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PLANILHA ELETRÔNICA COMO AUXÍLIO À SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE DURANTE O PERÍODO DA SECA

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Belo Horizonte, 24 a 27 de julho de 2011,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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PLANILHA ELETRÔNICA COMO AUXÍLIO À SUPLEMENTAÇÃO

DE BOVINOS DE CORTE DURANTE O PERÍODO DA SECA

Grupo de Pesquisa: Ciência, Pesquisa e Transferência de Tecnologia Resumo

Objetivou-se com este trabalho comparar e avaliar as alternativas de suplementação durante o período de seca usando o modelo BCSS (Benefício/Custo Suplementação na Seca). Os tipos de suplementação comparados foram: sal mineral com ureia, mistura múltipla (proteinado) e ração de semi-confinamento. Para que o usuário obtenha as informações desejadas sobre o tipo de suplementação, é necessário o preenchimento dos dados pertinentes ao lote na planilha “Dados de Entrada” (data inicial e final da suplementação, peso vivo inicial, ganho diário de peso, consumo diário de suplemento). A partir desses dados, é possível analisar o resultado técnico e econômico correspondente a cada suplementação. O resultado técnico permite avaliar o peso vivo final em quilogramas e arrobas, o ganho de peso total e o consumo diário (g/UA, % de PV e g/kg PV). O resultado econômico consiste dos custos, receita e lucro adicionais, relação benefício/custo e produção de equilíbrio. A avaliação realizada neste estudo demonstrou que a planilha é consistente como ferramenta auxiliar na decisão sobre o uso de suplementação, indicando que o risco econômico de se optar pela mistura múltipla é bastante baixo.

Palavras-Chave: benefício/custo, período de seca, planilha, suplementação

Electronic spreadsheet as a tool for decision of supplementation of beef cattle during the dry season

Abstract

The objective of this study was to compare and evaluate alternatives for supplementation during the dry season, using the BCSS (Benefit/Cost Dry Season Supplementation) spreadsheet. The supplementation alternatives compared were: mineral salt with urea, multiple mixture (low intake protein raion) and high intake ration (1% LW in DM). In order to acquire the desired information on the supplementation, the user has to input the data of the group of animals to receive the supplements in the spreadsheet “Dados de Entrada” (beginning and final day of supplementation, final live weight, average daily gain, daily supplement intake). Based on these data, it is possible to analyze the economic and technical result for each supplementation option. The economic result consists in additional costs, additional revenue, additional net income, benefit/cost ratio and production breakeven point. Technical result data allows the evaluation of final live weight in kilograms and “arrobas” (@), total live weight gain and supplement daily intake (g/Animal Unity (AU = 450 kg), % LW and g/kg LW). The model effectively helps the user to decide which supplementation is more suitable for his situation, in this study case indicating that economical risk of the multiple mixture is low.

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1. INTRODUÇÃO

A pecuária de corte nacional caracteriza-se pela produção quase que exclusiva em pastagens. Nestes sistemas, pode-se dividir a produção de carne em dois períodos: o período de primavera/verão, quando a alta produção forrageira resulta em elevado desempenho animal, e o período de outono/inverno, quando a produção limitada de pastagens retarda o crescimento animal ou provoca, até mesmo, perdas de peso (PRADO et al, 2006).

As alternativas de suplementação alimentar durante o período de seca são muito variáveis e dependentes de cada situação. As formas mais comuns de suplementação em pastagens são sal mineral com ureia, mistura múltipla (proteinado) e ração para semi-confinamento, em ordem crescente de desempenho biológico. Ao melhorar tal desempenho, essas alternativas reduzem as perdas ocorridas no período de baixa produção forrageira.

Independente da suplementação escolhida é importante realizar um planejamento dessa atividade, visando o controle e a gestão produtiva do sistema como um todo, pois o produtor sempre visa o lucro, pela redução de custos ou pela maior produção dos animais. Nesse sentido, qualquer que seja a suplementação escolhida, o produtor deve definir primeiramente quais são os objetivos e os recursos disponíveis.

