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Boletim do

Banco Central

do Brasil

ISSN 0104-3307

Novembro 2002

Volume 38 – Número 11

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(3)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

2

Boletim do Banco Central do Brasil

Publicação mensal do Banco Central do Brasil/Departamento Econômico.

Os textos e os correspondentes quadros estatísticos são de responsabilidade dos seguintes componentes do

Departamento Econômico (Depec) (e-mail: depec@bcb.gov.br):

Economia no mês e Economia internacional - Consultoria de Estudos Econômicos e Conjuntura (Copec)

(e-mail: copec.depec@bcb.gov.br);

Atividade econômica - Consultoria de Conjuntura Econômica (Coace) (e-mail: coace.depec@bcb.gov.br);

Moeda e crédito e Mercados financeiro e de capitais - Divisão Monetária e Bancária (Dimob)

(e-mail: dimob.depec@bcb.gov.br);

Finanças públicas - Divisão de Finanças Públicas (Difin) (e-mail: difin.depec@bcb.gov.br);

Setor externo da economia brasileira - Divisão de Balanço de Pagamentos (Dibap) (e-mail: dibap.depec@bcb.gov.br).

Informações sobre o Boletim: telefone (61) 414-1009

fax (61) 414-2036

telex (61) 1299 (BCBR BR)

Pedidos de assinatura: preencher a ficha que se encontra na última página, anexar cheque nominal ao Banco Central do Brasil no valor de R$258,00 (nacional) e US$801,11 (internacional) e remeter ambos para o Controle Geral de Assinaturas. A assinatura anual inclui 12 edições mensais do Boletim e uma edição do Relatório Anual. O Suplemento Estatístico teve sua última edição impressa em março de 1998. Após esse mês permanece disponível apenas via Internet.

É permitida a reprodução das matérias, desde que mencionada a fonte: Boletim do Banco Central do Brasil, Volume 38, nº 11.

Controle Geral de Assinaturas

Banco Central do Brasil Demap/Disud/Subip

SBS - Quadra 3 - Bloco B - Edifício-Sede - 2° Subsolo Caixa Postal 8670 70074-900 - Brasília (DF) Telefone (61) 414-3165 Fax (61) 414-1359 Exemplar avulso: R$19,05 Tiragem: 1.200 exemplares Convenções Estatísticas ... dados desconhecidos.

- dados nulos ou indicação de que a rubrica assinalada é inexistente.

0 ou 0,0 menor que a metade do último algarismo, à direita, assinalado.

* dados preliminares.

O hífen (-) entre anos (1970-75) indica o total de anos, inclusive o primeiro e o último.

A barra (/) utilizada entre anos (1970/75) indica a média anual dos anos assinalados, inclusive o primeiro e o último, ou ainda, se especificado no texto, ano-safra, ou ano-convênio.

Eventuais divergências entre dados e totais ou variações percentuais são provenientes de arredondamentos. Não são citadas as fontes dos quadros e gráficos de autoria exclusiva do Banco Central do Brasil.

Outras publicações do Banco Central do Brasil

Cadastro de Documentos

Capitais Estrangeiros no Brasil - Legislação (em português e inglês) Consolidação das Normas Cambiais

Consolidação das Normas Cambiais (contrato de câmbio) Consolidação das Normas Cambiais (taxas flutuantes) Consolidação das Normas Cambiais (exportação)

Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional Posição das Operações de Consórcios

Manual de Crédito Agroindustrial Manual de Crédito Rural Manual de Normas e Instruções

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70074-900 - Brasília (DF) FAX (61) 321 9453

Internet: http://www.bcb.gov.br

(4)

Sumário

A economia em setembro ... 5

I.

Atividade econômica ... 6

II.

Moeda e crédito ... 15

III.

Finanças públicas ... 19

IV.

Setor externo da economia brasileira ... 22

V.

Economia internacional... 27

VI.

Principais medidas de política econômica ... 33

Resoluções do Conselho Monetário Nacional

Circulares do Banco Central do Brasil

Quadros estatísticos ... 35

(5)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

5

A ECONOMIA EM SETEMBRO

O cenário econômico internacional apresentou grande instabilidade no

decorrer do terceiro trimestre do ano, traduzida em alta volatilidade nos

diversos segmentos do mercado financeiro, devido às incertezas quanto

aos resultados corporativos e à piora nas expectativas de recuperação da

economia mundial. Nesse quadro, pioraram as condições de financiamento

para as economias emergentes, também atingidas pelo protecionismo e

pelo declínio do comércio internacional.

Além do impacto decorrente do ambiente externo adverso, a evolução

da economia brasileira esteve condicionada às incertezas quanto à futura

condução da política econômica. Nesse sentido, em setembro, com a

proximidade das eleições, aumentou a sensibilidade dos mercados,

provocando nova depreciação do real e majoração das taxas de juros

projetadas no mercado futuro. O Comitê de Política Monetária do Banco

Central (Copom) manteve a meta para a taxa Selic em sua reunião mensal,

considerando as projeções de maior inflação decorrentes da depreciação

cambial no ano. O Banco Central continuou provendo liquidez no mercado

cambial, ofertando divisas e linhas de crédito aos exportadores.

A depreciação cambial e o crescimento lento da economia possibilitaram

rápido ajuste na conta corrente do balanço de pagamentos, principalmente

pela melhora no resultado da balança comercial. A expansão das

exportações e a crescente produção doméstica de bens similares aos

importados têm sustentado a atividade econômica doméstica mantendo-a

em ligeiro crescimento, a despeito da piora das expectativas de

empresários e consumidores, com efeitos perversos sobre as decisões de

investimento e de consumo de bens duráveis.

Os desembolsos extraordinários de recursos do Fundo de Garantia por

Tempo de Serviço (FGTS) têm estimulado o consumo de bens de menor

valor unitário e a regularização de dívidas pendentes, diminuindo a

inadimplência. Destaque-se também os efeitos da expansão da renda

agrícola sobre o desempenho do comércio varejista, sobretudo fora das

regiões metropolitanas, e do segmento de máquinas e implementos

agrícolas.

(6)

I - ATIVIDADE ECONÔMICA

A atividade industrial cresceu 1% em setembro em relação à do mês

anterior, de acordo com os índices do Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE) dessazonalizados pelo Departamento Econômico

do Banco Central (Depec). Foi o quarto aumento mensal consecutivo

no nível de produção, perfazendo acréscimo de 2,6% de maio a

setembro. A variação do índice acumulado no ano evoluiu de 0,5%, em

agosto, para 1,1%, em setembro, e a variação negativa do índice

acumulado em doze meses passou de 0,7%, em agosto, para 0,1%, em

setembro.

O resultado de setembro refletiu, por um lado, a expansão de 1,4% na

indústria de transformação e, por outro, o recuo de 2,8% na produção

extrativa mineral. Pelo enfoque das categorias de uso, a fabricação de

bens intermediários cresceu 1,5% e a de bens de consumo duráveis,

2,2%, enquanto os níveis produtivos de bens de capital e de bens semi

e não-duráveis declinaram 0,7% e 0,9%, respectivamente.

Produção industrial

Índices com ajuste sazona

l

120 125 130 135 140

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2000 2001 2002

Índice: 1992 = 100

Fonte: IBGE

Produção industrial

Índices com ajuste sazonal

100 125 150 175 200 225 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set Bens de capital Bens intermediários Consumo duráveis Semi e não-duráveis Índice: 1992 = 100

(7)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

7

Quando comparada a setembro do ano passado, a produção industrial

avançou 5,6%, assinalando a segunda maior taxa de variação do ano

neste tipo de comparação. Os setores cujos desempenhos

mostraram-se mais importantes para esmostraram-se resultado foram mecânica, extrativa

mineral, produtos alimentares, metalurgia e material de transporte.

