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Especiais Diversos Charles Darwin e a árvore da vida

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Academic year: 2021

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APRESENTAÇÃO

O documentário faz uma síntese da teoria evolutiva de Charles Darwin, que se tornou núcleo central de toda a Biologia. Nesta atividade, são propostos dois exercícios de classificação, com objetos e com sete espécies de drosófilas. A atividade proposta favorece a compreensão de conceitos básicos de genética, como cromossomos, cariótipos e mutações, bem como sobre os sistemas de

TÍTULO DO PROGRAMA

Especiais Diversos

Charles Darwin e a árvore da vida

SINOPSE DO PROGRAMA

Há cerca de cento e cinquenta anos, quando o mundo estava relativamente confortável com as concepções criacionistas da Terra, Charles Darwin usou a imagem de uma árvore que se distribui em galhos e ramos para explicar a diversidade de vida no planeta e sua Teoria da Evolução. Ele sacudiu o mundo e, a partir dali, a vida de todos os seres ganhou mais do que uma explicação, ganhou importância.

Professoras de Biologia e Filosofia usam esse interessante documentário em um projeto que trabalha a classificação dos seres vivos, as mutações e as responsabilidades e escolhas dos seres humanos.

PROFESSORES

Maria Elice Brzezinski Prestes - Biologia Dalva Costa - Filosofia

TÍTULO DO PROJETO

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classificação dos seres vivos. A Teoria da Evolução das Espécies nos leva a fazer reflexões sobre como os seres vivos são resultados de processos seletivos. Por que então não fazer uma relação com o filósofo Jean-Paul Sartre, que atribui ao ser humano a responsabilidade moral com o planeta e com o outro? Este encontro, Filosofia e Biologia, é fruto de uma escolha, ou seja, é um recorte da realidade que vivenciamos no que diz respeito à nossa influência na dinâmica de mecanismos naturais.

 UM OLHAR PARA O DOCUMENTÁRIO A PARTIR DA BIOLOGIA

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Um dos temas centrais do documentário é a questão da diversidade biológica, que vem sendo estudada desde a Antiguidade, como se pode ver na obra biológica de Aristóteles. O estudo sobre a variedade dos seres vivos foi revigorado a partir do Renascimento devido ao aporte de novas espécies do Novo Mundo e do Oriente. Nesse momento, foram desenvolvidos diferentes sistemas de classificação dos organismos. No século XIX, Darwin introduziu a dimensão temporal, que permite reconhecer os seres vivos como descendentes de um ancestral comum. De acordo com a teoria evolutiva, nos últimos 3 a 4 bilhões de anos, foram selecionados os mecanismos adaptativos relacionados às características que favorecem a sobrevivência e a reprodução dos organismos. Algumas dessas características são encontradas apenas em certos grupos de organismos, enquanto outras são compartilhadas por quase todos os seres vivos, refletindo a unidade da vida.

Para explorar o modo pelo qual os cientistas lidam com a diversidade biológica em termos filogenéticos, serão apresentados aos alunos dois exercícios de classificação, conforme proposta de Lyria Mori, Cris Miyaki, Cris Arias e Eliana Dessen, publicada em artigo da revista Genética na Escola. A atividade será resumida nesta ficha, mas recomenda-se a leitura do artigo original, disponível

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em:

<http://www.geneticanaescola.com.br/Ano5vol1. html>.

O primeiro exercício propõe a classificação de objetos; o segundo, a classificação de uma espécie, a drosófila. No primeiro exercício o aluno cria e discute os critérios para formar grupos de objetos; no segundo, o aluno conhece um caso real de classificação de organismos de acordo com características morfológicas, distribuição geográfica e marcadores genéticos. Os dois exercícios serão feitos com a classe dividida em equipes de até cinco alunos.

Exercício 1. Classificando objetos

Cada equipe de alunos recebe um saquinho contendo um conjunto de objetos e uma cartela com as instruções para a atividade. Os alunos devem analisar os objetos com o objetivo de selecionar um critério (cor, tamanho, forma etc.) e adotá-lo para reunir os objetos em diferentes grupos. Em seguida, cada equipe socializa com a classe o critério adotado para os agrupamentos formados, enquanto o professor relaciona esses critérios na lousa, comparando-os entre si.

