmácia, ou são produtos esgotados, rateados, ou têm pouca saída ou a quantidade existente na farmácia é insuficiente.

4.3. Rececionar e Conferir Encomendas

As encomendas chegam dos armazenistas em baques próprios para o transporte dos produtos encomendados que vêm devidamente identificados com o nome da farmácia, com eles vêm também as faturas originais e duplicadas, para assim ser possível comparar os produtos enviados com o que foi faturado.

A fatura contém a sua numeração, a identificação do fornecedor e da farmácia, data e hora de saída da encomenda, descrição completa dos produtos, quantidade encomendada e enviada, preço de custo unitário, Imposto de Valor Acrescentado (IVA), PVP (com exceção dos produtos no qual este valor é calculado consoante o fator de ponderação da farmácia), custo total da encomenda e também o motivo do não fornecimento de determinado produto.

Efetua-se a receção através do programa informático, onde fica guardada uma cópia da encomenda.

Primeiramente verificasse se existem produtos termolábeis, os quais vêm em acondicionamento próprio, para assegurar que o seu transporte seja efetuado entre os 2 e os 8ºC. Estes produtos são os primeiros a passar no leitor ótico e na verificação das condições da embalagem. É importante referir que quando o prazo de validade dos produtos a rececionar se encontra inferior ao último rececionado deve-se alterar para assim atualizar este dado. No final da

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receção dos produtos, conferem-se os preços, faz-se a marcação de alguns deles e verifica-se se o total obtido e o debitado na fatura coincidem.

Perante uma atualização dos preços na comparticipação de medicamentos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), a farmácia apresenta um período de escoamento para os medicamentos com preço mais antigo, então no armazenamento destes produtos opta-se por indicar qual deverá ser o primeiro a ser vendido para assim minimizar erros na sua venda.

No final da receção de uma encomenda, regista-se o número de fatura, a data, o nome do operador que lhe deu entrada e o sistema informático atualiza os stocks automaticamente. As faturas, quer as originais quer as duplicadas seguem para o gabinete de contabilidade para conferência com o resumo de faturas enviado pelo fornecedor, sendo posteriormente arquivadas.

Relativamente às matérias-primas estas vêm acompanhadas de um boletim de análise, em que se todas as especificações estiverem dentro dos parâmetros, carimba-se, rubrica-se e coloca-se a data, sendo o boletim arquivado no dossier de registo de matérias-primas.

No caso dos medicamentos estupefacientes e psicotrópicos devem vir sempre acompanhados por com uma Requisição de Estupefacientes e Psicotrópicos original e duplicado, assinada pelo Diretor Técnico do armazém do fornecedor, onde consta o número de fatura, a identificação do fornecedor, da farmácia e do produto, bem como as quantidades transacionadas. Essas requisições quando chegam à farmácia são carimbadas, datadas e assinadas pelo Farmacêutico Responsável, em que o documento original é arquivado na farmácia durante três anos e o duplicado é enviado ao respetivo fornecedor. [12-14] (Anexo III e IV)

4.4. Marcação de Preços

A marcação de preços é efetuada em produtos de venda livre (MNSRM, produtos farmacêuticos ou dispositivos médicos) que não apresentam um PVP definido, isto é, não apresentam um preço marcado na embalagem.

No final da receção de uma encomenda, estes produtos são colocados de parte,

aguardando a impressão de etiquetas para então as embalagens serem marcadas de forma a não ocultar nenhuma informação importante como o prazo de validade ou o número do lote.

4.5. Armazenamento dos Medicamentos

No armazenamento dos produtos é preciso ter em conta as condições de conservação, características físico-químicas, prazos de validade e espaço disponíveis, contribuindo diretamente para uma diminuição de erros e um aumento da eficiência no atendimento ao público.

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A existência de termohigrómetros permite registar continuamente os dados de temperatura e humidade da farmácia, existindo um responsável que regista diariamente esses valores.

Existem critérios que se devem ter em conta no processo de armazenamento dos produtos, pois os produtos com prazos de validade mais curtos devem sempre ser guardados de forma a serem vendidos em primeiro lugar;

Os produtos adquiridos em grandes quantidades são armazenados nos armazéns sendo transferidos continuamente para as gavetas deslizantes consoante a sua rotatividade. Nestas gavetas os medicamentos genéricos estão separados dos de marca, mas estão ordenados por forma farmacêutica, ordem alfabética e dosagem, para assim o seu acesso ser rápido e eficiente. Quanto aos MNSRM estes geralmente são armazenados juntamente com os MSRM ou estão dispostos na zona de atendimento ao público.

4.6. Prazos de Validade e Devolução de Medicamentos

Os prazos de validade são controlados mensalmente através da impressão de uma listagem onde constam os produtos cuja validade termina nos três meses seguintes. O objetivo deste

procedimento é verificar fisicamente se os prazos de validade estão corretos, caso não estejam, é possível proceder à sua alteração. Quando a validade está a terminar, os produtos são recolhidos e devolvidos ao armazenista. Esta devolução pode originar: a aceitação por parte do fornecedor, emitindo uma nota de crédito ou a substituição pelo mesmo produto com prazo de validade mais longo, ou não aceitação, devolvendo os produtos à farmácia.

