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Qualidade de vida, trabalho e sintomas de vestibulopatias na visão de estudantes universitários

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Qualidade de vida, trabalho e

sintomas de vestibulopatias na

visão de estudantes universitários

Quality of life, work and vestibular

disorder symptoms in the vision

of

university students

Resumo

Introdução: o conceito de qualidade de vida constitui uma questão

central em inúmeros estudos e pesquisas realizados no âmbito das ciências humanas, sociais e da saúde. Contudo, não existe um consenso sobre o seu conteúdo. Diferentes conotações podem ser identificadas, o que configura a polissemia da expressão. No campo da saúde, verifica-se uma ampla discussão sobre os possíveis indicadores da qualidade de vida. Outros parâmetros foram incorporados, além do controle de sintomas, diminuição da mortalidade e aumento das expectativas de vida. Objetivo: estudar a percepção de 171 universitários, trabalhadores de diferentes segmentos produtivos, de ambos os gêneros e idade entre 18 e 60 anos, sobre a percepção dos sintomas de vestibulopatias em sua qualidade de vida. Material e Método: esta pesquisa de abordagem exploratória e descritiva utilizou um questionário para o levantamento de informações. Resultados: os resultados obtidos revelaram que apenas 2 respondentes tinham informações sobre a doença, embora 17 deles apresentassem sintomas de vertigens; 33 de tonturas e 13 de zumbidos. Conclusões: a falta de informações sobre a ocorrência das vestibulopatias associadas à qualidade de vida e ao trabalho exige a disseminação de orientações sobre os sintomas para que não sejam confundidos e não sejam adotados tratamentos inadequados com repercussões sobre o bem estar, o desempenho profissional e a qualidade de vida.

Palavras-chave: Qualidade de vida. Educação. Trabalho. Saúde.

Maria Rita Aprile1

Ana Paula Café3

Fabiana Miranda Monteiro3

Célia Aparecida Paulino1

Úrsula Margarida Karsch 1,2

1 Professor Doutor do Programa de

Mestrado Profissional em

Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social da Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN - Brasil).

2 Professor Doutor do Programa de

Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC - SP).

3 Aluno do Curso de Psicologia da

Universidade Bandeirante de São Paulo (UNIBAN - Brasil).

Autor para correspondência:

Maria Rita Aprile

Rua Maria Cândida 1813,

São Paulo, CEP: 02.071-022

E-mail: ritaaprile@hotmail.com F l á v i

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Introdução

Nas últimas décadas, o conceito de qualidade de vida vem sendo amplamente discutido em diferentes áreas de conhecimento. A produção científica disponível indica que o conceito encerra um conteúdo polissêmico uma vez que depende dos valores, da visão de mundo e dos fundamentos teóricos que lhe dão sustentação e, por conseguinte, repercutem sobre os objetivos almejados 1.

Trata-se, portanto, de um conceito difícil de quantificar e de operacionalizar2 cuja explicitação muitas vezes não consta dos artigos que apresentam instrumentos para a sua avaliação3, sugerindo que seus autores partam do pressuposto que o seu conteúdo é uniforme e de domínio comum. Em saúde, o foco das investigações inicialmente privilegiava as relações entre qualidade de vida e os fatores objetivos4 de ordem biológica, clínica ou epidemiológica. O conceito de qualidade de vida se associava à ausência de enfermidades e sintomas e à não ocorrência de perdas das capacidades funcionais.

Tendências contemporâneas relacionam a qualidade de vida também aos fatores considerados subjetivos, entre eles, o estado emocional; as interações sociais; o desempenho de atividades intelectuais e as expectativas de vida5. Nesse sentido, além da ausência de enfermidades, são considerados aspectos que - submetidos à avaliação subjetiva dos indivíduos - produzem impactos sobre o seu estado de saúde e a sua capacidade viver plenamente6. Entre esses aspectos, destacam-se o estilo de vida; a condição socioeconômica; as relações familiares e sociais; os planos e perspectivas para o futuro e o êxito profissional7. Essas tendências ainda envolvem a observância dos direitos humanos e sociais que garantem o atendimento, o cuidado e a inclusão social de diferentes grupos populacionais e o cumprimento de padrões mais amplos de saúde e de desenvolvimento sustentável8.

