• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL TAMIRES LACERDA BRASIL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO DE ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL TAMIRES LACERDA BRASIL"

Copied!
68
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO DE ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

TAMIRES LACERDA BRASIL

AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ATRAVÉS DA FERRAMENTA GUT – ESTUDO DE CASO

MOSSORÓ 2019

(2)

TAMIRES LACERDA BRASIL

AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ATRAVÉS DA FERRAMENTA GUT – ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador (a): Profª. Letícia Azevedo de Farias Pereira.

Co-orientador (a): Profª. Mayara de Freitas Medeiros de Araújo.

MOSSORÓ 2019

(3)

©Todos os direitos estão reservados à Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei nº 9.279/1996, e Direitos Autorais: Lei nº 9.610/1998. O conteúdo desta obra tornar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata, exceto as pesquisas que estejam vinculas ao processo de patenteamento. Esta investigação será base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) seja devidamente citado e mencionado os seus créditos bibliográficos.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Central Orlando Teixeira (BCOT)

Setor de Informação e Referência (SIR)

Setor de Informação e Referência

Bibliotecário-Documentalista

Nome do profissional, Bib. Me. (CRB-15/10.000)

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

B823 Brasil, Tamires Lacerda. AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES

PATOLÓGICAS ATRAVÉS DA FERRAMENTA GUT - ESTUDO DE CASO / Tamires

Lacerda Brasil. - 2019. 68 f. : il.

Orientadora: Letícia Azevedo de Farias Pereira.

Coorientador: Mayara de Freitas Medeiros de Araújo.

Monografia (graduação) -

Universidade Federal Rural do Semi-árido,Curso de Engenharia Civil, 2019.

1. Patologia das edificações. 2. Ferramenta de Gestão. 3. Edificações Históricas. 4. Priorização de problemas. 5. Manutenção. I. Azevedo de Farias Pereira, Letícia, orient. II. de Freitas Medeiros de Araújo, Mayara, co-orient. III. Título.

(4)

TAMIRES LACERDA BRASIL

AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ATRAVÉS DA FERRAMENTA GUT – ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Defendida em: 03 / 08 / 2019.

(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e Nossa Senhora, que com toda sabedoria, me mostraram o caminho a seguir não só durante minha graduação, mas durante minha vida, me ajudando a alcançar essa conquista com fé e determinação.

Agradeço a meus pais João José Brasil da Silva e Tereza Cristina Lacerda, pessoas que para sempre serão espelho em minha vida, meu lugar de paz e meu incentivo para continuar. Sem vocês, nada seria possível!

Às minhas irmãs que mesmo com toda correria de trabalho, sempre estarão presentes como minhas melhores amigas. Obrigada pelo amor, carinho e ajuda para realização desse trabalho. Agradeço também pelos maiores presentes em minha vida, meus sobrinhos João Bernardo, Maria Fernanda e Mariana. Vocês são em minha vida sinônimo de felicidade!

Ao meu noivo Yuri Slovic Oliveira por todo amor, carinho e prestatividade quando precisei. Espero um futuro de realizações para nós dois, para que possamos construir com amor, humildade e determinação tudo que almejamos em nossas vidas. Te amo!

Agradeço as minhas orientadoras Letícia Azevedo e Mayara de Freitas pela dedicação com meu trabalho. Obrigada por todas as considerações feitas e disponibilidade em me ajudar quando precisei. Desejo muito sucesso e realizações em suas vidas!

Agradeço a minha banca examinadora Arthuro Munay e Vinícius Bessa pela disponibilidade em participar e contribuir na avaliação do meu trabalho. Obrigada pela sabedoria e pelo apoio!

Aos meus amigos Évelyn Bárbara, Glênio Segundo, Sara Piazza e Lorena Karla pelo companheirismo durante todos esses anos da graduação. Foram anos difíceis, mas com vocês tudo se tornou mais fácil. Muito sucesso em suas vidas!

A todos que contribuíram de forma direta ou indireta, minha eterna gratidão por terem feito parte desse momento em minha vida. Obrigada a todos!

(6)

“Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação, conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho. ”

(7)

RESUMO

O crescimento populacional, as novas tecnologias usadas no setor da construção civil e a busca de um lucro maior com rapidez trazem resultados satisfatórios para a economia, entretanto, desencadeiam problemas para a edificação. Nesse contexto, surge a patologia na construção civil como um ramo de estudo como consequência da necessidade de corrigir problemas relacionados à execução, material de construção, erros de projeto e mão de obra. O trabalho objetiva fazer um diagnóstico patológico de uma dessas edificações antigas que vem sofrendo com a ação do tempo e da falta de manutenção: a Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes, localizada na cidade de Mossoró – Rio Grande do Norte, Brasil. A referida biblioteca encontra-se com manifestações patológicas em estado visualmente crítico. Utilizou-se a ferramenta de gestão que auxilia na priorização de resolução de problemas, chamada Matriz Gravidade, Urgência e Tendência (GUT), aplicando-a na área da construção civil. Tal diagnóstico foi baseado na análise das manifestações patológicas existentes no local em estudo, quantificando cada problema encontrado e classificando-o quanto sua gravidade,

urgência e tendência. Para conseguir resultados satisfatórios, realizou-se os ensaios de

ultrassom do concreto, ensaio utilizando o aparelho medidor de umidade e utilização da régua fissurômetro para análise das aberturas de paredes encontradas. Com base na análise visual dos problemas encontrados na edificação e dos ensaios realizados para comprovar esses problemas, aplicou-se o método GUT, preenchendo uma ficha de avaliação de manifestações patológicas, afim de analisar qual a prioridade de resolução dos problemas encontradas. Após atribuição da pontuação GUT, foi possível definir a prioridade de intervenção de problemas na biblioteca, fazendo uma hierarquização de riscos referentes às manifestações patológicas avaliadas. Como conclusão, identificou-se que a biblioteca necessita de intervenção no problema de trincas, fissuras e rachaduras, já que o mesmo coloca em risco os usuários da edificação.

Palavras-chave: Patologia das edificações. Ferramenta de Gestão. Edificações Históricas. Priorização de problemas. Manutenção.

(8)

ABSTRACT

The population growth, the new technologies used in the construction sector and the pursuit of increasing profits with less time bring satisfactory results for the economy, however, leading several problems for the building. In this context, pathology in construction arises as a field of study as a consequence of the need to correct problems related to execution, construction material, design errors and labor. The work aims to make a pathological diagnosis in one of these old buildings that has been suffering from the action of time and lack of maintenance: the Ney Pontes Municipal Public Library, located in the city of Mossoró - Rio Grande do Norte, Brazil. The library has visually critical pathological manifestations. In face of that, it was used a management tool that helps in prioritizing problems solutions, called Gravity, Urgency and Trend Matrix (GUT), applying it in the construction area. Such diagnosis was based on the analysis of the pathological manifestations in the referred site, quantifying each problem found and classifying it according to its severity, urgency and tendency. In order to achieve satisfactory results, the ultrasound and the moisture meter tests were performed in the concrete such as a fissurometer ruler for analysis the openings found on the walls. Based on the visual analysis of the problems found in the building and the tests performed to prove these problems, the GUT method was applied, filling out an assessment form of pathological manifestations, in order to analyze the priority of resolution. After assigning the GUT score, it was possible to define the priority of intervention of the findings in the library, making a hierarchy of risks related to the pathological manifestations evaluated. In conclusion, it was identified that the library needs intervention due to fissures and cracks, as the problem endangers its users.

Keywords: Pathology of buildings. Pathological manifestations. Management tool. GUT Methodology. Prioritization of problems.