Nessa mesma base de comparação, a produção de bens de capital

expandiu 0,1%, favorecida pelo desempenho dos segmentos de máquinas

e equipamentos agrícolas e de bens de capital para transporte, que

contrabalançou as quedas em bens de capital para construção e para o

setor de energia elétrica.

A produção de bens intermediários cresceu 6,2% em setembro, sexto

aumento consecutivo na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Assinalem-se os desempenhos nos segmentos combustíveis e

lubrificantes básicos, combustíveis e lubrificantes elaborados, e

exportador de produtos agrícolas. Áreas ligadas ao mercado interno,

como insumos típicos da construção civil e fabricação de embalagens,

também registraram aumento em setembro.

O aumento de 19,9% na produção de bens de consumo duráveis em

setembro foi influenciado pela base de comparação reduzida. No

segmento de eletrodomésticos, o avanço atingiu 27,8% e no de

automóveis, 12,6%. No tocante à produção dos semiduráveis e

não-duráveis, o acréscimo alcançou 0,4%, com pressões positivas nos

segmentos ligados à exportação, como suco de laranja e abate e

preparação de aves, e negativas nos segmentos de carburantes e

farmacêutico.

Na comparação em bases trimestrais com os mesmos períodos de 2001,

a produção industrial vem mostrando trajetória de recuperação: após

ter declinado 2,1% no primeiro trimestre, avançou 1,9% no segundo e

3,2% no terceiro.

A evolução dos investimentos persiste vinculada à cautela dos

empresários face à instabilidade econômica vigente. Assim, o quantum

importado de bens de capital contraiu 13% no período de janeiro a

setembro comparativamente ao período correspondente de 2001, a

produção doméstica de máquinas e equipamentos, 2%, apesar da

continuidade do desempenho favorável de bens de capital para o setor

agrícola, e a produção de insumos para a construção civil, 5,4%.

(8)

Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social (BNDES) cresceram 45,4% de janeiro a setembro, em relação às

concessões registradas nos mesmos meses de 2001. O setor industrial,

principal destinatário dos recursos do BNDES, absorveu 48% dos

recursos nesse período, o setor de infra-estrutura 33%, a agropecuária

12%, comércio e serviços 6% e educação e saúde 1%.

Na agricultura, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção

Agrícola (LSPA) do IBGE, realizado em setembro, a produção nacional

de cereais, de leguminosas e oleaginosas poderá alcançar 97,8 milhões

de toneladas no ano agrícola de 2001/2002, representando decréscimo

de 0,8% em relação à estimativa efetuada em agosto e de 0,7%

comparativamente à colheita do ano anterior.

A alternância de sinais nos indicadores de consumo sugere cenário de

estabilidade para a demanda. A continuidade no pagamento dos valores

relativos ao acordo do FGTS e a relativa recuperação da confiança

contribuíram para o aumento das vendas em segmentos específicos, a

despeito da estabilidade na ocupação e da evolução do rendimento médio

real das pessoas ocupadas.

As estatísticas da Federação do Comércio do Estado de São Paulo

(Fecomercio SP), ajustadas sazonalmente pelo Depec, revelaram que o

faturamento real do comércio varejista na região metropolitana de São

Paulo, após elevação significativa em agosto, recuou 1% em setembro,

na comparação com o do mês anterior, situando-se, no entanto, 13%

acima do referente a igual mês de 2001. Ressalte-se que foi o quinto

crescimento consecutivo nesta base de comparação. Considerando-se o

período de janeiro a setembro, o faturamento real em 2002 superou em

2,5% o observado no mesmo período de 2001. Nos últimos doze meses,

todavia, registrou-se contração de 0,5%.

Faturamento real do comércio varejista na RMSP

Índices com ajuste sazona

l

140 150 160 170 180 190

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

2000 2001 2002

Índice: 1992 = 100

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Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

9

Em relação à agosto, as vendas de materiais de construção elevaram-se

6,2%, as de bens não-duráveis, 2,2%, e as de bens semiduráveis,1,2%.

Ante o registro de setembro de 2001, observou-se expansão de 28,8%

no faturamento real do segmento de bens não-duráveis, de 16% no de

materiais de construção e de 10,6% no de bens semiduráveis. Tal refletiu

o desempenho das vendas de supermercados, 31% superiores às de

setembro de 2001.

Os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores

(Fenabrave) continuaram apontando recuperação nas vendas do setor

em setembro. O índice do total de veículos vendidos pelas concessionárias,

ajustado sazonalmente pelo Depec, cresceu 5,8% no mês, o quarto

aumento mensal consecutivo. Assim, com relação ao mesmo mês do ano

anterior, o resultado de setembro revelou crescimento de 20,2%.

Ressalte-se que a informação refere-Ressalte-se ao total de veículos vendidos em todo o

território nacional, influenciada, portanto, pelo bom desempenho fora das

áreas metropolitanas, beneficiado pelo crescimento do rendimento no

campo, uma vez que as estatísticas da Fecomercio SP, dessazonalizadas

pelo Depec, para o faturamento real das concessionárias de veículos em

setembro acusaram recuo de 3,4% ante o de agosto e de 17,7% ante o

de setembro de 2001.

As estatísticas da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos

Eletroeletrônicos (Eletros) revelaram recuo de 12,6% nas vendas de

produtos de imagem e som em setembro, na comparação com as de agosto,

e de 13,8% nas de eletroeletrônicos portáteis. Ante as de setembro de

2001, as diminuições foram de 0,9% para as primeiras e de 28% para as

últimas.

De acordo com o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da

Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o número de consultas

Faturamento real do comércio varejista na RMSP

Índices com ajuste sazonal

40 90 140 190 240 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set

Comércio geral Bens de consumo

Concess. de veículos Mat. de construção Índice: 1992 = 100

(10)

para compras a prazo em setembro subiu 5,8% ante o relativo ao mês

anterior e a quantidade de consultas para compras com cheques, 2%, na

mesma base de comparação. A variação acumulada em doze meses até

setembro indicou queda de 1,1% nas consultas para compras a prazo e

expansão de 8% nas consultas para compras com cheques, conforme

dados dessazonalizados pelo Depec. A quantidade de cheques

compensados em setembro cresceu 0,7% ante agosto, e o valor

transacionado apresentou queda de 1,2%. O número de transações com

cartões de crédito no terceiro trimestre foi 6,8% superior ao do segundo,

e o valor médio das transações, 1,9%.

A taxa líquida de inadimplência no comércio paulista alcançou 6,7% em

setembro, ante 4,7% em agosto e 6% em setembro de 2001. O número

de novos registros de carnês em atraso subiu 2,1%, e a quantidade de

registros cancelados declinou 7,1%, ambos na comparação com o mês

anterior. O resultado de setembro foi influenciado pela menor quantidade

de consultas em junho, mês de referência do indicador, uma vez que os

registros cancelados pela regularização da situação do devedor

continuaram em número superior à média do ano. A proporção média de

cheques devolvidos por insuficiência de fundos, relativamente ao total de

cheques compensados no país, cujo valor máximo de 5,2% registrou-se

em março deste ano, manteve-se em 4,3% nos últimos dois meses.

Após diminuição em agosto, a confiança dos consumidores voltou a se

recuperar em setembro. O Índice das Intenções do Consumidor (IIC),

elaborado pela Fecomercio SP, foi o mais alto registrado neste ano, de

100,35 pontos, 9,6% superior ao de agosto e 5,8% acima daquele de

igual período de 2001. O componente que avalia as intenções atuais de

consumir (IIA) expandiu-se 10,4% e aquele que mede as intenções futuras

de consumir bens em geral (IIF), 9,2%, ambos na comparação com o

mês anterior.