Para auxiliar nessa tomada de decisão, é necessário que haja um estudo do custo de produção, pois este parâmetro fornece ao produtor indicativo quanto à escolha mais acertada para a sua situação, visando melhores resultados econômicos (REIS, 1999).

Visando subsidiar essa tomada de decisão, desenvolveu-se a planilha BCSS (Benefício/Custo Suplementação na Seca), baseada em um modelo que considera as características do lote a ser suplementado e os custos envolvidos com essa atividade.

Realizou-se o estudo de caso baseado em três lotes distintos, com o objetivo de descrever, comparar e avaliar o emprego do sal mineral com ureia, a mistura múltipla e da ração de semi-confinamento, com base na orçamentação parcial, tendo como referencia a suplementação com sal mineral com ureia e mistura múltipla.

2. REVISÃO DE LITERATURA

A gestão de custos é essencial para a manutenção das atividades e sucesso das operações. Realizar controle das atividades produtivas é primordial para que a empresa rural possa competir em igualdade de condições com os concorrentes.

O objetivo mais importante dos registros em uma empresa rural, sob o ponto de vista da administração, é a avaliação financeira e a determinação dos lucros e prejuízos durante um determinado período, fornecendo subsídios para diagnosticar a situação da empresa e realizar um planejamento eficaz (HOFFMANN et al, 1978).

A orçamentação parcial é um procedimento interessante, pois permite comparar alternativas levando em conta apenas aqueles itens diretamente associados às mudanças tecnológicas sob análise. Neste caso, os custos comuns a todas alternativas não são incluídos na análise. Detalhes sobre a orçamentação parcial podem ser vistos, entre outros, em Barnard & Nix (1994).

Ainda, é indispensável que o produtor tome decisões fundamentadas nos dados levantados, pois não há modelos corretos e incorretos, alguns são mais rigorosos e outros

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3 menos, porém, devem permitir que o produtor tome decisões gerenciais e operacionais com base nas informações de custos (NOGUEIRA, 2004).

Nesse sentido, é fundamental o uso de uma ferramenta baseada em um modelo econômico, pois, este permite a análise dos custos relacionados a cada alternativa de suplementação, auxiliando na tomada de decisão mais acertada para a realidade de cada propriedade. Assim, o uso do modelo BCSS permite que o produtor visualize se a opção escolhida é economicamente viável, e se o resultado técnico será satisfatório.

3. MATERIAL E MÉTODOS

O modelo BCSS (Benefício/Custo Suplementação na Seca) foi desenvolvido em Excel® (Microsoft Office), na Embrapa Gado de Corte.

As recomendações de suplementação, sugestões de desempenho animal, informações sobre rendimento de carcaça e custos de produção têm bom suporte na literatura (GOMES JR et al, 2002; KABEYA et al, 2002; OLIVEIRA et al, 2004; GOES et al, 2005; SIMÕES et al, 2006).

O BCSS possibilita a comparação de três tipos de suplementação:

• Sal Mineral com Ureia: alternativa de baixo custo e que permite a manutenção de peso dos animais no período seco, desde que haja boa disponibilidade de forragem, ainda que de baixa qualidade, como aquela de pastagens vedadas nas águas. O consumo recomendado é de 100 g/UA e o espaço linear de cocho de 5 cm/UA. • Mistura Múltipla: alternativa que possibilita, na mesma situação acima, expectativa

de ganho de peso em torno de 200 a 400 g/cab.dia. Implica em maior custo, mas, pela baixa quantidade do suplemento oferecido (1 a 2 g/kg PV), pode ser viável do ponto de vista técnico e econômico. O espaço linear de cocho é de 12 a 15 cm/UA.

