Boletim do
Banco Central
do Brasil
ISSN 0104-3307Novembro 2002
Volume 38 – Número 11
Boletim do Banco Central do Brasil
Novembro 2002
2
Boletim do Banco Central do Brasil
Publicação mensal do Banco Central do Brasil/Departamento Econômico.
Os textos e os correspondentes quadros estatísticos são de responsabilidade dos seguintes componentes do
Departamento Econômico (Depec) (e-mail: depec@bcb.gov.br):
Economia no mês e Economia internacional - Consultoria de Estudos Econômicos e Conjuntura (Copec)
(e-mail: copec.depec@bcb.gov.br);
Atividade econômica - Consultoria de Conjuntura Econômica (Coace) (e-mail: coace.depec@bcb.gov.br);
Moeda e crédito e Mercados financeiro e de capitais - Divisão Monetária e Bancária (Dimob)
(e-mail: dimob.depec@bcb.gov.br);
Finanças públicas - Divisão de Finanças Públicas (Difin) (e-mail: difin.depec@bcb.gov.br);
Setor externo da economia brasileira - Divisão de Balanço de Pagamentos (Dibap) (e-mail: dibap.depec@bcb.gov.br).
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É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Boletim do Banco Central do Brasil, Volume 38, nº 11.
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0 ou 0,0 menor que a metade do último algarismo, à direita, assinalado.
* dados preliminares.
O hífen (-) entre anos (1970-75) indica o total de anos, inclusive o primeiro e o último.
A barra (/) utilizada entre anos (1970/75) indica a média anual dos anos assinalados, inclusive o primeiro e o último, ou ainda, se especificado no texto, ano-safra, ou ano-convênio.
Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos. Não são citadas as fontes dos quadros e gráficos de autoria exclusiva do Banco Central do Brasil.
Outras publicações do Banco Central do Brasil
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Sumário
A economia em setembro ... 5
I.
Atividade econômica ... 6
II.
Moeda e crédito ... 15
III.
Finanças públicas ... 19
IV.
Setor externo da economia brasileira ... 22
V.
Economia internacional... 27
VI.
Principais medidas de política econômica ... 33
Resoluções do Conselho Monetário Nacional
Circulares do Banco Central do Brasil
Quadros estatísticos ... 35
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A ECONOMIA EM SETEMBRO
O cenário econômico internacional apresentou grande instabilidade no
decorrer do terceiro trimestre do ano, traduzida em alta volatilidade nos
diversos segmentos do mercado financeiro, devido às incertezas quanto
aos resultados corporativos e à piora nas expectativas de recuperação da
economia mundial. Nesse quadro, pioraram as condições de financiamento
para as economias emergentes, também atingidas pelo protecionismo e
pelo declínio do comércio internacional.
Além do impacto decorrente do ambiente externo adverso, a evolução
da economia brasileira esteve condicionada às incertezas quanto à futura
condução da política econômica. Nesse sentido, em setembro, com a
proximidade das eleições, aumentou a sensibilidade dos mercados,
provocando nova depreciação do real e majoração das taxas de juros
projetadas no mercado futuro. O Comitê de Política Monetária do Banco
Central (Copom) manteve a meta para a taxa Selic em sua reunião mensal,
considerando as projeções de maior inflação decorrentes da depreciação
cambial no ano. O Banco Central continuou provendo liquidez no mercado
cambial, ofertando divisas e linhas de crédito aos exportadores.
A depreciação cambial e o crescimento lento da economia possibilitaram
rápido ajuste na conta corrente do balanço de pagamentos, principalmente
pela melhora no resultado da balança comercial. A expansão das
exportações e a crescente produção doméstica de bens similares aos
importados têm sustentado a atividade econômica doméstica mantendo-a
em ligeiro crescimento, a despeito da piora das expectativas de
empresários e consumidores, com efeitos perversos sobre as decisões de
investimento e de consumo de bens duráveis.
Os desembolsos extraordinários de recursos do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS) têm estimulado o consumo de bens de menor
valor unitário e a regularização de dívidas pendentes, diminuindo a
inadimplência. Destaque-se também os efeitos da expansão da renda
agrícola sobre o desempenho do comércio varejista, sobretudo fora das
regiões metropolitanas, e do segmento de máquinas e implementos
agrícolas.
I - ATIVIDADE ECONÔMICA
A atividade industrial cresceu 1% em setembro em relação à do mês
anterior, de acordo com os índices do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) dessazonalizados pelo Departamento Econômico
do Banco Central (Depec). Foi o quarto aumento mensal consecutivo
no nível de produção, perfazendo acréscimo de 2,6% de maio a
setembro. A variação do índice acumulado no ano evoluiu de 0,5%, em
agosto, para 1,1%, em setembro, e a variação negativa do índice
acumulado em doze meses passou de 0,7%, em agosto, para 0,1%, em
setembro.
O resultado de setembro refletiu, por um lado, a expansão de 1,4% na
indústria de transformação e, por outro, o recuo de 2,8% na produção
extrativa mineral. Pelo enfoque das categorias de uso, a fabricação de
bens intermediários cresceu 1,5% e a de bens de consumo duráveis,
2,2%, enquanto os níveis produtivos de bens de capital e de bens semi
e não-duráveis declinaram 0,7% e 0,9%, respectivamente.
Produção industrial
Índices com ajuste sazona
l
120 125 130 135 140
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2000 2001 2002
Índice: 1992 = 100
Fonte: IBGE
Produção industrial
Índices com ajuste sazonal
100 125 150 175 200 225 Jan 2000
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set Bens de capital Bens intermediários Consumo duráveis Semi e não-duráveis Índice: 1992 = 100
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Quando comparada a setembro do ano passado, a produção industrial
avançou 5,6%, assinalando a segunda maior taxa de variação do ano
neste tipo de comparação. Os setores cujos desempenhos
mostraram-se mais importantes para esmostraram-se resultado foram mecânica, extrativa
mineral, produtos alimentares, metalurgia e material de transporte.
Nessa mesma base de comparação, a produção de bens de capital
expandiu 0,1%, favorecida pelo desempenho dos segmentos de máquinas
e equipamentos agrícolas e de bens de capital para transporte, que
contrabalançou as quedas em bens de capital para construção e para o
setor de energia elétrica.
A produção de bens intermediários cresceu 6,2% em setembro, sexto
aumento consecutivo na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Assinalem-se os desempenhos nos segmentos combustíveis e
lubrificantes básicos, combustíveis e lubrificantes elaborados, e
exportador de produtos agrícolas. Áreas ligadas ao mercado interno,
como insumos típicos da construção civil e fabricação de embalagens,
também registraram aumento em setembro.