As equipes formarão subagrupamentos, utilizando um novo critério. O professor promove novamente a socialização do que foi obtido em cada equipe, comparando os critérios adotados.

A comparação entre os critérios obtidos pode ser feita pelo professor, mediante questões como:

 Qual a base do critério de agrupamento adotado pelo grupo? Material

 Sete saquinhos contendo um conjunto de objetos;

 Uma cartela com as instruções para a atividade.

Etapas

 Fornecer um saquinho de objetos para cada equipe de alunos,

acompanhado das instruções para a atividade;

 Os alunos fazem o agrupamento dos objetos;

 Socialização dos agrupamentos obtidos e discussão dos critérios com base em roteiro para o

professor levantar questões para os alunos (com respostas incluídas).

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(Cor, tamanho, forma, etc.)

 São possíveis novos critérios, além dos propostos pelas equipes?

(O limite dos critérios é imposto pelas características que possibilitam distinguir um objeto de outro.)

 Existe um critério melhor ou único que poderia ser adotado por todas as equipes?

(A escolha do melhor critério depende da definição dos objetivos pretendidos.)

 Qual o número mínimo de objetos em um desses subgrupos?

(É preciso ter no mínimo um objeto.)

 E os cientistas, como agrupam os organismos vivos? Qual ou quais critérios eles adotam?

(Os cientistas usam métodos comparativos para identificar as semelhanças entre os organismos. Essas semelhanças podem ser estabelecidas em nível do organismo ou em nível molecular e podem descrever relações evolutivas, fisiológicas, citogenéticas, bioquímicas, morfológicas, etc. O que torna alguns critérios aceitos por um maior número de pesquisadores.)

Exercício 2. Classificando drosófilas

Neste exercício serão simulados problemas enfrentados pelos pesquisadores para agrupar sete espécies de drosófilas – pequenas moscas que

Material

 Sete envelopes identificados por letras de A a G;

 Na frente de cada envelope compor o desenho de uma drosófila e a sua distribuição geográfica;

 Dentro de cada envelope há o cariótipo da espécie, o cromossomo politênico com cores diferentes representando segmentos

específicos.

Etapas

 Fornecer seis envelopes de B a G para cada equipe de alunos, acompanhados das instruções para a atividade;

 Os alunos fazem o agrupamento das drosófilas, com base na morfologia externa e distribuição geográfica;

 Socialização desse primeiro agrupamento obtido e discussão dos critérios;

 Os alunos abrem os envelopes para incorporar as características moleculares;

 Socialização desse segundo agrupamento e discussão dos critérios;

 Os alunos recebem o envelope A com uma drosófila nova;

 Socialização desse terceiro agrupamento e discussão dos critérios com base em roteiro para o professor levantar questões aos alunos (com respostas incluídas).

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rodeiam as frutas muito maduras ou que estão apodrecendo.

Esta atividade foi baseada em sete espécies de drosofilídeos neotropicais do gênero Drosophila, pertencentes ao grupo repleta. Os drosofilídeos neotropicais começaram a ser estudados em 1830, e já foram descritas mais de 690 espécies (quase 700 espécies). Nessa atividade, as sete espécies serão apresentadas com base em similaridades de:

Morfologia externa: no caso das drosófilas, podem ser comparadas

características como: cor dos olhos, cor do corpo, distribuição das manchas escuras no corpo, distribuição das cerdas, tamanho do corpo, etc.

Cariótipo: conjunto de cromossomos de uma espécie encontrado em uma célula somática de um organismo. Caracterizam-se por número, forma e tamanho dos cromossomos, em geral constante nos indivíduos de uma mesma espécie. As características numéricas e morfológicas dos cromossomos podem fornecer informações sobre o grau de parentesco entre os organismos.

Inversão cromossômica: é uma mutação ocasionada por rearranjo estrutural dos cromossomos, resultante de duas quebras no mesmo cromossomo, seguidas de fusão das extremidades do segmento em orientação invertida (isto é, com rotação de 180º do segmento entre as quebras). Em Drosophila os padrões de faixas de cromossomos excepcionalmente grandes, chamados politênicos, permitem a identificação das sequências específicas do material genético, tornando possível distinguir a presença de uma inversão. Com relação ao parentesco entre as espécies, assume-se que: 1) a inversão deve ter ocorrido e se fixado uma única vez na história daquele organismo; 2) os organismos que possuem a mesma inversão devem ser mais semelhantes entre si do que aqueles que não a possuem.

