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GRUPO DE TRABALHO 9 ESTUDOS SOCIOCULTURAIS DO ESPORTE POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE E LAZER: CONHECIMENTO, INTERVENÇÃO E AUTONOMIA

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GRUPO DE TRABALHO 9

ESTUDOS SOCIOCULTURAIS DO ESPORTE

POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE E LAZER:

CONHECIMENTO, INTERVENÇÃO E

AUTONOMIA

Fernando Augusto Starepravo,

Wanderley Marchi Júnior

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POLÍTICAS PÚBLICAS DE ESPORTE E LAZER: CONHECIMENTO, INTERVENÇÃO E AUTONOMIA

Fernando Augusto Starepravo1, Wanderley Marchi Júnior2

RESUMO

Este trabalho é um projeto de tese, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Federal do Paraná. O objetivo geral desta pesquisa é analisar se o sub-campo burocrático onde se formulam e implementam políticas públicas de esporte e lazer tem se apropriado da produção do sub-campo acadêmico que discute as políticas públicas de esporte e lazer, como um dos subsídios para a disposição e ação dos agentes. Tem-se como hipótese que a produção acadêmica acerca das políticas públicas de esporte e lazer, não vem sendo incorporada pelos agentes que conduzem as políticas públicas, uma vez que o serviço de esporte e lazer aparentemente tende a ser construídos através da ótica do empirismo, o que sugere a não existência de conceitos clássicos, a não ser a observação do cotidiano, visto que o planejamento e execução têm como pano de fundo a troca de favores, disputa de poder e corporativismo. Utilizar-se-á da pesquisa sociológica para o desenvolvimento do trabalho, a Teoria dos Campos de Pierre Bourdieu e a Teoria dos Jogos Competitivos de Norbert Elias como suporte teórico-metodológico.

INTRODUÇÃO

Este trabalho é um projeto de tese, vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Federal do Paraná. Em dossiê sobre agenda de pesquisa em políticas públicas no Brasil, apresentado por Marta Arretche, em fevereiro de 2003 à Revista Brasileira de Ciências Sociais, a organizadora aponta que é “inegável o crescimento dos estudos na área de políticas públicas no Brasil” (p. 07). Para justificar tal afirmação, a autora lista uma série de fatores, como a multiplicação das teses e dissertações relacionadas às políticas governamentais, disciplinas de políticas públicas inseridas nos diferentes cursos de graduação e pós-graduação, criação de linhas de pesquisa especialmente voltadas a este campo do conhecimento, linhas especiais de financiamento no interior das agências de fomento. Além disso, destaca que a área de políticas públicas é uma das seis áreas temáticas da Associação Brasileira de Ciência Política, e a presença regular do Grupo de Trabalho de Políticas Públicas na Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais.

Estas condições apontadas, porém, não são garantia de uma expansão consistente do campo de produção científica sobre políticas públicas. “A proliferação de trabalhos [...] não são suficientes

1

Professor Mestre em Educação Física. Aluno do Programa de Pós-graduação (Doutorado) em Educação Física da Universidade Federal do Paraná. CEPELS/DEF/UFPR.

2

Professor Doutor do Departamento de Educação Física, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, e Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná. CEPELS/DEF e DECISO/UFPR.

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para o desenvolvimento de uma ciência ou campo disciplinar” (ARRETCHE, 2003, p. 08). A autora, citando o trabalho de Kuhn (1976), aponta que “a aquisição de um paradigma – corpo de crenças metodológicas e teóricas comuns que orientem a seleção, avaliação e crítica dos fatos relevantes a serem observados – é condição para o desenvolvimento de um campo disciplinar” (ARRETCHE, 2003, p. 08). A definição dos objetos ou fatos relevante ao universo de pesquisa sobre políticas públicas, bem como das questões legítimas de um campo de investigação, implica a exclusão de crenças, e permite a concentração na análise, que em articulação com as teorias, levarão à acumulação do conhecimento. Deve-se haver um relativo consenso entre o corpo de pesquisadores especialistas quanto às fronteiras de um campo de conhecimento, particularmente as questões legítimas a serem investigadas e das técnicas adequadas de investigação. Fato e teoria, desta forma estão constitutivamente interligados (ARRETCHE, 2003).

Melo (1999) constatou que a área de políticas públicas no Brasil se caracteriza por uma baixa capacidade de acumulação do conhecimento, fruto da proliferação horizontal de estudos de caso e da ausência de uma agenda de pesquisa. Segundo Arretche (2003), enquanto o objeto de análise da área – a análise do Estado em ação, estudo de programas governamentais, particularmente suas condições de emergência, mecanismos de operação, e prováveis impactos – está bem definido, as abordagens teóricas e os métodos de investigação têm recebido escassa atenção.

