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FORTISSIMO Nº T C H A PRESTO VELOCE 10/03 11/03 K O V S K K A L I N I K O V

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I K O V S K

R

T C H A

FORTISSIMO Nº 3 — 2016

B A R B E

Y

K A L I N

N I K O V

PRESTO VELOCE 10/03 11/03

(2)

MINISTÉRIO DA CULTURA E GOVERNO DE MINAS GERAIS APRESENTAM

PRESTO VELOCE 10/03

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5 Dando continuidade à Temporada 2016

da nossa! Filarmônica de Minas Gerais, recebemos neste mês um dos mais importantes e disputados solistas do cenário internacional.

O consagrado pianista Barry Douglas, artista da maior versatilidade e qualidade, traz a Belo Horizonte o menos conhecido, mas talvez mais exuberante, concerto para piano de Tchaikovsky. Nesse mesmo programa prestamos homenagem aos 150 anos de Kalinnikov, com a sua inspirada Primeira Sinfonia. A criação de Barber

Caros amigos e amigas,

FABIO MECHETTI

Diretor Artístico e Regente Titular

para o mito da Medeia é executada mais uma vez por nossa Orquestra. Com essa brilhante programação, a Filarmônica continua a enriquecer a vida cultural dos mineiros, dando àqueles que nos apoiam motivos de orgulho por tudo o que a Orquestra representa no cenário nacional de hoje. Bem-vindos e que todos

tenham um bom concerto.

F O T O: R AF AEL MO TT A

(4)

7 6 F O T O: ALEXANDRE REZENDE

D

esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti

posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo

Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi

também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a

Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais

de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra

Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 fará sua estreia com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.

No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se

produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello. Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

FABIO MECHETTI

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8

FABIO MECHETTI, regente BARRY DOUGLAS, piano

B

T

K

KALINNIKOV

150 ANOS

Samuel  BARBER

Meditação de Medeia e Dança da Vingança, op. 23a

Piotr Ilitch  TCHAIKOVSKY

Concerto para piano nº 2 em Sol maior, op. 44

Allegro brillante

Andante non troppo

Allegro con fuoco

Vasily  KALINNIKOV

Sinfonia nº 1 em sol menor

Allegro moderato

Andante commodamente

Scherzo: Allegro non troppo – Moderato assai

Finale: Allegro moderato

INTERVALO PROGRAMA

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11 F O T O: EUGENE L ANG AN

BARRY

DOUGLAS

A consolidação da carreira internacional de Barry Douglas tem início com a Medalha de Ouro na Competição Internacional de Piano Tchaikovsky de 1986, em Moscou. Como diretor artístico da Camerata Ireland e do Clandeboye Festival, ele celebra continuamente sua herança irlandesa, ao mesmo tempo em que mantém uma intensa agenda internacional de turnês. Destaques da temporada 2015/2016 incluem apresentações no BBC Proms in the Park com a Ulster Orchestra e no Festival de Yerevan, Armênia; turnê com a Filarmônica de Bruxelas e concertos com as orquestras Sinfônica de Praga, Filarmônica de Belgrado, Filarmônica de Szczecin e Sinfônica da Galícia. Ele já se apresentou com a Sinfônica da BBC da Escócia, Sinfônica de Londres, Orquestra Nacional Russa, sinfônicas de Cincinnati, Singapura e da Rádio de Berlim, Staatskapelle Halle, Orquestra Nacional da França, sinfônicas de Seattle e de Melbourne, além da Filarmônica Real de Liverpool e da Filarmônica de Hong Kong. Barry tem uma agenda constante de recitais em todo o mundo e recentemente esteve no Reino Unido, Holanda, Armênia, México e Estados Unidos. O artista apresentou-se com a Filarmônica de Minas Gerais em 2012. Barry é artista exclusivo do selo Chandos e atualmente está gravando, como solista, a obra completa para piano de Brahms. Os primeiros cinco