A devolução de um produto pode ser devido também a outros motivos, tais como,

divergências nas receções diárias (embalagens danificadas, trocadas ou não encomendadas) ou com base do envio de uma circular do INFARMED ou do próprio laboratório para retirar um determinado produto ou lote.

Para efetuar uma devolução segue junto dos produtos uma nota de devolução onde consta o número da fatura, o nome comercial do produto, quantidade, preço unitário e motivo da devolução. Sendo este documento impresso em triplicado, dois exemplares são carimbados, assinados e enviados ao fornecedor e o terceiro é arquivado na farmácia para posterior regularização.

5. Dispensa de Medicamentos

O farmacêutico desempenha um papel fundamental no aconselhamento e na dispensa de medicamentos.

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19 Através da legislação foi adotado um conjunto de medidas no que diz respeito ao acesso aos medicamentos e à racionalização da política do medicamento no âmbito do SNS, havendo por exemplo uma obrigatoriedade da prescrição eletrónica. Este tipo de receitas informa o utente da existência de um medicamento alternativo mais barato que o prescrito, podendo ser livremente solicitado na farmácia. [15]

5.1. Receção e Validação da Prescrição Médica

A prescrição deve ser efetuada por Denominação Comum Internacional (DCI) e em casos excecionais, a prescrição pode ser feita por denominação comercial (por marca ou nome do titular de AIM) nos casos em que não existam medicamentos de marca ou genéricos comparticipados similares ou se o médico incluir uma das seguintes justificações técnicas:

a) Medicamento com margem ou índice terapêutico estreito; b) Suspeita de intolerância ou reação adversa a um medicamento;

c) Prescrição de medicamentos para assegurar a continuidade de um tratamento com duração superior a 28 dias.

A prescrição tem de ser efetuada por meios eletrónicos, exceto em casos de: - Falência informática;

- Inadaptação do prescritor; - Prescrição ao domicílio;

- Máximo de 40 receitas por mês.

Antes de se proceder ao aviamento de uma receita é necessário fazer uma breve análise da mesma tendo em conta:

- Número da receita e o respetivo código de barras; - Identificação do prescritor;

- Dados do utente (nome, número de utente; número de beneficiário tendo em conta que, quando se trata de um pensionista que seja abrangido pelo regime especial de comparticipação deve ser impresso ao lado dos dados do utente a sigla “R” ou no caso de se tratar de uma receita manuscrita deve ter presente uma vinheta verde de identificação da unidade de saúde ou a sigla “R” ao lado do número de utente);

- Identificação do medicamento (prescrição por DCI, com o nome da substância ativa, dosagem, forma farmacêutica, dimensão da embalagem e CNPEM, ou por marca contendo o nome comercial do medicamento, ou do titular de AIM e o código de barras correspondente); - Posologia e duração do tratamento;

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20 - Número de embalagens (em cada receita podem ser prescritos até quatro medicamentos distintos, num total de quatro embalagens por receita e um máximo de duas embalagens por medicamento);

- Data da prescrição (necessária para determinar a validade da receita sendo que uma receita normal tem uma validade de 30 dias e, numa receita renovável cada via tem uma validade de 6 meses, sendo bastante útil para medicação crónica ou prolongada).

- Assinatura do prescritor; [16,17] (Anexo V)

5.2. Avaliação Farmacêutica

Após validação da receita, segue-se uma avaliação dos aspetos clínicos, verificar a quem se destinam os medicamentos, a dosagem prescrita, as vias e frequência de administração, duração do tratamento e outros aspetos que possam ter relevância como interações, precauções ou contraindicações de fármacos.

Os utentes devem ser sempre informados, para além das indicações da terapêutica, de possíveis efeitos secundários, posologia e conservação dos medicamentos; devem também ser informados da existência de medicamentos mais baratos, podendo sempre exercer o seu direito de opção pelos mesmos, salvo quando a receita apresenta uma exceção a) ou b) que obriga o farmacêutico a aviar o prescrito, no caso da exceção c) os utentes apenas podem exercer direito de opção pelo medicamento com preço inferior ao prescrito.

Existem casos de prescrição de medicamentos com uma dimensão não comercializada, podendo neste caso ser dispensada uma embalagem com dimensão inferior à prescrita ou uma embalagem que pertença ao mesmo Código Nacional para a Prescrição Eletrónica de Medicamentos (CNPEM) que a prescrita. No entanto, se o medicamento prescrito só for comercializado em embalagens maiores, só pode ser dispensada a embalagem que possuir o mesmo CNPEM que a prescrita, caso contrário a receita não poderá ser aviada.