Essas tendências se alinham ao conceito de saúde adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde 1947, a OMS considera a saúde o “estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade”9

. Apesar de alguns autores considerarem o conceito da OMS um ideal inatingível9, é inegável que a sua disseminação concorreu efetivamente para uma percepção mais ampla do que constitui o estado de saúde.

Nessa direção, o grupo de qualidade de vida da OMS (The WHOQOL Group), formulou, em 1994, o conceito multidimensional de qualidade de vida, que inclui os domínios físico, psicológico e de relacionamento social, entre outros, ao destacar que: “qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e do sistema de valores em que vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, parâmetros e relações sociais”6, 10

.

Sob essa perspectiva, as relações sociais mantidas pelos indivíduos no ambiente de trabalho também concorrem para a sua saúde e bem estar físico, mental e social na medida em que lhes permitem se afirmar como sujeitos, adquirir o sentimento de pertencimento social e a não se sentir excluídos da sociedade. A p ri le et al , 2 01 0

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Dados do último censo do IBGE indicavam que 9.084.208 (26,26%) de brasileiros portadores de uma deficiência ou incapacidade, incluindo, nesse contingente, homens e mulheres com idade acima de 10 (dez) anos se encontravam ocupados no mundo do trabalho11. Se considerarmos o total da população do período, trata-se de um percentual relativamente baixo de trabalhadores com alguma deficiência ou incapacidade, inseridos no mercado de trabalho. Além disso, é bem provável que não tenha sido incluída nesse percentual boa parte de profissionais que apresentam alguma deficiência ou incapacidade de origem no sistema vestibular. A não especificação ou inclusão de indivíduos com vestibulopatias talvez se explique pela forma abrangente como os dados censitários são coletados, isto é, não se identifica a origem e a tipologia de todas as deficiências e incapacidades.

Em relação às vestibulopatias, Ganança e colaboradores12 destacam que a instabilidade e os desequilíbrios posturais em indivíduos com disfunção vestibular, em geral, se manifestam pelo aumento de oscilações do corpo em condições de conflito visual e somatossensorial; redução dos limites de estabilidade; desvios de marcha; quedas e redução da capacidade funcional. Ainda, segundo, os autores, a tontura, sintoma indicativo do comprometimento do equilíbrio corporal, tem origem, na maioria dos casos, em alterações labirínticas, que podem interferir consideravelmente na qualidade de vida dos indivíduos, podendo levá-los à incapacitação parcial ou total no desempenho de atividades sociais e profissionais. As tonturas, quando crônicas, costumam ocorrer de forma associada a outros sintomas, entre eles, náuseas, vômitos, suor, palidez, pré-síncope, síncope, zumbido no ouvido ou na cabeça, perda auditiva, dificuldade para entender, hipersensibilidade a sons, alterações da memória, dificuldade de concentração e fadiga física12. No caso dos trabalhadores, esses sintomas além de interferirem no ritmo e na qualidade do serviço executado, também poderão gerar sentimentos de insegurança em relação ao seu desempenho profissional, levando-os, muitas vezes, a antecipar o processo de aposentadoria ou, ainda, a buscar o isolamento social.

Assim, além das condições físicas, que colocam os trabalhadores vestibulopatas em situação de desvantagem, no mundo do trabalho, esses mesmos trabalhadores deverão concorrer com outros profissionais incluídos em padrões de saúde considerados “normais”, o que os coloca em situação de dupla exclusão. Essa situação contraria o Decreto N 5.296 de 2 de dezembro de 2004, o qual estabelece a necessidade de inclusão da pessoa portadora de deficiência, respeitada as suas peculiaridades, em todas as iniciativas governamentais relacionadas à educação, à saúde e ao trabalho 13. Sposati14 considera que “a impossibilidade de universalização do emprego é a primeira grande e universal manifestação de exclusão social”.

