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Academic year: 2021

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 13ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA/PR

Distribuição por dependência aos autos nº 5035373-14.2017.404.7000 (IPL Banco Paulista), 5007771-77.2019.4.04.7000 (Busca e Apreensão), 5035586-20.2017.4.04.7000 (Afastamento de sigilo bancário e fiscal), 5015662-52.2019.4.04.7000 (Afastamento de sigilo telemático), 5015658-15.2019.4.04.7000 (Afastamento de sigilo telefônico), 5071379-25.2014.4.04.7000 (IPL Odebrecht), 5049557-14.2013.404.7000 (IPL Originário) e autos conexos

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por seus Procuradores da República signatários, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais, comparecem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 129, I, da Constituição Federal, para oferecer

DENÚNCIA em face de

FERNANDO MIGLIACCIO DA SILVA [FERNANDO MIGLIACCIO], colaborador1, brasileiro, casado, economista, inscrito no CPF/MF sob o nº 136.429.538-59 e no RG sob o nº 16.325.585-SSP/SP, filho de Maria José Migliaccio da Silva, nascido em 24/11/1968 (50 anos), com endereço na Rua Carlos Norberto de Souza Aranha, 60, Alto de Pinheiros, São Paulo/SP;

GERSON LUIZ MENDES DE BRITO [GERSON BRITO], brasileiro, divorciado,

bancário, inscrito no CPF/MF sob o nº 037.453.768-20 e no RG sob o nº 5720162-SSP/SP, filho de Jayme Gonçalves de Brito e Judith Mendes de Brito, nascido em 09/07/1949 (69 anos), com endereço na Avenida Diogo Gomes Carneiro, nº 400, casa 18C, Jardim Rosa Maria, São Paulo/SP, atualmente recolhido no Complexo Médico Penal, em Pinhais/PR;

1 Colaborador, conforme Acordo de Colaboração Premiada por ele celebrado com a Procuradoria-Geral da República e homologado pelo Supremo Tribunal Federal, encaminhado para cumprimento de seus termos ao Juízo da 12ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba/PR (autos nº 5028125-94.2017.4.04.7000) – ANEXO 1.

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LUIZ AUGUSTO FRANÇA, colaborador2, brasileiro, casado, economista, inscrito no CPF/MF sob o nº 687.456.308-44 e no RG sob o nº 5.417.320-6 SSP/SP, filho de Maria Souza França, nascido em 07/07/1955 (63 anos), com endereço em Rua Volta Redonda, nº 270, apartamento 134-F, Campo Belo, São Paulo/SP

LUIZ EDUARDO DA ROCHA SOARES [LUIZ EDUARDO SOARES], colaborador3, brasileiro, casado, administrador, inscrito no CPF/MF sob o nº 036.210.248-16 e no RG sob o nº 12.617.267-SSP/SP, filho de Paulo Soares e Elza Joanna da Rocha Soares, nascido em 23/02/1962 (57 anos), com endereço na Rua Leme do Prado, 200, apartamento 232-C, Santo Amaro, São Paulo/SP;

MARCO PEREIRA DE SOUSA BILINSKI [MARCO BILINSKI], colaborador4, brasileiro, casado, administrador de empresas, inscrito no CPF/MF sob o nº 056.518.548-94 e no RG sob nº 24.175.706-X SSP/SP, filho de Sophia Beatriz Pereira de Sousa, nascido em 25/04/1972 (47 anos), com endereço na Rua Hans Nobiling, nº 179, apartamento 111, Jardim Europa, São Paulo/SP;

OLÍVIO RODRIGUES JUNIOR [OLÍVIO RODRIGUES], colaborador5, brasileiro, inscrito no CPF/MF sob o nº 075.436.988-97, filho de Conceição Aparecida dos Santos Rodrigues, nascido em 16/06/1967 (49 anos), com endereço na Rua Antonio Camardo, 593, ap. 171, vila Bomes Cardim, São Paulo/SP;

PAULO CESAR HAENEL PEREIRA BARRETO [PAULO BARRETO], brasileiro, casado,

administrador, inscrito no CPF/MF sob o nº 286.969.778-31 e no RG sob o nº 2.082.786-1-SSP/SP, filho de Paulo Cesar Vidal Pereira Barreto e Lucila Haenel Pereira Barreto, nascido em 27/01/1978 (41 anos), com endereço na Avenida das Magnólias, nº 195, Cidade Jardim, São Paulo/SP, atualmente recolhido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba/PR;

TARCÍSIO RODRIGUES JOAQUIM [TARCÍSIO JOAQUIM], brasileiro, casado,

administrador, inscrito no CPF/MF sob o nº 086.062.468-40 e no RG sob o nº 17583677-SSP/SP, filho de Clovis Joaquim Morotti e Zilda Aparecida Rodrigues Joaquim, nascido em 19/09/1968 (50 anos), com endereço na Avenida Mascote, nº 530, apartamento 21, Vila Mascote, São Paulo/SP, atualmente recolhido Complexo Médico Penal, em Pinhais/PR;

2 Colaborador, conforme Acordo de Colaboração Premiada por ele celebrado com o Ministério Público Federal e homologado por esse Juízo nos Autos nº 5029481-61.2016.4.04.7000 – ANEXOS 2 e 3.

3 Colaborador, conforme Acordo de Colaboração Premiada por ele celebrado com a Procuradoria-Geral da República e homologado pelo Supremo Tribunal Federal.

4 Colaborador, conforme Acordo de Colaboração Premiada por ele celebrado com o Ministério Público Federal e homologado por esse Juízo nos Autos nº 5029481-61.2016.4.04.7000 – ANEXOS 3 e 4.

5 Colaborador, conforme Acordo de Colaboração Premiada por ele celebrado com a Procuradoria-Geral da República e homologado pelo Supremo Tribunal Federal.

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VINÍCIUS VEIGA BORIN [VINÍCIUS BORIN], colaborador6, brasileiro, administrador, inscrito no CPF/MF sob o nº 031.340.278-79 e no RG sob nº 9.783.839-1-SSP/SP, filho de Eunice Veiga Borin, nascido em 14/11/1960 (58 anos), residente na Rua Pierina Peruzzo, nº 103, Cidade São Francisco, São Paulo/SP;

pela prática dos fatos delituosos a seguir narrados.

Índice

1. CONTEXTUALIZAÇÃO... 3

2. DAS FONTES DE RECURSOS ILÍCITOS: CRIMES ANTECEDENTES...5

3. DOS DELITOS DE LAVAGEM DE CAPITAIS... 9

3.1. CONTEXTUALIZAÇÃO... 9

3.2. DOS DELITOS DE LAVAGEM DE CAPITAIS DENUNCIADOS...15

4. DO DELITO DE GESTÃO FRAUDULENTA DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA...51

5. CAPITULAÇÕES... 58

6. REQUERIMENTOS FINAIS... 60

ROL DE TESTEMUNHAS... 61

1. CONTEXTUALIZAÇÃO

No curso da “Operação Lava Jato” desvelou-se que o Grupo ODEBRECHT, no intuito de viabilizar o grande volume de pagamentos necessários à consecução de seus interesses escusos, idealizou e deu funcionamento ao denominado Setor de Operações Estruturadas, que se destinava ao pagamento maquiado de valores indevidos e ao controle da contabilidade paralela da empreiteira.

Para a realização de suas atividades, o Setor de Operações Estruturadas se valeu de diversos operadores financeiros, na medida em que necessitava da intercessão de agentes que ocultassem e gerissem contas bancárias no exterior, bem como de operadores que disponibilizassem recursos em espécie no Brasil, os quais seriam destinados a agentes públicos e políticos corrompidos.

Nesse contexto, recursos mantidos no exterior pelo grupo empresarial eram destinados a funcionários da PETROBRAS, tanto por meio de transferências bancárias entre contas-correntes titularizadas por empresas offshores, quanto por meio da atuação de operadores financeiros que, utilizando-se de operações de dólar-cabo, forneciam os valores destinados aos

6 Colaborador, conforme Acordo de Colaboração Premiada por ele celebrado com o Ministério Público Federal e homologado por esse Juízo nos Autos nº 5029481-61.2016.4.04.7000 – ANEXOS 3 e 5.

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agentes públicos em espécie, no Brasil. Verificou-se, portanto, a existência de um “caixa geral de propinas” mantido pela empreiteira7.

Por ocasião da homologação de acordos de colaboração premiada firmados por agentes ligados ao Grupo ODEBRECHT com a Procuradoria-Geral da República bem como a análise dos fatos por eles abarcados, o Supremo Tribunal Federal definiu que a Força-Tarefa Lava Jato em Curitiba é responsável por conduzir as investigações atreladas ao Setor de Operações Estruturadas do grupo empresarial, especificamente no âmbito da Petição nº 6641/STF, que trata do funcionamento desse Setor, a qual restou remetida por aquela Corte a esse Juízo por meio do Ofício nº 19270/2017, encartado em sede dos Autos nº 5049169-72.2017.4.04.70008.