De seguida, é necessário iniciar o processamento informático da receita indicando o organismo responsável pela comparticipação e fazer a leitura ótica dos códigos de barras de todos os produtos, imprimindo-se a respetiva fatura da venda. A impressão da faturação é feita no verso da receita, em que os utentes assinam no local apropriado para que fique comprovada a cedência dos medicamentos solicitados, bem como a garantia de que foram prestados os devidos conselhos de utilização. Por fim, finaliza-se a venda com o pagamento e o Farmacêutico carimba, data e assina o verso da receita e a fatura do utente.

Com alguma frequência podem ser efetuadas vendas suspensas ou a crédito de alguns medicamentos. Uma venda suspensa pode ser executada quando o utente não pretende aviar a receita na totalidade dando a oportunidade de levantar os medicamentos consoante a necessidade sem perder a receita ou no caso de doentes crónicos em que o Farmacêutico já tem conhecimento da história clínica

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21 do utente cedendo um determinado medicamento, ficando a aguardar receita na farmácia. No caso de vendas a crédito estas são efetuadas apenas nos clientes com fichas internas, sendo emitido um talão a crédito que fica a aguardar a regularização do pagamento.

O Farmacêutico deverá possuir um espírito crítico caso detete irregularidade na receita, ou não concorde com a prescrição do médico.

5.3. Dispensa de Medicamentos Genéricos

O medicamento genérico possui a mesma substância ativa, forma farmacêutica, dosagem e indicação terapêutica que o medicamento original ou de marca, que lhe serviu de referência mas a patente caducou. Estes medicamentos são identificados pela sigla “MG” que se encontra no exterior da embalagem. Estes medicamentos apresentam igual qualidade, eficácia e segurança comparativamente com o medicamento original sempre que apresentarem bioequivalência ou equivalência terapêutica, apresentando um preço inferior aos de marca.

Quando um utente opta por um medicamento genérico e quando a prescrição é feita por DCI é sempre importante que os utentes saibam o que estão a tomar, pois ao optarem pelo mais barato como há atualizações de preços as embalagens mudam e no caso de idosos esta situação pode ser problemática pois podem omitir ou duplicar a terapêutica, não sendo benéfico para o utente, então a forma mais sensata será tentar dispensar sempre do mesmo laboratório principalmente quando existem dificuldades por parte do utente para identificar a sua medicação. [18]

5.4. Dispensa de Medicamentos Psicotrópicos e Estupefacientes

Os medicamentos psicotrópicos e estupefacientes atuam ao nível do Sistema Nervoso Central, podendo muitas das vezes causar uma dependência física e psíquica. De forma a reduzir o seu uso ilícito estes medicamentos estão sob um controlo especial.

As receitas deste tipo de medicamentos seguem as mesmas regras que as anteriormente descritas apenas não podem conter mais medicamentos na mesma receita.

Na venda destes medicamentos, o programa informático solicita o preenchimento de três campos adicionais relativos ao prescritor, ao utente e ao adquirente. Os dados do adquirente são impressos na faturação do verso da receita, sendo também pedido a assinatura do utente. Junto com o talão da venda é impresso um talão que deverá ser anexado à cópia da receita. As receitas originais seguem para a entidade responsável pela comparticipação com o restante receituário, as cópias ficam arquivadas na farmácia durante um período mínimo de três anos, por ordem de aviamento.

No final de cada mês é emitida uma listagem com os dados referentes a todas as receitas de psicotrópicos e estupefacientes, a qual tem de ser enviada ao INFARMED até ao dia 8 do segundo mês a seguir à sua dispensa. [13,14,16]

(22)

22 5.5. Reconhecimento dos Principais Acordos Existentes com SNS e Outras Entidades

Existem várias entidades responsáveis pelo pagamento ou comparticipação de medicamentos, sendo que na FS as mais comuns são SNS (pensionistas, regime geral e diplomas), Serviços de Assistência Médica Social - SAMS, Caixa Geral de Depósitos - CGD, Médis e Sãvida-EDP.

No que respeita aos diplomas, existe uma listagem das patologias que estão abrangidas por um regime de comparticipação especial, que, para as receitas serem válidas necessitam de ter o despacho do respetivo diploma. Nesta lista estão incluídas patologias como psoríase, alzheimer, hemofilia, lúpus, paramiloidose, doença inflamatória intestinal, entre outros. É de salientar que em algumas patologias é necessário que a referida receita seja prescrita por determinadas especialidades. (Anexo VI)

6. Medicamentos e Produtos Manipulados

Entende-se por medicamento manipulado uma fórmula magistral ou preparado oficinal que é produzido ou dispensado sob a responsabilidade de um Farmacêutico.

A diferença está que num preparado oficinal obtém-se um medicamento segundo indicações de uma farmacopeia ou de formulário oficinal sendo dispensado diretamente ao utente; no caso de uma fórmula magistral, o medicamento é preparado de acordo com uma receita médica.