Esta pesquisa teve o objetivo de investigar a percepção de 171 universitários, trabalhadores de diferentes segmentos produtivos, de ambos os gêneros e idade entre 18 e 60 anos, sobre a percepção dos sintomas de vestibulopatias em sua qualidade de vida.

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Método

A pesquisa realizada - exploratória e descritiva – se apoiou nas seguintes diretrizes: (1) o conhecimento é dinâmico e pressupõe, em sua investigação, novas definições e novas redescobertas. Isto significa que a partir das informações obtidas novas questões poderiam ser levantadas e os caminhos redefinidos; (2) a apreensão do tema central se dá de forma contextualizada, isto é, se situa em um espaço e tempo determinados e, portanto, está diretamente relacionado à sociedade da qual faz parte integrante15.

Nessa direção, a pesquisa envolveu dois momentos. No primeiro, foi realizado o levantamento bibliográfico relacionado aos conceitos considerados chaves em relação à temática central com o propósito de sua ampliação e identificação de novas fontes de consulta. Entre esses conceitos, foram privilegiadas questões relacionadas à qualidade de vida, ao trabalho e aos sintomas das vestibulopatias. As atividades realizadas nesta fase se apoiaram nos procedimentos metodológicos de “análise de conteúdo”15

, que permitiram um aprofundamento maior em relação ao objeto de estudo e a identificação de temas complementares.

A segunda fase foi destinada à coleta dos dados. Inicialmente, foi feita uma avaliação piloto do instrumento destinado à coleta de dados com o propósito de seu aperfeiçoamento. Da avaliação, participaram 20 (vinte) alunos universitários, escolhidos aleatoriamente, de ambos os gêneros, todos inseridos no mercado de trabalho. A avaliação apontou a necessidade de sua revisão semântica, bem como a inserção e supressão de questões.

Em seguida, foi feita a aplicação do instrumento constituído de 10 (dez) questões fechadas e 1 (uma) aberta em amostra de 171 (cento e setenta e um) estudantes universitários, de ambos os gêneros, idade entre 18 e 60 anos, inseridos no mercado de trabalho, em diferentes segmentos produtivos. O estudo foi previamente aprovado pela Comissão de Ética da instituição (Protocolo nº 170-07) e os dados foram coletados nos meses de outubro e novembro de 2009.

Todos os estudantes foram convidados a participar da pesquisa, tendo assinado termo de consentimento livre e esclarecido. Além de verificar a incidência de possíveis sintomas das vestibulopatias, buscou-se investigar se os estudantes conheciam a doença; os comportamentos manifestados por eles durante a ocorrência dos sintomas e a relação entre os sintomas e o desempenho profissional, o lazer, a atividade física e os planos para o futuro.

Resultados

Da amostra participante do processo de coleta de dados, 163 (95,32%) eram do sexo feminino e 8 (4,68%) eram do sexo masculino. Destes respondentes, 16 (9,36%) se encontravam na faixa etária entre 18 e 20 anos; 90 (52,63%) entre 21 e 30 anos; 30 (17,54%) entre 31 e 40 anos; 23 (13,45%) entre 41 e 50 anos e 12 (7,01%) entre 51 e 60 anos.

No que se refere à incidência de sintomas como vertigens, tonturas e zumbidos foram obtidos os seguintes dados: 17 (9,94%) dos estudantes

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respondentes sentiam vertigens; 112 (65,49%) não sentiam e 42 (24,56%) às vezes sentiam vertigens; 33 (19,3%) sentiam tonturas; 75 (43,85%) não sentiam e 63 (36,84%) às vezes sentiam tonturas; 13 (7,6%) sentiam zumbidos; 122 (71,34%) não sentiam e 36 (21,05%) às vezes sentiam zumbidos.

Tabela 1 - Manifestação de vertigens, tonturas e zumbidos.