Índice de Intenções do Consumidor (IIC)

55 70 85 100 115 130 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set

IIC IIF IIA

Fonte: Fecomercio SP

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11

No que se refere à evolução do mercado de trabalho, o índice de emprego

formal em setembro superou em 0,6% o de agosto e em 3,7% o de igual

período do ano passado, conforme estatísticas do Ministério do Trabalho

e Emprego, ajustadas sazonalmente pelo Depec. A taxa média de

desemprego aberto medida pelo IBGE nas seis principais regiões

metropolitanas do país atingiu 7,51% em setembro, ante 7,3% em agosto

e 6,15% em setembro de 2001. O número de pessoas ocupadas diminuiu

0,2%, e o número de pessoas desocupadas cresceu 3,1%, resultando em

variação de 0,1% na População Economicamente Ativa (PEA).

O nível de ocupação em setembro foi 0,1% inferior ao de agosto. Todos

os setores registraram diminuição no número de ocupados, especialmente

o de construção civil, 2,2%, e o comércio, 1,1%. Por posição na ocupação

subiram o número de empregadores, 2,2%, o de ocupados sem carteira,

0,6%, e o de ocupados em conta própria, 0,3%.

Ante o verificado em setembro de 2001, o nível de ocupação apresentou

elevação de 3,3%, conforme dessazonalização do Depec. Dentre os

setores, a expansão atingiu 7,2% no comércio e 3,3% na indústria de

transformação e em serviços, paralelamente à recuo de 6,5% no número

de ocupados na construção civil. Por posição na ocupação cabe ressaltar

os aumentos de 6,8% no número de ocupados sem carteira e de 3% no

de ocupados com carteira.

O rendimento médio real das pessoas ocupadas diminuiu 0,6% em agosto,

ante julho, e 2,6% relativamente a agosto de 2001, conforme dados do

IBGE dessazonalizados pelo Depec. Dentre os setores, na comparação

com o mês anterior, aumentaram 1,6% os rendimentos dos trabalhadores

no comércio e 0,1% o daqueles na indústria de transformação. Por posição

na ocupação, houve elevação de 0,2% no rendimento médio real dos

ocupados com carteira de trabalho assinada.

Taxa de desemprego

4 5 6 7 8 9 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set %

Mensal Média últimos 12 meses

(12)

Comparativamente a agosto de 2001, verificou-se crescimento de 7,2%

no rendimento médio real dos trabalhadores em outras atividades, e de

1,7% no dos ocupados na indústria de transformação. Por posição na

ocupação, destacaram-se os recuos nos rendimentos percebidos por

empregadores, ocupados em conta própria e trabalhadores com carteira

de trabalho assinada, 10,8%, 4,1% e 1,1%, respectivamente.

Em relação à inflação, o patamar de variação dos índices de preços

permaneceu elevado em setembro, continuando a refletir as pressões

associadas à entressafra e à depreciação cambial, em especial nos preços

agrícolas e industriais no atacado. Os índices de preços no âmbito do

consumidor, que até o mês anterior vinham apresentando trajetória

homogênea de desaceleração, passaram a evidenciar os repasses de

parcela do aumento dos preços no atacado. Em decorrência, o Índice de

Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,72%, ante 0,65% em

agosto, e o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI),

2,64%, e 2,36%, respectivamente. No acumulado do ano a variação do

IPCA alcançou 5,6%, e a do IGP-DI 11,6%. Considerando-se a variação

em doze meses encerrados em setembro, o IPCA registrou crescimento

de 7,93%, o Índice de Preços no Atacado (IPA-DI), 18,16% e o

IGP-DI, 14,28%.

A elevação do ritmo de crescimento do IPCA decorreu do maior repasse

da depreciação cambial, que afetou os preços dos alimentos, especialmente

cereais, carnes, panificados e óleos, alcançando também itens de outros

grupos como aparelhos eletroeletrônicos, artigos de limpeza, e produtos

de higiene pessoal. Esse conjunto de preços em alta foi neutralizado, em

parte, pela menor variação nos preços monitorados, no mês.

O IPCA, analisado pela ótica de preços monitorados e preços livres,

evidenciou que o aumento na taxa de variação no mês foi conseqüência

Índices de preços

0 5 10 15 20 25 30 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set

IPCA(IBGE) IPA-DI(FGV)

% 12 meses

(13)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

13

do maior ritmo de crescimento dos preços livres que passaram de 0,85%,

em agosto, para 1,05% em setembro, influenciados pelo comportamento

da taxa de câmbio. A contribuição desse grupo para a variação do IPCA

subiu de 0,58 p.p. para 0,72 p.p. A variação dos preços monitorados

passou de 0,22% para -0,01%, em decorrência da redução no preço do

gás de cozinha, que ajudou a superar reajustes de menor impacto ocorridos

em outros itens do grupo, tais como, água e esgoto, energia elétrica e

correio.

O IGP-DI da Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentou alta em

setembro, reflexo dos impactos da depreciação do real e da entressafra

sobre os preços agrícolas e industriais no atacado. Os preços ao

consumidor, por outro lado, continuaram recuando, devido ao menor

impacto dos preços monitorados e do baixo coeficiente de repasse do

aumento nos preços agrícolas no atacado sobre os preços dos alimentos

na ponta do consumo. O IPA-DI apresentou variação de 3,84% em

setembro, ante 3,32% no mês anterior, e o Índice de Preços ao

Consumidor (IPC) registrou alta de 0,66% em setembro, ante 0,76%, no

mês precedente. O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC)

cresceu 0,71% em setembro, após ter subido 1% em agosto.

O patamar mais elevado de variação dos preços agrícolas, que passou de

5,48%, em agosto, para 5,86% em setembro, decorreu da elevação

continuada nos preços dos grupos: Legumes e frutas, em particular o

tomate; Cereais e grãos, com destaque para trigo, milho e arroz em casca;

Animais e derivados, chamando a atenção bovinos e aves; Lavouras para

exportação, cabendo mencionar soja, café em coco e cacau, além do

aumento nos preços do algodão em caroço.

Em relação aos preços industriais, o crescimento na taxa de variação, de

2,5% para 3,04%, no mesmo período, decorreu da continuidade dos

IPCA

-1 0 1 2 3 4 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set Índice geral Comercializáveis Não-comercializáveis Monitorados % mensal

(14)

aumentos em insumos de origem mineral não-metálica, como cimento e

vidro, e de insumos de origem ferrosa e não ferrosa, como ferro, aço e

alumínio, que pressionaram os custos da cadeia produtiva metal-mecânica.

Apurou-se também elevação continuada de preços nos gêneros: Papel e

papelão, resultante da combinação entre depreciação do real e aumento

da cotação internacional da celulose; Química, que absorveu os maiores

preços de óleos combustíveis e álcool etílico hidratado; Tecidos, vestuário

e calçados, que refletiu o crescimento nos preços de tecidos e fios naturais

derivado do reajuste na matéria-prima, algodão; e Produtos alimentares,

em razão do crescimento nos preços do arroz beneficiado, óleo de soja

refinado, margarina e farinhas e derivados.

(15)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

15

II - MOEDA E CRÉDITO

O saldo médio diário da base monetária atingiu R$58,2 bilhões em

setembro, com expansão de 3,4% em relação ao de agosto, e de 28,9%

em relação ao do mesmo mês de 2001. A variação mensal refletiu

crescimento de 4,1% no saldo das reservas bancárias e de 3% no do

papel-moeda emitido e a taxa em doze meses, expansões de 28,2% e

29,2%, respectivamente. O saldo da base monetária, no conceito final de

período, atingiu R$60,8 bilhões em setembro, crescendo 10,5% no mês

e 33,6% em doze meses. O saldo do papel moeda emitido alcançou

R$37,8 bilhões e o das reservas bancárias, R$23 bilhões, com

crescimentos, no mês, de 3,9% e 23,5%, respectivamente.