• Ração de Semi-Confinamento: alternativa de maior risco econômico (alto consumo

de ração e ganho de peso mais incerto). O BCSS sugere desempenho entre 400-900 g/cab.dia para um consumo de 1,0 % PV em matéria seca. O espaço linear de cocho é de 50 cm/UA.

A pasta de trabalho possui uma planilha de “Dados de Entrada”, onde devem ser digitados os dados referentes ao lote que se deseja avaliar:

a) Número de animais; b) Peso vivo inicial (em kg);

c) Rendimento de carcaça: é recomendado utilizar valores do conhecimento local. Na literatura, são encontrados valores de 48 a 63% de rendimento de carcaça;

d) Preço de venda da arroba: ideal que seja baseado em valor que efetivamente será recebido, ou seja, preço no mercado futuro. Caso os animais não atinjam o peso de abate ao final do período de suplementação, é recomendado que os mesmos sejam

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4 vendidos como boi magro ou, destinados a um boitel, no qual, o produtor irá receber o valor referente às arrobas estocadas;

e) Período de suplementação: é informado com a entrada das datas inicial e final, sendo que se o período ultrapassar a época da seca para o Brasil Central, o usuário recebe uma informação de alerta;

f) Ganho diário de peso: o usuário deve informar o ganho esperado para cada suplementação e, se esse estiver fora da faixa sugerida, uma mensagem o alerta para o excesso de otimismo ou conservadorismo;

g) Custo do suplemento: o usuário informa este valor ou utiliza a formulação default do programa, que possui um otimizador para encontrar o suplemento de custo mínimo, com uso do Solver® (otimizador do Excel® que faz análises baseadas em programação linear e não linear);

h) Custos adicionais (mão de obra, cocho, mistura e distribuição): esses custos são calculados de acordo com a demanda exigida em cada suplementação, sendo que os custos referentes à mão de obra estão embutidos na distribuição;

i) Outros custos: são calculados como 10% dos custos adicionais, servindo como margem de segurança para gastos não previstos pelo modelo.

As análises são feitas tendo como base o princípio da orçamentação parcial, isto é, calculam-se benefícios e custos adicionais em relação à opção tomada como referência. No caso, tal referência é a alternativa do sal mineral com ureia, tendo sido calculadas receitas e custos adicionais da mistura múltipla e da ração de semi-confinamento.

Os indicadores de lucratividade utilizados no trabalho foram os seguintes:

A. Receita Bruta: foi obtida multiplicando-se a produção adicional pelo preço futuro;

B. Lucro: foi obtida através da diferença entre a receita bruta adicional e os custos adicionais totais; este indicador mede a lucratividade da atividade no curto prazo.

C. Benefício/Custo: consiste no retorno financeiro obtido em função dos gastos adicionais efetuados com a suplementação, ou seja, a cada real gasto, quantos reais retornam com o ganho adicional;

D. Ponto de Equilíbrio: consiste na produção de equilíbrio, ou seja, a quantidade mínima de produção adicional necessária para cobrir os custos adicionais devidos à suplementação.

Na presente avaliação, que exemplifica o uso da planilha BCSS, foram consideradas três situações, diferenciadas pelo peso vivo inicial (PVI), rendimento de carcaça (RC), período de suplementação e preço da arroba do boi gordo. Os valores dessas variáveis são

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5 mostrados na Tabela 1. O ganho diário de peso (GDP) referente a cada suplementação, para as situações simuladas, segue na Tabela 2.

Tabela 1 - Número de Animais, PVI (kg), RC (%), Período de Suplementação e R$/@ para as situações A, B e C.

Situação A Situação B Situação C

Número de animais 100 100 100

PVI (kg) 380 400 390

RC % 50 53 55

Período de suplementação 01/04 a 30/09 01/06 a 05/08 01/05 a 15/08

R$/@ 100,00 105,00 105,00

Tabela 2 - GDP (kg) referente ao sal mineral com ureia, mistura múltipla e ração de semi-confinamento, para as situações A, B e C.