Manifestações Sim % Não % Às

vezes %

Vertigens 17 9,94 112 65,49 42 24,56

Tonturas 33 19,3 75 43,85 63 36,84

Zumbidos 13 7,6 122 71,34 36 21,05

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

Quanto ao local de ocorrência dos sintomas das vestibulopatias, verificou-se que: 41(23,97%) dos estudantes participantes da amostra sentem os sintomas em casa; 92 (53,8%) não sentem e 38 (22,22%) sentem às vezes. Desses respondentes, 45 (26,31%) sentem os sintomas no trabalho; 90 (52,63%) não sentem os sintomas no trabalho e 36 (21,05%) sentem às vezes. Quanto à ocorrência na rua: 37 (21,63%) responderam afirmativamente; 102 (59,64%) responderam negativamente e 32 (18,71%) responderam às vezes. Quanto à ocorrência, na universidade, 19 (11,11%) dos sujeitos sentem os sintomas; 127 (74,26%) não sentem e 25 (14,61%) sentem às vezes. Sobre a manifestação dos sintomas em outro local, 11 (6,43%) responderam sim; 132 (77,19%) responderam não e 28 (16,37) responderam às vezes.

Tabela 2 - Local de manifestação das vestibulopatias.

Local das manifestações Sim % Não % Às vezes % Em casa 41 23,97 92 53,8 38 22,22 No trabalho 45 26,31 90 52,63 36 21,05 Na rua 37 21,63 102 59,64 32 18,71 Na universidade 19 11,11 127 74,26 25 14,61 Outro local 11 6,43 132 77,19 28 16,37

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

Em relação aos sentimentos manifestados durante a ocorrência dos sintomas, foram obtidas as seguintes respostas: 13 (7,6%) dos respondentes manifestaram que se sentiam incomodados a falar sobre os sintomas; 149 (87,13%) não se sentiam incomodados e 09 (5,26%) se sentiam às vezes incomodados; 8 (4,67%) se sentiam constrangidos; 157 (91,81%) não se sentiam constrangidos e 6 (3,5%), às vezes, sentiam constrangimento. O sentimento de vulnerabilidade se mostrou presente em 31 (18,12%) dos participantes, enquanto 126 (73,68%) não apresentavam tal sentimento e 14 (8,18%) se sentiam às vezes vulneráveis. Quanto à tomada de decisão: 17 (9,95%) responderam que se sentiam incapazes de tomar uma decisão; 143

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(83,62%) não se sentiam incapazes e 11 (6,43%) se sentiam às vezes incapazes.

Tabela 3 - Sentimentos manifestados durante a ocorrência dos sintomas.

Sentimentos Manifestados Sim % Não % Às vezes % Sente-se incomodado em falar sobre 13 7,6 149 87,13 9 5,26 Sente-se constrangido 8 4,67 157 91,81 6 3,5 Sente-se vulnerável 31 18,12 126 73,68 14 8,18 Sente-se incapaz de

tomar uma decisão 17 9,95 143 83,62 11 6,43

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

Das atitudes tomadas pelos sujeitos, quando do aparecimento dos sintomas: 24 (14,03%) procuram tratamento médico; 128 (74,85%) não procuram tratamento e 19 (11,11%) procuram às vezes. Do total de respondentes, 21 (12,28%) tomam remédio por conta própria; 128 (74,85%) não tomam e 22 (12,86%) tomam às vezes. Em relação à procura de ajuda: 36 (21,05%) responderam afirmativamente; 110 (64,33%) responderam negativamente e 25 (14,62%) às vezes procuram ajuda.

Tabela 4 - Procedimentos adotados durante a manifestação dos sintomas.

Procedimentos Sim % Não % Às

vezes %

Procura tratamento médico

24 14,03 128 74,85 19 11,11

Toma remédio por conta própria

21 12,28 128 74,85 22 12,86

Não procura ajuda 36 21,05 110 64,33 25 14,62

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

No que se refere ao diagnóstico de sintomas de desequilíbrio corporal, 17 (9,94) dos respondentes obtiveram o diagnóstico de sintomas de desequilíbrio corporal (labirintopatias etc.); 145 (84,8%) responderam negativamente e 9 (5,26%) indicaram que às vezes foram diagnosticados. Em relação a outro diagnóstico: 27 (15,78%) dos respondentes disseram sim; 142 (83,04%) disseram não e 2 (1,16%) disseram às vezes.