Em setembro, o movimento líquido na conta única do Tesouro Nacional

(TN), com R$3,1 bilhões, e as operações do setor externo, com R$3

bilhões, resultantes da venda líquida de divisas no mercado interbancário

de câmbio, constituíram os fatores preponderantes na contração da base

monetária. As operações com o sistema financeiro, no entanto, foram

expansionistas em R$2,8 bilhões, decorrentes, sobretudo, do ajuste nas

operações com derivativos, no montante de R$8,9 bilhões, parcialmente

compensado pelos recolhimentos compulsórios de R$5,9 bilhões,

referentes à exigibilidade adicional sobre depósitos. As operações com

títulos públicos federais em setembro foram expansionistas em R$9 bilhões,

dos quais R$3,7 bilhões resultaram do resgate de títulos públicos e R$5,3

bilhões derivaram da atuação do Bacen no mercado secundário, para

ajustar a liquidez.

Os meios de pagamento, no conceito M1, apurados pela média dos saldos

dos dias úteis, atingiram R$87 bilhões em setembro, com elevação de 3%

no mês e de 27,2%, em doze meses. O saldo do papel-moeda em poder

do público somou R$32,1 bilhões e o dos depósitos à vista, R$54,9 bilhões,

representando variações mensais de 4,8% e de 1,9%, respectivamente.

Os saldos desses componentes dos meios de pagamento expandiram

28,3% e 26,6%, em comparação aos de igual mês do ano anterior.

No conceito M4, o agregado totalizou R$778 bilhões, com crescimento

de 1,8% no mês e de 4,2% em doze meses. Como proporção do Produto

Interno Bruto (PIB), o saldo de M4 alcançou 57,6% em setembro, ante

61% no mesmo mês do ano anterior. A mudança no critério de avaliação

da carteira de títulos dos fundos de investimento, em agosto, alterou a

movimentação de recursos entre os diversos ativos financeiros, pois os

(16)

fundos de renda fixa voltaram a apresentar captações líquidas de recursos,

enquanto os depósitos a prazo e de poupança retomaram o ritmo de

captação anterior à alteração ocorrida a partir de maio. Com isso, M2

apresentou crescimento de 1,9%no mês, e M3, de 1,7%, influenciado

pela redução no saldo das operações compromissadas com títulos

federais.

O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro alcançou

R$375 bilhões em setembro, apresentando expansão de 6% no mês. Parte

desse aumento deveu-se ao impacto da depreciação da taxa de câmbio

sobre as operações referenciadas em moeda estrangeira. A participação

do estoque das operações de crédito no PIB elevou-se de 26,2%, em

agosto, para 27,5%, em setembro. Do total, R$364 bilhões foram

direcionados ao setor privado, com aumento de 6,1% sobre o saldo do

mês anterior, e R$10,9 bilhões ao setor público, 5,2% acima do observado

em agosto.

O estoque das operações de crédito ao setor privado com recursos

direcionados alcançou R$135 bilhões em setembro, superando em 8,2%

o do mês anterior. Os saldos dos financiamentos diretos e de repasses

concedidos pelo BNDES e dos empréstimos destinados ao setor rural e

ao habitacional cresceram 10,9%, 6,2% e 1,4%, respectivamente, em

setembro.

O saldo dos empréstimos concedidos com recursos livres totalizou R$219

bilhões em setembro, com crescimento de 5% no mês, representando

58,3% do total de créditos. Os empréstimos a pessoas físicas cresceram

1,5%, enquanto os empréstimos a pessoas jurídicas com recursos

domésticos e os lastreados em recursos externos aumentaram 5,5% e

10,1%, respectivamente. A expansão do saldo de empréstimos com

recursos externos deveu-se aos crescimentos de 15,2% no saldo das

operações de repasses de recursos e de 4,8% das operações de

adiantamento de contrato de câmbio, cujas variações foram inferiores à

depreciação cambial que atingiu 28,9% no mês. Quanto aos saldos das

operações mais relevantes com pessoas jurídicas baseadas em recursos

domésticos, as modalidades de capital de giro e outros não especificados

apresentaram 3,8% e 12,7% de acréscimo em setembro.

Considerando os níveis de risco, em setembro, as operações classificadas

como de risco normal (AA a C) somaram R$329 bilhões, correspondendo

a 87,7% do total. Os créditos classificados como de nível de risco 1 (D a

G) totalizaram R$33 bilhões, 8,8% do total, e os classificados como de

(17)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

17

nível de risco 2 (H), R$13,1 bilhões, 3,5% do total. O total de provisões

do sistema financeiro atingiu R$25,5 bilhões, com aumento de 1,7% no

mês, correspondendo a 6,8% do total de crédito, ante 7,1% em agosto.

Em setembro, a inadimplência das operações de crédito contratadas com

recursos livres atingiu 7,9%, ante 8,2% no mês anterior, reflexo da queda

de 4,3% para 4,1%, nas operações com pessoas jurídicas. Nas operações

com pessoas físicas a inadimplência manteve-se inalterada em 15%. Nas

operações com pessoas jurídicas, os atrasos entre quinze e noventa dias

permaneceram em 1,8%, enquanto aqueles com prazo superior a noventa

dias caíram de 2,5% para 2,3%. Para pessoas físicas, os percentuais de

inadimplência mantiveram-se estáveis em 6,8% e 8,2% para os atrasos

entre quinze e noventa dias e acima desse prazo.

Mercados financeiro e de capitais

O mercado financeiro doméstico, em setembro, foi influenciado pelo

comportamento do fluxo de capitais externos para o país. A taxa de câmbio,

que em agosto apresentou apreciação, em setembro voltou a apresentar

depreciação contínua ao longo de mês, acumulando variação de 28,9%.

Esse resultado decorreu da redução na oferta de linhas de crédito

comercial e das dificuldades na rolagem de dívidas que venceram ao longo

do mês, em parte, motivadas pelo crescente aumento no nível de risco

país, que passou de 1633 pontos base no final de agosto para 2395 pontos

base no final de setembro.

A trajetória da taxa de câmbio foi reforçada também pela demanda de

divisas pelas instituições financeiras, diante dos resgates líquidos da dívida

mobiliária interna, especialmente da vinculadas à correção cambial, dada

a falta de preço de consenso, entre o emissor de títulos e os demandantes,

que permitisse efetuar a rolagem da dívida. Considerando-se os riscos

inflacionários derivados desse cenário adverso no mercado de câmbio, o

Copom manteve a meta para a taxa básica de juros da economia em 18%

a.a. na reunião encerrada em 18 de setembro.

A curva da taxa de juros repetiu a trajetória da taxa de câmbio e reverteu

o comportamento observado em agosto, aumentando a inclinação no

decorrer do mês e apresentando acentuada elevação das taxas de prazo

mais longo. O spread entre a taxa de um ano e a meta para a taxa Selic,

que se situava em 575 pontos em 30 de agosto, subiu para 1.190 pontos

no final de setembro.

(18)

A alteração, em meados de agosto, do critério de avaliação da carteira

de títulos e valores mobiliários dos fundos de investimento estabilizou o

estoque de ativos financeiros em setembro. O patrimônio dos fundos de

investimento no final do mês somou R$339 bilhões, 0,5% superior ao do

mês anterior, enquanto o estoque dos depósitos a prazo atingiu R$136

bilhões e o dos depósitos de poupança, R$137 bilhões, com crescimentos

de 0,3% e 1,4% no mês, respectivamente.

As negociações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) atingiram

movimentação financeira média diária de R$485 milhões em setembro,

com queda de 23,4% em relação à de agosto. O índice Bovespa encerrou

o mês em 8622 pontos, recuando 17% em relação ao do mês anterior e

acumulando desvalorização de 36,2% no ano até setembro. O desempenho

do mercado acionário no mês refletiu, em parte, o comportamento volátil

observado no mercado de câmbio e de juros.

Taxas de juros: meta Selic e swap DI x pre

14 16 18 20 22 24 26 28 30 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set % a.a.