As matérias-primas necessárias para a execução de produtos manipulados devem vir acompanhados pelo seu respetivo boletim analítico, que é arquivado no dossier de registo de matérias-primas. [7,8] (Anexo VII)

6.1. Regras de Manipulação

Geralmente um medicamento manipulado é executado a partir de uma receita médica, tendo esta a indicação de “manipulado” ou a sigla “FSA” (Faça Segundo a Arte), também vem descrita a posologia e a via de administração.

O farmacêutico é responsável pela qualidade da preparação do medicamento manipulado e deve sempre efetuar uma análise crítica da prescrição, verificando se a sua fórmula está ou não explícita e avaliar a exequibilidade do manipulado.

Inicialmente cria-se uma Ficha de Preparação do medicamento manipulado, atribuindo-se a esta ficha um número de lote que é sequencial. No final da preparação termina-se o seu preenchimento e anexa-se a fotocópia da respetiva receita e do rótulo que devem ser devidamente datados e rubricados pelo operador e supervisor. Todas as matérias-primas utilizadas na preparação do manipulado sofrem um registo no dossier de registo de movimento de matérias-primas.

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23 No rótulo do produto deve constar a identificação da farmácia, do médico prescritor e do doente a quem se destina, a fórmula do medicamento manipulado, recomendações quanto ao modo de conservação, número de lote, data de preparação, via de administração, posologia e instruções especiais como por exemplo “agitar antes de usar” ou “uso externo”.

Posto isto, segue-se o acondicionamento do manipulado dependendo das características do produto, estado físico, forma farmacêutica, volume e quantidade.

No final da preparação do manipulado é efetuado um controlo de qualidade, verificando-se os caracteres organoléticos e outras características que variam para cada manipulado em questão. [8]

6.2. Preços dos medicamentos manipulados

O cálculo do preço de venda ao público dos medicamentos manipulados utiliza a seguinte fórmula: PVP= (Valor honorários + Valor Matérias-Primas + Valor Materiais de Embalagem) x 1,3 + IVA à Taxa Legal em Vigor.

O cálculo dos honorários tem por base um fator (F), cujo valor é atualizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estatística, tendo em conta a proporção do crescimento do índice de preços ao consumidor e também consoante as formas farmacêuticas do produto acabado e as quantidades preparadas.

Já, o valor das matérias-primas é calculado pelo seu preço de aquisição (sem IVA) multiplicado por um fator determinado pela maior das unidades em que forem dispensadas.

Por fim, o valor dos materiais de embalagem, obtém-se multiplicando o seu valor de aquisição (sem IVA) por 1,2. (Anexo VII)

6.3.Preparações Extemporâneas

Estas preparações são preparadas no ato de dispensa devido à sua baixa estabilidade após reconstituição. É importante informar o utente sobre as condições de conservação, o prazo de validade e os cuidados a ter no momento de administração.

Um exemplo dos mesmos são as suspensões de antibióticos, em que o antibiótico está sob a forma de pó que deve ser dissolvido em água purificada.

7. Automedicação

Nos dias que correm, a automedicação é uma prática comum, desta forma o farmacêutico tem um papel muito ativo na dispensa de fármacos, uma vez que tem de evitar a ocorrência deste fenómeno.

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24 Sempre que um utente se dirige à farmácia com algum problema, a primeira coisa que deve ser feita é pedir-lhe que descreva os sinais/sintomas para poder avaliar a situação. Nos casos da dispensa de um MNSRM, o que nem sempre é necessário pois existem casos em que as medidas não farmacológicas podem solucionar o problema, é fornecida ao utente o máximo de informação possível, através de uma linguagem simples e clara, sempre com a salvaguarda de que se não melhorar deve-se dirigir a um médico. É de salientar que no decorrer do estágio, me deparei inúmeras vezes com utentes a solicitarem a dispensa de vários medicamentos, muitos deles MSRM, só porque o vizinho tomou e se sentiu bem, ou porque já teve os mesmos sintomas no passado e o médico lhe receitou determinado medicamento e “como é a mesma coisa não precisa de ir novamente ao médico”. Cabe-nos a nós, como profissionais de saúde, alertar para o problema que é a automedicação e, caso seja uma patologia que não dispense a visita a um médico, tentar que o utente procure o seu médico de família, nomeadamente os grupos de risco.

8. Aconselhamento e Dispensa de Outros Produtos de Saúde

Os utentes procuram muito o aconselhamento acerca de produtos cosméticos e de higiene corporal, por isso é fundamental o Farmacêutico ter uma boa formação nesta área para conseguir responder às necessidades dos seus utentes. O diálogo é muito importante para entender o cuidado diário e quais os produtos que o utente utiliza. Para assim, poder fazer algumas correções e indicar o produto adequado.

Na FS são requisitados diariamente produtos alimentícios destinados a uma alimentação especial, principalmente papas e leites infantis sem lactose, hipoalergénicos e anti-regurgitação e suplementos hiperproteicos e hipercalóricos para pessoas com falta de ingestão de nutrientes.