álbuns receberam muitos elogios da crítica. A reconhecida revista britânica International Record Review escreveu: “este é de fato Brahms tocando em sua integridade e autoridade máximas (...) esta série tende a tornar-se uma versão de referência”. Em setembro de 2014 ele lançou o álbum Celtic Reflections — um mergulho na música folclórica irlandesa em dezoito arranjos do próprio Barry, desde melodias antigas até peças de compositores contemporâneos. Em 1999 Barry Douglas fundou a orquestra de câmara Camerata Ireland para celebrar e cultivar o talento dos jovens músicos da Irlanda do Norte e da República da Irlanda. Além da busca da excelência musical, um dos objetivos da orquestra é contribuir para o processo de paz na Irlanda por meio da promoção do diálogo e colaboração entre seus programas de educação musical. Barry realiza turnês com a Camerata Ireland por todo o mundo, e nesta temporada eles visitarão os Estados Unidos e a América do Sul. Na temporada passada, a Camerata Ireland fez a sua estreia no BBC Proms, em Londres, e estreou a cantata At Sixes and Sevens, comissionada pela The Honourable Irish Society, ao lado da Sinfônica de Londres, celebrando o título de Cidade da Cultura 2013 dado a Derry-Londonderry, município da Irlanda do Norte. Barry Douglas recebeu a Ordem do Império Britânico, na Lista Honorária do Ano Novo de 2002.

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12

B

MEDITAÇÃO DE MEDEIA E DANÇA DA VINGANÇA, OP. 23a (1953)

13 min

INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, requinta, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, cordas.

PARA  OUVIR

CD Thomas Schippers conducts Barber, Menotti, Berg, D’Indy – Adagio; Orchestral Pieces – New York Philharmonic; Columbia Symphony – Thomas Schippers, regente – Sony Classical, 5099750817025 – 1997

Filarmônica de Nova York – Dimitri Mitropoulos, regente

Acesse: fil.mg/bmedeia

PARA  LER

Eurípides – Medeia – Trajano Vieira, tradução – Editora 34 – 2010 Barbara B. Heyman – Samuel Barber:

The Composer and His Music – Oxford University Press – 1992

IGOR REYNER Pianista, Mestre em música pela UFMG, doutorando de Francês no King’s College London e colaborador do ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.

Estados Unidos, 1910 – 1981

Um dos mais bem-sucedidos compositores norte-americanos, Samuel Barber começou a compor aos sete anos de idade e, aos quatorze, iniciou seus estudos no recém-fundado Curtis Institute. Prodigioso talento e irrestrito suporte por parte de Mary Curtis Bok, fundadora do instituto, garantiram-lhe uma carreira de sucesso ainda cedo. Em 1938, Arturo Toscanini e a NBC Symphonic Orchestra dedicaram um programa às suas obras, assim inscrevendo seu nome entre os mais respeitados compositores de seu tempo. Praticamente tudo o que compôs após esse programa consiste em encomendas de grandes artistas, importantes grupos instrumentais, associações e fundações. Sua positiva aceitação o levou a representar

os Estados Unidos em importantes eventos culturais internacionais, tornando-se o primeiro músico norte-americano a comparecer ao Congresso Bianual dos Compositores Soviéticos em Moscou, em 1962, e ser o vice-presidente do Conselho Musical

Internacional do Festival de Música de Praga de 1946.

Refratário aos movimentos de vanguarda, sua produção caracteriza-se pela manutenção da linguagem tonal e de formas canônicas do Romantismo tardio, herança dos nove anos de uma rigorosa orientação musical recebida de Rosario Scalero. A partir dos anos 1940, no entanto, sua linguagem torna-se um pouco mais ousada, dissonante e cromática. No campo da música vocal encontra espaço para experimentar estilos e define seu lirismo pessoal por meio da combinação de elementos barrocos e medievais com tendências neorromânticas. Diferentemente de seus contemporâneos que buscavam criar uma música americana, Barber preocupava-se simplesmente em oferecer uma música acessível ao ouvinte. Raramente recorre a elementos populares ou folclóricos e busca, nas mais diversas tradições literárias, fonte de inspiração. Sua obra explora com igual intensidade textos célticos e gaélicos, a poesia francesa e inglesa, a filosofia dinamarquesa ou tragédias e mitos gregos.

Por encomenda do Ditson Fund, Columbia University, Barber escreveu o balé Medea para a famosa coreógrafa e bailarina Martha Graham. O mito conta que Medeia casou-se com o argonauta Jasão após ajudá-lo a recuperar o velocino de ouro. Obrigada a abandonar sua terra natal, mata seu próprio irmão a fim de escapar de seu pai. Após inúmeros eventos sangrentos, os dois acabam em Corinto, onde o rei Creonte convence Jasão a abandonar Medeia e a casar-se com sua filha. Banida de Corinto e humilhada, Medeia mata o rei Creonte, sua filha e seus próprios filhos tidos com Jasão, numa furiosa vingança. Barber e Graham não utilizam em sua obra o mito como narrativa; interessa-lhes mais a capacidade das personagens de incorporarem e suscitarem estados psicológicos, tais como o ciúme e o desejo de vingança. Em 1948, o balé é adaptado para uma suíte em sete movimentos, estreada pela Philadelphia Orchestra regida por Eugene Ormandy. Finalmente, em 1953, a suíte é

adaptada para uma obra de movimento único, Meditação de Medeia e Dança da Vingança, na qual lirismo e violência oscilam numa tragédia musical.