(19)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

19

III - FINANÇAS PÚBLICAS

O Governo editou em 11 de setembro de 2002 o Decreto 4.369,

ampliando em R$1,2 bilhão os limites de empenho e em R$1,5 bilhão os

limites de pagamentos visando o atendimento de despesas urgentes, medida

que não compromete a obtenção da meta de resultado primário para o

ano.

A arrecadação do Tesouro Nacional (TN) somou R$23,3 bilhões em

setembro, com aumento de 27,3% em relação à do mês anterior e de

43,3% em relação à de setembro de 2001. O crescimento sobre 2001

decorreu: do pagamento de débitos em atraso conforme Medida Provisória

66, de 29 de agosto de 2002, principalmente no que tange aos artigos

20, 21 e 24, relacionados, respectivamente, a débitos não vinculados a

ação judicial, à desistência de ação judicial e a fundos de pensão; da

arrecadação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico

(Cide-Combustíveis) iniciada em 2002; do pagamento de Imposto sobre

a Renda e Proventos de qualquer Natureza - Retido na Fonte (IRRF)

referente a resgate de aplicações financeiras de residentes no exterior; e

da arrecadação de Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer

Natureza - Pessoa Jurídica (IRPJ) e de Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL), por empresas estatais, decorrentes de lucro auferido

com a variação cambial.

As transferências a estados e municípios somaram R$4,4 bilhões, com

alta de 5,5% em relação às do mês anterior e de 14,4% em relação às de

setembro de 2001. Excluídas as transferências, as despesas alcançaram

R$10,8 bilhões em setembro, com queda de 5,3% em relação às do mês

anterior e alta de 12,1% em relação às de igual mês de 2001. O aumento

sobre o ano anterior deveu-se aos incrementos de 9,2% nas despesas

com pessoal e de 14,9% nas despesas com custeio e capital. O primeiro

incremento foi motivado pela concessão de reajuste de 3,5% ao

funcionalismo, pelo realinhamento salarial e pela reestruturação de algumas

carreiras específicas. O segundo deveu-se ao aumento das despesas no

âmbito do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza e dos repasses

de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para custeio do

seguro-desemprego.

O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) acusou déficit de R$1,4

bilhão em setembro. A arrecadação líquida somou R$5,8 bilhões, com

queda de 0,9% em relação à de agosto e alta de 17,2% em relação à do

(20)

mesmo mês do ano anterior. O pagamento de benefícios previdenciários

totalizou R$7,2 bilhões, com alta de 0,7% em relação ao do mês anterior

e de 19,1% em relação ao de igual mês de 2001.

Pelo conceito de necessidades de financiamento, o setor público

consolidado apurou em setembro, superávit primário de R$10,2 bilhões,

o maior já registrado. Para o resultado, o Governo Central e os Governos

regionais colaboraram, respectivamente, com superávits de R$6 bilhões

e R$1 bilhão e as empresas estatais dos três níveis de governo apuraram

superávit primário de R$3,2 bilhões. Os juros apropriados alcançaram

R$11,7 bilhões, gerando déficit nominal de R$1,5 bilhão.

De janeiro a setembro, o superávit primário alcançou R$47,6 bilhões,

equivalente a 5,1% do PIB, 15% maior que o obtido no mesmo período

de 2001, equivalente a 4,8% do PIB. Os juros atingiram R$72,4 bilhões

e o déficit nominal R$24,8 bilhões, equivalentes a 7,7% e 2,6% do PIB.

No mesmo período de 2001, os resultados foram, respectivamente, R$61,7

bilhões e R$20,5 bilhões, equivalentes a 7,1% e 2,4% do PIB. Nos últimos

doze meses encerrados em setembro, o superávit primário alcançou

R$50,1 bilhões, os juros apropriados, R$97,2 bilhões, e o déficit nominal,

R$47,1 bilhões, equivalentes a 4,0%, 7,7% e 3,7% do PIB,

respectivamente.

Incorporando-se o impacto da depreciação cambial sobre o saldo da

dívida mobiliária interna referenciada à taxa de câmbio no cálculo das

necessidades de financiamento do setor público o déficit nominal

situou-se em R$44,8 bilhões, em situou-setembro, e em R$114,2 bilhões em doze mesituou-ses,

o equivalente a 9,1% do PIB.

A dívida líquida do setor público (DLSP) alcançou R$885 bilhões em

setembro, correspondendo a 63,9% do PIB, ante R$784 bilhões em

agosto, constituída por R$640 bilhões de dívida interna e de R$245 bilhões

de dívida externa. O acréscimo de 12,9% em relação ao saldo do mês

anterior esteve associado ao impacto da depreciação cambial sobre a

dívida externa e a interna referenciada à taxa de câmbio.

A dívida mobiliária federal fora do Banco Central alcançou R$659 bilhões

em setembro, equivalente a 47,5% do PIB. O aumento de R$36 bilhões

em relação ao saldo do mês anterior deveu-se, basicamente, à depreciação

cambial de 28,9%, no período. Os resgates líquidos nos mercados

primário e secundário totalizaram R$17 bilhões. A participação relativa

dos títulos públicos federais com diferentes formas de remuneração no

(21)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

21

estoque total da dívida ficou assim distribuída ao final de julho: 29% em

papéis cambiais, 52,9% em títulos referenciados à taxa Selic, 6,6% em

papéis prefixados e o restante em outros títulos. Incluindo as operações

de swap, a participação dos títulos cambiais ou referenciados à taxa de

câmbio chegou a 40,7% em setembro e a dos títulos referenciados à Selic

alcançou 41,3%. O prazo médio do estoque da dívida mobiliária caiu de

32,3 para 32,1 meses, em setembro. No mesmo mês do ano anterior o

prazo médio era de 35,7 meses.

0 10 20 30 40 50 60 70 Dez 1999 Jun 2000 Dez 2000 Jun 2001 Dez 2001 Jun 2002 Set 2002

Câmbio Outros 1/ Selic Prefixado

Títulos públicos federais

Participação % por indexador

(22)

IV - SETOR EXTERNO DA ECONOMIA BRASILEIRA

O balanço de pagamentos registrou superávit de US$1,3 bilhão em

setembro. O saldo em transações correntes foi superavitário em US$1,2

bilhão, o melhor resultado mensal já registrado, reflexo, sobretudo, de

superávit comercial. O déficit acumulado nas transações correntes nos

últimos doze meses recuou para US$13,1 bilhões em setembro, o menor

resultado nessa forma de comparação desde abril de 1995. Ainda em

períodos de doze meses, o déficit em transações correntes como

proporção do PIB declinou pelo décimo terceiro mês consecutivo em

setembro, passando a 2,81%, ante 3,24% em agosto.

A balança comercial apresentou superávit de US$2,5 bilhões em setembro,

o maior já registrado historicamente, resultado de exportações de US$6,5

bilhões e importações de US$4 bilhões. No acumulado do ano até

setembro, o superávit comercial atingiu US$7,9 bilhões, comparativamente

ao de US$1,2 bilhão em igual período de 2001.

Investimento direto e déficit de transações correntes

Acumulados em 12 meses 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set Investimento direto Déficit transações correntes

US$ bilhões

Balança comercial

US$ milhões 3000 4000 5000 6000 7000 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set -1000 -500 0 500 1000 1500 2000 2500

Exportação Importação Saldo

Fonte: MDIC/Secex

(23)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

23

Em setembro, as exportações cresceram 36,5% em relação às do mesmo

mês de 2001, em valores, e 23,5%, pela média diária, com expansão nas

principais classes de produtos. No ano, porém, as exportações acumularam

diminuição de 1,9%, em valores, na comparação com o período de janeiro

a setembro de 2001, sendo que, entre as classes de produtos, apenas as

vendas de produtos básicos e as de semimanufaturados apresentaram

elevação, de 4,4% e de 2,6%, respectivamente. Em relação aos produtos

manufaturados, registrou-se declínio de 4,8% nas vendas externas,

decorrente, em grande medida, das menores exportações de aviões e de

acentuada retração nas exportações para a Argentina.