O aumento de 19,9% na produção de bens de consumo duráveis em
setembro foi influenciado pela base de comparação reduzida. No
segmento de eletrodomésticos, o avanço atingiu 27,8% e no de
automóveis, 12,6%. No tocante à produção dos semiduráveis e
não-duráveis, o acréscimo alcançou 0,4%, com pressões positivas nos
segmentos ligados à exportação, como suco de laranja e abate e
preparação de aves, e negativas nos segmentos de carburantes e
farmacêutico.
Na comparação em bases trimestrais com os mesmos períodos de 2001,
a produção industrial vem mostrando trajetória de recuperação: após
ter declinado 2,1% no primeiro trimestre, avançou 1,9% no segundo e
3,2% no terceiro.
A evolução dos investimentos persiste vinculada à cautela dos
empresários face à instabilidade econômica vigente. Assim, o quantum
importado de bens de capital contraiu 13% no período de janeiro a
setembro comparativamente ao período correspondente de 2001, a
produção doméstica de máquinas e equipamentos, 2%, apesar da
continuidade do desempenho favorável de bens de capital para o setor
agrícola, e a produção de insumos para a construção civil, 5,4%.
Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) cresceram 45,4% de janeiro a setembro, em relação às
concessões registradas nos mesmos meses de 2001. O setor industrial,
principal destinatário dos recursos do BNDES, absorveu 48% dos
recursos nesse período, o setor de infra-estrutura 33%, a agropecuária
12%, comércio e serviços 6% e educação e saúde 1%.
Na agricultura, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção
Agrícola (LSPA) do IBGE, realizado em setembro, a produção nacional
de cereais, de leguminosas e oleaginosas poderá alcançar 97,8 milhões
de toneladas no ano agrícola de 2001/2002, representando decréscimo
de 0,8% em relação à estimativa efetuada em agosto e de 0,7%
comparativamente à colheita do ano anterior.
A alternância de sinais nos indicadores de consumo sugere cenário de
estabilidade para a demanda. A continuidade no pagamento dos valores
relativos ao acordo do FGTS e a relativa recuperação da confiança
contribuíram para o aumento das vendas em segmentos específicos, a
despeito da estabilidade na ocupação e da evolução do rendimento médio
real das pessoas ocupadas.
As estatísticas da Federação do Comércio do Estado de São Paulo
(Fecomercio SP), ajustadas sazonalmente pelo Depec, revelaram que o
faturamento real do comércio varejista na região metropolitana de São
Paulo, após elevação significativa em agosto, recuou 1% em setembro,
na comparação com o do mês anterior, situando-se, no entanto, 13%
acima do referente a igual mês de 2001. Ressalte-se que foi o quinto
crescimento consecutivo nesta base de comparação. Considerando-se o
período de janeiro a setembro, o faturamento real em 2002 superou em
2,5% o observado no mesmo período de 2001. Nos últimos doze meses,
todavia, registrou-se contração de 0,5%.
Faturamento real do comércio varejista na RMSP
Índices com ajuste sazona
l
140 150 160 170 180 190
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2000 2001 2002
Índice: 1992 = 100
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Em relação à agosto, as vendas de materiais de construção elevaram-se
6,2%, as de bens não-duráveis, 2,2%, e as de bens semiduráveis,1,2%.
Ante o registro de setembro de 2001, observou-se expansão de 28,8%
no faturamento real do segmento de bens não-duráveis, de 16% no de
materiais de construção e de 10,6% no de bens semiduráveis. Tal refletiu
o desempenho das vendas de supermercados, 31% superiores às de
setembro de 2001.
Os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores
(Fenabrave) continuaram apontando recuperação nas vendas do setor
em setembro. O índice do total de veículos vendidos pelas concessionárias,
ajustado sazonalmente pelo Depec, cresceu 5,8% no mês, o quarto
aumento mensal consecutivo. Assim, com relação ao mesmo mês do ano
anterior, o resultado de setembro revelou crescimento de 20,2%.
Ressalte-se que a informação refere-Ressalte-se ao total de veículos vendidos em todo o
território nacional, influenciada, portanto, pelo bom desempenho fora das
áreas metropolitanas, beneficiado pelo crescimento do rendimento no
campo, uma vez que as estatísticas da Fecomercio SP, dessazonalizadas
pelo Depec, para o faturamento real das concessionárias de veículos em
setembro acusaram recuo de 3,4% ante o de agosto e de 17,7% ante o
de setembro de 2001.
As estatísticas da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos
Eletroeletrônicos (Eletros) revelaram recuo de 12,6% nas vendas de
produtos de imagem e som em setembro, na comparação com as de agosto,
e de 13,8% nas de eletroeletrônicos portáteis. Ante as de setembro de
2001, as diminuições foram de 0,9% para as primeiras e de 28% para as
últimas.
De acordo com o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da
Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o número de consultas
Faturamento real do comércio varejista na RMSP
Índices com ajuste sazonal
40 90 140 190 240 Jan 2000
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set
Comércio geral Bens de consumo
Concess. de veículos Mat. de construção Índice: 1992 = 100
para compras a prazo em setembro subiu 5,8% ante o relativo ao mês
anterior e a quantidade de consultas para compras com cheques, 2%, na
mesma base de comparação. A variação acumulada em doze meses até
setembro indicou queda de 1,1% nas consultas para compras a prazo e
expansão de 8% nas consultas para compras com cheques, conforme
dados dessazonalizados pelo Depec. A quantidade de cheques
compensados em setembro cresceu 0,7% ante agosto, e o valor
transacionado apresentou queda de 1,2%. O número de transações com
cartões de crédito no terceiro trimestre foi 6,8% superior ao do segundo,
e o valor médio das transações, 1,9%.
A taxa líquida de inadimplência no comércio paulista alcançou 6,7% em
setembro, ante 4,7% em agosto e 6% em setembro de 2001. O número
de novos registros de carnês em atraso subiu 2,1%, e a quantidade de
registros cancelados declinou 7,1%, ambos na comparação com o mês
anterior. O resultado de setembro foi influenciado pela menor quantidade
de consultas em junho, mês de referência do indicador, uma vez que os
registros cancelados pela regularização da situação do devedor
continuaram em número superior à média do ano. A proporção média de
cheques devolvidos por insuficiência de fundos, relativamente ao total de
cheques compensados no país, cujo valor máximo de 5,2% registrou-se
em março deste ano, manteve-se em 4,3% nos últimos dois meses.
Após diminuição em agosto, a confiança dos consumidores voltou a se
recuperar em setembro. O Índice das Intenções do Consumidor (IIC),
elaborado pela Fecomercio SP, foi o mais alto registrado neste ano, de
100,35 pontos, 9,6% superior ao de agosto e 5,8% acima daquele de
igual período de 2001. O componente que avalia as intenções atuais de
consumir (IIA) expandiu-se 10,4% e aquele que mede as intenções futuras
de consumir bens em geral (IIF), 9,2%, ambos na comparação com o
mês anterior.