Os produtos fitoterápicos utilizam o poder curativo das plantas, existindo na FS uma ampla gama destes produtos.

A quantidade de produtos homeopáticos disponíveis na FS é limitada, mas alguns já têm a sua procura como o Arnigel® e o Sedactif PC®.

Os medicamentos de uso veterinário são importantes para a saúde e bem-estar dos animais e para a proteção da saúde pública, possuindo propriedades curativas ou preventivas de doenças em animais e seus sintomas. Estes produtos encontram-se numa zona distinta dos restantes produtos sendo os desparasitantes internos e externos os mais procurados. Na venda destes produtos é importante relembrar que os humanos também deverão fazer a desparasitação para assim o tratamento ser eficaz.

Outros produtos também procurados na farmácia são os dispositivos médicos. Como já descrito anteriormente, ajudam a prevenir, diagnosticar ou tratar uma doença e/ou contribuem para melhorar a qualidade de vida do utente. Estes produtos vêm marcados com a sigla CE (Comissão Europeia) para assim ser garantida a qualidade e segurança destes produtos.

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9. Outros Cuidados de Saúde Prestados na Farmácia

As farmácias têm evoluído na prestação de serviços e atualmente representam um importante espaço de promoção de saúde.

9.1. Determinação de Parâmetros Fisiológicos e Bioquímicos

Na FS os parâmetros mais avaliados são o colesterol total, a glicémia, os triglicerídeos e a medição da tensão arterial.

Para a medição da tensão arterial o utente deve repousar durante alguns minutos, deixando o braço relaxado, apoiando-o numa superfície plana, não devendo falar nem mexer. O aparelho eletrónico Pic® mede a vibração da tensão arterial por sensores oscilométricos.

As restantes determinações são efetuadas no aparelho Reflotron Plus®; é executado através de uma picada no dedo do utente, fazendo-se subir o sangue por capilaridade num tubo capilar calibrado para 32μL de amostra. Posteriormente, coloca-se o sangue numa tira reativa, específica para cada teste, e aguarda-se 2 a 3 minutos pelo resultado. É muito importante o controlo destes parâmetros, pois assim facilmente são detetadas alterações podendo-se prevenir ou atrasar complicações associadas aos mesmos.

No caso da glicemia servirá para detetar ou controlar a Diabetes Mellitus, em que numa avaliação ocasional, em que o utente se encontre em jejum, o valor não deverá estar acima de 110 mg/dL, caso contrário poderá verificar-se uma situação de Diabetes ou tolerância reduzida à glucose. Os triglicerídeos e o colesterol, constituem fatores de risco para doenças ateroscleróticas, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. O colesterol pode ser determinado a qualquer hora do dia, dado que a ingestão de alimentos não afeta o resultado. No entanto, para uma determinação mais rigorosa, recomenda-se um mínimo de 9 horas de jejum. O resultado deve encontrar-se abaixo dos 190 mg/dL. Os níveis de triglicerídeos no plasma são muito afetados pela ingestão de alimentos, recomendando-se a sua determinação após um jejum de 12 horas. O valor obtido deve ser inferior a 200 mg/dL.

Cada utente geralmente possui um livro de registo dos resultados para assim acompanhar o seu estado evolutivo no caso de ter iniciado uma terapêutica ou se não for o caso apenas para seu conhecimento. Estes são rápidos e eficazes podendo ser utilizados para reforçar a adesão à terapêutica motivando o utente a viver de forma mais saudável. [19,20] (Anexo VIII)

9.2. Testes de Gravidez

Durante a gravidez é produzida a hormona gonadotrofina coriónica humana. Esta hormona aparece na urina em concentrações detetáveis 7 a 10 dias após fecundação, sendo detetada no teste de

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26 gravidez. Normalmente este teste deverá ser executado com a primeira urina da manhã, pois a hormona encontra-se mais concentrada, sendo mais fácil a sua deteção.

Caso o teste dê positivo a utente é encaminhada para o médico para assim se confirmar a gravidez e proceder ao seu acompanhamento.

9.3. Outros Serviços

Outros serviços são proporcionados aos utentes pela FS, como a administração de vacinas que não façam parte do plano nacional de vacinação.

Para além desse serviço, procede-se à recolha de medicamentos fora de validade ou que os utentes já não usem, sendo utilizados contentores da Valormed. A Valormed é uma sociedade responsável pelo sistema de recolha de embalagens de medicamentos fora de uso, para assim contribuir na saúde ambiental. Quando estes contentores estão cheios, eles são selados, pesados, são identificados com os dados da Farmácia e do profissional responsável pela recolha, sendo enviados por um armazenista a fim de serem incinerados.

10.Contabilidade e Gestão na Farmácia

No final de cada venda com receita, o sistema informático imprime no verso de cada receita o documento de faturação, em que consta a identificação da farmácia e da Diretora Técnica, data da dispensa, código do organismo de comparticipação, número da receita, código do operador, medicamentos dispensados, PVP, valor a pagar pelo utente, valor da comparticipação e assinatura do utente.