No caso do esporte e lazer, tem-se a impressão que algo semelhante vem ocorrendo. A produção de conhecimento na área de políticas públicas para o esporte e lazer está quase que exclusivamente voltada ao relato de experiências (STAREPRAVO, 2007; STAREPRAVO e MEZZADRI, 2007). Quando se publicam experiências sem o diálogo com as teorias, corre-se o risco de pautar as discussões em idéias e ideais próprios. Isso faz com que haja um questionamento sobre a qualidade dessa produção e não se avance na discussão. Segundo Marchi Jr. (2006, p. 30), “para termos respostas efetivamente consistentes para as nossas angústias, dúvidas ou discordâncias sociais, faz-se necessário uma instrumentalização, no sentido acadêmico, teórica e reflexiva para alçarmos a racionalidade desejada”.

Por outro lado, tem-se a impressão, evidenciada empírica e academicamente, que o objeto de estudos da área – as políticas públicas de esporte e lazer no Brasil –, também apresenta uma série de fragilidades e limitações, especialmente no que diz respeito a amplitude e consistência das propostas efetivadas.

As primeiras intervenções do Estado brasileiro no âmbito do esporte datam da década de 1940, quando a partir de mecanismos legais (especialmente a lei 3199/41), o poder público passa a reconhecer e controlar as manifestações do esporte no interior da sociedade brasileira. Desde então, o Estado brasileiro passou a intervir na área do esporte, prioritariamente nas manifestações

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esportivas de alto rendimento, organização de campeonatos e preparação de seleções nacionais para representação do país. (MEZZADRI, 2000).

Este é um quadro que se desenvolve em grande parte do século XX, sendo a atuação do Estado basicamente restrita a uma das manifestações esportivas, aquela ligada ao alto rendimento. O quadro legal se altera quando, na década de 1980, o esporte é reconhecido como direito de todos os cidadãos brasileiros na Constituição Federal de 1988. Além disso, o Estado passa a reconhecer o esporte além de sua dimensão de rendimento, como manifestação educacional e de participação.

No âmbito do lazer, apesar de evidências empíricas apontarem o surgimento das primeiras intervenções do Estado no início do século XX, é notadamente a partir da década de 1980 que cresce a preocupação com a formulação de políticas e programas para o lazer (BRAMANTE, 2004), destacando-se a Constituição de 1988, a qual traz, pela primeira vez na história brasileira, o lazer enquanto um direito social (AMARAL, 2004).

Pesquisadores da área de políticas públicas de esporte e lazer apontam que existe uma série de barreiras que impedem o desenvolvimento de políticas efetivas envolvendo o esporte e o lazer no Brasil. Além do olhar prioritário ao alto rendimento (VERONEZ, 2005), são apontadas: o assistencialismo e o utilitarismo atribuídos ao esporte e ao lazer (LINHALES, 2001); a hierarquização de prioridades sociais, que deixa o esporte e o lazer como últimas demandas a serem atendidas (MARCELLINO, 2001; AMARAL, 2004); a carência e falta de acesso aos equipamentos esportivos e de lazer (MELO, 2004; MELO e PERES, 2005); a falta de planejamento e pessoal especializado nos órgãos estatais responsáveis pelo esporte (MEZZADRI et al, 2006); a construção de políticas através da ótica do empirismo e da valorização do número de eventos e de pessoas atendidas (CAVICHIOLLI, 1996).

Visualiza-se então, que ambos os espaços sociais – de produção do conhecimento e da gestão de políticas públicas de esporte e lazer –, entendidos como sub-campos, e portanto dotados de autonomia e especificidades, apresentam algumas semelhanças, especialmente no que diz respeito a dificuldade em seu desenvolvimento consistente. Mais do que isso, os sub-campos apresentam aproximações.