GDP (kg)

Situação A Situação B Situação C

Sal mineral com ureia 0 0 0

Mistura Múltipla 0,400 0,250 0,100

Ração de semi-confinamento 0,700 0,850 0,400

As análises são feitas tendo como base o princípio da orçamentação parcial, isto é, calculam-se benefícios e custos adicionais em relação à opção tomada como referência. Dessa forma, os resultados apresentados se referem a alternativa sal mineral com ureia como referência e, a mistura múltipla e a ração de semi-confinamento como tratamentos com ganho adicional.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os custos totais e adicionais esperados em cada suplementação e situação, tendo como base de comparação o sal mineral com ureia e a mistura múltipla, se encontram na Tabela 3.

O custo da tonelada por suplemento foi o seguinte: sal mineral com ureia, R$ 1.205,80; mistura múltipla, R$ 453,87; ração de semi-confinamento, R$ 353,10. As formulações foram realizadas pelo otimizador, baseadas no custo mínimo da matéria-seca. O custo dos ingredientes corresponde à cotação de março de 2011.

Os custos referentes aos cochos correspondem à depreciação, tendo sido considerados cinco anos de vida útil. Definiu-se um cocho específico para cada suplementação, sobretudo em virtude do espaço linear por animal exigido e características específicas de cada suplementação, como por exemplo cocho em declive para o sal mineral com ureia. Dessa forma, o tamanho e o custo de cada cocho foram: sal mineral com ureia, 150 cm de comprimento, R$ 58,00; mistura múltipla, 200 cm de comprimento, R$ 70,00; ração de semi-confinamento, 300 cm de comprimento, R$ 85,00.

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6 Para processar a mistura, consideraram-se os seguintes coeficientes: na situação A são necessárias três batidas para o sal mineral com ureia, 23 batidas para a mistura múltipla e 186 batidas para a ração de semi-confinamento; na situação B são necessárias duas batidas para o sal mineral com ureia, oito batidas para a mistura múltipla e 60 batidas para a ração de semi-confinamento; na situação C são necessárias duas batidas para o sal mineral com ureia, 14 para a mistura múltipla e 97 para a ração de semi-confinamento. A mistura sai ao custo de R$ 5,00 por batida.

Os custos referentes à mão de obra estão embutidos nos custos de distribuição, pois o funcionário não necessitaria dispor de uma diária para a execução da atividade. Dessa forma, foi considerado que seria necessária uma hora a cada vez que é feita a distribuição, ao custo de R$ 3,75/h. Para o sal mineral com ureia, foi estimada uma distribuição por semana; para a mistura múltipla foram estimadas três distribuições por semana e, para a ração de semi-confinamento, sete distribuições por semana. Considerou-se que a distância do cocho seria de 2 km, ao custo de R$ 0,27/km.

Tabela 3 – Custos Totais e Adicionais: suplemento, cocho, mistura, distribuição e outros custos, referentes a cada suplementação e situação.

Custos (R$)

Sal Mineral com Ureia Mistura Múltipla Ração de Semi-Confinamento Suplemento 1.564,90 5.159,49 32.884,33 Cocho 46,40 112,00 289,00 Mistura 5,00 115,00 925,00 Distribuição 14,04 334,62 780,78 Outros custos 6,54 56,16 199,48 Total de Custos (R$) 1.636,88 5.777,27 35.078,59 Custo Adicional (R$) em relação ao Sal Mineral com Ureia

0,00 4.140,39 33.441,71 Custo Adicional (R$) em relação à Mistura Múltipla 4.140,39 0,00 29.301,32 Situação B Custos (R$)

Sal Mineral com Ureia Mistura Múltipla Ração de Semi-Confinamento Suplemento 619,27 1.806,06 10.537,33 Cocho 46,40 112,00 289,00 Mistura 5,00 40,00 300,00 Distribuição 5,01 119,51 278,85 Outros custos 5,64 27,15 86,79 Total de Custos (R$) 681,32 2.104,72 11.491,97