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Trinca em uma edificação ... 20

Figura 02 – Exemplo de parede com umidade e infiltração de água ... 21

Figura 03 – Exemplo de eflorescência em parede ... 23

Figura 04 – Exemplo de bolor na superfície pintada ... 24

Figura 05 – Exemplo de corrosão em armadura ... 25

Figura 06 – Exemplo de destacamento de peças cerâmicas ... 25

Figura 07 – Exemplo de falhas nas juntas em fachadas ... 26

Figura 08 – Ciclo PDCA ... 30

Figura 09 – Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes ... 32

Figura 10 – Instrumento utilizado para execução do ensaio de ultrassom em estruturas de concreto ... 34

Figura 11 – Leitura utilizando o modo de transmissão direta, em a) pilar do 1º pavimento; ... 35

Figura 12 – Leitura utilizando o modo de transmissão semidireta ... 35

Figura 13 – Régua fissurômetro ... 36

Figura 14 – Determinação do tamanho da abertura em, a) 1º pavimento; b) 2º pavimento ... 36

Figura 15– Medidor de umidade James Instruments INC. T-M-170 ... 37

Figura 16 – Medidor de umidade James Instruments INC. T-M-170 no modo pino ... 37

Figura 17 – Medidor de umidade James Instruments INC. T-M-170 apresentando a cor vermelha no visor ... 38

Figura 18 – Problema de umidade do tipo infiltração em viga, a) lado esquerdo; b) lado direito ... 40

Figura 19 – Problema de umidade do tipo infiltração em cinta de amarração e pingadeira .... 40

Figura 20 – Problema de umidade do tipo eflorescência em, a) acervo pessoal (pavimento térreo); b) e c) hall de recepção no pavimento térreo ... 41

Figura 21 – Problema de falhas nas juntas no revestimento da biblioteca em, a) 1º pavimento; b) 2º pavimento ... 41

Figura 22 – Problema de descascamento de pintura em, a) fachada; b) peitoril da janela no 2º pavimento; c) fachada lateral ... 42

Figura 23 – Descascamento de pintura e indicativo de presença de sais no reboco... 42

Figura 24 – Rachadura em peitoril ... 43

Figura 25 – Fissura em peitoril em, a) 1º pavimento; b) 2º pavimento ... 43

Figura 26 – Fissura vertical próximo ao guarda corpo ... 43

Figura 27 – Fissuras presentes no, a) 1 pavimento; b) 2º pavimento ... 44

Figura 28 – Fissuras presentes no, a) 2º pavimento; b) 3º pavimento ... 44

(10)

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Ficha de avaliação de manifestações patológicas ... 39

Quadro 02 – Tamanho de aberturas analisadas...47

Quadro 03 – Resultados do ensaio de determinação da umidade...49

Quadro 04 – Aplicação do método GUT para as manifestações encontradas...52

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Tipo de manifestação e sua classificação de acordo com o tamanho da abertura 19 Tabela 02 – Critérios adotados para elaboração da Matriz GUT ... 31 Tabela 03 – Classificação relacionando velocidade à qualidade do concreto ... 45 Tabela 04 – Velocidade de propagação das ondas e classificação da qualidade do concreto .. 46

(12)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas Art. Artigo

GUT Gravidade, Urgência e Tendência

IBAPE Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias da Engenharia IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISO Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização).

m/s Metro/Segundo mm Milímetro

NBR Norma Brasileira Regulamentadora p. Página

Pav. Pavimento

(13)

SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO ... 14

2REVISÃO DE LITERATURA ... 16

2.1 O TERMO PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 16

2.2 DESEMPENHO, DURABILIDADE E VIDA ÚTIL ... 16

2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ... 17

2.3.1FISSURAS, TRINCAS E RACHADURAS... 19

2.3.2UMIDADE ... 20

2.3.3 CORROSÃO ... 24

2.3.4 DESPLACAMENTO DO REVESTIMENTO ... 25

2.3.5 FALHAS NAS JUNTAS ... 26

2.4 EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS ... 27

2.5 INSPEÇÃO E DIAGNÓSTICO DE ESTRUTURAS ... 28

2.5.1 MÉTODO GUT – MATRIZ GRAVIDADE, URGÊNCIA E TENDÊNCIA ... 29

3METODOLOGIA ... 32

3.1 ENSAIOS NÃO-DESTRUTIVOS ... 33

3.1.1 ENSAIO DE ULTRASSOM NO CONCRETO ... 33

3.1.2 RÉGUA FISSURÔMETRO ... 35

3.1.3 ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DA UMIDADE ... 36

3.2 EMPREGO DA METODOLOGIA GUT ... 38

3.3 FICHA DE AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ... 39

4RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 40

4.1 LEVANTAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NA BIBLIOTECA .. 40

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS ... 45

4.2.1 ENSAIO DE ULTRASSOM NO CONCRETO ... 45

4.2.2 RÉGUA FISSURÔMETRO ... 47

4.2.3 ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DA UMIDADE ... 49

4.3 ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DAS MANIFESTAÇÕES NOS PAVIMENTOS ... 50

4.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO GUT ... 51

4.5 PRIORIZAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ... 56

5CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 58

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... 59

REFERÊNCIAS ... 60

ANEXO I – MAPEAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS PRESENTES NA BIBLIOTECA ... 65

(14)

1 INTRODUÇÃO

O ramo da construção civil é um dos setores de maior importância quando se fala em movimentação da economia, uma vez que a evolução das construções e o uso de técnicas construtivas diferentes em determinados locais, leva a região ou estado a um avanço econômico devido ao alto volume de recursos financeiros envolvidos. Assim, desde muito tempo, construção civil e desenvolvimento econômico estão fortemente ligados, pela capacidade do setor de gerar efeitos na produção, renda e emprego, já que tem grande correlação com todos os outros setores, funcionando assim como um “setor chave”. Nesse contexto, a atividade da construção civil é considerada nos programas governamentais como um mecanismo importante na crise mundial como um fator que aquece a economia, gera emprego e consequentemente impulsiona o crescimento econômico (TEIXEIRA; CARVALHO; SILVA, 2012)

O crescimento populacional, as novas tecnologias usadas no setor da construção civil e a busca de um lucro cada vez maior com certa rapidez trazem resultados satisfatórios para a economia, entretanto, desencadeiam diversos problemas para a edificação.

Francklin Jr. e Amaral (2008) afirmam que como a demanda aumenta, geralmente percebe-se que para atender a esta demanda são diminuídos aspectos fundamentais para a obtenção da qualidade de uma obra, tais como: a qualificação profissional dos trabalhadores e o tempo hábil para cada etapa de construção, acarretando assim em atitudes negligentes durante o processo construtivo. Os fatores citados juntamente com a incidência do fator tempo, traz um aumento nas manifestações patológicas nas edificações, causando uma deterioração a curto prazo. Isso se dá pelo fato de que, diferente do que se pensava no passado, as construções não possuem uma durabilidade “ilimitada” sem que haja manutenção; elas possuem uma vida útil estimada, já que esta está atrelada a interação da estrutura juntamente com o ambiente.

Essa vida útil pode não ser alcançada se diversos critérios não forem atendidos durante sua construção, como por exemplo os fatores citados anteriormente, incluindo falhas em projeto, execução e falta de manutenção (FRANCKLIN JR. E AMARAL, 2008),

Segundo Souza e Ripper (1998), designa-se por patologia das edificações o ramo da engenharia civil que trata do estudo das origens, causas, processo de ocorrência e manifestações patológicas das falhas e dos sistemas de degradação das edificações.

(15)

Em edificações mais antigas, é indiscutível a maior ocorrência dessas manifestações patológicas, tanto devido à falta de manutenção como pela ação do fator tempo na edificação.

No Brasil, todo patrimônio histórico e artístico nacional é protegido pelo Decreto-Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937. Segundo seu Art. 1º, constitui que o patrimônio histórico e artístico nacional é o conjunto dos bens imóveis e móveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua ligação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor etnográfico ou arqueológico, bibliográfico ou artístico (BRASIL, 1937).

Por tais motivos é de extrema importância que se tenha um programa de manutenção específico, controle e acompanhamento de edificações mais antigas. Um exemplo de edificação antiga que vem sofrendo com a ação do tempo e da falta de manutenção é a Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes, localizada na cidade de Mossoró – Rio Grande do Norte, Brasil. A referida biblioteca encontra-se com diversas manifestações patológicas em estado visualmente crítico.