Nesse contexto, restou comprovado9 que os repasses de vantagens indevidas efetuados pelo Grupo ODEBRECHT a agentes públicos e políticos se deram por meio da entrega de valores em espécie no Brasil e/ou mediante depósitos em contas mantidas no exterior. Para tanto, os líderes empresariais do grupo endereçavam ao Setor de Operações Estruturadas os pedidos de pagamentos ilícitos, repassando juntamente todas as informações necessárias para a concretização do pagamento, como valor, codinome, locais de entrega e dados de conta no exterior10.

Para a transmissão das ordens de pagamentos indevidos, o Setor de Operações Estruturadas se utilizava de dois sistemas de informática específicos: (1) o “MyWebDay”, para alimentação e controle dos dados financeiros relativos à contabilidade paralela; e (2) o “Drousys”, para a comunicação secreta entre os membros da equipe do Setor de Operações Estruturadas e entre estes e os operadores financeiros (doleiros e controladores de contas mantidas no exterior)11. Em adição, no âmbito da estrutura financeira engendrada pelo Setor de Operações Estruturadas, o MEINL BANK (ANTÍGUA) LTD., localizado nas ilhas de Antígua e Barbuda, Caribe, figurou entre as instituições financeiras em que o Grupo ODEBRECHT abriu e manteve, pelo menos entre 2010 e 2016, diversas contas bancárias operacionais destinadas à movimentação ilícita de valores.

O MEINL BANK iniciou suas atividades em 01/10/2010, com aproveitamento parcial das estruturas física e de pessoal do ANTIGUA OVERSEAS BANK [AOB], que tinha sido recém-liquidado. As novas contas abertas no MEINL BANK substituíram as contas do Grupo ODEBRECHT que haviam sido encerradas no AOB por conta da liquidação do banco.

As contas operacionais do Grupo ODEBRECHT no AOB, no período 2006-2010, eram administradas por VINÍCIUS BORIN, MARCO BILINSKI e LUIZ AUGUSTO FRANÇA. Quando o Banco AOB enfrentou problema de liquidez, esses executivos, além de LUIZ EDUARDO SOARES,

FERNANDO MIGLIACCIO e OLÍVIO RODRIGUES chegaram a avaliar a possibilidade de se

tornarem sócios do AOB, mas, ao final, concluíram que o banco era insolvente. Como a compra de

7 Ressalte-se, por oportuno, que uma parcela dos fatos envolvendo o Setor de Operações Estruturadas do Grupo ODEBRECHT restou denunciada em sede dos Autos nº 5033771-51.2018.4.04.7000, 5054787-95.2017.4.04.7000, 5023942-46.2018.4.04.7000, 5036808-86.2018.4.04.7000, 5059586-50.2018.4.04.7000, 5021365-32.2017.4.04.7000, 5019961-43.2017.4.04.7000, 5020421-30.2017.4.04.7000, 5019727-95.2016.4.04.7000, 5063130-17.2016.4.04.7000, bem como restou reconhecida por esse Juízo nas já sentenciadas ações penais de nº 5017409-71.2018.4.04.7000, 5035263-15.2017.4.04.7000, 5015608-57.2017.4.04.7000, 5054932-88.2016.4.04.7000 e 5023942-46.2018.4.04.7000.

8 ANEXO 6.

9 A exemplo das Ações Penais nº 5035263-15.2017.404.7000, 5017409-71.2018.404.7000, 5019727-95.2016.404.7000, 5023942-46.2018.4.04.7000.

10 ANEXO 7, 8, 9, 10. 11 ANEXO 8, 9, 11, 10, 12.

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parte do AOB não se concretizou, resolveram então adquirir uma participação no MEINL BANK, dando-lhes assim o controle de uma filial inativa em Antígua.

Adquirido o controle societário do MEINL BANK (ANTÍGUA) LTD., a administração ficou a cargo de VINÍCIUS BORIN, MARCO BILINSKI e LUIZ AUGUSTO FRANÇA. Os executivos recebiam um salário fixo mensal de USD 10 mil dólares, valor que era pago por meio da empresa BBF ASSESSORIA E CONSULTORIA, de propriedade dos três administradores, enquanto os demais sócios, notadamente OLÍVIO RODRIGUES, LUIZ EDUARDO SOARES e FERNANDO MIGLIACCIO, não recebiam salários, mas apenas eventuais dividendos12.

Além do salário, VINÍCIUS BORIN, MARCO BILINSKI, LUIZ AUGUSTO FRANÇA,

OLÍVIO RODRIGUES, FERNANDO MIGLIACCIO e LUIZ EDUARDO SOARES, bem como o próprio

MEINL BANK, a título de cobertura de despesas, recebiam comissão (“fee”) sobre cada ingresso de valores nas contas operacionais do Grupo ODEBRECHT controladas e gerenciadas por OLÍVIO

RODRIGUES. O total da comissão destinada a esse grupo era inicialmente depositada em

conta-corrente titularizada por offshore controlada pelo operador financeiro, que se encarregava de distribui-la das seguintes formas: (i) por meio de transferências a contas bancárias de titularidade de outras offshores; (ii) em espécie, por intermédio dos doleiros conhecidos como “JUCA” e “DRAGÃO”; ou ainda (iii) emitindo notas fiscais falsas contra o BANCO PAULISTA13.

Nesse liame, serão especificamente objeto da presente denúncia os crimes de lavagem de capitais perpetrados por meio do BANCO PAULISTA, a partir da atuação dos executivos

PAULO BARRETO, GERSON BRITO e TARCÍSIO JOAQUIM, assim como de gestão fraudulenta de

instituição financeira.

2. DAS FONTES DE RECURSOS ILÍCITOS: CRIMES ANTECEDENTES

No âmbito das investigações conduzidas na Operação Lava Jato, restou comprovado, resumidamente, o funcionamento, no período compreendido entre 2004 e 2014, de uma ampla organização criminosa14 dedicada à prática reiterada de ilícitos em certames e contratos

12 ANEXOS 13, 14, 15, 16 e 17. 13 Conforme narrado no capítulo 3.1.

14 Tal organização era constituído por quatro principais núcleos. O primeiro deles era composto por acionistas e altos executivos das maiores empreiteira do país, dentre as quais a ODEBRECHT, que formaram um cartel autodenominado “CLUBE”, em que estabeleciam acordos escusos de não concorrência e definiam quais as empresas ou consórcios de empresas que se sagrariam vencedores nos maiores certames da PETROBRAS, no intuito de serem contratadas em contratos superfaturados ou com sobrevalor. Para que o esquema funcionasse de modo mais efetivo, ofereciam, prometiam e pagavam propinas a agentes públicos da Estatal, com base em percentuais dos contratos e aditivos. O segundo núcleo era composto por diretores e gerentes da PETROBRAS, que, mantidos em seus cargos mediante o apoio dos integrantes do núcleo político, recebiam propinas das empreiteiras contratadas pela Estatal. Em contrapartida, valendo-se de seus altos cargos, não só não turbavam o funcionamento do cartel de empreiteiras, como garantiam que aquelas que se sagravam vencedoras nas licitações tivessem tratamento favorecido na celebração e execução dos contratos. O terceiro núcleo era integrado por agentes políticos com mandato ou agentes próximos ao poder político, os quais, utilizando-se de agremiações partidárias, indicavam e mantinham no cargo funcionários do alto escalão da PETROBRAS, em especial os Diretores. Recebiam, em contrapartida, uma parte dos valores indevidos pagos pelo núcleo empresarial em decorrência dos contratos firmados com a Estatal. Os valores de propina destinados ao núcleo político do esquema tinham como destinatários tanto os agentes pessoas físicas como os próprios partidos políticos. Por fim, o quarto núcleo funcionou no entorno operadores financeiros, voltados à operacionalização do pagamento das vantagens indevidas aos integrantes do segundo núcleo, assim como para garantir a ocultação e a dissimulação dos valores

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da PETROBRAS. Dentre os crimes praticados, merecem destaque a formação de cartel, a frustração do caráter competitivo de licitações e o pagamento sistemático de propina, a mando de altos executivos de empresas nacionais e internacionais, por intermédio de profissionais da lavagem de dinheiro (operadores financeiros), aos diretores e gerentes da PETROBRAS, bem como aos agentes políticos que possuíam influência na Estatal, consoante já foi reconhecido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal em dezenas de casos15.

Nesse contexto delituoso, o Grupo ODEBRECHT foi uma das empresas que participou ampla e consistentemente do esquema ilícito. No interesse de se manter e promover a empreitada criminosa na PETROBRAS, inclusive, o Grupo ODEBRECHT ofereceu e pagou propinas a agentes públicos (funcionários da PETROBRAS) e políticos. Parcela dos ilícitos praticados já foi reconhecida por esse Juízo quando do julgamento das Ações Penais nº 5036528-23.2015.4.04.7000, 5015608-57.2017.4.04.7000, 5017409-71.2018.4.04.7000 e 5023942-46.2018.4.04.7000.