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Custo Adicional (R$) em relação ao Sal Mineral com Ureia

0,00 1.423,40 10.810,65 Custo Adicional (R$) em relação à Mistura Múltipla 1.423,40 0,00 9.387,25 Situação C Custos (R$)

Sal Mineral com Ureia Mistura Múltipla Ração de Semi-Confinamento Suplemento 1.009,89 2.989,16 17.170,38 Cocho 46,40 112,00 289,00 Mistura 5,00 70,00 485,00 Distribuição 8,56 204,08 476,19 Outros custos 6,00 38,61 125,02 Total de Custos (R$) 1.075,85 3.413,85 18.545,59 Custo Adicional (R$) em relação ao Sal Mineral com Ureia

0,00 2.338,00 17.469,74

Custo Adicional (R$) em relação à Mistura Múltipla

2.338,00 0,00 15.131,74

Nos resultados econômicos, expostos na Tabela 4, o resultado mais importante é a relação benefício/custo, pois permite avaliar o retorno financeiro esperado no investimento.

Na situação A, a suplementação que apresenta melhor relação benefício/custo é a mistura múltipla, pois, apesar do longo período de suplementação (182 dias), os animais não chegariam a um peso de abate; dessa forma, o produtor poderia vender os animais, ou como boi magro ou, negociá-los em um boitel, neste especificamente, receberia pelas arrobas estocadas. Nesta situação, a cada real investido tem-se um retorno de R$ 4,20, ou seja, uma margem esperada de R$ 3,20. Sob este aspecto, seria mais interessante optar pela suplementação com mistura múltipla devido ao menor risco econômico e também menor necessidade de desembolso.

Na situação B, recebendo a ração de semi-confinamento, os animais atingiriam o peso de abate aos 65 dias, sendo esta a opção mais viável, pois apesar do maior risco econômico, os animais estariam acabados, sendo interessante para a venda no mercado futuro, apesar da margem obtida ser bem menor, em torno de R$ 0,78 para cada real gasto.

Na situação C, devido ao ganho diário de peso da mistura múltipla ser baixo (em torno de 100 g/cab.dia), a opção mais viável economicamente é o sal mineral com ureia,

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8 pois a diferença de ganho de peso em relação a mistura múltipla (85,3 g/cab.dia) não compensaria o investimento, e para este ganho estimado, seria uma opção de risco.

Tabela 4 – Resultado econômico: Receita Bruta (R$), Lucro (R$), Benefício/Custo (R$) e Ponto de Equilíbrio (g), referente a cada suplementação e sitação.

Situação A

Sal Mineral com Ureia Mistura Múltipla Ração de Semi-Confinamento Receita Bruta (R$) 24.266,67 42.466,67 Lucro (R$) 18.489,39 7.388,08 Benefício/Custo (R$) 4,20 1,21 Ponto de Equilíbrio (g) 14,50 95,23 578,22 Situação B

Sal Mineral com Ureia Mistura Múltipla Ração de Semi-Confinamento Receita Bruta (R$) 6.028,75 20.497,25 Lucro (R$) 3.924,03 9.005,79 Benefício/Custo (R$) 2,86 1,78 Ponto de Equilíbrio (g) 15,90 87,28 476,55 Situação C

Sal Mineral com Ureia Mistura Múltipla Ração de Semi-Confinamento Receita Bruta (R$) 4.273,50 17.094,00 Lucro (R$) 859,65 -1.451,59 Benefício/Custo (R$) 1,25 0,92 Ponto de Equilíbrio (g) 14,70 79,88 433,97

Quanto ao ponto de equilíbrio, é importante destacar a ração de semi-confinamento em ambas as situações, pois, esta análise confirma a hipótese de ser um investimento de alto risco. Para cobrir os custos esperados com a suplementação, o ganho de peso mínimo esperado é muito baixo. Tal afirmação é comprovada na situação C, pois, o ganho diário de peso esperado foi de 400 g/cab.dia e na simulação, o ponto de equilíbrio foi de 433,97 g/cab.dia, ou seja, nesta situação a ração de semi-confinamento levaria a prejuízo da ordem de R$ 1.451,59 ou R$ 0,14 por animal/dia.