Índice de Intenções do Consumidor (IIC)
55 70 85 100 115 130 Jan 2000
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set
IIC IIF IIA
Fonte: Fecomercio SP
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No que se refere à evolução do mercado de trabalho, o índice de emprego
formal em setembro superou em 0,6% o de agosto e em 3,7% o de igual
período do ano passado, conforme estatísticas do Ministério do Trabalho
e Emprego, ajustadas sazonalmente pelo Depec. A taxa média de
desemprego aberto medida pelo IBGE nas seis principais regiões
metropolitanas do país atingiu 7,51% em setembro, ante 7,3% em agosto
e 6,15% em setembro de 2001. O número de pessoas ocupadas diminuiu
0,2%, e o número de pessoas desocupadas cresceu 3,1%, resultando em
variação de 0,1% na População Economicamente Ativa (PEA).
O nível de ocupação em setembro foi 0,1% inferior ao de agosto. Todos
os setores registraram diminuição no número de ocupados, especialmente
o de construção civil, 2,2%, e o comércio, 1,1%. Por posição na ocupação
subiram o número de empregadores, 2,2%, o de ocupados sem carteira,
0,6%, e o de ocupados em conta própria, 0,3%.
Ante o verificado em setembro de 2001, o nível de ocupação apresentou
elevação de 3,3%, conforme dessazonalização do Depec. Dentre os
setores, a expansão atingiu 7,2% no comércio e 3,3% na indústria de
transformação e em serviços, paralelamente à recuo de 6,5% no número
de ocupados na construção civil. Por posição na ocupação cabe ressaltar
os aumentos de 6,8% no número de ocupados sem carteira e de 3% no
de ocupados com carteira.
O rendimento médio real das pessoas ocupadas diminuiu 0,6% em agosto,
ante julho, e 2,6% relativamente a agosto de 2001, conforme dados do
IBGE dessazonalizados pelo Depec. Dentre os setores, na comparação
com o mês anterior, aumentaram 1,6% os rendimentos dos trabalhadores
no comércio e 0,1% o daqueles na indústria de transformação. Por posição
na ocupação, houve elevação de 0,2% no rendimento médio real dos
ocupados com carteira de trabalho assinada.
Taxa de desemprego
4 5 6 7 8 9 Jan 2000Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set %
Mensal Média últimos 12 meses
Comparativamente a agosto de 2001, verificou-se crescimento de 7,2%
no rendimento médio real dos trabalhadores em outras atividades, e de
1,7% no dos ocupados na indústria de transformação. Por posição na
ocupação, destacaram-se os recuos nos rendimentos percebidos por
empregadores, ocupados em conta própria e trabalhadores com carteira
de trabalho assinada, 10,8%, 4,1% e 1,1%, respectivamente.
Em relação à inflação, o patamar de variação dos índices de preços
permaneceu elevado em setembro, continuando a refletir as pressões
associadas à entressafra e à depreciação cambial, em especial nos preços
agrícolas e industriais no atacado. Os índices de preços no âmbito do
consumidor, que até o mês anterior vinham apresentando trajetória
homogênea de desaceleração, passaram a evidenciar os repasses de
parcela do aumento dos preços no atacado. Em decorrência, o Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,72%, ante 0,65% em
agosto, e o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI),
2,64%, e 2,36%, respectivamente. No acumulado do ano a variação do
IPCA alcançou 5,6%, e a do IGP-DI 11,6%. Considerando-se a variação
em doze meses encerrados em setembro, o IPCA registrou crescimento
de 7,93%, o Índice de Preços no Atacado (IPA-DI), 18,16% e o
IGP-DI, 14,28%.
A elevação do ritmo de crescimento do IPCA decorreu do maior repasse
da depreciação cambial, que afetou os preços dos alimentos, especialmente
cereais, carnes, panificados e óleos, alcançando também itens de outros
grupos como aparelhos eletroeletrônicos, artigos de limpeza, e produtos
de higiene pessoal. Esse conjunto de preços em alta foi neutralizado, em
parte, pela menor variação nos preços monitorados, no mês.
O IPCA, analisado pela ótica de preços monitorados e preços livres,
evidenciou que o aumento na taxa de variação no mês foi conseqüência
Índices de preços
0 5 10 15 20 25 30 Jan 2000Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set
IPCA(IBGE) IPA-DI(FGV)
% 12 meses
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do maior ritmo de crescimento dos preços livres que passaram de 0,85%,
em agosto, para 1,05% em setembro, influenciados pelo comportamento
da taxa de câmbio. A contribuição desse grupo para a variação do IPCA
subiu de 0,58 p.p. para 0,72 p.p. A variação dos preços monitorados
passou de 0,22% para -0,01%, em decorrência da redução no preço do
gás de cozinha, que ajudou a superar reajustes de menor impacto ocorridos
em outros itens do grupo, tais como, água e esgoto, energia elétrica e
correio.
O IGP-DI da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentou alta em
setembro, reflexo dos impactos da depreciação do real e da entressafra
sobre os preços agrícolas e industriais no atacado. Os preços ao
consumidor, por outro lado, continuaram recuando, devido ao menor
impacto dos preços monitorados e do baixo coeficiente de repasse do
aumento nos preços agrícolas no atacado sobre os preços dos alimentos
na ponta do consumo. O IPA-DI apresentou variação de 3,84% em
setembro, ante 3,32% no mês anterior, e o Índice de Preços ao
Consumidor (IPC) registrou alta de 0,66% em setembro, ante 0,76%, no
mês precedente. O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC)
cresceu 0,71% em setembro, após ter subido 1% em agosto.
O patamar mais elevado de variação dos preços agrícolas, que passou de
5,48%, em agosto, para 5,86% em setembro, decorreu da elevação
continuada nos preços dos grupos: Legumes e frutas, em particular o
tomate; Cereais e grãos, com destaque para trigo, milho e arroz em casca;
Animais e derivados, chamando a atenção bovinos e aves; Lavouras para
exportação, cabendo mencionar soja, café em coco e cacau, além do
aumento nos preços do algodão em caroço.
Em relação aos preços industriais, o crescimento na taxa de variação, de
2,5% para 3,04%, no mesmo período, decorreu da continuidade dos
IPCA
-1 0 1 2 3 4 Jan 2000Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set Índice geral Comercializáveis Não-comercializáveis Monitorados % mensal
aumentos em insumos de origem mineral não-metálica, como cimento e
vidro, e de insumos de origem ferrosa e não ferrosa, como ferro, aço e
alumínio, que pressionaram os custos da cadeia produtiva metal-mecânica.