Desse modo, o presente trabalho objetiva fazer um diagnóstico patológico da Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes utilizando a ferramenta que auxilia na priorização de resolução de problemas, chamada Matriz Gravidade, Urgência e Tendência (GUT), aplicando-a na área da construção civil. Tal diagnóstico será baseado na análise visual das manifestações patológicas existentes no local em estudo, bem como com a realização de ensaios, com o intuito de quantificar cada problema encontrado e classificando-o quanto sua gravidade, urgência e tendência.

(16)

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O TERMO PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Para Helene (2003) o termo Patologia surge como parte da Engenharia Civil que estuda os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das construções civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema observando a deterioração ou degradação das edificações e o aparecimento de manifestações patológicas indesejáveis.

De acordo com Campante e Sabbatini (2001), a patologia em uma edificação se dá quando parte de um edifício em algum momento de sua vida útil, deixa de apresentar desempenho previsto em projeto. Nesse contexto, surge a patologia na construção civil como um ramo de estudo como consequência da necessidade de corrigir problemas relacionados à execução, material de construção, erros de projeto e mão de obra.

O avanço no estudo da patologia em construções civis possibilita a correta atuação na resolução dos problemas apresentados pela estrutura. Além disso, com o avanço do estudo, pode-se analisar que todos os setores precisam de melhora e revisão em seus aspectos, seja no desenvolvimento do projeto arquitetônico, estrutural, melhora dos materiais e processos de execução, fiscalização da obra tanto em seu processo de construção como na entrega e procedimentos de manutenção e inspeção (IANTAS, 2010).

2.2 DESEMPENHO, DURABILIDADE E VIDA ÚTIL

Segundo Possan e Demoliner (2013), desempenho pode ser definido como o comportamento em uso. Para que uma construção atinja desempenho satisfatório, a mesma deve possuir condições mínimas de habitabilidade necessárias para que os indivíduos que irão fazer uso da edificação utilizem-na durante um período de tempo. Algumas dessas condições podem ser conforto térmico e acústico, segurança, resistência e higiene.

A ISO 13.823 (2008) define durabilidade, como a capacidade de uma estrutura ou de seus componentes de satisfazer, com manutenção planejada, os requisitos de desempenho do projeto, por um período específico de tempo sob influência das ações ambientais, ou como resultado do processo natural de envelhecimento.

(17)

O conceito de durabilidade associa-se diretamente à vida útil. A ISO 13.823 (2008) define o termo vida útil como: “o período efetivo de tempo durante o qual uma estrutura ou qualquer de seus componentes satisfazem os requisitos de desempenho do projeto, sem ações imprevistas de manutenção ou reparo”.

2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Na maioria das vezes a execução das obras não acompanha o avanço científico e tecnológico. Sendo assim, pode-se dizer que mesmo com a evolução tecnológica no setor da construção civil, observa-se um amplo número de edificações relativamente novas apresentando manifestações patológicas. Um exemplo desse fato é que mesmo o concreto sendo o material de construção civil mais consumido no planeta, a divulgação de instruções para uso adequado desse material não seguiu esse crescimento, o que ocasionou prejuízos em obras devido seu mau uso, reduzindo a resistência desse material. Com o tempo, o concreto foi melhorado devido as propriedades dos aditivos inseridos, que aumentam sua resistência mecânica (FERREIRA, 2000).

A evolução e o aprofundamento do conhecimento de materiais e técnicas construtivas para edificações fez com que obras pudessem ser executadas com um coeficiente de segurança menor. Em contrapartida, o maior conhecimento sobre a execução das obras levou parte do controle destas aos encarregados, tarefa que caberia aos profissionais de engenharia. Vale ressaltar também que existem algumas limitações ao livre desenvolvimento científico e tecnológico devido a um conservadorismo da construção civil, além de falhas involuntárias durante a execução e falta de manutenção e investigação dos problemas. Com esse conjunto de fatores, algumas construções possuem um desempenho insatisfatório durante sua vida útil, causando visíveis problemas. Esse conjunto de fatores causa uma deterioração estrutural, que é intensificada com a ação do tempo na estrutura (SOUZA; RIPPER, 1998).

A irresponsabilidade de alguns profissionais da área de Engenharia civil que optam pelo uso de materiais irregulares em obras ou adaptações fora das especificações - muitas vezes devido a fatores econômicos, são algumas das causas para o aparecimento de manifestações patológicas em edificações novas (LAUFER; TUCKER, 1987).

As manifestações patológicas podem ter sua origem por falha humana na fase de projeto, na fase de execução ou na utilização. O uso inadequado de materiais, aliado à falta de cuidados na execução e à falta de manutenção, tem gerado despesas extras aos proprietários que até com menos de cinco anos de idade da obra têm que dispor de recursos financeiros em

(18)

reparações que poderiam ser evitadas se alguns padrões de qualidade tivessem sido seguidos no ato da construção (MEIRA; HEINECK, 2000).

Como mostrado no Gráfico 01, verifica-se que a maior incidência dessas manifestações se dá na fase de projetos.

Gráfico 01 – Principais causas de Patologias nas edificações

Fonte: Adaptado pela autora (HELENE, 2003).

Como mostrado, o aparecimento de manifestações patológicas em construções está relacionado a diversos fatores e com o passar do tempo, se determinadas medidas não forem tomadas para que haja a manutenção da edificação, a estrutura passa a não apresentar desempenho satisfatório. Segundo Tutikian e Pacheco (2013), deve-se conhecer os fatores que levaram ao aparecimento das manifestações patológicas, para que o diagnóstico do problema seja feito de forma correta, podendo assim intervir com o trabalho de manutenção ou recuperação da estrutura.

Olivari (2003) pontua os principais tipos de manifestações patológicas, são elas: fissuras, trincas e rachaduras em elementos estruturais e alvenarias; umidade; carbonatação; corrosão da armadura; esmagamento do concreto; desagregação do concreto; eflorescências; percolação de água e descolamento de reboco ou revestimento em fachadas. Se bem aprofundado e feito corretamente, o estudo desses diferentes tipos de manifestações patológicas proporcionará um diagnóstico preciso sobre quais medidas tomar após a identificação do problema, a fim de não gerar gastos desnecessários.

A importância de um estudo patológico de qualidade em uma edificação se dá principalmente devido ao comprometimento da durabilidade de uma estrutura. Além disso, outras condições também influenciam e prolongam a vida útil da construção, como seu uso correto, manutenção adequada e periódica, planejamento de sucesso e boas condições de trabalho durante a construção, como por exemplo materiais e mão de obra de boa qualidade. A falta de manutenção

(19)

leva a evolução de pequenas manifestações na estrutura, que no futuro se transformam em sérios problemas de difícil resolução (IANTAS, 2010).

2.3.1 FISSURAS, TRINCAS E RACHADURAS

Dentre os problemas patológicos encontrados em edifícios, sejam eles residenciais ou comerciais, deve-se ter uma atenção especial às fissuras. De acordo com Holanda Jr. (2002), as fissuras são as causas mais frequentes de falha de desempenho em alvenarias, pois quando observa-se uma edificação com fissuras, uma das causas a que pode se atribuir são aos materiais utilizados em sua fabricação, como cerâmicas e concreto, assim como a argamassa utilizada. Isso significa que os materiais usados apresentam baixa resistência à tração, ou seja, são considerados frágeis. Além disso, segundo Thomaz (1989), esse tipo de manifestação patológica além de ser mais frequente, é importante por funcionar como uma forma de aviso aos usuários, significando que a estrutura está comprometida e que necessita de reparos.

Dentre as causas do aparecimento de fissuras, trincas e rachaduras pode-se citar: projetos mal elaborados; materiais de baixa qualidade ou aplicados de forma inadequada; ou falta de manutenção. Todos esses fatores citados causam um desordenamento estrutural, contribuindo para o surgimento de fissuração na estrutura (MAGALHÃES, 2004).