As receitas aviadas são separadas por organismo de comparticipação e agrupadas por lotes, em que cada lote contém trinta receitas, sendo que o último lote do mês pode ficar incompleto.

Cada lote é conferido por pelo menos duas pessoas diferentes, para assim ser possível a correção de erros que possam ter consequências diretas na saúde do utente ou económicas para a Farmácia

Posto isto, é impresso o Verbete de Identificação do Lote que possui o nome e o código da Farmácia, mês e ano da respetiva fatura, organismo e número sequencial do lote, número de receitas e importâncias totais do lote (correspondentes ao PVP, ao valor pago pelos utentes e a pagar pelo organismo ou entidade que comparticipa).

Até ao último dia do mês, todos os lotes devem ser conferidos e fechados emitindo-se a Relação Resumo dos Lotes de cada organismo, onde constam os mesmos elementos dos verbetes mas agrupados e a respetiva Fatura Mensal dos Medicamentos.

Para as receitas referentes ao SNS, procede-se à emissão de três cópias da Relação Resumo dos Lotes sendo cada uma delas agrafada a uma cópia da fatura, em que o original é enviado para o Centro de

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27 Conferência de Faturas (CCF) da Maia, o duplicado para a ANF e o triplicado fica arquivado na Farmácia. No caso dos restantes organismos, estes documentos são emitidos em quadruplicado, em que o original, duplicado e triplicado seguem para a ANF e o quadruplicado fica em arquivo na Farmácia. Em ambos os casos, o receituário tem de ser entregue até ao dia 10 do mês seguinte a que se refere.

Quando o CCF deteta alguma incorreção no receituário, devolve à farmácia as receitas não passíveis de serem faturadas juntamente com uma relação na qual consta o número do lote e da receita, o valor e a justificação. Posto isto, a Farmácia pode proceder à correção dessas mesmas receitas para reaver o montante das comparticipações, enviando-as juntamente com o receituário do mês seguinte, mas para isso a Farmácia deverá emitir uma nota de crédito ou débito regularizadora das diferenças identificadas e enviá-la com a fatura mensal do mês seguinte.

Relativamente às outras entidades de comparticipação, as receitas são devolvidas à ANF, que as reencaminha para a Farmácia, a estas vem anexada a fatura mensal respetiva que específica o valor não pago devido às incorreções. [21]

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Conclusão

A realização do estágio na farmácia comunitária, além de muito importante, numa perspetiva de preparação para o mercado de trabalho, é fundamental para consolidar e aplicar toda a formação académica teórica adquirida ao longo do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas.

Apesar do vasto conhecimento que adquirimos durante o curso, nada nos prepara para vastidão de produtos no mercado. Sendo o estágio em Farmácia Comunitária fundamental para essa lacuna na minha formação.

Muitas vezes, o Farmacêutico é o profissional de saúde a quem os doentes recorrem para expor os seus problemas e pedindo aconselhamento. Demonstrando a responsabilidade da nossa profissão, exigindo-nos um elevado profissionalismo para poder dar resposta às diversas situações que nos surgem diariamente, e assim, estabelecer uma relação de confiança com os utentes.

Com o passar do tempo, a vontade de ajudar, aprender e contribuir fez com que a intimidação e os receios iniciais de não conseguir ajudar ou esclarecer eventuais dúvidas fossem ultrapassados. Sendo assim, um farmacêutico tem de saber usar os seus conhecimentos e capacidades de forma a elucidar os utentes e ao mesmo tempo garantindo bom uso do medicamento. É curioso que, numa fase em que é suposto materializar o enorme conhecimento adquirido e adaptá-lo à realidade, seja também o período em que aprendemos a respeitar o nosso conhecimento e apercebemo-nos da necessidade de mantê-lo atualizado.

Por fim, considero que o estágio foi uma experiência única pela qual estou verdadeiramente agradecido à equipa que me recebeu e me fez sentir acolhido, transmitindo-me os valores e a postura farmacêutica necessária ao exercício da profissão.

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Parte II – Casos de estudo

Caso 1 – Disfunção eréctil

1. Enquadramento e objetivos

A prevalência da disfunção eréctil em Portugal é de cerca de 13% e continua para muitos um assunto “tabu”, sendo o tema abordado com dificuldade. Por isso, e devido à existência de vários utentes apresentarem esta doença na Farmácia Sousa decidi, em conformidade com a Dra. Técnica, fazer uma pesquisa acerca do tema. Não possuía muitos conhecimentos sobre o mesmo e como seria importante para a farmácia ficar com algum tipo de suporte escrito para o restante grupo de trabalho principalmente os elementos masculinos, uma vez que estes utentes os procuram prioritariamente. Assim este documento poderá ser consultado sempre que necessário. [22]

2. Fisiologia da Resposta Sexual Masculina

A função sexual masculina normal requer uma libido intacta, capacidade de alcançar e manter a ereção do pénis, ejaculação e detumescência.