Além da aproximação mais óbvia, no que diz respeito ao objeto em comum, outras iniciativas e ações parecem aproximar a gestão pública e a produção do conhecimento. O Ministério do Esporte, entidade máxima de administração pública do esporte e lazer no Brasil, apresenta algumas ações que representam esta aproximação: Rede Cedes3, Rede Cenesp4 e Equipes

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O Cedes é uma ação programática do Ministério do Esporte, gerenciada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia do Esporte da Secretaria Nacional de Desenvolvimento do Esporte e do Lazer. Com estudos balizados por referenciais teóricos originários das ciências humanas e sociais e por meio da interlocução com grupos de pesquisa consolidados e/ou em processo de consolidação - vinculados a instituições de ensino superior e/ou institutos de pesquisa

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Colaboradoras do Programa Segundo Tempo5. Além dessas, outras intervenções mais pontuais, como a participação do órgão na 61ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC):

Em uma avaliação preliminar, a Secretaria Executiva do Ministério do Esporte considera que foram atingidos os objetivos da participação do órgão na 61ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Em um estande montado pelo ministério no campus de Manaus, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), local do evento, foram realizadas diversas atividades, como a apresentação dos programas de inclusão social, esportivos e de pesquisa acadêmica, e a exibição de vídeo dos Jogos Indígenas. Os visitantes também tiveram acesso aos materiais esportivos produzidos pelos programas Pintando a Liberdade e Pintando a Cidadania (SANTOS, 2009).

No caso do estado do Paraná, a aproximação entre a gestão pública e a produção do conhecimento pode ser observada no apoio prestado pela Paraná Esporte, autarquia responsável pelo desenvolvimento do esporte e lazer no Paraná, a eventos científicos, como o X Congresso Brasileiro de História do Esporte, Lazer, Educação Física e Dança, e ao 1º Encontro da Asociacion

Latinoamericana de Estudios Socioculturales del Deporte (ALESDE). Ou ainda no caso da cidade

de Londrina, onde a Fundação de Esportes do município realizou, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), o I Colóquio Nacional de Esporte.

Mas e o caminho inverso? Há algum tipo de apropriação por parte dos gestores públicos de esporte e lazer da produção de conhecimento sobre sua prática? A produção científica tem sido um dos subsídios à formulação e implementação das políticas públicas de esporte e lazer? Estas inquietações levaram a construir a linha de análise do trabalho, que pretende compreender os espaços sociais envolvidos – sub-campo acadêmico onde se produz conhecimento sobre políticas públicas de esporte e lazer; e sub-campo burocrático onde se formulam e implementam as políticas –, e as possibilidades de aproximação entre eles.

Neste sentido, o problema de pesquisa é: o sub-campo burocrático onde se formulam e implementam políticas públicas de esporte e lazer tem se apropriado da produção do sub-campo acadêmico que discute as políticas públicas de esporte e lazer, como um dos subsídios para a disposição e ação dos agentes?

e sociedades científicas -, busca implantar novos grupos de pesquisa e estimular os já existentes a produzir e difundir conhecimentos voltados para a avaliação e o aperfeiçoamento da gestão de políticas públicas de esporte e de lazer.

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A Rede Cenesp é composta por centros de desenvolvimento de pesquisa científica e tecnológica na área do esporte, treinamento e aperfeiçoamento de atletas. Formada pelas estruturas físicas e administrativas, recursos humanos e materiais existentes nas Instituições de Ensino Superior, os Centros de Excelência Esportiva têm como objetivo detectar, selecionar e desenvolver talentos esportivos, especialmente nas modalidades olímpicas e paraolímpicas.

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Trata-se de um grupo de profissionais de educação física vinculados a Instituições de Ensino Superior, em sua grande maioria mestres e doutores, que atuam como colaboradores no acompanhamento do desenvolvimento pedagógico e operacional do Programa Segundo Tempo.

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A partir da problematização apresentada e do levantamento de dados preliminares encontrados na literatura, tem-se como hipótese que o sub-campo burocrático onde se formulam e implementam políticas públicas de esporte e lazer não tem se apropriado da produção do sub-campo acadêmico que discute as políticas públicas de esporte e lazer.

Acredita-se que a disposição e a ação dos agentes no interior deste espaço social, está sendo muito mais influenciada por lógicas inerentes aos campos político, do que pela produção do campo acadêmico. Esta hipótese está fundamentada na observação das funções utilitaristas e assistencialistas atribuídas ao esporte e lazer (LINHALES, 2001); recurso para dissimular ou resolver mazelas sociais, como fome, desemprego e violência (MASCARENHAS, 2006); ou ainda como forma de privilegiar particularmente e/ou economicamente indivíduos ou grupos através destas políticas (VERONEZ, 2005).

A produção acadêmica acerca das políticas públicas de esporte e lazer, por sua vez, provavelmente não vem sendo incorporada pelos agentes que conduzem as políticas públicas, uma vez que o serviço de esporte e lazer aparentemente tende a ser construídos através da ótica do empirismo, o que sugere a não existência de conceitos clássicos, a não ser a observação do cotidiano, visto que o planejamento e execução têm como pano de fundo a troca de favores, disputa de poder e corporativismo, como observado por Cavichiolli (1996).