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Tabela 5 - Diagnóstico de sintomas de desequilíbrio corporal.

Diagnóstico Sim % Não % Às

vezes % Desequilíbrio corporal (labirintopatias, tonturas, zumbidos ) 17 9,94 145 84,8 9 5,26 Outro diagnóstico 27 15,78 142 83,04 2 1,16

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

Quanto à relação dos estudantes com o trabalho que desempenham, foram obtidas as seguintes respostas: 78 (45,61%) se sentem satisfeitos; 61 (35,67%) não se sentem satisfeitos e 32 (18,71%) se sentem às vezes satisfeitos. Dos que consideram o trabalho estressante: 68 (39,77%) concordaram; 59 (34,5%) não concordaram e 44 (25,73%) consideram que, às vezes, é estressante. Inquiridos se sentem desafiados: 66 (38,6%) confirmaram que se sentem desafiados; 77 (45,02%) disseram não e 28 (16,37%) consideraram que se sentem às vezes desafiados.

Tabela 6 - Relação com o trabalho desempenhado.

Relação com o trabalho Sim % Não % Ás vezes % Sente-se satisfeito 78 45,61 61 35,67 32 18,71 Considera estressante 68 39,77 59 34,5 44 25,73 Sente-se desafiado/a 66 38,6 77 45,02 28 16,37

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

Em relação às atividades físicas: 36 (21,05%) dos estudantes integrantes da amostra costumam dedicar um tempo às atividades físicas; 91 (53,21%) não costumam e 44 (25,73%), às vezes, dedicam um tempo às atividades físicas. Para 44 (25,73%) dos entrevistados, as atividades físicas provocam melhoria dos sintomas; 111 (64,91%) não vêem esta melhora e 16 (9,35%) consideram que às vezes obtêm melhora. Dos 171 respondentes, 56 (32,74%) dispõem de tempo para o desempenho de atividades físicas; 90 (52,63%) não dispõem desse tempo e 25 (14,61%) às vezes possuem tempo.

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Tabela 7 - Comportamentos em relação às atividades físicas.

Prática de atividades físicas Sim % Não % Às

vezes %

Costuma dedicar um tempo para atividades físicas

36 21,05 91 53,21 44 25,73

As atividades físicas provocam a melhoria dos sintomas

44 25,73 111 64,91 16 9,35

Não dispõe de tempo para atividade física

56 32,74 90 52,63 25 14,61

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

Em relação ao lazer: 110 (64,33%) dos estudantes integrantes da amostra investigada costumam dedicar tempo ao lazer; 18 (10,52%) não dedicam e 43 (25,14%), às vezes, dedicam. As ocorrências dos sintomas interferem no lazer de 12 (7,01%) respondentes; não interferem no lazer de 144 (84,21%) e, às vezes, interferem no lazer de 15 (8,78%) respondentes. Dos que deixam de realizar uma atividade de lazer devido aos sintomas, 11 (6,43%) responderam sim; 145 (84,80%) responderam não e 15 (8,78%) responderam às vezes.

Tabela 8 - Comportamentos em relação ao lazer.

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

Quanto aos planos futuros, foram obtidos os seguintes dados: 122 (71,34%) se sentem ansiosos, enquanto 29 (16,96%) não sentem ansiedade e 20 (11,7%) às vezes se apresentam ansiosos. Dos que se sentem tranqüilos em relação ao futuro: 51 (29,82%) responderam afirmativamente; 85 (49,7%) não sentem tranqüilidade e 35 (20,46%) às vezes se sentem tranqüilos. A descrença foi indicada por 12 (7,01%) dos respondentes, enquanto 138 (80,7%) não se sentem descrentes e 21 (12,28), às vezes se sentem.

