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Proposta de Reforma do PIS/COFINS é ameaça às empresas e empregos

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Academic year: 2021

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Proposta de Reforma do PIS/COFINS é

ameaça às empresas e empregos

Uma ameaça ao país

Em um contexto em que o desemprego ultrapassa a taxa de 12% e atinge mais de 13 milhões de brasileiros, é preciso que o Governo adote medidas em linha com a ideia divulgada pelo presidente da República, Michel Temer, de que o EMPREGO é um tema prioritário para o país. Diante disso, é importante que o Governo reveja seus sinais indicando que a proposta de Reforma do Programa de Integração Social – PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS será enviada ao Congresso. A proposta é uma “espada” sobre setores e empresas que geram mais de 20 milhões de empregos.

Caso as mudanças anunciadas (que serão explicadas nesse documento) sejam aprovadas, observa-se que o universo de empresas a serem beneficiadas é inferior a 3% do número total, enquanto as demais têm potencial de serem prejudicadas pela medida. Muitas sofreriam uma elevação abrupta e insuportável da carga tributária, com consequências desastrosas. Tudo isso em um contexto em que as empresas estão muito fragilizadas pela fortíssima crise econômica da qual busca sair.

O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) estima que, caso aprovada, a Reforma do PIS/COFINS implicaria na eliminação de cerca de 2 MILHÕES postos de trabalho. Importante frisar que os eventuais benefícios que se teria com a Reforma são pouco significativos, face aos prejuízos do conjunto das empresas.

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Como funciona o PIS/COFINS

A tributação do PIS/COFINS se diferencia em função de setores e do porte das empresas. Via de regra, as empresas estão divididas em dois regimes:

REGIME CUMULATIVO – Nesse regime, a empresa paga uma alíquota total de 3,65% sobre sua receita bruta (0,65% PIS e 3% COFINS).

Ele abrange:

 Diversos setores muito intensivos em mão de obra, como por exemplo: Educação, Saúde, Segurança Privada, Comunicação Social, Informática, Teleatendimento, Telecomunicações, Hotelaria, Construção Civil, Construção Pesada, entre outros.  Todas as empresas optantes do “Lucro Presumido”, de praticamente qualquer setor.  Todas as empresas do SIMPLES, cujas alíquotas são fixas e mais baixas que 3,65%.

REGIME NÃO CUMULATIVO – Nesse regime a empresa paga uma alíquota de 9,25% (1,65% PIS e 7,6% COFINS) sobre sua receita bruta. Porém, para calcular a alíquota real a ser paga, ela pode compensar grande parte do que há de PIS/COFINS já pago nos produtos e serviços que adquiriu, gerando, em muitos casos, uma alíquota final próxima da aplicada no outro regime, ou seja, algo em torno de 3 a 4%.

ALÍQUOTA EFETIVA DEPENDE DE CRÉDITOS OBTIDOS NA AQUISIÇÃO DE PRODUTOS E SERVIÇOS NA CADEIA PRODUTIVA

 Abrange as empresas que praticam Lucro Real (em geral, grandes empresas) de setores como indústria, comércio e outros.

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A proposta de Reforma e seu impacto direto

A proposta de reforma do PIS/COFINS tem três eixos principais, que desorganizam diretamente a estrutura de custos de milhões de empresas:

1. Migração de Setores do Regime Cumulativo e de empresas do Lucro Presumido para o regime NÃO CUMULATIVO

o Os setores intensivos em mão de obra do atual regime CUMULATIVO sofreriam um brutal aumento de carga tributária, pois são setores que tem, poucos créditos de PIS/COFINS para compensar, visto que seu principal custo é a folha de pessoal, que chega a 65% dos custos em alguns casos, que não gera créditos para compensação desses tributos. Assim, considerando a alíquota atual de 9,25% do regime “não cumulativo”, a alíquota do regime “Cumulativo” de 3,65% poderá subir para 7%, 8% ou até mais que 9% na mudança para o regime “Não-Cumulativo”. Isso significa um aumento de carga tributária de até 5% da Receita Bruta, que é maior do que a margem de lucro de empresas em muitos setores.

o No caso de médias empresas de qualquer setor, que optaram pelo Lucro Presumido com faturamento entre de R$3,6 milhões e R$72milhões, a mudança seria a mesma. O impacto seria maior para as empresas de setores mais intensivos em mão de obra, a exemplo de toda a parte de serviços de advocacia, contabilidade, consultoria, administração, mas também bastante impactante em setores como publicidade, transportes, asseio e conservação, trabalho temporário, entre outros. o Além do aumento da carga tributária, essa mudança de regime significaria migrar

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2. Compensação pelo Crédito Financeiro

o A proposta que traz melhorias para algumas empresas é a adoção do Crédito Financeiro, no qual o PIS/COFINS pago em qualquer produto ou serviço adquirido poderá ser compensado, ao contrário do modelo de Crédito Físico, que se pratica hoje e gera muitos

litígios, por incertezas na definição do que são “insumos”. Esse é o ponto principal de defesa da proposta. Entretanto, o regime de pagamento de uma alíquota fixa das empresas no regime Cumulativo é bem mais simples.