O objetivo geral desta pesquisa é analisar se o sub-campo burocrático onde se formulam e implementam políticas públicas de esporte e lazer tem se apropriado da produção do sub-campo acadêmico que discute as políticas públicas de esporte e lazer, como um dos subsídios para a disposição e ação dos agentes.

Visualiza-se como objetivos específicos à consecução do problema de pesquisa: 1) descrever a constituição do sub-campo acadêmico onde ocorre a produção científica acerca das políticas públicas de esporte e lazer, seus agentes, estruturas, produções e orientações; 2) descrever a constituição do sub-campo burocrático onde se formulam e implementam políticas públicas de esporte e lazer, seus agentes, estruturas, formas de capital e distribuição de poder; 3) analisar os pontos de aproximação / intersecção entre o sub-campo acadêmico onde ocorre a produção científica acerca das políticas públicas de esporte e lazer, e o sub-campo burocrático onde se formulam e implementam políticas públicas de esporte e lazer; 4) Indicar se a aproximação / intersecção entre o campo acadêmico e o campo burocrático pode contribuir para a autonomia do sub-campo onde se formulam e implementam políticas públicas de esporte e lazer.

A análise das políticas públicas de esporte e lazer não se trata de uma discussão inovadora e puramente original, já se tendo literaturas representativas de tal diálogo. Porém, a originalidade está na proposta de transformar esta “pedra bruta” – os relatos de experiências, a descrição de projetos, os dados empíricos não suficientemente explorados – em pedra preciosa, admirada, desejada e

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reconhecida. Nas palavras de Marchi Jr. (2006, p. 31): “Essa é a arte do „fazer sociológico‟, ou seja, fazer de um ato cotidiano, aparentemente comum ou supostamente insignificante, um conhecimento amplo e qualificador de novas e consistentes leituras da realidade”.

É preciso avançar na análise para além do objetivismo, do real6 e das relações estritamente econômicas, buscando aprofundar a apreciação sobre o estudo dos signos, dos agentes, das relações de força e das relações sociais. Tudo isso permeado pela discussão do simbólico e da experiência subjetiva:

No trabalho empírico, tais aspectos se acham estreitamente imbricados: os sistemas de signos remetem à várias ordens – informação, valor, relações de força –, razão pela qual a ação de determinadas práticas levam a estudar os signos, as classificações, os agentes que classificam e são classificados (pelas classificações dos outros e pelas próprias classificações), as relações sociais que se estabelecem por intermédio de atos simbólicos etc., tudo isso sem jamais deixar de esclarecer a distância que existe entre a facticidade bruta das estruturas objetivas e a experiência subjetiva. (PINTO, 2000, p. 127)

Não se trata de apenas relatar ou fazer uma análise superficial de programas e eventos relacionados ao esporte e lazer; mas avançar na compreensão dos agentes envolvidos, as relações estabelecidas, a indicação de um habitus esportivo, a distribuição de poder e de capital, para aprofundar nosso entendimento sobre os processos que desencadeiam a formulação e implementação de políticas públicas de esporte e lazer.

Ao mesmo tempo, buscar compreender o espaço social onde se produz conhecimento sobre as políticas públicas de esporte e lazer, a fim de desvendar sua dinâmica de funcionamento e produção. Para enfim verificar como os espaços sociais se aproximam e influenciam mutuamente.

Este casamento entre uma pesquisa empírica de fôlego e um aparato sociológico de análise poderá trazer contribuições à área acadêmica da educação física, no sentido de contribuir com uma ferramenta de análise das políticas públicas de esporte e lazer em diferentes contextos. A reflexão aprofundada do tema também trará subsídios aos políticos e gestores, uma vez que estes poderão ponderar suas ações a partir de informações mais factíveis.

O trabalho se propõe, em suma, colaborar, com uma análise exaustiva e aprofundada, ao campo onde se formulam e implementam políticas públicas de esporte e lazer, bem como ao campo científico onde se debatem estas políticas. A aproximação e a sinergia entre estes campos possibilitarão avanços nas discussões sobre o tema políticas públicas de esporte e lazer, que por sua vez poderá contribuir a futuras ações mais congruentes aos anseios e necessidades da sociedade.

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Real enquanto aquilo que é objetivamente mostrado ou que se deixa mostrar, por ser aquilo que pode ser mostrado e aquilo que pode ser visto.