São muitas as causas desse tipo de problema em elementos construtivos, são elas: variação térmica, retração e expansão por umidade, sobrecargas, recalques de fundação, retração do produto a base de cimento, deformações elásticas e reações químicas (THOMAZ, 1989).

Segundo Oliveira (2012), de acordo com o tamanho da abertura, pode-se classificar a manifestação em fissura, trinca, rachadura, fenda ou brecha, conforme a Tabela 01 a seguir.

Tabela 01 – Tipo de manifestação e sua classificação de acordo com o tamanho da abertura

MANIFESTAÇÃO ABERTURA (mm) Fissura Até 0,5 Trinca 0,5 a 1,5 Rachadura 1,5 a 5,0 Fenda 5,0 a 10,0 Brecha Acima de 10,0

(20)

Com o tamanho das aberturas mostradas anteriormente, se torna mais fácil a identificação do tipo de anomalia presente. A Figura 01 exemplifica uma abertura do tipo trinca (0,5 mm a 1,5 mm) em um edifício.

Figura 01 – Trinca em uma edificação

Fonte: Rocha et al (2018).

Além do tamanho da abertura, Duarte (1998) afirma que as fissuras também podem ser classificadas segundo a sua atividade, em ativas ou passivas. Fissuras ativas são aquelas que mudam de espessura à medida em que as condições que as provocaram sofrem alterações. Variações térmicas diárias e sazonais provocam variação dimensional nos componentes do edifício. Estes movimentos de dilatação e contração são restringidos pelos diversos vínculos que envolvem os materiais, gerando tensões que podem provocar fissuras cuja espessura varia de acordo com o gradiente de temperatura. As fissuras ativas também podem apresentar variação linear, decorrentes de recalques de fundações, por exemplo. Já as fissuras passivas encontram-se num estado estabilizado, sem apresentar variação em sua espessura ou em seu comprimento no decorrer do tempo.

2.3.2 UMIDADE

Quando se fala em problemas relacionados a umidade (Figura 02), Macedo et al. (2017) afirmam que se trata de um dos problemas mais frequentes e difíceis de serem tratados no ramo da patologia na Engenharia Civil. O referido autor também relata que este fato pode ser explicado devido à complexidade dos fenômenos envolvidos, como também aos

(21)

problemas relacionados a falhas construtivas, principalmente na impermeabilização, que muitas vezes vem acompanhada de outros problemas e dificulta sua resolução. Muitas vezes a impermeabilização não é feita de forma eficaz e acontece a infiltração da água na estrutura, comprometendo sua durabilidade, gerando problemas financeiros e danos à saúde do usuário.

Figura 02 – Exemplo de parede com umidade e infiltração de água

Fonte: Rocha et al (2018).

Segundo a NBR 9575:2010 – Impermeabilização – Seleção e projeto, a impermeabilização tem como objetivo garantir a estanqueidade da estrutura, preservando os elementos e componentes construtivos contra agentes agressivos. É uma técnica usada para selar, colmatar ou vedar materiais porosos e suas falhas, como é o caso de superfícies de vedação ou estruturas, como pisos e paredes. A impermeabilização é uma etapa de importância indiscutível na fase de acabamento de uma obra, porém as vezes é negligenciada devido ao alto custo de implantação. Além da importância da impermeabilização, Oliveira (2013) afirma que problemas relacionados à umidade e infiltração podem ser evitados com manutenções periódicas como por exemplo com a limpeza de locais como vigas, lajes, coberturas e marquises.

De acordo com Verçoza (1991), a forma de manifestação da umidade pode ser descrita das seguintes formas:

 Umidade de chuva: tipo de umidade que passa do exterior para o interior da edificação por meio de trincas, devido principalmente a ação da chuva;

(22)

 Umidade de construção: originada no trabalho de construção; presente nos materiais porosos como concreto, argamassa, pintura e tijolos. Vale ressaltar que este tipo de umidade desaparece com cerca de seis meses;

 Umidade de condensação: originada devido a uma grande umidade do ar combinada com uma superfície fria causando assim a condensação da água na estrutura;

 Umidade de capilaridade: proveniente da absorção por capilaridade da água existente no solo pelas fundações das paredes e pavimentos até as fachadas e pisos;

 Umidade acidental: originada de falhas nos sistemas de tubulação de distribuição e/ou coleta de águas da construção.

2.3.2.1 EFLORESCÊNCIAS

Dentre os problemas causados por umidade, tem-se a eflorescência, que costuma se originar quando a água se infiltra e acaba dissolvendo sais presentes no cimento e na cal – principalmente o hidróxido de cálcio. Para que o fenômeno se apresente devem existir três fatores, são eles: teores de sais solúveis nos componentes, presença de água e pressão hidrostática, que faz com que a migração da solução aconteça em direção a superfície (SOUZA, 2008). Os sais solúveis que dão origem às eflorescências podem ter várias origens, dentre elas podemos citar as matérias-primas, os materiais de construção e a água existente no subsolo. Ao ser conduzido pela água, o sal deposita-se na superfície do revestimento, formando uma mancha esbranquiçada ou estalactites, dando uma aparência indesejável ao concreto, como mostra a Figura 03 a seguir.

(23)

Figura 03 – Exemplo de eflorescência em parede

Fonte: Ribeiro et al. (2017).

Nesse contexto, Menezes (2006) afirma que regiões áridas e semiáridas, como grande parte do Nordeste do Brasil, apresentam condições climáticas que favorecem uma elevada salinização do solo. Essa característica aliada a ventos contínuos faz do Nordeste uma região com elevadas condições para o desenvolvimento de eflorescências. Vale ressaltar que a formação de eflorescências em peças cerâmicas (geralmente tijolos, telhas ou ladrilhos) é um fenômeno que pode atuar em detrimento à qualidade dos produtos cerâmicos, preocupando fabricantes e construtores.

2.3.2.2 BOLOR E MOFO

Souza (2008) afirma que o bolor, conhecido popularmente como mofo, está relacionado ao desenvolvimento de fungos devido a presença de umidade na edificação sem a adequada ventilação de um ambiente. Isso causa o escurecimento da superfície devido ao aparecimento e desenvolvimento desses fungos, como mostra a Figura 04.

(24)

Figura 04 – Exemplo de bolor na superfície pintada

Fonte: Rocha et al (2018).

Conforme Alucci, Flauzino e Milano (1985), o surgimento de bolor ou mofo nas edificações pode ser considerado como um grande problema de grandeza econômica e ocorrência comum em regiões tropicais. Esse tipo de problema causa uma alteração na superfície, exigindo na maioria das vezes a recuperação ou até mesmo a necessidade de se refazer o revestimento. Geralmente o emboloramento em paredes umedecidas se dá por infiltração de água devido precipitações ou vazamento de tubulações. Como todos os organismos vivos, os fungos possuem condições específicas para seu desenvolvimento, sendo a umidade um fator essencial.

Para que se evite o aparecimento de bolor em edificações, devem ser tomadas medidas ainda na fase de projeto, garantindo ventilação, iluminação e insolação adequada nos ambientes, na intenção de dificultar o desenvolvimento desses fungos. Outra medida é diminuir o risco de condensação nas superfícies internas dos componentes e evitar riscos de infiltração de água através de paredes, pisos e/ou tetos. Caso não seja possível prevenir esse tipo de patologia ainda na fase de projeto, deve-se fazer a limpeza da superfície onde os fungos se desenvolveram e utilizar soluções fungicidas ou refazendo o revestimento, inibindo o reaparecimento do bolor (ALUCCI, FLAUZINO E MILANO, 1985).

2.3.3 CORROSÃO

De acordo com Souza e Ripper (1998), no caso do problema de corrosão em armaduras de concreto, a causa é devido ao excesso da água de amassamento do concreto, que não é absorvida pelo agregado e normalmente preenche os veios capilares do concreto. Dessa

(25)

forma, entende-se que a corrosão (Figura 05) tem início quando há umidade em contato com a armadura.