Apurou-se também elevação continuada de preços nos gêneros: Papel e
papelão, resultante da combinação entre depreciação do real e aumento
da cotação internacional da celulose; Química, que absorveu os maiores
preços de óleos combustíveis e álcool etílico hidratado; Tecidos, vestuário
e calçados, que refletiu o crescimento nos preços de tecidos e fios naturais
derivado do reajuste na matéria-prima, algodão; e Produtos alimentares,
em razão do crescimento nos preços do arroz beneficiado, óleo de soja
refinado, margarina e farinhas e derivados.
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II - MOEDA E CRÉDITO
O saldo médio diário da base monetária atingiu R$58,2 bilhões em
setembro, com expansão de 3,4% em relação ao de agosto, e de 28,9%
em relação ao do mesmo mês de 2001. A variação mensal refletiu
crescimento de 4,1% no saldo das reservas bancárias e de 3% no do
papel-moeda emitido e a taxa em doze meses, expansões de 28,2% e
29,2%, respectivamente. O saldo da base monetária, no conceito final de
período, atingiu R$60,8 bilhões em setembro, crescendo 10,5% no mês
e 33,6% em doze meses. O saldo do papel moeda emitido alcançou
R$37,8 bilhões e o das reservas bancárias, R$23 bilhões, com
crescimentos, no mês, de 3,9% e 23,5%, respectivamente.
Em setembro, o movimento líquido na conta única do Tesouro Nacional
(TN), com R$3,1 bilhões, e as operações do setor externo, com R$3
bilhões, resultantes da venda líquida de divisas no mercado interbancário
de câmbio, constituíram os fatores preponderantes na contração da base
monetária. As operações com o sistema financeiro, no entanto, foram
expansionistas em R$2,8 bilhões, decorrentes, sobretudo, do ajuste nas
operações com derivativos, no montante de R$8,9 bilhões, parcialmente
compensado pelos recolhimentos compulsórios de R$5,9 bilhões,
referentes à exigibilidade adicional sobre depósitos. As operações com
títulos públicos federais em setembro foram expansionistas em R$9 bilhões,
dos quais R$3,7 bilhões resultaram do resgate de títulos públicos e R$5,3
bilhões derivaram da atuação do Bacen no mercado secundário, para
ajustar a liquidez.
Os meios de pagamento, no conceito M1, apurados pela média dos saldos
dos dias úteis, atingiram R$87 bilhões em setembro, com elevação de 3%
no mês e de 27,2%, em doze meses. O saldo do papel-moeda em poder
do público somou R$32,1 bilhões e o dos depósitos à vista, R$54,9 bilhões,
representando variações mensais de 4,8% e de 1,9%, respectivamente.
Os saldos desses componentes dos meios de pagamento expandiram
28,3% e 26,6%, em comparação aos de igual mês do ano anterior.
No conceito M4, o agregado totalizou R$778 bilhões, com crescimento
de 1,8% no mês e de 4,2% em doze meses. Como proporção do Produto
Interno Bruto (PIB), o saldo de M4 alcançou 57,6% em setembro, ante
61% no mesmo mês do ano anterior. A mudança no critério de avaliação
da carteira de títulos dos fundos de investimento, em agosto, alterou a
movimentação de recursos entre os diversos ativos financeiros, pois os
fundos de renda fixa voltaram a apresentar captações líquidas de recursos,
enquanto os depósitos a prazo e de poupança retomaram o ritmo de
captação anterior à alteração ocorrida a partir de maio. Com isso, M2
apresentou crescimento de 1,9%no mês, e M3, de 1,7%, influenciado
pela redução no saldo das operações compromissadas com títulos
federais.
O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro alcançou
R$375 bilhões em setembro, apresentando expansão de 6% no mês. Parte
desse aumento deveu-se ao impacto da depreciação da taxa de câmbio
sobre as operações referenciadas em moeda estrangeira. A participação
do estoque das operações de crédito no PIB elevou-se de 26,2%, em
agosto, para 27,5%, em setembro. Do total, R$364 bilhões foram
direcionados ao setor privado, com aumento de 6,1% sobre o saldo do
mês anterior, e R$10,9 bilhões ao setor público, 5,2% acima do observado
em agosto.
O estoque das operações de crédito ao setor privado com recursos
direcionados alcançou R$135 bilhões em setembro, superando em 8,2%
o do mês anterior. Os saldos dos financiamentos diretos e de repasses
concedidos pelo BNDES e dos empréstimos destinados ao setor rural e
ao habitacional cresceram 10,9%, 6,2% e 1,4%, respectivamente, em
setembro.
O saldo dos empréstimos concedidos com recursos livres totalizou R$219
bilhões em setembro, com crescimento de 5% no mês, representando
58,3% do total de créditos. Os empréstimos a pessoas físicas cresceram
1,5%, enquanto os empréstimos a pessoas jurídicas com recursos
domésticos e os lastreados em recursos externos aumentaram 5,5% e
10,1%, respectivamente. A expansão do saldo de empréstimos com
recursos externos deveu-se aos crescimentos de 15,2% no saldo das
operações de repasses de recursos e de 4,8% das operações de
adiantamento de contrato de câmbio, cujas variações foram inferiores à
depreciação cambial que atingiu 28,9% no mês. Quanto aos saldos das
operações mais relevantes com pessoas jurídicas baseadas em recursos
domésticos, as modalidades de capital de giro e outros não especificados
apresentaram 3,8% e 12,7% de acréscimo em setembro.
Considerando os níveis de risco, em setembro, as operações classificadas
como de risco normal (AA a C) somaram R$329 bilhões, correspondendo
a 87,7% do total. Os créditos classificados como de nível de risco 1 (D a
G) totalizaram R$33 bilhões, 8,8% do total, e os classificados como de
Boletim do Banco Central do Brasil
Novembro 2002
17
nível de risco 2 (H), R$13,1 bilhões, 3,5% do total. O total de provisões
do sistema financeiro atingiu R$25,5 bilhões, com aumento de 1,7% no
mês, correspondendo a 6,8% do total de crédito, ante 7,1% em agosto.
Em setembro, a inadimplência das operações de crédito contratadas com
recursos livres atingiu 7,9%, ante 8,2% no mês anterior, reflexo da queda
de 4,3% para 4,1%, nas operações com pessoas jurídicas. Nas operações
com pessoas físicas a inadimplência manteve-se inalterada em 15%. Nas
operações com pessoas jurídicas, os atrasos entre quinze e noventa dias
permaneceram em 1,8%, enquanto aqueles com prazo superior a noventa
dias caíram de 2,5% para 2,3%. Para pessoas físicas, os percentuais de
inadimplência mantiveram-se estáveis em 6,8% e 8,2% para os atrasos
entre quinze e noventa dias e acima desse prazo.