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Para o desenvolvimento de um trabalho com a intencionalidade de discutir coerentemente e com profundidade a realidade social, faz-se necessário um aparato teórico consistente e compatível com as finalidades da pesquisa.

Apesar da maioria da produção científica sobre políticas públicas de esporte e lazer ter um caráter muito empirista e sem diálogos com as grandes teorias, destacam-se alguns trabalhos que podem trazer subsídios ao desenvolvimento da pesquisa, dentre eles Cristan (2002), Linhales (1998; 2001), Linhales e Pereira Filho (1999), Marcellino (2001), Mascarenhas (2006), Mezzadri (2000) e Veronez (2005).

No decorrer das pesquisas, porém, observou-se que os referenciais citados não davam conta da complexidade e da diversidade de temáticas surgidas a partir da coleta de dados. Viu-se a necessidade de recorrer a outras áreas do conhecimento, especialmente às Ciências Sociais (sociologia, história, ciência política, entre outros), para buscar suprir esta lacuna de falta de referenciais. Ao adentrar um campo de conhecimento distinto sofremos por vezes de naufrágios. Porém, optou-se pelo enfrentamento7, estudando exaustivamente as fontes.

Em conformidade com o pensamento de Marchi Jr. (2006, p. 37), percebe-se que,

um espaço a ser conquistado e ocupado está aberto, não obstante, entendemos que para conquistá-lo é necessário à aquisição de referenciais teóricos de análise consistentes que permitam o desenvolvimento de metodologias de pesquisa superadoras dos entraves ou das limitações impostas aos estudos dos fenômenos sociais, dentre eles o esporte e o lazer.

Cientes dos riscos, mas também das interdependências entre os diferentes campos do conhecimento, busca-se neste trabalho propor algumas aproximações teóricas para a discussão das políticas públicas de esporte e lazer.

Foram buscadas estas aproximações por entender que o esporte e lazer, apesar de gozar de uma lógica própria, não estão isolados, mas sim integrados às demais esferas da vida social, e são influenciados por leis inerentes aos campos da política, educação, administração pública, direito, entre outras.

Elegeu-se para isso um autor, o sociólogo Pierre Bourdieu, como principal interlocutor para discutir alguns elementos relacionados às políticas públicas para o esporte e lazer. Bourdieu fornece a possibilidade de apropriação de alguns conceitos como noções operatórias da análise. Neste caso destacam-se três conceitos básicos da construção teórica de Bourdieu (campo, habitus e capital), além do conceito de poder simbólico, agentes e estruturas. De maneira complementar, será utilizada

7

Nas palavras de Marchi Jr. (2001, p. 31) “... a tentativa de averiguar e absorver seus conceitos com a devida profundidade causa ininterruptos naufrágios, os quais remetem o leitor a duas situações distintas. A primeira delas refere-se à postura de resistência à leitura, à qual, invariavelmente, distancia o leitor da obra. [...] A outra remete e convida o leitor a um processo de enfrentamento, pelo qual a produção do conhecimento e o desenvolvimento intelectual tomam formas mais consistentes e maduras”.

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a Teoria dos Jogos Competitivos de Norbert Elias, especialmente como suporte ao entendimento das relações entre os agentes e estruturas no interior dos sub-campos pesquisados. Portanto, a Teoria dos Campos de Pierre Bourdieu e a Teoria dos Jogos Competitivos de Elias constituirão o suporte teórico-metodológico de análise do trabalho.

Na discussão sobre possibilidades de entendimento do Estado e de sua atuação através das políticas públicas, apresentar-se-ão os pressupostos das correntes marxista, neo-institucionalista, analise setorial francesa e o “State-in-society approach” norte americano. Além das contribuições de Wacquant (2005) e Elias (1993) sobre o surgimento e consolidação do Estado Moderno.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

A partir da problematização e objetivos da pesquisa, optou-se, enquanto metodologia do trabalho, realizar uma pesquisa sociológica, por entender nela o tipo de pesquisa mais adequada para conduzir a discussão proposta. Tomar-se-á como base os procedimentos metodológicos da pesquisa sociológica descritos por Marchi Jr. (2006, p. 33):

a) A definição e a seleção das principais categorias e conceitos para a análise; b) O esforço contínuo de leitura e interpretação de uma teoria sociológica (o

referencial teórico);

c) A insistente e atualizada consulta bibliográfica no tocante à temática em estudo;

d) O levantamento exaustivo das fontes primárias e secundárias de pesquisa (documentos, jornais, periódicos, atas, leis, imagens, dados estatísticos, entrevistas, questionários, etc.);

e) E a indispensável pesquisa de campo ou pesquisa empírica.