Figura 05 – Exemplo de corrosão em armadura

Fonte: Silva (2018).

A prevenção do problema da corrosão consiste em um cobrimento adequado, evitando que agentes corrosivos penetrem nas armaduras e danifiquem a vida útil da estrutura de concreto armado (SOUZA E RIPPER, 1998).

2.3.4 DESPLACAMENTO DO REVESTIMENTO

Dentre as manifestações patológicas mais frequentes, o desplacamento ou descolamento (Figura 06) pode ser considerada a mais séria, pois além de ter um elevado custo de reparo, expõe os usuários da edificação a graves acidentes. Os revestimentos cerâmicos aplicados nas fachadas de edificações têm sido motivo de preocupação por engenheiros civis e gestores de manutenção devido aos problemas que essas placas rígidas estão suscetíveis, são elas: trincas, destacamentos, descolamentos e estanqueidade (IBAPE, 2014).

Figura 06 – Exemplo de destacamento de peças cerâmicas

(26)

Os desplacamentos ou descolamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante. Roscoe (2008) afirma que esse problema ocorre “quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa colante e/ou emboço”.

As situações mais comuns de descolamento ocorrem geralmente após cinco anos de vida útil da obra, e pode ser identificada pela ocorrência de um som cavo (oco) nas placas cerâmicas (quando percutidas). Também pode ser identificada observando as áreas com estufamento da camada de acabamento (placas cerâmicas ou rejuntes). Vale ressaltar que o destacamento dessas peças pode ocorrer de forma imediata ou não (ROSCOE, 2008).

2.3.5 FALHAS NAS JUNTAS

Para que o revestimento alcance desempenho satisfatório durante sua vida útil, é importante o uso de juntas que podem ter diferentes funções: de dessolidarização, assentamento, movimentação ou estruturais. Segundo Antunes (2010), o preenchimento das juntas deve ser feito utilizando materiais adequados para a situação e de boa qualidade, como silicones e poliuretanos. Dessa forma, haverá a absorção correta das movimentações que atuam sobre o revestimento. As falhas nas juntas (Figura 07) observadas em edificações se dão muitas vezes pelo uso incorreto do selante, ou ainda o uso de materiais rígidos no preenchimento. Outras causas para essa manifestação podem ser atribuídas a deficiências de projeto e especificações das juntas (geometria).

Figura 07 – Exemplo de falhas nas juntas em fachadas

(27)

Vale ressaltar que as falhas nas juntas podem trazer sérios problemas posteriormente se medidas de manutenção não forem tomadas, como por exemplo fissuração precoce e infiltração de água através da junta que apresenta falha (ANTUNES, 2010).

2.4 EDIFICAÇÕES HISTÓRICAS

Quando se fala em cidades históricas ou centros históricos, deve-se pensar que neles estão contidos aspectos e monumentos que descrevam a história do local, formando uma memorização individual e coletiva. A arquitetura do lugar irá cumprir o papel de exibir experiências construídas pela sociedade em volta dela, e isso inclui cultura, influências, gestão, desenvolvimento, economia, dentre outros diversos fatores. Cada cidade, estado e país possui edificações que contam a história do local. Existem construções históricas importantes que tiveram seu uso original substituído, embora a função de abrigo do espaço arquitetônico continuasse sendo exercida (LEMOS, 1981).

Os prédios de interesse histórico fazem parte dos bens que formam o Patrimônio Ambiental Urbano. Eles apresentam, na maioria das vezes, várias manifestações patológicas. Devido ao valor histórico e cultural que estas construções possuem, toda e qualquer forma de restauração é de extremo valor, uma vez que o crescimento econômico e social de uma comunidade não dispensa o enaltecimento da história. Vale ressaltar que as intervenções feitas em prédios históricos devem ser feitas de forma periódica e cuidadosa, preservando as características neles presentes (PERES, 2001).

As manifestações patológicas identificadas em edificações públicas e antigas são causadas, de forma geral, por falhas no planejamento, execução e, ao longo do tempo, por falta de manutenção adequada. Vale ressaltar que fatores ambientais, principalmente atmosferas regionais ou localizadas, têm grande influência no desencadeamento de alguns desses problemas. O uso e manutenção adequada da edificação também é uma variável essencial para o prolongamento da vida útil da construção. A falta de manutenção periódica faz com que pequenas manifestações patológicas evoluam a sérios problemas, causando desconforto aos usuários e comprometendo a qualidade estética da obra. (BRITO, 2017).

De acordo com Rosa (2006), o termo manutenção pode ser definido como toda medida necessária para a conservação ou a permanência da qualidade de um item ou ainda como todos os cuidados técnicos que são indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de algo, no caso de uma edificação.

(28)

A Associação Brasileira de Normas Técnicas apresenta a NBR 5674:2012, Manutenção de edificações - Requisitos para o sistema de gestão de manutenção, que traz como definição para o termo manutenção toda e qualquer atividade que deve ser realizada para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e de alguma de suas partes constituintes. Os serviços de manutenção devem ser orientados por diretrizes que preservem o desempenho previsto do elemento em projeto ao longo do tempo, fazendo com que: diminua a depreciação patrimonial; estabeleça as informações pertinentes e o fluxo de comunicação e estabeleça as responsabilidades e autonomia de decisão aos envolvidos.

2.5 INSPEÇÃO E DIAGNÓSTICO DE ESTRUTURAS

Para se avaliar com precisão o tipo de intervenção mais adequada para solucionar determinado problema em uma edificação, é importante uma inspeção de qualidade e um bom diagnóstico dos problemas, executando ensaios ou testes para que se tenha exatidão na resolução (BRITO, 2017).

Nas fases de inspeção e diagnóstico, a primeira maneira para diminuir a probabilidade de erros consiste em analisar rigorosamente o estado de conservação da obra, visitando e observando de forma atenta o local e suas características, bem como a origem e os processos construtivos utilizados. Posteriormente, é importante diagnosticar os elementos que estão necessitando de manutenção e reparo no local, verificando em que estado se encontram e qual a gravidade das manifestações. Deve-se definir as melhores intervenções a se fazer a partir da realização de ensaios utilizando instrumentos, analisando e definindo a extensão do quadro patológico (TAVARES; COSTA; VARUM, 2011).

Segundo Tutikian e Pacheco (2013), o diagnóstico de uma manifestação patológica deve ser feito de forma minuciosa, levando em consideração uma análise rigorosa de todos os problemas identificados, já que o mesmo sintoma se manifesta de formas diversas em diferentes fases.

Após o diagnóstico, o profissional de Engenharia deverá analisar a melhor solução entre corrigir a patologia, impedir ou controlar sua evolução ou apenas estimar qual o tempo de vida útil da estrutura em análise, limitando sua utilização para determinados fins. Em casos mais extremos, a limitação não é suficiente e a estrutura apresenta um diagnóstico de demolição. Se o diagnóstico não for realizado de forma correta, como por exemplo um reparo que não seja adequado e que não resolva o problema, tem-se prejuízo econômico e

(29)

probabilidade de que a situação se agrave, colocando em risco os usuários da edificação (TAVARES; COSTA; VARUM, 2011).

2.5.1 MÉTODO GUT – MATRIZ GRAVIDADE, URGÊNCIA E TENDÊNCIA

De acordo com Sotille (2014), para que se possa analisar quão deteriorada está determinada edificação e que se possa atuar na melhoria da gestão de forma estratégica, a engenharia moderna faz o uso de diversos mecanismos criados no passado, mas com eficácia comprovada nos dias de hoje, uma vez que suas aplicações são satisfatórias para avaliar quaisquer tipos de estruturas.