A libido refere-se ao desejo sexual, e é influenciada por uma variedade de estímulos, tais como, visuais, olfativos, auditivos, imaginários e hormonais. Os esteroides sexuais, principalmente a testosterona, podem agir para aumentar a libido. A libido pode ser diminuída por distúrbios hormonais ou psiquiátricos ou por medicamentos.

A ejaculação é estimulada pelo sistema nervoso simpático, o qual resulta na contração do epidídimo, canal deferente, vesículas seminais, e próstata, causando fluido seminal para entrar na uretra. A emissão do fluído seminal é seguida por contrações rítmicas do bulbocavernoso e músculos isquiocavernoso, levando a ejaculação.

Detumescência é mediada pela noradrenalina dos nervos simpáticos, pela ET-1 a partir da superfície vascular, e pela contração do músculo liso induzida por recetores α-adrenérgicos pós-sinápticos e ativação de rho-cinase. Estes eventos aumentam o fluxo venoso e restauram a flacidez . [23]

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30 2.1 Fisiologia da ereção

A ereção depende do aumento do fluxo de sangue na rede lacunar acompanhado pelo relaxamento completo das artérias e do músculo liso. As duas estruturas tubulares que correm o comprimento do pênis, os corpos cavernosos, são compostas por músculo liso (trabécula) que contém uma rede de vasos endoteliais (espaços lacunares). A compressão do músculo liso contra a túnica albugínea provoca um fecho passivo das veias e acumulação de sangue.

Também existe uma interação complexa entre a célula do músculo liso e a sua endotelial sobrejacente. O óxido nítrico, o que induz o relaxamento vascular, promove a ereção e se opõem a endotelina-1 (ET-1) e rho-cinase, que medeiam a contração vascular. O óxido nítrico é sintetizado a partir da L-arginina pela enzima óxido nítrico sintase e é libertado a partir de

da via NANC do sistema nervoso parassimpático para agir ao nível das gap junction das células de músculo liso.

O óxido nítrico aumenta a produção de GMP cíclico, o que induz o relaxamento do músculo liso. GMP cíclico é gradualmente discriminadas por fosfodiesterase tipo 5 (5). Os inibidores de PDE-5, tais como a medicação oral sildenafil, vardenifil, e tadalafil manter ereções, reduzindo a

desagregação de GMP cíclico. No entanto, se o óxido nítrico não é produzido, os inibidores de PDE-5 são ineficazes. [23,24]

Figura 1 - A. Ereção mediada por via parassimpática e detumescência mediada por via simpática; B. Vias bioquímicas de síntese de NO e sua ação.

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31 3. Disfunção eréctil

A saúde sexual masculina define-se como um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social relacionado com a sexualidade. Cujo as principais disfunções sexuais são a disfunção eréctil e a ejaculação precoce.

Relativamente à disfunção eréctil, conhecida também como “impotência sexual”, é a incapacidade de obter ou manter uma ereção que permita uma performance sexual satisfatória. A disfunção eréctil pode atingir os homens de qualquer idade, onde a maior prevalência desta doença situa-se na faixa etária entre os 40-70 anos, onde 48% não apresenta disfunção eréctil, 17% disfunção eréctil ligeira, 25% disfunção eréctil moderada e 10% disfunção eréctil severa. [23,24]

4. Fatores de Risco da Disfunção eréctil

A ereção resulta de um processo complexo envolvendo o cérebro, as hormonas, os nervos pélvicos e os vasos sanguíneos irrigando o pénis. Qualquer condição de saúde que interfira na normalidade desse mecanismo pode levar à disfunção erétil. Alguns desses problemas de saúde ocorrem mais com o envelhecimento, mas a idade avançada não é sua única causa.

Fatores clínicos, físicos e características do estilo de vida podem afetar a capacidade de um homem de obter ou manter uma ereção.

Num estudo, o exercício físico foi associada com um menor risco de ED, enquanto a obesidade e o tabagismo foram associados com um risco maior. Uma menor prevalência foi observada em homens obesos com disfunção eréctil que se envolveram em comportamentos saudáveis, tais como, perda de peso e aumento da atividade física estão associados a uma melhoria na função erétil em aproximadamente um terço dos pacientes.

A frequência de atividade sexual parece prever o desenvolvimento de disfunção erétil. Isto foi ilustrado num estudo em homens com idades entre 55 a 75 anos, que não desenvolver disfunção eréctil. Conclui-se que os homens com relações sexuais menos de uma vez por semana, apresentavam o dobro da taxa comparativamente com os homens que relataram relações sexuais pelo menos uma vez por semana.

Em um estudo prospetivo, de 570 homens acompanhados por aproximadamente 25 anos, a presença de fatores de risco para doença coronária foram associados a incidente ED.