a) Dentro do primeiro passo citado por Marchi Jr. (2006), a seleção das principais categorias e conceitos para a análise, apontou-se a inquietação no sentido de discutir se o sub-campo burocrático onde se formulam e implementam políticas públicas de esporte e lazer tem se apropriado da produção do sub-campo acadêmico que discute estas políticas, como um dos subsídios para a disposição e ação dos agentes. Trata-se de dois espaços sociais distintos, entendidos como sub-campos, portanto dotados de autonomia e dinâmica próprios, mas que por outro lado, apresentam semelhanças e aproximações.

Antes de buscar estas semelhanças e aproximações, é necessário o entendimento aprofundado de cada um dos espaços sociais, seus agentes, estruturas, objetos de disputa e habitus. A confrontação das duas realidades, inicialmente distintas, leva, no limite, a observação de similaridades e intersecções. Todo este processo estará permeado pelo problema de pesquisa, que

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levará ao entendimento de se a produção cientifica acerca das políticas públicas de esporte e lazer tem sido um dos subsídios a ação dos agentes que formulam e implementam estas políticas.

b) No que diz respeito ao referencial teórico, optou-se pela Teoria dos Campos de Pierre Bourdieu, utilizando-se de seus principais conceitos como noções operatórias da análise. Segundo Bourdieu, para compreender-se realmente o sentido e funcionamento do espaço social é necessário entender as relações entre as posições ocupadas por aqueles que podem produzir, utilizar e reproduzir um determinado habitus que emana das estruturas e é internalizado pelos agentes. Espaço social este, que para Bourdieu assume a forma específica de um campo ou sub-campo. A caracterização do campo se dá através da definição do espaço social onde se encontram fixadas as posições, e os agentes sociais movimentam-se objetivando conquistas. Outra característica do campo é seu objeto de disputa e seus interesses específicos. Em outras palavras, o campo é definido como “o lócus onde se trava uma luta concorrencial entre os atores em torno de interesses específicos que caracterizam a área em questão” (ORTIZ, 1994, p. 19). Além disso, para a existência do campo, devem existir, em seu interior, além dos objetos de interesse e disputa, pessoas (agentes) dotadas de habitus que identifiquem e legitimem as leis imanentes ao jogo (MARCHI JR., 2001). A posição de cada agente no interior do campo, por sua vez, está relacionada ao capital que dispõe, sendo este compreendido em múltiplas dimensões, como econômico, social, cultural, entre outros.

Identificados alguns elementos constitutivos do campo, faz-se necessário verificar as posições ocupadas pelos agentes, bem como as relações travadas entre estes. No texto “A representação política: elementos para uma teoria do campo político”, Bourdieu (2004a, p. 164) afirma que:

Toda a análise da luta política deve ter como fundamento as determinantes econômicas e sociais da divisão do trabalho político, para não ser levada a naturalizar os mecanismos sociais que produzem e reproduzem a separação entre os agentes politicamente activos e os agentes politicamente passivos e a construir em leis eternas as regularidades históricas válidas nos limites de um estado determinado da estrutura da distribuição do capital.

Neste trecho, o autor nos coloca a necessidade de entendimento do campo político, sua divisão de trabalho e distribuição de capital, para não naturalizar o abismo que separa os agentes politicamente ativos (os políticos e gestores) e os agentes politicamente passivos (aqueles que os elegem). Esta divisão desigual de poder é algo historicamente construído e amplamente admitido pelos agentes envolvidos, já que não há interesse pela inserção de novos agentes em um campo onde poucos detêm o monopólio da produção.

As necessidades dos agentes politicamente passivos por vezes não têm coro nas ações realizadas pelos detentores do poder. Não são apenas as ações dos políticos e gestores que fazem

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com que a campo político tenha esta estrutura, mas também as atitudes ou não-atitudes dos que estão à margem do processo de decisão política, e a relação que mantém com as instituições do poder público.

A entrada neste campo como agente politicamente ativo, bem como as posições ocupadas pelos agentes no interior do campo político, estão diretamente relacionadas à concentração de poder simbólico e capital por parte destes agentes. Dentre as formas de capital, destacamos o capital social e o capital político como os principais responsáveis pela manutenção das posições dentro dos campos político e burocrático.