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Distribuição geográfica: área de ocorrência da espécie. Quando se fala em distribuição geográfica de uma determinada espécie, é preciso saber que ela pode ser uma consequência das coletas feitas em determinadas regiões e não em outras.

São fornecidos para cada equipe de alunos seis envelopes identificados pelas letras B, C, D, E, F, G, que representam as drosófilas a serem agrupadas. Também é fornecida a cada equipe a cartela com as instruções para a atividade. Sem abrir os envelopes, as equipes devem agrupá-los conforme o critério escolhido da morfologia externa da drosófila (cor, distribuição das cerdas, distribuição das pintas escuras, cor dos olhos) ou da distribuição geográfica. Terminado o primeiro agrupamento, os alunos devem abrir os envelopes para analisar dados de nível molecular, os seus cariótipos e cromossomos politênicos. Os alunos devem avaliar como incluir esses novos dados nos agrupamentos já existentes ou como criar novos agrupamentos.

Finalizada essa etapa, o professor promove a socialização dos critérios utilizados em cada equipe e a discussão sobre os diferentes agrupamentos formados. Novamente é importante ressaltar a subjetividade da análise de cada característica, assim como da definição dos critérios.

A última etapa consiste na introdução de uma espécie nova. Nesse momento, devem ser distribuídos para cada equipe os envelopes. Os alunos devem encontrar um modo de colocar essa nova drosófila em um dos agrupamentos formados anteriormente ou verificar se há necessidade de reagrupar tudo.

Novamente o professor deve socializar os resultados de cada equipe. Nesta discussão final, o professor pode se pautar pelas seguintes questões:

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 O que representa cada um dos envelopes com as letras de A a G?

(Representa uma espécie de drosófila que tem a sua morfologia externa ilustrada na frente do envelope; simbolicamente, abrir o envelope representa investigar a drosófila internamente, em nível molecular, para exame do cariótipo e inversões cromossômicas.)

 Quais foram os critérios utilizados para agrupar as drosófilas dos envelopes B, C, D, E, F, G?

(Cada grupo fez as suas escolhas de características e critérios, produzindo diferentes agrupamentos. É importante discutir a subjetividade dessas escolhas.)

 Há outras possibilidades de agrupamentos? Comparar os critérios adotados e os agrupamentos obtidos pelas equipes.

(É possível que nem todas as características e critérios tenham sido usados pelas equipes. A equipe que agrupou as drosófilas pela cor dos olhos, por exemplo, pode ter formado um grupo diferente do da equipe que se baseou na cor do corpo.)

 O agrupamento feito com base nos cariótipos e inversão cromossômica modificou aquele feito com base na morfologia externa e distribuição geográfica?

(As novas características estudadas podem: a) ajudar a reforçar alguns dos agrupamentos já existentes, b) subagrupar as drosófilas que estão classificadas em algum grupo, c) modificar os agrupamentos feitos com as características morfológicas externas. Essa situação é muito semelhante a que os pesquisadores enfrentam e certamente ocorreu quando foram desenvolvidas novas ferramentas de análise molecular, como as do cariótipo e das inversões cromossômicas aqui descritas.)

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 Quais foram os critérios utilizados para classificar a drosófila do envelope A em um determinado agrupamento?

(Provavelmente os agrupamentos não serão os mesmos e, intuitivamente, as equipes devem reagrupar as drosófilas, dando pesos diferentes a cada característica ou ainda optando pelos agrupamentos com o maior número de características coincidentes. Esse é exatamente o tipo de situação que ocorre em determinadas etapas do processo de classificação dos organismos.)

 O procedimento de agrupamento utilizado é infalível, ou seja, uma vez aplicado, obtém-se uma classificação verdadeira?

(Os agrupamentos, ou como dizem os biólogos, as classificações, são dependentes dos critérios adotados e da análise das semelhanças entre as características selecionadas. Essa escolha é muitas vezes subjetiva. Mas a classificação adotada ganha objetividade na medida em que vai sendo refeita por cada espécie nova encontrada. Isso significa que a hipótese inicial vai sendo testada, podendo ser reafirmada ou falseada, isto é, modificada.)