Samuel

BARBER

(8)

14

T

CONCERTO PARA PIANO Nº 2 EM SOL MAIOR, OP. 44

(1879/1880)

41 min

INSTRUMENTAÇÃO

2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.

PARA  OUVIR

CD Tchaikovsky – Piano concertos nos. 1-3; Concert Fantasy – Philharmonia Orchestra of London – Vladimir Fedoseyev, regente – Mikhail Pletnev, piano – Virgin Classics – 1998

PARA  ASSISTIR

Orquestra Sinfônica da Rádio de Moscou – Vladimir Fedoseyev, regente – Mikhail Pletnev, piano Acesse: fil.mg/tpiano2

PARA  LER

Anthony Holden – Piotr Ilitch Tchaikovsky: uma biografia – Record – 1999

GUILHERME NASCIMENTO Compositor,

Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e

Música menor. Rússia, 1840 – 1893

Em 10 de outubro de 1879, quando Tchaikovsky chegou à casa da irmã, em Kamenka, sua intenção era descansar dos exaustivos meses anteriores. Havia composto uma nova ópera, A Dama de Orleans, e a correção das provas para a futura edição o levara ao esgotamento. Porém, tão logo chegou a Kamenka, uma nova ideia musical começou a persegui-lo. Escreveu a sua amiga e mecenas, a baronesa Nadezhda von Meck: “comecei a compor um concerto para piano. Mas não vou me apressar. De forma alguma vou me pressionar ou me cansar com a composição”. E, de fato, Tchaikovsky fez todo o possível para não se estressar, mantendo, porém, o entusiasmo com a peça que nascia. Em 21 de novembro chegava a Paris com o primeiro movimento já pronto. Começou a trabalhar no terceiro movimento e, só depois de tê-lo terminado é que compôs o segundo. A primeira versão do Concerto estava pronta quando ele partiu para Roma, na esperança de orquestrá-lo na virada do ano. Mas, nos dois meses e meio que passou na Cidade Eterna, suas principais ocupações foram revisar as provas da Sinfonia nº 2 e compor o Capricho Italiano. Apenas no início de março, com as malas prontas para São Petersburgo, é que Tchaikovsky conseguiu fazer a versão definitiva para dois pianos do Concerto nº 2 . A orquestração só viria no início de maio, quando já de volta a Kamenka.

O que mais surpreende, nessa obra tão original, são os longos solos de piano e as belas passagens camerísticas. O primeiro movimento, Allegro brillante, é composto sobre uma variação livre da forma sonata. Após a apresentação do tema principal pela orquestra, o piano rouba a cena e reina absoluto por todo o movimento, com longas passagens dedicadas exclusivamente a ele. No segundo movimento, Andante non troppo, chamam a atenção as longas passagens protagonizadas pelo violino e violoncelo solistas. O primeiro tema é de um lirismo ímpar, à altura das mais belas melodias de Tchaikovsky. Na seção central

a atenção se divide entre o piano, o violino e o violoncelo, que travam um diálogo camerístico comovente, ao ponto de críticos da época sugerirem que o movimento figuraria muito bem em um concerto triplo. O terceiro movimento, Allegro con fuoco, é o mais alegre de todos. Com inflexões de dança e uma estrutura que se aproxima de um rondó, contém quatro temas apresentados ao piano, ora em diálogo com a orquestra, ora acompanhados por ela. O caráter de dança russa nos remete mais à música nacionalista do Grupo dos Cinco do que ao que se convencionou associar à música de Tchaikovsky. O Segundo Concerto para piano nunca atingiu a popularidade do Primeiro, embora fosse, nas palavras do compositor, uma de suas melhores obras. Foi estreado em 1881, em Nova York, com Madeline Schiller ao piano e Theodore Thomas regendo a Filarmônica de Nova York. A primeira execução russa se deu em Moscou, na sala de concertos da Exibição das Artes e das Indústrias, em maio de 1882. Foi solista o amigo de Tchaikovsky, Sergei Taneyev, e regente, Anton Rubinstein.