Mercados financeiro e de capitais
O mercado financeiro doméstico, em setembro, foi influenciado pelo
comportamento do fluxo de capitais externos para o país. A taxa de câmbio,
que em agosto apresentou apreciação, em setembro voltou a apresentar
depreciação contínua ao longo de mês, acumulando variação de 28,9%.
Esse resultado decorreu da redução na oferta de linhas de crédito
comercial e das dificuldades na rolagem de dívidas que venceram ao longo
do mês, em parte, motivadas pelo crescente aumento no nível de risco
país, que passou de 1633 pontos base no final de agosto para 2395 pontos
base no final de setembro.
A trajetória da taxa de câmbio foi reforçada também pela demanda de
divisas pelas instituições financeiras, diante dos resgates líquidos da dívida
mobiliária interna, especialmente da vinculadas à correção cambial, dada
a falta de preço de consenso, entre o emissor de títulos e os demandantes,
que permitisse efetuar a rolagem da dívida. Considerando-se os riscos
inflacionários derivados desse cenário adverso no mercado de câmbio, o
Copom manteve a meta para a taxa básica de juros da economia em 18%
a.a. na reunião encerrada em 18 de setembro.
A curva da taxa de juros repetiu a trajetória da taxa de câmbio e reverteu
o comportamento observado em agosto, aumentando a inclinação no
decorrer do mês e apresentando acentuada elevação das taxas de prazo
mais longo. O spread entre a taxa de um ano e a meta para a taxa Selic,
que se situava em 575 pontos em 30 de agosto, subiu para 1.190 pontos
no final de setembro.
A alteração, em meados de agosto, do critério de avaliação da carteira
de títulos e valores mobiliários dos fundos de investimento estabilizou o
estoque de ativos financeiros em setembro. O patrimônio dos fundos de
investimento no final do mês somou R$339 bilhões, 0,5% superior ao do
mês anterior, enquanto o estoque dos depósitos a prazo atingiu R$136
bilhões e o dos depósitos de poupança, R$137 bilhões, com crescimentos
de 0,3% e 1,4% no mês, respectivamente.
As negociações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) atingiram
movimentação financeira média diária de R$485 milhões em setembro,
com queda de 23,4% em relação à de agosto. O índice Bovespa encerrou
o mês em 8622 pontos, recuando 17% em relação ao do mês anterior e
acumulando desvalorização de 36,2% no ano até setembro. O desempenho
do mercado acionário no mês refletiu, em parte, o comportamento volátil
observado no mercado de câmbio e de juros.
Taxas de juros: meta Selic e swap DI x pre
14 16 18 20 22 24 26 28 30 Jan 2000
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set % a.a.
Boletim do Banco Central do Brasil
Novembro 2002
19
III - FINANÇAS PÚBLICAS
O Governo editou em 11 de setembro de 2002 o Decreto 4.369,
ampliando em R$1,2 bilhão os limites de empenho e em R$1,5 bilhão os
limites de pagamentos visando o atendimento de despesas urgentes, medida
que não compromete a obtenção da meta de resultado primário para o
ano.
A arrecadação do Tesouro Nacional (TN) somou R$23,3 bilhões em
setembro, com aumento de 27,3% em relação à do mês anterior e de
43,3% em relação à de setembro de 2001. O crescimento sobre 2001
decorreu: do pagamento de débitos em atraso conforme Medida Provisória
66, de 29 de agosto de 2002, principalmente no que tange aos artigos
20, 21 e 24, relacionados, respectivamente, a débitos não vinculados a
ação judicial, à desistência de ação judicial e a fundos de pensão; da
arrecadação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
(Cide-Combustíveis) iniciada em 2002; do pagamento de Imposto sobre
a Renda e Proventos de qualquer Natureza - Retido na Fonte (IRRF)
referente a resgate de aplicações financeiras de residentes no exterior; e
da arrecadação de Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer
Natureza - Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL), por empresas estatais, decorrentes de lucro auferido
com a variação cambial.
As transferências a estados e municípios somaram R$4,4 bilhões, com
alta de 5,5% em relação às do mês anterior e de 14,4% em relação às de
setembro de 2001. Excluídas as transferências, as despesas alcançaram
R$10,8 bilhões em setembro, com queda de 5,3% em relação às do mês
anterior e alta de 12,1% em relação às de igual mês de 2001. O aumento
sobre o ano anterior deveu-se aos incrementos de 9,2% nas despesas
com pessoal e de 14,9% nas despesas com custeio e capital. O primeiro
incremento foi motivado pela concessão de reajuste de 3,5% ao
funcionalismo, pelo realinhamento salarial e pela reestruturação de algumas
carreiras específicas. O segundo deveu-se ao aumento das despesas no
âmbito do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza e dos repasses
de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para custeio do
seguro-desemprego.
O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) acusou déficit de R$1,4
bilhão em setembro. A arrecadação líquida somou R$5,8 bilhões, com
queda de 0,9% em relação à de agosto e alta de 17,2% em relação à do
mesmo mês do ano anterior. O pagamento de benefícios previdenciários
totalizou R$7,2 bilhões, com alta de 0,7% em relação ao do mês anterior
e de 19,1% em relação ao de igual mês de 2001.
Pelo conceito de necessidades de financiamento, o setor público
consolidado apurou em setembro, superávit primário de R$10,2 bilhões,
o maior já registrado. Para o resultado, o Governo Central e os Governos
regionais colaboraram, respectivamente, com superávits de R$6 bilhões
e R$1 bilhão e as empresas estatais dos três níveis de governo apuraram
superávit primário de R$3,2 bilhões. Os juros apropriados alcançaram
R$11,7 bilhões, gerando déficit nominal de R$1,5 bilhão.
De janeiro a setembro, o superávit primário alcançou R$47,6 bilhões,
equivalente a 5,1% do PIB, 15% maior que o obtido no mesmo período
de 2001, equivalente a 4,8% do PIB. Os juros atingiram R$72,4 bilhões
e o déficit nominal R$24,8 bilhões, equivalentes a 7,7% e 2,6% do PIB.
No mesmo período de 2001, os resultados foram, respectivamente, R$61,7
bilhões e R$20,5 bilhões, equivalentes a 7,1% e 2,4% do PIB. Nos últimos
doze meses encerrados em setembro, o superávit primário alcançou
R$50,1 bilhões, os juros apropriados, R$97,2 bilhões, e o déficit nominal,
R$47,1 bilhões, equivalentes a 4,0%, 7,7% e 3,7% do PIB,
respectivamente.
Incorporando-se o impacto da depreciação cambial sobre o saldo da
dívida mobiliária interna referenciada à taxa de câmbio no cálculo das
necessidades de financiamento do setor público o déficit nominal
situou-se em R$44,8 bilhões, em situou-setembro, e em R$114,2 bilhões em doze mesituou-ses,
o equivalente a 9,1% do PIB.