 Há características que são “melhores” para agrupar do que outras? Como verificar isso?

(Sim, conforme o objetivo pretendido. O sistema atual de classificação é filogenético, ou seja, busca determinar as similaridades por parentesco entre as espécies. Por exemplo, há evidências de que as fusões de cromossomos acrocêntricos, assim como as separações de cromossomos metacêntricos, ocorrem com frequência nos organismos, não sendo, portanto, um marcador tão bom quanto as inversões cromossômicas para o estudo das relações entre diferentes espécies. Outro exemplo: a presença de asas não é uma característica boa, porque organismos tão distintos, como morcegos e insetos, possuem asas. Somente a observação de uma série de características, em um grande

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número de organismos, pode dar indicações sobre aquelas que são “melhores” e “piores” para serem usadas na classificação filogenética.)

Esta atividade deve ser aplicada a alunos que já tiveram noções de genética, conhecendo cromossomos, cariótipos e mutações. Está relacionada à competência da área 8, H28, e a objetos de conhecimentos relacionados à “hereditariedade e diversidade da vida” da matriz do Enem.

UM OLHAR PARA O DOCUMENTÁRIO A PARTIR DA FILOSOFIA DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

"O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo: um vapor, uma gota de água basta para matá-lo. Mas, mesmo que o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que quem o mata, porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhece tudo isso. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento. A ele é que devemos dar atenção, e não ao espaço e à duração, que não saberíamos preencher. Trabalhemos, pois, para bem pensar; eis o princípio da moral. Não é no espaço que devo buscar minha dignidade, mas na ordenação de meu pensamento. Não terei mais, possuindo terras; pelo espaço, o universo me abarca e traga como um ponto; pelo pensamento, eu o abarco". (Pascal)

Essa citação acima fará o papel de ponte em que o homem é pensado como parte integrante da natureza e não como senhor desta, sendo ele um ser pequeno e frágil, mas com capacidade de raciocinar, conscientizar-se do outro,

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do mundo e da finitude das coisas. Exatamente por isso o homem se sente angustiado com a possibilidade do fim e tenta

se reinventar dentro de vários projetos com o objetivo de prolongar a vida.

Após essa reflexão, devemos ainda colocar que a natureza nos chama à responsabilidade, tanto com a espécie humana, quanto com as outras, já que essas não têm consciência do existir aumentando. Assim, a ênfase do nosso compromisso em fazer ações efetivas de cuidado com o ambiente no qual estamos inseridos. Para essa discussão, o professor pode lançar mão da citação sobre o existencialismo de Sartre:

“... o existencialismo declara de bom grado que homem é angústia. Isso significa: homem que assume um empenho e está consciente de ser não só aquele que escolhe ser, mas também um legislador eu, escolhe, ao mesmo tempo, e por si e por toda humanidade, não pode

escapar de sua própria, completa e profunda responsabilidade.” (Reale, Giovanni. História da filosofia 6: de Nietzsche à Escola de Frankfurt. São Paulo: Paulus, 2006, p. 244)

Mostrar como estas responsabilidades são independentes de estamos ou não dentro de um processo de coações internas ou externas. O correto, segundo Jean-Paul Sartre, seria nos engajarmos e assumirmos toda a nossa liberdade, afinal, para ele o homem está condenado a ser livre e não dá para delegar a outro sua obrigação.

“A liberdade é essencialmente liberdade de fazer projetos. Ela consiste em agir, em atuar no mundo e, como vimos pela análise do para si, a liberdade não pode deixar de se manifestar, mesmo que ninguém a

Material

 Quadrinho contendo a ideia central desta citação;

 Cartolinas com os conceitos a serem explicitados, escritos em fonte de tamanho 16;

Fotos ou pintura que represente a angústia, a reflexão.

Etapas

 Agrupar os alunos para conceituar as palavras. Fornecer aos alunos duas fichas, uma com palavras, outra com os conceitos prontos;

 O professor levantará as questões sobre o texto e abrirá discussões. Os alunos deverão obter os conceitos finais com base no dicionário de filosofia e no pensamento de Sartre, conforme os textos desta ficha;

 Depois de as respostas estarem prontas, fazer círculos; o professor deverá levantar questões ligando este trabalho, fazendo uma reflexão sobre as escolhas.

