Não, você não está prestes a presenciar o lançamento de um foguete. Mas foi com essa mesma energia que a Unicesumar teve a honra de sediar o maior hackathon do mundo. Nada mais, nada menos que o Nasa Space Apps Chalenge. Durante o fim de semana dos dias 29 e 30 de abril de 2017, mais de 150 cidades ao redor do mundo receberam este grandioso evento. E nossa querida Maringá, fazendo jus ao seu slogan de “Cidade Canção”, teve a oportunidade de entoar os hinos da tecnologia - capaz de impactar positivamente a humanidade.
Se você já ouviu esta famosa frase de astronautas em contato com a Nasa em alguns filmes: “Houston, we have a problem!”, nesse evento, os problemas foram transformados em desafios e isso fez com que milhares de pessoas ao redor do mundo se motivassem para encontrar soluções que pudessem gerar benefícios para a humanidade.
Em Maringá, foram mais de 120 participantes organizados em diversas equipes. Cada qual com seu conhecimento, habilidade e criatividade, os grupos desenvolveram seus projetos para essa competição. Independente do resultado, todos, realmente todos, são vitoriosos e estão de parabéns, pois suas ideias podem, com toda certeza, transformar o mundo! Acreditem nisso!
Trata-se de uma maratona de trabalho na área de tecnologia, envolvendo profissionais multidisciplinares. O foco é, em um curto período de tempo (24 horas), desenhar uma proposta para os desafios elencados como metas do evento. No caso do Nasa Space Apps, o tema central dos desafios de 2017 era o Planeta Terra.
Dentro deste grande tema, existiam várias áreas a serem abordadas, como Ecologia, Desastres Naturais, Bacias Hidrográficas, dentre outros. Com isso, as equipes participantes do hackathon tiveram a oportunidade de escolher seu assunto de abordagem para, então, desenvolver suas soluções de forma criativa e inovadora.
É importante dizer que um hackathon como esse, promovido pela Agência Espacial Americana, é extremamente democrático. Não é necessário pertencer à área de Tecnologia da Informação (TI) para participar. Afinal, conhecimentos de outras áreas de estudo são pertinentes para o desenvolvimento de soluções tecnológicas. Isso foi comprovado pela equipe vencedora do evento, sendo uma das participantes uma estudante de Nutrição.
A interdisciplinaridade percorre todas as esferas de atuação profissional. A troca de experiências com pessoas de outras áreas de estudo pode promover insights diferenciados para a criação de coisas novas. Hoje, o mundo é muito dinâmico - e isso faz com que os profissionais tenham que, cada vez mais, estar sintonizados uns com os outros.
O Nasa Space Apps Maringá teve, em sua palestra de abertura, o depoimento de Ricardo Matiello. Ele falou sobre a diversidade de utilização dos Drones e mostrou diversas frentes de atuação desse tipo de tecnologia. Na visão de Matiello, eventos como esse possibilitam que agências como a Nasa busquem ideias para conseguir materializar projetos que, inicialmente, parecem distantes do público.
Em seguida, os inscritos puderam se organizar para participar dos Bootcamps, os minicursos. Foram três temáticas diferentes, onde cada equipe pôde selecionar aquela mais aderente ao projeto que seria desenvolvido.
Enfim, chegou o grande momento de dar o start à maratona. A mesma
teve início oficial às 12h do dia 29/04/2017 e se estenderia por
24 horas ininterruptas. Nesse período, regados a muito energético,
refrigerante e muito, mas muito café, os trabalhos foram ganhando
corpo em um ambiente caótico, mas extremamente organizado,
agradável e muito divertido.
Se existe algo que é possível aprender com desenvolvedores da
área de TI é que a diversão pode estar unida ao trabalho. Como eles
se sentem desafiados, partindo do princípio da gameficação, cada
um busca superar suas limitações de conhecimento para conseguir
alcançar seus objetivos. Dessa forma, o evento se torna leve e
agradável, fazendo com que os desafios, por mais difíceis que sejam,
possam ser trabalhados com leveza e maestria.
Conforme as horas passavam, era possível ver
a animação de cada equipe com seus projetos.