A dívida líquida do setor público (DLSP) alcançou R$885 bilhões em
setembro, correspondendo a 63,9% do PIB, ante R$784 bilhões em
agosto, constituída por R$640 bilhões de dívida interna e de R$245 bilhões
de dívida externa. O acréscimo de 12,9% em relação ao saldo do mês
anterior esteve associado ao impacto da depreciação cambial sobre a
dívida externa e a interna referenciada à taxa de câmbio.
A dívida mobiliária federal fora do Banco Central alcançou R$659 bilhões
em setembro, equivalente a 47,5% do PIB. O aumento de R$36 bilhões
em relação ao saldo do mês anterior deveu-se, basicamente, à depreciação
cambial de 28,9%, no período. Os resgates líquidos nos mercados
primário e secundário totalizaram R$17 bilhões. A participação relativa
dos títulos públicos federais com diferentes formas de remuneração no
Boletim do Banco Central do Brasil
Novembro 2002
21
estoque total da dívida ficou assim distribuída ao final de julho: 29% em
papéis cambiais, 52,9% em títulos referenciados à taxa Selic, 6,6% em
papéis prefixados e o restante em outros títulos. Incluindo as operações
de swap, a participação dos títulos cambiais ou referenciados à taxa de
câmbio chegou a 40,7% em setembro e a dos títulos referenciados à Selic
alcançou 41,3%. O prazo médio do estoque da dívida mobiliária caiu de
32,3 para 32,1 meses, em setembro. No mesmo mês do ano anterior o
prazo médio era de 35,7 meses.
0 10 20 30 40 50 60 70 Dez 1999 Jun 2000 Dez 2000 Jun 2001 Dez 2001 Jun 2002 Set 2002
Câmbio Outros 1/ Selic Prefixado
Títulos públicos federais
Participação % por indexador
IV - SETOR EXTERNO DA ECONOMIA BRASILEIRA
O balanço de pagamentos registrou superávit de US$1,3 bilhão em
setembro. O saldo em transações correntes foi superavitário em US$1,2
bilhão, o melhor resultado mensal já registrado, reflexo, sobretudo, de
superávit comercial. O déficit acumulado nas transações correntes nos
últimos doze meses recuou para US$13,1 bilhões em setembro, o menor
resultado nessa forma de comparação desde abril de 1995. Ainda em
períodos de doze meses, o déficit em transações correntes como
proporção do PIB declinou pelo décimo terceiro mês consecutivo em
setembro, passando a 2,81%, ante 3,24% em agosto.
A balança comercial apresentou superávit de US$2,5 bilhões em setembro,
o maior já registrado historicamente, resultado de exportações de US$6,5
bilhões e importações de US$4 bilhões. No acumulado do ano até
setembro, o superávit comercial atingiu US$7,9 bilhões, comparativamente
ao de US$1,2 bilhão em igual período de 2001.
Investimento direto e déficit de transações correntes
Acumulados em 12 meses 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Jan 2000
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set Investimento direto Déficit transações correntes
US$ bilhões
Balança comercial
US$ milhões 3000 4000 5000 6000 7000 Jan 2000Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set -1000 -500 0 500 1000 1500 2000 2500
Exportação Importação Saldo
Fonte: MDIC/Secex
Boletim do Banco Central do Brasil
Novembro 2002
23
Em setembro, as exportações cresceram 36,5% em relação às do mesmo
mês de 2001, em valores, e 23,5%, pela média diária, com expansão nas
principais classes de produtos. No ano, porém, as exportações acumularam
diminuição de 1,9%, em valores, na comparação com o período de janeiro
a setembro de 2001, sendo que, entre as classes de produtos, apenas as
vendas de produtos básicos e as de semimanufaturados apresentaram
elevação, de 4,4% e de 2,6%, respectivamente. Em relação aos produtos
manufaturados, registrou-se declínio de 4,8% nas vendas externas,
decorrente, em grande medida, das menores exportações de aviões e de
acentuada retração nas exportações para a Argentina.
Entre os produtos básicos assinale-se a expansão de 111% nas
exportações de petróleo em bruto, no acumulado do ano. Quanto aos
produtos semimanufaturados, os principais responsáveis pelo crescimento
nas vendas foram semimanufaturados de ferro e aço e óleo de soja em
bruto, com acréscimos de 32,3% e 48,4%, respectivamente, no mesmo
tipo de comparação. Entre os produtos manufaturados, os principais
aumentos foram observados nas vendas de motores para veículos, 20,7%,
e de açúcar refinado, 25,5%.
O índice de quantum das exportações totais em setembro foi 39,3%
superior ao do mesmo mês de 2001, decorrente das elevações de 76,4%
em produtos básicos, de 56,3% em semimanufaturados e de 19,7% em
manufaturados. No acumulado do ano, até setembro, o índice de quantum
das exportações totais evoluiu 3,5%, favorecido pela expansão de 10,8%
nos produtos básicos e de 11,1% nos semimanufaturados, enquanto os
manufaturados registraram contração de 0,8%. No que se refere aos
preços, ainda no acumulado nos primeiros nove meses, o índice das
exportações totais teve queda de 5,5%, motivada por retrações de 6,3%
em produtos básicos, de 7,8% em semimanufaturados e de 4,3% em
manufaturados, conforme apurado pela Fundação Centro de Estudos de
Comércio Exterior (Funcex).
Índices de quantum de exportação
80 120 160 200 240 280 320 360 Jan 2000
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set
Total Básicos Semiman. Manuf.
Fonte: Funcex
Em relação aos mercados de destino, considerando-se os quinze países
com maior participação na pauta de exportação brasileira, apenas as
vendas para a Argentina apresentaram decréscimo acentuado no
acumulado do ano, na comparação com mesmo período de 2001, de
59,8%, tendo regredido de US$4,1 bilhões para US$1,6 bilhão. As
exportações para os Estados Unidos registraram elevação de 5%,
enquanto para o México e para a China aumentaram 26% e 16,2%,
respectivamente. Quanto aos mercados com menores participações
destacaram-se os embarques para a Índia e para Cingapura, com
expansões de 119,8% e 112,7%, respectivamente.
O valor das importações registrou declínio de 3,5% em relação ao de
setembro de 2001, resultado que refletiu queda em todas as categorias
de uso, com exceção de combustíveis e lubrificantes, cujos dispêndios
expandiram 30,3%. Pela média diária, as importações retraíram 12,8%,
na comparação anual. Os decréscimos nas compras de bens de capital,
de bens de consumo e de matérias-primas e bens intermediários atingiram
26,8%, 21,5% e 10,9%, respectivamente. No acumulado do ano, as
importações recuaram 17,3%, o que representou, em valores, diminuição
de US$7,5 bilhões. Desse total, US$4 bilhões foram referentes a menores
gastos com matérias-primas e bens intermediários, US$2,2 bilhões com
bens de capital, US$941 milhões com bens de consumo duráveis, US$220
milhões com combustíveis e lubrificantes e US$147 milhões com bens de
consumo não-duráveis.