3. Fim dos créditos FÍCTOS

o O sistema atual do PIS/COFINS permite que empresas do regime não cumulativo, que comprem de Microempresas e empresas de pequeno porte do SIMPLES ou Lucro Presumido, possam efetuar a compensação considerando um crédito de 9,25% do valor da nota, quando na realidade o crédito correspondente ao valor pago efetivamente seria de 3,65% ou menos. Ou seja, OO CRÉDITO FICTO foi um instrumento para estimular a compra de produtos e serviços de fornecedores menores, o qual será extinto na atual proposta apresentada pelo governo.

o O fim do crédito ficto geraria uma perda de competitividade de todas as empresas micro e pequenas que vendem produtos ou prestam serviços às empresas do regime Não Cumulativo.

A quem interessa

A Reforma do PIS/COFINS interessa basicamente:

 À Secretaria da Receita Federal (SRF), ao reduzir o litígio sobre a compensação de alguns créditos. Importante ressaltar que parte expressiva dos conflitos derivam das interpretações “forçadas” da SRF no sentido de restringir ao máximo os créditos a serem compensados, visando arrecadar um pouco mais.

 Às grandes empresas de Lucro Real de alguns setores do regime Não Cumulativo, especialmente à grande indústria com cadeias produtivas mais longas. Com a mudança, ela poderia ter uma pequena redução na sua alíquota final, ao tempo em que teria menos dificuldades com o atual modelo de crédito físico.

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Não há dúvidas que o modelo atual gera problemas para um grupo delimitado de empresas, mas não há bom senso em querer ampliar esse problema para as demais empresas.

A elevada tributação no setor de Serviços

Não é incomum afirmações de que o setor de Serviços é menos tributado que outros, mas essa informação é bastante questionável.

No caso do PIS/COFINS, por exemplo, a Indústria paga em média 3,37% de PIS/COFINS, pois apesar da alíquota base mais alta (9,25%), após as compensações, o valor reduz bastante. O comércio atacadista fica em 3,65% (o mesmo que os serviços) e o comércio varejista 4,16%. Esses dados são de estudo do IBPT e da FENACON. Apenas alguns Serviços, equivocadamente enquadrados no passado como Não Cumulativos, a exemplo dos segmentos de Asseio e Conservação e de Trabalho Temporário que pagam alíquotas finais bem mais altas.

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Ainda para entender a tributação do setor, é preciso observar que a maioria dos segmentos de Serviços, a exemplo da Educação Privada, tem 60% de seus custos com recursos humanos. Como a tributação é de mais de 25% da folha, é razoável afirmar que esses setores chegam a gastar o equivalente a até 10% de seu faturamento com esses impostos. No caso da indústria, por exemplo, esse valor dificilmente passa de 4%.

Melhorias na proposta

Em dezembro de 2015, o Secretário da Receita Federal apresentou nova proposta, no sentido de abandonar a alíquota única de 9,25% para todos os setores e afirmou que seriam criadas uma alíquota intermediária e uma alíquota reduzida, para setores específicos, visando “evitar aumentos abruptos de tributação”.

Entretanto, como não divulgou quais seriam as alíquotas, logicamente gerou desconfiança entre os setores em relação à proposta. Outro problema foi não apresentar qualquer solução para as empresas de lucro presumido de todos os setores, que também serão drasticamente afetadas.

Até agora, não há nova proposta divulgada nem para debate. Consequências para a população

As consequências para a população desse aumento da carga tributária de setores serão:  Aumento do desemprego;

 Elevação dos preços das mensalidades escolares, do plano de saúde, da conta de celular e internet, do custo da casa própria, de transportes e todo os serviços em geral;  Aumento da inflação;

 Aumento da insegurança;

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Profissões que serão muito afetadas

Das mais graduadas, às mais simples, a Reforma significará perdas de empregos e aperto nos salários de:  Professores;  Vigilantes;  Médicos;  Enfermeiros;  Advogados;

 Atendentes de call center;

 Jornalistas;  Trabalhadores temporários;  Engenheiros;  Serventes de obras;  Pedreiros;  Publicitários;  Faxineiros;  Porteiros;  Contabilistas;  Técnicos de instalação;  Técnicos de informática;  E muitos outros!!!