Outras doenças associadas com a DE incluem esclerose múltipla e tratamento do cancro da próstata (por exemplo, prostatectomia).

Resumindo assim, além da idade, os melhores indicadores de disfunção erétil são diabetes mellitus, hipertensão, diminuição dos níveis de HDL, obesidade, tabagismo, doença cardiovascular, frequência de atividade sexual e o uso de alguns medicamentos. [25-31]

(32)

32 5. Causas da disfunção eréctil

5.1 Vascular

A causa vascular mais frequente de disfunção eréctil é um distúrbio no fluxo de sangue para o pénis. Aterosclerose pode reduzir o fluxo para os espaços lacunares, resultando em diminuição rigidez e um aumento do tempo de ereção. Fluxo excessivo através das veias, apesar de entrada adequada, também podem contribuir para a disfunção eréctil. Alterações estruturais nos componentes fibroelásticos dos corpos carvernosos podem causar uma perda de conformidade e uma incapacidade para comprimir as veias. Esta condição pode resultar do envelhecimento, alteração de fibras de colagénio, hipoxia, ou síntese alterada do colagénio associada com hipercolesterolémia.

Para além disso, as doenças cardiovasculares e os seus fatores de risco aumentam a probabilidade de mais tarde desenvolver disfunção eréctil; por outro lado, a disfunção eréctil pode ser um sinal de alerta em caso de eventos cardiovasculares futuros. A disfunção eréctil associada com a doença cardiovascular e seus fatores de risco resultará numa disfunção endotelial. [30,32]

5.2 Medicamentos

Estima-se que 25% dos casos de disfunção erétil são devidos a medicamentos. Os medicamentos que interrompem a função sexual masculina normal com maior frequência incluem-se: antidepressivos, diuréticos tiazídicos e β-bloqueadores. Estes medicamentos podem atuar na redução da pressão arterial pélvica, que é importante para o desenvolvimento da rigidez peniana. Estrógenos, agonistas GnRH, antagonistas H2, e a espironolactona causam disfunção eréctil por suprimir a produção de gonadotropina ou bloqueando a ação de androgénios. Os Antidepressivos e antipsicóticos particularmente, neurolépticos, tricíclicos e SSRIs estão associados com dificuldades ereção, ejaculação, orgasmo e desejo sexual. Embora muitos medicamentos podem causar ED, os pacientes frequentemente têm fatores de risco concomitantes que confundem o quadro clínico. Se houver um forte associação entre a administração de um medicamento e o aparecimento de ED, medicamentos alternativos devem ser considerados.

Embora algumas drogas, como a cocaína e a heroína, e o álcool, podem inicialmente estimular a excitação sexual, mas acabarão por exercer um impacto negativo sobre a capacidade de adquirir e manter a função erétil. [23,33]

5.3 Psicogénicas

Os dois mecanismos contribuem para a inibição de ereções na disfunção eréctil por causa psicogénica são: os estímulos psicogénicos ao nervo sacral podem inibir as respostas reflexas,

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33 bloqueando assim a ativação da saída de vasodilatadores para o pénis. E, o excesso de estimulação simpática num homem com distúrbios de ansiedade pode aumentar pênis por contração do músculo liso. A maioria das causas psicogénicas de disfunção erétil são ansiedade, depressão e stress. [23, 34]

5.4 Neurológicas

As lesões que afetam a espinhal medula podem provocar a disfunção eréctil. Em pacientes com essas lesões, o grau de disfunção erétil depende da integridade e do nível da lesão. Isto é, pacientes com lesões incompletas ou lesões na parte superior da medula são mais propensos a reter capacidades ereções do que aqueles com lesões completas ou na parte inferior.

Outros distúrbios neurológicos associados com a disfunção eréctil incluem esclerose múltipla e neuropatia periférica. [23]

5.5 Endócrinas

A testosterona aumenta a libido, mas o seu papel exato na função erétil ainda não está claro. Uma vez que, indivíduos com deficiência de testosterona podem atingir ereções de estímulos visuais ou sexuais. No entanto, níveis normais de testosterona parecem ser importantes para função eréctil, particularmente em homens mais velhos.

Em alguns estudos verificou-se, que a reposição de testosterona pode restaurar ereções noturnas em homens com hipogonadismo, mas os efeitos são maiores quando a testosterona mais um inibidor da PDE-5 são administrados.

Restauração do estado hormonal normal, geralmente resulta no retorno da função erétil. [35-37]

5.6 Diabetes

A prevalência da disfunção eréctil em diabéticos é 3x superior à verificada em indivíduos não diabéticos.

Mecanismos patológicos estão relacionados principalmente alterações vasculares associadas ao diabetes e complicações neurológicas. Complicações macrovasculares diabéticas estão principalmente relacionados com a idade, enquanto complicações microvasculares correlacionadas com a duração da diabetes e ao grau de controlo glicémico. Indivíduos com diabetes também têm reduzido quantidades da sintase do óxido nítrico nos tecidos. [38]

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