O déficit na conta de serviços e rendas atingiu US$16,8 bilhões no
acumulado do ano, 15,6% inferior ao apurado no mesmo período de 2001.
Esse resultado refletiu decréscimo de 37,4% nas despesas líquidas com
serviços e de 6,2% nas remessas líquidas de rendas. Em serviços, a retração
deveu-se, sobretudo, à contrações assinaladas em transportes e viagens
internacionais. Em rendas, a diminuição nos pagamentos líquidos esteve
Índices de preço de exportação
60 70 80 90 100 Jan 2000
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set
Total Básicos Semiman. Manuf.
Fonte: Funcex
Boletim do Banco Central do Brasil
Novembro 2002
25
vinculada à conta de juros, que registrou queda de 11,1%, enquanto lucros
e dividendos apresentaram acréscimo de 8,3%.
Os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos no país
somaram US$12,7 bilhões no acumulado do ano, resultado 17,1% inferior
ao registrado em igual período de 2001. Sob a forma de participação no
capital, os ingressos atingiram US$13,8 bilhões, 9,8% superiores aos
registrados no período de janeiro a setembro do ano anterior, dos quais
US$8,2 bilhões referentes a investimentos em moeda e US$6,7 bilhões
relativos a conversões de dívida em investimento. Sob a forma de
empréstimos intercompanhias, os aportes atingiram, no acumulado do ano,
US$5 bilhões ante os pagamentos de US$6,2 bilhões. Destaque-se que,
em grande medida, os pagamentos desses empréstimos não implicaram
saída efetiva de recursos, tendo sido em sua quase totalidade convertidos
em investimentos diretos.
Quanto à distribuição dos investimentos estrangeiros diretos por setor,
referentes a participações no capital de empresas no país, 59,9% dos
recursos destinaram-se ao setor de serviços, no acumulado do ano,
especialmente atividades de utilidade pública e de comércio. Para o setor
industrial foram direcionados 37,1% dos aportes, principalmente para as
indústrias de produtos alimentícios e de bebidas, de veículos automotores,
e de produtos químicos. A indústria de extração de petróleo e os serviços
relacionados, vinculados ao setor primário, receberam 2,2% dos ingressos
efetuados. Em relação à distribuição por países, no acumulado do ano,
destacaram-se os ingressos oriundos dos Países Baixos, dos Estados
Unidos e da França, com participações de 18,4%, 11,6% e 11,4%,
respectivamente.
As remessas líquidas a título de investimentos estrangeiros em carteira no
país somaram US$2,5 bilhões no acumulado do ano, ante ingresso líquido
de US$4,2 bilhões em igual período de 2001. Os investimentos em ações
de empresas negociadas no país apresentaram saídas líquidas de US$1,2
bilhão, das quais US$305 milhões ocorridas em setembro. Os
investimentos em ações de empresas brasileiras negociadas no exterior,
American Depositary Receipts (ADR), registraram aportes líquidos de
US$2,4 bilhões, ante US$2,7 bilhões em igual época de 2001. Em relação
aos títulos de renda fixa, negociados no exterior, as saídas líquidas
totalizaram US$3,7 bilhões, resultado, principalmente, de amortizações
líquidas de US$5 bilhões sob a forma de notes e commercial papers,
ante US$769 milhões em 2001. Ressalte-se que a forte elevação dos
pagamentos líquidos nessa conta decorreu, basicamente, de redução em
US$3,8 bilhões nas captações externas em relação às do mesmo período
de 2001.
As reservas internacionais somaram US$38,4 bilhões em setembro, com
acréscimo de US$738 milhões relativamente às de agosto. O Banco
Central do Brasil interveio no mercado doméstico de câmbio, com vendas
líquidas de US$1,4 bilhão. Quanto às operações externas do Banco
Central, assinale-se o desembolso de US$3 bilhões, ao amparo do
Programa de Assistência Financeira ao País (PAF). As remessas líquidas
de juros totalizaram US$155 milhões.
Boletim do Banco Central do Brasil
Novembro 2002
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V - ECONOMIA INTERNACIONAL
A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (Opep) atingiu 26 milhões de barris dia (mbd) em setembro,
ante 25,2 mbd em agosto. Excluída a produção do Iraque, o volume que
excede o atual limite de cotas aumentou para 2,4 mbd, ante 1,9 mbd no
mês anterior. Em reunião de 19 de setembro, a Opep decidiu manter
inalterado o limite de cotas, em razão da expectativa de crescimento
modesto da economia global até o final do ano e de crescimento sazonal
normal da demanda no último trimestre de 2002.
Apesar do aumento da produção, o preço médio do barril da cesta de
petróleo da Opep subiu US$1,39 em setembro, atingindo US$27,38,
porém permanecendo abaixo do limite superior da banda estipulada pela
Organização. Nos mercados, as cotações spot dos tipos Brent e West
Texas Intermediate (WTI) também apresentaram aumentos, refletindo o
nervosismo ante as perspectivas de ataque ao Iraque e os problemas
meteorológicos ocorridos no golfo do México, que afetaram a produção
da região e reduziram substancialmente o nível dos estoques nos EUA.
A estimativa preliminar do crescimento do PIB dos Estados Unidos no
terceiro trimestre de 2002 apontou taxa anualizada de 3,1%, ante 1,3%
no segundo trimestre. As principais contribuições para o maior crescimento
foram os aumentos ocorridos nos gastos pessoais de consumo, nas
despesas dos governos estaduais e locais e nos dispêndios com
equipamentos e programas de informática. Estes aumentos foram
contrabalançados, em parte, por diminuições nos investimentos em
estoques, por menor crescimento das exportações e dos gastos do governo
federal e pela desaceleração do crescimento das importações.
Preço internacional do petróleo
1/16 20 24 28 32 36 Jan 2000
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set
Brent WTI
Fonte: Bloomberg 1/ Cotação no fim do período.
A produção industrial americana contraiu 0,1% em setembro, após queda
de 0,3% em agosto, mas ainda acumulou alta de 1,5% em doze meses e
de 2,8% em relação a dezembro de 2001, em razão do crescimento
contínuo ocorrido nos primeiros sete meses do ano. A utilização da
capacidade instalada, que do mesmo modo apresentou acréscimos
consecutivos de dezembro até julho, recuou nos últimos dois meses,
atingindo 75,9% em setembro, ainda superando os níveis observados em
setembro de 2001 e no último trimestre do ano passado, 75,5% e 74,7%,
respectivamente. A taxa de desemprego, que em julho alcançou 5,9% e
não refletiu os aumentos observados na produção industrial até esse mês,
recuou para 5,7% em agosto e para 5,6% em setembro.