Piotr Ilitch

TCHAIKOVSKY

(9)

17

16

K

SINFONIA Nº 1 EM SOL MENOR (1894/1895)

38 min

INSTRUMENTAÇÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, cordas.

PARA  OUVIR

CD Kalinnikov – Symphonies nos. 1 and 2 – National Symphony Orchestra of Ukraine – Theodore Kuchar, regente – Naxos – 1995

PARA  ASSISTIR

Orquestra Sinfônica NHK – Yevgeny Svetlanov, regente. Acesse: fil.mg/ksinf1

PARA  LER

Stanley Sadie e John Tyrrell (eds) – The New Grove Dictionary of Music and Musicians, second edition – Artigo de Jennifer Spencer – Kalinnikov, Vasily Sergeyevich – Macmillan Publishers – 2001 Richard Taruskin – On Russian music –

University of California Press – 2010

Rússia, 1866 – Rússia, atual Ucrânia, 1901

Injustamente negligenciada no Ocidente, a obra de Vasily Sergeyevich Kalinnikov guarda ainda um intocado frescor da vida musical russa do final do século XIX. Kalinnikov passou praticamente toda a sua existência em extrema pobreza, e as privações da infância e juventude abalariam para sempre sua saúde. Nascido na pequena cidade de Voina, no distrito agrário de Orel, no oeste da Rússia, aos dezoito anos, graças a uma bolsa de estudos, ingressou na Escola de Música da Sociedade Filarmônica de Moscou. Ganhava precariamente a vida tocando diversos instrumentos em orquestras da cidade e jamais pôde realizar o sonho de pagar os estudos no Conservatório.

Em 1892, impressionado com suas composições, Piotr Tchaikovsky recomendou o jovem ao posto de maestro assistente no Teatro Malïy. No ano seguinte assumiria o mesmo posto no Teatro Italiano de Moscou. Sua sorte parecia mudar, mas, com a saúde se deteriorando, Kalinnikov logo teve de se demitir dos teatros e procurar uma região mais quente para viver. Com apenas 27 anos, abandonava sua recém-iniciada carreira em Moscou e se transferia para a cidade de Ialta, na Crimeia, onde viveria seus últimos anos. Debilitado pela tuberculose, Kalinnikov acharia ainda forças para compor, nesse período, suas mais belas obras. Sergei Rachmaninov o visitou em Ialta, em 1900, e, sensibilizado pela miséria em que o encontrou, conseguiu-lhe um editor, mas

Kalinnikov acabaria morrendo antes que alguma ajuda chegasse, aos 35 anos de idade. Com a sua morte, os manuscritos de Kalinnikov tiveram uma valorização súbita e a sua venda possibilitou, ao

menos, que a viúva vivesse confortavelmente seus últimos anos. Kruglikov, crítico musical em Moscou, amigo e ex-professor de Kalinnikov, encantando-se pela Sinfonia nº 1, enviara uma cópia

a Rimsky-Korsakov, na época a personalidade musical mais

importante da Rússia. O nacionalista Rimsky-Korsakov recusou-se a regê-la, curiosamente, por conter, no primeiro movimento, “uma melodia excessivamente russa”. Ao que tudo indica, a recusa se deveu ao fato de Rimsky-Korsakov e seus amigos de São Petersburgo, o célebre Grupo dos Cinco, cultivarem o hábito de rejeitar qualquer música vinda de Moscou. Comprometidos com o desenvolvimento de uma música verdadeiramente russa, os compositores de São Petersburgo eram hostis ao círculo musical de Moscou e a suas tendências “excessivamente germânicas”. A Sinfonia nº 1 de Kalinnikov, no entanto, parece produzir a fusão perfeita entre as duas principais correntes musicais russas do final do século XIX: de Moscou, lança mão do lirismo e de um certo refinamento orquestral inspirados em Tchaikovsky; de São Petersburgo, resgata a

estruturação musical e o uso de material folclórico à moda dos compositores do Grupo dos Cinco, especialmente de Alexander Borodin (1833-1887). A obra foi estreada em Kiev, em 1897, pela Sociedade de Música Russa, sob a regência de Alexander Vinogradsky (1854-1912). A estreia foi um sucesso, e a obra foi imediatamente tocada em Moscou, Viena, Berlim, Paris e Londres, para logo depois, inexplicavelmente, cair no esquecimento.