Fruto das relações estabelecidas, os políticos e gestores passam a ser vistos com desconfiança e descrédito, produto da manutenção da distância imposta pela estrutura e habitus inerente aos campos político e burocrático. Para utilizar as palavras de Gramsci, citado por Bourdieu (2004b, p. 178): “nós outros, afastamo-nos da massa: entre nós e a massa forma-se uma barreira de quiprocos, de mal-entendidos, de jogo verbal complicado. Acabaremos por aparecer por pessoas que querem, a todo custo, conservar o seu lugar”. Compartilhando ainda da interpretação de Bourdieu (2004b), entende-se que esta cultura propriamente política permanece inacessível à maioria das pessoas, menos pela complexidade da linguagem em que ela se exprime do que pela complexidade das relações sociais que constituem o campo político e burocrático.

As contribuições de Bourdieu acima expostas são o ponto de partida para pensar o referencial sociológico de análise no trabalho, a partir de alguns conceitos operacionais, bem como a partir de algumas constatações e provocações do autor referentes ao campo político e burocrático8. Esta leitura inicial do autor nos fez optar pelo seu modelo sociológico de análise, bem como despertou uma afinidade com o autor na sua forma de pensar o mundo social.

Já a Teoria dos Jogos Competitivos de Norbert Elias servirá de forma complementar ao entendimento, especialmente das relações entre os agentes no interior dos sub-campos pesquisados. O modelo de análise de Elias toma a relação entre agentes como uma competição, realizada segundo as regras de um jogo, como um processo interpretativo e explicativo das interdependências na sociedade.

c) No que diz respeito à insistente e atualizada consulta bibliográfica no tocante à temática das políticas públicas de esporte e lazer, iniciou-se um mapeamento da produção científica no interior do campo, apontando preliminarmente para a falta de consistência teórica nesta produção; e

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Segundo Marchi Jr. (2001, p. 30), “... a aceitação ou a definição por uma determinada vertente teórica é consubstanciada de forma gradativa, como que por uma espécie de encantamento e identificação. Inicialmente, afirma que o primeiro sinal é a memorização de uma frase do autor a ser eleito. [...] A continuidade deste percurso determina uma simbiose entre leitor e autor que, inevitavelmente, concretizará a identificação e aceitação de uma proposta teórica”.

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indicando algumas das publicações que podem colaborar para o desenvolvimento do trabalho9. Este trabalho continuará a ser desenvolvido e acompanhará todo o processo de construção do trabalho, através de pesquisas, a partir do Diretório de Pesquisas do CNPq, Plataforma Lattes, anais de eventos, livros e outras publicações.

d) Bourdieu propões novos caminhos metodológicos a serem seguidos, explorando novos temas e procedimentos. Sugeriu que fontes e temas até então praticamente inexploradas fossem aproveitados para a compreensão do contexto em que estão inseridos. Isto passa pela utilização de fotos e materiais publicitários como fontes, e o estudo das mais diversas frentes de conhecimento da sociedade, como a televisão, o jornalismo, a alta-costura e o esporte.

Neste sentido, se podem apontar os diversos materiais que servirão como fontes primárias e secundárias de pesquisa. Parte dos dados necessários ao desenvolvimento da pesquisa será coletada a partir de documentos (projetos, relatórios, planos de ações) dos órgãos públicos de administração do esporte, referentes às políticas públicas de esporte e lazer destas instituições. Utilizar-se-ão também materiais publicados pela imprensa nas diferentes mídias (especialmente jornais impressos, televisão e internet) que possam auxiliar no entendimento da composição dos sub-campos.

Outras informações referentes à composição dos sub-campos poderão ser obtidas através da leitura e interpretação dos dados apresentados em pesquisas cujo levantamento está apontado no item c.

e) Pretende-se ainda a realização de entrevistas, junto aos agentes que de alguma forma transitam na intersecção dos sub-campos acadêmico e burocrático, que servirão como reforço aos argumentos levantados nas demais etapas da pesquisa.

O critério de seleção dos agentes levou em conta as discussões que estão realizadas entre a comunidade esportiva, sob a tutela do Ministério do Esporte, a fim de se criar um Sistema Nacional do Esporte e Lazer. Em reunião de especialistas sobre o Sistema Nacional de Esporte e Lazer, realizada em Brasília, no mês de dezembro de 2007, e levando em conta as discussões realizadas na II Conferência Nacional de Esporte e Lazer, o documento final da reunião, que discutiu, entre outras coisas, qual a estrutura que compõe o Sistema Nacional de Esporte e Lazer, sua organização, agentes e competências, estabeleceu que os agentes que compõe a Estrutura Nacional do Esporte e Lazer podem ser de caráter público, privado e do terceiro setor, organizados entre: gestores do sistema, trabalhadores do sistema, agentes comunitários de esporte e lazer, e usuários do sistema.