Todos estavam muito engajados e focados em
desenvolver suas ideias da melhor forma. Isso é
genial! A preocupação em dar o máximo de si,
independentemente do resultado. Transformar
algo que está no mundo das ideias em alguma
solução concreta, materializada. Essa energia
estava estampada no rosto e no sorriso dos
participantes. E, mesmo sendo um ambiente
de competição, foi nítido ver o espírito de
solidariedade que as equipes tinham entre si.
Claro, suas ideias não eram expostas totalmente.
Mas a ajuda mútua que era gerada entre eles
foi algo contagiante.
Após um processo de triagem feito pela comissão organizadora do evento, foram selecionadas 10 equipes para realizar seus pitchs (apresentação de seus projetos) para um comitê de jurados. Desses dez, três projetos foram selecionados como finalistas do Nasa Space Apps Maringá.
OS FINALISTAS
O VENCEDOR
O projeto que conquistou o 1º lugar em nossa cidade teve como princípio o desenvolvimento de um aplicativo que, através do sensor de luminosidade presente nos smartphones, permita a leitura da incidência solar. Com isso, o app informa se o sol é propício para exposição e qual fator de protetor solar deve ser utilizado. Além disso, o mesmo alerta o usuário quando é necessária uma nova aplicação do protetor.
Marlon Nardi, líder dessa equipe, também apresentou uma ideia complementar nesse mesmo tema. Através de um dispositivo feito em Arduino, as mesmas informações são coletadas e disponibilizadas em um telão exposto na praia para os banhistas.
Após a finalização da maratona, é nítido o vazio que fica entre os participantes e organizadores. O envolvimento no projeto é de total imersão, deixando a sensação que o mesmo não deveria acabar. Porém, mesmo finalizando os dois dias de duração, as equipes selecionadas ainda devem fazer ajustes nos projetos. O resultado final será divulgado pela Nasa em breve. Lembrando que a competição envolve mais de 150 cidades ao redor do mundo.
Mesmo assim, toda essa dedicação tem uma recompensa. As cinco melhores equipes selecionadas pela Nasa terão o direito de acompanhar presencialmente o lançamento de um foguete feito pela Agência Espacial. Uma oportunidade ímpar para todos, especialmente para os amantes da tecnologia.
Quando se estuda teorias relacionadas ao desenvolvimento de conhecimento, é necessário refletir sobre o aprendizado, afinal, é este que proporciona o saber em suas mais variadas formas e vertentes. A imersão realizada pelos participantes deste hackathon permitiu, a cada um, vivenciar uma experiência única em suas vidas. Isso ninguém tira deles. Foi possível perceber no brilho dos olhos, no engajamento com os companheiros de equipe, no esforço de ficar com os olhos abertos de madrugada para conseguir finalizar uma etapa do projeto que, com toda certeza, guardava algo de grandioso – e isso os motivava.
Não era apenas o fato de ganhar uma visita à Nasa. Isso é uma consequência para celebração. Mas o fato de materializar uma ideia que pode ser utilizada por milhares de pessoas e fazer a diferença no mundo fez com que esses garotos e garotas se dedicassem para fazer com que a tecnologia seja utilizada para o bem comum.O célebre Steve Jobs, fundador da Apple, certa vez disse: “Quero deixar uma marquinha no Universo!”. Ele conseguiu. Não apenas pelo logotipo da maçã mordida, mas pelo legado de inovação e por ser extremamente exigente por coisas bem feitas.
Agora é a vez destes garotos e garotas deixarem a sua marca no Universo. O primeiro passo foi dado. Quem garante que um novo Steve Jobs, Mark Zukerberg ou Albert Einstein não está nos berços da nossa Instituição e fará com que uma nova estrela brilhe no mundo da inovação? Eu acredito nisso!
Um abraço!
Prof. Danillo Saes
AGRADECIMENTOS Marcello Bonfim
Nelson Tenório Rodrigo Chagas COBERTURA Ana Clara Rocha Aryádne Zonetti Natalie Angotti Randy Fusieger CONTEÚDO Danillo Saes REDATOR Lucas Waricoda DESIGN GRÁFICO Ana Cláudia Massolin Karon Jeannefer Ferreira LAYOUT E DIAGRAMAÇÃO Ana Cláudia Massolin