Comportamento durante o lazer

Sim % Não % Às

vezes %

Costuma dedicar tempo ao lazer 110 64,33 18 10,52 43 25,14 A ocorrência de sintomas (tonturas, zumbidos e vertigens) interferem no lazer 12 7,01 144 84,21 15 8,78

Deixa de realizar uma atividade de lazer devido aos sintomas

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Tabela 9 - Planos para o futuro.

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

Foram indicadas aos respondentes algumas condições que poderiam estar associadas diretamente à qualidade de vida. Quanto à saúde: 134 (78,36%) apresentaram resposta positiva; 22 (12,86%) apresentaram resposta negativa e 15 (8,78%) indicaram que às vezes a qualidade de vida está ligada à saúde. Sobre as condições de vida: 133 (77,77%) confirmam existir relação com a qualidade de vida; 24 (14,03%) não acreditam nesta relação e 14 (8,18%) responderam às vezes. Sobre os determinantes sócio-ambientais: 108 (63,15%) responderam que há ligação; 41 (23,97%) responderam não haver e 22 (12,86%) acreditam que às vezes poderão estar relacionados à qualidade de vida. Das relações pessoais, 119 (69,60%) afirmam que estão diretamente ligadas à qualidade de vida, 35 (20,46%) indicaram não e 17 (9,94%) acreditam que às vezes pode ocorrer esta relação.

Tabela 10 - Variáveis relacionadas à qualidade de vida.

Fatores ligados à qualidade de vida e saúde

Sim % Não % Às

vezes %

Estado de saúde 134 78,36 22 12,86 15 8,78

Condições de vida: econômicas, moradia, estudo, acesso aos bens tecnológicos (computador, celular etc)

133 77,77 24 14,03 14 8,18

Determinantes sócio-ambientais 108 63,15 41 23,97 22 12,86

Relações pessoais 119 69,6 35 20,46 17 9,94

Fonte: levantamentos realizados pelas autoras

A última questão, aberta, visava averiguar se os respondentes conheciam o significado do termo vestibulopatias. Dos respondentes 151 (88,30%) não souberam responder e dos 20 (11,69%) que responderam, foram obtidas as seguintes respostas: período de estresse e de ansiedade diante do vestibular; labirintite; hipotensão; cansaço; estresse; medo de vestibular; pânico e angústia; forma de resolver questões harmoniosas do ser humano; doença de determinado local do aparelho auditivo e distúrbio vestibular.

Planos futuros Sim % Não % Às

vezes %

Sente-se ansioso (a) 122 71,34 29 16,96 20 11,7

Sente-se tranqüilo (a) 51 29,82 85 49,7 35 20,46

(10)

Discussão

Como se percebe, a faixa etária preponderante corresponde ao gênero feminino e aos estudantes com idade entre 21 e 30 anos, situação que condiz com os dados dos Censos da Educação Superior, realizados anualmente pelo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira” (INEP). Segundo dados amplamente divulgados pelo órgão do MEC, no censo de 2006, que tomou como referência instituições de ensino superior, públicas e privadas, 56,6% dos estudantes do ensino superior eram mulheres e, 39,73%, entre homens e mulheres, se situavam na faixa entre 25 e 29 anos.

Quanto à manifestação de vertigens, tonturas e zumbido, a prevalência é de respostas negativas, seguida de “às vezes” e de um reduzido número de afirmativas. Considerando a faixa etária dominante na amostra, a não prevalência de sintomas, que poderão corresponder a distúrbios de origem no sistema vestibular, está de acordo com os estudos de Ganança e colaboradores12 que consideram as vestibulopatias doenças crônicas que acometem principalmente os idosos.

Dos estudantes que sentem os sintomas (tonturas, vertigens e zumbidos), verifica-se uma proximidade entre a ocorrência dos sintomas em casa e no trabalho, embora nesse último, a incidência seja maior. Esses dados nos levam a supor que o surgimento de tais sintomas possa estar relacionado às situações de ansiedade e estresse. Vale destacar que - além da tontura causada por doenças com etiologias definidas, como é o caso das vestibulopatias - existe um tipo de tontura denominada “tontura psicogênica” relacionada à ansiedade16

cuja ocorrência demanda alterações discretas no comportamento do indivíduo. Esse tipo de tontura constitui um desafio médico na medida em que muitos pacientes com queixas de sintomas aparentemente vestibulares, na verdade apresentam um quadro clínico de ansiedade. Somente exames físico e vestibular minuciosos serão capazes de excluir doenças de origem orgânicas e diagnosticar a ocorrência da “tontura psicogênica” 16

.