Prejuízo aos cofres públicos e à população

Do ponto de vista fiscal a Reforma mostra-se um grande equívoco, pois reforça o modelo de um Estado inchado e ineficiente, que a sociedade não aceita mais.

Pegando o exemplo da Educação Privada: devido à crise e o elevado custos suportados pelas escolas privadas, o setor perdeu um milhão de alunos em 2015, que foram para o setor público. Além da insatisfação dos pais e alunos e aumento dos gastos governamentais, houve perda de arrecadação pela redução do faturamento das escolas e universidades e pela redução de impostos (INSS, IRPF e outros) com o desemprego de professores (seguro desemprego). Com a proposta de reforma do PIS/COFINS, esse fenômeno se agrava. Estima-se que o aumento de impostos provocaria um aumento de 6,17% nas mensalidades escolares. Dada a elasticidade preço-demanda, isso levaria a queda de 13% nas matrículas, segundo o SEMESP. Para a manutenção das condições atuais, seria necessário reduzir em 26% o custo da folha, o que passaria por demissões e menores salários. Ou seja, menos receitas e mais gastos.

Fenômeno parecido se repetiria com a Saúde, que já perdeu 1,8 milhões de planos desde 2015. O aumento de impostos impactará no custo dos serviços de Saúde. No caso da Segurança Privada, haveria aumento de custos diretamente para o próprio Estado, que contrata um terço da mão de obra desse segmento, e aumento da informalidade, com perda de arrecadação e demandando mais recursos para combater a elevação da insegurança pública.

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Ademais, há serviços como Construção Pesada, informática, teleatendimento, entre outros, que também são contratados pelo Estado e que as mudanças onerariam os custos públicos e a população.

Congelando investimentos

Não há espaço para mais impostos sobre as empresas no Brasil. Segundo o IBPT, de cada R$1,00 distribuído em lucros aos empreendedores em 2013, o Governo recebeu R$4,54 de impostos. Não dá para sufocar mais os investidores. Pelo contrário, é preciso sinais claros de que a Reforma do PIS/COFINS não é pertinente, permitindo que os setores intensivos de mão de obra formal possam destravar, com confiança, seus planos de investimentos. Por outro lado, a Reforma do PIS/COFINS não representaria um ganho tão significativo para o ambiente de negócios, nem seria fator de decisão para investimentos.

Mobilização contra o aumento do PIS/COFINS

Há cerca de um ano e meio a equipe da ex-presidente Dilma anunciou a Reforma do PIS/COFINS. Desde então os setores impactados foram se unindo para mostrar que a proposta não é pertinente. Os setores estão atentos. Mesmo muito dispostos a apoiar o novo Governo, que projeta a esperança de um futuro melhor para o país, é inadequado achar que os setores aceitam uma proposta dessa natureza. Além de desastroso em relação ao emprego, um aumento de impostos de apenas 1% do faturamento já seria muito indigesto para importantes segmentos econômicos.

 Realização de 6 EVENTOS COM COBERTURA.

25/08/15 – ACSP

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23/09/15 – Câmara dos Deputados

Entrega de Manifesto

23/11 - FECOMÉRCIO/PR

1º Evento Mobilização

08/12 – CNC - FECOMÉRCIO/DF

2º Evento (com presença da RFB)

04/07/16 – ACRio

Seminário contra aumento de

impostos e Reforma do PIS/COFINS

06/12/16 – Câmara dos Deputados

Reunião de lideranças com o

presidente Rodrigo Maia, que

declarou que não votará propostas

que gerem aumento de impostos

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Seminário sobre impactos da

Reforma do PIS/COFINS sobre os

setores de Serviços

Empresários criticam proposta de

reforma do PIS/COFINS

(JN 08/12/16)

Em Resumo – Reforma inoportuna

O Governo Temer tem uma agenda de reformas grandes e difíceis, porém positivas, para enfrentar. Certamente, contará com o apoio de importantes segmentos da sociedade. Porém, é fundamental fazer as escolhas corretas e afastar ameaças ao ambiente de negócios do país.

A proposta de Reforma do PIS/COFINS mostra-se absolutamente inoportuna para o momento, criando um grande problema para muitos, sobre o pretexto de resolver uma dificuldade localizada em poucos. O país não pode errar. Não há espaço para mais impostos e não se pode, especialmente nesse momento, colocar milhões de empregos em risco.

Referências

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