Na Tabela 5, encontram-se os dados referentes à receita e o lucro adicional pertinente a casa suplementação. Foi comparada a mistura múltipla e ração de semi-confinamento com a referencia sal mineral com ureia e, a ração de semi-confinamento, com a mistura múltipla como referencia.

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9 Tabela 5 – Resultado econômico: Receita Bruta Adicional (R$) e Lucro (R$) Adicional,

referente à suplementação adicional em cada situação.

Situação A

Sal Mineral com Ureia Mistura Múltipla

Mistura Múltipla Ração de Semi-Confinamento Ração de Semi-Confinamento Receita Bruta Adicional (R$) 24.266,67 42.466,67 18.200,00 Lucro Adicional (R$) 18.489,39 7.388,08 -11.101,31 Situação B

Sal Mineral com Ureia Mistura Múltipla

Mistura Múltipla Ração de Semi-Confinamento Ração de Semi-Confinamento Receita Bruta Adicional (R$) 6.028,75 20.497,25 14.468,50 Lucro Adicional (R$) 3.924,03 9.005,79 5.081,76 Situação C

Sal Mineral com Ureia Mistura Múltipla

Mistura Múltipla Ração de Semi-Confinamento Ração de Semi-Confinamento Receita Bruta Adicional (R$) 4.273,50 17.094,00 12.820,50 Lucro Adicional (R$) 859,65 -1.451,59 -591,94

Quanto aos resultados técnicos (Tabela 5), os animais suplementados com sal mineral com ureia e com a mistura múltipla não chegariam ao final do período de suplementação com peso de abate. Dessa forma, considerou-se que o lote seria comercializado a um boitel, com o produtor recebendo pelas arrobas estocadas ao preço de venda no mercado futuro.

Tabela 6 – Resultado técnico: Peso vivo final em @l e consumo diário (kg), referente a cada suplemento e situação.

Peso Vivo Final em @l Consumo Diário (kg)

Sal Mineral com Ureia - A 12,67 0,084

Sal Mineral com Ureia - B 14,13 0,089

Sal Mineral com Ureia - C 14,30 0,086

Mistura Múltipla – A 15,09 0,625

Mistura Múltipla – B 14,71 0,612

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Ração de Semi-Confinamento - A 16,91 5,070

Ração de Semi-Confinamento - B 16,09 4,550

Ração de Semi-Confinamento - C 15,93 4,340

A análise estatística feita na comparação do ganho diário de peso vs. o ponto de equilíbrio foi a de regressão. No sal mineral com ureia, o erro-padrão foi de 0,75 mg/cab.dia; na mistura múltipla, o erro-padrão foi de 0,22 mg/cab.dia; na ração de semi-confinamento, o erro-padrão foi de 92,89 g/cab.dia. Tal análise confirma o risco de investimento de cada suplementação, lembrando que a tomada de decisão deve ser baseada de acordo com cada situação, pois, não existe receita de bolo quanto à nutrição animal e planejamento agropecuário, o que existe é o controle gerencial, gestão de custos, nutrição balanceada e planejamento da atividade.

5. CONCLUSÕES

O modelo desenvolvido apresenta-se como uma ferramenta útil para comparar as três alternativas de suplementação abordadas no caso. Foi possível identificar que, para cada situação específica, há uma opção mais adequada de acordo com o risco econômico e desempenho animal. Dessa forma, é viável a utilização desta ferramenta no auxilio da tomada de decisão.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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