Um dos mecanismos que pode ser utilizado é a ferramenta que auxilia na priorização de resolução de problemas, chamada Matriz Gravidade, Urgência e Tendência (GUT), desenvolvido por Kepner e Tregoe, a partir da necessidade de resolução de problemas complexos nas indústrias japonesas e americanas. Esse método foi criado a partir das contrariedades que surgiam em uma organização, e chegando à conclusão que nem sempre é possível resolver todas ao mesmo tempo (KEPNER e TREGOE, 1981). Assim, o método GUT investiga as patologias a partir da observação, quantificação, qualificação e identificação das anomalias.

Segundo Meireles (2001), essa ferramenta gerencial é utilizada para privilegiar a tomada de decisão, levando em consideração a gravidade, a urgência e a tendência do evento relacionado. A partir dessas variáveis, o gestor pode agir com base em um escalonamento, identificando quais danos devem ser resolvidos primeiro. O grande diferencial do Método GUT, em relação aos outros do tipo, é a simplicidade de utilização e a possibilidade de atribuir valores para cada caso real de maneira objetiva, quantificando os problemas da empresa e tornando viável a priorização das ações preventivas ou corretivas para eliminação do problema encontrado.

De acordo com Bezerra et al. (2012), o método GUT constitui-se de uma ferramenta que busca responder questões de forma racional para a separação e priorização de problemas, a fim de solucioná-los. De forma sucinta, pode-se definir:

 Gravidade: Se refere a um possível dano ou prejuízo que podem surgir a médio e longo prazo sobre os resultados de uma situação, ou seja, a intensidade dos danos que o problema pode causar se não tomar providências sobre ele;

(30)

 Urgência: Tem como principal determinante a pressão do tempo que existe para resolução de uma dada situação, ou seja, o tempo para eclosão dos danos ou resultados indesejáveis se não tomar providências sobre o problema;

 Tendência: Trata-se do potencial de crescimento e evolução da situação com o tempo; ou seja, o desenvolvimento do problema se ações não forem tomadas. A metodologia da matriz GUT é um instrumento complementar a outras ferramentas da Gestão da Qualidade e está ligado ao ciclo PDCA (Plan - Planejar, Do – Fazer, Check - Executar, e Action - Agir) da fase Planejar, representado na Figura 08. A ferramenta GUT é utilizada para definir as prioridades diante de alternativas de ação, respondendo de forma racional questões como: “O que fazer primeiro?”; “Por que?” ou “Por onde começar?” (SOTILLE, 2014).

Figura 08 – Ciclo PDCA

Fonte: Adaptado pela autora (SOTILLE, 2014).

Na Matriz GUT, classifica-se os problemas com notas de 1 a 5 para os três parâmetros (Gravidade, Urgência e Tendência) analisados, obtendo-se a criticidade do problema e a prioridade com que o mesmo deve ser resolvido a partir de uma multiplicação G x U x T. Posteriormente, é possível estabelecer uma sequência de atividades, elencando as que são mais graves, urgentes e que possuem a maior tendência de piora do quadro. Dessa forma, o

(31)

maior valor encontrado a partir da multiplicação é o problema mais crítico a ser resolvido, facilitando a tomada de decisão dos gestores e no caso, do engenheiro civil responsável (PERIARD, 2011).

Gomes (2006) estabeleceu critérios para elaboração da matriz GUT, fazendo uso de um quadro de priorização de problemas em ordem decrescente de pontos, mostrados na Tabela 02.

Tabela 02 – Critérios adotados para elaboração da Matriz GUT PONTUAÇÃO

ATRIBUIDA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA

5

Extremamente grave: os problemas devem ser

priorizados. Caso contrário, os danos têm potencial para se tornarem

irreversíveis.

Precisa de ação imediata, sob pena

de agravar a situação e perder o controle dela. Tende a piorar de imediato: é imprescindível agir rapidamente. 4

Muito grave: o problema pode causar grandes danos

à edificação.

Muito urgente: deve ser resolvido

rapidamente.

Irá piorar a curto prazo: o problema

pode piorar significativamente em curto período de

tempo

3 Grave: danos regulares.

Urgente: precisa ser solucionado o

mais rápido possível.

Irá piorar a médio prazo: provavelmente o

problema vai permanecer se nada

for feito.

2 Pouco grave: danos

mínimos.

Pouco urgente: são problemas que, apesar de mais urgentes que os anteriores, podem esperar mais um tempo.

Irá piorar a longo prazo: o problema tende a crescer

lentamente.

1

Sem gravidade: danos leves, podendo ser considerados até mesmo

danos secundários.

Pode esperar: não há pressa para

resolver o problema.

Não irá piorar ou mudar: significa que nada irá acontecer se o problema não for

resolvido. Fonte: Adaptado pela autora (GOMES, 2006).

(32)

3 METODOLOGIA

O presente estudo, de caráter descritivo e avaliativo, foi realizado no município de Mossoró, localizado no estado do Rio Grande do Norte, região Nordeste do Brasil. O município possui uma área territorial de 2.099,333 km² (IBGE, 2016). O local para desenvolvimento do estudo foi a Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes (Figura 09) localizada na cidade de Mossoró - Rio Grande do Norte, na Praça da Redenção Doria Jorge Freire. A biblioteca é um patrimônio de grande importância para o referido município devido aos acontecimentos históricos nela ocorridos, como por exemplo foi o local onde ocorreu o primeiro voto feminino, datado em 5 de abril de 1928, realizado pela professora Celina Guimarães Viana que conseguiu seu reconhecimento pela Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, e que atualmente teve um complemento no dia 28 de novembro de 2007. Após o fato histórico, a Biblioteca Pública Municipal de Mossoró foi oficialmente criada no dia 05 de abril de 1948, como cumprimento de promessa de campanha do prefeito Jerônimo Dix-sept Rosado Maia. (MAIA, 2009).

Figura 09 – Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

Antes de iniciar a parte prática de realização de ensaios na Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes foi feita uma pesquisa em livros, artigos e monografias a fim de conhecer e

(33)

aprofundar conhecimentos no que diz respeito a área de Patologia das Edificações.

Posteriormente, realizou-se uma visita in loco, com intuito de realizar uma inspeção visual da biblioteca, observando onde estavam os pontos críticos com patologias aparentes mais significativas, a fim de identificar melhor a gravidade das manifestações e organizá-las segundo sua prioridade. O local apresenta um pavimento térreo e três pavimentos superiores, por isso foi materializado uma espécie de mapa, a partir da planta baixa do local disponibilizada pela prefeitura, demarcando os principais pontos com patologias e destacando as respectivas manifestações patológicas (ANEXO I). Ainda com relação a estrutura do local, a biblioteca não possui projetos complementares, existe apenas o levantamento arquitetônico. Vale ressaltar que a estrutura é de concreto armado e alvenaria convencional.

Após a pesquisa bibliográfica e análise das manifestações patológicas presentes no local, iniciou-se a construção de uma ficha que seria posteriormente preenchida no período compreendido entre maio e junho de 2019, aplicadas com o objetivo de dar uma classificação específica da ferramenta GUT para cada manifestação patológica encontrada.

3.1 ENSAIOS NÃO-DESTRUTIVOS

As manifestações patológicas encontradas, tais como: fissuras, rachaduras e eflorescências, foram observadas e registradas através de fotos para posterior análise da gravidade e preenchimento da ficha. Como algumas manifestações não puderam ser totalmente analisadas e classificadas apenas visualmente, observou-se a necessidade de ensaios não destrutivos (sem a necessidade de remoção de amostras) que diagnosticariam a criticidade das anomalias. Dessa forma, foram realizados os seguintes ensaios: ensaio de ultrassom do concreto, utilização da régua fissurômetro e ensaio de medição de umidade com o aparelho umedímetro. A seguir são descritos os procedimentos adotados para os referidos ensaios.