O índice de preços ao consumidor, dessazonalizado, aumentou 0,2% no
mês, ante 0,3% em agosto. O núcleo do índice, que exclui energia e
alimentação, aumentou 0,1%, ante 0,3% em agosto. Em doze meses e
sem ajuste sazonal, o índice cheio acumulou alta de 1,5% e o seu núcleo
subiu 2,2%. No mesmo período, os preços dos produtos alimentícios
aumentaram 1,3% e os da energia recuaram 4,8%. Nos primeiros nove
meses deste ano, em taxas anualizadas e com ajuste sazonal, o índice
cheio subiu 2,6%, ante 1,6% em 2001, e o seu núcleo variou 2,1%, ante
2,7% no ano passado. No mesmo período, a elevação dos preços de
energia e dos produtos alimentícios atingiu 13% e 1,3%, respectivamente.
Com relação à balança comercial, as exportações totalizaram US$58
bilhões e as importações US$100 bilhões, em agosto. O déficit acumulado
nos primeiros oito meses, de US$310 bilhões, superou em 6,7% o de
igual período de 2001. O superávit da balança de serviços, de US$30,7
bilhões, foi 23,3% inferior ao de igual período de 2001.
Em reunião do dia 24 de setembro, o Comitê de Política Monetária do
Federal Reserve decidiu manter em 1,75% a.a. a taxa de juros básica da
-2 0 2 4 6 8 10 I 1998 III I 1999 III I 2000 III I 2001 III I 2002 III 100 105 110 115 120 125 Variação Índice
EUA - PIB real
Com ajuste sazonal
Fonte: BEA 1/ Taxa anualizada.
Boletim do Banco Central do Brasil
Novembro 2002
29
economia, na expectativa de que os sinais de crescimento moderado na
demanda agregada e a manutenção de elevados ganhos de produtividade
estimulassem os negócios.
Na área do euro, a produção industrial cresceu 0,6% em agosto, após
redução de 0,6% ocorrida no mês anterior, acumulando queda de 0,8%
em doze meses. Na comparação anual, a maior retração ocorreu na
produção de bens de consumo duráveis, de 7,9%, enquanto a produção
de bens intermediários cresceu 0,4%. Foram observados crescimentos,
também em doze meses, na Irlanda, 9,4%, em Luxemburgo, 3,1%, na
Bélgica, 2,7%, e na Finlândia, 1,4%. As maiores quedas ocorreram na
Itália, 3,9%, e na França, 2,7%. A Alemanha apresentou retração de 0,5%.
A taxa de desemprego permaneceu estável em 8,3% de julho a setembro,
ante 8% em setembro de 2001. Em setembro, as maiores taxas foram
observadas na Espanha, 11,2%, na Finlândia, 8,9%, na França, 8,8%, e
na Alemanha, 8,3%. As menores foram observadas em Luxemburgo,
2,5%, na Áustria, 4,2%, e na Irlanda, 4,5%.
O índice harmonizado de preços ao consumidor apresentou em setembro
variação acumulada em doze meses de 2,1%, idêntica à de agosto e
ligeiramente abaixo da observada em setembro de 2001, de 2,2%. Os
itens álcool e tabaco, educação e hotéis e restaurantes lideraram as
pressões de preços, com altas de 4,1%, 4,5% e 4,7%, respectivamente.
O item alimentação acusou elevação de 1,9% em seus preços, enquanto
os preços de energia e comunicações caíram 0,4% e 0,7%,
respectivamente. As maiores taxas de inflação ao consumidor foram
observadas na Irlanda, 4,5%, e na Grécia e em Portugal, 3,8%. As menores
foram registradas na Alemanha, 1%, e na Bélgica, 1,2%. O índice de
preços do produtor industrial apresentou alta de 0,1% em doze meses,
ante queda de igual magnitude apresentada no mesmo período findo em
agosto. O item energia foi o único a apresentar variação negativa de preços,
de 2,2%.
As primeiras estimativas para o comércio exterior da área do euro
apontaram superávit de US$9,4 bilhões em agosto, ante US$5 bilhões,
em igual mês de 2001. A região acumulou superávit de US$60,9 bilhões
nos primeiros sete meses de 2002, ante US$17,6 bilhões em igual período
do ano anterior. Em relação aos países membros, a Alemanha liderou os
superávites acumulados com US$67,1 bilhões, seguida da Irlanda com
US$20,5 bilhões. A Espanha acumulou o maior déficit, de US$17,5
bilhões.
Em reunião do dia 12 de setembro o Conselho do Banco Central Europeu
decidiu manter em 3,25% a.a. a taxa básica de juros. No mercado cambial,
o euro voltou a apreciar-se, atingindo a cotação de US$0,989/€ no último
dia do mês, ante US$0,984/€ no final de agosto.
No Japão, a produção industrial declinou 0,3% em setembro, após
aumentar 1,4% em agosto. Os dados com ajuste sazonal, em doze meses,
acusaram crescimento de 1,2% em julho, de 3,2% em agosto e de 5,2%
em setembro, após dezesseis meses de queda. O nível dos estoques
aumentou 0,6% no mês, mas situou-se 10% abaixo do observado em
setembro de 2001. A taxa de desemprego manteve-se estável em 5,4%
de maio a setembro, ante a de 5,3% observada no mesmo mês do ano
anterior.
Os preços ao consumidor permaneceram estáveis em setembro, recuando
0,7% nos últimos doze meses. Os preços no atacado permaneceram
estáveis, após apresentarem queda de 0,1% em agosto, e acumularam
retração de 0,9% em doze meses. A renda familiar média dos trabalhadores
caiu 0,7%, em termos reais, em relação à de igual período de 2001 e as
despesas aumentaram 4,1%.
A balança comercial apresentou superávit de US$8,8 bilhões em setembro,
ante US$5,4 bilhões em agosto e US$8,9 bilhões em setembro de 2001.
O superávit acumulado de janeiro a setembro, de US$59,2 bilhões,
superou em 42,4% o de igual período de 2001. O iene depreciou-se
2,8% em setembro em relação ao dólar americano, acumulando queda
de 1,8% nos últimos doze meses. A partir do final de janeiro
observou-se, até setembro, apreciação de 9,4%.
Na Argentina, o governo adotou uma série de medidas para controlar a
cotação do dólar e, principalmente, evitar a perda de reservas
Taxa de câmbio dólar/euro
1/0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 Jan 2000
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001
Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002
Mar Mai Jul Set US$/€
Fonte: Bloomberg 1/ Cotação no fim do período.