Em relação aos sentimentos manifestados durante a ocorrência dos sintomas, os estudantes respondentes privilegiaram a vulnerabilidade e a incapacidade de tomar decisões. Por outro lado, apontaram que se sentem incomodados a falar sobre o tema, sentimentos que provavelmente não os levam a solicitar ajuda. Estes dados confirmam os estudos já mencionados de Ganança e colaboradores12 sobre os fatores associados às vestibulopatias, entre eles, a ansiedade, a depressão, a perda da autoconfiança, a insegurança psíquica, entre outros.

Os dados apontaram uma prevalência de estudantes que não procuram tratamento médico e que se utilizam da automedicação. Conforme estudos amplamente divulgados, a automedicação constitui um comportamento comum entre os universitários o que, entre outras conseqüências, poderá levar os estudantes a um tratamento inadequado e, em algumas vezes, com sérios riscos para a sua saúde. Estudos de Gazzola e colaboradores17 demonstram que a busca de tratamento médico, no caso das vestibulopatias, é mais freqüente entre idosos, que não é o caso prevalente nesta amostra. As informações obtidas indicam que apenas 17 (9,94%) dos respondentes apresentaram diagnóstico de algum dos distúrbios de equilíbrio corporal de

(11)

origem no sistema vestibular. Os demais diagnósticos apresentados pelos estudantes para a manifestação dos sintomas de desequilíbrio corporal incluem: hipoglicemia; hipotensão; má circulação; estresse; má alimentação; disfunção hormonal; insônia; problemas na coluna cervical e alta taxa de colesterol. Esses dados ratificam o que já foi dito anteriormente sobre a ocorrência de “tonturas psicogências”, isto é, tonturas que poderão ser motivadas por outras causas e não pelo sistema vestibular.

Sobre o trabalho desempenhado, os dados apresentados indicaram que as sensações de satisfação e estresse e a condição de se sentirem desafiados estão muito próximas. Esses dados confirmam os estudos de Whitaker18, ao considerar que, na sociedade atual, o acesso ao mundo do trabalho constitui uma conquista para os jovens, uma expressão do reconhecimento social e de conquista do sentido de pertencimento à sociedade produtiva. Contudo, o ritmo intenso e as pressões por maiores índices de produtividade a que estão submetidos configuram fontes desencadeadoras de estresse, falta de motivação, entre outros comportamentos. Outras situações apontadas pelos integrantes da amostra foram: má remuneração; tédio; falta de reconhecimento; desvalorização e desgaste mental.

Os dados coletados indicam que há um baixo percentual de respondentes que se dedicam às práticas de atividades físicas e que a maioria dos respondentes não possui tempo para tal prática. Uma hipótese da baixa freqüência de atividades físicas apresentada pela amostra selecionada talvez se explique pelo fato dos integrantes da amostra estarem inseridos no mundo do trabalho e, portanto, disporem de menos tempo para o exercício dessas atividades ou, ainda, por dedicarem o tempo de lazer a outras atividades.

A ocorrência dos sintomas para a maioria dos respondentes não os impede de dedicar um tempo ao lazer. Considerando a prevalência de jovens na amostra estudada e que, por sua vez, se encontram em uma fase da vida em que predominam inúmeras solicitações de lazer, outra vez, se confirma os estudos de Ganança et al. (2008) que destacam o acometimento das vestibulopatias principalmente na população idosa.

Quanto aos planos para o futuro, os dados levantados nos levam a supor que a ansiedade junto com a falta de tranqüilidade interfere sobre os planos futuros e pode elevar de forma significativa o estresse do indivíduo e, interferir, em sua qualidade de vida.