3.1.1 ENSAIO DE ULTRASSOM NO CONCRETO

Para avaliar os pilares de concreto e sua resistência, utilizou-se o equipamento de ultrassom da marca PROCEQ, modelo Pundit Lab (Figura 10). Esse ensaio tem como meta verificar a homogeneidade e uniformidade do concreto. No Brasil, o procedimento de ensaio pelo método do ultrassom é estabelecido é regulamentado pela ABNT NBR 8802:2019 - Concreto endurecido – Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica. No

(34)

ensaio foi emitido um ultrassom no material e medido o tempo de transmissão e recepção. A velocidade de onda no concreto mostrada no visor do equipamento trouxe dados sobre a qualidade do produto e a resistência da estrutura.

Figura 10 – Instrumento utilizado para execução do ensaio de ultrassom em estruturas de concreto

Fonte: Acervo pessoal (2019).

O método do ultrassom pode ser utilizado para a detecção de defeitos no interior do concreto, possibilitando estimar a resistência à compressão do concreto tanto em corpos de prova moldados durante a concretagem, quanto na própria estrutura.

Os três pilares utilizados para o ensaio possuíam superfície plana. Com o aparelho calibrado em laboratório, aplicou-se uma camada de vaselina sólida nas faces dos transdutores no pilar para a então leitura do ultrassom. O aparelho possui três modos de transmissão: direta, indireta e semidireta. No presente trabalho, utilizou-se o modo de transmissão direta e semidireta. No caso do primeiro modo, os transdutores são posicionados nas faces opostas do pilar (Figura 11). Trata-se do modo mais satisfatório para o ensaio, pois é neste onde a máxima energia é transmitida. O modo indireto (transdutores posicionados na mesma face) é o menos recomendado pois a intensidade do sinal recebido é significativamente menor do que no método direto.

(35)

Figura 11 – Leitura utilizando o modo de transmissão direta, em a) pilar do 1º pavimento; b) pilar do 2º pavimento

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

No caso da transmissão semidireta (Figura 12), também utilizada no trabalho – onde os transdutores são posicionados em faces adjacentes, utiliza-se quando se pretende evitar regiões de concentração de armaduras como cantos de pilares e vigas.

Figura 12 – Leitura utilizando o modo de transmissão semidireta

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.1.2 RÉGUA FISSURÔMETRO

A régua fissurômetro (Figura 13) foi o instrumento utilizado para medição das aberturas nas paredes com o intuito de identificar o tamanho destas e assim poder classificá-las em fissuras, trincas ou rachaduras, apresentando variação marcada de 0,05 mm a 1,5 mm.

(36)

Figura 13 – Régua fissurômetro

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

As medições das aberturas se concentraram nos locais avaliados preliminarmente com maior presença deste tipo de manifestação, tais locais estão demarcados na planta baixa no Anexo I. Colocou-se a régua fissurômetro sobre a fissura (Figura 14), fazendo com que os limites do fissurômetro marcados coincidam com o limite da abertura encontrada na estrutura. Dessa forma, obteve-se o tamanho em mm da abertura analisada.

Figura 14 – Determinação do tamanho da abertura em, a) 1º pavimento; b) 2º pavimento

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.1.3 ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DA UMIDADE

Conforme o manual de instruções do medidor de umidade James Instruments INC.

T-M-170 (Figura 15), o instrumento utiliza tecnologia eletrônica para medição da quantidade de

água em materiais dentro de seu campo de detecção, disponibilizando os valores de umidade máximos e mínimos de determinando ambiente ou material. O aparelho é utilizado para diversos materiais, como por exemplo madeira, gesso, alvenaria, tijolo e concreto, e dispõe de modos de funcionamento – modo pino e modo busca.

(37)

Figura 15– Medidor de umidade James Instruments INC. T-M-170

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

O presente trabalho utilizou o modo pino (Figura 16) com o intuito de capturar da melhor maneira possível o índice de umidade dos locais que se apresentavam com uma área afetada maior (vide Anexo I para identificar áreas analisadas). Os dois pinos foram empurrados no material analisado, criando-se um campo de alta frequência entre os mesmos, o que captura a umidade presente no material.

Figura 16 – Medidor de umidade James Instruments INC. T-M-170 no modo pino

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

O aparelho medidor de umidade indica em seu visor, além do teor de umidade, três luzes de cores diferentes (Figura 17) – verde, amarelo e vermelho. A cor verde representa que

(38)

o material possui um baixo percentual de umidade, amarelo para um valor moderado e vermelho indicando que o aparelho está identificando um alto teor de umidade no material.

Figura 17 – Medidor de umidade James Instruments INC. T-M-170 apresentando a cor vermelha no visor

Fonte: Acervo Pessoal (2019).

3.2 EMPREGO DA METODOLOGIA GUT

Para avaliar a criticidade do problema encontrado na edificação, utilizou-se a metodologia GUT. Utilizando os três parâmetros de análise (Gravidade, Urgência e Tendência), elaborou-se um quadro (Quadro 01) para identificação dos problemas na biblioteca e atribuiu-se valores entre 1 e 5 sendo 5 a maior intensidade e o 1 a menor. Os valores foram atribuídos a partir da tabela base para a metodologia GUT. Com o produto dos valores atribuídos obtidos na matriz formada, foram obtidos os valores para cada problema ou fator de risco analisado. Quanto maior o resultado dos valores dos fatores de risco (Fator de Risco = G x U x T), mais prioritária a busca para a solução do problema. Sendo assim, o maior valor GUT foi o ponto a ser priorizado e resolvido mais rapidamente, sob risco de piora imediata do problema.

(39)

3.3 FICHA DE AVALIAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

Quadro 01 - Ficha de avaliação de manifestações patológicas

ITEM MANIFESTAÇÃO PATOLÓGICA POSSÍVEL CAUSA MÉTODO DE ANÁLISE LOCAL DE OCORRÊNCIA IMAGEM G R A V IDA D E U R G Ê N C IA TENDÊNCI A G x U x T GRAU DE PRIORIDADE Enumeração dos problemas encontrados no local. Tipo de manifestação patológica observada no local Possíveis causas para atribuir à manifestação patológica observada Identificar o método utilizado para analisar o problema: régua fissurômetro/ aparelho de ultrassom do concreto/ aparelho medidor de umidade/ análise visual. Identificar o pavimento de ocorrência da manifestação Anexar a foto tirada no local para visualização do problema Atribuir as pontuações aos diferentes critérios segundo a Tabela 02 Multiplicação dos fatores Ordem de priorização das medidas a serem tomadas para resolução dos problemas

Fonte: Autoria Própria (2019).

(40)

4.1 LEVANTAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NA BIBLIOTECA

A partir de visitas ao local, pode-se constatar que as manifestações patológicas encontradas provenientes de umidade foram: infiltração de água em viga e cinta de amarração no 3º pavimento, e eflorescências no térreo e 1º pavimento, representados respectivamente nas Figuras 18, 19 e 20 a seguir.

Figura 18 – Problema de umidade do tipo infiltração em viga, a) lado esquerdo; b) lado direito

Fonte: Acervo pessoal (2019).

Figura 19 – Problema de umidade do tipo infiltração em cinta de amarração e pingadeira

(41)

térreo); b) e c) hall de recepção no pavimento térreo

Fonte: Acervo pessoal (2019).

Com relação a desgaste da edificação devido à falta de manutenção periódica, encontrou-se problemas de falhas nas juntas nos 1º, 2º e 3º pavimentos (Figura 21) devido ressecamento das mesmas e descascamento da pintura nos pavimentos térreo, 2º e 3º andar (Figuras 22 e 23).

Figura 21 – Problema de falhas nas juntas no revestimento da biblioteca em, a) 1º pavimento; b) 2º pavimento

(42)

pavimento; c) fachada lateral

Fonte: Acervo pessoal (2019).

Figura 23 – Descascamento de pintura e indicativo de presença de sais no reboco

Fonte: Acervo pessoal (2019).

No local também foram encontrados problemas de origem estrutural como fissuras, trincas e rachaduras encontradas em peitoril de janelas (Figura 24 e 25) e no guarda corpo (Figura 26), prejudicando a segurança dos usuários.

(43)

Fonte: Acervo pessoal (2019).