Em sede da Ação Penal nº 5036528-23.2015.4.04.7000, executivos do Grupo ODEBRECHT, dentre eles MARCELO ODEBRECHT, MÁRCIO FARIA e ROGÉRIO ARAÚJO, restaram condenados pela prática dos crimes de corrupção ativa dos funcionários públicos PAULO ROBERTO COSTA, RENATO DUQUE e PEDRO BARUSCO, pertinência a organização criminosa e lavagem de parte dos ativos auferidos por meio de ilícitos perpetrados no seio e em desfavor da PETROBRAS, notadamente em decorrência de contratos firmados com a Estatal16.

Em suma, restou comprovado o acerto de propinas entre o Grupo ODEBRECHT e RENATO DUQUE e PEDRO BARUSCO, agentes da Diretoria de Serviços da PETROBRAS, bem como PAULO ROBERTO COSTA, ex-Diretor de Abastecimento da Companhia, que envolvia o repasse de propinas, de forma dissimulada, aos então funcionários do alto escalão da Estatal.

A ODEBRECHT, por ordem e com anuência de seu gestor MARCELO ODEBRECHT e por meio dos executivos MÁRCIO FARIA, ROGÉRIO ARAÚJO e CÉSAR ROCHA, no período entre os anos de 2007 e 2012, ofereceu vantagens indevidas no montante aproximado de 2% – sendo metade destinada para a Diretoria de Serviços e metade para a Diretoria de Abastecimento – do valor dos

envolvidos no esquema criminoso. Seus integrantes eram responsáveis, assim, por intermediar o pagamento da propina e estruturar, normalmente com o uso de empresas – muitas vezes de fachada – uma grande rede de lavagem dos valores ilícitos, distribuindo-o aos destinatários finais. Observe-se, portanto, que a corrupção no esquema criminoso erigido no seio e em desfavor da PETROBRAS era bilateral e envolvia não só a corrupção ativa, por parte dos executivos das empreiteiras cartelizadas, como também, e de forma concomitante, a corrupção passiva de empregados da PETROBRAS cooptados pelo Cartel composto por diversas das maiores empreiteiras do país, a fim de que zelassem interna e ilegalmente por seus interesses.

15 Merecem destaque os autos nº 5083376-05.2014.4.04.0000, 5083838-59.2014.4.04.0000, 5083258-29.2014.4.04.0000, 5023121-47.2015.4.04.0000TRF, 5023162-14.2015.4.04.0000/TRF, 5012331-04.2015.4.04.0000/TRF, 5083401-18.2014.4.04.0000/TRF, 5083360-51.2014.4.04.0000/TRF, 5083351-89.2014.4.04.0000/TRF, 5039475-50.2015.4.04.0000/TRF, 5023135-31.2015.4.04.0000/TRF, 5027422-37.2015.4.04.0000/TRF, 5025692-25.2014.4.04.0000/TRF, 5045241-84.2015.4.04.0000/TRF, 5061578-51.2015.404.0000/TRF, 5022179-78.2016.4.04.0000/TRF, 5030424-78.2016.4.04.0000/TRF, 5013405-59.2016.4.04.0000/TRF, 5022182-33.2016.4.04.0000/TRF, 5051606-23.2016.4.04.0000/TRF, 5046512-94.2016.4.04.0000/TRF, 5054932-88.2016.404.0000/TRF, 5036518-76.2015.4.04.0000/TRF, 5015608-57.2017.4.04.0000/TRF, 5014170-93.2017.4.04.0000/TRF, 5024879-90.2017.4.04.0000/TRF, 5000553-66.2017.4.04.0000/TRF, 5045241-84.2015.4.04.7000/TRF, HC nº 5012110-69.2015.404.0000/TRF, HC nº 302.605/PR/STJ, Reclamação 17.623/STF, Questão de Ordem nas Ações Penais nº 871 e 878/STF.

16 A sentença proferida no âmbito da Ação Penal nº 5036528-23.2015.4.04.7000 encontra-se anexa – ANEXO 18.

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contratos e seus aditivos de valor celebrados pela empreiteira com a PETROBRAS para as obras de: (i) ISBL da Carteira de Gasolina e UGHE HDT de instáveis da Carteira de Coque da Refinaria Getúlio Vargas – REPAR; (ii) implantação das UHDT´s e UGH´s da Refinaria Abreu e Lima – RNEST; (iii) implantação das UDAs da Refinaria Abreu e Lima – RNEST; (iv) EPC do PIPE RACK do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ; e (v) implementação das Unidades de Geração de Vapor e Energia, Tratamento de Água e Efluentes do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ. O montante de propina oferecida/prometida aos agentes públicos atingiu o total de R$ 108.809.565,0017.

Na mesma oportunidade, MARCELO ODEBRECHT e ALEXANDRINO ALENCAR restaram condenados, ainda, pela oferta/promessa de vantagens indevidas a PAULO ROBERTO COSTA no âmbito de contrato destinado ao fornecimento de NAFTA pela PETROBRAS à BRASKEM, em decorrência do qual foram pagos, no período entre 2006 e 2012, USD 35 milhões de dólares a título de propina18.

Já nos autos da Ação Penal nº 5015608-57.2017.4.04.7000, o ex-funcionário da PETROBRAS ROBERTO GONÇALVES restou condenado pelo delito de corrupção passiva pelo recebimento de valores espúrios provenientes do Grupo ODEBRECHT e do Grupo UTC, no período de 2011 a 2014, em razão da celebração de contratos entre a PETROBRAS e os Consórcios PIPE RACK e TUC CONSTRUÇÕES, para a realização, respectivamente de obras de EPC de PIPE RACK e das Unidades de Geração de Vapor e Energia, Tratamento de Água e Efluentes do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ). Conforme ressaltado nos itens 239 e 240 da sentença, a propina repassada pela ODEBRECHT totalizou o valor de USD 2.947.365,54, equivalente a R$ 9.112.370,04, na data do oferecimento da denúncia (05/04/2017). Ressalte-se que o processo foi extinto sem resolução do mérito em relação aos crimes de corrupção ativa imputados aos executivos da ODEBRECHT ROGÉRIO ARAÚJO e MÁRIO FARIA, tendo em vista a prévia condenação nos autos nº 5036528-23.2015.4.04.700019.

Em adição, em sede da Ação Penal nº 5017409-71.2018.4.04.7000, MÁRCIO FARIA e ROGÉRIO ARAÚJO foram condenados pela oferta/promessa de vantagens indevidas, entre 2006 e 01/09/2010, a DJALMA RODRIGUES DE SOUZA, GLAUCO COLEPICOLO LEGATTI, MAURÍCIO DE OLIVEIRA GUEDES e PAULO CEZAR AMARO AQUINO, no âmbito do procedimento licitatório e da execução dos Contratos de Aliança 027/2008, para construção de uma planta industrial de PTA (Ácido Terefálico Purificado), e 017/2009, para construção de plantas industriais da CITEPE e de produção de filamentos têxteis (POY) e poletileno tereflatado (PET), celebrados com a PETROQUISA, empresa subsidiária da PETROBRAS. O total de vantagem indevida paga corresponde a R$ 32.570.000,0020.

MÁRCIO FARIA e ROGÉRIO ARAÚJO foram condenados, ainda, no âmbito da Ação Penal nº 5023942-46.2018.4.04.7000, pela prática do delito de corrupção ativa, por terem oferecido/prometido, entre 2009 e 26/10/2010, valores indevidos no montante de USD 24.750.000,00, ao então funcionário da PETROBRAS ALUÍSIO TELES, em decorrência do contrato nº

17 O valor considerado por esse Juízo, quando da sentença, corresponde a 2% dos contratos e seus respectivos aditivos celebrados com a PETROBRAS, levando em consideração exclusivamente a porcentagem da ODEBRECHT nos consórcios contratados – v. §§ 913 a 921 da sentença – ANEXO 18.

18 ANEXO 18. 19 ANEXO 19. 20 ANEXO 20.

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6000.0062274.10.2, destinado à prestação de serviços de reabilitação, construção e montagem, diagnóstico e remediação ambiental, elaboração de estudo, diagnóstico e levantamentos nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde (SMS), em 9 países, além do Brasil. À conduta de ALUÍSIO TELES aderiram os também funcionários da Estatal ULISSES SOBRAL e RODRIGO PINAUD, que auxiliaram o primeiro no direcionamento da contratação em favor da ODEBRECHT, bem como no favorecimento da empreiteira durante a execução do contrato21.