Entre os produtos básicos assinale-se a expansão de 111% nas

exportações de petróleo em bruto, no acumulado do ano. Quanto aos

produtos semimanufaturados, os principais responsáveis pelo crescimento

nas vendas foram semimanufaturados de ferro e aço e óleo de soja em

bruto, com acréscimos de 32,3% e 48,4%, respectivamente, no mesmo

tipo de comparação. Entre os produtos manufaturados, os principais

aumentos foram observados nas vendas de motores para veículos, 20,7%,

e de açúcar refinado, 25,5%.

O índice de quantum das exportações totais em setembro foi 39,3%

superior ao do mesmo mês de 2001, decorrente das elevações de 76,4%

em produtos básicos, de 56,3% em semimanufaturados e de 19,7% em

manufaturados. No acumulado do ano, até setembro, o índice de quantum

das exportações totais evoluiu 3,5%, favorecido pela expansão de 10,8%

nos produtos básicos e de 11,1% nos semimanufaturados, enquanto os

manufaturados registraram contração de 0,8%. No que se refere aos

preços, ainda no acumulado nos primeiros nove meses, o índice das

exportações totais teve queda de 5,5%, motivada por retrações de 6,3%

em produtos básicos, de 7,8% em semimanufaturados e de 4,3% em

manufaturados, conforme apurado pela Fundação Centro de Estudos de

Comércio Exterior (Funcex).

Índices de quantum de exportação

80 120 160 200 240 280 320 360 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set

Total Básicos Semiman. Manuf.

Fonte: Funcex

(24)

Em relação aos mercados de destino, considerando-se os quinze países

com maior participação na pauta de exportação brasileira, apenas as

vendas para a Argentina apresentaram decréscimo acentuado no

acumulado do ano, na comparação com mesmo período de 2001, de

59,8%, tendo regredido de US$4,1 bilhões para US$1,6 bilhão. As

exportações para os Estados Unidos registraram elevação de 5%,

enquanto para o México e para a China aumentaram 26% e 16,2%,

respectivamente. Quanto aos mercados com menores participações

destacaram-se os embarques para a Índia e para Cingapura, com

expansões de 119,8% e 112,7%, respectivamente.

O valor das importações registrou declínio de 3,5% em relação ao de

setembro de 2001, resultado que refletiu queda em todas as categorias

de uso, com exceção de combustíveis e lubrificantes, cujos dispêndios

expandiram 30,3%. Pela média diária, as importações retraíram 12,8%,

na comparação anual. Os decréscimos nas compras de bens de capital,

de bens de consumo e de matérias-primas e bens intermediários atingiram

26,8%, 21,5% e 10,9%, respectivamente. No acumulado do ano, as

importações recuaram 17,3%, o que representou, em valores, diminuição

de US$7,5 bilhões. Desse total, US$4 bilhões foram referentes a menores

gastos com matérias-primas e bens intermediários, US$2,2 bilhões com

bens de capital, US$941 milhões com bens de consumo duráveis, US$220

milhões com combustíveis e lubrificantes e US$147 milhões com bens de

consumo não-duráveis.

O déficit na conta de serviços e rendas atingiu US$16,8 bilhões no

acumulado do ano, 15,6% inferior ao apurado no mesmo período de 2001.

Esse resultado refletiu decréscimo de 37,4% nas despesas líquidas com

serviços e de 6,2% nas remessas líquidas de rendas. Em serviços, a retração

deveu-se, sobretudo, à contrações assinaladas em transportes e viagens

internacionais. Em rendas, a diminuição nos pagamentos líquidos esteve

Índices de preço de exportação

60 70 80 90 100 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set

Total Básicos Semiman. Manuf.

Fonte: Funcex

(25)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

25

vinculada à conta de juros, que registrou queda de 11,1%, enquanto lucros

e dividendos apresentaram acréscimo de 8,3%.

Os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos no país

somaram US$12,7 bilhões no acumulado do ano, resultado 17,1% inferior

ao registrado em igual período de 2001. Sob a forma de participação no

capital, os ingressos atingiram US$13,8 bilhões, 9,8% superiores aos

registrados no período de janeiro a setembro do ano anterior, dos quais

US$8,2 bilhões referentes a investimentos em moeda e US$6,7 bilhões

relativos a conversões de dívida em investimento. Sob a forma de

empréstimos intercompanhias, os aportes atingiram, no acumulado do ano,

US$5 bilhões ante os pagamentos de US$6,2 bilhões. Destaque-se que,

em grande medida, os pagamentos desses empréstimos não implicaram

saída efetiva de recursos, tendo sido em sua quase totalidade convertidos

em investimentos diretos.

Quanto à distribuição dos investimentos estrangeiros diretos por setor,

referentes a participações no capital de empresas no país, 59,9% dos

recursos destinaram-se ao setor de serviços, no acumulado do ano,

especialmente atividades de utilidade pública e de comércio. Para o setor

industrial foram direcionados 37,1% dos aportes, principalmente para as

indústrias de produtos alimentícios e de bebidas, de veículos automotores,

e de produtos químicos. A indústria de extração de petróleo e os serviços

relacionados, vinculados ao setor primário, receberam 2,2% dos ingressos

efetuados. Em relação à distribuição por países, no acumulado do ano,

destacaram-se os ingressos oriundos dos Países Baixos, dos Estados

Unidos e da França, com participações de 18,4%, 11,6% e 11,4%,

respectivamente.

As remessas líquidas a título de investimentos estrangeiros em carteira no

país somaram US$2,5 bilhões no acumulado do ano, ante ingresso líquido

de US$4,2 bilhões em igual período de 2001. Os investimentos em ações

de empresas negociadas no país apresentaram saídas líquidas de US$1,2

bilhão, das quais US$305 milhões ocorridas em setembro. Os

investimentos em ações de empresas brasileiras negociadas no exterior,

American Depositary Receipts (ADR), registraram aportes líquidos de

US$2,4 bilhões, ante US$2,7 bilhões em igual época de 2001. Em relação

aos títulos de renda fixa, negociados no exterior, as saídas líquidas

totalizaram US$3,7 bilhões, resultado, principalmente, de amortizações

líquidas de US$5 bilhões sob a forma de notes e commercial papers,

ante US$769 milhões em 2001. Ressalte-se que a forte elevação dos

pagamentos líquidos nessa conta decorreu, basicamente, de redução em

(26)

US$3,8 bilhões nas captações externas em relação às do mesmo período

de 2001.

As reservas internacionais somaram US$38,4 bilhões em setembro, com

acréscimo de US$738 milhões relativamente às de agosto. O Banco

Central do Brasil interveio no mercado doméstico de câmbio, com vendas

líquidas de US$1,4 bilhão. Quanto às operações externas do Banco

Central, assinale-se o desembolso de US$3 bilhões, ao amparo do

Programa de Assistência Financeira ao País (PAF). As remessas líquidas

de juros totalizaram US$155 milhões.

(27)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

27

V - ECONOMIA INTERNACIONAL

A produção de petróleo da Organização dos Países Exportadores de

Petróleo (Opep) atingiu 26 milhões de barris dia (mbd) em setembro,

ante 25,2 mbd em agosto. Excluída a produção do Iraque, o volume que

excede o atual limite de cotas aumentou para 2,4 mbd, ante 1,9 mbd no

mês anterior. Em reunião de 19 de setembro, a Opep decidiu manter

inalterado o limite de cotas, em razão da expectativa de crescimento

modesto da economia global até o final do ano e de crescimento sazonal

normal da demanda no último trimestre de 2002.