Vasily

KALINNIKOV

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GUILHERME NASCIMENTO Compositor,

Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e

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F

O

T

O: ALEXANDRE

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21 DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Fabio Mechetti

REGENTE ASSOCIADO

Marcos Arakaki

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** músico convidado

Orquestra

Filarmônica de

Minas Gerais

Conselho

Administrativo

PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman PRESIDENTE

Roberto Mário Soares

CONSELHEIROS Angela Gutierrez Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Marcus Vinícius Salum Mauricio Freire Mauro Borges Octávio Elísio Paulo Brant Sérgio Pena

Diretoria

Executiva

DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Estêvão Fiuza DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers DIRETOR DE PRODUÇÃO MUSICAL Kiko Ferreira

Equipe Técnica

GERENTE DE COMUNICAÇÃO

Merrina Godinho Delgado

GERENTE DE PRODUÇÃO MUSICAL Claudia da Silva Guimarães ASSESSORA DE PROGRAMAÇÃO MUSICAL Carolina Debrot PRODUTORES

Luis Otávio Rezende Narren Felipe ANALISTAS DE COMUNICAÇÃO Marciana Toledo (Publicidade) Mariana Garcia (Multimídia) Renata Gibson Renata Romeiro (Design gráfico) ANALISTA DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Mônica Moreira ANALISTAS DE MARKETING E PROJETOS Itamara Kelly Mariana Theodorica ASSISTENTE DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Eularino Pereira ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rildo Lopez

Equipe

Administrativa

GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRA

Ana Lúcia Carvalho

GERENTE DE RECURSOS HUMANOS

Quézia Macedo Silva

ANALISTAS ADMINISTRATIVOS

João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi ANALISTA CONTÁBIL Graziela Coelho SECRETÁRIA EXECUTIVA Flaviana Mendes ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Cristiane Reis ASSISTENTE DE RECURSOS HUMANOS Vivian Figueiredo RECEPCIONISTA

Lizonete Prates Siqueira

AUXILIAR ADMINISTRATIVO Pedro Almeida AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS Ailda Conceição Márcia Barbosa MENSAGEIROS Bruno Rodrigues Serlon Souza MENOR APRENDIZ Mirian Cibelle

Sala Minas

Gerais

GERENTE DE INFRAESTRUTURA Renato Bretas GERENTE DE OPERAÇÕES Jorge Correia TÉCNICO DE ÁUDIO E ILUMINAÇÃO Mauro Rodrigues TÉCNICO DE ILUMINAÇÃO E ÁUDIO Rafael Franca ASSISTENTE OPERACIONAL Rodrigo Brandão

Instituto Cultural Filarmônica

GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Fernando Damata Pimentel

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Antônio Andrade

(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

João Batista Miguel

Ilustrações: Mariana Simões

PRIMEIROS VIOLINOS

Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes –

Spalla Associado

Ara Harutyunyan –

Spalla Assistente

Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Hyu-Kyung Jung Joanna Bello Matheus Braga Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira SEGUNDOS VIOLINOS Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Mateus Freire Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch Eliseu Barros ***** Clayton Silva ***** Aline Pascutti ***** VIOLAS

João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina Iberê Carvalho ***** VIOLONCELOS Philip Hansen * Felix Drake *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Eneko Aizpurua Pablo Lina Radovanovic Robson Fonseca CONTRABAIXOS Colin Chatfield * Nilson Bellotto *** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano FLAUTAS Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova OBOÉS Alexandre Barros * Ravi Shankar *** Israel Muniz Moisés Pena CLARINETES

Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva FAGOTES Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva TROMPAS

Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata TROMPETES Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado TROMBONES

Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa TUBA Eleilton Cruz * EUFÔNIO Marco Antônio Almeida ***** TÍMPANOS Patricio Hernández Pradenas * PERCUSSÃO Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA Giselle Boeters * TECLADOS Ayumi Shigeta * GERENTE Jussan Fernandes INSPETORA Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira ARQUIVISTA

Ana Lúcia Kobayashi

ASSISTENTES Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM Rodrigo Castro MONTADORES André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar FORTISSIMO março nº 3 / 2016 ISSN 2357-7258 EDITORA Merrina Godinho Delgado EDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale BARBER Editor original: MSC (Shirmer) Representante exclusivo: Barry Editorial

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VISITE A CASA VIRTUAL DA SUA ORQUESTRA

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 PARA  APRECIAR  UM  CONCERTO 

CONCERTOS COMENTADOS Agora você pode assistir a palestras sobre temas dos concertos das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem na Sala de Recepções, à esquerda do foyer principal, das 19h30 às 20h, para as primeiras 65 pessoas a chegar. CUMPRIMENTOS

Após o concerto, caso queira

cumprimentar os músicos e convidados, dirija-se à Sala de Recepções.