Além das mencionadas ações penais já sentenciadas, os executivos do Grupo ODEBRECHT MARCELO ODEBRECHT, ROGÉRIO ARAÚJO e MÁRCIO FARIA foram denunciados no âmbito da Ação Penal nº 5051379-67.2015.404.700022 pela prática do delito de corrupção ativa, uma vez que ofereceram/prometeram vantagens indevidas, no montante aproximado de 2% do valor do contrato original somado ao valor dos aditivos, a funcionários da PETROBRAS, notadamente RENATO DUQUE e PEDRO BARUSCO, em razão da celebração, no período entre 09/12/2004 e 03/08/2011, de contratos e seus respectivos aditivos, entre a Estatal e a ODEBRECHT, na condição de membro do: (i) Consórcio Refinaria Abreu e Lima, contratado para a execução de obras de terraplenagem da área destinada a construção e montagem da Refinaria do Nordeste – RNEST; (ii) Consórcio Terraplanagem COMPERJ, contratado para a execução de serviços de terraplanagem, drenagem e anel viário da área do futuro Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ; (iii) CONSÓRCIO ODEBEI, contratado para a execução das obras de construção e montagem da Unidade de Processamento de Condensado de Gás Natural II – UPCGN II e seus

off-sites, e da ampliação dos Sistemas de Compressão, Ar Comprimido e de Água de Resfriamento

do Terminal de Cabiúnas – TECAB; (iv) CONSÓRCIO ODEBEI PLANGÁS, contratado para a execução dos serviços de Implementação da Unidade de Processamento de Gás Natural – UPCGN III, seus

off-sites, Interligações e Utilidades (Torre de Resfriamento e Sistema de Ar Comprimido) do

Terminal de Cabiúnas – TECAB; (v) CONSÓRCIO ODEBEI FLARE, contratado pela PETROBRAS para a construção e montagem do novo sistema de Tocha do tipo Ground Flare e suas interligações no Terminal de Cabiúnas – TECAB; (vi) CONSÓRCIO ODETECH, contratado pela TRANSPORTADORA ASSOCIADA DE GÁS S.A (TAG), subsidiária integral da PETROBRAS GÁS S.A, para a execução das obras de construção e montagem do Gasoduto GASDUC III – Pacote 1; e (vii) CONSÓRCIO RIO PARAGUAÇÚ, contratado para a construção das plataformas de perfuração autoelevatórias P-59 e P-60. Estima-se que os valores de propina oferecidos/prometidos aos agentes públicos correspondam a R$ 65.880.075,20, em relação aos seis primeiros contratos, e USD 14.450.941,06, no que respeita às obras das plataformas P-59 e P-60.

MARCELO ODEBRECHT, ROGÉRIO ARAÚJO e MÁRCIO FARIA, em conjunto com CÉSAR ROCHA, restaram denunciados, na mesma oportunidade, pela oferta/promessa de valores espúrios, no montante aproximado de 1% do valor do contrato original somado ao valor dos aditivos, a PAULO ROBERTO COSTA, então Diretor de Abastecimento da PETROBRAS, em razão da celebração, no período entre 03/05/2007 e 01/04/2011, de contratos e seus respectivos aditivos entre a Estatal e a ODEBRECHT, enquanto membro do: (i) Consórcio Refinaria Abreu e Lima, contratado para a execução de obras de terraplanagem da área destinada a construção e montagem da Refinaria do Nordeste – RNEST; e (ii) Consórcio Terraplanagem COMPERJ, contratado para a execução de serviços de terraplanagem, drenagem e anel viário da área do futuro Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – COMPERJ. Estima-se que os valores de propina

21 ANEXO 21. 22 ANEXO 22.

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oferecidos/prometidos ao então Diretor de Abastecimento correspondam a R$ 17.427.849,82.

A fim de efetivamente repassar os valores espúrios aos agentes públicos corrompidos, o Grupo ODEBRECHT utilizou-se de diversos estratagemas de lavagem de capitais por meio do Setor de Operações Estruturadas. Os executivos da empreiteira que auxiliaram na dissimulação e ocultação da propina, notadamente LUIZ EDUARDO SOARES e FERNANDO MIGLIACCIO, assim como os operadores financeiros OLÍVIO RODRIGUES, VINÍCIUS BORIN, MARCO BILINSKI e LUIZ

AUGUSTO FRANÇA receberam comissões por sua atuação, cujo repasse também foi realizado por

intermédio de atos de lavagem de dinheiro. Parcela do esquema, notadamente no que respeita à transferência dos valores através do BANCO PAULISTA, será narrada nos capítulos seguintes.

3. DOS DELITOS DE LAVAGEM DE CAPITAIS 3.1. Contextualização

Conforme mencionado no item anterior, o MEINL BANK (ANTÍGUA) LTD. figurou entre as instituições financeiras em que o Grupo ODEBRECHT abriu e manteve diversas contas bancárias operacionais para movimentação de valores gerenciados pelo “Setor de Operações Estruturadas”.

O aprofundamento das investigações revelou que os executivos do MEINL BANK (ANTÍGUA) LTD. VINÍCIUS BORIN, MARCO BILINSKI e LUIZ AUGUSTO FRANÇA, assim como

FERNANDO MIGLIACCIO, LUIZ EDUARDO SOARES e OLÍVIO RODRIGUES, além da própria

instituição financeira, recebiam um “fee”, isto é, uma comissão, no valor total de 2% sobre cada ingresso de valores nas contas operacionais do Grupo ODEBRECHT, controladas por OLÍVIO

RODRIGUES. A comissão era distribuída da seguinte forma: 0,5% era destinado aos três executivos

do banco; 0,5% ao próprio MEINL BANK, a título de cobertura de custos, e 1% a OLÍVIO

RODRIGUES, LUIZ EDUARDO SOARES e FERNANDO MIGLIACCIO23.

Nesse sentido, FERNANDO MIGLIACCIO declarou24 que a ODEBRECHT, pela utilização de contas bancárias no exterior, remunerava OLÍVIO RODRIGUES com um percentual em torno de 2% sobre cada operação financeira. O operador, então, dividia parte da comissão com o colaborador e com LUIZ EDUARDO SOARES, além dos executivos do MEINL BANK, quando as contas utilizadas fossem mantidas naquele banco.

Para tanto, o Grupo ODEBRECHT, a partir de suas contas bancárias operacionais, titularizadas por offshores como a KLIENFELD SERVICES LTD., INNOVATION RESEARCH ENGINEERING AND DEVELOPMENT LTD., TRIDENT INTER TRADING LTD. e MAGNA INTERNATIONAL., controlados pelo operador OLÍVIO RODRIGUES, repassava 0,5% dos valores ao MEINL BANK e depositava 1,5% do montante em contas-correntes destinadas a valores pessoais de OLÍVIO RODRIGUES, como a SERVICES AND ADMINISTRATION SUMMIT LIMITED25.

23 ANEXOS 15, 23, 24, 25.

24 ANEXO 24 – Termo de Colaboração n° 14 de FERNANDO MIGLIACCIO. 25 ANEXO 15, 23, 25, 26.

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A análise dos extratos bancários de referidas contas26-27 revelou que, ao menos entre 24/09/2007 a 24/02/2015, OLÍVIO RODRIGUES28 recebeu do Grupo ODEBRECHT comissões no valor total de ao menos USD 18.885.902,94, mediante 151 transferências bancárias:

26 ANEXO 27.

27 A documentação foi remetida a esta Força-Tarefa como resposta aos Pedidos Ativos de Assistência Mútua em Matéria Penal FTLJ 23/2015, por meio do Ofício nº 1711/2016/CGRA-DRCI-SNJ-MJ, e FTLJ 92/2016, por meio dos Ofícios nº 3814/2017/CGRA-DRCI-SNJ-MJ, 6229/2017/CGRA-DRCI-SNJ-MJ, 7158/2017/CGRA-DRCI-SNJ-MJ e 4034/2018/CGRA-DRCI-SNJ-MJ – ANEXOS 28, 29, 30, 31 e 32.

28 A conta bancária SERVICES AND ADMINISTRATION SUMMIT LIMITED era controlada por OLÍVIO RODRIGUES, conforme demonstram seus formulários de abertura – ANEXO 33.

Evento Conta Origem Data Valor

1 Klienfeld Services Ltd 24/09/07 243.133,02 USD

2 Klienfeld Services Ltd 06/03/08 233.997,50 USD

3 Klienfeld Services Ltd 15/04/08 125.595,05 USD

4 Klienfeld Services Ltd 05/06/08 142.677,50 USD

5 Klienfeld Services Ltd 09/10/08 106.897,65 USD

6 Klienfeld Services Ltd 29/10/08 100.002,50 USD

7 Klienfeld Services Ltd 14/01/09 541.737,50 USD

8 Klienfeld Services Ltd 04/02/09 49.502,50 USD

9 Klienfeld Services Ltd 20/05/09 99.063,11 USD

10 Klienfeld Services Ltd 05/08/09 94.202,50 USD

11 Klienfeld Services Ltd 26/08/09 2.002,50 USD

12 Klienfeld Services Ltd 06/10/09 150.738,00 USD

13 Klienfeld Services Ltd 21/10/09 135.060,20 USD

14 Klienfeld Services Ltd 28/10/09 40.002,50 USD

15 Klienfeld Services Ltd 04/12/09 20.002,50 USD

16 Klienfeld Services Ltd 28/01/10 82.691,67 USD

17 Klienfeld Services Ltd 02/03/10 192.871,50 USD

18 Klienfeld Services Ltd 30/03/10 168.649,97 USD

19 Klienfeld Services Ltd 13/04/10 31.007,50 USD

20 Klienfeld Services Ltd 10/05/10 331.318,36 USD

21 Klienfeld Services Ltd 07/06/10 275.887,63 USD

22 Klienfeld Services Ltd 08/11/10 467.145,96 USD

23 Klienfeld Services Ltd 19/11/10 324.023,28 USD

24 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 19/11/10 515.774,94 USD

25 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 09/12/10 40.401,00 USD

26 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 15/12/10 386.571,75 USD

27 Klienfeld Services Ltd 15/12/10 149.460,00 USD

28 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 04/01/11 296.060,02 USD

29 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 11/02/11 137.648,64 USD

30 Klienfeld Services Ltd 11/02/11 286.686,00 USD

Transferências das contas da Odebrecht para a conta Services and Adm. Summit Ltd de Olívio Rodrigues.