Apesar do aumento da produção, o preço médio do barril da cesta de

petróleo da Opep subiu US$1,39 em setembro, atingindo US$27,38,

porém permanecendo abaixo do limite superior da banda estipulada pela

Organização. Nos mercados, as cotações spot dos tipos Brent e West

Texas Intermediate (WTI) também apresentaram aumentos, refletindo o

nervosismo ante as perspectivas de ataque ao Iraque e os problemas

meteorológicos ocorridos no golfo do México, que afetaram a produção

da região e reduziram substancialmente o nível dos estoques nos EUA.

A estimativa preliminar do crescimento do PIB dos Estados Unidos no

terceiro trimestre de 2002 apontou taxa anualizada de 3,1%, ante 1,3%

no segundo trimestre. As principais contribuições para o maior crescimento

foram os aumentos ocorridos nos gastos pessoais de consumo, nas

despesas dos governos estaduais e locais e nos dispêndios com

equipamentos e programas de informática. Estes aumentos foram

contrabalançados, em parte, por diminuições nos investimentos em

estoques, por menor crescimento das exportações e dos gastos do governo

federal e pela desaceleração do crescimento das importações.

Preço internacional do petróleo

1/

16 20 24 28 32 36 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set

Brent WTI

Fonte: Bloomberg 1/ Cotação no fim do período.

(28)

A produção industrial americana contraiu 0,1% em setembro, após queda

de 0,3% em agosto, mas ainda acumulou alta de 1,5% em doze meses e

de 2,8% em relação a dezembro de 2001, em razão do crescimento

contínuo ocorrido nos primeiros sete meses do ano. A utilização da

capacidade instalada, que do mesmo modo apresentou acréscimos

consecutivos de dezembro até julho, recuou nos últimos dois meses,

atingindo 75,9% em setembro, ainda superando os níveis observados em

setembro de 2001 e no último trimestre do ano passado, 75,5% e 74,7%,

respectivamente. A taxa de desemprego, que em julho alcançou 5,9% e

não refletiu os aumentos observados na produção industrial até esse mês,

recuou para 5,7% em agosto e para 5,6% em setembro.

O índice de preços ao consumidor, dessazonalizado, aumentou 0,2% no

mês, ante 0,3% em agosto. O núcleo do índice, que exclui energia e

alimentação, aumentou 0,1%, ante 0,3% em agosto. Em doze meses e

sem ajuste sazonal, o índice cheio acumulou alta de 1,5% e o seu núcleo

subiu 2,2%. No mesmo período, os preços dos produtos alimentícios

aumentaram 1,3% e os da energia recuaram 4,8%. Nos primeiros nove

meses deste ano, em taxas anualizadas e com ajuste sazonal, o índice

cheio subiu 2,6%, ante 1,6% em 2001, e o seu núcleo variou 2,1%, ante

2,7% no ano passado. No mesmo período, a elevação dos preços de

energia e dos produtos alimentícios atingiu 13% e 1,3%, respectivamente.

Com relação à balança comercial, as exportações totalizaram US$58

bilhões e as importações US$100 bilhões, em agosto. O déficit acumulado

nos primeiros oito meses, de US$310 bilhões, superou em 6,7% o de

igual período de 2001. O superávit da balança de serviços, de US$30,7

bilhões, foi 23,3% inferior ao de igual período de 2001.

Em reunião do dia 24 de setembro, o Comitê de Política Monetária do

Federal Reserve decidiu manter em 1,75% a.a. a taxa de juros básica da

-2 0 2 4 6 8 10 I 1998 III I 1999 III I 2000 III I 2001 III I 2002 III 100 105 110 115 120 125 Variação Índice

EUA - PIB real

Com ajuste sazonal

Fonte: BEA 1/ Taxa anualizada.

(29)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

29

economia, na expectativa de que os sinais de crescimento moderado na

demanda agregada e a manutenção de elevados ganhos de produtividade

estimulassem os negócios.

Na área do euro, a produção industrial cresceu 0,6% em agosto, após

redução de 0,6% ocorrida no mês anterior, acumulando queda de 0,8%

em doze meses. Na comparação anual, a maior retração ocorreu na

produção de bens de consumo duráveis, de 7,9%, enquanto a produção

de bens intermediários cresceu 0,4%. Foram observados crescimentos,

também em doze meses, na Irlanda, 9,4%, em Luxemburgo, 3,1%, na

Bélgica, 2,7%, e na Finlândia, 1,4%. As maiores quedas ocorreram na

Itália, 3,9%, e na França, 2,7%. A Alemanha apresentou retração de 0,5%.

A taxa de desemprego permaneceu estável em 8,3% de julho a setembro,

ante 8% em setembro de 2001. Em setembro, as maiores taxas foram

observadas na Espanha, 11,2%, na Finlândia, 8,9%, na França, 8,8%, e

na Alemanha, 8,3%. As menores foram observadas em Luxemburgo,

2,5%, na Áustria, 4,2%, e na Irlanda, 4,5%.

O índice harmonizado de preços ao consumidor apresentou em setembro

variação acumulada em doze meses de 2,1%, idêntica à de agosto e

ligeiramente abaixo da observada em setembro de 2001, de 2,2%. Os

itens álcool e tabaco, educação e hotéis e restaurantes lideraram as

pressões de preços, com altas de 4,1%, 4,5% e 4,7%, respectivamente.

O item alimentação acusou elevação de 1,9% em seus preços, enquanto

os preços de energia e comunicações caíram 0,4% e 0,7%,

respectivamente. As maiores taxas de inflação ao consumidor foram

observadas na Irlanda, 4,5%, e na Grécia e em Portugal, 3,8%. As menores

foram registradas na Alemanha, 1%, e na Bélgica, 1,2%. O índice de

preços do produtor industrial apresentou alta de 0,1% em doze meses,

ante queda de igual magnitude apresentada no mesmo período findo em

agosto. O item energia foi o único a apresentar variação negativa de preços,

de 2,2%.

As primeiras estimativas para o comércio exterior da área do euro

apontaram superávit de US$9,4 bilhões em agosto, ante US$5 bilhões,

em igual mês de 2001. A região acumulou superávit de US$60,9 bilhões

nos primeiros sete meses de 2002, ante US$17,6 bilhões em igual período

do ano anterior. Em relação aos países membros, a Alemanha liderou os

superávites acumulados com US$67,1 bilhões, seguida da Irlanda com

US$20,5 bilhões. A Espanha acumulou o maior déficit, de US$17,5

bilhões.

(30)

Em reunião do dia 12 de setembro o Conselho do Banco Central Europeu

decidiu manter em 3,25% a.a. a taxa básica de juros. No mercado cambial,

o euro voltou a apreciar-se, atingindo a cotação de US$0,989/€ no último

dia do mês, ante US$0,984/€ no final de agosto.

No Japão, a produção industrial declinou 0,3% em setembro, após

aumentar 1,4% em agosto. Os dados com ajuste sazonal, em doze meses,

acusaram crescimento de 1,2% em julho, de 3,2% em agosto e de 5,2%

em setembro, após dezesseis meses de queda. O nível dos estoques

aumentou 0,6% no mês, mas situou-se 10% abaixo do observado em

setembro de 2001. A taxa de desemprego manteve-se estável em 5,4%

de maio a setembro, ante a de 5,3% observada no mesmo mês do ano

anterior.

Os preços ao consumidor permaneceram estáveis em setembro, recuando

0,7% nos últimos doze meses. Os preços no atacado permaneceram

estáveis, após apresentarem queda de 0,1% em agosto, e acumularam

retração de 0,9% em doze meses. A renda familiar média dos trabalhadores

caiu 0,7%, em termos reais, em relação à de igual período de 2001 e as

despesas aumentaram 4,1%.

A balança comercial apresentou superávit de US$8,8 bilhões em setembro,

ante US$5,4 bilhões em agosto e US$8,9 bilhões em setembro de 2001.

O superávit acumulado de janeiro a setembro, de US$59,2 bilhões,

superou em 42,4% o de igual período de 2001. O iene depreciou-se

2,8% em setembro em relação ao dólar americano, acumulando queda

de 1,8% nos últimos doze meses. A partir do final de janeiro

observou-se, até setembro, apreciação de 9,4%.