ESTACIONAMENTO

Para seu conforto e segurança, a

Sala Minas Gerais possui estacionamento, e seu ingresso dá direito ao preço especial de R$ 15 para o período do concerto. PONTUALIDADE

Uma vez iniciado um concerto, qualquer movimentação perturba a execução da obra. Seja pontual e respeite o fechamento das portas após o terceiro sinal. Se tiver que trocar de lugar ou sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça. APARELHOS  CELULARES

Confira e não se esqueça, por favor, de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho sonoro. FOTOS  E  GRAVAÇÕES EM  ÁUDIO  E  VÍDEO

Não são permitidas durante os concertos. APLAUSOS

Aplauda apenas no final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.

CONVERSA

A experiência do concerto inclui o encontro com outras pessoas. Aproveite essa troca antes da apresentação e no seu intervalo, mas nunca converse ou faça comentários durante a execução das obras. Lembre-se de que o silêncio é o espaço da música. CRIANÇAS

Caso esteja acompanhado por criança, escolha assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se ela se sentir desconfortável.

COMIDAS  E  BEBIDAS Seu consumo não é permitido no interior da sala de concertos. TOSSE

Perturba a concentração dos músicos e da plateia. Tente controlá-la com a ajuda de um lenço ou pastilha.

0 PROGRAMA DE CONCERTOS O Fortissimo é uma publicação indexada aos sistemas nacionais e internacionais de catalogação. Elaborado com a participação de especialistas, ele oferece uma

oportunidade a mais para se conhecer música. Desfrute da leitura e estudo. Mas, caso não precise dele após o concerto, por favor, devolva-o nas caixas receptoras para que possamos reaproveitá-lo. O Fortissimo também está disponível no formato digital em nosso site

www.filarmonica.art.br.

5 / mar, 18h

Mozart — Menino prodígio

10 e 11 / mar, 20h30

Barber, Tchaikovsky, Kalinnikov

17 e 18 / mar, 20h30

Busoni, Schumann, R. Strauss

2 / abr, 18h

Mozart — Concertos

7 e 8 / abr, 20h30

Gomes, Haydn, Chopin, Tchaikovsky

14 e 15 / abr, 20h30

Ravel, Ginastera, Smetana, Bartók

24 / abr, 11h

Danças — Dvorák, Mozart,

Brahms, Copland, Chopin, Borodin, Guarnieri, J. Strauss Jr., Marquez

28 e 29 / abr, 20h30

Satie, Dutilleux, Bizet, Debussy

ALLEGRO VIVACE JUVENTUDE ALLEGRO VIVACE ALLEGRO VIVACE PRESTO VELOCE PRESTO VELOCE FORA DE SÉRIE FORA DE SÉRIE

• Séries de assinatura: Allegro, Vivace, Presto, Veloce, Fora de Série

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AMIGOS DA FILARMÔNICA Ao preencher a sua declaração de Imposto de Renda deste ano, não se esqueça de informar os dados do Instituto Cultural Filarmônica e o valor doado por você para o nosso projeto. Só assim o benefício fiscal será concedido. Esses dados podem ser encontrados no recibo de doação que enviamos para o seu e-mail ou no documento original (entregue na Sala Minas Gerais ou enviado pelos Correios para o endereço residencial). Caso tenha dúvidas ou sugestões, estamos disponíveis através dos nossos canais de relacionamento. Os Amigos da Filarmônica estão em:

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CONCERTOS mar e abr

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Em 2016, buscando ampliar a efetiva ocupação da Sala Minas Gerais, a venda de ingressos para as séries Concertos para a Juventude e Fora de Série terá início trinta dias antes da apresentação. Confira a área de ingressos de nosso site, saiba mais e convide os amigos: www.filarmonica.art.br/

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Nossa Assessoria de Relacionamento está sempre disponível pelo telefone 3219-9009, de segunda a sexta, de 9h a 18h.

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