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31 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 01/03/11 76.341,00 USD

32 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 07/04/11 105.570,70 USD

33 Klienfeld Services Ltd 07/04/11 46.827,00 USD

34 Klienfeld Services Ltd 12/04/11 60.678,00 USD

35 Trident Intertrading Ltd 12/04/11 7.755,00 USD

36 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 12/04/11 6.770,64 USD

37 Magna International Corp 07/06/11 62.842,50 USD

38 Trident Intertrading Ltd 07/06/11 20.250,00 USD

39 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 08/06/11 76.741,50 USD

40 Klienfeld Services Ltd 08/06/11 67.290,00 USD

41 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 05/09/11 74.146,50 USD

42 Klienfeld Services Ltd 05/09/11 159.198,35 USD

43 Trident Intertrading Ltd 05/09/11 14.999,62 USD

44 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 12/09/11 100.000,00 USD

45 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 03/10/11 45.470,03 USD

46 Klienfeld Services Ltd 03/10/11 258.984,23 USD

47 Magna International Corp 03/10/11 33.080,25 USD

48 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 24/10/11 22.884,75 USD

49 Klienfeld Services Ltd 24/10/11 61.363,50 USD

50 Magna International Corp 24/10/11 201.758,55 USD

51 Trident Intertrading Ltd 24/10/11 74.999,24 USD

52 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 25/11/11 315.907,50 USD

53 Klienfeld Services Ltd 25/11/11 306.909,00 USD

54 Magna International Corp 25/11/11 277.589,25 USD

55 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 01/12/11 22.581,48 USD

56 Klienfeld Services Ltd 01/12/11 23.512,50 USD

57 Magna International Corp 01/12/11 56.823,00 USD

58 Klienfeld Services Ltd 19/12/11 200.000,00 USD

59 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 27/12/11 264.613,50 USD

60 Klienfeld Services Ltd 27/12/11 52.171,15 USD

61 Magna International Corp 27/12/11 138.631,50 USD

62 Trident Intertrading Ltd 27/12/11 29.999,17 USD

63 Klienfeld Services Ltd 27/01/12 105.000,00 USD

64 Trident Intertrading Ltd 27/01/12 15.000,00 USD

65 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 01/02/12 130.000,00 USD

66 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 02/03/12 132.197,00 USD

67 Trident Intertrading Ltd 02/03/12 101.250,00 USD

68 Magna International Corp 02/03/12 69.241,50 USD

69 Klienfeld Services Ltd 02/03/12 60.000,00 USD

70 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 03/04/12 203.809,50 USD

71 Klienfeld Services Ltd 03/04/12 137.095,50 USD

72 Magna International Corp 03/04/12 24.610,50 USD

73 Trident Intertrading Ltd 03/04/12 11.250,00 USD

74 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 04/05/12 202.636,50 USD

75 Klienfeld Services Ltd 04/05/12 141.678,00 USD

76 Magna International Corp 04/05/12 45.000,00 USD

77 Trident Intertrading Ltd 04/05/12 81.750,00 USD

78 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 10/05/12 45.000,00 USD

79 Klienfeld Services Ltd 10/05/12 45.000,00 USD

80 Magna International Corp 10/05/12 30.000,00 USD

81 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 04/06/12 200.161,50 USD

82 Klienfeld Services Ltd 04/06/12 190.186,50 USD

83 Trident Intertrading Ltd 04/06/12 38.250,00 USD

84 Magna International Corp 04/06/12 30.000,00 USD

85 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 25/06/12 208.491,00 USD

86 Klienfeld Services Ltd 25/06/12 95.730,08 USD

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87 Trident Intertrading Ltd 25/06/12 23.250,00 USD

88 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 18/07/12 5.000,00 USD

89 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 31/07/12 307.545,37 USD

90 Klienfeld Services Ltd 31/07/12 48.000,00 USD

91 Magna International Corp 31/07/12 30.000,00 USD

92 Trident Intertrading Ltd 31/07/12 8.625,00 USD

93 Klienfeld Services Ltd 13/08/12 5.000,00 USD

94 Klienfeld Services Ltd 15/08/12 4.835,20 USD

95 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 20/08/12 7.723,25 USD

96 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 23/08/12 8.773,55 USD

97 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 24/08/12 123.255,00 USD

98 Klienfeld Services Ltd 24/08/12 355.699,50 USD

99 Trident Intertrading Ltd 24/08/12 28.500,00 USD

100 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 13/09/12 16.723,50 USD

101 Klienfeld Services Ltd 13/09/12 193.576,50 USD

102 Magna International Corp 13/09/12 22.500,00 USD

103 Klienfeld Services Ltd 17/09/12 7.744,00 USD

104 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 02/10/12 6.402,00 USD

105 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 15/10/12 152.011,50 USD

106 Klienfeld Services Ltd 15/10/12 676.452,50 USD

107 Klienfeld Services Ltd 15/10/12 7.742,52 USD

108 Trident Intertrading Ltd 15/10/12 37.500,00 USD

109 Klienfeld Services Ltd 23/10/12 9.186,00 USD

110 Klienfeld Services Ltd 05/11/12 8.711,00 USD

111 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 21/11/12 9.187,00 USD

112 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 30/11/12 257.409,98 USD

113 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 30/11/12 9.252,00 USD

114 Klienfeld Services Ltd 30/11/12 697.528,50 USD

115 Trident Intertrading Ltd 30/11/12 22.500,00 USD

116 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 05/12/12 9.189,00 USD

117 Klienfeld Services Ltd 12/12/12 165.000,00 USD

118 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 12/12/12 144.138,00 USD

119 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 12/12/12 4.906,33 USD

120 Magna International Corp 12/12/12 15.000,00 USD

121 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 31/01/14 214.500,00 USD

122 Klienfeld Services Ltd 31/01/14 406.795,50 USD

123 Trident Intertrading Ltd 31/01/14 25.875,00 USD

124 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 20/02/14 132.070,50 USD

125 Klienfeld Services Ltd 20/02/14 140.971,50 USD

126 Innovation Research Eng. and Dev. Ltd 28/03/14 346.312,50 USD

127 Klienfeld Services Ltd 28/03/14 244.761,00 USD

128 Magna International Corp 28/03/14 37.500,00 USD

129 Trident Intertrading Ltd 28/03/14 36.750,00 USD

130 Klienfeld Services Ltd 28/04/14 202.180,50 USD

131 Trident Intertrading Ltd 20/05/14 16.500,00 USD

132 Klienfeld Services Ltd 11/06/14 461.710,50 USD

133 Trident Intertrading Ltd 11/06/14 54.000,00 USD

134 Klienfeld Services Ltd 31/07/14 370.500,00 USD

135 Trident Intertrading Ltd 31/07/14 66.000,00 USD

136 Magna International Corp 31/07/14 30.000,00 USD

137 Klienfeld Services Ltd 10/09/14 201.669,00 USD

138 Trident Intertrading Ltd 10/09/14 36.000,00 USD

139 Klienfeld Services Ltd 26/09/14 1.950,00 USD

140 Klienfeld Services Ltd 01/10/14 118.500,00 USD

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O operador financeiro denunciado, então, encarregava-se da repartição dos valores entre ele e MARCO BILINSKI, LUIZ AUGUSTO FRANÇA, VINÍCIUS BORIN, LUIZ EDUARDO

SOARES e FERNANDO MIGLIACCIO, por meio de três metodologias: (i) transferências a contas

bancárias de titularidade de outras offshores controladas pelos beneficiários; (ii) entrega de valores em espécie, por intermédio dos doleiros conhecidos como “JUCA” e “DRAGÃO”; ou ainda (iii) emitindo notas fiscais falsas em favor do BANCO PAULISTA29.