Na Argentina, o governo adotou uma série de medidas para controlar a

cotação do dólar e, principalmente, evitar a perda de reservas

Taxa de câmbio dólar/euro

1/

0,80 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 Jan 2000

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2001

Mar Mai Jul Set Nov Jan 2002

Mar Mai Jul Set US$/€

Fonte: Bloomberg 1/ Cotação no fim do período.

(31)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

31

internacionais. Entre elas, destaca-se a redução de US$500 mil para

US$200 mil do volume mínimo para as empresas liquidarem diretamente

no Banco Central as divisas obtidas com as exportações. Destaca-se

também a redução de US$500 mil para US$200 mil do repasse máximo

diário de dólares para bancos e casas de câmbio. Além disso, inclui-se a

proibição para as empresas tomarem empréstimos externos por prazo

inferior a noventa dias e a exigência para empresas em concordata saldarem

suas dívidas contraídas no exterior somente após obter, por meio de

renegociações, redução mínima de 40% do total devido e prazo mínimo

de dois anos para a retomada dos pagamentos.

A produção industrial contraiu, na série dessazonalizada e em doze meses,

6,9% em setembro, ante 6,6% em agosto. Em idênticos meses, a atividade

na construção civil caiu 22% e 26,5%, respectivamente. As vendas nos

supermercados, a preços constantes, recuaram 31,1% e nos centros de

compras, 16,3%, em relação às de setembro de 2001. O índice de preços

ao consumidor subiu 1,3% no mês e 39,7% em relação ao de dezembro

de 2001. Os preços no atacado elevaram-se 2,3% e 121,2%,

respectivamente, nos mesmos períodos.

A arrecadação tributária de setembro totalizou P$4,3 bilhões, 24%

superior à de setembro de 2001, mas 8,2% inferior à do mês anterior. A

arrecadação de janeiro a setembro, porém, foi 0,9% maior que a de igual

período de 2001. O resultado primário global do setor público nacional

acumulou, até setembro, superávit de P$345 milhões, ante superávit de

P$1,9 bilhão de janeiro a setembro de 2001.

O superávit comercial totalizou US$1,5 bilhão em setembro, ante US$767

milhões em igual mês de 2001. O saldo acumulado até setembro alcançou

US$12,5 bilhões, ante US$3,9 bilhões em igual período do ano passado,

explicado pela queda de 61% nas importações, posto que as exportações

recuaram 7%.

(32)

VI - PRINCIPAIS MEDIDAS DE POLÍTICA ECONÔMICA

Resoluções do Conselho Monetário Nacional

3.019, de 19.9.2002 - Define a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP)

para o último trimestre de 2002.

3.020, de 19.9.2002 - Institui linha de crédito destinada ao financiamento

de estocagem de álcool etílico combustível, ao amparo de recursos

oriundos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

3.021, de 19.9.2002 - Dispõe sobre financiamentos para retenção de

matrizes suínas, ao amparo de Recursos Obrigatórios (MCR 6-2).

3.022, de 19.9.2002 - Dispõe sobre a emissão de certificados de

depósitos em garantia, relativos a títulos cambiais.

Circulares do Banco Central

3.147, de 5.9.2002 - Altera o fator “F” aplicável ao ativo ponderado

pelo risco (Apr), utilizado no cálculo do Patrimônio Líquido Exigido (PLE),

de que trata o Regulamento Anexo IV da Resolução 2.099, de 1994, e

alterações posteriores, para bancos cooperativos e cooperativas de crédito.

3.148, de 5.9.2002 - Prorroga o prazo previsto na Circular 3.136, de

2002, que disciplina a utilização do termo “diretor” pelas instituições

financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central

do Brasil.

3.149, de 11.9.2002 - Exclui o Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) da Centralizadora da Compensação de

Cheques e Outros Papéis (Compe).

3.150, de 11.9.2002 - Estabelece critérios para registro e avaliação

contábil de instrumentos financeiros derivativos, contratados de forma

associada a operação de captação ou aplicação de recursos.

3.151, de 19.9.2002 - Dispõe sobre a emissão de certificado de depósitos

(33)

Boletim do Banco Central do Brasil

Novembro 2002

34

3.152, de 20.9.2002 - Estabelece condições para a emissão de Letra de

Crédito Imobiliário (LCI).

3.153, de 25.9.2002 - Altera e acrescenta dispositivos ao regulamento

anexo à Circular 3.105, de 5 de abril de 2002, que trata das operações

de Redesconto do Banco Central.

3.154, de 26.9.2002 - Altera o Regulamento do Sistema Especial de

Liquidação e de Custódia (Selic), aprovado pela Circular 3.108, de 10

de abril de 2002.

(34)

QUADROS ESTATÍSTICOS

I.

Atividade econômica

1.

Contas nacionais

2.

Produto Interno Bruto (PIB)

3.

Indicadores de conjuntura econômica

4.

Indicadores de conjuntura econômica - séries dessazonalizadas

5.

Indicadores de produção industrial

6.

Indústria automobilística

7.

Produção da lavoura (principais culturas)

8.

Índice do nível de emprego formal - Brasil

9.

Taxa de desemprego aberto

10. Rendimento médio real das pessoas ocupadas

11. Índices de preços

II.

Moeda e crédito

1.

Fatores condicionantes da base monetária

2.

Base monetária e meios de pagamento (M1)

3.

Coeficientes de comportamento monetário

4.

Base monetária ampliada - saldos em final de período

5.

Base monetária ampliada - média dos saldos diários

6.

Meios de pagamento (M4) - saldos

7.

Meios de pagamento (M4) - participação percentual

8.

Base monetária e meios de pagamento (M4)

9.

Velocidade-renda da moeda

10. Crédito interno líquido do Banco Central do Brasil

11. Banco Central do Brasil - balancete ajustado

12. Autoridade Monetária

13. Bancos criadores de moeda

14. Consolidado monetário

15. Outras instituições bancárias

16. Consolidado bancário

17. Instituições financeiras não-bancárias

18. Total de operações de crédito do sistema financeiro

19. Total de operações de crédito do sistema financeiro privado

20. Total de operações de crédito do sistema financeiro público

21. Operações de crédito do sistema financeiro

22. Operações de crédito do sistema financeiro privado

23. Operações de crédito do sistema financeiro público

24. Operações de crédito do sistema financeiro - provisões

25. Operações de crédito do sistema financeiro privado - provisões

26. Operações de crédito do sistema financeiro público - provisões

III. Mercados financeiro e de capitais

1.

Taxas de juros

2.

Velocidade de circulação dos principais ativos financeiros

3.

Fundos de investimento - direcionamento da carteira - R$ milhões

4.

Fundos de investimento - direcionamento da carteira - participação percentual

5.

Fundos mútuos de investimento

6.

Depósitos a prazo e caderneta de poupança

7.

Rendimentos nominais das principais aplicações financeiras

8.

Mercado futuro - BM&F - taxa de juros, desvalorização cambial e cupom cambial

9.

Mercado futuro - BM&F - taxa de juros do contrato futuro de DI de 1 dia

10. Indicadores do mercado de capitais

11. Valor de mercado - companhias abertas - Bovespa

IV. Finanças públicas

1.

Resultado primário do governo central

2.

Síntese da execução financeira do Tesouro Nacional

3.

Receita do Tesouro Nacional - regime de caixa

4.

Despesa do Tesouro Nacional - regime de caixa

5.

Previdência Social - fluxo de caixa

6.

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

7.

Transferências de recursos do Tesouro Nacional para estados e municípios

8.

Títulos públicos federais emitidos

9.

Títulos públicos federais - carteira do Banco Central do Brasil

10. Títulos públicos federais - títulos fora do Banco Central do Brasil

11. Títulos públicos federais - participação percentual por indexador

Referências

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