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queira. Podemos dizer, então, que a estrutura existencial da realidade humana é a liberdade. A existência livre, assim compreendida, caminha na direção de um projeto existencial global, no qual estão inseridas todas as possibilidades de escolhas com as quais o homem se depara na sua vida. Sartre chama esse projeto global de escolha originária. A liberdade de poder escolher com isso também escolher a humanidade excluem, por sua vez, qualquer determinismo. A liberdade do homem é absoluta. Não há nada que acontece por acaso, mas todo acontecer depende exclusivamente da escolha. Se escolhi uma situação que não queria escolher, sou eu responsável por ela até as últimas consequências.” (Filosofia: conhecimento, ciência e linguagem. Modulo 6.1, Faculdade Interativa COC, p. 79.)

Dessa forma, o nosso pensamento se transforma em ações e elas são partes integrantes ou fundamentais para justificar nossas escolhas. Hoje um assunto frequente para a população é a sustentabilidade, ou seja, utilizar os recursos naturais sem esgotá-los, deixando para as gerações futuras a possibilidade de também usufruir deles. No entanto, para grande parte das pessoas, a sustentabilidade não é transformada em ação, porque muitos acreditam que o ser humano é o “senhor da natureza”, esquecendo-se que ele é parte de um todo e que para continuar existindo enquanto espécie precisa saber que sozinho não é nada. Logo, quando fazemos a nossa fundamentação do cuidado com o planeta, isso deve estar no centro de nossas observações.

Desde que a tecnologia passou a dominar o nosso cotidiano, a utilização dos recursos naturais vem sendo feita de forma indiscriminada. Se não adotarmos a sustentabilidade como prioridade no nosso desenvolvimento econômico e social, estaremos contribuindo para que problemas como o aquecimento global, a escassez de água, a poluição, entre outros, resultem em um processo de seleção artificial, que comparada à seleção natural é muito mais rápida, dificultando a adaptação dos demais seres vivos a tantas mudanças.

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A humanidade, com seu poder de dominar a razão, desenvolve tecnologia capaz de driblar os efeitos das mudanças que acontecem na natureza, mas isso não significa que estamos livres deles. A vantagem que temos em relação às populações naturais, é que temos habilidade para nos proporcionar melhor qualidade de vida, porém fazemos parte da natureza e dependemos também do seu equilíbrio. Toda essa degradação da natureza está nos submetendo cada vez mais à seleção artificial. Mas, como pensava Sartre, somos capazes de propor ações que visem transformar o mundo em acordo com as nossas escolhas, exemplo disto é a proposta de Daisaku Ikeda em seu livro Cidadania Planetária.

“Ikeda: Nós, seres humanos, criamos nossos próprios problemas. Por isso, estou convicto de que conseguiremos solucioná-los (...). Devemos fazer do século XXI uma época em que os seres humanos solucionem seus problemas, começando por reformar a si próprios em primeiro lugar.” (Cidadania planetária, p. 18.)

Quando assumimos o compromisso da responsabilidade com o ambiente, passamos a desenvolver uma moralidade que está ligada à liberdade de nossas ações, lembrando um conceito interessante para estes fins, nossas ações são imprevisíveis e irreversíveis, como pensava Hannah Arendt. Ao assistir ao documentário, podemos fazer uma reflexão acerca de como nossas ações podem e vão contribuir para o processo de evolução das espécies. Que, como pensava Darwin, é constante. Para isso, o professor pode desenvolver a seguinte atividade com os alunos:

O professor deve separar os alunos em pequenos grupos e fornecer-lhes duas fichas - uma com palavras, e a outra com os conceitos prontos. Ao final, discutir com os grupos o significado de cada palavra. A seguir, algumas palavras com seus respectivos conceitos de dicionário de filosofia.

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 Existencialismo: definição do filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência." Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido.

Coação externa: A coação externa é uma pressão que leva a pessoa a perder o controle dos seus atos e não poder decidir livremente. (Aprendendo a viver junto, p. 71.)

Coação interna: Força que leva a cometer atos que não poderiam considerar de responsabilidade moral. (Aprendendo a viver junto, p. 72.)