Diante dos dados obtidos, pode-se concluir que, nos dias de hoje, a qualidade de vida não se restringe à saúde, mas engloba uma diversidade de situações e acontecimentos que, em conjunto, configuram a boa condição psíquica, física, mental e social do sujeito, o que está de acordo com o conceito propagado pela OMS (The WHOQOL Group) 6, 10.

Apenas dois respondentes conheciam o significado e os sintomas das vestibulopatias, o que nos leva a concluir que a doença não é conhecida e as informações sobre os seus sintomas e formas de tratamento não são suficientemente disseminadas, especialmente, entre a população mais jovem e universitária. Os sintomas são confundidos e muitos dos que os apresentam não adotam um tratamento adequado. Por essa razão, não têm certeza se são acometidos por vestibulopatias ou se as tonturas são motivadas por outras causas, como por exemplo, o estresse, a ansiedade, entre outros fatores.

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Vale destacar que a divulgação das informações sobre as vestibulopatias é bastante importante porque muitos desses universitários irão trabalhar com crianças e jovens que poderão apresentar sintomas como tonturas, ou também trabalhar em empresas e instituições cujas atividades exijam altos graus de concentração e atenção e cujo desempenho poderá ser prejudicado pela ocorrência dos sintomas.

Por fim, a disseminação de informações sobre as vestibulopatias, seus sintomas e tratamento poderá concorrer para que muitas das pessoas que trabalham possam adotar um tratamento de melhoria adequado, o que pode concorrer para evitar situações de estresse, de baixa auto estima, de isolamento e, principalmente, de exclusão social.

Considerações Finais

Em um mundo profundamente influenciado pelo fenômeno da globalização e pela introdução de novas tecnologias da informação e da comunicação, a inserção dos indivíduos no mundo do trabalho pressupõe cada vez mais uma escolaridade elevada, o domínio de novas competências profissionais19 e a apresentação de um “padrão” de saúde que incorpore os aspectos físico, psíquico e social.

Nesse sentido, é fundamental que informações e orientações sobre os sintomas e o tratamento das vestibulopatias sejam disseminadas para os universitários com o propósito de viabilizar o diálogo entre os diferentes campos da ciência, em especial, a saúde e sua interseção com o trabalho e a educação. Trata-se de uma triangulação necessária para a viabilização da saúde como um direito universal, a melhoria da qualidade de vida, a inserção plena do indivíduo no mundo do trabalho e promoção de sua inclusão social.

Do estudo realizado, pode-se inferir a necessidade de que a divulgação dessas informações possa atingir também a população leiga acometida pelas vestibulopatias. E, nesse sentido, contribuir para o seu bem estar e melhoria de sua qualidade de vida e, ainda, para a conscientização de seus familiares e de outros grupos sociais no sentido de não assumirem práticas excludentes em relação aos vestibulopatas.

Abstract

Introduction: the concept of quality of life has been a core issue in a

countless number of studies and research carried out within the scope of human, social and health sciences. However, there is no consensus on its content. Different connotations can be identified, thus characterizing the polysemy of the expression. In the specific field of health, a wide discussion about the indicators of quality of life can be found. Other parameters have been incorporated, besides the control of symptoms, the decrease of mortality and increase of life expectations. Objective: to study the perception of 171 university students, workers from different productive sectors, both male and female between 18 and 60 years old, concerning their perception as regards the vestibular disorder symptoms in their quality of

A p ri le et al .

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life. Material and Method: this research of exploratory and descriptive approach probed used a questionnaire to survey information. Results: the results obtained showed that only 2 respondents were informed about the illness, although 17 of them had reported dizziness symptoms; 33 of vertigo and 13 of tinnitus. Conclusion: lack of information about the occurrence of vestibular diseases, associated to the quality of life and work, demands dissemination of guidance on the symptoms so that they are not mixed up and inadequately treated with repercussions on the well being, professional performance as well as quality of life.

Keywords: Quality of life. Education. Work. Health.

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