Nos casos em que os envolvidos optavam por lavar os valores ilícitos por intermédio do BANCO PAULISTA, OLÍVIO RODRIGUES, responsável por coordenar o processo de internalização do dinheiro via BANCO PAULISTA com a anuência de FERNANDO MIGLIACCIO, LUIZ EDUARDO

SOARES, LUIZ AUGUSTO FRANÇA, MARCO BILINSKI e VINÍCIUS BORIN, utilizava-se dos serviços

do doleiro VINÍCIUS CLARET, conhecido como JUCA, para trazer o dinheiro para o território nacional. Nesse contexto, o denunciado transferia o montante correspondente em dólares a partir de suas contas bancárias mantidas no exterior, notadamente daquelas titularizadas pelas offshores SERVICE SUMMIT, no Banco MEINL BANK, e SALMET, no PKB, para contas-correntes controladas por VINÍCIUS CLARET também mantidas no estrangeiro30-31.

OLÍVIO RODRIGUES esclareceu, nesse contexto, que, em algumas hipóteses, os

valores não chegavam a ser transferidos das contas operacionais do Grupo ODEBRECHT para suas contas pessoais. Ao contrário, considerando-se que era o responsável por controlá-las, o operador financeiro transferia os valores diretamente das contas INNOVATION, CONSTRUCTORA INTERNACIONAL DEL SUR, SELECT, KLIENFIELD e outras de propriedade do grupo empresarial, para as contas-correntes de VINÍCIUS CLARET, em verdadeira compensação de créditos de comissões que ele e FERNANDO MIGLIACCIO, LUIZ EDUARDO SOARES, LUIZ AUGUSTO FRANÇA, MARCO

BILINSKI e VINÍCIUS BORIN tinham a receber da empreiteira, evitando, assim, mais uma camada de

transferências bancárias32.

Exemplificativamente, observe-se que os extratos bancários das contas SERVICES AND ADMINISTRATION SUMMIT LTD., de OLÍVIO RODRIGUES33, e MERIWETHER TRADING INC., de

29 ANEXOS 23 e 24. 30 ANEXOS 25, 26, 34 e 35.

31 Os vídeos dos Termos de Colaboração de OLÍVIO RODRIGUES e LUIZ EDUARDO SOARES foram encaminhados para a Secretaria da 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba – ANEXO 17.

32 ANEXO 26.

33 Conforme demonstram os documentos de abertura da conta bancária – ANEXO 33.

141 Trident Intertrading Ltd 01/10/14 49.500,00 USD

142 Klienfeld Services Ltd 27/10/14 142.500,00 USD

143 Trident Intertrading Ltd 27/10/14 37.500,00 USD

144 Klienfeld Services Ltd 27/10/14 1.950,00 USD

145 Klienfeld Services Ltd 26/11/14 442.500,00 USD

146 Trident Intertrading Ltd 26/11/14 51.000,00 USD

147 Klienfeld Services Ltd 19/12/14 60.000,00 USD

148 Klienfeld Services Ltd 27/01/15 1.950,00 USD

149 Klienfeld Services Ltd 06/02/15 45.000,00 USD

150 Trident Intertrading Ltd 06/02/15 64.750,00 USD

151 Trident Intertrading Ltd 24/02/15 35.000,00 USD

18.885.902,94 USD

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VINÍCIUS CLARET34, demonstram que, no período de 22/11/2010 a 18/11/2014, foram repassados ao menos USD 4.696.281,74 a VINÍCIUS CLARET, mediante 25 transferências bancárias35-36:

Uma vez recebidos os valores por VINÍCIUS CLARET, o doleiro, mediante operação de dólar-cabo, entregava o montante correspondente em reais, em território nacional, para (i) OLÍVIO

RODRIGUES, que, ato contínuo, entregava o dinheiro em espécie para PAULO BARRETO37; ou (ii) diretamente a PAULO BARRETO, a pedido de OLÍVIO RODRIGUES38. Em ambos os casos, as entregas eram realizadas sempre nas sedes do BANCO PAULISTA, localizadas na Av. Faria Lima e na Rua Boa Vista, em São Paulo/SP, além de no braço da instituição financeira no Rio de Janeiro/RJ39.

Em seguida, o BANCO PAULISTA, lastreado em contratos fraudulentos celebrados com empresas de fachada pertencentes a OLÍVIO RODRIGUES, LUIZ EDUARDO SOARES, FERNANDO

MIGLIACCIO, LUIZ AUGUSTO FRANÇA, MARCO BILINSKI e VINÍCIUS BORIN e nas 34 ANEXOS 26 e 36 – Observe que o e-mail indicado na documentação da abertura da conta bancária é “juquinha@drousys.com”, apelido utilizado por VINÍCIUS CLARET,

35 ANEXO 37.

36 A documentação foi remetida a esta Força-Tarefa como resposta ao Pedido Ativo de Assistência Mútua em Matéria Penal FTLJ 92/2016, por meio dos Ofícios nº 3814/2017/CGRA-DRCI-SNJ-MJ, 6229/2017/CGRA-DRCI-SNJ-MJ e 7158/2017/CGRA-DRCI-SNJ-MJ – ANEXOS 29, 30 e 31.

37 ANEXOS 34, 35, 38 e 17. 38 ANEXO 26.

39 ANEXO 26.

Evento Conta Origem Data Valor

1 Services and Adm. Summit Ltd. 22/11/10 179.932,74 USD

2 Services and Adm. Summit Ltd. 18/02/11 150.000,00 USD

3 Services and Adm. Summit Ltd. 24/03/11 300.000,00 USD

4 Services and Adm. Summit Ltd. 14/04/11 200.000,00 USD

5 Services and Adm. Summit Ltd. 07/09/11 85.497,00 USD

6 Services and Adm. Summit Ltd. 26/10/11 215.000,00 USD

7 Services and Adm. Summit Ltd. 01/12/11 41.881,00 USD

8 Services and Adm. Summit Ltd. 13/12/11 200.000,00 USD

9 Services and Adm. Summit Ltd. 23/01/12 300.000,00 USD

10 Services and Adm. Summit Ltd. 13/03/12 31.517,00 USD

11 Services and Adm. Summit Ltd. 10/04/12 300.000,00 USD

12 Services and Adm. Summit Ltd. 10/05/12 30.000,00 USD

13 Services and Adm. Summit Ltd. 17/05/12 160.000,00 USD

14 Services and Adm. Summit Ltd. 19/06/12 30.000,00 USD

15 Services and Adm. Summit Ltd. 29/06/12 200.000,00 USD

16 Services and Adm. Summit Ltd. 31/07/12 195.454,00 USD

17 Services and Adm. Summit Ltd. 13/09/12 200.000,00 USD

18 Services and Adm. Summit Ltd. 28/09/12 200.000,00 USD

19 Services and Adm. Summit Ltd. 15/10/12 20.000,00 USD

20 Services and Adm. Summit Ltd. 06/11/12 200.000,00 USD

21 Services and Adm. Summit Ltd. 01/04/14 300.000,00 USD

22 Services and Adm. Summit Ltd. 21/05/14 277.000,00 USD

23 Services and Adm. Summit Ltd. 01/08/14 250.000,00 USD

24 Services and Adm. Summit Ltd. 16/10/14 130.000,00 USD

25 Services and Adm. Summit Ltd. 18/11/14 500.000,00 USD

4.696.281,74 USD Transferências da conta Services and Adm. Summit Ltd de Olívio Rodrigues,

para a conta Meriwether Trading Inc., de Vinícius Claret.

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correspondentes notas fiscais falsas, efetuava pagamentos aos destinatários finais dos recursos por meio de transferências eletrônicas em favor das empresas contratadas, conforme será narrado no item a seguir.

3.2. Dos delitos de lavagem de capitais denunciados

OLÍVIO RODRIGUES, em conjunto com os executivos do BANCO PAULISTA PAULO BARRETO, TARCÍSIO JOAQUIM e GERSON BRITO, no período compreendido entre 05/10/200740 e 13/11/201541-42, de modo consciente e voluntário, em concurso e unidade de desígnios, ocultaram e dissimularam a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de R$

27.633.824,70, provenientes de delitos de organização criminosa, fraude à licitação, cartel e

corrupção praticados pela ODEBRECHT em detrimento da PETROBRAS, conforme descrito nesta peça, mediante a realização de 198 (cento e noventa e oito) transferências bancárias, a partir de conta titularizada pelo BANCO PAULISTA para conta-corrente em nome da empresa JR GRACO ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA.43, em benefício de OLÍVIO RODRIGUES, incorrendo, assim, na prática do delito tipificado no artigo 1º, caput e § 4º, da Lei nº 9.613/98, por 198 vezes, na forma do artigo 71 do CP.