Essencialismo: Doutrina filosófica que confere, contrariamente ao existencialismo, o primado à essência sobre a existência, chegando mesmo, em suas reflexões, a fazer total abstração dos existentes concretos. Trata-se de uma filosofia do ser ideal, que prescinde dos seres reais (dicionário básico de filosofia, p. 90).

Processo: Atividade reflexiva que tem por objetivo alcançar o conhecimento de algo: “Seria preciso um processo infinito para se inventar o conteúdo total de uma coisa”. (Dicionário básico de filosofia, p. 222.)

Projeto: É a resposta que cada indivíduo dá à situação em que se encontra no mundo, aquilo que dá sentido à sua existência, às escolhas que faz, o que constitui sua liberdade. (Dicionário básico de filosofia, p. 222.)

Natural: Que está em acordo com as leis naturais.

Cultural: No sentido restrito, diz respeito a tudo que é passível de modificações feitas através das ações humanas.

Engajamento: Na filosofia de Sartre, para a qual a existência precede a essência, e o homem não é outra coisa senão aquilo que faz de si mesmo, o engajamento - ou seja, o projeto e sua realização - é aquilo que torna o sujeito responsável por si mesmo e pelos outros: “O homem se encontra numa situação organizada, onde ele está engajado, engaja por sua escolha a humanidade, e não pode evitar escolher.” (P. 81.)

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sua vida em sociedade. É a transformação dos valores do grupo e da cultura em que se vive em normas e regras práticas. (Novo espaço filosófico criativo, p.16.)

Moral: do latim mos-mores-, que quer dizer costumes ou regras que determinam a vida. Por isso dizemos que a moral refere-se às normas, regras, costumes, hábitos e valores que orientam a vida do homem na sociedade. (Novo espaço filosófico criativo, p.16.)

Responsabilidade: Respostas aos pensamentos, palavras e ações humanas.

Após a realização da atividade, o professor pode pedir aos alunos que utilizem as palavras classificadas para responder a questionamentos como:

 O homem como senhor da natureza - quais os problemas desta forma de pensar, quais as implicações que isto promove no processo natural?

 As escolhas dentro de um contexto existencialista. Essência X existência.

 Pensar as diversidades culturais e as diversidades naturais.

 Refletir sobre as escolhas e como estas irão influenciar no futuro da humanidade.

 Entender que a evolução é um processo constante e que está em eterno devir.

 UMA CONVERSA ENTRE AS DISCIPLINAS

DESCRIÇÃO DO PROJETO INTERDISCIPLINAR

OU DAS POSSÍVEIS RELAÇÕES QUE PODEM SER CONSTRUÍDAS

No final do trabalho o aluno deverá ser capaz de interpretar, selecionar, organizar e relacionar parte do conteúdo apresentado com a consciência de que estas informações e dados são fruto de uma escolha pessoal. E que situações problemas são geradoras de uma nova visão sobre as representações no mundo.

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 BIBLIOGRAFIA, SUGESTÕES DE LEITURA E OUTROS RECURSOS Livros e Revistas

Aranha, M. L. de A. Temas de filosofia. 3ed. São Paulo: Moderna. 2005.

Catros, N. H. C. de. Antes e depois de Charles Darwin: como a Ciência

explica a origem das espécies. São Paulo: HARBRA, 2009.

Ikeda, D. Cidadania Planetária: Seus valores, suas crenças e suas ações

podem criar um mundo sustentável. São Paulo: Editora Brasil Seikyo,

2005.

 Mori, L.; Miyaki, C. Y.; Arias, M. C.; Dessen, E. Classificando a diversidade biológica. Genética na Escola, ano 5, v. 1, 2010, p. 13-24. Disponível em: < http://www.geneticanaescola.com.br/Ano5vol1.html > Acesso em 20 de novembro de 2011.

Reale, G. História da Filosofia 6: de Nietzsche à Escola de Frankfurt. São Paulo: Paulus, 2006.

Wonsovicz, S. Aprendendo a viver juntos: investigação sobre Ética. 10 ed., Florianópolis: Sophos, 2006.

Wonsovicz, S. Novo espaço filosófico criativo - Investigação ética. Florianópolis: Sophos, 2002.

Referências

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