Os gestores do sistema são os agentes responsáveis pela formulação e implementação de políticas públicas de esporte e lazer, em seu trabalho no Ministério do Esporte, Secretarias Estaduais e Municipais de Esporte e Lazer, Conselhos de Esporte e Lazer, Confederações, ONGs,

9

CRISTAN (2002), LINHALES (1998; 2001), LINHALES e PEREIRA FILHO (1999), MARCELLINO (2001), MASCARENHAS (2006), MEZZADRI (2000) e VERONEZ (2005).

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Escolas, entre outros. O foco das entrevistas neste trabalho estará nos gestores que tem responsabilidade na condução de políticas públicas, mas que de alguma forma se aproximam ou transitam no campo acadêmico. São eles:

Secretário Nacional de Esporte Educacional (Ministério do Esporte);

Diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia do Esporte (Ministério do Esporte); Coordenador das equipes colaboradoras do Programa Segundo Tempo (Ministério do

Esporte);

Diretor do setor Litoral da Universidade Federal do Paraná, responsável pela implantação do primeiro curso de graduação em Gestão Desportiva e de Lazer do Brasil; Um técnico esportivo da Paraná Esporte;

Secretário Municipal de Esporte e Recreação do município de Guarapuava – PR. Em relação às entrevistas, Gil (1999, p. 117) argumenta que,

Pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessem à investigação. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados mais utilizada no âmbito das ciências sociais.

De forma semelhante, May (2004, p. 145) entende que “os métodos para gerar e manter conversações com pessoas sobre um tópico específico ou um leque de tópicos e as interpretações que os pesquisadores fazem dos dados resultantes, constituem os fundamentos do ato de entrevistar e das entrevistas”.

Dentre os diferentes métodos de entrevista existente, optou-se pelas entrevistas semi-estruturadas. Segundo May (2004, p. 145) “entre os métodos estruturados e os focalizados existe um que utiliza técnicas de ambos. As perguntas são normalmente especificadas, mas o entrevistador está mais livre para ir além das respostas de uma maneira que pareceria prejudicial para as metas de padronização e comparabilidade.” Entende-se ser esta técnica a mais adequada à pesquisa, uma vez que pode-se estabelecer algumas perguntas a priori, que serão formuladas de acordo com a posição de cada agente no campo, porém deixando margem para que os mesmos complementem ou apresentem outras informações desconsideradas pelo pesquisador no momento da elaboração da entrevista:

O entrevistador, que pode buscar tanto o esclarecimento quanto a elaboração das respostas dadas, pode registrar informação qualitativa sobre o tópico em questão. Isso permite que ele tenha mais espaço para sondar além das respostas e, assim, estabelecer um diálogo com o entrevistado. (MAY, 2004, p. 145).

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Com relação à postura do entrevistador, buscará se conduzir a entrevista fazendo o uso constante do exercício da reflexividade, o que ajudará a controlar no campo os efeitos da estrutura social na qual a entrevista é feita, assim a interação entre entrevistador e entrevistado seria facilitada. Dentro dessa dinâmica de comunicação é necessário cuidar para que se reduza ao máximo a violência simbólica que por ventura possa ser exercida pelas perguntas formuladas e também no momento de transcrever as respostas (BOURDIEU, 2001).

As entrevistas serão gravadas através de um aparelho de gravação de voz portátil. Posteriormente, as entrevistas serão transcritas integralmente e disponibilizadas em apêndice ao final do trabalho. Para a incorporação na redação do texto final, porém, serão considerados apenas os trechos de maior relevância à discussão proposta. Os entrevistados assinarão um termo de consentimento à utilização das informações da entrevista, bem como a utilização de seus respectivos nomes na redação do trabalho. O anonimato não será garantido, uma vez que os entrevistados possuem cargos públicos, e suas identidades seriam facilmente levantadas.

As entrevistas buscarão, a partir dos diferentes níveis hierárquicos, compreender se a produção acadêmica acerca das políticas públicas de esporte e lazer tem sido incorporada pelos agentes que formulam e implementam estas políticas. O conjunto das entrevistas aos agentes gestores constituirá parte da base empírica de análise, que será utilizada como reforço de argumento aos dados levantados junto a produção científica e documentos acerca das políticas públicas de esporte e lazer.

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