LUIZ EDUARDO SOARES, em conjunto com OLÍVIO RODRIGUES, na condição de

operador financeiro, e PAULO BARRETO, TARCÍSIO JOAQUIM e GERSON BRITO, enquanto executivos do BANCO PAULISTA, no período compreendido entre 03/11/200844-45 e 19/03/201446, de modo consciente e voluntário, em concurso e unidade de desígnios, ocultaram e dissimularam a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de R$ 6.856.173,95, provenientes de delitos de organização criminosa, fraude à licitação, cartel e corrupção praticados pela ODEBRECHT em detrimento da PETROBRAS, conforme descrito nesta peça, mediante a realização de 63 (sessenta e três) transferências bancárias, a partir de conta titularizada pelo BANCO PAULISTA para conta-corrente em nome da empresa CRYSTAL RESEARCH SERVICES PESQUISA MERCADOLÓGICA LTDA.47, em benefício de LUIZ EDUARDO SOARES, incorrendo,

40 Data da primeira transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da JR GRACO ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 39.

41 Data da última transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da JR GRACO ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 40.

42 Os comprovantes de pagamento correspondentes ao ANEXO 40 foram encaminhados pelo Banco Central do Brasil à 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba, por meio do Ofício nº 001606/2018-BCB/Aspar/GATPC/Diadi/Coadi-05, e juntados ao evento 35, PROCADM15, p. 2-3, dos autos nº 5035586-20.2017.4.04.7000.

43 Empresa de OLÍVIO RODRIGUES – Relatório de Pesquisa Automática nº 2719/2019 – ANEXO 41.

44 Data da primeira transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da CRYSTAL RESEARCH SERVICES PESQUISA MERCADOLÓGICA LTDA. – ANEXO 42.

45 Os comprovantes de pagamento correspondentes ao ANEXO 42 foram encaminhados pelo Banco Central do Brasil à 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba, por meio do Ofício nº 001606/2018-BCB/Aspar/GATPC/Diadi/Coadi-05, e juntados ao evento 35, PROCADM24, p. 22-79 dos autos nº 5035586-20.2017.4.04.7000, assim como pelo BANCO PAULISTA a esta Força-Tarefa, em resposta ao Ofício nº 4112/2019-PRPR/FT (ANEXO 43).

46 Data da última transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da CRYSTAL RESEARCH SERVICES PESQUISA MERCADOLÓGICA LTDA. – ANEXO 42.

47 Empresa de LUIZ EDUARDO SOARES – Relatório de Pesquisa Automática nº 2718/2019 – ANEXO 44.

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assim, na prática do delito tipificado no artigo 1º, caput e § 4º, da Lei nº 9.613/98, por 63

vezes, na forma do artigo 71 do CP.

FERNANDO MIGLIACCIO, em conjunto com OLÍVIO RODRIGUES, na condição de

operador financeiro, e PAULO BARRETO, TARCÍSIO JOAQUIM e GERSON BRITO, enquanto executivos do BANCO PAULISTA, no período compreendido entre 09/09/200948-49 e 22/10/201450, de modo consciente e voluntário, em concurso e unidade de desígnios, ocultaram e dissimularam a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de R$ 7.998.045,27, provenientes de delitos de organização criminosa, fraude à licitação, cartel e corrupção praticados pela ODEBRECHT em detrimento da PETROBRAS, conforme descrito nesta peça, mediante a realização de 65 (sessenta e cinco) transferências bancárias, a partir de conta titularizada pelo BANCO PAULISTA para conta-corrente em nome da empresa MIG CONSULTORIA ECONÔMICA E FINANCEIRA LTDA.51, em benefício de FERNANDO MIGLIACCIO, incorrendo, assim, na prática do delito tipificado no artigo 1º, caput e § 4º, da Lei nº 9.613/98, por 65 vezes, na forma do artigo 71 do CP.

LUIZ AUGUSTO FRANÇA, MARCO BILINSKI e VINÍCIUS BORIN, em conjunto com OLÍVIO RODRIGUES, na condição de operador financeiro, e PAULO BARRETO, TARCÍSIO JOAQUIM e GERSON BRITO, enquanto executivos do BANCO PAULISTA, no período

compreendido entre 08/11/201052 e 24/01/201153-54, de modo consciente e voluntário, em concurso e unidade de desígnios, ocultaram e dissimularam a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de R$ 422.325,00, provenientes de delitos de organização criminosa, fraude à licitação, cartel e corrupção praticados pela ODEBRECHT em detrimento da PETROBRAS, conforme descrito nesta peça, mediante a realização de 3 (três) transferências bancárias, a partir de conta titularizada pelo BANCO PAULISTA para conta-corrente em nome da empresa BBF ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA.55, em benefício dos então executivos do MEINL BANK, incorrendo, assim, na prática do delito tipificado no artigo 1º, V, VI e VII, c/c artigo 1º, §4º, da Lei nº 9.613/9856, por 3 vezes, na forma do artigo 71 do CP.

VINÍCIUS BORIN, em conjunto com OLÍVIO RODRIGUES, na condição de operador

financeiro, e PAULO BARRETO, TARCÍSIO JOAQUIM e GERSON BRITO, enquanto executivos do

48 Data da primeira transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da MIG CONSULTORIA ECONÔMICA E FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 45, p. 4.

49 Os comprovantes de pagamento correspondentes ao ANEXO 45 foram encaminhados pelo Banco Central do Brasil à 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba, por meio do Ofício nº 001606/2018-BCB/Aspar/GATPC/Diadi/Coadi-05, e juntados ao evento 35, PROCADM4, p. 4-70, PROCADM5 e PROCADM6, p. 1-5, dos autos nº 5035586-20.2017.4.04.7000.

50 Data da última transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da MIG CONSULTORIA ECONÔMICA E FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 45, p. 69.

51 Empresa de FERNANDO MIGLIACCIO – Relatório de Pesquisa Automática nº 2717/2019 – ANEXO 46.

52 Data da primeira transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da BBF ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 47, p. 1.

53 Data da última transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da BBF ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 47, p. 3.

54 Os comprovantes de pagamento correspondentes ao ANEXO 47 foram encaminhados pelo Banco Central do Brasil à 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba, por meio do Ofício nº 001606/2018-BCB/Aspar/GATPC/Diadi/Coadi-05, e foram juntados ao evento 35, PROCADM30, p. 48-50, dos autos nº 5035586-20.2017.4.04.7000.

55 Empresa de LUIZ AUGUSTO FRANÇA, MARCO BILINSKI e VINÍCIUS BORIN – Relatório de Pesquisa Automática nº 2714/2019 – ANEXO 48.

56 Na redação anterior à Lei 12.683/2012.

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BANCO PAULISTA, no período compreendido entre 22/11/201057 e 26/10/201558, de modo consciente e voluntário, em concurso e unidade de desígnios, ocultaram e dissimularam a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de R$ 3.210.046,68, provenientes de delitos de organização criminosa, fraude à licitação, cartel e corrupção praticados pela ODEBRECHT em detrimento da PETROBRAS, conforme descrito nesta peça, mediante a realização de 35 (trinta e cinco) transferências bancárias, a partir de conta titularizada pelo BANCO PAULISTA para conta-corrente em nome da empresa VVB ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA.59, em benefício de VINÍCIUS BORIN, incorrendo, assim, na prática do delito tipificado no artigo 1º, caput e § 4º, da Lei nº 9.613/98, por 35 vezes, na forma do artigo 71 do CP.

MARCO BILINSKI, em conjunto com OLÍVIO RODRIGUES, na condição de

operador financeiro, e PAULO BARRETO, TARCÍSIO JOAQUIM e GERSON BRITO, enquanto executivos do BANCO PAULISTA, no período compreendido entre 13/07/201160 e 26/10/201561, de modo consciente e voluntário, em concurso e unidade de desígnios, ocultaram e dissimularam a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de R$ 3.183.952,00, provenientes de delitos de organização criminosa, fraude à licitação, cartel e corrupção praticados pela ODEBRECHT em detrimento da PETROBRAS, conforme descrito nesta peça, mediante a realização de 33 (trinta e três) transferências bancárias, a partir de conta titularizada pelo BANCO PAULISTA para conta-corrente em nome da empresa BILINSKI ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA.62, em benefício de MARCO BILINSKI, incorrendo, assim, na prática do delito tipificado no artigo 1º, caput e § 4º, da Lei nº 9.613/98, por 33 vezes, na forma do artigo 71 do CP.

LUIZ AUGUSTO FRANÇA, em conjunto com OLÍVIO RODRIGUES, na condição de

operador financeiro, e PAULO BARRETO, TARCÍSIO JOAQUIM e GERSON BRITO, enquanto executivos do BANCO PAULISTA, no período compreendido entre 15/12/201163 e 26/10/201564, de modo consciente e voluntário, em concurso e unidade de desígnios, ocultaram e dissimularam a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de R$ 2.960.822,63, provenientes de delitos de organização criminosa, fraude à licitação, cartel e corrupção praticados pela ODEBRECHT em detrimento da PETROBRAS, conforme descrito nesta peça, mediante a realização de 37 (trinta e sete) transferências bancárias, a partir de conta titularizada pelo BANCO PAULISTA para conta-corrente em nome da empresa LAFRANO ASSESSORIA E CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA.65, em benefício de LUIZ AUGUSTO FRANÇA, incorrendo, assim, na prática do delito

57 Data da primeira transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da VVB ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 49, p. 90.