Figura 25 – Fissura em peitoril em, a) 1º pavimento; b) 2º pavimento

Fonte: Acervo pessoal (2019).

Figura 26 – Fissura vertical próximo ao guarda corpo

(44)

atribuir tais aberturas a movimentações dos materiais e componentes de construção, recalque da estrutura ou sobrecarga. Dessa forma, observa-se que o problema de abertura em paredes é crítico no local.

Figura 27 – Fissuras presentes no, a) 1 pavimento; b) 2º pavimento

Fonte: Acervo pessoal (2019).

Figura 28 – Fissuras presentes no, a) 2º pavimento; b) 3º pavimento

(45)

Fonte: Acervo pessoal (2019).

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS

4.2.1 ENSAIO DE ULTRASSOM NO CONCRETO

A partir do ensaio de ultrassom no concreto, obteve-se a velocidade de propagação da onda, valor que determina qual a resistência do pilar que está sendo analisado. Os valores utilizados como referência foram expostos na Tabela 03, onde a velocidade de propagação dessa onda no pilar é relacionada à qualidade a qual o concreto se encontra (Excelente, ótimo, bom, regular ou ruim).

Tabela 03 – Classificação relacionando velocidade à qualidade do concreto VELOCIDADE DA ONDA ULTRASSÔNICA (m/s) QUALIDADE DO

CONCRETO V > 4500 EXCELENTE 3500 < V < 4500 ÓTIMO 3000 < V < 3500 BOM 2000 < V < 3000 REGULAR V < 2000 RUIM

(46)

qualidade do concreto. Os resultados para os pilares do térreo, 1º e 2º pavimento são mostrados na Tabela 04 a seguir, acompanhados dos modos de transmissão utilizados.

Tabela 04 – Velocidade de propagação das ondas e classificação da qualidade do concreto

PAVIMENTO PILAR MODO DE TRANSMISSÃO VELOCIDADE DA ONDA (m/s) QUALIDADE DO CONCRETO Térreo 01 Direta 1633 RUIM Semidireta 8000 EXCELENTE 1º 02 Direta 1626 RUIM Semidireta 8032 EXCELENTE 2º 03 Direta 1482 RUIM Semidireta 7722 EXCELENTE

Fonte: Autoria Própria (2019).

A partir dos dados em tabela, observa-se que a qualidade do concreto dos pilares analisados no térreo, 1º e 2º pavimento não é satisfatória para o modo de transmissão direta e precisam passar por manutenção. Tendo em vista que o espaço é um local público com frequência de pessoas diariamente, o local deve passar por análise de engenheiros civis e especialistas para verificar a melhor forma de intervenção no problema encontrado, trazendo novamente segurança para os usuários. No caso do modo de transmissão semidireta, os valores mostraram que a qualidade do concreto se apresenta em resultado excelente.

Como pode ser observado na tabela, os valores para o ensaio nos diferentes modos de transmissão são discrepantes. Existem inúmeros fatores que podem ter interferido nesse resultado. Segundo a NBR 8802:2019 alguns dos motivos podem ser: distância da superfície de contato dos transdutores; direção do ensaio da peça; tipo de adensamento do concreto; idade, umidade, tipo de adensamento e temperatura do concreto; presença de armaduras na direção da propagação da onda; densidade e outras características do agregado; tipo de cimento e seu grau de hidratação e forma e tamanho da peça ensaiada.

(47)

Com relação a análise de aberturas com a utilização da régua fissurômetro, os resultados estão apresentados no Quadro 02 a seguir, onde observa-se algumas aberturas encontradas no local, seguidas do pavimento de ocorrência e a classificação dessa abertura.

Quadro 02 – Tamanho de aberturas analisadas

IMAGEM PAVIMENTO DE OCORRÊNCIA ABERTURA (mm) TIPO DE ABERTURA Térreo 1,2 Trinca 1º pavimento 1,5 Trinca 1º pavimento 1,5 Trinca 2º pavimento 0,9 Trinca (Continua)

(48)

(Continuação)

2º pavimento 1,5 Trinca

2º pavimento 1,5 Trinca

3º pavimento > 1,5 Rachadura

3º pavimento 0,5 Fissura

Fonte: Autoria Própria (2019).

Analisando a incidência das aberturas de paredes nas edificações, foi possível a elaboração de um gráfico que mostra que a maior parte dos problemas na edificação são do tipo fissura.

(49)

Gráfico 02 – Percentual relacionado aos tipos de aberturas de parede no local

Fonte: Autoria Própria (2019).

4.2.3 ENSAIO PARA DETERMINAÇÃO DA UMIDADE

A partir da análise dos locais com maior presença de manchas de umidade e eflorescências, foi possível determinar em quais locais seriam realizados os ensaios com o aparelho. Além do percentual de umidade, o aparelho também indicou se a umidade no local estava elevada, moderada ou baixa a partir da cor da luz no display. Os resultados obtidos a partir deste ensaio estão dispostos no Quadro 03.

Quadro 03 – Resultados do ensaio de determinação da umidade.

PERCENTUAL DE UMIDADE (%) PAVIMENTO DA PAREDE ANALISADA COR GRAU DE UMIDADE

16,9 Térreo Amarelo Moderado

16,7 Térreo Amarelo Moderado

12,1 Térreo Verde Baixo

17,7 Térreo Amarelo Moderado

12,4 1º pavimento Verde Baixo

11,2 1º pavimento Verde Baixo

6,9 2º pavimento Verde Baixo

8 2º pavimento Verde Baixo

12,9 2º pavimento Verde Baixo

12,4 3º pavimento Verde Baixo

1,3 3º pavimento Verde Baixo

(50)

A partir dos resultados do ensaio, notou-se que o local com maior incidência de umidade é o pavimento térreo, onde o aparelho detectou o maior percentual obtido no ensaio – 17,7 %. Nos demais pavimentos, o percentual de umidade não foi tão elevado se comparado ao pavimento térreo.

4.3 ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DAS MANIFESTAÇÕES NOS PAVIMENTOS

Conforme observado a partir dos resultados dos ensaios e do mapeamento das manifestações patológicas presentes nos pavimentos analisados (Anexo I), construiu-se gráficos para analisar a incidência dos problemas na edificação. O número de ocorrências e o percentual da incidência das mesmas foi disposto no Gráfico 03 a seguir.

Gráfico 03 – Número de ocorrências e incidência das manifestações na edificação

Fonte: Autoria Própria (2019).

Observa-se que o problema de desgaste e descascamento da pintura é o mais recorrente na edificação (28 % - 13 ocorrências). Este problema pode estar atrelado a falta de manutenção, uma vez que os funcionários da biblioteca relataram que não foi realizado processo de manutenção nos últimos anos no local. Seguido desse problema, aparecem as

Referências

Documentos relacionados

De acordo com o Figura 19, para o grupo de amostras que possuem aproximadamente a mesma altura inicial, verificou-se que com a variação do diâmetro proporcional as razões de

O trabalho limitou-se a verificação e análise da calibração da rugosidade absoluta das tubulações por meio do método iterativo dos gradientes hidráulicos

Nestas unidades as perdas físicas são aquelas referentes ao (i) uso da água excedente ao necessário para a correta limpeza do poço de sucção, que depende da qualidade

O município de Pacajus-CE tem como destino dos resíduos gerados pela Construção e Demolição Civil o lixão da cidade, calçadas, acostamentos de vias, sendo que também

A fim de se verificar a hipótese inicial (de que que para solos finos, quando sua umidade for igual ao limite de liquidez determinado pelo método de Casagrande,

Para a devida aplicação do método de Runge-Kutta de quarta ordem num problema de valor inicial, é necessário dispor do valor inicial

Através da tabela 7, observa-se que a argamassa colante AC II, apresentou resistência de 0,51MPa, um resultado dentro do recomendado pela norma (superior a

Dessa forma, o objetivo da presente pesquisa é analisar o desempenho térmico e mecânico de placas cimentícias simulando uma estrutura de wood frame, desenvolvidas com