58 Data da última transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da VVB ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 49, p. 92.

59 Empresa de VINÍCIUS BORIN – Relatório de Pesquisa Automática nº 2715/2019 – ANEXO 50.

60 Data da primeira transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da BILINSKI ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 48F.

61 Data da última transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da BILINSKI ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. – ANEXO 48F.

62 Empresa de MARCO BILINSKI – Relatório de Pesquisa Automática nº 2716/2019 – ANEXO 51.

63 Data da primeira transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da LAFRANO ASSESSORIA E CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. – ANEXO 49, p. 45.

64 Data da última transferência efetuada pelo BANCO PAULISTA em favor da LAFRANO ASSESSORIA E CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. – ANEXO 49, p. 46.

65 Empresa de LUIZ AUGUSTO FRANÇA – Relatório de Pesquisa Automática nº 2714/2019 – ANEXO 52.

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tipificado no artigo 1º, caput e § 4º, da Lei nº 9.613/98, por 37 vezes, na forma do artigo 71 do CP.

Consoante acima narrado, uma vez entregues os valores por ou a pedido de OLÍVIO

RODRIGUES a PAULO BARRETO, os beneficiários finais dos pagamentos – o próprio operador

financeiro, LUIZ EDUARDO SOARES, FERNANDO MIGLIACCIO, LUIZ AUGUSTO FRANÇA, MARCO

BILINSKI e VINÍCIUS BORIN – emitiam notas fiscais falsas, a partir de pessoas jurídicas de fachada

por eles controladas, tendo como tomador dos serviços o BANCO PAULISTA. Amparada por essas notas fiscais e contratos fictícios, a instituição financeira efetuava pagamentos por serviços que não foram prestados, mediante transferências eletrônicas dos valores.

O esquema de lavagem de dinheiro em comento foi detalhado de forma uníssona por

OLÍVIO RODRIGUES, FERNANDO MIGLIACCIO, LUIZ EDUARDO SOARES e VINÍCIUS BORIN e

restou confirmado materialmente por diversas provas documentais, como os contratos fictícios, as notas fiscais faturadas e os pagamentos realizados.

Nesse sentido, OLÍVIO RODRIGUES66esclareceu que, no período de 2007 a 2015, realizou operações mensais com o BANCO PAULISTA para viabilizar a internalização, no Brasil, dos recursos obtidos no exterior. Nesse contexto, afirmou que sua empresa JR GRACO ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. tinha um contrato fictício de comissionamento com a instituição financeira, em razão do qual eram emitidas as notas fiscais correspondentes. O operador financeiro narrou que os valores em espécie trazidos para o território nacional a partir de operações de dólar-cabo e esquentados por meio do BANCO PAULISTA, eram destinados para si, mas também para os demais beneficiários das comissões ilícitas pagas pela ODEBRECHT, notadamente FERNANDO

MIGLIACCIO, LUIZ EDUARDO SOARES, LUIZ AUGUSTO FRANÇA, MARCO BILINSKI e VINÍCIUS BORIN. Ainda de acordo com OLÍVIO RODRIGUES, seu contato no BANCO PAULISTA era PAULO BARRETO, tendo esclarecido que, uma vez emitida a nota fiscal, 10% do montante era retido para o

pagamento dos custos de emissão, sendo que os 90% restantes eram entregues ao BANCO PAULISTA, uma vez deduzida a comissão de PAULO BARRETO.

OLÍVIO RODRIGUES indicou que PAULO BARRETO recebia uma parte do valor das

transações em seu favor, como espécie de comissão em benefício próprio, tendo as quantias sido repassadas pelo operador financeiro mediante depósitos no exterior, entrega de valores em espécie, quitação de boletos e depósitos em contas bancárias indicadas pelo então executivo do BANCO PAULISTA, sendo que parcela dessas operações foi efetuada por VINÍCIUS CLARET67.

FERNANDO MIGLIACCIO, por sua vez, declarou68 que, nos casos em que os pagamentos das comissões eram realizados via BANCO PAULISTA, o procedimento consistia em entregar reais em espécie à instituição financeira e, por meio de emissão de nota fiscal falsa, com lastro em contrato fraudulento celebrado entre a sua empresa MIG CONSULTORIA ECONÔMICA E FINANCEIRA LTDA. e o BANCO PAULISTA, receber os valores novamente, com o devido pagamento de impostos, em conta-corrente titularizada pela empresa de fachada.

66 ANEXOS 34, 17 e 53. 67 ANEXO 26.

68 ANEXO 24 – Termo de Colaboração n° 14 – FERNANDO MIGLIACCIO.

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O ex-executivo da ODEBRECHT detalhou69 que essa metodologia de pagamento lhe foi oferecida por OLÍVIO RODRIGUES aproximadamente no ano de 2010. Para tanto, o operador financeiro agendou almoço com PAULO BARRETO e outro executivo do BANCO PAULISTA, chefe do primeiro, oportunidade em que aquele confirmou que a instituição financeira poderia prover a

FERNANDO MIGLIACCIO os reais "esquentados", por meio de emissão de nota fiscal, já que havia o

interesse do banco em dispor de recursos em espécie.

Sobre o encontro, OLÍVIO RODRIGUES informou70 que foi realizado no restaurante “Vento Aragano”, por volta das 13h, a pedido de FERNANDO MIGLIACCIO, a fim de que conhecesse as pessoas responsáveis pelo pagamento das notas fiscais. De acordo com o colaborador, ao compromisso compareceram PAULO BARRETO e TARCÍSIO JOAQUIM, tendo confirmado, ademais, que a pessoa identificada por FERNANDO MIGLIACCIO como chefe de PAULO BARRETO era o então Diretor de Câmbio do BANCO PAULISTA.

De acordo com FERNANDO MIGLIACCIO71, após o almoço, OLÍVIO RODRIGUES passou a avisá-lo sempre que houvesse “saldo” referente à comissão ilícita e perguntava como o executivo gostaria de receber o seu percentual. Nas hipóteses em que optava por utilizar os serviços escusos do BANCO PAULISTA, FERNANDO MIGLIACCIO emitia notas fiscais contra o banco por meio da empresa MIG CONSULTORIA ECONÔMICA E FINANCEIRA LTDA., sendo essa a única função da pessoa jurídica, e as encaminhava por e-mail para PAULO BARRETO. Os valores recebidos em conta bancária foram utilizados para o custeio de despesas e investimentos. No que tange ao dinheiro em espécie destinado à instituição financeira em contrapartida, informou que a entrega era operacionalizada diretamente por OLÍVIO RODRIGUES.

LUIZ EDUARDO SOARES72, em consonância com os depoimentos dos demais colaboradores denunciados, confessou que também se utilizou da sistemática de lavagem de dinheiro por meio do BANCO PAULISTA, implementada com a ajuda de OLÍVIO RODRIGUES. Narrou, nesse contexto, que OLÍVIO RODRIGUES encarregava-se de entregar o montante em espécie ao BANCO PAULISTA, enquanto LUIZ EDUARDO SOARES, por meio da CRYSTAL RESEARCH SERVICES PESQUISA MERCADOLÓGICA LTDA., emitia nota fiscal contra a instituição financeira, que depositava o valor em conta-corrente titularizada pela empresa de fachada a título de remuneração por serviços supostamente prestados.

Finalmente, VINÍCIUS BORIN73 admitiu que também se utilizou do estratagema de lavagem de dinheiro do BANCO PAULISTA. Para tanto, simulava uma prestação de serviço de sua empresa VVB ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. para a instituição financeira, que, por sua vez, realizava o respectivo pagamento em conta-corrente, mediante a emissão de nota fiscal. Assim como FERNANDO MIGLIACCIO, esclareceu que a compensação com o BANCO PAULISTA ficava a cargo de OLÍVIO RODRIGUES. Informou ainda que MARCO BILINSKI e LUIZ AUGUSTO

FRANÇA, demais executivos do MEINL BANK, também recebiam valores em território nacional desta

forma, utilizando-se das empresas BILINSKI ASSESSORIA E CONSULTORIA FINANCEIRA LTDA. e

69 ANEXO 25 – Termo de Declarações de 18 de agosto de 2017 (IPL 5035373-14.2017.4.04.7000) - FERNANDO MIGLIACCIO.

70 ANEXO 38 – Termo de Autodeclaração de OLÍVIO RODRIGUES, de 5 de fevereiro de 2019.

71 ANEXO 25 – Termo de Declarações de 18 de agosto de 2017 (IPL 5035373-14.2017.4.04.7000) - FERNANDO MIGLIACCIO.

72 ANEXO 35 e 17 – Termo de Colaboração nº 3 de LUIZ EDUARDO SOARES. 73 ANEXOS 13 e 23 – Termos de Colaboração n° 01 e nº 03 de VINÍCIUS BORIN.

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